O maravilhoso mundo da criatividade - Revista Negócio&Fitness

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Qual a sua ideia? Educação Física X Ciências do Esporte: Qual curso fazer? Marketing pessoal para você aprender a vender seu peixe

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Entrevista concedida à Revista Negócio&Fitness sobre CRIATIVIDADE. Páginas contendo minha entrevista: de 16 a 20

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Qual a sua ideia?Educação Física X

Ciências do Esporte: Qual curso fazer?

Marketing pessoal para você aprender a vender seu peixe

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EXPEDIENTE

Que profissional não gosta de se destacar e ser lembrado por seus líderes e colegas? Uma boa razão para ser lembrado e, claro, de forma positiva é ter um perfil criativo.

Mas criatividade não nasce em árvore e como bem disse o especialista em empreendimento, Marcio de Oliveira Santos Filho: “Criatividade é algo intangível. Você não fica mais criativo, é um estado de espírito, na verdade, vai do momento e do estado em que a pessoa se encontra”.

No entanto, há algumas dicas para que você faça despertar a válvula da criatividade e para isso, basta ler a matéria de capa desta edição! Mas para se destacar é importante também saber “vender seu peixe” e para te ajudar a trabalhar sua imagem da forma mais produtiva possível, o colunista Wagner Campos fala sobre Marketing Pessoal.

Além disso, temos uma dica para você que ainda não ingressou na faculdade e está em dúvida sobre qual curso melhor atende suas perspectivas de futuro. Os coordenadores dos cursos de Educação Física da FEFISA e Ciências do Esporte da Unicamp falam um pouco sobre as semelhanças e diferenças entre os profissionais formados em cada área e seus campos de atuação.

E não para por aí. Ainda nessa edição, você confere a história de Renan Murta, um profissional que investiu em um projeto, o “Adote 1 Atletinha”, e conta um pouco como é trabalhar por uma causa social. E também vale a pena aprender como fazer um orçamento. Isso mesmo! Saiba organizar suas finanças e viver sem esperar freneticamente pelo próximo “dia 5”.

Ou seja, essa edição é para quem que quer investir em si mesmo. Afinal, alguém tem que acreditar em você para começar e este alguém é você mesmo!

Sucesso e até a próxima!

Acendendo a lâmpada da criatividade

O conteúdo dos artigos é de responsabilidade de

nossos colunistas, não expressando necessaria-

mente a opinião da Negócio & Fitness Carreira.

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PROFISSIONAIS -Investindo em um proje-to social

OPINIÃO -Falem mal, mas não falem de mim!

CARREIRA - Aprenda a organizar seu orçamento

ENTREVISTA - Faculdade: Educação Fí-sica X Ciências do Esporte

Página 06

Página 12

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Página 26

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Criatividade e empreendedorismo

Capa

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APROFISSIONAIS

“Adote 1 Atletinha”, essa foi a oportunidade de trabalho social que Renan Murta, professor de Educação Física formado na FEFISA (Faculdades Integradas de Santo André), abraçou em sua vida durante três anos.

“Acho que a faculdade deveria falar mais das possibilidades de atuação do profissional de Educação Física nas áreas de ação social, apresentá-las seria sua função; se nós, os alunos vamos seguir é uma consequência de cada um. Para mim, foi uma ótima oportunidade de cres-cimento”, diz. Esse é o resumo da vivência do professor Murta, que foi coordenador e respon-sável por gerenciar um projeto social dentro da favela Heliópolis, zona sul de São Paulo, a maior periferia do Estado paulista. O projeto era uma parceria entre duas empresas do ramo esporti-vo, a Assessoria Esportiva Mais Ação e a loja de artigos esportivos Fast Runner.

Por meio de um contato com Associação Casa Maria de Nazareth situada dentro de Helió-polis, na rua Siqueira Bulcão, 54, as empresas criaram o projeto, “Adote 1 Atletinha”, e, para conduzir as atividades esportivas para os jovens

pobres da região, contrataram Murta, um estu-dante recém-formado na faculdade.

A instituição já desenvolvia, com os adoles-centes, outros projetos profissionalizantes como curso de informática, cabeleireiro, panificação, corte e costura e manicure. Eles também ofe-reciam amparo médico para os assistidos, tais como, assistência neurológica, oftalmologista, dermatológica, cirurgia pediátrica e outros ser-viços. Sendo assim, um projeto esportivo veio a calhar para o desenvolvimento da saúde física deles.

O projeto, iniciado em 2006, teve como ob-jetivo oferecer aos jovens da instituição aulas de Educação Física, vestuário, alimentação e passeios. Cerca de 20 alunos participavam efe-tivamente das atividades.

Um sonho se realizaO projeto, segundo Murta, teve o lançamen-

to das empresas citadas, mas a condução das ideias ficou por conta dele, tanto na elabora ção das atividades, quanto na condução. “A ideia do projeto era muito boa. Através do apoio finan-

O esporte pode salvar vidasOportunidades podem estar em muitos ramos da nossa vida, a Educação Física pode ser uma delas, inclusive na área social

Leonardo Brito

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O esporte pode salvar vidasOportunidades podem estar em muitos ramos da nossa vida, a Educação Física pode ser uma delas, inclusive na área social

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PROFISSIONAIS

ceiro de pessoas que quisessem doar alguma quantia, elas ficariam responsáveis em ajudar na compra de matérias, uniformes e calçados para os alunos poderem desenvolver os espor-tes oferecidos”, explica.

A casa em si, já desenvolvia um contato bem próximo com os adolescentes por causa dos ou-tros projetos profissionalizantes.

“Foi legal, pois me empolguei bastante com o projeto, no início pensei que esse projeto po-deria dar oportunidade para criarmos um clube esportivo, sonhei em acreditar que investidores iriam vir para ajudar e expandir a ideia. Mas no decorrer do projeto, senti uma realidade meio

contrária ao meu sonho”, conta. Murta relata que o projeto não andou mais por falta de in-vestimentos e parcerias que, infelizmente, não vieram, porém, isso não o desanimou em largar sua função de orientar as crianças e jovens no que diz respeito a conhecimentos em Educação Física. “Apesar da falta de recursos, para mim foi bem importante o envolvimento com tal projeto e passar para frente todo meu conhecimento na área de Educação Física. Outra grande oportuni-dade foi conhecer melhor os espaços recreativos e culturais da favela de Heliópolis”, acrescenta.

Outra percepção que o professor teve foi de que nenhum deles tinham uma aula de Educa-

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ção Física na escola, mas sim uma aula de re-creação, porque cada conteúdo passado sobre as modalidades, representava na vida deles um conhecimento totalmente novo. Murta afirma que foram vários os desafios encarados no decorrer do projeto. Um deles foi a disciplina de alguns alunos, pois nem todos encaravam as aulas com caráter coletivo, muitas vezes as situações se resolviam em brigas entre os alu-nos, mas no decorrer do tempo, eles foram se entrosando e melhorando o convívio.

Da faculdade ao social“Até aparecer o projeto em minha vida ainda

não tinha pensado em desenvolver um tra-balho social desse tamanho, mas o gosto por atividades físicas e o pensamento em repassar isso adiante era um desejo particular, trabalhar com criança então, sempre foi um vontade interior”.

Ao ser questionado sobre a participação da faculdade na sua interação com as áreas sociais, e se a instituição de ensino superior o ajudou na formação do pensamento do trabalho so-cial, Murta não reconhece que a faculdade te-nha o impulsionado a agir no setor social. Pois, isso foi um conteúdo deixado de lado, mas não por falha da instituição e sim pela tradição

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PROFISSIONAIS

mercadológica de cada curso. Mesmo a faculdade não oferecendo em sua

grade curricular essa matéria ou algo relacio-nado, o professor diz que o envolvimento com as áreas sociais vai depender do empe-nho e vontade de cada pessoa, pois queren-do ou não, debates e informações chegam até os alunos, dentro e fora da faculdade. “Em algumas disciplinas sobre como fun-ciona a condução de aula, filosofia do corpo e outras temáticas, comentávamos sobre as formas de trabalhar com os diversos públi-cos, mas nada muito aprofundado e sempre um papo informal entre alunos e alguns docentes, nada oficializado pela faculdade. Acredito que falte um incentivo das faculda-des para envolvimento do profissional com as questões sociais, sim”, afirma Murta.

O profissional só tem lembranças boas do projeto “Adote 1 Atletinha”, a única coisa negativa que aponta no projeto, foi o fato de ter acabado por falta de investimento. Fora esse detalhe, ele só tem a agradecer. “Foi com esse tipo de trabalho que consegui enxergar

melhor a aplicação dos conceitos trabalha-dos na faculdade como a vivência em equipe, trabalhar Educação Física com o público in-fantil, além da oportunidade de organização e planejamento do projeto. Para mim, foi maravilhoso. Um dia pretendo retomar algo nessa área.”

O educador deixa a dica para os profissio-nais que ainda pensam em se envolver com essa área, ou não. “Vale muito a pena os profissionais de Educação Física olharem melhor para essa área de atuação dentro de sua carreira, pois além de estar contribuindo com o seu conhecimento para com a socie-dade; a experiência de gerenciar esses gru-pos de trabalho é fantástica, um aprendizado atrás do outro. Vale lembrar que o esporte oferecido para a população mais pobre, em muitos casos, é a única salvação de um fu-turo incerto ou inseguro pela realidade que vivem. Então, não pense muito, aja logo se você tiver a possibilidade, pois nossa contri-buição pode ser grande na vida das pessoas ao nosso redor com a Educação Física.”

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OPINIÃO

Vamos falar sobre uma circunstância que, provavelmente, já fez parte de sua vida ou ao menos, você já presenciou. São situações em que apesar de fazer tudo certo, alguém, que tinha a mesma função dentro da em-presa e exercia as mesmas atividades ou responsabilidades, foi promovido, conse-guiu aumentos salariais e frequentemente é citado como exemplo, enquanto você nem ao menos é lembrado, e, às vezes, sente-se desvalorizado e sem reconhecimento.

Sinto-me na obrigação de dizer que o grande culpado por isso tudo pode ser você mesmo. Exceções à parte, o que pro-vavelmente esteja ocorrendo é a falta de seu marketing pessoal.

E o que é isso?Quando falamos de um produto, sabe-

mos que existem esforços para que ele seja notado, apreciado e adquirido. São os esforços de marketing. Meios que visam potencializar as vendas dos produtos, uti-

lizando a divulgação através da promoção, propaganda, embalagem etc.

O marketing pessoal é a mesma coisa, porém em benefício de sua própria carreira. É fazer-se notado! Não simplesmente nota-do, mas ser percebido por suas qualidades, habilidades e competências.

Ser notado desnecessariamente e por suas “aparições” tolas é péssimo, uma vez que será lembrado, com frequência, que não é um bom profissional. Neste caso, aquele ditado: “falem mal, mas falem de mim” não é um bom lema, uma vez que falar mal significa comentar que você não é a pessoa ou o profissional ideal.

Então, o que devemos fazer para termos um bom marketing pessoal e sermos reco-nhecidos e valorizados, obtendo assim o sucesso e a realização profissional?

Seguem algumas dicas:

1. Você deve ter liderança, desenvolven-

Como Fazer Um Bom Marketing PessoalUm simples conjunto de ações pode alavancar sua reputação. Saiba como vender seu perfil profissional e deixe que

as pessoas lembrem-se de você pelo bom profissional que é

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do assim habilidades de influenciar pessoas e ser um formador de opinião.

2. Deve transmitir confiança aos seus chefes e companheiros de trabalho. Deve ser a pessoa que todos sabem que se algo precisa ser bem feito, tem que ser feito por você.

3. Precisa saber o que está fazendo e por que está fazendo. Fuja de fazer apenas algo que mandam fazer, sem saber do que se trata. Diferencie-se, torne-se um especia-lista em suas atividades e o motivo para a execução delas.

4. Saiba trabalhar em equipe e adminis-trar conflitos. Mesmo que você tenha mais habilidades em determinadas atividades, colabore para o desenvolvimento de seus colegas de trabalho. Afinal, uma equipe coesa produz mais, melhor e com maior satisfação.

5. Saiba valorizar seu trabalho e apre-sente bons resultados. Tenha uma boa vi-

sibilidade. Sempre que tiver oportunidade, além dos resultados, apresente seus pro-jetos e ideias, mesmo que informalmente.

6. Seja uma pessoa otimista e bem--humorada. Ninguém gosta de rabugentos, aqueles profissionais cuja presença faz mur-char até o pequeno cacto ao lado da mesa. Pessoas otimistas e bem-humoradas propor-cionam um ambiente agradável e irradiam bem-estar a todos a sua volta.

7. Faça um bom planejamento de onde pretende chegar. Ou seja, defina qual situ-ação que almeja profissionalmente e tenha paciência. Tudo acontecerá ao seu tempo desde que, obviamente, você direcione seus esforços para realizar-se, conforme o planejado.

Podemos perceber então que quem não é visto, não é lembrado, mas é muito melhor ser lembrado pelas características positivas e habilidades e competências que colaboram para que você se destaque

Como Fazer Um Bom Marketing PessoalUm simples conjunto de ações pode alavancar sua reputação. Saiba como vender seu perfil profissional e deixe que

as pessoas lembrem-se de você pelo bom profissional que é

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OPINIÃO

no ambiente de trabalho. Ser lembra-do como um profissional participativo, seguro, responsável, líder, ético, bem--humorado e organizado não prejudica ninguém e confirma para a empresa que ela fez a escolha certa ao tê--lo em sua equipe. Afinal, a imagem da empresa, seus produtos e serviços depende muito da imagem percebida de seus colaboradores. Aproveite para potencializar suas características positivas e verificar quais são suas ne-

Wagner CamposConsultor Empresarial, Diretor da True Consultoria e Especialista em Vare-jo, Marketing e Logística. Palestrante Motivacional em Vendas e Liderança. Professor de MBA em Marketing e Vendas, MBA Gestão de Pessoas e nos cursos de graduação em Administração, Marketing e Recursos Humanos. Autor do Livro “Vencendo Dia a Dia”. <[email protected]>

cessidades de melhoria para conseguir se destacar profissionalmente.

E lembre-se: se estiver participando de um processo seletivo ou de seu pri-meiro emprego através de um estágio, saiba o que você pode oferecer para a empresa. Não vá para aprender, mas para contribuir. A empresa quer resul-tados e não é uma escola. Com certeza, você aprenderá muito na organização e obterá excelentes experiências, mas isso deverá ser consequência de seu trabalho e não apenas um processo de aprendizado.

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GCAPA

Grandes ideias podem vir de qualquer um e servir para qualquer finalidade... E ainda assim, serem fantásticas!

O sócio de uma agência de publicidade, Alex F. Osborn, criou, em 1939, o conceito de Brains-torming, que é justamente uma ferramenta de criatividade que estimula um grupo de pessoas a darem sugestões sobre determinado tema.

No começo deste ano, o Massachusetts Institut of Technology (MIT) divulgou uma lista feita com base em entrevistas com 1.000 jovens, em que Thomas Edison foi eleito o maior inventor de todos os tempos. O norte-americano, que não frequentou a escola, foi responsável por inven-ções como o fonógrafo, a lâmpada elétrica, o pro-jetor de cinema e o aperfeiçoamento do telefone.

O importante é lembrar que criatividade é sinô-nimo de mudança e para que a sua ideia faça dife-rença é preciso apostar e estar disposto a investir em você mesmo. E aí, está preparado para isso?

Ter a mente aberta e um perfil empreendedor é motivo de destaque para os profissionais. “Conhe-cimento é muito importante, mas não é suficiente. Hoje em dia é preciso saber adaptar o conheci-

mento às circunstâncias. O que se aconselha é que paralelamente ao aprendizado de conteúdos, o profissional desenvolva habilidades para inovar, solucionar problemas e visualizar oportunidades”, afirma a especialista em Criatividade, Inovação e Adoção de Mudanças, Gisela Kassoy.

Marcio de Oliveira Santos Filho, especialista em empreendedorismo, classifica a criatividade como um “estado de espírito” que varia de acordo com o momento e a disposição da pessoa. “Um estímulo para ser cada vez mais criativo é estudar coisas novas e olhar mercados que ainda não conhece”.

Muitas empresas buscam por um perfil cria-tivo como diferencial em seus colaboradores e a razão é simples. “A criatividade acaba sendo uma válvula ou um mecanismo que você usa para sair da caixinha, pensar fora da caixa. E isso é interessante, porque, às vezes, aos olhos de uma pessoa mais racional, você não conse-gue uma resposta, mas uma pessoa criativa, que pensa um pouco fora do padrão, consegue achar uma solução”, explica Santos.

Não podemos esquecer que são as pessoas que dão “cara” ao negócio e garantem o diferen-

O maravilhoso mundo da criatividadeNão seja apenas mais um entre tantos, desenvolva a habilidade de pensar fora da caixinha e se destaque no mercado

Laís Rosa

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cial do empreendimento, por isso, apresentar ideias e sugestões ao seu chefe vai fazer com que você seja lembrado posteriormente. “É im-portante ter em mente que a criatividade é uma das competências, mas coragem, capacidade de tomar decisões e até sorte também pesam. Eu não aconselharia ninguém a trocar o diploma

pela criatividade, pois são aspectos que se so-mam”, lembra Gisela.

Se você já possui todas essas características, res-ta então investir em suas ideias e apresentá-las ao mundo. Agora se você é do time que gostaria de apresentar inovações, mas ainda não tem noção de como fazer isso, aqui vai um conselho:

“Não existe uma fórmula mágica. O que você pode fazer é se inspirar com casos de pessoas que são empreendedores bem-sucedidos, estudar mercados e é sempre bom ir atrás de algum serviço em que você pode agregar ou crescer; um produto para atender algo que não existe, enfim

não há uma fórmula racional para desenvolver esse estímulo empreende-dor. Ver filmes, ler livros, conversar com pessoas que já empreenderam é um começo para que você vá ficando fascinado por algumas coisas.

Fazer o que você gosta também faz parte da receita”, conta Santos Filho ao mesmo tempo em que afirma que para um empreendedor de sucesso

desenvolver o gosto pelo erro é fundamental.

O maravilhoso mundo da criatividadeNão seja apenas mais um entre tantos, desenvolva a habilidade de pensar fora da caixinha e se destaque no mercado

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CAPA

“Para você criar um negócio e fazer com que ele tenha êxito, é preciso passar por uma série de caminhos até achar o do sucesso. Existe um conceito interessante para quem está disposto a empreender que é o do fracasso, preferen-

cialmente de forma rápida, afinal quanto mais cedo falhar, melhor, porque você aprende mais rápido e perde menos dinheiro. O fracasso vai acontecer em algum momento, é ine-vitável e não que o negócio inteiro vá falhar, mas alguns fracassos ao longo da constituição do empreendimento irão acontecer”, afirma Santos Filho.

Mas o que fazer se você está em um emprego em que não é incentivado, seu líder não dá suporte as suas ideias e você não se sente desafiado? “Se o pro-fissional tem esse perfil empreendedor e está em um lugar que o trava e não o deixa criar, eu o aconselho a ir embora

e buscar o que gosta. Claro que não podemos esquecer o lado das obrigações, a pessoa tem que colocar no papel e se fazendo as contas, em seis

A especialista em

criatividade Gisela Kassoy,

dá algumas dicas para

você que quer desenvolver

sua criatividade:

- O primeiro passo é forçar um pouco a mente para que ela saia da rotina. Esquecer o mito de que a criatividade brota espontaneamente.

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Quando a criatividade está em pauta, não há limites ou mesmo nicho de mercado que freie o profissional.

O professor de Educação Física José Anchie-ta, aproveitou seus conhecimentos adquiridos com a pós-graduação e seus 27 anos de expe-riência no mercado fitness e criou o Batucalê, programa de formação de instrutores com atua-ção com ritmos afro-brasileiros.

“A ideia surgiu de estudos feitos com o músico e percussionista Gel Bento, a partir da análise do meu trabalho com ritmos afro-brasileiros em aulas de grupo. Hoje, estamos agregando instrumentos musicais especialmente criados para aulas coletivas. Já temos protótipos de mais de seis instrumentos musicais.

A aula propriamente dita está sendo implan-tada e provada há mais de cinco meses em aca-demias e eventos.

O Batucalê é voltado para instrutores em pri-meira instância e depois para todo o público que consome o produto fitness e dança nas aca-demias. O Programa oferece uma qualificação

ao trabalho dos profissionais.Tudo o que o homem sempre deve fazer é

acreditar nas suas ideias. Não ter medo de ousar. Um novo projeto pode oferecer uma perspectiva grandiosa no futuro, mas tem que ser sempre ‘ali-mentado’ com estudo e dedicação. Ter sempre o pensamento que só existe uma pessoa interessa-da em seus planos: você mesmo”.

Criatividade e empreendedorismo fitness

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CAPA

ou sete meses ela consegue viver com a poupan-ça que tem, eu acho que vale muito a pena ir atrás do que gosta e empreender naquilo que acredita. Então, minha dica é: se você está insatisfeito e possui perfil empreendedor, saia logo do tra-balho em que está”, aconselha o especialista em empreendedorismo .

- Uma ideia para ver

determinada situação com

novos olhos, é imaginá-la

sem algum componente

essencial.

- Como as ideias nunca vêm do nada e são

sempre frutos do que absorvemos do meio

ambiente, quanto melhor nossa comunicação, mais

criativos seremos!

- Tudo o que é diferente

estimula nossos neurônios.

É aconselhável frequentar

lugares novos ou

conversar com pessoas

com quem não se tem

nada em comum.

Mais dicas para estimular sua criatividade - Portal N&F: clique aqui!

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CARREIRA

Todos nós sabemos da importância da pou-pança, então por que razão esta se mostra uma tarefa tão difícil?

Poupança carrega consigo a sombra do sacrifí-cio que a luz dos benefícios futuros nem sempre consegue eliminar.

Sem os cuidados necessários, quem negligen-cia o controle financeiro pode pagar alto preço. Cartões com créditos estourados e uso exacer-bado dos cheques especiais podem colocar pes-soas em posições financeiras extremamente de-licadas, levando-as a perder o que conseguiram.

Acontecimentos milionários têm gerado mi-seráveis. Profissionais de sucesso costumam dizer em entrevistas que nunca imaginaram que o sucesso seria passageiro. Normalmente é!

Dessa forma, sem qualquer parcimônia, me-nos de 5% das pessoas que ganharam “boladas” nas loterias ainda têm boas somas para viver.

O esforço da poupança precisa estar ligado à inte-ligência e competência da retenção e multiplicação.

Sucesso financeiro normalmente é confundi-do com segurança no futuro, mas se olharmos a história das grandes fortunas veremos que

muitas não chegam a atender a terceira geração.A educação financeira deve começar cedo, em

casa e nas escolas. A vida não é apenas cara pe-los altos preços, mas pelos altos gastos com as muitas oportunidades.

Diz um sábio ditado: “Se o homem tem ape-nas um par de pés, porque tem dez pares de sapatos?”

Uma boa educação oferece oportunidades de bons empregos e ganhos maiores, mas também instiga aos gastos. Dinheiro faz dinheiro, mas este precisa de cuidados e aconchego.

Poucos são capazes de poupar sem que tenham claro onde e como irão usar esses recursos. Por essa razão, grandes poupadores costumam vir de famílias poupadoras, onde a ansiedade para consumo e uso das importân-cias acumuladas são menores.

Com tantas tentações, como poupar?A primeira medida é retirar dos ganhos men-

sais, a importância que não deve ser gasta em hipótese nenhuma e aplicá-la numa conta de in-vestimento. Para essa conta, o talão de cheque e o cartão é melhor que fiquem em lugar de difícil

Educação e inteligência financeira: uma visão de futuro

Aprenda a fazer um orçamento e pare de esperar ansiosamente pelo próximo “dia 5”T

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Educação e inteligência financeira: uma visão de futuro

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Aprenda a fazer um orçamento e pare de esperar ansiosamente pelo próximo “dia 5”

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CARREIRA

Ivan PostigoDiretor de gestão empresarial da Postigo Consultoria Comunicação e Gestão. Economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e pales-tras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril.<[email protected]>

acesso. O dinheiro guardado dessa forma tem mais chances de não ser tocado.

A princípio estabeleça um valor a ser poupado e não tenha medo de exagerar. Grandes poupa-dores começam com não menos que 10% dos ganhos mensais. Sempre que puder aumente.

Desenvolva um plano de vida, fazendo a rela-ção das necessidades básicas mensais. Se não for fundamental, fora da lista, afinal você já li-mitou o quanto pode gastar e o que sobrar será para reforço da poupança.

- Despesas com supermercados devem seguir um cardápio para que os desperdícios sejam minimizados;

- Vestuários, antes de comprá-los uma visita ao guarda-roupa ajuda. Seguida da pergunta: “Pre-ciso mesmo?” Se tiver dúvidas, não compre;

- Gastos não planejados e não emergenciais só devem ser efetuados se o saldo bancário for po-sitivo. Compre o máximo que puder a dinheiro. Evite os crediários;

- Antes de usar o veículo, verifique se não há alternativas, pois o desgaste, combustíveis e estacionamentos são grandes vilões;

- Fuja dos cartões de crédito e cheques espe-ciais. Não tê-los evita gastos;

- Acabe com as conversas desnecessárias nos telefones;

- Estabeleça limites para os gastos com as re-feições fora de casa;

- Planeje e prefira boas férias às baladas;- Revise os gastos semanalmente e seja criativo

para economizar!Poupadores bem sucedidos sabem que pou-

pança é formada por 80% de decisão e 20% de planos!

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ENTREVISTA

NEducação Física x Ciências do Esporte – Em qual curso ingressar?

Na última década, algumas instituições de ensino passaram a oferecer cursos específicos como: Eventos, Gestão Hos-pitalar, Ciências do Esporte e muitos ou-tros. O principal objetivo desta segmen-tação é formar profissionais altamente capacitados para determinada área de atuação. No entanto, alguns cursos cau-sam certa confusão na cabeça do ingres-sante. Este é o caso do curso de Ciências

Entrevistamos os coordenadores da FEFISA e da Unicamp para saber um pouco mais sobre o que cada curso oferece

do Esporte, pois muitas pessoas não sabem dife-renciá-lo da formação em Educação Física. Por este motivo, a Revista Negócio & Fitness Carreira entrevistou os coordenadores dos cursos de Edu-cação Física da FEFISA - Faculdades Integradas de Santo André, o Professor Nicolino Bello, e de Ciências do Esporte da Unicamp – Universidade de Campinas, o Professor Alcides Scaglia.

Se você ainda não escolheu seu curso, leia atentamente a palavras dos coordenadores.

Jefferson de Paula

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Educação Física x Ciências do Esporte – Em qual curso ingressar?Entrevistamos os coordenadores da FEFISA e da Unicamp para saber um pouco mais sobre o que cada curso oferece

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ENTREVISTA

Curso de Educação Física – Prof. Nicolino BelloNicolino Bello, Coordenador do curso de Ed.

Física da FEFISA – Faculdades Integradas de Santo André e componente do corpo docente da Universidade São Judas há 25 anos.

N&F: Quais são as principais características do curso de Educação Física?

Prof. Nicolino Bello: A Educação Física faz parte da área das ciências biológicas e da saúde. Recentemente, houve uma diferenciação entre as faculdades de Educação Física, justamente pela escolha do conteúdo programático. Hou-ve, também, a divisão entre a licenciatura e o

bacharelado e, agora, essa relação com as Ciên-cias do Esporte. Isso causa muita confusão para quem deseja ingressar nesta área, mas, na reali-dade, o caminho e as principais características da Educação Física são sempre as vertentes do ser humano de forma integral, trabalhando to-das as características da relação humana da saú-de e, principalmente, as características físicas.

N&F: Quais matérias norteiam o curso?NB: Na área da Filosofia, temos a História da

Educação Física, a questão da ética profissional; na área Biológica temos a Anatomia e a Fisiologia que são áreas comuns em todas as faculdades. No âmbito esportivo são envolvidas todas as modali-dades de uma maneira geral, além da inclusão de esportes alternativos e artes marciais. É uma ver-tente que busca contemplar todas as questões de modernidade e, claro, as exigências do mercado.

N&F: Quais as áreas de atuação do profissio-nal formado em Educação Física?

NB: Há uma diversificação da área. É possível a atuação na área da saúde, mas existe o problema da má remuneração. Temos uma gama enorme, por exemplo: empresas que oferecem a ginástica labo-

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ral, “time da alegria” em hospitais que trabalham na recuperação dos enfermos, há também a área esportiva. Outra possibilidade é ser personal trai-ner, que hoje está muito bem situado no setor. No entanto, seu mercado é sazonal, em momentos ele estará muito bem de recursos financeiros e em ou-tros estará em baixa. Mas a área da saúde, em geral,

é onde o profissional pode atuar. Vale lembrar que toda a área da saúde merece uma atenção especial, assim como uma reviravolta na questão salarial.

N&F: Quais são as diferenças entre os cursos de Educação Física e Ciências do Esporte?

NB: São linhas de pesquisa, linhas filosóficas formuladas há mais de 20 anos por algumas uni-

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ENTREVISTA

versidades que queriam formar uma vertente para a área esportiva. Mas, acontece que quem vai pra faculdade de Educação Física vai aprender o Fut-sal, Futebol, Voleibol, Basquete e esportes de uma maneira geral. No curso de Ciências do Esporte é a mesma coisa. Profissionais e professores que da-vam aulas dessas modalidades, visavam algo mais competitivo e outros uma coisa mais pedagógica. Na realidade, tudo acaba para uma vertente, só que é o esporte de uma maneira geral. Depois disso, quem vai qualificá-lo e selecioná-lo é o mer-cado de trabalho, pois não adianta o ingressante procurar por Ciências do Esporte e por fim tra-balhar na área escolar. Então, eu entendo que foi uma divergência ocorrida entre os profissionais e pesquisadores e é apenas uma questão de nomen-clatura que não modificará em nada.

N&F: Profissionais de Educação Física e Es-porte dividem o mesmo mercado?

NB: Acontece o seguinte: ambos são repre-sentados pelo CREF – Conselho Regional de Educação Física, e, na verdade, o que ocorre, é que ao se formar, se faz necessário possuir a carteirinha para atuar no mercado. O CREF

só autorizava a questão do Bacharel. Agora o CREF já emite a carteirinha do Licenciado, que é aquele que vai trabalhar em escolas, então no fim, acaba direcionando todos para as mesmas funções. No fim, ele vai fazer uma complemen-tação para a licenciatura, para o bacharelato ou vice-versa, o que acaba caindo na área das Ci-ências do Esporte. Todos nós dependemos da regulamentação do CREF.

N&F: Acha necessário que o curso de Educa-ção Física foque na parte de gestão de negócios em sua grade?

NB: Algumas faculdades já estão modificando o conteúdo e a grade curricular, pois nós somos da gestão esportiva e da gestão em academia. Hoje, na FEFISA, onde leciono, temos uma dis-ciplina que se chama Projetos em Educação Físi-ca, ou seja, projetos de uma maneira geral, não importa se em academia ou na área esportiva. Ele vai aprender como trabalhar toda essa sequência de projetos e até mesmo a gestão. Algumas facul-dades oferecem também cursos de extensão em gestão, e, inclusive, as próprias academias já estão procurando por esse profissional.

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Ciências do Esporte – Prof. Alcides ScagliaFormado pela Unicamp em 1995. Mestrado

e Doutorado pela mesma instituição. Coorde-nador do curso de Ciências do Esporte há dois anos.

N&F: Há quanto tempo o curso de Ciências do Esporte é oferecido, e qual foi seu propósito inicial?

Prof. Alcides Scaglia: Este é o quarto ano na Unicamp. A principal característica do curso é estudar, de fato, o esporte. Procuramos entender as várias ciências que se relacionam, sustentam

e permitem que nos entendamos melhor. Um profissional que atuará no esporte, desde um preparador físico até alguém que vai trabalhar como gestor, treinador, cientista do esporte vai começar a desenvolver pesquisas, visando uma prática esportiva deliberada, mas com fins de en-tretenimento e também de performance.

N&F: Para você, quais são as principais dife-renças entre o curso de Ciências do Esporte e Educação Física?

AS: A diferença crucial entre o bacharel licen-ciado em Educação Física e o cientista do espor-te é: o licenciado é um especialista por natureza que trabalha dentro da escola. A finalidade da licenciatura é a aula de Educação Física como disciplina dentro da escola. Apesar de ser um campo de atuação profissional restrito, é, talvez, um campo de atuação maior em termos de quan-tidade de ofertas de emprego, mas em abrangên-cia é muito restrito. Já o bacharel em Educação Física é, na verdade, um generalista. Eu comparo o bacharel em Educação física a um clínico geral da medicina, ele sai com uma visão geral de tudo, até do esporte. Então a preocupação dele não é

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ENTREVISTA

profundidade. Agora, quem busca a faculdade de Ciências do Esporte procura um curso com uma área de atuação mais focada, seria um bacharel especialista que tem como área de atuação, o esporte. Uma ênfase no esporte, o que garante a especificidade. Nessa parte o Jeffs pensou em colocar um olho, destacando essa frase: Neste curso, nunca iremos formar um professor de musculação, nunca vamos formar um profissio-nal para trabalhar com fitness e atividade física. Formaremos profissionais que trabalharão exclu-sivamente com esporte.

N&F: A área de atuação destes profissionais são as mesmas?

AS: O conhecimento adquirido por estes dois profissionais é o mesmo. Mas o local de aplicação é diferente e, quando se muda este local, muda--se também a intensidade e aprofundamento do trabalho, a didática, metodologia. Nós partimos do mesmo conhecimento, mas chegamos em objetivos diferentes. É por isso que o curso de Ciências do Esporte está debaixo do grande “guarda-chuvas” que é a Educação Física.

N&F: Assim como acontece na Educação Fí-

sica, o curso de Ciências do Esporte é dividido entre Bacharel e Licenciado. Além disso, como funciona a grade curricular?

AS: Não. São quatro anos específicos. Temos algumas matérias em nossa grade, que são co-muns ao curso de Educação Física, no entanto, matérias como pedagogia do esporte, treinador desportivo, adaptações fisiológicas ao treina-mento, prevenção e habilitação ao esporte, são matérias mais focadas no objetivo do curso de Ciências. Além disso, nós temos o cuidado de ter uma identidade própria.

N&F: O mercado de trabalho sabe diferenciar estes dois profissionais?

AS: No Brasil isso ainda é muito novo. É o começo de uma história, por isso, o mercado ainda tem uma certa dificuldade em distinguir um profissional do outro. Temos a perspectiva de que nos próximos vinte ou trinta anos, o curso de Ciências do Esporte vai assumir uma caracte-rística muito peculiar, construindo uma história, assim como aconteceu com a Odontologia que faz parte da área das Ciências Médicas, mas que tomou corpo e hoje é um curso único, mesmo

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tendo disciplinas em comum, assim como na Educação Física e Ciências do Esporte, há um foco de atuação diferente. Nas próximas décadas, as características do curso de Esporte estarão mais consolidadas na sociedade e, então, esta distinção será mais clara.

N&F: O curso de Ciências de Esporte trata também da área de gestão?

AS: Esta é uma grande dificuldade encontrada na área, estamos à beira de dois megaeventos e temos notado a carência de especialistas no mer-cado. Isso ocorre, porque, muitas vezes, o curso de Educação Física não dá conta disto. Portanto, uma das missões é implantar a gestão no curso. Em pouco tempo, este será um dos grandes dife-renciais do curso de Ciências do Esporte.

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