O músico e Venerável luzes Irmão Alex Vilani Garcia / 10...

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O músico e Venerável Irmão Alex Vilani Garcia / 06 NESTE NÚMERO: UM POUCO MAIS SOBRE A HISTÓRIA DE PIXINGUINHA / 10 Palavra do GME HOMENAGEM RECEBIDA NA ABERTURA DO ANO MAÇÔNICO NO GOB-PI / 04 loJaS LOJAS ANIVERSARIANTES DO MÊS DE JANEIRO / 06 FIloSÓFICaS O ILUMINISMO E A MAÇONARIA / 14 luzes / 10 • ano I Revista do Grande Oriente de São Paulo - Janeiro 2017

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Janeiro 2017

O músico e Venerável Irmão Alex Vilani Garcia / 06

NESTE NÚMERO: UM pOUcO MaiS SObRE a hiSTóRia dE pixiNgUiNha / 10

Palavra do GME • Homenagem recebida na abertura do ano maçônico no gob-Pi / 04

loJaS • Lojas aniversariantes do mês de janeiro / 06

FIloSÓFICaS • o iLuminismo e a maçonaria / 14

luzes / 10 • ano I

revista do grande oriente de são Paulo - janeiro 2017

Janeiro 2017

“deus, Pátria e trabaLHo. metei no regaço essas três fés, esses três amores, esses três signos santos. e segui, com o coração Puro”RuI BaRBosa, advogado, juRIsta, polítIco, dIplomata e ensaísta BRasIleIRo

EDITORIALano de novidades

eXPediente

Jornalista Responsável: Roberto Souza (MTB: 11.408) • Editor-Chefe: Fábio Berklian • Editor: Rodrigo Moraes • Reportagem: daniella Pina, madson de moraes, fernando Inocente e Matheus Steinmeier • Revisão: Paulo Furstenau • Projeto Gráfico: Luiz Fernando Almeida • Diagramação: Leonardo fial, Luis gustavo martins e rodolfo KrupkaFoto de Capa: Coleção David Drew Zingg/IMS • www.rspress.com.br

Estimados Irmãos,

Faço neste editorial meu primeiro contato a to-dos pelas vias oficiais de comunicação do GOSP. Além do costumeiro anseio de um ano cheio de alegrias e realizações, gostaria de informar a todos que 2017 já começou cheio de grandes (e boas) novidades na comunicação do GOSP e na própria apresentação da Revista Luzes. A partir desta edição, a revista passa a ser mensal. O ob-jetivo com isso é consolidar ainda mais o veículo como grande meio de divulgação, repercussão, aprofundamento e até de entretenimento dos Irmãos a partir dos assuntos que permeiam a nossa Ordem. Espero que a iniciativa alcance tal objetivo. Para que isso aconteça, peço também o apoio dos Irmãos para que interajam, compartilhem, comentem e sugiram pautas para a revista.

As possibilidades de compartilhamento são gran-des. Afinal, sendo digital, podemos encaminhá-las via email, facebook e até pelo whatsapp. Falando especificamente sobre a pauta dessa edição, trouxemos duas reportagens sobre grandes personalidades ligadas à Maçonaria de diferentes épocas, contextos e localizações: Pixinguinha e Francis Bacon. Apresentamos em Obreiros a curio-sa história do Venerável Mestre da Loja Piracicaba (340), Irmão Alex Milani Garcia. Ele é um músico de mão cheia e até já fez apresentações na ocasião do aniversário de 141 anos de sua loja.Por fim, confira no Especial (página 5) o vídeo que apresenta o projeto da nova sede do Grande Oriente de São Paulo (GOSP). O projeto foi oficialmente apresentado pela empresa de engenharia respon-sável na última Sessão da Poderosa Assembleia Estadual Legislativa (PAEL-SP), em 28 de janeiro.

Tenham todos uma boa leitura!

Luzesmensal!

EminEntE irmão BEnEdito marquEs Ballouk Filho,Grão-Mestre estadual do Grande oriente de são Paulo (GosP)

Grão-Mestre Estadual do Grande Oriente de São Paulo (GOSP): Eminente Irmão Benedito Marques Ballouk Filho • Grão-Mestre EstadualAdjunto do Grande Oriente de São Paulo (GOSP): Poderoso Irmão Kamel Aref Saab • Secretário Estadual de Comunicação eImprensa (SECI): Poderoso Irmão Roberto Lorenzetti • Poderosos Irmãos Secretários Estaduais Adjuntos da SECI: sérgio ayres da silva filho e antônio francisco mascarenhas

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Palavra do GME

fraternidade, união e Paz!

a o fazer o balanço de 2016, projetar os votos para 2017 e expandir meus anseios aos Irmãos e Cunhadas para o ano que se iniciaria, pensei muito

na fraternidade, na união e na paz que gostaria que fossem primordiais para a vida de todos nós. A reflexão sobre o quanto esses temas são impor-tantes e o quanto eles têm andado em falta em nossa sociedade me fizeram crer que, para 2017, é isso o que mais precisamos.

A resposta do Universo para essa reflexão veio logo na primeira atividade maçônica de 2017 na qual tive a oportunidade de participar. Com muita felicidade, pude acompanhar de per-to a fraternidade e a união presentes na Soleni-dade de Abertura do Ano Maçônico, organizada pelo Grande Oriente do Brasil - Piauí (GOB-PI). Juntamente com vários Grão-Mestres e autori-dades maçônicas de todo o País, pude prestigiar

EMInEnTE IRMãO BEnEDITO MARquEs BALLOuk FILhO grão-mestre do grande oriente de são PauLo (gosP)

uma festividade com a presença de aproximada-mente 1.200 pessoas no Eldorado Country Club, em Teresina (PI), em 20 de janeiro.

Para tornar a oportunidade ainda mais especial, fui agraciado com o título de Grão-Mestre Honorário do GOB-PI, em agradeci-mento pelo carinho que esses Irmãos sempre demonstram pelo GOB-PI. Portanto venho publicamente agradecer aos Irmãos e Cunhadas do estado do Piauí, na figura do Grão-Mestre Estadual, Eminente Irmão José Antônio Dias Soares Silva, e sua esposa Sylmara Dias, Presi-dente da Coordenação Estadual da Frafem-PI, por todo o carinho e atenção oferecidos durante minha passagem.

Agradeço principalmente por reforçarem em mim essa crença de que 2017 será um ano reple-to de fraternidade, união e paz. Vamos em frente, Irmãos! Um ótimo ano para todos!

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LOJAS • Trabalho em todas as regiões do estado

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Estrela Heptalfa 2.431Oriente de São Paulo15/1/1986

Mestres do Cedro 3.906Oriente de Cedral15/01/2008

Fraternidade São Miguelense 2.927Oriente de São Miguel Arcanjo18/1/1996

Pedro de Almeida 3.901Oriente de São Paulo19/1/2008

Estrela do Mar 2.282Oriente de Peruíbe21/1/1984

Cidade de São Vicente 2.556Oriente de Santos22/1/1989

Confira a seguir uma lista com as Augustas e Respeitáveis Lojas Simbólicas (ARLS) fundadas no mês de janeiro. A Revista Luzes aproveita a oportunidade para parabenizar a todas as Lojas e seus respectivos Irmãos!.*Observação: a lista pode ter alterações e Lojas que eventualmente não estejam relacionadas, em virtude de seus registros de fundação serem diferentes de seus registros de regularização.

AnIvERsARIAnTEs DE jAnEIRO

Consistório de Príncipes do Real Segredo nº 27.699Oriente de São Paulo2/1/1900

Fraternidade de Santos 132Oriente de Santos5/1/1853

Fraternidade e Labor 1.743Oriente de Mirandópolis5/1/1969

Campos Salles 1.307Oriente de Santa Bárbara d’Oeste 6/1/1946

Prometheus 638Oriente de São Paulo7/1/1899

Acácia de São Carlos 2.314Oriente de São Carlos9/1/1985

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Aleister Crowley 3.632Oriente de São Paulo25/1/2005

Monte Vesúvio 3.652Oriente de Tupã25/1/2005

Brisas Suaves 3.739Oriente de Votuporanga25/1/2006

Tupy 955Oriente de Araçatuba29/1/1920

Libertas 1.080Oriente de São Paulo29/1/1921

Cel. João Pedro de Godoy Moreira nº 3.369Oriente de Pedreira29/1/2001

Unificação 2.053Oriente de São Paulo30/1/1980

Anielo Pernice Neto 3.564Oriente de Peruíbe30/1/2004

Sábios da Luz 3.653Oriente de São Paulo30/1/2005

Antônio dos Santos Costa 3.012Oriente de Santos22/1/1997

Sete de Setembro 3.125Oriente de São Carlos22/1/1998

Guaiahó 3.666Oriente de São Carlos22/1/2005

Cruzeiro do Sul 2.525Oriente de Registro23/1/1989

Unitas 1.668Oriente de Araçatuba24/1/2005

Estrela Pratense 1.467Oriente de Águas da Prata25/1/1956

Integridade e Justiça 1.683Oriente de Jacareí25/1/1967

Cidade de São Paulo 2.149Oriente de São Paulo25/1/1978

Colunas Paulistas 3.333Oriente de São Paulo25/1/2000

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OBREIROs

Se há algo que norteia a vida do Venerável Irmão Alex Milani Garcia, Venerável Mestre da Loja Pi-racicaba (340), é, sem dúvida, divertir as pessoas. Empresário do ramo de brinquedos há 30 anos, ele e sua equipe de vendedores apresentam um mun-do de passatempos e jogos para as crianças que visitam as duas unidades da Pica-Pau Brinquedos, em Piracicaba (SP). Em paralelo, a outra forma que o Ir.’. Garcia encontrou para fazer da vida das pessoas uma grande festa foi em cima do palco com sua banda Estação Central Show, criada nos

anos 1990 por ele e um amigo e que já coleciona mais de mil apresentações pelo Brasil.

Fã de bandas como The Eagles e U2 e de ar-tistas como Bon Jovi, o repertório do grupo, que possui oito integrantes e uma estrutura de som e aparelhagem que não deve em nada às grandes bandas, é bem eclético. “Tocamos desde Frank Sinatra até bolero, rock nacional, internacional, sertanejo universitário, ou seja, de A a Z, até por-que temos que atender a todos os gostos das pes-soas”, conta o Irmão. As apresentações acontecem

conHeça a História do veneráveL irmão aLeX miLani garcia. entre o trabaLHo no ramo de brinquedos e a banda que tem Há mais de duas décadas, sua vida é uma festa

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Venerável Músico

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sobretudo em casamentos, embora eles também se apresentem em eventos corporativos que acon-tecem geralmente no fim do ano. “Hoje fazemos, em média, de três a quatro eventos por mês. Até porque, para tocar minha empresa, não posso ficar que nem um louco fazendo shows por aí”, conta.

O gosto musical veio já na infância, embora não houvesse músicos na família. “Sempre gostei de música e tenho facilidade para aprender”, diz. Na adolescência, entre os 14 e 15 anos, começou a tocar em bares de Piracicaba e região convidado pelo hoje amigo e sócio na banda, Mauri Camargo. “Quem tocava nos bares naquela época tinha uma renda bacana. Era a vitrine dos músicos. Tocamos em bares pelo menos uns 15 anos e então resolvemos nos especializar em tocar em casamentos. Vimos uma oportunidade de um ganho maior e de um trabalho mais profissionalizado”, explica o Irmão.

Iniciação na MaçonariaSua iniciação na Maçonaria ocorreu, segundo ele, de forma curiosa. O pai estava sendo indicado por um Irmão da Loja de Piracicaba, a mais antiga da cidade, e outro Irmão do quadro, sem saber do grau de parentesco entre ambos, também o indicava na mesma época que o pai. “Eu iria casar dali a alguns meses e um dos Irmãos levantou essa história junto aos outros e aí eles resolveram segurar um pouqui-nho minha iniciação na Loja. Eu iniciei em maio de 2005 e, de lá para cá, sou um Obreiro regular e estou Venerável Mestre da Loja até junho deste ano”, orgulha-se Garcia, que tem 42 anos.

Antes disso, ele nunca havia tido nenhum tipo de contato com a Maçonaria, mas, depois da iniciação do pai, acabou conhecendo melhor a Ordem. O V.’.M.’. ressalta o interesse crescente dos jovens pela Maço-naria na região; de acordo com ele, houve um pro-cesso grande e pacífico de renovação no quadro de Irmãos com a entrada de Obreiros mais jovens com garra e vontade de fazer. A Loja Piracicaba (340), fundada em 24 de novembro de 1875, tem como um de seus fundadores o paulista Prudente de Moraes,

que depois se tornaria o primeiro presidente civil da República do Brasil.

“Por ser a mais antiga de Piracicaba, a Loja tinha predominantemente Irmãos com mais de 60 anos. Hoje essa média caiu e posso garantir que, em nossas últimas 20 iniciações, poucos Irmãos tinham mais de 40, 45 anos de idade. Essa juventude está vindo com garra, força e vontade de fazer e, o mais importante, respeitando as tradições da Maçonaria brasileira e piracicabana”, completa.

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o nome da banda some-bode é a junção da palavra inglesa ’somebody’ (alguém) com o bode tão comumente relacionado aos irmãos maçons - a brincadeira foi feita pelos irmãos no aniversário da Loja de Piracicaba, que completou 141 anos em novembro de 2016. “alguns irmãos mais jovens que entraram na Loja são músicos amadores e resolvemos preparar uma setlist com meia dúzia de canções para fazer uma surpresa para os irmãos e para a Loja. e brincadeira vai, brincadeira vem, resolvemos chamar aquele grupo fictício de some-bode. mas foi apenas naquele momento. foi uma brincadeira entre irmãos.”

BRInCADEIRA EnTRE IRMãOs

vEnERávEL IRMãO ALEx MILAnI GARCIA

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GRAnDEs PERsOnAGEns

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Considerado por muitos críticos musicais uma das grandes personalidades da música popular brasileira, se não a principal, Pixinguinha foi au-tor de dezenas de valsas, sambas, polcas e choros como Carinhoso, Rosa, Ingênuo e Lamentos. Compôs orquestrações para cinema, teatro e circo, além de arranjos para intérpretes famosos como Carmen Miranda, Francisco Alves e Mário Reis, astros da era de ouro do rádio no Brasil.

Considerado o maior flautista brasileiro de todos os tempos e pai do chorinho, Pixinguinha nasceu Alfredo da Rocha Vianna Filho, no bairro da Piedade, no Rio de Janeiro (RJ), em 23 de abril de 1897, segundo a certidão de batismo (já o livro do cartório registra a data de 4 de maio). Ele passou a infância no bairro do Catumbi e viveu desde cedo no meio musical graças à influência paterna. Aos 10 anos, ele já acompanhava o pai, que tinha

gênio da música brasiLeiraentre tantas obras e Histórias, PiXinguinHa é o comPositor de carinHoso

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o choro-canção carinhoso (1917) é a composição mais conhecida de Pixinguinha. a letra da música, criada pelo com-positor joão de barro, só foi incluída na melodia em 1937. desde então, a canção já ganhou dezenas de regravações de sucesso por grandes artistas, se tornando parte da memória afetiva do brasileiro.

CARInhOsO FAz 100 AnOs EM 2017

PIxInGuInhA EM suA REsIDênCIA, EsCREvEnDO MúsICA COM BICO DE PEnA, RIO DE jAnEIRO, C. 1945

o mesmo nome, em festas tocando cavaquinho, instrumento que havia aprendido com o irmão. Em 1911, ganhou uma flauta do pai e seu pro-gresso foi tão rápido que no mesmo ano compôs um choro de três partes, Lata de Leite. Sua primeira gravação, São João Debaixo D’Água, foi feita em 1910.

Apresentou-se também em cinemas, até que organizou seu próprio conjunto, os Oito Batut-as, com quem excursionou pela Europa em 1922 em uma viagem na qual incorporou o saxofone ao portfólio, o que ampliaria seu talento como grande instrumentista. Na volta, formou uma or-questra, intensificou as composições, desenvolveu sua carreira de arranjador, firmou-se como regente e criou o grupo Velha Guarda.

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GRAnDEs PERsOnAGEns

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O grande objetivo do trabalho do filósofo e ensaís-ta inglês Francis Bacon era promover a consolida-ção do conhecimento filosófico. Como grande par-te da ciência do período se baseou no trabalho do filósofo grego Aristóteles, a contribuição de Bacon é importante porque apresenta um novo modelo de conhecimento. Sua crítica ao método indutivo clássico, que para ele baseava-se em precipitações e não em procedimentos concretos, permitiu a formulação de uma metodologia capaz de associar, de forma rigorosa, experiência e teoria. É o méto-do empírico-indutivo que coloca como critério da verdade a experiência – e, ao adotá-lo, o método baconiano traz considerações importantes por meio de suas obras.

Em um de seus principais livros, Novum Organum (1620), Bacon faz críticas à obra Órga-non, de Aristóteles. Nela, o filósofo grego tenta compreender a ordem do universo. Bacon, em seu livro, vai reinterpretar as ideias aristotélicas e substituir o método tradicional-aristotélico da ciência, que para ele era estéril e incapaz de con-tribuir para o progresso humano. Seu pensamento gira em torno de um tema essencial: a realização da prática do saber ou, dito de outra maneira, o conhecimento como meio de organização e trans-formação progressiva da vida humana. Para ele, a verdadeira ciência surge do conhecimento empíri-

em busca do conHecimento fiLosófico

co, de um método (o indutivo) e da objetividade. Para o filósofo inglês, os homens devem ter

conhecimento científico a fim de dominar a na-tureza porque “saber é poder”. E, para atingir esse saber e poder, é preciso que os homens se man-tenham precavidos com o que Bacon denomina “ídolos”. Por isso, suas críticas a filósofos como

FILósOFO E EnsAísTA InGLês FRAnCIs BACOn

francis bacon foi um dos grandes fiLósofos do Pensamento científico moderno

POR MADSOn DE MORAES

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FILOSÓFICAS

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o iLuminismo e a maçonaria

as ideias prevalentes e obsoletas da Ida-de Média, conhecida como “A Noite dos 10 Séculos”, levaram no início do século 17, ao surgimento na Europa de

um movimento renovador de toda cultura da épo-ca, como reação ao considerado atraso de quase todo conhecimento então existente.

Essa plêiade de novos pensadores espalhada por quase todo o continente europeu voltava-se contra o tradicionalismo que viera da então Era Medieval e grilhões do Absolutismo da realeza, como também os benefícios que eram outorga-dos aos membros do clero e nobreza.

Os freios para a evolução da inteligência precisavam ser arredados, porque o Homem de-veria pensar e governar-se pela Razão; livrar-se das restrições impostas pela Inquisição e buscar seu próprio destino livre de opressão. Poderia acreditar naquilo que sua inteligência explicasse independentemente de religiosidade ou mesmo fé. Teria liberdade de desacreditar naquilo que lhe foi imposto outrora ou, simplesmente, ques-tioná-lo. A Razão seria a bússola de sua vida, substituindo toda crença religiosa para abrir caminho a uma Nova Era de intelectualidade, ge-rando progresso material e moral, em oposição aos mesquinhos tempos da Idade Média.

Toda essa evolução filosófica, científica, artís-tica, moral e religiosa tomou o nome de Ilumi-nismo, ou “Século das Luzes”, como contestação à “Noite dos 10 Séculos” (476-1476), diante da pobreza cultural daqueles tristonhos tempos. Iluminismo porque concedia luz à escuridão, marca do atraso de mentalidade da Idade Média. A doutrina iluminista preconizava que o Homem nasce puro, com bondade, e é a própria sociedade que o corrompe.

Se houver Justiça Social, pouca desigualdade na comunidade econômica, moral e costumes, a paz virá como consequência, e a felicidade aflorará para o bem de todos. A liberdade seria exercida com responsabilidade para o bem comum. Esses eram, em linhas gerais, os postulados do Iluminismo.

Filósofos, políticos e cientistas integravam esse cenário, surgindo daí várias correntes ou vertentes dessa política social que se instalou, em última análise, em nome da liberdade de pensar, com o propósito de progresso cultural e de espírito. Ali-ás, esses ideais de avanço cultural já vinham sendo desenvolvidos desde a Renascença, que mais tarde também contribuiu para deflagrar a Revolução Francesa de 1789.

O filósofo René Descartes prestou significativa contribuição a esse empreendimento intelectual, com seu adágio cogito ergo sum (penso, logo exis-to), pensamento puramente racionalista. Outras

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importantes figuras intelectuais do século 17 foram iluministas, como Galileu Galilei, Francis Bacon, Thomas Hobbes, Baruch Spinoza, John Locke, Isaac Newton, Voltaire, Montesquieu, Jean-Jacques Rousseau, Immanuel Kant, Adam Smith e tantos outros do mesmo quilate.

Esse movimento, entretanto, começou a perder força, mais ou menos, no começo do século 19, com o advento de novas doutrinas e ao tempo das guerras napoleônicas (1804–1815). Embora uma parte dos iluministas pregasse o ateísmo, a maioria acreditava na existência de um Ser Supremo do Universo - princípio admitido pela Maçonaria, que foi muito influenciada por essa elite erudita.

A religião poderia ser cultivada por cada um, sendo mera faculdade, e, sendo aceita, como efeito, a vida espiritual continuaria após a morte do corpo físico. Era o que a maioria entendia do aspecto divino. E foi nesse ambiente de sabedoria que começou a surgir a Franco-Maçonaria no começo do século 17, cujos Maçons vieram das fileiras do Iluminismo trazendo doutrinas daquele momento histórico para oxigenar a Maçonaria Tradicional ou Simbólica, as chamadas Lojas Azuis.

Registra a História que as dificuldades da Ordem Operativa em meados do século 17, em especial na Inglaterra, ensejaram sérias consequ-ências para as guildas, chegando à decadência ou mesmo à extinção.

Como medida de sobrevivência, o sistema maçônico daqueles tempos passou a recrutar membros da intelectualidade, nobreza e de posses econômicas, sem que antes tivessem integrado o artesanato, ou seja, a Maçonaria primitiva.

Consolidou-se, assim, no século 18 (1717-1724), a Franco-Maçonaria composta por cé-rebros que não faziam parte da Instituição do

Artesanato, porém eram dotados de requisitos morais, intelectuais e econômicos, sendo aceitos pelos IIr. operativos que simbolizavam o passado maçônico. Esses IIr. foram chamados de “aceitos”, nomenclatura mais tarde acolhida pelo REAA.

Estabeleceu-se, entretanto, que seria a mesma Maçonaria, apenas com departamentos próprios, mas com igual substância, como sendo frente e verso de uma moeda. Estava, pois, implantado o departamento especulativo ao lado do outro ope-rativo. Mas a unidade da Ordem foi preservada em todos os sentidos.

Pois bem, com o ingresso desses IIr. “acei-tos”, oriundos em grande parte do Iluminismo, a influência era mesmo de se esperar na Instituição, especialmente no âmbito especulativo, geomânti-co ou ainda teórico.

Janeiro 201716 Luzes janeiro 2017

FILOsóFICAs

IR .’. IRMãO jOsé GERALDO DE LuCEnA sOAREs ARLs - fraternidade judiciária - 36L4 – gob-gosP

Não demorou muito e nasceram os Altos Graus, de 4 a 33 no REAA, sendo que para alguns especia-listas o Grau 3 (Mestre-Maçonaria Azul) foi criado em 1725, pouco depois da Constituição do bispo anglicano James Anderson, de 17 de janeiro de 1723.

Os Landmarks, por sua vez, foram estudados, classificados e ordenados por diversos estudiosos maçônicos, até que, em meados do século 19, Albert Galletin Mackey (1807-1881) compilou-os, formando uma SuperConstituição Maçônica Universal, em nosso modesto entendimento. É, sem dúvida, a codificação mais aceita pelas diversas Obediências com os 25 princípios imu-táveis e inalteráveis. A influência do Iluminismo na Maçonaria é evidente, principalmente quando examinamos os artigos 6’ ao 8’, que versam sobre as prerrogativas do Grão-Mestrado.

Trata-se de matéria atinente à administração da entidade que, em caso excepcional, pode o Grão-Mestrado autorizar a proposta e recepção do candidato ali mencionado.

Essa prerrogativa emana da experiência dos políticos de Iluminismo que ingressaram na Or-dem, objetivando, em tempos conturbados, que a

direção tenha instrumentos eficazes para debelar, ou pelo menos minimizar, as dificuldades mo-mentâneas. A faculdade de representação (art. 12) é outro avanço da época iluminista, conferindo ao Obreiro esse direito quando necessitar de auxílio técnico ou para outros fins de seu interesse. O direito recursal (art. 13) foi inspirado no modelo profano e visa eventual correção da decisão im-pugnada a ser reexaminada pelo órgão superior.

Em última análise, é resquício da doutrina con-tra o despotismo de que tratamos no início desta dissertação e a igualdade de todos os Maçons no interior da Loja (art.22) origina-se do sentimento democrático, defendido pelo movimento ilumi-nista de combater a descriminação.

O princípio da Separação dos Poderes na Ins-tituição Maçônica é cópia do modelo de Mon-tesquieu, renomado iluminista (Esprit des Lois), que criou esse sistema de Poderes do Estado, em Legislativo, Executivo e Judiciário - arts. 35, 70 e 97 - da Constituição do Grande Oriente do Brasil, entre outros diplomas das várias Potências, cada um com atribuições previstas em lei.

Mas de todas as influências iluministas na Ordem Maçônica, a que mais se destaca é seu De-partamento Especulativo. Introduziu-se o estudo profundo filosófico, simbólico, esotérico, metafísi-co, espiritual e histórico, além de outros ramos do conhecimento humano.

A Maçonaria tradicional ou clássica ficou limitada ao simbolismo básico e início de alegoria da lenda de Hiran Abiff. Esses são apenas alguns enfoques iluministas adotados pela Instituição. O certo é que o Iluminismo trouxe grande con-tribuição para o progresso maçônico, intelectual, espiritual e material. É o que se conclui do exame do tema em foco.

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Gerais • fique por dentro

PROjETO DA nOvA sEDE é APREsEnTADO EM sEssãO DA PAEL-sP

A apresentação do projeto arquitetônico para a construção da nova sede do Grande Oriente de São Paulo (GOSP) foi feita em 28 de janeiro, durante sessão da Poderosa Assembleia Estadual Legislati-va (PAEL-SP).

Com o auditório lotado pelos Parlamentares Estaduais e convidados, a empresa vencedora da licitação, AP Arquitetos, de Curitiba (PR), mostrou detalhes de como será o novo Palácio Maçônico. A construção, de 7.130 m², terá 10 pavimentos, sendo dois deles reservados a plenárias, e três andares, onde haverá 12 templos. Os demais serão destina-dos a serviços administrativos, auditório, museu, biblioteca e restaurante na cobertura.

A grandeza da obra atraiu a atenção dos pre-sentes, que fotografaram e ficaram impressionados com o projeto. Ao lado do Grão-Mestre Estadual Adjunto do GOSP, Poderoso Irmão Kamel Aref

aos irmãos, leitores e demais pessoas interessadas, o grande oriente de são Paulo (gosP) tem uma ótima notícia! a partir de 2017, a revista Luzes passa a ser mensal. o número de páginas (20) e a distribuição digital – via site, newsletter e redes sociais – perma-necem, mas a frequência e a diversidade de assuntos

Luzes AGORA é MEnsAL!

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Saab, o Presidente da PAEL-SP, Eminente Irmão Raimundo Hermes Barbosa, comandou a sessão. Todas as informações e documentos referentes à obra estão disponíveis aqui no Jive, página inicial, aba ‘Nova sede do GOSP’.

apresentados aumentam consideravelmente. quer participar e ajudar a revista? envie sugestões, ideias, artigos e opiniões para a secretaria de comuni-cação e imprensa do gosP. teremos a maior satisfa-ção em respondê-los, além de avaliar a sugestão para as próximas edições.

vEnERávEIs IRMãOs DEPuTADOs EsTADuAIs OBsERvAM A MAquETE. ABAIxO, DA EsquERDA PARA A DIREITA: PODEROsO IRMãO FAuzE jOsé DAhER, PREsIDEnTE DE hOnRA DA PAEL-sP; EMInEnTE IRMãO RAIMunDO hERMEs BARBOsA, PREsIDEnTE DA PAEL-sP; PODEROsO IRMãO kAMEL AREF sAAB, GRãO-MEsTRE EsTADuAL ADjunTO DO GOsP; PODEROsO IRMãO ROquE CORTEs PEREIRA, sECRETáRIO EsTADuAL DE RELAçõEs PúBLICAs DO GOsP

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Também em 7 de fevereiro, membros do Grupo Estadual de Ação Política do Estado de São Paulo (GEAP-SP) fizeram a pri-meira reunião do ano. Na oportunidade, foi feita uma avaliação geral dos avanços apresentados ao longo de 2016 e o planeja-mento de trabalho para 2017. Saiba mais sobre o assunto na próxima edição da Revista Luzes.

gEap realizaprimeira reuniãode 2017

Meus queridos Veneráveis Irmãos De-putados, começamos mais um ano, com bastante expectativa e, sem dúvida, cheios de esperança de um 2017 com diversas realizações, sucesso e muita saúde.

Já tivemos nossa primeira Sessão Or-dinária, que ocorreu no último 28 de ja-neiro, na sede do Sindicato dos Padeiros do Estado de São Paulo. Aqui meu agra-decimento especial ao Francisco Pereira de Sousa Filho, o nosso amigo Chiqui-nho Pereira, que vem nos emprestando o auditório da entidade gratuitamente para as nossas Sessões, desde que a sede do nosso GOSP foi demolida.

Por outro lado, quero aqui agradecer aos Poderosos Irmãos Veneráveis Deputa-dos, pelos empenhos em nossas Sessões, seja na capital, seja no interior (Sorocaba e Campinas ou na Baixada Santista), como vem ocorrendo em nossa administração.

Toda essa dedicação dos Veneráveis Irmãos Deputados é sem dúvida rechea-da de muito amor e paciência, que são as chaves também para o bom trabalho da PAEL nesse mandato.

Eminente Irmão Raimundo Hermes Barbosa, Presidente da PAEL-SP

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presidente da paEL-Sp envia mensagem aos Veneráveis irmãos deputados

sEssãO DE juLGAMEnTO nO EGRéGIO TRIBunAL ELEITORALOs Ilustres Irmãos Juízes e membros do Ministério Público Maçônico estiveram reunidos em 7 de fevereiro para a Sessão de Julgamento do Egrégio Tribunal Eleitoral do Grande Oriente de São Paulo (GOSP). A Ses-são, aberta ao público e presidida pelo Ilustre Juiz Presidente José Geraldo de Lucena Soa-res, deu andamento a uma série de processos e requerimentos. clique aqui e confira a lista dos processos em pauta.

Janeiro 2017