O livro que se sentia só
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2011 - 2012
Português – 5º ano
Escrita Criativa
O LIVRO QUE SE SENTIA SÓ
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Era uma vez um livro que estava numa estante de uma biblioteca que era
muito concorrida, algures na América.
Foram-lhe limpando o pó todos os meses, mas como já estava ali há uns bons quinze
anos sem o folhearem começou a ficar com aspeto amarelado. O livro estava ao pé de
uma janela virada para uma escola e chamava-lhe à atenção uma menina que não
percebia nada de matemática e que ia muitas vezes para a biblioteca. O livro
perguntou-se porque é que sendo ele de matemática a menina nunca o requisitara.
Ele tinha a certeza que podia ser uma boa ajuda. Passaram-se mais de três meses,
sempre a olhar para a rapariga, e ela finalmente requisitou-o. Ele ficou tão feliz que
amarelou mais do que estava.
A menina chamava-se Madalena. A partir daí, todos os dias lia um bocado do livro.
Com o passar do tempo, preparou-se para as Olimpíadas de Matemática, acabando
por ganhar as mesmas.
O tempo foi passando e o livro ficou com saudades da biblioteca, de falar com o seu
amigo computador e de partilhar o calor e as informações com os outros livros.
Então, numa noite, decidiu ir ao computador ver se a biblioteca era muito longe.
Mas de repente, a Madalena entrou no quarto e pô-lo na sua mala de viagens e
disse:
- Mãe, já estou pronta para ir às Caraíbas.
E o livro ficou pasmado com aquilo.
No dia seguinte, quando chegou, falou com vários objetos e animais, até caiu na
piscina, mas quando foram embora, deixaram-no lá. No outro dia, a empregada, ao
limpar os quartos, encontrou-o e deitou-o para o lixo.
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Quando apanharam o lixo, puseram-no num navio que transportava lixo para a
América. Um homem que trabalhava na lixeira apanhou-o e levou-o para a sua filha
perceber melhor a matemática. E foi assim a vida deste livro.
Duarte Fernandes, 5º A
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Era uma vez uma biblioteca que estava cheia de livros interessantes e todas
as pessoas gostavam de lê-los, menos um livro em que ninguém percebia o que é que
ele queria contar, pois ele tinha uma matéria muito avançada para a maioria das
pessoas.
Durante trinta e dois anos este livro viu passar muitas gerações em que ninguém
queria saber as maravilhas que ele tinha. Coisas avançadas param o tempo de
alguns, no campo da arquitetura.
Mas para surpresa do nosso livro, havia um menino com apenas oito anos que
sonhava ser arquiteto quando fosse as grandes que interessou-se muito por este
livro e conseguia compreender coisas difíceis que nele vinham escritas.
Para espanto de todos os outros livros este tornou-se o livro predileto daquela
biblioteca.
O menino partilhava tudo o que aprendia desde livro, com os seus amigos, vizinhos
e família, como se podiam fazer casas diferentes, projetadas pelos arquitetos
favoritos do nosso pequeno rapaz.
O livro gabava-se de ser o preferido do menino mais inteligente que já o havia lido e
o menino gabava este livro como sendo o melhor do mundo para si, dado ter muitos
conhecimentos importantes para quem quer ser arquiteto.
Passaram-se anos até que este menino cresceu, já tinha 20 anos e foi para
universidade, tornando-se um brilhante arquiteto graças àquele espantoso livro,
sem o qual ele nunca teria conseguido ser um aluno brilhante, estudando o que
amava – a arquitetura.
Um dia apaixonou-se por uma bela rapariga chamada Carolina e os dois casaram-se
e tiveram 4 filhos e 1 filha, cujos nomes eram André, Rodrigo, Tiago, Pedro e Marta.
Todos os seus filhos admiravam o seu pai e o trabalho que fazia.
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Um dia perguntaram ao pai qual era o seu segredo para ser tão bom arquiteto. O
pai pegou no antigo livro e explicou-lhes tudo o que tinha aprendido com ele.
Ficaram tão admirados com tantas coisas interessantes que todos disseram que
quando crescessem também seriam arquitetos.
Todos os dias os meninos pediam ao pai ou à mãe para ler um pouco daquele livro
antigo e fascinante.
Quando outros adultos perguntavam o que eles queriam ser quando crescessem,
diziam todos: Arquitetos!
Mara, 5ºA
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Havia uma família que tinha um livro que passou de geração em geração,
mas por agora estava com a pessoa mais nova da família.
Essa pessoa chamava-se pedro e tinha 5 anos. Ele tinha cabelo castanho que se
assemelhava à madeira dos troncos das árvores, mais abaixo tinha os olhos
castanhos como avelãs.
O Pedro tinha mais dois irmãos que também gostavam muito do livro, que eram o
Vítor com 13 anos e a Inês com 16 anos.
A família gostava muito de ir a parques, por isso, foram a um.
Quando lá chegaram tentaram descobrir um lugar para eles se sentarem. Logo que
conseguiram encontrar um lugar para eles, estenderam a toalha e puseram a
comida em cima dela.
O parque era muito grande e tinha muitas árvores, e mais parecia uma floresta,
mas sem animais perigosos.
O Pedro, enquanto os irmãos foram brincar, ficou a ver o livro que ele tanto
adorava.
Já era hora de sair e a família foi para casa, como o Pedro foi logo a correr não se
lembrou do livro e deixou- o na relva do parque.
Quando chegou a casa lembrou-se que tinha deixado o livro no parque e ficou triste.
-Mas hoje não dá porque já é tarde, podemos procurar amanhã-disse a mão a tentar
consolar o filho.
O pedro foi para a cama a pensar se o livro estaria bem.
Voltando ao parque…..
No parque, o livro, pensou que o tinham deixado ali de propósito, então, começou a
sentir-se só.
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De manhã o livro viu outra família a pegar nele. Ele ficou tão feliz, mas quando essa
família foi embora, ele viu o Pedro e os irmãos com um ar de preocupados, então
percebeu que eles estavam muito preocupados com ele.
Quando o Pedro olhou para essa tal família foi a correr para dizer que o livro era
dele e que ele se esqueceu dele no parque.
A família deu-lhe o livro e o Pedro ficou muito contente e voltou para casa e
percebeu que essa tal família era de um amigo do Pedro e convidou a família do
amigo do pedro para irem a casa deles.
Beatriz Baptista, 5ºA
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Era uma vez um livro que vivia como tantos outros numa biblioteca da escola.
Esse livro era feliz, porque havia um menino, com ar de traquina, magro e baixinho,
que o tinha lido vezes sem conta e nunca se cansava de o ler. Os anos foram
passando e esse menino ia crescendo, mas continuava a ir buscá-lo, era com ele que
desabafava tudo, como se fosse um diário. O livro era de capa vermelha e letras
douradas como o sol. Até que o menino teve que mudar de escola, de país, porque os
pais estavam com dificuldades e nem sequer teve tempo de se despedir do seu amigo
fiel “livro”. O tempo foi passando e o livro começava a estranhar.” Estar tanto tempo
sem sair desta prateleira não é normal.- pensava o livro. - Será que ele se fartou de
mim? Estarei velho e gasto, para ele não me vir buscar. - Chegando mesmo a
comentar com outros livros. - É, ele deve estar cansado de mim, com certeza já
arranjou outro e trocou-me, se calhar um bem mais novo que eu, com páginas
bonitas, desenhos lindos.” - Disse o livro com um ar triste.
Os anos foram passando, e o livro sentia-se infeliz e triste porque nunca mais tinha
voltado a ver o seu amigo e nem sabia porquê.
O livro já tinha algum pó quando, de repente sente um adulto a aproximar-se.
Pegou no livro e levou-o para casa.
Ao chegar a casa o livro conheceu o sítio onde estava, mas não era o menino, era um
adulto, havia qualquer coisa estranha. Foi então que António, assim se chamava o
menino agora adulto, começou a falar com ele e a desabafar tudo outra vez.
-Nunca mais vou deixar-te, irás comigo para todo o lado, senti tanto a tua falta meu
fiel companheiro. -Disse com um ar feliz.
O livro ao ouvir isto, não cabia de contente. E ficaram juntos para sempre.
Madalena Ribeiro, 5ºA
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Esta história fala sobre um livro que vivia numa escola, no armário da sala
nº4.Este era sobre Inglês, chamava-se “A descoberta do Inglês” e a ultima vez que o
tinham usado não foi de um modo muito correto e também já tinha sido há muito
tempo.
Um miúdo chamado Ryan tinha de fazer um trabalho sobre Inglês e então a
professora recomendou-lhe “A descoberta do Inglês”. O Ryan foi buscá-lo mas logo
de seguida atirou-o ao chão e pisou-o. A professora não achou piada e castigou-o por
duas semanas.
O livro estava em mau estado e nunca mais ficou na secretária da professora e
então começou a passar a estar no armário ao pé dos outros livros velhos, também
em muito mau estado.
Continuando… o livro estava sempre a ouvir professores e professoras, alunos e
alunas a conversarem, a ensinarem e a entrarem e saírem todos os dias. No dia doze
de Abril de 2012, uma menina chamada True e outra chamada Chyna foram ao
armário buscar um livro que a sua professora lhes tinha mandado. Elas não sabiam
qual era o livro, pois tiraram “A descoberta do Inglês”.
- A sala está muito diferente desde aquele dia! – Disse o livro muito baixinho, para
ninguém o ouvir.
A sala já não tinha o mesmo quadro de giz que fazia muitíssimo barulho, as mesas
já não eram de um só lugar e os alunos eram muito diferentes dos antigos.
-Meninas, eu disse o livro de capa azul e com folhas finas e não esse livro em tão
mau estado! Afinal isto é uma aula de Ciências ou de Inglês? – Perguntou a
professora com pouca paciência, porque faltavam dez minutos para a aula acabar.
O livro sentiu-se mal, pois a professora de Ciências o tinha insultado, mas, pelo
contrário, para Chyna e True o livro tinha algum significado. Elas foram guardar o
livro e tiraram o que a professora queria.
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- Descansa livro, eu vou perguntar à minha professora se posso ficar contigo. –
Disse Chyna.
A campainha tocou e True e Chyna foram para o intervalo esperando que tocasse
para irem para a aula de Inglês.
- Elas devem ter mesmo gostado de mim, se calhar até vão precisar de mim para
um trabalho de Inglês! – Disse o livro cheio de esperança.
A aula delas começou e, por sorte, era na sala nº4. Ele ouvir as cadeiras a serem
arrastadas para trás e para a frente e aquelas conversas muito baixinhas no fundo
da sala para o professora não ouvir.
- Que sorte que tu tens! Estou aqui há vinte anos, ouvindo ano após ano vozes
diferentes e vozes conhecidas, e nunca fui tirado deste horrível armário. – Afirmou o
seu amigo, o manual “Música e Melodias”.
- Descansa, que se aquelas meninas ficarem comigo, digo-lhes para também
ficarem contigo.
-Como é que tu vais falar com elas se nós não podemos dirigir-lhes a palavra? –
Falou “Música e Melodias”.
-Eu cá tenho os meus métodos, agora cala-te para eu tentar ouvir a conversa entre
elas e a professora.
As tais meninas perguntaram à professora se podiam ficar com o livro, mas ela não
deixou. Mas disse que iria dar um trabalho de Inglês e para consultar em um livro e
que podiam utilizar aquele que queriam.
O trabalho era fazer uma pesquisa sobre a descoberta do Inglês e o melhor de tudo
era usar o livro que tinha esse mesmo nome! A aula tinha acabado, True e Chyna
foram buscar o livro e levaram-no para casa, como eram irmãs viviam na mesma
casa, obviamente.
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- Vamos fazer o melhor trabalho de sempre, vamos ter os nossos primeiros cincos
num trabalho de Inglês! – Disse True, com muitíssima esperança.
- Então porque não começamos por lê-lo? – Perguntou Chyna.
True disse que sim e logo de seguida começaram o trabalho. Passado uma semana
o trabalho estava pronto para se entregar e a professora deu-lhes cinco como True
tinha esperança de ter.
Passaram-se anos e anos e anos e elas já não estavam na escola e o livro tinha
ficado com elas, pois a escola estava cheia de livros e a professora delas disse para
elas ficarem com ele, já que este tinha tanto valor e sabia que o iam estimar bem.
Ryan também tinha mudado, era escritor e amava os livros como amava a vida e o
mundo. True tinha ido para Inglaterra, pois tivera uma nota muito elevada em
Inglês por causa da ajuda do livro. Chyna era professora de Inglês e trabalhava na
escola onde tinha andando e onde conheceu o livro. E quanto ao “Música e melodias”
tinha ficado com a filha da Chyna, Tori, e com o filho da True, o Alex.
Como já tenho poucas folhas para escrever, tenho de acabar aqui com a história.
Espero que tenham gostado pois o “Descoberta do Inglês” foi um sucesso como livro.
Catarina Rebelo, 5ºA
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Ato I
Este ato passa-se num comboio e numa casa com uma menina terrivelmente
má para os livros.
Cena I
Numa tarde chuvosa de inverno, um comboio levava um rapaz que ia a ler. Esse rapaz
chamava-se Gonçalo. Era alto, magro, usava óculos (com uma armação grossa), tinha
olhos azuis e era fanático pelos livros. Mas nesse dia adormeceu no comboio e
esqueceu-se do livro! Uma menina terrível chamada Luísa, com 8 anos, pegou nele e
levou-o para sua casa.
Gonçalo - O meu livro? Onde está o meu livro? Já sei! Vou perguntar ao revisor
daquele comboio se o viu.
(O Gonçalo sai do palco fazendo barulho com os pés e entra a Luísa em casa soltando
um grito maléfico)
Luísa - Já tenho 95602 livros, com mais este 95603! Vou guardar-te nesta estante com
os outros livros para sempre!
(Solta outro grito maléfico e sai deixando os livros)
Livro - Hei! Malta! Vocês não se sentem sós aqui sem ninguém vos ler?!
Todos os livros - Sentimo-nos, mas esse não é o maior problema, o maior é que ela
rasga-nos as folhas e, antes de nos ler, queima-nos!
Livro - O quê?! Eu vou sair daqui, venham comigo!
Todos os livros - Nós íamos, mas muitos já tentaram e foram automaticamente
esmagados!
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Livro - Não quero saber! Prefiro ser esmagado a estar aqui sem me mexer e depois ser
rasgado e queimado!
(O livro dirige-se para a saída com ar heroico)
Cena II
Aparece um guardião dos livros fazendo uma rajada de vento sobre o chão da casa.
Guardião dos livros - Meu jovem corajoso, eu sei que tu queres fazer isso mas,
lamento, isso é impossível!
Livro - Como é que vocês desistem logo sem tentar?! Temos de pelo menos tentar! Por
exemplo, estão a ver aquela janela ali? Podemos fazer uma torre e sair por ali. Além
disso, somos muitos.
Guardião - Podes ter razão e só há uma maneira de saber. Tentar!
Todos os livros - Ao ataque!
Os livros juntaram-se e formam várias torres saltando um a um para a janela só que
se depararam com um novo obstáculo: estava fechada. Com a ajuda do guardião e de
todos abriram-na.
Livro - Eu não disse! Foi possível!
Com isto o Guardião dos livros deu-lhe o poder de o ajudar nas suas tarefas.
Livro - Agora vamos cumprir a nossa missão! Ser lidos por alguém.
E encaminharam-se para uma feira do livro que se realizava ali ao lado, no Parque
Eduardo VII, pois os livros sentem-se sós se não forem lidos.
Dinis Santos, 5º A
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Na biblioteca da escola Maria Alberta Meneres havia um livro que se sentia só
pois já tinha muitos anos e ninguém o lia. O livro tinha uma capa vermelha em
veludo e as suas letras eram um de dourado muito forte. Era um livro que continha
grandes histórias de piratas. Em tempos tinha sido um grande livro pois já tinha
passado por dezenas e dezenas de mãos de pessoas famosas.
No dia do regresso às aulas a biblioteca estava cheia, havia livros novos limpos e
bonitos. Então uma menina que estava na biblioteca reparou no livro que se sentia
só e decidiu abri-lo para o ler. A menina ficou fascinada com o que lia, parecia
mesmo que estava dentro da história a viver ao pormenor cada momento da ação.
E assim se passava os dias, a menina ia à biblioteca ler cada capítulo do livro. Mas
um dia a menina foi á biblioteca e… o livro tinha desaparecido. Pois é! A dona
Tininha tinha deitado o livro para o caixote do lixo porque já estava muito velhinho.
A menina nesse preciso momento começou a chorar baba e ranho por todo o lado, e
só faltava um bocadinho para a biblioteca ficar totalmente inundada. Mas pior
ainda, foi o que aconteceu ao livro que se sentia só, Ele sim, tinha razão para chorar
baba e ranho e inundar a biblioteca da escola.
Todos os dias a menina se lembrava do livro e das suas histórias de piratas que
tanto a fascinavam.
Na manhã seguinte a menina teve uma excelente ideia, ela decide rescrever o livro e
publicá-lo em todo o mundo, mas tinha um grande problema, tinha-se esquecido do
final da história, e sem final não há história.
- Uma ideia sem solução não me valerá de nada! – Disse ela já desesperada. A
menina voltou à biblioteca para ver se algum outro livro lhe interessara, mas
nenhum daqueles livros com capas brilhantes lhe fascinava.
De repente, a dona Tininha chega ao pé da menina e entrega-lhe o livro que se
sentia só. Afinal o livro não estava no lixo, afinal ele estava requisitado por outro
![Page 15: O livro que se sentia só](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042703/568c0d931a28ab955a8d3f9d/html5/thumbnails/15.jpg)
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menino. E esse foi o problema, pois a menina não contava que o seu querido livro
também fosse requisitado.
A partir desse momento o livro começou a ter fãs.
Beatriz Beja, 5ºA
![Page 16: O livro que se sentia só](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042703/568c0d931a28ab955a8d3f9d/html5/thumbnails/16.jpg)
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Era uma vez um livro, luxuosamente encadernado com letras douradas e
papel muito fino. Estava já gasto e velhinho depois de, durante várias gerações de
pessoas, ter sido folheado e lido com grande interesse.
Numa grande casa senhorial, repousava numa estante de madeira instalada numa
linda sala. À sua frente estava uma grande mesa com uma cadeira à volta. Vivia
sozinho naquele compartimento depois de o último “leitor”, uma criança, ter partido
com a família para uma terra distante. Tinha saudades das tardes que passara com
aquela criança, que ainda não sabia ler mas que o observava de ponta a ponta,
tentando adivinhar as palavras nele escritas, as histórias de fadas e princesas
contadas e os sonhos, sempre lindos e variados, que lhe despertavam a imaginação
para quando um dia fosse homem. Habituado à visita diária do menino, o livro à
hora acostumada olhava e voltava a olhar para a porta de entrada da sala na
esperança de ver entrar o seu amigo. Desiludido, adormecia mais uma vez à espera
do dia seguinte.
E assim, passaram-se vários e longos anos. Morto de saudades, coberto de pó e roído
pelo bicho, lamentava-se da sua solidão e da sua inutilidade. E que lindas histórias
e conselhos ele tinha para oferecer aos mais jovens! Sentia-se um grande livro todas
as vezes que o vinham visitar e lhe agradecer “a pessoa” que ajudara a formar.
Ainda sabia os nomes de todos os seus leitores e esforçava-se por reviver os lindos
momentos que com todos tinha experimentado. Porém, o seu último “leitor”, aquela
criança, foi por ele considerado o seu amigo mais fiel e dedicado. Visitava-o
diariamente, tomava-o carinhosamente, folheava-o com delicadeza, mirava-o com
paixão e, por fim, colocava-o suavemente na estante. O modo como era tratado
levaram-no a sentir-se vaidoso e demasiado importante para a pequenez e
simplicidade que sempre desejou cultivar na sua vida e que gostava de observar nos
seus leitores.
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Certo dia, porém, permanecendo na sua hibernação, foi despertado por um grande
barulho. Assustado e receando ser visto por alguém, dado o seu estado de velhice e
degradação, deixou-se cair da estante e, com dificuldade, arrastou-se para debaixo
desse móvel. Escassos minutos decorridos, começou por ouvir passos suaves mas
apressados de alguém que parecia movimentar-se na sua direção. Mantendo-se
imóvel e percebendo que esse alguém procurava algo naquela estante, eis que sentiu
uma mão que o arrastou e o levantou à altura do seu peito, apertando-o com
carinho. Era um homem já feito, com alguns cabelos brancos, bem vestido e de
aspeto agradável. Pelos gestos e trato delicado, rapidamente reconheceu que era o
seu último “leitor”, o amigo que melhor havia saboreado os seus contos e histórias.
Apressadamente, folheou-o do princípio ao fim, acabando por se deter na página que
relatava a seguinte história:
“Um ratinho, que vivia numa casa no campo, descobriu que os donos da casa tinham
comprado uma ratoeira. Aflito, foi ter com a galinha e disse-lhe:
- Galinha, estamos em perigo, os donos da casa compraram uma ratoeira!
Resposta da galinha:
- Mas as ratoeiras não são para os ratos? Por que é que eu havia de estar em perigo?
E o ratinho foi ter com o porco:
- Os donos da casa compraram uma ratoeira, estamos em perigo!
E o porco:
- Pobre ratinho, tens mesmo de ter cuidado. Nas minhas orações, vou pedir por ti.
Desesperado, foi ter com a vaca, a ver se ao menos dali vinha uma ajuda. Resposta
da vaca:
- Já olhaste bem para mim? Estás a ver-me preocupada com ratoeiras de ratos?
Desanimado e triste, foi o ratinho esconder-se num buraco. Uma noite, ouviu-se o
som cortante da ratoeira. Tinha apanhado uma cobra venenosa. A dona da casa
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correu a ver, mas descuidou-se e foi mordida pela cobra, que ainda estava viva.
Socorrida no hospital, veio para casa muito combalida, a precisar de descanso e
caldos. Pelo que o dono matou a galinha, que melhor que caldos de galinha não há.
Como muita gente veio visitar a doente, o dono da casa, para bem receber, tratou de
matar o porco. Quando, por fim, a mulher ficou totalmente restabelecida, fez uma
grande festa para os amigos e vizinhança. E lá teve que sacrificar a vaca para o
churrasco da festança. E o ratinho a tudo assistindo do seu canto: “eu bem os avisei
que estávamos em perigo!””
Depois de acabar de ler a história, o senhor ficou por alguns momentos em silêncio
com o livro nas mãos. No dia seguinte foi levá-lo a uma casa para ser encadernado e
reparado. Já rejuvenescido e maquilhado, o livro voltou a sentir-se pronto e capaz de
servir por muitos mais anos outras crianças, outros jovens e outros adultos.
Acabou por ser oferecido ao neto daquele que tinha sido o seu último “leitor”. Ao
serão, o avô lia uma das suas histórias ao neto que, tranquilamente, acabava
sempre por adormecer. Também o livro, ao repousar na mesa de cabeceira, sentia-se
feliz por novamente poder ser útil, pois talvez aquela história, uma outra das suas
histórias ou contos pudessem proporcionar a mais alguém agradáveis e proveitosos
momentos de leitura. E talvez a ajudá-los a pensar e a definir os valores que
desejariam dar às suas vidas. Ele que era um livro pequenino e aparentemente sem
importância sabia que já tinha despertado muita gente grande e importante a fazer
um mundo melhor e mais solidário para com os outros.
Maria Inês Nogueira Correia, 5º B
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Em dois mil e um o Joaquim fez seis anos. O pai do Joaquim era professor de
língua portuguesa e tinha uma coleção enorme de livros, daí todos os amigos e
colegas do Joaquim julgavam que ele gostava de ler, mas não. O seu grande
interesse era jogos de computador e dizia sempre ao seu pai que quando fosse
grande iria ser o melhor informático do mundo inteiro.
Joaquim não tinha coragem de dizer aos seus colegas que só gostava de jogos para
computador. A sua madrinha, Sofia, ofereceu-lhe uma gramática com mil e sessenta
e duas páginas. O rapaz agradeceu e foi logo para o quarto por o livro de baixo da
sua cama. O livro de gramática todos os dias sentia mais tristeza de estar sozinho e
de Joaquim nunca ter curiosidade de o folhar.
Em dois mil e seis, Joaquim fazia os onze anos e já estava no quinto ano, mas não
percebia nada de gramática, então lembrou-se do livro de gramática que a madrinha
lhe oferecera há uns anos atrás. Ao chegar a casa, pegou no livro que estava triste e
sozinho debaixo da cama, e com um enorme sorriso na cara, Joaquim leu o livro de
gramática de uma ponta a outra.
Joaquim, passado uma semana, ia ter teste de língua portuguesa e graças ao livro
teve cem por cento no teste e foi sempre igual ate chegar a faculdade.
Na faculdade Joaquim decidiu ser professor de língua portuguesa, sem pensar
sequer duas vezes.
Joaquim contava sempre aos seus alunos a sua história com a língua portuguesa. O
seu livro de gramática foi posto no museu dos grandes génios, pois Joaquim tornou-
se no maior poeta da última década.
Ana Rita Martins, 5ºC
![Page 20: O livro que se sentia só](https://reader034.fdocumentos.tips/reader034/viewer/2022042703/568c0d931a28ab955a8d3f9d/html5/thumbnails/20.jpg)
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"Peço a um livro que crie em mim a necessidade daquilo que ele me traz."
Jean Rostand
"Agora, livro meu, vai, vai para onde o acaso te leve."
Paul Verlaine
"Os livros são o alimento da juventude."
Marcus Cícero
"Ler um livro é para o bom leitor conhecer a pessoa e o modo de pensar de
alguém que lhe é estranho. É procurar compreendê-lo e, sempre que
possível, fazer dele um amigo."
Hermann Hesse