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6.1 A «nova ordem mundial» do pós-guerra6.2 Os movimentos de independência das colónias do pós-guerra aos anos 706.3 O dinamismo económico-social dos países capitalistas do pós-guerra aos anos 706.4 As características das sociedades ocidentais desenvolvidas6.5 Os «choques petrolíferos» e a crise do anos 706.6 Unidade e diversidade do mundo comunista: bloqueios e ruturas

O satélite artificial soviético Sputnik.Rua comercial em Londres (anos 60).

George Marshall, secretário de Estado norte-americano.

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A hegemonia americana

• No fim da Segunda Guerra Mundial, os EUA destacaram-se como uma grande superpotência mundial. Esta supremacia justificou-se, essencialmente, porque:

— o país não sofreu perdas humanas e materiais no seu território nacional;

— durante o período do conflito, o país foi o principal abastecedor de armamento e alimentação;

— no decurso da guerra, os EUA conquistaram importantes áreas de influência política e geoestratégica;

— Aumento da produção industrial;

— Capacidade enérgica equivalente a 50 % do total mundial;

— Dólar convertido na moeda-padrão, à escala mundial.

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A hegemonia americana

• A prosperidade dos EUA contrastava com a devastação verificada na Europa, ficando este país sem forma de escoar os seus produtos e de continuar a desenvolver o mercado mundial.

• Como forma de ajudar a Europa a recuperar da crise em que se encontrava, os EUA, instauraram, em 1948, o Plano Marshall.

ObjetivoAuxiliar a reconstrução dos países europeus atingidos pela guerra.

ContrapartidaCumprimento, por todos, de regras orientadoras de uma economia de mercado livre.

Criação da Organização Europeia de Cooperação Económica (OECE) para fazer a gestão do dinheiro de donativos e empréstimos.

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A expansão do comunismo

• A URSS, no fim da Guerra, também emergiu como superpotência, intervindo nos países de Leste libertados do nazismo e incentivando os partidos comunistas locais, em clara recusa do capitalismo.

• 1945-49 — Difusão do comunismo entre os países de Leste, sob a égide da URSS.

• A partir de 1949 — Expansão do modelo comunista para fora da Europa, com a fundação da República Popular da China e o surgimento de regimes comunistas na Coreia do Norte e Indochina.

• Criação, como alternativa ao Plano Marshall, do Conselho de Assistência Económica Mútua (COMECOM) para dar apoio ao desenvolvimento económico, financeiro e económico dos países-membros.

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A Guerra Fria

• EUA e URSS, beneficiados nas conferências de Potsdam e Ialta, iniciam um clima de desconfiança mútua, originada em alegadas pretensões expansionistas de ambas as partes.

• Estaline, sentindo-se rodeado pela presença americana, estabelece, como vimos, zonas de influência na Europa de Leste, no Médio Oriente e na Ásia.

• É criada a chamada «Cortina de Ferro», que vai marcar a divisão entre a Europa Ocidental e a Europa de Leste.

• Inicia-se um confronto, não armado, entre as duas superpotências.

• Os países organizam polícias e serviços secretos.Estaline e Mao Tsé-Tung.

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As duas alianças militares

O clima de Guerra Fria leva as duas superpotências a reforçarem as defesas e consolidarem as áreas de influência, verificando-se uma corrida ao armamento. Formam-se dois blocos militares antagónicos:

• Os movimentos de espionagem e contraespionagem intensificam-se à medida que as superpotências aumentam o seu potencial militar. Julius e Ethel Rosenberg, casal comunista

norte-americano condenado por espionagem por revelar à URSS segredos militares que permitiram a construção da bomba atómica.

• A obtenção da bomba atómica pela URSS em 1949 agrava a tensão entre os dois blocos.

• 1949 — Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), pelo Ocidente.

• 1955 — Pacto de Varsóvia, pelo Leste.

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As áreas de influência dos Estados Unidos e da União Soviética em 1949.

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Da coexistência pacífica ao novo período de crise

1953 — Morte de Estaline.

• Início de um período de coexistência pacífica, com a assinatura de acordos de controlo e limitação de armamento.

Construção do Muro de Berlim.

Nikita Kruschev, sucessor de Estaline.

• Este período de coexistência não demorou, porém, a ser interrompido por três graves incidentes:o 1961 — Construção do Muro de Berlim.o 1962 — Crise dos mísseis de Cuba.o 1964-73 — Guerra do Vietname.

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Os primeiros movimentos de independência

Depois da Segunda Guerra Mundial, intensificam-se os movimentos de descolonização na Ásia e em África.

• Mahatma Gandhi, defensor da resistência pacífica, dedicou-se à luta pela independência da Índia em relação ao Império Britânico. Em 1947, a Grã-Bretanha concedeu a independência aos seus territórios, dando origem à união Indiana (de maioria hindu) e ao Paquistão (islâmico).

Mahatma Gandhi.

• Por sua vez, Ho Chi Minh recorre à luta armada para combater pela independência do Vietname do Norte, na sequência do desmembramento da Indochina.

• A descolonização estendeu-se a outros países do Médio Oriente e do norte de África ao longo dos anos 40 e 50 e à África Subsariana a partir dos anos 60, assistindo-se à independência de todas as possessões britânicas, francesas e belgas.

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A descolonização da Ásia e da África até 1970

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O «Terceiro Mundo»Grande parte dos novos países independentes dos continentes africano e asiático não aderiu facilmente à lógica da Guerra Fria. Países como a Índia e a Indonésia rejeitaram o comunismo e o capitalismo, posição que expressaram na Conferência de Bandung, dando origem ao Movimento dos Não Alinhados. Surge então o termo «Terceiro Mundo», que designa o conjunto de países que não pertenciam nem ao mundo capitalista nem ao mundo socialista. Estes países caracterizaram-se por:

• produto nacional bruto (PNB) baixo;

• acentuado crescimento demográfico;

• predomínio de um setor primário atrasado;

• fortes desigualdades sociais;

• forte dependência económica em relação às potências capitalistas emergentes;

• ambientes, em muitos casos, de conflito.

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O poderio americano

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos confirmam o seu crescimento económico, devido aos seguintes fatores:

• incentivo à propriedade privada;• incentivo à livre concorrência;• existência de grandes concentrações empresariais;• desenvolvimento de uma agricultura mecanizada;• um comércio forte, incentivado pelas vendas a crédito,

pela publicidade e pelo marketing;• uma indústria tecnologicamente avançada;• o fenómeno de baby boom, que incentivou o aumento

da produção. Coca-Cola, empresa multinacional, símbolo do

poderio económico dos EUA depois da Segunda

Guerra Mundial.

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O poderio americano

Apesar do próspero crescimento económico, os EUA enfrentaram alguns problemas:

• A Guerra do Vietname (1964-1973), com elevados custos humanos, financeiros, sociais e políticos;

• os custos do programa espacial;

John Kennedy.

Acumulação de uma grande dívida pública.

Além disso, a descriminação das minorias raciais provocou fortes conflitos sociais, que John Kennedy tentou debelar com o programa «Nova Fronteira».

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O milagre japonês

Apesar de arrasado pela Segunda Guerra Mundial, o Japão protagonizou um verdadeiro milagre económico, auxiliado pelo Plano Dodge. Este milagre foi possível devido aos seguintes fatores:

• aposta no desenvolvimento de setores industriais de ponta;• abundante mão de obra qualificada;• elevada produtividade, que permitiu baixar os preços.

Tóquio. Na década de 70, o Japão era já a terceira potência económica mundial.

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Os «dragões asiáticos»

O crescimento japonês estimulou a região asiática, e, na década de 60, outros lhe seguiram os passos, entre os quais se destacam:

• os quatro «dragões asiáticos»: Taiwan, Singapura e Hong Kong;

• os «tigres asiáticos»: Malásia, Tailândia, Indonésia e Filipinas.

Os «dragões asiáticos».

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O caminho da União EuropeiaComo consequência da Segunda Guerra Mundial, os países europeus sentiram a necessidade de cooperarem para reconstruir as suas economias, dando os primeiros passos para o nascimento da União Europeia.

Etapas da construção europeia

1948 — Formação do BENELUX pela Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo. 1951 — Constituição da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) pelos países do BENELUX, a França, a Alemanha Ocidental e a Itália.

1957 — Tratado de Roma que institui a Comunidade Económica Europeia (CEE).1973 — Adesão da Grã-Bretanha, Irlanda e Dinamarca.1981 — Adesão da Grécia.1986 — Adesão de Portugal e Espanha.1992 — Tratado de Maastricht, que institui a União Europeia.2001 — Introdução da moeda única, o euro.1995, 2004, 2007, 2013 — Sucessivos alargamentos da União Europeia para 28 países.

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Os sucessivos alargamentos da União Europeia.

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O alargamento do setor terciário• Na década de 50, devido ao franco desenvolvimento industrial, assistiu-se

a um decréscimo do setor primário e secundário e ao crescimento do setor terciário, o que se deveu:o ao aumento da procura de técnicos especializados;o ao aumento do número de funcionários públicos.

• Surgimento do Estado-Providência com vista a:o assegurar a todos a educação básica;o prestar cuidados de saúde;o combater a pobreza e o desemprego.

Afirmação das classes médias.

Aumento da produção de bens a baixo custo

Aumento da capacidade de consumo diversificado.

Supermercado norte-americano nos anos 60.

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Os movimentos de contestação e de defesa das minorias

A partir dos anos 60, a geração nascida depois da Segunda Guerra Mundial criam novas formas de contestação e de afirmação das suas ideias. Destacam-se os movimentos seguintes:

• A luta contra a segregação racial nos EUA, que teve um grande impulso nos anos 60 graças à liderança de Martin Luther King.

• As manifestações de grupos de jovens contra o serviço militar nos EUA, como resposta à mobilização para a Guerra do Vietname.

• O movimento hippie e a procura de formas de vida alternativa.

• A contestação estudantil na Europa (o «Maio de 68»).

Martin Luther King (1929-1968).

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A crise dos anos 70

• «Choques petrolíferos»: países produtores aumentam o preço do petróleo.

A crise dos anos 70 nos países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento.

• Inflação: sobem os preços dos outros bens.

• Crise do modelo keynesiano: Estados deixam de ter recursos para financiar políticas sociais e de investimento.

• Crise mundial: países em vias de desenvolvimento e países comunistas também são afetados.

• Adoção de políticas económicas neoliberais.

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O mundo comunista

Depois da Segunda Guerra Mundial alguns países adoptaram o modelo socialista.

Josip Broz Tito.

Jugoslávia

• Josip Broz Tito tornou-se o líder da Jugoslávia, sendo responsável pela união de Sérvios, Bósnios, Eslovenos, Montenegrinos, Croatas e Macedónios, mas:

— rejeitou o modelo soviético;— aceitou auxílio americano;— promoveu a iniciativa privada na pequena

indústria e no pequeno comércio.

• Com a morte de Broz Tito, deu-se a desintegração da Jugolávia.

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O mundo comunista

Mao Tsé-Tung (1893-1976) numa manifestação durante a «Revolução Cultural».

China

• Em 1949, foi proclamada a República Popular da China por Mao Tsé-Tung. Ainda que inicialmente tenha seguido o modelo soviético, acabou por se afastar.

• Este afastamento começou a partir de 1958, com o Grande Salto em Frente, que promoveu a industrialização do país.

• E prosseguiu, a partir de 1965, com a Revolução Cultural, que procurou criar uma nova sociedade.

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O mundo comunista

Mikhail Gorbachev.

Cuba

• Fidel Castro chega ao poder em 1959, derrubando o ditador Fulgêncio Batista, e adota o modelo soviético.

União Soviética

• Com a morte de Estaline, o modelo leninista sofreu modificações.

— 1953 — Nikita Kruschev assume o poder e regista-se uma abertura ao Ocidente.

— 1964 — Leonid Brejnev substitui Kruschev e aumenta a oposição aos EUA.

— 1985 — Mikhail Gorbachev é escolhido como novo líder e lança uma política de reestruturação (perestroika) e transparência (glasnost).

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