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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 54 Nº 634 Dezembro de 2006 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec A Revue Spirite há 140 anos ........... 15 Aiglon Fasolo ................................ 10 Clássicos do Espiritismo .................. 5 Crônicas de Além-Mar ................... 12 De coração para coração .................. 4 Divaldo responde ............................. 5 Editorial ........................................... 2 Emmanuel ....................................... 2 Espiritismo para as crianças ............. 6 Estudando as obras de André Luiz .. 14 Gilberto Simioni ............................ 10 Grandes vultos do Espiritismo .......... 7 Jane Martins Vilela ........................ 14 Joanna de Ângelis ............................ 2 José Passini ...................................... 3 José Viana Gonçalves ..................... 12 Nubor Orlando Facure ................ 8 e 9 Palestras, seminários e outros eventos ............................. 11 Ricardo Baesso .............................. 13 Um minuto com Chico Xavier ....... 13 Ainda nesta edição Entrevista: Cosme Massi O pensamento e sua estrutura, segundo o Espiritismo Nas páginas centrais deste nú- mero, o leitor lerá o estudo elabora- do pelo confrade Nubor Orlando Facure sobre a estrutura do pensa- mento, cuja construção tem seu iní- cio na repetição de processos quí- micos de atração e repulsão que os primeiros seres vivos aprenderam para se alimentar e fugir da hostili- dade do ambiente. “Nessa longa ca- minhada – diz dr. Facure –, o pensa- mento passou a ser o instrumento sutil dos desejos e da vontade do ‘princípio inteligente’, que evoluía exteriorizando matéria mental para atuar nas formações da matéria físi- ca, obtendo, por esse caminho, as sa- tisfações que procurava.” No artigo em foco, o autor afirma que cada um de nós cria em torno de si um “cam- po de vibrações” e, impulsionado pela vontade, projeta uma onda mental própria, capaz de caracterizar cada in- divíduo de per si. “Nosso conteúdo mental constrói um cenário que nos identifica”, assevera dr. Facure. “E ninguém pode fugir das imagens que reflete.” Págs. 8 e 9 A ética nos diz como proceder, como nos comportar perante a vida Entrevistado pelo programa “Reflexão Espí- rita”, que é apresentado aos sábados pela TV Tro- pical de Londrina, emissora associada à Rede CNT de Televisão, o confrade e professor Cosme Massi (foto ao lado), respeitado estudioso da Obra de Allan Kardec, atualmente radicado na Capital do Estado, falou sobre Ética e Moral, um tema atualíssimo, sobretudo depois da sucessão de escândalos que inundaram a cena política bra- sileira nos últimos dois anos. A ética, afirmou Cosme Massi, procura ex- plicar “como é que o homem deve agir”. Não é seu objetivo nem sua função descrever como as coisas acontecem. Esse é o papel da ciência. “Os especialistas costumam dizer – asseverou o con- frade – que a Ciência explica como as coisas são: como é que funciona o rio, o coração, como é que funciona o fígado.” Na ética, o homem en- contra explicações de como deve proceder, que rumo seguir na vida, como se comportar na co- munidade de que faz parte. Pág. 16 Eleita por aclamação a nova diretoria da USEL Aldérico Natal Sposti, do Centro de Estudos Espirituais “Vinha de Luz”, é o novo coor- denador da União das Sociedades Espíritas de Londrina (USEL), com mandato de dois anos, vencível em novembro de 2008. A eleição ocorreu no dia 19 do mês passado em reunião realiza- da sob a direção de Marli Trannin Ferreira, com a presença de re- presentantes de todas as Casas Espíritas da cidade, excetuados a Casa do Caminho e o Centro Es- pírita Aprendizes do Evangelho. Compõem também a diretoria do órgão os seguintes confrades: Edson Nishioka, do “Meimei”, vice-coordenador; Jonatas Beranger, da “Comunhão Espíri- ta”, diretor do Departamento Doutrinário; Leonor Panho, do “Caminho de Damasco”, direto- ra do DIJ; Marinei Ferreira Rezende, do “Nosso Lar”, secre- tária; e Matilde Almeida Prado, do “Allan Kardec”, tesoureira. Realizada em clima de harmonia, a eleição contou também com a presença de Claudia Camacho Rojas, presidente da 5 a URE e de José Miguel Silveira. Pág. 11 Glória a Deus nas alturas e paz na Terra para todos A Direção, a Equipe de Reda- ção e todos os que fazem com que este periódico chegue até os nos- sos leitores unem-se no mesmo pensamento que levou nossa com- panheira Jane Martins Vilela a di- rigir ao Senhor uma oração a pro- pósito do Natal que se aproxima. E tal como nossa irmã, dizemos: “Obrigado, Senhor, muito obriga- do!” e um Feliz Natal para todos. Pág. 14 Quem é e como é, em verdade, o dr. Inácio Ferreira Dr. Inácio Ferreira, diretor do Sanatório Espírita de Uberaba por mais de cinqüenta anos e consa- grado autor de “Novos Rumos à Medicina”, “Conselhos ao Meu Filho”, “Espiritismo e Medicina”, “Têm Razão”, além de esquetes e contos, desencarnou em 27/9/ 1988, aos 84 anos de idade, mas prossegue no plano espiritual no mesmo campo de trabalho em que se notabilizou. Obras psicografadas por dois conhecidos médiuns, Divaldo P. Franco e Carlos A. Baccelli, fazem referência a esse trabalho, embora sejam inúmeras as discrepâncias entre o perfil do dr. Inácio retrata- do por Baccelli e o descrito por Manoel Philomeno de Miranda, como refere nosso confrade José Passini, de Juiz de Fora, no artigo intitulado “A Hora da Verdade”. Pág. 3 Miguel de Jesus Sardano de volta à região O confrade Miguel de Jesus Sardano (ao lado) abre no dia 6 deste mês, quarta-feira, em Cam- bé, o Ciclo Mensal de Palestras promovidas pelo Centro Espírita Allan Kardec, situado na Rua Pará, 292. Participarão também do ciclo os seguintes palestrantes: dia 13 - Sônia Janene, de Londrina; dia 20 - José Antônio Vieira de Paula, de Cam- bé; dia 27 - Júpiter Villoz Silveira, de Londrina. As palestras se inicia- rão sempre às 20h30. Pág. 11 Miguel de Jesus Sardano: após dois anos, volta a falar na região

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 54 Nº 634 Dezembro de 2006 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

A Revue Spirite há 140 anos ........... 15Aiglon Fasolo ................................ 10Clássicos do Espiritismo .................. 5Crônicas de Além-Mar ................... 12De coração para coração .................. 4Divaldo responde ............................. 5Editorial ........................................... 2Emmanuel ....................................... 2Espiritismo para as crianças ............. 6Estudando as obras de André Luiz .. 14Gilberto Simioni ............................ 10Grandes vultos do Espiritismo .......... 7Jane Martins Vilela ........................ 14Joanna de Ângelis ............................ 2José Passini ...................................... 3José Viana Gonçalves ..................... 12Nubor Orlando Facure ................ 8 e 9Palestras, semináriose outros eventos ............................. 11Ricardo Baesso .............................. 13Um minuto com Chico Xavier ....... 13

Ainda nesta edição

Entrevista: Cosme MassiO pensamento e sua estrutura,segundo o Espiritismo

Nas páginas centrais deste nú-mero, o leitor lerá o estudo elabora-do pelo confrade Nubor OrlandoFacure sobre a estrutura do pensa-mento, cuja construção tem seu iní-cio na repetição de processos quí-micos de atração e repulsão que osprimeiros seres vivos aprenderampara se alimentar e fugir da hostili-dade do ambiente. “Nessa longa ca-minhada – diz dr. Facure –, o pensa-mento passou a ser o instrumentosutil dos desejos e da vontade do‘princípio inteligente’, que evoluía

exteriorizando matéria mental paraatuar nas formações da matéria físi-ca, obtendo, por esse caminho, as sa-tisfações que procurava.” No artigoem foco, o autor afirma que cada umde nós cria em torno de si um “cam-po de vibrações” e, impulsionado pelavontade, projeta uma onda mentalprópria, capaz de caracterizar cada in-divíduo de per si. “Nosso conteúdomental constrói um cenário que nosidentifica”, assevera dr. Facure. “Eninguém pode fugir das imagens quereflete.” Págs. 8 e 9

A ética nos diz como proceder, comonos comportar perante a vida

Entrevistado pelo programa “Reflexão Espí-rita”, que é apresentado aos sábados pela TV Tro-pical de Londrina, emissora associada à RedeCNT de Televisão, o confrade e professor CosmeMassi (foto ao lado), respeitado estudioso daObra de Allan Kardec, atualmente radicado naCapital do Estado, falou sobre Ética e Moral, umtema atualíssimo, sobretudo depois da sucessãode escândalos que inundaram a cena política bra-sileira nos últimos dois anos.

A ética, afirmou Cosme Massi, procura ex-plicar “como é que o homem deve agir”. Não éseu objetivo nem sua função descrever como ascoisas acontecem. Esse é o papel da ciência. “Osespecialistas costumam dizer – asseverou o con-frade – que a Ciência explica como as coisas são:como é que funciona o rio, o coração, como éque funciona o fígado.” Na ética, o homem en-contra explicações de como deve proceder, querumo seguir na vida, como se comportar na co-munidade de que faz parte. Pág. 16

Eleita por aclamação a novadiretoria da USEL

Aldérico Natal Sposti, doCentro de Estudos Espirituais“Vinha de Luz”, é o novo coor-denador da União das SociedadesEspíritas de Londrina (USEL),com mandato de dois anos,vencível em novembro de 2008.A eleição ocorreu no dia 19 domês passado em reunião realiza-da sob a direção de Marli TranninFerreira, com a presença de re-presentantes de todas as CasasEspíritas da cidade, excetuados aCasa do Caminho e o Centro Es-pírita Aprendizes do Evangelho.Compõem também a diretoria do

órgão os seguintes confrades:Edson Nishioka, do “Meimei”,vice-coordenador; JonatasBeranger, da “Comunhão Espíri-ta”, diretor do DepartamentoDoutrinário; Leonor Panho, do“Caminho de Damasco”, direto-ra do DIJ; Marinei FerreiraRezende, do “Nosso Lar”, secre-tária; e Matilde Almeida Prado,do “Allan Kardec”, tesoureira.Realizada em clima de harmonia,a eleição contou também com apresença de Claudia CamachoRojas, presidente da 5a URE e deJosé Miguel Silveira. Pág. 11

Glória a Deus nas alturas e paz na Terra para todosA Direção, a Equipe de Reda-

ção e todos os que fazem com queeste periódico chegue até os nos-sos leitores unem-se no mesmo

pensamento que levou nossa com-panheira Jane Martins Vilela a di-rigir ao Senhor uma oração a pro-pósito do Natal que se aproxima.

E tal como nossa irmã, dizemos:“Obrigado, Senhor, muito obriga-do!” e um Feliz Natal para todos.Pág. 14

Quem é e como é, em verdade,o dr. Inácio Ferreira

Dr. Inácio Ferreira, diretor doSanatório Espírita de Uberaba pormais de cinqüenta anos e consa-grado autor de “Novos Rumos àMedicina”, “Conselhos ao MeuFilho”, “Espiritismo e Medicina”,“Têm Razão”, além de esquetes econtos, desencarnou em 27/9/1988, aos 84 anos de idade, masprossegue no plano espiritual nomesmo campo de trabalho em quese notabilizou.

Obras psicografadas por doisconhecidos médiuns, Divaldo P.Franco e Carlos A. Baccelli, fazemreferência a esse trabalho, emborasejam inúmeras as discrepânciasentre o perfil do dr. Inácio retrata-do por Baccelli e o descrito porManoel Philomeno de Miranda,como refere nosso confrade JoséPassini, de Juiz de Fora, no artigointitulado “A Hora da Verdade”.Pág. 3

Miguel de Jesus Sardanode volta à região

O confrade Miguel de JesusSardano (ao lado) abre no dia 6deste mês, quarta-feira, em Cam-bé, o Ciclo Mensal de Palestraspromovidas pelo Centro EspíritaAllan Kardec, situado na Rua Pará,292.

Participarão também do ciclo osseguintes palestrantes: dia 13 - SôniaJanene, de Londrina; dia 20 - JoséAntônio Vieira de Paula, de Cam-bé; dia 27 - Júpiter Villoz Silveira,de Londrina. As palestras se inicia-rão sempre às 20h30. Pág. 11

Miguel de Jesus Sardano: apósdois anos, volta a falar na

região

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O IMORTALPÁGINA 2 DEZEMBRO/2006

EditorialEMMANUEL

O movimento espírita de nossaregião assistiu a dois eventosauspiciosos que tiveram, tanto umquanto o outro, idêntica característi-ca – o ambiente de paz e o clima deharmonia. Falamos da sucessão quese verificou em outubro último napresidência da União Regional Espí-rita da 5ª Região e, no mês passado,na direção da União das SociedadesEspíritas de Londrina (USEL).

A União Regional Espírita, maisconhecida como 5ª URE, como foidivulgado em nosso número de no-vembro, passou a ser presidida des-de então pela jovem confreira Cláu-dia Camacho Rojas, procedente daCapital do Estado e atual trabalha-dora do Centro Espírita Nosso Lar,onde vem atuando há três anos.

A USEL, como o leitor verá napresente edição, tem agora em suadireção o confrade Aldérico NatalSposti, que reside em Londrina há 35anos e é ativo participante do Centrode Estudos Espirituais Vinha de Luze do Centro Espírita Nosso Lar.

O ambiente de paz e o clima deharmonia são sinais de que haveráboas condições de trabalho para asequipes lideradas pelos dirigentescitados, que prometem trabalhar deforma harmoniosa, um auxiliando ooutro, para que Londrina e toda aregião abarcada pela 5ª URE possamaprimorar ainda mais o trabalho quevem sendo realizado por ambas asentidades desde a sua fundação. Nes-se sentido, não podemos ignorar adedicação e o trabalho realizado no

Por mais aflitiva se te aprofun-de a dor da saudade, em relação aoser amado que a morte arrebatou,projeta o pensamento no rumo doamanhã que vos reunirá outra vez,na vida – além da vida.

A morte é fenômeno inevitável,no entanto é bênção que faculta aperene união.

Analisar, refletir, ponderar sãomodalidades do ato de ouvir. É in-dispensável que a criatura estejasempre disposta a identificar o sen-tido das vozes, sugestões e situa-ções que a rodeiam.

Sem observação, é impossívelexecutar a mais simples tarefa noministério do bem. Somente apósouvir, com atenção, pode o homemfalar de modo edificante na estra-da evolutiva.

Quem ouve, aprende. Quemfala, doutrina. Um guarda, outroespalha.

Só aquele que guarda, na boaexperiência, espalha com êxito.

O conselho do apóstolo é, por-tanto, de imorredoura oportunida-de.

E forçoso é ouvir que, se o ho-mem deve ser pronto nas observa-ções e comedido nas palavras, deveser tardio em irar-se.

Certo, o caminho humano ofe-

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Os órgãos de unificação e o que deles se esperaúltimo biênio por José MiguelSilveira e Marli Trannin Ferreira àfrente dos órgãos referidos.

Ao assinalar nossa satisfaçãopela feliz escolha, é dever nossotornar claro o que pensamos a res-peito do papel que cabe aos órgãosde unificação em causa e do quedeles esperamos no próximo biênio.

O principal trabalho de uma as-sociação que congrega Casas Espí-ritas, tanto em nível local como emnível regional, é sem dúvida o forta-lecimento dos seus componentes.Fortalecendo os Centros que a inte-gram, ter-se-á dado um grande pas-so para a consecução dos programasde ensino e divulgação da DoutrinaEspírita em uma sociedade ávida porconhecer os princípios e os funda-mentos de uma religião que tem tidoenorme exposição na principal mídiade nosso país, que é a televisão comsuas novelas.

Fortalecer os Centros Espíritassignifica dar a eles todo o apoio deque necessitam. É preciso investirna preparação de bons expositores,na formação de evangelizadorescapacitados, na educação e orien-tação dos médiuns, especialmentedos que oferecem seus préstimos noatendimento às pessoas que buscama Casa Espírita e seus recursos naárea do passe e da desobsessão.

Cumprido esse que é o objetivoprimordial de um órgão de unifica-ção, é preciso ter em conta que mui-tas cidades de porte médio, comoLondrina, contam com um número

de Centros muito abaixo de suas re-ais necessidades. É preciso, assim,apoiar a criação de novas Casas Es-píritas, a partir de pequenos núcle-os, um trabalho já desenvolvidonesta região com razoável retorno.

Espera-se, por fim, tanto de umacomo de outra associação, que se-jam fortalecidos cada vez mais osideais da unificação, com encontrosmais freqüentes e troca permanen-te de experiências, como o próprioCodificador do Espiritismo propôsnuma de suas obras quando defen-deu a existência de um número mai-or de grupos espíritas de pequenoporte numa cidade, em vez de umúnico de maior porte que a todosreunisse.

Cuidando dessas e de outras ati-vidades que uma pesquisa junto àsCasas-membros certamente iráidentificar, dever-se-á atrair para aregião os eventos de maior expres-são, como a Conferência Estadualque a Federação promove emCuritiba bienalmente, com vistasassim a atingir, pela voz dos gran-des oradores, as pessoas que nutremsimpatia pelo Espiritismo mas nãoreuniram ainda a coragem de fre-qüentar nossas Casas.

Move-nos a esperança de que osnovos dirigentes da 5a URE e daUSEL saberão superar as dificulda-des que certamente virão e, traba-lhando em harmonia, hão de assi-nalar sua gestão com a abnegação ea aplicação que se esperam dos ver-dadeiros espíritas.

Um minuto com Joanna de ÂngelisNão te entregues à revolta ou à

blasfêmia em face da chegada do im-previsto acontecimento que te enluta.

Ninguém ficará indene à desencar-nação, nem infenso ao sofrimento.

Balsamiza a ferida aberta no teusentimento angustiado, com a me-dicação do amor que permanece in-tegral, facultando-te manter a vin-

Convém refletir

rece, diariamente, variados moti-vos à ação enérgica; entretanto,sempre que possível, é útil adiar aexpressão colérica para o dia se-guinte, porquanto, por vezes, sur-ge a ocasião de exame mais sensa-to e a razão da ira desaparece.

Tenhamos em mente que todohomem nasce para exercer umafunção definida. Ouvindo sempre,pode estar certo de que atingiráserenamente os fins a que se desti-na, mas, falando, é possível queabandone o esforço ao meio, e,irando-se, provavelmente não rea-lizará coisa alguma.

“Mas todo homem seja pronto para ouvir,tardio para falar, tardio para se irar.” –

Tiago, 1:19.

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e ajude a divulgar o Espiritismoares ou integrantes do Grupo Espí-rita de que faça parte.

A Assinatura múltipla é a formaideal para os Grupos e Centros Espí-ritas interessados na melhor divulga-ção do Espiritismo, dado o carátermultiplicador desse investimento.

Não é preciso efetuar o paga-mento agora. Você receberá pelocorreio o boleto bancário correspon-dente, que poderá ser quitado emqualquer agência bancária.

Lembre que, segundo Emmanu-el, a maior caridade que podemosfazer à Doutrina Espírita é a sua di-vulgação. Ajude-nos, pois, a divul-gá-la, colaborando com os jornais,os programas de rádio e TV e os li-vros espíritas.

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JOANNA DE ÂNGELIS,mentora espiritual de Divaldo P.Franco, é autora, entre outros li-vros, de Receitas de Paz (LivrariaEspírita Alvorada Editora, 1984),do qual foi extraído o texto acima.

EMMANUEL, que foi o men-tor espiritual de Francisco Cândi-do Xavier e coordenador da obramediúnica do saudoso médiummineiro, é autor, entre outros li-vros, de “Caminho, Verdade eVida” (FEB, 1948), de onde foiextraído o texto acima.

culação com o ser querido.Poderás contatar com ele, pas-

sado o período inicial de recupera-ção e reequilíbrio.

Ora, elevando-te em pensamen-to e auxiliando o teu afeto, a fim deajudá-lo na conjuntura nova.

*E enquanto permaneças no cor-

po, vive de tal forma que, em te che-gando o momento da partida, este-jas equipado com paz e valores re-levantes para oferecer aos amoresque te precederam e que te aguar-dam, igualmente ditosos, cantandoum poema de gratidão em irisadoamanhecer de sobrevivência feliz.

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O IMORTALDEZEMBRO/2006 PÁGINA 3

A Hora da Verdade

Dr. Ignácio Ferreira, médicopsiquiatra, Diretor do SanatórioEspírita de Uberaba por mais decinqüenta anos, continua, no Mun-do Espiritual, a dar sua colabora-ção no campo de trabalho em quese notabilizou enquanto encarna-do, conforme referências nas obras“Tormentos da Obsessão” e “En-tre os dois Mundos”, de ManoelPhilomeno de Miranda, psicogra-fadas por Divaldo Franco, edita-das nos anos de 2001 e 2005, res-pectivamente .

No ano de 2001, vieram a lumedois livros psicografados por CarlosA. Baccelli, tendo como autor es-piritual o Dr. Inácio Ferreira: “Sobas Cinzas do Tempo” e “Do OutroLado do Espelho”; em 2002, foipublicado “Na Próxima Dimen-são”; em 2003, “Infinitas Mora-das”; em 2004, “A Escada de Jacó”;em 2005, “Fala, Dr. Inácio!”

Como constatamos fortes dis-crepâncias entre o perfil do Dr.Ignácio apresentado nas obras deDivaldo Franco, e aquele retrata-do nas obras de Carlos A. Baccelli,passamos a enumerá-las, a fim deque o leitor analise e ajuíze os fa-tos. Mas, antes de começarmos acomparação dos perfis, vejamos adiscordância sobre as atividadesdesse Espírito, nas obras dos doismédiuns:

Manoel Philomeno de Mirandadeclara que o dirigente do grandeHospital é Eurípedes Barsanulfo:

“Nesse Nosocômio espiritualencontram-se recolhidos especial-mente pacientes que foramespiritistas fracassados, graças àmagnanimidade do Benfeitor Eu-rípedes Barsanulfo, que o ergueu,dando-lhe condição de santuáriopara a saúde mental e moral, e oadministra com incomparável ab-negação auxiliado por dedicadosservidores do Bem e da caridade.”(Tormentos da Obsessão, 19.)

No livro de Baccelli, Dr. Ináciodiz que é ele o Diretor do Hospi-tal, e se declara ansioso por livrar-se da tarefa. Como é que pode, al-guém que foi honrado com um en-cargo dessa natureza estar queren-do livrar-se de tão nobre tarefa,chamando-a “carma”? E o que pre-tendia ele? Aposentadoria, ou fi-car na ociosidade? Como é que sepode aceitar tal declaração de um

JOSÉ [email protected]

De Juiz de Fora

Espírito que, na Terra, embora sobcondições muito adversas, dedicou-se por mais de cinqüenta anos ao ser-viço de psiquiatria? Onde fica a afir-mação de outros Espíritos quando sereferem à “honra de servir” no Mun-do Espiritual? Vejamos como Mano-el Philomeno de Miranda se refereao Dr. Ignácio:

“Terminados os seus laboresdiuturnos, às 20:00 horas o incan-sável médico me aguardava no seugabinete, para onde rumamos,Alberto e eu.” (Tormentos da Obses-são, 198.)

Mas, na obra de Baccelli, o Dr.Inácio reclama do trabalho:

“(...) grande hospital, cuja dire-ção, no Mais Além, estava sob mi-nha responsabilidade (eu não seiquando é que vou me livrar dessecarma!) (Na Próxima Dimensão,12.)

Entretanto, Ignácio Ferreira, nolivro de Divaldo, em conversa comManoel Philomeno de Miranda, de-clara que é responsável somente porum pavilhão do hospital:

“Esclareceu-me que era respon-sável somente por um dos pavilhõesque albergava médiuns e alguns ou-tros equivocados, enquanto diversostrabalhadores (...).” (Tormentos daObsessão, 89.)

Neste contexto, para que se deli-neie com justiça o perfil do Dr.Ignácio, vejamos um trecho da obra“Entre dois Mundos”, psicografia deDivaldo Franco, onde ele é citado,notando-se que ele é situado entredois veneráveis nomes :

“Encontramo-nos, porém, dis-postos a seguir adiante, abrindo es-paços para o futuro, como fizeramnossos predecessores, particular-mente o apóstolo da caridade, Dr.Adolpho Bezerra de Menezes Caval-canti, o eminente Dr. Ignácio Fer-reira, o inesquecível médium Eurí-pedes Barsanulfo e muitos outrosque se empenharam em atender osdistúrbios mentais gerados nas ob-sessões de natureza espiritual.” (En-tre os dois Mundos, 146.)

O Dr. Ignácio (grafamos confor-me está no livro) apresentado nasobras de Divaldo Franco é muito di-ferente do Dr. Inácio que se apresen-ta através de Carlos A. Baccelli.Manoel Philomeno de Miranda re-fere-se a ele como o médico pruden-te, ponderado, gentil, bondoso, afá-vel, figura bem compatível com aidéia que se tem de um Espírito aquem foi dada importante tarefa noMundo Espiritual. Modesto, quequase não fala de si, ficando as des-

crições a seu respeito a cargo doAutor do livro.

Nas obras de Baccelli, nos rela-tos do seu tempo de encarnado, o Dr.Inácio mostra-se rude, impaciente,irônico, irreverente, despreocupadocom as imagens negativas que iriasuscitar nos seus leitores. Ainda quetivesse sido assim enquanto na Ter-ra, será que não teria mudado nadano Mundo Espiritual, depois de tre-ze anos? Será que para ser franco énecessário que se seja rude? Com-pare-se a franqueza fraterna de Hen-rique de Luna, o médico que aten-deu André Luiz, ao comentar suasfalhas na Terra; a delicadeza comque Clarêncio abordou aspectos me-nos felizes da vida do seu tutelado;a ternura e o carinho que impregna-ram alertamentos severos que a mãede André Luiz fez-lhe, conforme selê em “Nosso Lar”? Não se vê, emtoda a obra de Francisco CândidoXavier, um só servidor do MundoEspiritual usando expressões con-tundentes, mesmo quando compeli-do a advertir um subalterno.

Entretanto, a rudeza. a agressi-vidade, as expressões de desapreçoa médiuns e a espíritas continuamsendo usadas por esse Espírito, queparece não ter aprendido nada, nãose ter beneficiado da convivênciacom Bezerra de Menezes e Eurípe-des Barsanulfo.

Comparemos alguns trechos:Ao ser convidado a participar de

uma reunião mediúnica no Sanató-rio de Uberaba, onde poderia se co-municar através de um dos médiunsdentre aqueles com quem trabalha-ra quando encarnado, na condição dediretor, responde:

– Para quê? Só se for paraxingá-los... (Por favor sr. Médium esr. Revisor, não me queiram tolhera liberdade de dizer o que penso, damaneira que penso.) Aliás, para que

saibam que sou eu, basta mesmo queeu abra a boca ou... que acenda umcigarro. Vou dizer a vocês o que pen-so: Os meus gatos, que ainda sobre-vivem no Sanatório, apesar da von-tade de alguns de expurgá-los, se-rão melhores intérpretes meus doque os médiuns que andam por lá...(...) Os médiuns não querem estudar,não querem disciplina... Ficam pa-rados ao redor da mesa feito uns ro-bôs; nem pensar eles pensam; esva-ziam a mente de idéias, esperandoque os espíritos façam tudo... Istonão é mediunidade, se o pobre domorto pudesse fazer tudo sozinho, osmédiuns seriam meras figuras deco-rativas. E, depois, mentem: dizemque são inconscientes, que não selembram de nada. (Do outro lado doEspelho, 158 / 159.)

Continuando seus ataques aosmédiuns do grupo que dirigiu, noSanatório:

– O médium me acolhe, me aga-salha, abre a boca e só deixa passaro que não conflita com os seus pen-samentos. Sendo assim, o que voufazer lá? Passar raiva? Passar rai-va, eu passava na condição dedoutrinador, de dirigente dos traba-lhos mediúnicos do Sanatório, quefui por mais de cinqüenta anos... (Dooutro lado do Espelho, 159 / 160.)

Na psicografia de Baccelli, o Dr.Inácio ataca continuadamente osmédiuns. Note-se nos trechos cita-dos o ataque indiscriminado que lhesé feito! Será que não escapam nemMaria Modesto Cravo e o própriomédium de que se serve? Além domais, se aqueles médiuns que traba-lhavam com ele no Sanatório eramtão relapsos, por que ficou sendoenganado durante cinqüenta anos? Émuito grave dizer que os médiunsmentem! Como é que um dirigentede reunião mediúnica pode sentirraiva dos companheiros de trabalho?Como conciliar esse ambiente de tra-balho tumultuado pela irresponsabi-lidade dos médiuns e a raiva do diri-gente com o relato de Manoel Phi-lomeno de Miranda?

Dr. Ignácio Ferreira houveraexperienciado com muito cuidado,enquanto no corpo físico, o trata-

mento de diversas psicopatologiasincluindo as obsessões pertinazes,no Sanatório psiquiátrico que er-guera na cidade de Uberaba, e quelhe fora precioso laboratório paraestudos e aprofundamento na psi-que humana, especialmente no quediz respeito ao inter-relaciona-mento entre criaturas e Espíritosdesencarnados. (Tormentos daObsessão, 59.)

Como conciliar o que diz o Dr.Inácio, rude, mal-humorado, usu-ário de expressões vulgares, capazde escrever o trecho que citamos aseguir, com o Dr. Ignácio citadopor Manoel Philomeno deMiranda?

– Isto deve ser gente do Xan-dico – resmunguei em voz alta,acendendo um cigarro e incineran-do o abjeto bilhete, na impossibi-lidade de incinerar o seu autor.(Sob as Cinzas do Tempo, 179.)

Essa, a reação do Dr. Inácio,ao ler um bilhete insultuoso dei-xado à sua porta. Modo irreverentede referir-se a um clérigo que seopunha a ele. Se o Autor era as-sim, irritadiço, à época, deveriaagora fazer uma ressalva, mostran-do que reconhece o seu erro, a fimde que a atitude equivocada nãosirva de modelo. Entretanto, aolongo da obra, tem-se a impres-são que lhe causa um certo prazerem mostrar-se agressivo, contun-dente, ríspido, treze anos depois dedesencarnado...

Não faremos mais comentários.Apenas transcreveremos trechos daobra “Tormentos da Obsessão”, psi-cografada por Divaldo Franco, nasquais são postas em relevo atitudesdo Dr. Ignácio Ferreira, em relatonatural, mostrando-o como Espíri-to equilibrado, educado, gentil, pa-ciente. Deixamos a você, Espíritaconsciente, o trabalho de ler, com-parar, meditar e formar juízo para,no âmbito das suas atividades, to-mar posição relativamente a essasobras que tentam desacreditar a me-diunidade através de uma terrívelcaricatura do nobre Dr. Ignácio Fer-reira. (Leia a conclusão deste arti-go na pág. 13.)

Dr. Inácio Ferreira, que desencarnou em27/9/1988, aos 84 anos de idade

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O IMORTALPÁGINA 4 DEZEMBRO/2006

Recebemos de inúmeros confradescomentários sobre o artigo “O mundode regeneração infelizmente está lon-ge”, publicado neste espaço na ediçãode outubro último. Apresentamos emseguida parte desses relatos com o ob-jetivo de mostrar que o pensamento pornós exposto naquele artigo é apoiadopor muitas pessoas que respeitamospor seu trabalho e seus conhecimen-tos da doutrina que abraçamos:

1. “Vivemos a época da confusãoem nosso Movimento. Espero quevocê haja recebido o Reformador des-te outubro com uma mensagem ditadapelo Espírito Vianna de Carvalho, deque fui instrumento. Outras, igualmen-te mais graves, vêm sendo psicografa-das. Esta é uma hora de transição, ali-ás, muito grave, em todos os segmen-tos de nossa sociedade terrestre. O seuArtigo está excelente e correspondeperfeitamente aos ensinamentos que osBons Espíritos me têm transmitido.Quanto a geração você faz uma análi-se muito feliz. Se pensarmos, também,em geração de espíritos, o texto de Je-sus, no Sermão profético, Marcos XIII(Não passará esta geração...) não esta-ria referindo-se à geração espiritual alipresente (talvez, nós todos), ‘sem quetudo enunciado aconteceria’.” (Dival-do P. Franco – de Salvador.)

2. “Entendi que você (como eu nopassado recente) está vivendo um mo-

mento especial aí em Londrina e seuesforço para esclarecer as pessoas temum sentido! Bem ... então você pedeminha opinião sobre seu artigo? Poisaí vai ela: - Está bem escrito e bemfundamentado. - É oportuno e neces-sário.” (Sylvio Dionysio de Souza –de São Carlos-SP.)

3. “Li a matéria no Imortal sobreo advento do Mundo de Regeneraçãoe resolvi escrever para o meu site omesmo tema. Envio-lhe em primeiramão o texto (ainda não publiquei nosite) e se for do seu interesse esteja àvontade para divulgá-lo se aprovares.Gostei demais das suas argumenta-ções. Sensatas e oportuníssimas.”(Jorge Hessen – de Brasília-DF.)

4. “Astolfo, li seu artigo e con-cordo do início ao fim.” (José Antô-nio Vieira de Paula – de Cambé.)

5. “Gostei muito do seu artigo.Muito oportuno, principalmente noseu pronunciamento quanto à fixa-ção de datas. Será que os exemplosde Ramatis não serviram para nada?Segundo esse Espírito, tudo já esta-ria transformado, desde o ano 2000.Por outro lado, acho que o cálculoda Suely é um tanto pessimista quan-to ao tempo. Penso que não demora-rá tanto, para que apareçam sinaisdos tempos novos. Aguardemos. Cla-ro que não me refiro a esta encarna-ção, que para mim está chegando ao

seu termo.” (José Passini – de Juizde Fora-MG.)

6. “Li o seu artigo sobre a transiçãoda Terra de planeta de provas e expia-ções para mundo de regeneração. Con-cordo em gênero, número e grau comos seus argumentos. A transição está seprocessando, realmente, mas, comovocê bem colocou, de uma forma lentae gradual. Só a constatação que fanatis-mo religioso, racismo, destruição da na-tureza e guerras constituem uma reali-dade majoritária em nosso planeta já nosleva a identificar essa data como preci-pitada, para dizer o mínimo. Aliás, senão me falha a memória, me parece quena Codificação os Espíritos explicam aKardec que os Mentores espirituais nãocostumam fornecer datas de aconteci-mentos. Eles dão dados aproximadosem matéria de tempo, justamente paranão se comprometerem com decisões eacontecimentos que cabem a nós encar-nados. Isto ocorre porque todos os acon-tecimentos da vida dependem definiti-va e fundamentalmente do nosso livre-arbítrio.” (Leonardo Marmo – de SãoCarlos-SP.)

7. “Concordo em gênero, núme-ro e grau com sua posição. Kardecdizia que Espíritos que fazem previ-são com data certa são Espíritos limi-tados. Não acredito que Emmanueltenha afirmado isso.” (Ricardo Baessode Oliveira – de Juiz de Fora-MG.)

8. “Li com atenção seu artigo so-bre o advento do Mundo de Regene-ração. Muito consistente e oportuno.Em minhas discussões também co-loco que é muita coisa a ser acertadapela humanidade para esta mudançade estágio. A questão é que sempreirão aparecer os ‘profetas de ocasião’prevendo esta data. Foi uma luta,aqui em Leopoldina, pouco antes doano 2000, para explicar para a presi-dente do C.E. Amor ao Próximo queas ‘profecias’ de Ramatis para o fimdo mundo para aquele ano não ti-nham nenhuma base científica. Nãome deu muito crédito. Passado o ano2000, a qualquer referência, descon-versava.” (Antônio Carlos Torres Tei-xeira – de Leopoldina-MG.)

9. “Primeiramente fico surpreso aosaber que um palestrante vem tecendotais afirmações em palestra em nossa

De coração para coraçãoASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO - [email protected]

De Londrina

O que pensam os outros sobre o mundo de regeneração

O Espiritismo respondeJoão Antônio nos pergunta: –

Como o Espiritismo explica osmeninos prodígios?

Há pessoas, a exemplo do ma-temático francês Henri Poincaré,falecido em 1912, que acreditamna existência do talento congêni-to. “Matemáticos nascem; eles nãosão feitos”, asseverava Poincaré.

Sabemos, no entanto, que nadana vida se conquista de graça.Aprender uma disciplina e tornar-se nela um especialista respeitadoexigem dedicação, estudo e, sobre-tudo, muito tempo.

Diante disso, como explicar ostalentos precoces, os meninos pro-dígios? Teriam sido tais criaturascriadas assim, recebendo de Deusum privilégio que não é concedidoà maioria de suas criaturas?

A Doutrina Espírita é categó-rica quanto ao assunto. Não exis-tem privilégios na obra da criação.Os meninos e os jovens prodígiosnada mais são do que Espíritosreencarnados que conseguem

acessar com facilidade, por ummecanismo que não é facultado àmaioria das crianças e dos adoles-centes, as conquistas intelectuaisque fizeram em vidas passadas comesforço, dedicação e muito estudo.

Os meninos prodígios, longe derepresentarem exemplos de um pri-vilégio inadmissível por parte doCriador, são uma das provas maisevidentes da palingenesia, doutrinaensinada por Pitágoras, Sócrates,Platão, Jesus e revigorada, nos tem-pos modernos, pelo Espiritismo.Com efeito, a lei da reencarnaçãoou das vidas sucessivas constitui umdos princípios fundamentais daDoutrina Espírita, mostrando queDeus permite que façamos numaexistência o que deixamos de fazerou fizemos incorretamente numaexistência precedente.

É assim que, acumulando ex-periências sobre experiências, osindivíduos progridem e chegam àmeta a que todos nós estamos des-tinados, que é a perfeição.

O demonstrativo mesmo flexio-na-se normalmente e está corretamen-te usado em frases como estas: Eumesmo levarei o pacote. A professo-ra mesma presidirá à reunião. Elamesma fará o vestido. Nós mesmosestaremos presentes e faremos ashonras da casa. Deu-se com João amesma coisa. Ocorreu em Minas omesmo fato. O mesmo relato ouvi eu.

Nas três últimas frases acimatranscritas, ainda que o substantivoestivesse oculto, o emprego do vo-cábulo mesmo estaria correto.Exemplos: Deu-se com João o mes-

Pílulas gramaticaismo. Ocorreu em Minas o mesmo. Omesmo ouvi eu.

O vocábulo mesmo funcionatambém como advérbio, mas nestecaso não se flexiona, como mostramestes exemplos: Ela não quer mes-mo ir. Hoje mesmo irei lá. Mariaesteve mesmo em coma. Elas dese-jam mesmo voltar para casa.

*Existe, porém, um uso condená-

vel do demonstrativo mesmo e desuas variações: quando os coloca-mos em substituição do pronome oudo substantivo, como nos exemplos

seguintes, todos eles errôneos:Chamei-o insistentemente, mas o

mesmo não me atendeu. Vou à casade mamãe e falarei com a mesma so-bre o assunto. O casamento realizou-se ontem e compareceram ao mesmoduzentas pessoas. Devemos estudar alíngua pátria e todas as matérias quetiverem relação com a mesma. A em-presa Marroni Ltda. é constituída dossócios A e B, que se comprometem adedicar à mesma todas as energias.Recebi sua carta e entregarei a mes-ma ao diretor. A festa será domingo etodos poderão participar da mesma.

instituição, justamente para os grupospúblicos, que, tenho certeza, não pro-curam a nossa instituição em busca deinformações tais e sim estas pessoasprocuram o Nosso Lar em busca de umlenitivo para suas aflições, paraasserenar o coração. (...) Mais uma vezeu assino embaixo de suas declaraçõescomo sendo minhas.” (Carlos AlbertoSilva e Souza, presidente do CentroEspírita Nosso Lar – de Londrina.)

10. “Com relação ao artigo‘Mundo de Regeneração’ gostei mui-to. Concordo com você em que ascoisas vão demorar um pouco, em-bora já estejam acontecendo. Só nãosei se demoraria ainda mil anos,como coloca a Suely Caldas Schu-bert. Julgo que haja um pouco deexagero, mas certamente não pode-mos estabelecer datas.” (Célia Xavierde Camargo – de Rolândia.)

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O IMORTALDEZEMBRO/2006 PÁGINA 5

Clássicos do Espiritismo

A Alma é Imortal (Parte 11)ANGÉLICA REIS

[email protected] Londrina

Damos prosseguimento à pu-blicação do texto condensado daobra A Alma é Imortal, de GabrielDelanne, traduzida por GuillonRibeiro e publicada pela Editorada FEB. As páginas citadas refe-rem-se à 6a edição.

*145. O Sr. de Rochas observou

que, se se fizer que uma zona lumi-nosa, isto é, sensível, de um paci-ente exteriorizado atravesse umcopo d’ água, a água existente nocopo se iluminará rapidamente emtoda a sua massa, desprendendo-sedela, ao fim de algum tempo, umaespécie de fumaça luminosa. Ain-da mais: tomando-se desse copo etransportando-o a certa distância,ele observou que o paciente se con-servava sensível, ou seja, que seressentia de todos os toques feitosna água, embora àquela distânciajá não restassem vestígios de cama-das sensíveis. (Pág. 161)

146. De Rochas pesquisou de-pois sobre quais substâncias arma-zenam a sensibilidade, verifican-do serem quase sempre as mesmasque guardam os odores: os líqui-dos, os corpos viscosos, sobretu-do os de origem animal, como agelatina e a cera, o algodão, os te-cidos de malhas frouxas ou que sedesfiam, como os veludos de lã,etc. (Pág. 161)

147. Foi a partir dessas experi-ências que ele teve a intuição defotografar os sensitivos, primeira-mente despertos, depois adorme-cidos, sem estarem exteriorizados,e por fim adormecidos eexteriorizados. A primeira fotogra-fia ele a fez em 30-7-1892, utili-zando na experiência uma chapade bromo-gelatina e, como sensi-tiva, a Sra Lux. (Pág. 162)

148. Na terceira situação - es-tando a Sra Lux adormecida eexteriorizada - a chapa utilizada per-maneceu algum tempo em contactocom o corpo da sensitiva, dentro dochassis, antes de posta na máquina.Picando com um alfinete a primeirachapa, ela nada sentiu. Picando a se-gunda, sentiu um pouco. Na tercei-ra, a sensitiva sentiu vivamente etudo isso poucos instantes após aoperação. Repetindo a experiênciano dia 2 de agosto, de Rochas verifi-cou que a primeira chapa nada pro-duziu; a segunda produziu algumacoisa; mas a terceira chapa, emborajá revelada, continuava tão sensívelquanto no dia 30 de julho. Ao perfu-rar a chapa com dois golpes fortesna imagem de uma das mãos, a Sra

Lux fez logo uma contração e soltougritos de dor, embora estivesse a doismetros de distância e nada visse.(Pág. 162)

A clarividente Adèle Maginotpodia ver um indivíduo situado

em um outro país

149. Comentando o assunto,Delanne atesta que as experiênci-as do Sr. de Rochas foramverificadas também pelo Dr. Luyse pelo Dr. Paul Joire, tendo esteconcluído que a exteriorização dasensibilidade é um fenômeno real,de forma nenhuma dependente desugestão, conforme fora insinuadopelo Dr. Mavroukakis. (Pág. 163)

150. Na seqüência, Delannetranscreve um caso em que a clari-vidente Adèle Maginot, ao ver cer-ta pessoa que se encontrava distan-te num país muito quente, sentiuno próprio rosto o efeito produzi-do pelo sol, um fato de repercus-são sobre o corpo da ação exercidasobre o perispírito que, segundoDelanne, já fora observado inúme-ras vezes. (Págs. 163 e 164)

151. O Sr. Aksakof, em experi-

ência realizada com Kate Fox, ob-servou certa vez que, enfulijada amão fluídica da médium, a fuligemfoi transportada para os seus dedosmateriais, que estavam imobiliza-dos pelo pesquisador. (Pág. 165)

152. No seu tratado de MagiaPrática, Papus refere o caso de umoficial russo que, presa de obses-são por uma individualidade encar-nada, lançou-se de espada em pu-nho sobre a aparição e lhe fendeua cabeça. O ferimento feito noperispírito se reproduziu na mulhercausadora do fenômeno, que, de-vido a isso, acabou morrendo.(Pág. 165)

153. Dassier cita muitos casossemelhantes extraídos dos arquivosjudiciários da Inglaterra. O casoJoana Brooks é um deles. Quandoalguém disse que estava vendo oEspírito de Joana, então desdobra-da, um dos presentes saltou e deuum golpe de punhal no lugar indi-cado. O vidente disse que a mu-lher ficara ferida na mão. Indo nodia seguinte à casa da feiticeira,eles verificaram que ela estava re-almente ferida. (Pág. 165)

154. Delanne relata, em segui-da, uma série de evidências da exis-tência do perispírito a partir dosefeitos que se produzem em certospacientes hipnotizados, quando seaproximam de seu corpo determi-nadas substâncias. (Pág. 166)

A fotografia transcendentalcomprovou a existência dos

Espíritos e a vidência

155. Conservada a uma distân-cia de dez a quinze centímetros deum paciente adormecido, a cuba deum termômetro lhe produzia dormuito viva, convulsões e uma con-tração do braço. Um cristal de iodetode potássio determinava espirros. Oópio o fez dormir. (Pág. 166)

156. Outras substâncias foram

Do livro Palavras de Luz, de Divaldo P. Franco e Espíritos Di-versos.

Divaldo responde- Como deve proceder a pes-

soa que, embora tendo sido pre-parada para evangelizar, não sesente segura para o trabalho?

Divaldo: Todos nós somosinseguros daquilo que fazemos,exceto as pessoas presunçosas. Ainsegurança é um fenômeno na-tural, porque estamos sempreaprendendo, defrontando experi-ências novas. É compreensívelque aquele que se inicia numaatividade encontre muitos confli-tos na área que o desafia.

A segurança virá como resul-tado normal da experiência, queirá adquirir com o tempo. O co-

nhecimento teórico não equipauma pessoa com a segurança quea faça enfrentar as dificuldadesnaturais que lhe são desafio, coma mesma experiência daquele queopera todos os dias. A melhormaneira de o fazer, é começar.Começa-se inseguro e, lentamen-te, vai-se adquirindo confiança,que é resultado das experiênciaque se tornaram exitosas. Sem aexperiência pessoal ninguém temsegurança de como fazer, porquenão se transmitem experiências.Transmitem-se informações, queaplicadas nos levam à vivênciadessas mesmas informações.

usadas e cada uma produziu efeitode acordo com a sua natureza,como se o paciente a houvesse in-troduzido em seu organismo. Taisfatos são, sem dúvida, singulares,mas não é difícil explicá-los depoisque a exteriorização do perispíritoe do fluido nervoso se tornou fe-nômeno demonstrado, como vimosno caso da água que acumulara asensibilidade e depois transmitirasensações ao corpo físico do sen-sitivo. (Pág. 167)

157. Uma circunstância dignade registro é que, nas experiênciasprecedentes, as substâncias esta-vam encerradas em frascos fecha-dos a esmeril ou selados a fogo. Ofluido perispirítico, porém, pene-tra todos os corpos, o mesmo fa-zendo o fluido nervoso em grandenúmero deles. (Pág. 168)

158. Um dos fenômenos que demodo autêntico demonstram aexistência da alma durante a vidaé a fotografia do duplo, durante asua saída temporária do corpo. Ora,se a alma humana é capaz de im-

pressionar uma chapa fotográficapor ocasião de seu desprendimen-to, a mesma faculdade há de elater após a morte, como depois secomprovou. (Pág. 169)

159. Há um meio muito sim-ples de verificar se a figura retra-tada é a de um Espírito desencar-nado: basta verificar se os mem-bros de sua família reconhecem apessoa que se apresenta na chapa.Alfred Russel Wallace trata do as-sunto em seu livro “Os Milagrese o Moderno Espiritualismo”, emque relata, entre muitos outros fa-tos, a experiência em que o Espí-rito de sua própria mãe foi foto-grafado. (Págs. 170 e 171)

160. Essas experiências - infor-ma Delanne - só puderam realizar-se com muito trabalho e perseve-rança, mas os êxitos alcançadosvaleram bem a pena que custaram,porque demonstraram de modoindubitável: 1o, a existência objeti-va dos Espíritos; 2o, a faculdade davidência mediúnica. (Pág. 173)(Continua no próximo número.)

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O IMORTALPÁGINA 6 DEZEMBRO/2006

COMEMORANDOO NATAL

Em uma das salas de um velhocasarão existiam vários instrumen-tos musicais. Habitada por famíliacujos integrantes amavam a arte damúsica, por várias gerações, ali sereuniam um belo piano, um violi-no, um violão, um violoncelo euma flauta.

Sempre que havia festa no ca-sarão, eles eram chamados a tocar,contribuindo para a alegria e o en-tretenimento dos convidados, pe-las mãos dos membros da família,encantando a todos.

Com imenso prazer eram espa-nados, lustrados e conduzidos àpresença de pessoas elegantes erefinadas. Ao final da apresenta-ção, os aplausos de todos enchiamos instrumentos de orgulho e sa-

tisfação.Nos dias seguintes, o Piano, o

Violino, o Violão, o Violoncelo ea Flauta não falavam de outra coi-sa. Lembravam as músicas, a con-tribuição de cada um, exaltando opróprio desempenho.

Afirmava o grande Piano, como peito inflado de orgulho:

— Ah! Que grande noite, gra-ças à minha eficiência.

Retrucava o Violino do seucanto, com uma careta:

— Engana-se, senhor Piano.Foi graças à delicadeza do meusom que as pessoas se emociona-ram.

— Pois sim! O meu som é in-confundível e valoriza a execuçãoda melodia — resmungou o Vio-loncelo.

O Violão, do seu pedestal, con-siderou pomposo:

— Não se enganem. A verdadeé que o meu trecho de solo encan-tou a todos!

Assim conversavam, enalte-cendo os próprios dotes, enquantoa Flauta se encolhia, tímida, dian-te de seus companheiros.

O Piano, arrogante e soberbo,do alto da sua grandeza, olhou paraa Flauta e perguntou:

— E você, Flauta, não diznada?

A pequena flauta, humilde, quese sentia pequena e frágil, suspi-rou, falando com sua voz doce eafinada:

— Ah! O que posso dizer? Re-conheço que não posso competircom os senhores.

Os outros instrumentos troca-ram um olhar de entendimento esorriram, concordando com ela.

E assim os dias se passaram.O ano estava quase no final, e

as festas de aproximavam.Na véspera do Natal, progra-

mava-se uma grande festa no ca-sarão e os instrumentos já se pre-paravam para mais uma apresen-tação.

Os criados cuidavam dos pre-parativos. Enfeites, luzes, e uma

bela árvore de Natal foi montadana grande sala.

O ambiente natalino tomouconta de todos. Haveria uma repre-sentação da chegada de Jesus aomundo, com a participação dosmembros da família.

Para isso, montou-se um cená-rio, perto da grande árvore: umaestrebaria, com vários animais:ovelha, boi, vaca, cavalo e um ju-mento. Um rapaz e uma jovem fa-riam o papel de Maria e José, paisde Jesus.

Estava tudo preparado, quandoalguém perguntou:

— Papai, e a música? Esque-cemos da música!

Os instrumentos aguardavamcom intensa expectativa. Quem to-caria? Seria o Piano? Ou o Violi-

Olá, Amiguinhos!Estamos nos aproximando do

Natal, a festa mais bela do ano.As aulas estão terminando e

as férias já se anunciam trazendoalegria e descontração para todos.

Nós, do Jornal “O Imortal”,desejamos que todos vocês, nos-sos queridos leitores, tenham sidoaprovados. Os que não consegui-ram, terão um novo ano para es-tudar novamente as mesmas li-ções e tentar aprender.

Agora, vamos relaxar um pou-co, descansar, que ninguém é deferro. O ano não foi brincadeira.

Aproveite para colocar emordem suas coisas. Separe oque deve ir para o lixo, daqui-lo que ainda for útil. Lembre-se, o que não servir para você,poderá ser importante para ou-tras crianças.

Aproveite essa época parabrincar, correr, ler, passear com osamigos, ir ao cinema, se divertir.

Procure usar uma parte dashoras para ajudar a mamãe. Sem-pre há muito serviço a fazer e, secolaborar, ela terá mais tempopara dedicar a você, levando-opara onde desejar.

Lembre-se, contudo, que noNatal comemora-se o aniversáriode Jesus, data em que devemos

nos lembrar do Mestre. Por isso,não pense apenas em ganhar pre-sentes. Procure se recordar da-queles que nada têm.

Olhe à sua volta e observe.Às vezes, é o filho da lava-

deira que gostaria tanto de teraquele brinquedo que você nãousa. Dê uma roupa, aquela quenão lhe serve mais, ao meninoque passa no portão pedindo umprato de comida e que está todorasgado; ele ficará muito conten-te. Para muitos, o calçado quevocê não usa, o livro que já leu,o brinquedo velho, os doces, ba-las e pirulitos que você ganha emquantidade, representam umagrande alegria.

Tudo isso, porém, deve serrepassado com respeito e cari-nho.

Nossas ações só terão realvalor se acompanhadas do nossosentimento. Doe seu coração, dis-tribuindo sorrisos, palavras gen-tis e sua amizade.

Tenha certeza de que Jesusficará muito feliz com você e ocobrirá de bênçãos.

Feliz Natal para você e todaa sua família!

São os nossos votos

Tia Célia

FELIZ NATAL!

no?O chefe da família parou o que

estava fazendo, pensou um pouco,e decidiu:

— Desejo que a música sejaleve, suave e delicada como essemomento tão importante para a hu-manidade que vai representadoaqui, nesta noite. Para homenage-ar Jesus, creio que o fundo musi-cal deve ser feito pela nossa queri-da Flauta Doce, tocada por meuneto Tiago. A humildade da flautaestá mais de acordo com o momen-to e com as lições evangélicas.

Assim, no momento da festa,

os sons delicados da Flauta, tocadapor uma criança, fazendo o fundosonoro do teatro que lembrava nas-cimento de Jesus, emocionaram ospresentes, embalando os coraçõese elevando os pensamentos de to-dos até o Divino Aniversariante,recordando sua passagem pela Ter-ra e enviando-lhe vibrações ternase amoráveis de gratidão imorre-doura.

Quando terminou, todos seabraçaram, repetindo:

— FELIZ NATAL!

TIA CÉLIA

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O IMORTALDEZEMBRO/2006 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

mandato. O presidente Getúlio Vargas,que era grande admirador do talento deHumberto de Campos, procurou mino-rar as dificuldades do autor de Poeira,dando-lhe os lugares de inspetor de en-sino e de diretor da Casa de Rui Barbo-sa. Em 1933 publicou o livro que se tor-nou o mais célebre de sua obra, Memó-rias, crônica dos começos de sua vida.O seu Diário secreto, de publicação pós-tuma, provocou grande escândalo pelairreverência e malícia em relação a con-temporâneos. Autodidata, grande ledor,acumulou vasta erudição, que usava nascrônicas. Poeta neoparnasiano, fez par-te do grupo da fase de transição anteriora 1922. “Poeira” é um dos últimos li-vros da escola parnasiana no Brasil. Feztambém crítica literária de naturezaimpressionista. É uma crítica de afirma-ções pessoais, que não se fundamentamem critérios e, por isso, não podem serendossadas nem verificadas. Na crôni-ca, seu recurso mais corrente era tomarconhecidas narrativas e dar-lhes umaforma nova, fazendo comentários e di-gressões sobre o assunto, citando ane-dotas e tecendo comparações com ou-tras obras. No fundo ou na essência, erauma crítica superficial, que não resisteà análise nem ao tempo.

Quando adoeceu, modificou com-pletamente o estilo. Sepultou o Con-selheiro XX, e das cinzas, qual fênixluminosa, nasceu outro Humberto,cheio de piedade, compreensão e en-tendimento para com as fraquezas esofrimentos do seu semelhante. A almasofredora do País buscou avidamenteHumberto de Campos e dele recebeuconsolação e esperança. Eram cartasde dor e desespero que chegavam àssuas mãos, pedindo socorro e auxílio.E ele, tocado nas fibras mais sensíveisdo coração, a todas respondia, em crô-nicas, pelos jornais, atingindo milha-res de leitores em circunstâncias idên-ticas de provações e lágrimas. Fez-seamado por todo o Brasil, especialmen-te na Bahia e São Paulo. Seus padeci-mentos, contudo, aumentavam dia-a-dia. Parcialmente cego e submetendo-se a várias cirurgias, morando em pen-são, sem o calor da família, sua vida

Humberto de Campos

Jornalista, político, crítico, cro-nista, contista, poeta, biógrafo ememorialista, nasceu em Miritiba,hoje Humberto de Campos, MA, em25 de outubro de 1886, e faleceu noRio de Janeiro, em 5 de dezembro de1934. Foram seus pais Joaquim Go-mes de Faria Veras, pequeno comer-ciante, e Ana de Campos Veras. Per-dendo o pai aos seis anos, sua infân-cia foi marcada pela miséria. Em suas“Memórias”, ele conta alguns episó-dios que lhe deixaram sulcos profun-dos na alma. Humberto de Camposdeixou a cidade natal e foi levado paraSão Luís. Dali, aos 17 anos, passou aresidir no Pará, onde conseguiu umlugar de colaborador e redator na Fo-lha do Norte e, pouco depois, na Pro-víncia do Pará. Em 1910 publicou seuprimeiro livro, a coletânea de versosintitulada Poeira, primeira série. Em1912 transferiu-se para o Rio. Entroupara O Imparcial, na fase em que alitrabalhava um grupo de escritoresilustres, como redatores ou colabora-dores, entre os quais Goulart deAndrade, Rui Barbosa, José Veríssi-mo, e outros. Humberto de Camposingressou no movimento civilista.Logo depois o jornalista militante deulugar ao intelectual. Adotando o pseu-dônimo de Conselheiro XX, escreveuuma crônica chistosa a respeito da fi-gura eminente da época – Medeirose Albuquerque –, que se tornou as-sim motivo de riso, da zombaria e dachacota dos cariocas por vários dias.O Conselheiro, feriu fundo o orgu-lho e a vaidade de Medeiros, colo-cando na boca do povo os argumen-tos que todos desejavam assacar con-tra Albuquerque. O sucesso foi total.Tendo feito, por experiência, aquelacrônica, de um momento para outrose viu na contingência de manter oestilo e escrever mais, pois seus lei-tores se multiplicaram, chovendo car-tas às redações dos jornais, solicitan-do novas matérias do ConselheiroXX.

Eleito em 30 de outubro de 1919para a cadeira n. 20, sucedendo aEmílio de Menezes, foi recebido, em8 de maio do ano seguinte, pelo aca-dêmico Luís Murat. Em 1920, já aca-dêmico, foi eleito deputado federalpelo Maranhão. A revolução de 1930dissolveu o Congresso e ele perdeu seu

era, em si mesma, um quadro de dor esofrimento. Não desesperava, porém,e continuava escrevendo para conso-lo de muitos corações.

A 5 de dezembro de 1934, desen-carnou. Partiu levando da Terra amar-gas decepções. Jamais o Maranhão,sua terra natal, o aceitou. Seus con-terrâneos chegaram mesmo a hostili-zá-lo. Três meses apenas de desencar-nado, retornou do Além, através dojovem médium Chico Xavier, estecom 24 anos de idade somente, e co-meçou a escrever, sacudindo o País in-teiro com suas crônicas de além-túmulo. O fato abalou a opinião pú-blica. Os jornais do Rio de Janeiro eoutros estados estamparam suas men-sagens, despertando a atenção de todagente. Os jornaleiros gritavam: “Ex-tra, extra! Mensagens de Humberto deCampos, depois de morto!” E o povo

lia com sofreguidão... Agripino Griecoe outros críticos literários famososexaminaram atenciosamente a produ-ção de Humberto, agora no Além. Eatestaram a autenticidade do estilo.“Só podia ser Humberto de Campos!”- afirmaram eles. Começou então umafase nova para o Espiritismo no Bra-sil. Chico Xavier e a Federação Espí-rita Brasileira ganharam notoriedade.Vários livros foram publicados. Acon-teceu, porém, o inesperado. Os fami-liares de Humberto moveram umaação judicial contra a FEB, exigindoos direitos autorais do morto! Tal foia celeuma, que o histórico de tudo istoestá hoje registrado num livro cujo tí-tulo é “A Psicografia ante os Tribu-nais”, escrito por Dr. Miguel Timponi.A Federação ganhou a causa. Humber-to, constrangido, ausentou-se por lar-go período e, quando retornou a es-

crever, usou o pseudônimo de IrmãoX.

Nas duas fases do Além, grafou12 obras pelo médium Chico Xavier.“Crônicas de Além-Túmulo”, “Bra-sil, Coração do Mundo, Pátria doEvangelho”, “Boa Nova”, “NovasMensagens”, “Luz Acima”, “Contose Apólogos” e outros foram livrosque escreveu para deleite de muitasalmas. Nas primeiras mensagens te-mos um Humberto bem humano,com características próprias do in-telectual do mundo. Logo depois, elese vai espiritualizando, sutilizandoas idéias e expressões, tornando-seentão o escritor espiritual prediletode milhares. Os que lerem suas obrasde antes, e de depois, de morto, po-derão constatar a realidade do fenô-meno espírita e a autenticidade damediunidade de Chico Xavier.

Crônica do Natal

Desde a ascensão de Herodes, oGrande, que se fizera rei com o apoiodos romanos, não se falava na Pales-tina senão no Salvador que viria, en-fim... Mais forte que Moisés, maissábio que Salomão, mais suave queDavid, chegaria em suntuoso carro detriunfo para estender sobre a Terra asleis do Povo Escolhido. Por isso, ju-deus prestigiosos, descendentes dasdoze tribos, preparavam-lheoferendas em várias nações do mun-do. Velhas profecias eram lidas e co-mentadas, na Fenícia e na Síria, naEtiópia e no Egito. Dos Confins doMar Morto às terras de Abilena, tu-multuavam notícias da suspirada re-forma... E mãos hábeis preparavamcom devotamento e carinho o adven-to do Redentor. Castiçais de ouro eprata eram burilados em Cesaréia, ta-petes primorosos eram tecidos emDamasco, vasos finos eram importa-dos de Roma, perfumes raros eramtrazidos de remotos rincões da

Ali, na estrebaria singela, estãoEle e o povo...

E o povo com Ele inicia umanova era...

É por isso que o Natal é a festada bondade vitoriosa. Lembrando orei Divino que desceu da Glória àManjedoura, reparte com teu irmãotua alegria e tua esperança, teu pãoe tua veste. Recorda que Ele, em suadivina magnificência, elegeu porprimeiros amigos e benfeitores aque-les que do mundo nada possuíampara dar, além da pobreza ignoradae singela. Não importa sejas, porenquanto, terno e generoso para como próximo somente um dia. Pouco apouco, aprenderás que o espírito doNatal deve reinar conosco em todasas horas de nossa vida.

Então, serás o irmão abnegado efiel de todos, porque, em cada ma-nhã, ouvirás uma voz do Céu a sus-surrar-te, sutil:

- Jesus nasceu! Jesus nasceu!...E o Mestre do Amor terá real-

mente nascido em teu coração paraviver contigo eternamente.

Pérsia... Negociantes habituados à co-biça cediam verdadeiras fortunas aoTemplo de Jerusalém, após ouvirem aspredições dos sacerdotes, e filhos tos-tados do deserto vinham de longe tra-zer ao santuário da raça a contribuiçãoespontânea com que desejavam formarnas homenagens ao Celeste Renovador.Tudo era febre de expectação e ansie-dade. Palácios eram reconstruídos, po-mares e vinhas surgiam cuidadosamen-te podados, touros e carneiros, cabrase pombos eram tratados com esmeropara o regozijo esperado.

Entretanto, o Emissário Divinodesce ao mundo na sombra espessa danoite.

Das torres e dos montes, hebreusinteligentes recolhem a grata notícia...Uma estrela rutila no firmamento. Oenviado, porém, elege pequena man-jedoura para seu berço de luz. E por-que as vozes do Céu se fazem ouvir,cristalinas e jubilosas, cantam elestambém...

- “Glória a Deus nas alturas, pazna Terra, boa vontade para com oshomens!...”

Irmão X (Médium: FranciscoCândido Xavier)

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NUBOR ORLANDO [email protected]

De Campinas

A Estrutura do Pensamento

A construção do “pensamen-to” tem início na repetição deprocessos químicos de atração erepulsão que os primeiros seresvivos aprenderam para se ali-mentar e fugir da hostilidade doambiente. Nessa longa caminha-da, o pensamento passou a ser oinstrumento sutil dos desejos eda vontade do “princípio inteli-gente”, que evoluía exteriorizan-do matéria mental para atuar nasformações da matéria física, ob-tendo, por esse caminho, as sa-tisfações que procurava. Acertose erros vão se combinando paracriar intenções desejos, vonta-des, motivações e memórias.

A matéria mentalA “matéria mental” é criação

da “energia” que se exteriorizado Espírito. Mobilizando o “flui-do cósmico” ela se difunde porum fluxo de partículas e ondas,como qualquer outra forma depropagação de energia do Uni-verso.

A qualidade da onda mentalElaborando pensamentos,

cada um de nós cria em torno desi um “campo de vibrações”. Im-pulsionados pela vontade, proje-tamos uma onda mental que nosé própria, capaz de nos caracte-rizar individualmente. Nossoconteúdo mental constrói umcenário que nos identifica. E nin-guém pode fugir das imagensque reflete.

Obedecendo às mesmas leisda energia das partículas domundo físico, as ondas e partí-

culas da “matéria mental”, emgraus de excitações variados, seexpressam em freqüência e coresparticulares dependendo da inten-sidade e qualidade do pensamen-to emitido, ou seja, do conteúdoda vibração mental emitida.

Observando as manifestaçõesda física dos átomos, sabemos queas ondas do calor, da luz e dos rai-os gama, são todas expressõesvibratórias de uma mesma ener-gia.

Quando agitamos os átomos(incluindo o núcleo e seus elétronscircundantes) de uma barra de fer-ro com uma fonte de energia pro-duzimos calor de uma extremida-de à outra dessa barra. Por outrolado, a excitação apenas dos elé-trons num filamento metálico per-mitirá a transmissão da luz, e avibração dos núcleos atômicos dedeterminados materiais produzi-rá emissão de raios gama.

Tanto quanto na matéria físi-ca, o pensamento, também, pro-duz ondas de comprimento e fre-qüência variadas, correspondentesao impulso da vontade ou ao es-forço do objetivo desejado envol-vendo átomos, elétrons ou núcle-os da “matéria mental”.

A onda mental em três níveisAprendemos com Einstein que

a matéria é expressão de energiaem diferentes condições de vibra-ção e velocidade. A energia men-tal também se manifesta confor-me as variações da correnteondulatória, na criação dos cor-púsculos da matéria mental. As-sim, também, podemos identificaras mesmas leis que regulam amecânica quântica, na transmis-são de energia entre as partículasmentais.

Quando vibramos os átomosda matéria mental, corresponden-do à formação de calor na maté-ria física, vamos gerar ondas decomprimento longo que, na men-te se estabelecem com o propósi-to de manutenção de nossa indi-vidualidade ou de sustentar a no-ção do Eu. Essas ondas longasprestam-se, também, para mantera integração da nossa unidade cor-poral, interligando o universo detrilhões de células que compõemo nosso corpo físico.

Quando ocorrem as vibraçõesdos elétrons da matéria mental, ir-radiam-se luzes de tonalidades di-ferentes conforme a energia atin-ja os elétrons da superfície ou dasproximidades do núcleo do átomomental. Esse tipo de agitaçãoondulatória corresponde à emis-são de pensamentos que vão, des-de uma atenção momentânea vol-tada rapidamente a um certo ob-jeto, até a uma reflexão ou a umaconcentração profunda tentandoresolver questões complexas quenos preocupam.

Por fim, já vimos que a exci-tação dos núcleos atômicos geraos raios gama e, no campo damente, a correspondente vibraçãodos núcleos dos átomos mentaisgera ondas ultracurtas emitidascom imenso poder de penetraçãode suas partículas. Essas vibra-ções estão ligadas a expressões desentimentos altruísticos profun-dos, de apelos cruciantes ou deatitudes de meditação ou concen-tração muito intensas.

A Indução MentalIndução, em termos eletrôni-

cos, consiste na transmissão deuma corrente eletromagnética en-tre dois corpos sem que haja

contacto entre eles. Este fenôme-no ocorre por conjugação de on-das através de um fluxo de ener-gia que é transmitido de um cor-po a outro. No campo mentalocorre processo idêntico.

Podemos produzir uma corren-te de ondas mentais suscetíveis dereproduzirem suas próprias carac-terísticas sobre uma outra corren-te mental, quando essa passa a sin-tonizar conosco.

Expressando qualquer pensa-mento em que acreditamos, esta-mos induzindo os outros a pensa-rem como nós. A assimilação eaceitação que os outros fazem denossas idéias passa a ser questãode pura sintonia.

Por outro lado, ao abraçarmosuma idéia que nos seduz, absor-vemos e passamos a refletir todasas correntes mentais que se asse-melham a essa idéia, comungan-do os mesmos propósitos que elasirradiam. Querendo ou não, esta-mos sintonizando e nos compro-metendo com todos que pensamcomo nós.

Portanto, nossas idéias e con-vicções nos ligam, compulsoria-mente, a todas as mentes que pen-sam como nós e, quanto maiornossa insistência em sustentaruma determinada idéia ou umaopinião, mais nos fixamos às cor-rentes mentais das pessoas que sesentem como nós e que esposamas mesmas opiniões.

Imagens da criação MentalO espírito é a fonte geradora

de todas as expressões da vida, etoda espécie de vida se orienta ouse modifica pelo impulso mental.

Sempre que pensamos, esta-mos expressando uma vontadecorrespondente ao campo íntimo

PÁGINA 8 PÁGINA 9O IMORTAL DEZEMBRO/2006DEZEMBRO/2006

de nossas idéias.Criando idéias,estaremos emi-tindo uma deter-minada expres-são da energiamental, que sec o r p o r i f i c a r áconforme o pen-samento emitidocompondo ondas e corpúsculos,que se estruturam conforme o con-teúdo desejado, a intensidade davibração emitida e o propósito dopensamento projetado.

Na expressão de qualquer pen-samento, o comprimento da ondaemitida varia com a intensidadeda concentração nos objetivos de-sejados e a natureza das idéiasemitidas. Com as idéias criamosem torno de nós um campo de vi-brações mentais que identificam,pelo seu próprio conteúdo, as nos-sas mais íntimas condições psíqui-cas.

Nessa “atmosfera ideatória”que nos cerca, os corpúsculos damatéria mental que compõem nos-sos pensamentos modelam “ima-gens” correspondentes às idéiasque mentalmente projetamos.

Psiquicamente, na medida emque expressamos mentalmenteuma vontade, um desejo, umaidéia, uma opinião, um objetivoqualquer, assumimos o papel de“carregadores ambulantes”. Asvontades adquirem formas, os de-sejos constroem moldes, as idéi-as adquirem vida, os objetivos eopiniões se exteriorizam em ce-nas que se materializam em tornode nós revelando concretamenteos nossos pensamentos.

Nossa mente projeta para forade nós as “formas”, as “figuras” eos “personagens” de todos os nos-

sos desejos, in-clusive com todoo conteúdo dinâ-mico do cenárioelaborado. Irra-diamos um filmevivo com o enre-do de tudo quepensamos. Preci-samos nos dar

conta de que, com essa constela-ção de “adornos mentais”, atraí-mos ou repelimos as mentes en-carnadas e desencarnadas queconosco assimilam ou desapro-vam nosso modo de pensar.

Perturbações do Fluxo MentalA criação da matéria mental se

origina às custas do estímulo“ideatório” do Espírito, que é afonte da energia vital para o cére-bro. O Fluido Cósmico fornece oelemento “material” para essasconstruções.

Os corpúsculos mentais, sob oimpulso do Espírito são exterio-rizados em movimentos de agita-ção constante, produzindo corren-tes de formas ideatórias cujas“imagens mentais” se expressamna aura da personalidade que oscria. Cada um de nós se acompa-nha de uma “psicosfera” particu-lar que corresponde a uma assi-natura espiritual.

Nesses “vórtices” de energiaem que cada individualidade seexprime nas correntes de matériamental, também se cria, pela vi-bração de átomos excitados, umfluxo energético com conseqüen-te “resíduo” eletromagnético, quese expressa na construção da aurade cada um de nós. A capacidadecriativa da mente alimenta de for-ma permanente essa corrente emconstante agitação.

O fluxo resultante do proces-so ideatório, bem como o seu re-síduo, pode apresentar perturba-ções semelhantes aos defeitos queconhecemos na circulação da cor-rente elétrica, comum a qualqueraparelho doméstico.

Empobrecimento da auraEm certas circunstâncias,

pode ocorrer a ausência de cor-rente eletromagnética residual,fenômeno observado no cérebrode pessoas profundamente oci-osas e naquelas presas a umaúnica idéia de característicasperturbadoras, cultivando mágo-as ou vinganças. Os circuitosmentais permanecem bloquea-dos por longo tempo, impedin-do a circulação adequada do flu-xo mental, em razão de idéiasfixas ou obsessivas e da ociosi-dade patológica.

As lesões orgânicas cerebraisperturbam, naturalmente, as expres-sões do pensamento, já que o cére-bro é o veículo para a manifestaçãofísica da mente, afetando profunda-mente a dinâmica da aura.

As expressões do“campo mental”

Nossa atividade mental atra-vés do discernimento e do racio-cínio nos dá a prerrogativa de nósmesmos escolhermos nossos ob-jetivos.

Projetando nossas idéias, pro-duzimos os pensamentos, exteri-orizando em torno de nós irradia-ções eletromagnéticas com podermais ou menos intenso, conformeo comprimento das ondas mental-mente emitidas.

Essa corrente de partículasmentais nascidas de emoções, de-sejos, opiniões e vontades, cons-

troem em torno de nós, cenas emforma de quadros vivos que sãopercebidos como flashes ou ima-gens seriadas, cenas contínuas ourepetitivas, com toda dinâmica daidéia projetada e que nos colocamem sintonia com as mentes queharmonizam em sintonia com ospensamentos que exteriorizamos.

Já vimos, também, que somossuscetíveis de induzir “pensamen-tos/imagens” nos outros, assimcomo recebemos “idéias/suges-tões” que se corporificam em for-mas vivificadas dentro de nossapsicosfera.

A simples leitura de uma pá-gina de jornal, uma conversaçãorotineira, a contemplação de umquadro, uma visita a familiares, ointeresse por um espetáculo artís-tico ou programa de televisão, umsimples conselho, são todos“agentes de indução” que noscompromete psiquicamente comtodas as mentes sintonizadas nosmesmos assuntos.

Pensar ou conversar constan-temente significa projetar nos ou-tros e atrair para nós as mesmasimagens que criamos, suportando

Fac-símile da capa de “Mecanismos daMediunidade”, que inspirou a matéria ao lado

em nós mesmos as conseqüênci-as dessa influência recíproca.

Persistir em idéias fixas queinsistimos em não abandonar,adotar comportamentos obsessi-vos, conviver com tensões emo-cionais deliberadamente violen-tas, nos escraviza a um ambientepsiquicamente infeliz, com ima-gens que nós forjamos e que nosmantêm num circuito de reflexoscondicionais viciosos e potenci-almente destruidores.

Construímos com o conteúdodos nossos pensamentos o campomental que nos cerca e vivemospsiquicamente dentro dele, obede-cendo a leis fundamentais relaci-onadas com a estruturação dessecampo.

As Leis do campo mentalPrimeira Lei

Precisamos insistir que o cam-po mental é resultado de emissãode idéias que nós mesmos cria-mos, com nossa participação ex-clusiva e, portanto, com nossa to-tal responsabilidade. Somos osúnicos responsáveis pelo campomental que optamos construir.

Segunda LeiDiz respeito a assimilação, a

aceitação e a sintonia mental.Estabelece que nós estamos liga-dos, por escolha nossa, unicamen-te às mentes com quem nós nosafeiçoamos.

Portanto, além da sintonia, énecessário haver, sempre, aceita-ção das idéias, para que assimi-lemos as interferências boas oumás que recebemos de outrasmentes, tanto encarnadas comodesencarnadas.

A lei da assimilação mereceatenção especial por uma particu-laridade da maior importância e

Nubor Facure em seu escritório de Campinas

que precisamos destacar. Sempreque uma idéia nos incomoda, nosmartiriza ou nos revolta, ela sóestará persistindo em nós, pelaaceitação que fazemos, consci-entemente ou não, de seu con-teúdo e pelas ligações mentaisque mantemos com o seu emis-sor. Esse paradoxo é muito co-mum no pensamento freudiano.Rejeição e ódio explicam muitodos nossos desejos inaparentes.

Terceira leiRefere-se ao processo de es-

tudar e o aprender que nos pos-sibilita desenvolvermos o discer-nimento e o raciocínio. Cada deum de nós só assimilará idéi-as, sugestões ou informaçõesinéditas ou inovadoras, queconstroem nosso aprendizado,se já desenvolvemos o nível decompreensão necessária aoavanço desses pontos de vista.

Um bom exemplo para essalei são as três revelações –Moisés, Jesus e o Espírito Ver-dade - cada uma à seu tempo pre-cisou aguardar o momento deamadurecimento adequado paraque pudesse ser aceita e compre-endida.

As três leis do campo men-tal merecem um estudo cuida-doso para nos orientar na esco-lha dos amigos, do ambienteque freqüentamos, das notíciasque comentamos, da informa-ção que buscamos, da educaçãodos filhos, e principalmente dabusca do nosso crescimento es-piritual.

(Estudo baseado na obra deAndré Luiz, “Mecanismos daMediunidade”, psicografada porFrancisco Cândido Xavier eWaldo Vieira, Ed. FEB.)

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O IMORTALPÁGINA 10 DEZEMBRO/2006

Sobre a evolução das religiões, ou como Kardec chegou ao Espiritismo(11ª Parte)

AIGLON [email protected]

De Londrina

Orígenes – Quando comecei afazer a pesquisa para escrever sobreOrígenes, pensei que em um artigopoderia resumir a história desse fi-lósofo, estudioso e pensador cristãodo segundo século. Descobri, porém,que a complexidade dessa grandepersonagem dos primórdios do Cris-tianismo exigia um aprofundamentodo estudo de sua doutrina; por issodevo me estender um pouco mais noestudo e explanação de suas idéias,e de como elas moldaram a parte sãque restou das inúmeras correntescristãs da primeira hora.

A maior autoridade sobre os de-talhes da vida de Orígenes é Eusébio,que colecionou acima de 100 cartasde Orígenes. Estas, junto com docu-mentos oficiais e informação dessesamigos familiarizados com ele, for-mam a base da sua narrativa. O perí-odo mais crítico da vida de Oríge-nes, a sua saída de Alexandria, foiescrito com a ajuda de Pânfilo emsua Apologia. Essa parte, infelizmen-te, não foi preservada.

Os próprios escritos de Orígenesdão poucos detalhes de sua vida. Masa perda das suas cartas é irreparável.Elas teriam dado um quadro mais cheiodo homem, até mesmo se dessem pou-cas informações adicionais sobre ascircunstâncias externas da sua vida.

Orígenes nasceu provavelmenteem Alexandria, mas se de descendên-cia egípcia, grega, ou misturada, nãose sabe. A frase solta de Porfírio, queele “era um grego e dedicou-se a es-tudos gregos” é em si mesma de pou-co valor, mas o nome do pai dele(Leônidas) aponta na mesma direção.O nome de sua mãe não foi preser-vado. Ela pode talvez ter sido de des-cendência judaica. Contam que eleaprendeu tão bem hebreu que, can-tando os salmos, “ele fazia duetoscom sua mãe”.

O nome completo de Orígenesera Orígenes Adamantius. Orígenesera também o nome de um filósofocontemporâneo conhecido, muito

apreciado. Adamantius foi conside-rado como um epíteto que descrevea resistência inconquistável de Orí-genes, ou a força invencível dos seusargumentos. Mas segundo palavrasde Eusébio e Jerônimo, “Origenesqui et Adamantius “, acredita-se quefoi um segundo nome, e não ummero suplemento. O pai dele,Leônidas, sofreu martírio durante aperseguição do 10º ano do reinadode Severo (202), quando Orígenesnão tinha ainda completado 17 anos.

Ele deve ter nascido então em185-186, uma data consistente coma declaração de que ele morreu noseu 69º ano, no reinado de Gallus(D.C. 251-254). Em Orígenes nóstemos o primeiro registro de sua ju-ventude cristã, que ele era “grandede berço”. A sua educação foi super-visionada pelo pai, que especialmen-te o dirigiu ao estudo da Bíblia. Asindagações ansiosas da criança so-bre o significado mais profundo daspalavras, que ele guardava de memó-ria, causaram perplexidade ao pai,que agradecia intimamente a Deus acuriosidade prematura de seu filho ea promessa de seu brilhante futuro.Orígenes se tornou o aluno dePanteno (depois do seu retorno daÍndia) e Clemente, em cuja escola eleconheceu Alexandre, que depois foibispo de Jerusalém, com quem eleestreitou uma grande amizade, queo apoiou nos mais dolorosos momen-tos de seus julgamentos.

A prisão do pai e o confisco –Quando Leônidas foi lançado na pri-são, Orígenes desejou compartilharo seu destino, mas foi impedido pelamãe. Endereçou então uma carta aopai – a sua primeira escrita conheci-da, ainda existente no tempo deEusébio – na qual ele lhe pediu paranão permitir nenhum pensamentosobre a sobrevivência de sua famíliaque pudesse fazê-lo fraquejar emsuas resoluções. Esta colocação re-forçou a posição de influência queOrígenes já desfrutava em sua famí-lia. Leônidas foi morto e as suas pro-priedades confiscadas.

Então o jovem Orígenes cumpriu

a promessa feita a seu pai. Em partepela ajuda de uma senhora piedosa erica, e em parte ensinando, ele apoiou(como pode ser concluído) sua mãe eseus irmãos. Já havia então montadouma boa biblioteca. No princípio, deulições de literatura; mas como a es-cola cristã estava sem um professor,que haviam sido dispersos pela per-seguição, foi induzido a dar instruçãona fé. Assim, com 18 anos ele era, noprincípio informalmente, a cabeça daescola cristã em Alexandria, porém,em uma situação de perigo excepcio-nal. Teve tanto êxito que Demetrius,bispo de Alexandria, logo definitiva-mente entregou a ele a escola. Esseencargo decidiu o curso de sua vida.Orígenes se dedicou daí em diante ex-clusivamente ao trabalho de um pro-fessor cristão, e para assegurar a suaindependência vendeu a sua coleçãode trabalhos clássicos por uma anui-dade de quatro óbolos (equivalente auma libra ouro) com a qual viveu pormuitos anos, enquanto recusava ascontribuições voluntárias que os seusamigos lhe ofereciam. A sua posiçãoé uma ilustração notável da liberdadeda igreja primitiva. Ele era um leigoe ainda assim reconhecido como pro-fessor principal. O trabalho dele nãofoi limitado a nenhum distrito. Nu-merosos homens e mulheres se reu-niram às suas conferências, em partepela simplicidade da sua existênciaque era uma garantia de sua sinceri-dade, porque ele seguia sem reservasos preceitos do Evangelho. Por mui-tos anos foi descalço, usou só um úni-co roupão e dormia no chão (Mateus10:10). A sua comida e seu sono eramrigorosamente limitados. Nem termi-nou aí seu zelo. No mesmo espíritode sacrifício ele aplicou literalmentea ele as palavras de Mateus 19:12, es-condendo esses atos da maioria dosseus amigos. O próprio comentário deOrígenes de que ele tinha entendidomal as palavras do Evangelho é umaconfissão comovedora do que julgouseu erro. Mas nessa época o propósi-to do ato foi julgado como uma des-culpa. (No próximo artigo, o resulta-do dos estudos de Orígenes sobre oVelho Testamento.)

Encarnação e reencarnação(1ª Parte)

Fora do Centro Espírita, em ambi-ente de família, pergunta-se para ondevão as pessoas que morrem e é comumouvirmos que “nunca ninguém voltoupara falar”. É porque desconhecem aobra de Kardec, Céu e Inferno (agosto1865), onde o assunto é discutido cla-ra e abertamente. Desde os que estãofelizes até os infelizes, suicidas, des-conhecedores de sua atual situação nooutro lado da vida, que continua.

Também não tiveram acesso ao Li-vro dos Espíritos, de 18 de abril de 1857,que causou a maior celeuma na Euro-pa, em especial na França e Espanha,aonde chegou a ser queimado em pi-lhas, em praça pública, fazendo com queKardec ficasse deprimido e o povo cu-rioso em saber o porquê da fogueira.

Quando perguntamos a pessoas dereligiões cristãs porque uma pessoanasce negra ou branca, aleijada ou sã,pobre ou rica, geralmente nos dizemque são os desígnios de Deus. E seinsistirmos, dizem que a ninguém édado questionar os desígnios de Deus.Que Deus é este, que de repente faznascer uma criança com problemas,com câncer, cega, paralítica, sem nun-ca ter feito nada de mal nesta vida quea condene a pena tão discriminatória?

Se imaginarmos que nosso Espíri-to foi criado à semelhança de e porDeus. Que durante o processo reencar-natório fomos renascendo em corposdiferentes, mas cuja essência (espíri-to) foi agregando conhecimento, mo-ral, experiências, saberemos que somoshoje a soma de nossa vida deste mo-mento para trás. E que seremos no fu-turo a soma do estaremos fazendo dehoje até o momento em que formos re-clamar ou agradecer. A isto os orien-tais dão o nome de kharma. Como con-tador entendo que kharma é a soma dosdébitos e créditos, cujo total é o queestamos vivenciando agora. Neste mo-mento, que nada mais é do que a Eter-nidade. Aqui e agora, pois o passado jápassou e o futuro a Deus pertence.

Na média, bombardeados desde

pequenos por informações de ouvido enão de estudos, temos dificuldades emaceitar a reencarnação. Já houve reis epapas que não a aceitando, convocaramconcílios para que a palavra reencarna-ção fosse tirada da Bíblia, acabando coma reencarnação por decreto.

Se imaginarmos uma vida anteri-or a esta e uma série de vidas posteri-or a esta, teremos a resposta para tudode bom ou mal que nos acontece. Masesta possibilidade não nos satisfaz,pois desse jeito não conseguiremosum culpado para nossas agruras oumomentos de felicidade, haja vista queo responsável por tudo passa a ser nósmesmos. Nem Deus, nem inimigosencarnados ou reencarnados.

Nossos pais, professores, não sepreocuparam ou não tiveram coragemde nos ensinar sobre a morte, atraves-sar a rua, pensar, procurar emprego,namorar, sobre a vida depois da vida.Sócrates e Platão 400 A.C., pré-Cristãos,já discutiam, filosoficamente, sobre avida depois da vida, a doença da almaque se reflete no corpo, a cura do doen-te e não da doença. E como explicar quejá tinham conceitos, ensinamentos, pro-cedimentos cristãos, se Jesus, o Cristo,ainda não havia nascido?

Já paramos para pensar aonde ire-mos quando morrermos? Se temosmedo da morte? Por quê? É o mesmoque entrar num quarto escuro. Medo.Acendemos a luz, dissipasse o medo. Écomum nos revoltarmos quando um pa-rente, vizinho, amigo bom morre e fi-cam alguns não tão bons em nosso re-dor, com os quais temos que conviver.

Por que ele vai embora e o inco-modante (segundo nossa visão) fica?Uma pessoa amiga nos deu uma ex-plicação. Sendo a Terra um planetade expiação e provas, nada mais é doque um grande hospício, escola, pe-nitenciária, hospital, sanatório. Nãoé justo que quem já ficou bom, pas-sou de ano e assimilou experiências,cumpriu sua pena, continue preso ouamarrado a um banco escolar. Seolharmos mais longe, sob este aspec-to, há uma resposta. Se olharmos sópensando que nascemos, morremos,e tudo virará pó, vai ser difícil en-tender Deus e suas Leis Divinas.

GILBERTO [email protected]

De Bragança Paulista

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O IMORTALDEZEMBRO/2006 PÁGINA 11

Palestras, seminários e outros eventosMarinei Ferreira Rezende, do “Nos-so Lar”, secretária; e MatildeAlmeida Prado, do “Allan Kardec”,tesoureira (fotos).

2o Congresso EspíritaBrasileiro em abril

Está disponível ao público a fi-cha de inscrição para o 2o Congres-so Espírita Brasileiro, que ocorreráde 12 a 15 de abril de 2007, no Cen-tro de Convenções Ulysses Guima-rães, em Brasília, com o tema “OLivro dos Espíritos na edificação deum mundo melhor”. A inscrição atéo dia 31 de dezembro de 2006 cus-ta R$ 70,00; de 1o de janeiro a 28de fevereiro de 2007, R$ 100,00; eaté abril de 2007, R$ 120,00. Quemquiser ajudar um tanto mais na rea-lização do evento, poderá, ao se ins-crever, colaborar com valores aci-ma dos estabelecidos. A ficha deinscrição pode ser encontrada narevista “Reformador” ou solicitadaà Federação Espírita Brasileira, pro-motora do evento, por meio do te-lefone (61) 2101-6150, fax (61)3322-0523, correio eletrô[email protected] ou carta(Av. L2 Norte – Quadra 603 – Con-junto F – SGAN – CEP 70830-030Brasília, DF). Está disponível tam-bém na página www.febnet.org.br,que traz outras informações sobre ocongresso.

Taranto, na Itália,realiza congresso

O Movimento “Sopravvivenzae Vita Eterna” promove o seu nonocongresso na cidade de Taranto nosdias 1o, 2 e 3 deste mês, no GrandHotel Delfino, Viale Virgilio, 66.Um grande número de médiuns irácolaborar para o brilhantismo doevento, que contará, entre outros,com a presença das escritorasespiritualistas Laura Paradiso eMarta Toniolo e da médiumpsicógrafa Gemma Cometti. O en-contro terá como tema “Uma por-

ta aberta para o infinito” e os inte-ressados poderão obter mais infor-mações com os organizadores doevento pelo correio eletrô[email protected].

Boletim do SEIagora na internet

A internet tornou-se um gran-dioso meio para divulgar o Espiri-tismo, e com custos praticamentenulos. Com base nessa constata-ção, o “Serviço Espírita de Infor-mações” está lançando uma cam-panha com vistas a ampliar o nú-mero dos que lêem suas páginasatravés da internet. A iniciativadependerá, contudo, do auxíliodos seus leitores, que deverão en-viar o boletim, que baixarem napágina do SEI ou receberem pore-mail, aos seus familiares, ami-gos e demais espíritas ou simpa-tizantes do Espiritismo. A páginado SEI na internet, vale lembrar,é www.lfc.org.br/sei, onde estãodisponíveis, no formato PDF, paraleitura e impressão, o boletim nosidiomas português, espanhol, in-glês e esperanto.

5o Congresso EspíritaMundial em 2007

As inscrições para o 5o Congres-so Espírita Mundial, que se realiza-rá de 10 a 13 de outubro de 2007,em Cartagena de Índias, podem serfeitas também pela internet. Bastaacessar www.consejoespirita.com,clicar no cartaz do congresso e pre-encher a ficha; ou então acessar apágina www.spiritist.org/portal, doConselho Espírita Internacional,que apóia o evento, promovido pelaConfederação Espírita Colombiana(Calle 22 A Sur no 9-71/ 81 BogotáD.C. – Colômbia – telefone [571]2 72 06 70 e correio eletrônicoconfecol@ yahoo.com.br). As ins-crições até o dia 31 de dezembrode 2006 custam 70 dólares ameri-canos. De 1o de janeiro a 30 de ju-

nho de 2007, 80 dólares; e de 1o dejunho de 2007 até a data do con-gresso, 90 dólares.

Valência sedia CongressoEspírita espanhol

O movimento espírita espa-nhol tem encontro marcado nospróximos dias 7, 8 e 9 do corren-te mês, em Valência. É quando serealiza o 14o Congresso EspíritaNacional, que abordará, dentrodo tema central “A reencarna-ção”, questões como “Reencarna-ção e psicologia”, “Reencarnaçãoà luz da física” e “Aborto: frus-tração de uma reencarnação”.Promovido pela Federação Espí-rita Espanhola (FEE), o congres-so será realizado no Hotel BayrenI de Gandía. Inscrições podem serfeitas com a Secretaria Técnica,telefone 96 586-6080, fax 96680-4000 e correio eletrô[email protected]. Infor-mações também com a FEE, tele-fone 62 631-1881 e [email protected].

Almoço anual doGrupo Anita Borela

Eleita a novadiretoria da USEL

Realizou-se no dia 19 de no-vembro, no Centro Espírita Amore Caridade, a eleição dos novosdirigentes da União das Socieda-des Espíritas de Londrina (USEL).Presidida por Marli Trannin Fer-reira, coordenadora da USEL, areunião transcorreu em clima deharmonia e entendimento entretodos, a tal ponto que os nomespor ela indicados foram eleitos poraclamação. Além de ClaudiaCamacho Rojas, presidente da 5a

URE, e de José Miguel Silveira,conselheiro da FEP, estiveram pre-sentes representantes de todas asCasas Espíritas da cidade, comexceção do “Aprendizes do Evan-gelho” e da “Casa do Caminho”.Aldérico Natal Sposti, do “Vinhade Luz”, é o novo coordenador daUSEL, com mandato de dois anos.A diretoria do órgão é compostaainda dos seguintes membros: Ed-son Nishioka, do “Meimei”, vice-coordenador; Jonatas Beranger,da “Comunhão Espírita”, diretordo Departamento Doutrinário;Leonor Panho, do “Caminho deDamasco”, diretora do DIJ;

O Grupo Espírita “Anita Bo-rela de Oliveira”, que se reúne àsquartas-feiras às 18h25, no audi-tório do Centro Espírita NossoLar, promoveu no dia 19 de no-vembro seu almoço anual de con-fraternização no restaurante ane-xo ao Clube Canadá de Londrina(fotos). O Grupo, que foi funda-do em 3 de setembro de 1997,completará dez anos de existên-cia em 2007.

Ciclo Mensal dePalestras em Cambé

A programação de palestras aserem realizadas neste mês emCambé, no Centro Espírita AllanKardec, situado na rua Pará, 292,terá a participação dos seguintespalestrantes:Dia 6 - Miguel de Jesus Sardano,de São PauloDia 13 - Sônia Janene, de Lon-drinaDia 20 - José Antônio Vieira dePaula, de CambéDia 27 - Júpiter Villoz Silveira,de Londrina.

As palestras se iniciarão sem-pre às 20h30.

Círculo de Leitura “AnitaBorela de Oliveira”

No dia 3 deste mês, na resi-dência de Nadyr DyonisioDutra, realiza-se mais uma reu-nião do Círculo de Leitura“Anita Borela de Oliveira”, aúltima do ano, quando será es-tudado o romance “O FaraóMernephtah”, de J. W. Roches-ter, psicografado por WeraKrijanowsky, publicado pelaLAKE – Livraria Allan KardecEditora. O Círculo de Leitura“Anita Borela de Oliveira” vol-ta a reunir-se no dia 28 de janei-ro, na residência de ManoelMartinho Figueiredo, quandoserá concluído o estudo da Re-vista Espírita de 1869.

Eis os novos dirigentes da USEL (apartir da esq.): Leonor, Jonatas,Marinei, Matilde, Natal e Edson

Parte dos representantes de CasasEspíritas presentes na eleição da USEL

No almoço do Grupo Anita Borela (apartir da esq.): Braz, Cleusa e Cesário

Gilce Queiroz (centro) também estevecom familiares no almoço do Grupo Anita

Borela

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O IMORTALPÁGINA 12 DEZEMBRO/2006

ELSA [email protected]

De Londres

Uns só pensam... Outros pensame exclamam: “Quem diria!!! Um pro-fessor de universidade indicando li-vros que descrevem os capítulos, asepístolas, os ensinos administrativosde Jesus, isso tudo para alunos do cur-so de administração de empresas!”

A modernidade do pensamentode Jesus chega às Universidades detodo o mundo. Nunca se falou tantodo “Maior Psicólogo do Mundo”...do “Maior Terapeuta do Mundo”...do “Maior Administrador do Mun-do”.. em “Jesus, Modelo deGestor”...e por aí seguem adiante ostítulos honoríficos do “Maior Mes-tre do Mundo”. Procurei adquiriralguns desses livros como Jesus, oMaior Psicólogo que já Existiu, deautoria de Mark W. Baker, EditoraSextante, que faz uma abordagemoriginal da relação entre ciência ereligião, ligando os principais ensi-namentos de Jesus às descobertasrecentes da psicologia.

No livro “Jesus, O Maior LíderQue Já Existiu”, a autora e consulto-ra Laurie Beth Jones foi buscar ins-piração em Jesus Cristo para proporprincípios de liderança voltados parao crescimento, a harmonia e a reali-zação de todos. Numa abordagemespirituosa, a autora compara Jesusa um empresário que montou umaequipe com 12 pessoas que estavamlonge de serem perfeitas, mas conse-guiu treiná-las e motivá-las para cum-prirem sua missão com sucesso. Seuobjetivo era construir, e não destruir;educar, e não explorar; dar apoio efortalecer, e não dominar.

No livro “Os Métodos de Admi-nistração de Jesus” o autor BobBriner já deixa explícito na capa quecom 12 Executivos Ele Criou a Mai-or “Empresa” do Mundo. E no website que visitamos retiramos o se-guinte: “Jesus foi o maior empresá-rio de todos os tempos. Basta ver oque ele realizou. A organização fun-dada por ele é a mais bem-sucedida

da história. Longevidade? Dois milanos. Riquezas? Incalculáveis. Nú-meros? Impossível avaliar. Lealda-de de seus membros? Muitos che-gam a dar a sua vida por essa orga-nização. Distribuição? No mundointeiro, em todas as nações. O re-sultado final é saber que Jesus reinahoje, supremo, como o maior admi-nistrador que o mundo já conheceu.”

Me pergunto, e o leitor desteconceituado Jornal difusor da Dou-trina Espírita também pergunta deper si: - Por que insiro este assuntonuma crônica de além-mar? Ora, aDoutrina Espírita é uma doutrinamoderna, que está sempre atualiza-da e é acompanhada de perto pelaciência, pela filosofia e pela religião.

Conversando com meu filhoDaniel, que é professor da Faculda-de de Administração e Economia deCuritiba, disse-me ele que já há al-gum tempo vem sugerindo aos seusalunos uma literatura acrescida dealgo não comum no meio acadêmi-co. São livros de cunho administrati-vo, escritos por administradores ame-ricanos conhecidos e outros que seembasaram em suas redações e mes-mo na administração de suas empre-sas nos preceitos, nos conceitos, no“modelo de administração de Jesus”.E acrescentam esses escritores, cujoslivros vendem milhares de cópias emvários idiomas, que nunca se senti-ram tão bem no trabalho, na inver-são da pirâmide, do modelo tradicio-nal de administração.

Daniel, além de professor uni-versitário, exerce a função de paiamoroso e também coordena cursosna Casa Espírita aos sábados, aon-de leva os filhos para se educaremnos princípios morais desta Doutri-na de luz.

Meu filho disse-me certa feitaque ele se sente muito feliz sendoprofessor porque pode acrescentarnos cursos da Universidade algomuito especial além da matemática,além dos números, das estatísticas,das linhas cartesianas. Tem por há-bito, dentro da alegria de dialogarcom seus jovens alunos, estimular a

leitura de livros de cunho adminis-trativo, mas que tragam umreferencial a mais – Jesus, o Mestrepor Excelência, o Professor de to-dos os tempos.

Daniel tem indicado alguns li-vros que, segundo Daniel, contamponto para os que lêem e retornampara conversar com ele sobre o con-teúdo e as idéias passadas sobre aadministração à luz de Jesus.

Um desses livros, escrito porJames C. Hunter, é “O Monge e oExecutivo”, uma leitura sobre a essên-cia da liderança. Conta a história deJohn Daily, um homem de negóciosbem sucedido que percebe, de repen-te, que está fracassando como chefe,marido e pai. Vai a um mosteirobeneditino comandado por um frade,que tinha como conselheiro e dirigen-te desse curso de imersão e que haviasido um influente empresário ameri-cano que abandonou tudo em buscade um novo sentido para a vida.

Como a história de Daily, pode-mos encaixar muitas pessoas conhe-cidas que estão em busca de umamelhora em sua trajetória neste lindoplaneta azul. Muitos desses escrito-res foram administradores e em al-gum momento de suas vidas resol-veram aprofundar pesquisas sobrepor que suas administrações não ti-veram sucesso. Buscaram fontes desucesso administrativo em cursosespecializados e verificaram o pro-cesso nos cursos evoluídos que tra-balhavam o Modelo de Administra-ção deixado por Jesus. Depois disso,mudaram suas estratégias administra-tivas e o resultado foi excelente.

Em 11 de maio de 2003, em Es-tocolmo, Suécia, durante a IV Reu-nião da Coordenadoria Europa doCEI, Divaldo Franco ministrou umSeminário para Preparação do Diri-gente Espírita, enfocando a respon-sabilidade dos dirigentes nas orga-nizações espíritas e fazendo umaanalogia de nossa tarefa com umaempresa. Disse Divaldo Franco na-quela ocasião que o Espírito deVianna de Carvalho asseverou quepodemos considerar a proposta dou-

trinária pertencendo a uma Empre-sa Divina fundada por Deus, que é opresidente por excelência (vejamque isso consideramos metaforica-mente, para abrilhantar o entendi-mento administrativo).

Jesus é o Presidente Administra-tivo com um programa já elaboradodesde sua chegada à Terra. Os 12Apóstolos seriam seus Diretores quetrabalhariam junto dele nessa Admi-nistração. Nosso querido Allan Kar-dec seria um Diretor de Setor, nestaTerra abençoada. Os Espíritos-Gui-as da humanidade seriam os Chefesde Setores da Ciência, da Filosofiae da Religião. E assim por diante.Muito interessante essa analogia emuito atual essas literaturas que con-vergem, nas mais diferentes fontes,ao Mestre Jesus.

Para quem acessa a internet, quãofácil é se inteirar de tudo isso, verifi-cando os livros mais diversos, não in-teiramente religiosos, mas que têm nafigura do Mestre Jesus o professor, oeducador, o terapeuta, o médico, oconselheiro, enfim, tantos denomina-tivos quanto possíveis de obter junto

Crônicas de Além-Mar

Professor Jesus nas Universidadesao Mestre Incomparável. Disse-nosDivaldo: “Toda esta Empresa é de ex-celente qualidade, desde seu Funda-dor, que é o Supremo Construtor doUniverso, tendo como seu Presidenteo Mestre Jesus de Nazaré”. “O mun-do é um grande campo de educação,do maternal à universidade. Nestecampus, Jesus é o diretor geral paratodos alunos cristãos.”

E assim Daniel e outros que jáse “ligaram” ao que há de mais inte-ressante em termos de literaturasadministrativas ou científicas e filo-sóficas que envolvem os ensinos deJesus, promovem no seio da consci-ência humana o despertar para ummundo melhor, através dos exem-plos do Mestre Jesus, por todas asterras de além-mar.

Espiritismo com verdade

Jardineiros fiéis do Espiritismo!Cuidai de seus canteiros já em flores,

Deixai de lado todo fanatismoQue já causou na Terra tantas dores...

Sorvei o cálice com muito otimismo,Não deis muita importância aos dissabores.

Andai na luz e evitareis o abismoNão aumentando a grei dos devedores.

Na Doutrina de amor que nada exige,Ensinando que o Bem ao Mal corrigeE que a luz deve estar sobre a candeia.

Eis o grande farol da HumanidadeA repetir com Jesus esta verdade:

– Que cada um só colhe o que semeia!

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

ELSA ROSSI, escritora e pales-trante espírita brasileira radicadaem Londres, é diretora do Departa-mento de Unificação para os Paí-ses da Europa, organismo do Con-selho Espírita Internacionale secretária da British Union ofSpiritist Societies (BUSS).

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O IMORTALDEZEMBRO/2006 PÁGINA 13

Voltávamos de uma partida defutebol, quando meu filho caçula,Vítor, de 9 anos, comentou:

– Pai, eu tinha uma vontademuito grande de ter poderes, quan-do eu era pequeno (sic). Acho queandava vendo televisão demais,programas de super heróis ou coi-sa parecida. Você se lembra?

– Acho que sim, mas por quevocê está dizendo isso, agora? –retruquei.

Ele concluiu:– Porque, naquele dia, você me

disse que eu também tinha poderes,muito maiores que os poderes dossuper heróis; eu tinha o poder de estu-dar, de aprender, de lutar, de vencer...

Eu já havia me esquecido des-se diálogo, mas ele, não. Suas re-miniscências me levaram a escre-ver este artigo.

Nós temos efetivamente muitospoderes, mas não nos damos contadisso. Jesus disse que nós somosdeuses, que podemos fazer muitomais do que ele fez, se quisermos.O verbo querer, nesse contexto,tem um significado próprio: tomarconsciência dessa realidade e acre-ditar nela. Quantas pessoasredirecionam sua vida, assumem ocontrole de seu próprio destino,vencem vícios e tendências nefas-tas quando decidem mudar de for-ma definitiva!

Nós somos o que pensamos, eo que pensamos define a nossavida. Alguns pensamentos nosmantêm na retaguarda espiritual:

RICARDO [email protected]

De Juiz de Fora

“Eu tenho a força!”– Eu não posso!– Eu não consigo!– Não agüento mais!– Ninguém faz nada por mim!– Ninguém me ajuda!– Sei que não consigo!– Estou tão cansado!– Vivo doente!Outros pensamentos nos liber-

tam de posturas infelizes:– Sou o construtor de meu des-

tino!– Tudo depende de mim mes-

mo!– Tudo é uma questão de es-

forço!– Ninguém fará por mim o que

me compete fazer!Quanto perguntado a respeito

de sua saúde, Chico Xavier, que àépoca tomava 20 comprimidos pordia, respondia:

– Estou ótimo. Por que se eucomeço a relacionar todos os pro-blemas que possuo, aí é que eumorro mesmo!

O Espiritismo sustenta seusprincípios num ponto de partidainicial: a responsabilidade é todapessoal. Foi dito a Kardec, pelosEspíritos superiores que o assesso-raram na composição de O Livrodos Espíritos:

– Depende apenas do homemapressar a própria evolução. Che-ga mais depressa ao alvo, quemmais se esforça. – item 117

– Não existe arrastamento parao mal que seja irresistível. O ho-mem pode sempre vencer as suasmás inclinações – item 845

– Como são poucos os que seesforçam! – item 909.

Estudar, com sinceridade, a

Doutrina Espírita, é tomar ciênciade nossas próprias possibilidades,armando-nos de recursos para to-dos os instantes da vida.

Conta-se que um anjo da guar-da, cansado das lutas da vida, deci-diu treinar um jovem pupilo parasubstituí-lo na difícil tarefa de pro-teger os encarnados. Certa feita,após uma lição, deu-lhe de presen-te um guarda-chuva. Dias depois,deu-lhe uma capa impermeável eposteriormente um par de galochas.Quando considerou-o pronto paraa tarefa, enviou-o para a Terra.

Ele acabara de chegar à Crosta,quando desaba um imenso tempo-ral. Assustado, liga-se mentalmen-te ao professor, rogando socorro:

– Mestre, o que fazer?E o outro, calmamente:– Use os recursos que eu lhe dei.

(Conclusão doartigo da pág. 3.)

Todas as citações abaixo sãodo livro “Tormentos da Obses-são”; os números entre parênte-ses indicam as páginas:

Apresentando-se própria aocasião, face à presença em nos-so grupo de um dos seus atuaisdiretores, o Dr. Ignácio Ferrei-ra, que fora na terra eminentemédico uberabense, interrogueiao amigo gentil, sobre a históriadaquele Santuário dedicado àsaúde mental, e ele, bondosamen-te respondeu: (29)

Sempre gentil, o caro médicoelucidou: (35)

Dr. Ignácio encontrava-se se-reno e bem apessoado. Ante o si-lêncio que se fez natural, ele co-meçou a exposição, utilizando-seda saudação que caracterizava oscristãos primitivos:

Que a paz de Deus sejaconosco! (61)

Porque diversos ouvintes sehouvessem acercado do Dr.Ignácio Ferreira, fizemos o mes-mo, endereçando-lhe algumas rá-pidas questões, que foram res-pondidas com bonomia e genti-leza. (73)

Com jovialidade irradiante, oDr. Ferreira recepcionou-nos,exteriorizando os júbilos que o

A Hora da Verdadeinvadiam, face à possibilidade deesclarecer-me em torno da dasnobres atividades daquela Casade Socorro. (89

– Vige, em todos os momen-tos, expôs com delicadeza – (90)

Com a afabilidade que lhe énatural, o distinto esculápio nãose fez rogado, permitindo fossem-lhe propostas as questões. (146)

Desenhando um suave sorri-so na face, em razão da pergun-ta algo ingênua, o amigo educa-do retrucou: (149)

Paciente e educativo, respon-deu: (171)

Apresentando excelente dis-posição defluente do bem fazer eda alegria de servir, recebeu-noscom demonstração de afeto, logodispondo-se a conduzir-nos àárea especializada. (198)

Com a sua proverbial prudên-cia, respondeu: (206)

Dr. Ignácio respondeu comtranqüilidade: (227)

Pacientemente, o Amigo ex-plicou: (228)

O médico uberabense rece-beu-nos com efusão de júbilos,explicando-me que EurípedesBarsanulfo, recordando-se que oprazo referente ao meu estágioterminara, houvera-me convida-do... (310)

(José Passini, de Juiz deFora-MG)

Um minuto com Chico Xavier

“Há dezesseis anos, maisprecisamente no dia 13 deabril de 1975, sofri o maiorgolpe da minha vida. Tinhaverdadeira adoração por mi-nha mãe. Nossa afinidade eramuito grande. Na manhã da-quele dia fatídico, estava eufazendo a mamadeira do meufilho caçula, quando o netomais velho de minha inesque-cível mãe e que com ela mo-rava chegou em minha casagritando: ‘Tia, a vovó estámorrendo!’

Sem acreditar, pois a tardedo dia anterior ela tinha pas-sado comigo e estava bem,corri até sua casa, que era per-to da minha e a encontrei jásem fala, deitada em suacama. Peguei-a nos braços e,chegando ao alpendre da casa,pedi a um vizinho, que ia pas-sando de carro, que, pelo amorde Deus, nos levasse ao Hos-pital Santa Helena.

No banco de trás do carroeu sentia que todo o mundodesabava sobre mim. Minhasanta mãe, com seus lindos

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

e as pessoas, que eram mui-tas, formavam fila paracumprimentá-lo. Entrei nafila... O Chico estendia a mãoe cumprimentava um a um.Quando chegou a minha vez,para meu espanto, ele, cabis-baixo, estendeu a mão paramim, só que com a palma vi-rada para cima, como à espe-ra de que nela fosse colocadoalgo. Eu, imediatamente, semsaber porquê, coloquei em suamão a florzinha de manacá,que só eu sabia estar fechadaem minha mão. Ele, aindacom a cabeça baixa, abriu opaletó e guardou-a no bolsointerno do mesmo. Só aí le-vantou a cabeça e me enca-rou... Ele então me disse: ‘Mi-nha filha, os olhos dela bri-lham mais que a água marinhamais pura que possa existirneste planeta!’ E olhava parao meu lado, como se visse al-guém.”

Fato narrado por MariaHelena Falcão dos Santos eregistrado no livro “ChicoXavier, Casos Inéditos”, deWeimar Muniz de Oliveira,editado pela Federação Espí-rita de Goiânia.

olhos azuis, me fitava com todoo carinho que lhe era peculiar.Eu, em desespero, passava amão em sua cabeça e rezava. Derepente, ela estremeceu e aque-la luz tão forte, que emanava deseu lindos olhos azuis, desapa-receu. Os olhos ficaram opacos,sem vida. Minha adorada mãetinha acabado de desencarnarem meus braços.

Não conseguia tirar da mi-nha mente seus olhos opacos,sem o brilho que tanto osembelezava.

... Dez anos depois do desen-lace de minha adorada mãe, fuisurpreendida com o telefonemade uma amiga, dizendo que oChico estava em Goiânia e queestaria na Colônia Santa Marta(de Hansenianos), às 13 horas.Troquei rapidamente de roupa e,ao sair de casa, senti um desejoincontrolável de pegar uma flor-zinha do pé de manacá que mi-nha mãe adorava e havia plan-tado para mim. Peguei a florzi-nha e, fechando-a na mão, diri-gi-me para a Colônia.

Ao ver Chico passar pormim, fui invadida por forteemoção e senti um desejo mui-to grande de falar com ele. Vique se sentou em uma cadeira

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O IMORTALPÁGINA 14 DEZEMBRO/2006

Natal, uma oração

Jesus, Divino Senhor, ante tuapresença luminosa, na proximi-dade do Natal que chega, quan-do tua figura é mais lembrada naTerra, volta para nós tua facemajestosa.

Olha-nos, Senhor, com teusolhos de infinita ternura, irradi-ando bondade.

Agasalha-nos moralmenteem teu afeto e sugere-nos comtua palavra mansa: Ama!

Permite-nos, Senhor, desnu-dar-nos ante o teu amor sublimee termos a coragem de nos ex-pormos diante de nós mesmos,para nos enxergarmos como so-mos em espírito.

Afasta de nós o orgulho e oegoísmo, algemas que nosprendem aos grilhões da igno-rância do que realmente somos,impedindo nosso vôo de liber-tação.

Ajuda-nos na humildade,para percebermos tua grandezae a nossa infância espiritual. OSenhor habitas esferas sublimese nós ainda estamos vinculadosa um planeta de provas e expia-ções.

Sabemos que somos um ma-nancial de luz. “Brilhe a vossaluz”, disseste-nos outrora. Am-para-nos para que possamos serinstrumento de amor e paz e umdia realmente brilhar a nossa luz,que por hora ainda é uma fagu-lha.

Que neste Natal, Jesus, pos-

JANE MARTINS [email protected]

De Cambé

O IMORTAL na internetDesde abril de 2004, o jornal O IMORTAL pode ser lido, na

íntegra, pela internet, no site abaixo:

www.editoraleopoldomachado.com.br/imortal/indice.htmPara escrever à Redação do jornal, o interessado deve utili-

zar o e-mail abaixo indicado:

[email protected]

Estudando as obras de André Luiz

No mês de outubro, apresen-tamos o caso de Ascânio eLucas, registrado no capítulo 18do livro “Ação e Reação”, emque o benfeitor Druso refere-seà reencarnação desses dois es-píritos, visando a quitação deum débito do passado, quando,movidos por sentimentos infe-lizes, assassinaram dois com-panheiros, precipitando-os doalto de uma fortaleza, no terri-tório de Gâtinais, sobre fossosimundos.

Para o resgate, os candida-tos necessitariam adentrar ocampo da aeronáutica, ondedeveriam contribuir para a evo-lução da mesma, com a baga-gem de que já eram portadorese, como redenção, deixarem o

em: “A encarnação tem tam-bém outro objetivo que é o decolocar o Espírito em condi-ções de cumprir sua parte naobra da criação... Concorren-do para a obra geral, ele pró-prio se adianta.”

Guardemos definitivamenteeste conceito, bem exemplifica-do em vários livros de AndréLuiz. Ninguém volta ao mundoapenas para resolver problemaspessoais, isso seria uma expres-são do egoísmo, mesmo em setratando de questões espirituais;nós todos recebemos o irrecu-sável convite para facilitarmosa evolução de nossos semelhan-tes, seja em assuntos do espíri-to, seja na área social, tecnoló-gica,... não importa. Libertar-mo-nos do mal que contaminanossas consciências, mas tam-bém fazermos o bem com todaa força de nosso coração.

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

samos uma vez mais unir-nos aoscânticos de outrora, quando oscorais celestiais anunciavam atua chegada aos pastores, nas cer-canias de Belém:

“Glória a Deus nas alturas,Paz na Terra,Boa vontade entre os ho-

mens!”Senhor, sê sempre para nós

o modelo e guia em nossa ca-minhada terrena e que, comocristãos genuínos da hora pre-sente, possamos uma vez ain-da honrar-te os ensinamentose, mentalmente ajoelhados, naprofundeza do nosso ser, co-movidos pela tua lembrança,dizer-te:

“Obrigado, Senhor, muitoobrigado!”

Feliz Natal para todos!

plano físico através de acidenteaéreo, desta forma também sen-do precipitados das alturas, paralibertarem suas consciências.

É exatamente sobre isso quequeremos tratar na coluna destemês. André, através desse exem-plo particular, mostra nitidamen-te um dos conceitos mais impor-tantes do Espiritismo: Nós nãoreencarnamos apenas para quitardébitos, mas, e principalmente,para colaborarmos com a evolu-ção da comunidade onde renas-cemos.

Vejamos a questão 132 de “OLivro dos Espíritos”.

Allan Kardec assim pergun-ta: “Qual é o objetivo da encar-nação?”

Assim respondem os espíri-tos superiores: “Deus lhes im-põe a encarnação como o obje-tivo de fazê-los chegar à perfei-ção...” E, mais adiante, conclu-

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O IMORTALDEZEMBRO/2006 PÁGINA 15

A Revue Spirite há 140 anos

Revista Espírita de 1866 (Parte 12)

Concluímos nesta edição a pu-blicação do texto condensado da Re-vista Espírita de 1866. As páginascitadas referem-se à versão publica-da pela Edicel.

*192. O número de novembro en-

cerra-se com uma nota sobre a cam-panha em favor dos inundados ini-ciada em outubro pela Sociedade Es-pírita de Paris. As subscrições, quedeveriam ser feitas no escritório daRevista, foram abertas com uma do-ação de 300 francos. (Pág. 355.)

193. A Revista de dezembro de1866 apresenta os pormenores docurioso caso ocorrido em 1816, àépoca de Luís XVIII, envolvendo omédium Thomas-Ignace Martin, umpequeno trabalhador do burgo deGallardon, situado a quatro léguas deChartres. Nascido em 1783, Martintinha 33 anos quando se deram osacontecimentos. (Págs. 357 e 358.)

194. O caso pode ser assim re-sumido: A 15 de janeiro de 1816, es-tando o médium ocupado em apagaruma queimada num campo nas pro-ximidades de Gallardon, apareceu-lhe um vulto que, mais tarde, se iden-tificou como sendo o anjo Rafael.Esse Espírito iria aparecer e desapa-recer diversas vezes, até que Martinatendesse ao seu pedido: levar ao reium recado cujo teor ele somente sa-beria no momento da visita. O curade Gallardon, cientificado das apa-rições, julgou dever dirigir-se ao seubispo em Versalhes, o que fez comque as autoridades francesas se in-teirassem da história, que parecianão ter qualquer nexo. Com a evo-lução do caso, o arcebispo de Reimsse interessou pelo assunto e foi elequem propôs ao rei receber Martin.A 2 de abril o médium foi levado àpresença real e realizou-se então oencontro tão insistentemente propos-to pelo anjo Rafael. O que se disseali não vem ao caso, exceto que aspalavras proferidas por Martin, soba influência do notável mensageiroespiritual, comoveram o rei a pontode o fazer chorar muito, porque elepróprio declarou mais tarde que ascoisas que lhe tinham sido revela-das só eram conhecidas por ele (LuísXVIII) e por Deus. Logo que Martinterminou sua fala, o rei lhe disse queo anjo Rafael era o mesmo que con-duziu o jovem Tobias a Rages. De-pois perguntou-lhe qual das mãos oanjo havia apertado. Martin respon-deu: “Esta”, mostrando a direita. O

rei da França a segurou, dizendo:“Que eu toque a mão que o anjo aper-tou. Ore sempre por mim”. (Págs.358 a 368.)

195. Depois da conversa comLuís XVIII, a qual durou ao menos55 minutos, o médium não mais viuo Espírito de Rafael, mas desenvol-veu outra faculdade: tornou-se audi-tivo. A Revista refere fragmentos detrês cartas por ele escritas ao cura deGallardon, revelando alguns fatos deaudição mediúnica, conquantoMartin não tivesse visto ninguémnem soubesse dizer quem lhe falara.(Págs. 368 e 369.)

O príncipe Hohenlohe invocavasobre os enfermos as graças divinas

e eles eram curados de repente

196. Comentando os fatos, Kar-dec observa que há mais de umasimilitude entre eles e os de Joanad’Arc, não quanto à importância dosresultados, mas à causa do fenôme-no, que é exatamente a mesma. ComoJoana, Martin foi advertido por umser do mundo espiritual para ir falarao rei com o objetivo de salvar a Fran-ça de um perigo, e não foi sem difi-culdade que chegou até ele. A dife-rença entre as duas manifestações éque Joana d’Arc apenas ouvia a vozque a aconselhava, enquanto Martinvia o indivíduo que lhe falava, nãoem sonho, mas durante a vigília. E omensageiro tinha a aparência de umser vivo, como um agênere, emborase dissesse anjo. (Págs. 369 a 371.)

197. Martin, assevera o codifi-cador, era um médium inconsciente,dotado de uma aptidão de que se ser-viram os Espíritos para chegar a umresultado determinado. O Espíritoque se intitulou anjo Rafael disse-lhe expressamente: “Eu me sirvo devocê para abater o orgulho da incre-dulidade”, mostrando que certas mis-sões são conferidas a pessoas sim-ples e pequeninas que, dada a sua su-posta pequenez, nem imaginam pos-sam servir-lhes de instrumento. Éque se um indivíduo, seja ele quemfor, tiver uma missão real a cumprir,será posto em condições de a reali-zar, por circunstâncias que terão aaparência de um efeito do acaso, oque levou Kardec a advertir: “Des-confiai das missões assinadas e pre-gadas por antecipação, porque nãopassam de engodos para o orgulho;as missões se revelam por fatos.”(Págs. 370 e 371.)

198. A Revista transcreve do jor-nal La Verité, de Lyon, de 21 de outu-bro de 1866, um artigo sobre as curasobtidas no ano de 1829 pelo príncipeHohenlohe, cujas faculdades mediú-

nicas oferecem um exemplo notáveldos fatos que foram observados antesdo advento da Doutrina Espírita. EmWurtzbourg, cidade localizada naBaviera, o príncipe invocava sobre osenfermos que o buscavam as graçasdivinas, e eles eram curados de repen-te. Sua fama, por causa disso, espalhou-se logo e muitas curas extraordináriasforam anotadas por testemunhas idô-neas, como o Sr. Scharold, conselhei-ro de legação na mencionada cidade.(Págs. 371 a 374.)

199. Treze casos referidos pelo Sr.Scharold são descritos no artigo. Omais notável deles se deu na casa doSr. Reinach, deão do capítulo, ondemorava uma princesa de 17 anos deidade: Mathilde de Schwartzemberg.Havia dois anos que a jovem não con-seguia andar, apesar de tratada pelosmédicos mais famosos da França, daItália e da Áustria. O príncipeHohenlohe perguntou-lhe se tinha féque Jesus poderia curá-la. Ela disseque sim. O príncipe então pediu-lheque orasse do fundo do coração e pu-sesse sua confiança em Deus. Quan-do terminou a oração, ele lhe deu suabênção e informou: “Vamos, prince-sa, levantai-vos; agora estais curada epodeis andar sem dores”. (Pág. 374.)

A faculdade curadora pode existirem pessoas indignas, mas não é

nem poderia ser senão passageira

200. As outras curas obtidas pelopríncipe Hohenlohe trataram de fa-tos diversos: surdez, paralisia dolo-rosa, cegueira, aleijão na mão direi-ta, paralisia de braço, paralisia deperna, mudez, aleijão nas pernas, lín-gua presa, aleijão em braços e per-nas. (Págs. 375 e 376.)

201. Em outubro de 1866, na So-ciedade Espírita de Paris, o Espíritodo príncipe de Hohenlohe, valendo-se da mediunidade do Sr. Desliens,explicou que a faculdade de que foradotado era, efetivamente, a mediuni-dade de cura: “Eu era instrumento;os Espíritos agiam e, se algo eu pude,não foi certamente senão por meugrande desejo de fazer o bem e pelaconvicção íntima que a Deus tudo épossível”. (Pág. 377.)

202. De referida comunicaçãoextraímos mais os seguintes ensina-mentos: I) A mediunidade curadorafoi exercida em todos os tempos e porindivíduos pertencentes às diferentesreligiões. II) A faculdade curadorapode existir em pessoas indignas, masnão é nem poderia ser senão passa-geira. É um meio enérgico de lhesabrir os olhos: tanto pior para os queteimam em conservá-los fechados.III) Há apenas uma maneira de exer-

cer bem a faculdade de médiumcurador: é ficar modesto e puro e re-ferir a Deus e às potências que diri-gem a faculdade tudo o que se reali-za. IV) Não existe um método espe-cial para se adquirir essa faculdade:todo o mundo pode, em certa medi-da, adquiri-la e, agindo em nome deDeus, cada um fará as suas curas. V)Os privilegiados aumentarão em nú-mero à medida que a doutrina espíri-ta se vulgarizar; é que haverá entãomais indivíduos animados de senti-mentos puros e desinteressados.(Págs. 378 e 379.)

203. O caso da senhorita Dumes-nil, de 13 anos, uma jovem dotadada singular faculdade de atrair a sios móveis e outros objetos postos acerta distância e, pelo simples con-tato, erguer uma cadeira na qual es-tivesse sentada uma pessoa, é focali-zado pela Revista, que informa quevários jornais divulgaram tais fatos.Ocorre que seus pais, pessoas pobres,imaginando ter ali uma fonte de for-tuna, instalaram a menina no Grand-Hotel, cenário ideal para a exibiçãopública dos seus dotes, projeto quese frustrou porque os fenômenos nãodependiam da vontade dela e só ra-ramente se repetiam ante o público.(Págs. 379 a 382.)

204. Kardec conclui que a jovemera médium e, desse modo, para queos fenômenos ocorressem, se fazianecessário o concurso dos Espíritos,sem o qual o médium mais bem do-tado nada pode obter. O codificadorobserva que, a rigor, nada naquelecaso atestava de modo ostensivo a in-tervenção dos Espíritos, a não ser aimpotência da moça de agir à suavontade. A faculdade era dela; o exer-cício da faculdade podia depender deuma vontade estranha. Era o que odesfecho do caso estava a indicar.(Págs. 382 e 383.)

Santo Agostinho é universalmen-te considerado como um dos

gênios da humanidade

205. Em um longo artigo sobre apresença das idéias espíritas na im-prensa laica, Kardec, após citar al-guns exemplos do fato, afirma: “Pormais que digam e façam, as idéias es-píritas estão no ar; vêm à luz de qual-quer maneira, sob a forma de roman-ces ou de pensamentos filosóficos, ea imprensa as acolhe desde que nãoseja pronunciado o nome Espiritis-mo”. (Págs. 383 a 388.)

206. Comentando notícia sobreas exéquias do Sr. Pagés, a quem aIgreja recusou sepultamento, sob opretexto de que se tratava de pessoaadepta do Espiritismo, Kardec repro-

duz carta do mencionado confradeem que este explica a importânciaque o Espiritismo teve em sua vida.“O Espiritismo”, escreveu ele, “mefez o efeito de uma cortina que selevanta para nos mostrar uma deco-ração magnífica. Hoje vejo claro; ofuturo não é mais duvidoso e estoumuito feliz.” A recusa da Igreja afe-tou penosamente a população de El-Afroun, onde o Sr. Pagés, um dosmais antigos habitantes da aldeia, eraestimado por todos e, apesar disso,foi discriminado unicamente por serespírita. (Págs. 388 e 389.)

207. A Revista reproduz artigopublicado na Bélgica em setembrode 1866 no qual o autor critica deforma pejorativa Santo Agostinho eum de seus textos. Kardec deplora ofato e lembra que, apesar de certoserros manifestos existentes em suaobra, resultado do estado dos conhe-cimentos científicos de seu tempo,Santo Agostinho “é universalmenteconsiderado como um dos gênios,uma das glórias da humanidade”.(Págs. 390 e 391.)

208. Na seção de livros novos,Kardec menciona a obra Novos Prin-cípios de Filosofia Médica, escrita peloDr. Chauvet, de Tours, na qual o autorinsere de forma clara o princípioespiritualista, demonstrando a existên-cia do princípio espiritual que há emnós e sua conexão com o organismo.Do ponto de vista filosófico, asseveraKardec, a obra do Dr. Chauvet era umadas primeiras aplicações à ciência po-sitiva das leis reveladas pelo Espiritis-mo e só por esse motivo tinha já seulugar marcado nas bibliotecas espíri-tas. (Págs. 391 e 392.)

209. O outro livro referido na se-ção é Os Dogmas da Igreja de Cris-to Explicados pelo Espiritismo, es-crito por Apolon de Boltinn, radica-do na Rússia, obra escrita com pru-dência, moderação, método e clare-za, em que o autor faz um estudoaprofundado das Escrituras e dos te-ólogos da Igreja latina e da Igrejagrega. (Págs. 392 e 393.)

210. Fechando o número de de-zembro, a Revista consigna quatronotícias: I) A retomada das publica-ções da Union Spirite Bordelaise,que haviam sido interrompidas pordoença de seu diretor. II) O preparode uma coletânea poética produzidamediunicamente pelo Sr. Vavasseur,que logo estaria nas livrarias. III) Umaviso sobre as renovações de assi-naturas da Revista Espírita para1867. IV) A notícia do falecimentode três amigos de Kardec: a Sra.Dozon, o Sr. Fournier e o Sr.D’Ambel, este último antigo diretordo jornal Avenir. (Págs. 393 a 395.)

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

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O IMORTALPÁGINA 16 DEZEMBRO/2006

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A frase que dá título a estaentrevista foi proferida peloconfrade Cosme Massi (foto),estudioso d´ O Livro dos Espí-ritos radicado em Curitiba, queesteve em Londrina participan-do da 15ª Semana Espírita dacidade, realizada em julho últi-mo no Centro Espírita NossoLar. Durante sua passagempela cidade, Massi concedeuentrevista ao programa “Refle-xão Espírita”, na qual exami-nou o tema “Ética e Moral”. Oprograma é apresentado aos sá-bados, a partir das 17h30, naTV Tropical de Londrina, emis-sora associada à Rede CNT deTelevisão.

Eis, a seguir, a entrevista:

Luis Claudio: Ética e moralsão a mesma coisa?

Cosme Massi: Quando fala-mos sobre ética, é preciso primei-ro esclarecermos um pouco o quesignifica a própria ética. Uma boamaneira de fazer isso é comparara ética com a ciência. Quandoestudamos uma ciência qualquer,por exemplo, a física, a química,a biologia, dentro da ciência, seprocura apresentar uma explica-ção de como os fenômenos ocor-rem no mundo. Por exemplo, po-demos explicar como é que sepode produzir água a partir dooxigênio e do hidrogênio; isso éuma explicação da química. Osespecialistas costumam dizer quea Ciência explica como as coisassão: como é que funciona o rio, ocoração, como é que funciona ofígado. Quando você trata nocampo da ética, você não mais dizcomo as coisas são, pois a éticaprocura explicar como é que o ho-

FERNANDA [email protected]

De Londrina

mem deve agir. Então na ética vocênão encontra nenhuma descriçãode como as coisas acontecem, massim explicações de como o homemdeve proceder.

Luis Claudio: As ciências hu-manas não falam também disso?

Cosme Massi: Embora existamciências humanas para tratar dohomem, elas não tratam do homemdizendo como nós devemos agir.Elas explicam como as coisas acon-tecem no reino humano. Na ética oque você vai encontrar são asnormatizações de como o homemdeve proceder, como deve ser suaconduta. É claro que a ética pode,para embasar-se, fazer uso da ciên-cia. Se, por exemplo, a ciência ex-plica que o cigarro ou a bebida pro-duzem certos efeitos danosos aoorganismo, daí o homem pode con-cluir que sua conduta deve ser nãobeber ou não fumar. Nesse caso, foia ciência que forneceu ao homemas condições de escolher uma con-duta, fazer isso ou não fazer isso.Então a ética se preocupa com ocomportamento, embora ela possatambém apoiar-se na ciência.

Luis Claudio: Em que, espe-cificamente, se distingue a éticada moral?

Cosme Massi: Encontramosnos filósofos duas grandes esco-lhas. Ou você trabalha ética e mo-ral como sinônimos ou então vocêfaz uma distinção no seguinte sen-tido: as morais estabelecem regras.Então, de acordo com as regrasestabelecidas em certas culturas,você tem uma moral derivada da-quela cultura. Assim temos a mo-ral cristã, temos a moral de umoutro povo, de uma outra culturareligiosa. E a ética seria a reflexãosobre as diversas morais. É quan-do você tenta comparar as diver-sas morais, descobrindo ou não se

elas têm elementos comuns. Entãoa ética seria uma análise, um estu-do das diversas morais e cada mo-ral estabeleceria regras de condutaapropriadas à cultura em que amoral surgiu. Dentro da filosofiaespírita, Kardec não faz essa dis-tinção; ele trabalha considerando-se sinônimas a ética e a moral.

Luis Claudio: Existem em al-guns presídios presos pedindopaz, mas ao mesmo tempo há alios que se encontram organizadosmandando matar pessoas. Exis-tem corruptos, mensalões, san-guessugas... Essa questão hojeem dia está complexa, não é?

Cosme Massi: Se você fizeruma análise do ponto de vista dasmorais como eu falei, cada socie-dade procura construir seu sistemamoral. No caso dos presidiários,vê-se que eles estão ali construin-do uma moral, tanto é que elesconstroem um código de como elesdevem se relacionar entre si. En-tão há uma certa vinculação éticaentre eles mesmos. Toda socieda-de, qualquer que ela seja, tentaconstruir o seu sistema moral. Ochoque é que o sistema moral queeles tentam construir vai contra omodelo moral de uma outra socie-dade e você não consegue equaci-onar o problema se não construiruma ética universal ou uma moraluniversal, que dê conta de todomundo, de todos os seres humanos,

e que proporcione a felicidade paratodos e não só para alguns.

Se olharmos a história da hu-manidade, quando os colonizado-res invadiam os países, no casoespecífico, quando vieram para oBrasil, eles tentaram impor todauma cultura às pessoas que já es-tavam aqui. Então, você veja quehavia uma interferência de umacivilização em outra, garantindo afelicidade do conquistador e não doconquistado. Qualquer equilíbrioda humanidade pressupõe uma éti-ca universal, que possa garantir afelicidade para todos, não a felici-dade para esse ou aquele grupo.

Por outro lado isso serve de aler-ta para cada um de nós. Nós preci-samos trabalhar a educação de nos-sas crianças de forma a asseguraruma ética universal. E as crianças,independentemente da classe soci-al, do local, cidade ou país ondevivem, possam construir uma éticaque garanta a felicidade para todomundo, que defenda os interessesde todos os seres humanos, não ape-nas os interesses de uma minoria.

Luis Claudio: A ética cristãou a ética verdadeira, não sei senós poderíamos usar esse termo,deveria ser a ética pela qual to-dos os seres humanos e a valori-zação da vida fossem preserva-dos ao máximo, não é mesmo?

Cosme Massi: Na verdade,quando você fala numa ética uni-versal, o maior exemplo de umaproposta de ética universal nósvamos encontrar em Jesus. O Cris-to, ao formular o seu preceito deamar ao próximo como a si mes-mo, está dando uma proposta deética universal. Esse é um critériode ética que se aplica a todo mun-do. Se cada ser humano pudesseamar o seu próximo no mesmo sen-tido em que ama a si mesmo, nósteríamos uma sociedade justa,

“Na ética, você não encontra descrição de como as coisasacontecem, mas sim explicações de como proceder”

Cosme Massi: “Fora da ética, não hásaída”

Espiritismo na TV

equilibrada, onde as pessoas sa-beriam respeitar cada um os seuslimites, cada um trabalhando nosentido da construção de uma fe-licidade coletiva. Esse é o objeti-vo de uma ética universal. Umaproposta para fazer o ser huma-no, a humanidade feliz, não umaproposta para fazer determinadosgrupos felizes.

Luis Claudio: Também exis-tem pessoas que se amarramem bombas e vão lá e se explo-dem em nome de uma causa.Será que essas pessoas estãobuscando alguma felicidade?Como uma pessoa pode se ex-plodir, não é?

Cosme Massi: Exatamente.Na visão dela, ela acredita queaquele tipo de conduta vai gerarpara ela uma felicidade. Entãofalta-lhe uma formação no senti-do da ética universal, no sentidode que não é possível construiruma felicidade para si em detri-mento da felicidade do outro.

Se não construirmos um ca-minho de construção coletiva dafelicidade, que garanta a felicida-de para todos, o caminho vai le-var a humanidade para muitopior, como vivíamos no tempo dabarbárie, onde não havia nenhu-ma preocupação de uma éticauniversal.

Não há saída. Ou a gente par-te para uma ética universal ou asociedade não vai encontrar paz.Não é possível que eu defina mi-nhas normas de conduta pensan-do apenas na minha felicidade, nafelicidade da minha família, dogrupo religioso a que eu perten-ço, da comunidade de que parti-cipo. Ou a gente parte para aconstrução de um modelo quepossa gerar uma humanidademelhor e todos saem ganhandoou a gente não vai encontrar paz.