O novo normal e crise chinesa.dc

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Diário Catarinense, 27.08.2015 – pág. 18 O Novo Normal e Crise Chinesa Henry Uliano Quaresma* Estamos vivendo no mundo, mais especificamente no Brasil, o Novo Normal potencializado pela Crise Chinesa. O termo “Novo Normal” foi criado por Mohamed El-Erian, presidente do Conselho de Desenvolvimento Mundial do governo americano, para caracterizar o fato de que esta crise não é como as que vivemos nas últimas décadas, com repercussões basicamente cíclicas, mas sim uma crise que provocará uma mudança estrutural. E quando ela passar, as coisas não ficarão iguais, ficaremos numa condição de vigília permanente. O presidente chinês Xi Jinping tem colocado que a China entrou no Novo Normal, que o crescimento será mais lento e que a economia terá que caminhar para o modelo do consumo interno. Conforme estudo recente da McKinsey Global Institute, o endividamento chinês vem crescendo USD 21 trilhões desde 2007, o governo vem incentivando o setor privado em fundos, bancos e empresas, sendo grande parte direcionada ao mercado imobiliário, e empréstimos têm crescido na ordem de 25% ao ano. A condição de endividamento acabou sendo utilizada para valorizar os ativos, gerando surto especulativo semelhante ao que ocorreu nos EUA, aliado à desaceleração econômica. Claro que como os mercados são interligados, recebemos uma influência direta da Crise Chinesa adicionada às Crises Política e Econômica no Brasil. Estamos vivendo um momento crítico e único, em que as atenções terão que estar dirigidas para as melhores saídas estratégicas, com grande gerenciamento e análise de risco. As ações rápidas em todas as áreas e setores são fundamentais para a manutenção das atividades básicas, objetivando realinhamento de focos. A inovação de produtos, novas ideias, novos modelos de negócio, simplificação de processos, vendas dirigidas,

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Diário Catarinense, 27.08.2015 – pág. 18

O Novo Normal e Crise Chinesa

Henry Uliano Quaresma*

Estamos vivendo no mundo, mais especificamente no Brasil, o Novo Normal potencializado pela Crise Chinesa.

O termo “Novo Normal” foi criado por Mohamed El-Erian, presidente do Conselho de Desenvolvimento Mundial do governo americano, para caracterizar o fato de que esta crise não é como as que vivemos nas últimas décadas, com repercussões basicamente cíclicas, mas sim uma crise que provocará uma mudança estrutural. E quando ela passar, as coisas não ficarão iguais, ficaremos numa condição de vigília permanente.

O presidente chinês Xi Jinping tem colocado que a China entrou no Novo Normal, que o crescimento será mais lento e que a economia terá que caminhar para o modelo do consumo interno.

Conforme estudo recente da McKinsey Global Institute, o endividamento chinês vem crescendo USD 21 trilhões desde 2007, o governo vem incentivando o setor privado em fundos, bancos e empresas, sendo grande parte direcionada ao mercado imobiliário, e empréstimos têm crescido na ordem de 25% ao ano.

A condição de endividamento acabou sendo utilizada para valorizar os ativos, gerando surto especulativo semelhante ao que ocorreu nos EUA, aliado à desaceleração econômica. Claro que como os mercados são interligados, recebemos uma influência direta da Crise Chinesa adicionada às Crises Política e Econômica no Brasil.

Estamos vivendo um momento crítico e único, em que as atenções terão que estar dirigidas para as melhores saídas estratégicas, com grande gerenciamento e análise de risco.

As ações rápidas em todas as áreas e setores são fundamentais para a manutenção das atividades básicas, objetivando realinhamento de focos.

A inovação de produtos, novas ideias, novos modelos de negócio, simplificação de processos, vendas dirigidas, internacionalização e custos baixos passam a ocupar papel central para a competitividade e a subsistência das empresas, tendo que ser desdobrados em novas atividades e maneiras de fazer as coisas acontecer.

Atrás da crise é que surgem as oportunidades. Bem-vindos ao Novo Normal!

*Henry Uliano Quaresma

CEO Brasil Business Consulting, Diretor da TSL, Ex-Diretor da FIESC