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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA AGROINDUSTRIAL E SOCIOECONOMIA RURAL
TECNOLOGIA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS DE ORIGEM ANIMAL
O LEITE E SEUS DERIVADOS
Prof.: Dr. OCTÁVIO ANTÔNIO VALSECHI.
ARARAS, SP
2001
TECNOLOGIA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS DE ORIGEM ANIMAL
O LEITE E SEUS DERIVADOS
O LEITE Por def inição, o le i te é o produto integral da ordenha total e in interrupta de
uma fêmea le i te ira sadia, bem nutr ida e não fat igada. Deve ser produzido de uma
forma adequada, isento de substâncias estranhas e não conter colostro.
É um l íquido branco, opaco, duas vezes mais viscoso que a água, de sabor
l igeiramente adocicado e de odor pouco acentuado.
A composição do le i te var ia com a espécie, raça, individual idade,
a l imentação, tempo de gestação e muitos outros fatores.
O lei te em média, está formado por 7/8 de água e 1/8 de substâncias sól idas,
o que se denomina Extrato Seco Total e representa a parte nutr i t iva do lei te,
podendo ser representada da seguinte maneira.
Água.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87%
Extrato Seco Total :
Gordura.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4,0%
Extrato Seco Desengordurado:
Lactose.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4,8%
Proteínas.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3,5%
Sais minerais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,7%
Isso s igni f ica dizer que, em 100 Kg de le i te, nós temos 87 l i t ros de água e 13
Kg de substâncias sól idas.
Pouco menos de meio l i t ro de lei te na dieta de um adulto, fornecem
aproximadamente 320 Kcal . Estas calor ias são fornecidas pelas proteínas, pelo
açúcar e pela gordura encontrados no le i te.
A proteína do le i te, a caseína, é de al ta qual idade e é part icularmente
adequada ao organismo para a elaboração e reparo do tec ido muscular . O seu
coefic iente de digest ib i l idade é de 97%.
O açúcar do le i te está sob a forma de lactose que não é tão doce quanto o
açúcar da cana. A lactose não fermenta rapidamente e por isso não provoca
al terações digest ivas como acontece com outros t ipos de açúcares. A
digest ibi l idade é de 98%.
A gordura do lei te em comparação com outras gorduras é uma fonte r ica de
energia servindo de meio de transporte para as vi taminas l ipossolúveis: A, D, E e
K. A gordura está sob forma de emulsão e seu coef ic iente de digest ibi l idade é de
95%
Prof. Dr. Octávio Antônio Valsechi
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TECNOLOGIA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS DE ORIGEM ANIMAL
Os minerais encontrados no lei te, especialmente o cálcio e o fósforo são
essenciais para a estrutura dos ossos e dentes de indivíduos de todas as idades,
sobretudo para lactantes e cr ianças. A quantidade de ferro encontrada no lei te é
pequena, mas está sob forma prontamente ut i l izável pelo organismo.
As vi taminas do lei te estão representadas pela vi tamina A, t iamina e
cobalamina; é pobre em vi tamina C e D.
O le i te é um produto importante na al imentação de todos os povos por ser de
al to valor nutr i t ivo, fornecendo quase todos os nutr ientes em quant idades
consideráveis.
Porém, le i tes de di ferentes animais possuem di ferenças em seus nutr ientes,
como consta no quadro a seguir :
Quantidade média dos principais nutrientes dos leites comuns, em 100 gramas.
Leite (Origem)
Energia (Calorias)
Proteínas (Gramas)
Gorduras (Gramas)
Carboidratos (Gramas)
Vaca 63.0 3.1 3.5 5.0
Cabra 92.0 3.9 6.2 5.4
Bufada 115.0 5.2 8.7 4.3
Ovelha 108.6 5.6 7.0 5.5
As proteínas do le i te são de al to valor biológico, is to é, fac i lmente
aproveitados pelo organismo.
Quanto aos minerais os que mais se destacam são o cálc io e o fósforo.
O cálc io e o fósforo são responsáveis pela formação de ossos e dentes
for tes, importantes para o sangue, para a saúde do s is tema nervoso e muscular . Na
fa l ta desses minerais, há aumento do nervosismo, os ossos f icam mais frágeis.
Entre as vi taminas, em maior quant idade, encontra-se a vi tamina A e
algumas do complexo B.
A v i tamina A oferece proteção à pele, aos olhos, a lém de manter os cabelos
saudáveis e ajudar na formação dos tec idos dos corpos.
As vi taminas do complexo B são importantes para a proteção do sis tema
nervoso, funcionalmente normal dos músculos e coração, para a digestão e também
na proteção da pele e dos olhos.
As pessoas que não gostam de tomar le i te encontram nos quei jos, um
al imento subst i tut ivo. Uma pequena quantidade de quei jo contém proteína e cálcio
em quantidades suf ic ientes para subst i tu ir um copo de lei te, como, por exemplo, 40
gramas de quei jo minas frescal subst i tuem um copo de le i te (200 ml), em termos de
proteínas e cálc io.
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A produção e uti l ização do leite no mundo
São muitas as espécies pecuárias exploradas na produção le i te ira, mas
nenhuma assume tanto destaque como a vaca. A ovelha, a cabra e a búfala são
também importantes produtoras de lei te em certas regiões do mundo, mas não tão
importantes como a vaca, que goza de uma universal idade indiscutível , como
provam as estat íst icas.
No Extremo Or iente, o lei te de búfala é usado em tão grande quant idade
quanto o de vaca. Já, ao contrár io, no Médio Oriente e em toda a bacia do
Medi terrâneo a exploração da búfala como produtora de lei te não tem qualquer
relevância. O le i te de ovelha, que contr ibui em grande escala para a al imentação e
economia dos povos da bacia do Mediterrâneo, tem um aproveitamento
ins igni f icante em outras regiões do mundo.
Animais de outras espécies, ta is como o camelo, lhama, rena, iaque e outros,
embora sejam igualmente ut i l izados como fonte de al imento lácteo, a sua
importância é meramente de t ipo regional l imi tado, não f igurando sequer nas
estatís t icas mundiais a produção de le i te dessas fêmeas.
O le i te e sua ut i l ização na propr iedade rural representa, em muitos casos,
não só um dos al imentos mais r icos e completos, mas uma al ternat iva de
incremento para a renda famil iar .
Desde a sua ordenha até seu uso f inal como le i te ou outro der ivado
necessi ta ser obt ido, manipulado e processado com muito cuidado.
Elaborar os der ivados e fazer quei jos, manteiga, doces, iogurte, etc. de
forma part icular representam, antes de uma tecnologia a ser dominada, uma ar te a
ser aperfe içoada.
A qual idade do lei te está direcionada a formas de manipulações fáceis, de
maneiras s imples e hig iênica com objet ivo de se obter produtos mais saudáveis e
seguros aos consumidores.
Formação do leite
O le i te é formado a part i r do sangue do animal. Existem dois mecanismos
básicos para sua obtenção: síntese e f i l t ração. Estes mecanismos ocorrem na
glândula mamária, mais precisamente nas estruturas designadas por a lvéolos ou
ácinos.
A formação do lei te ocorre a part i r dos elementos do sangue. Alguns
compostos como a água passa direto por f i l t ração. Já os aminoácidos e ácidos
graxos, a lactose e alguns minerais passam por processos bioquímicos e
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t ransformações que ocorrem dentro da mama sintet izando, assim, a proteína, a
gordura, a lactose e minerais do le i te. O úbere apresenta uma grande irr igação
sangüínea. Em média, para uma vaca le i te ira normal, é necessário que passe pelo
úbere um f luxo sangüíneo de 400 a 800 l i t ros de plasma para se formar 1 l i t ro de
le i te.
Após sua formação, o le i te passa dos alvéolos, através dos canais ou ductos
galactóforos, para a cis terna do úbere e do teto, onde f ica armazenado até que seja
ordenhado. Esta deve ser fe i ta pelo menos duas vezes ao dia para que se esvaziem
os alvéolos e re in ic ie o processo de síntese.
Existe, durante a ordenha, uma contr ibuição f is io lógica por parte do animal
para faci l i tar a descida do le i te e essa se encontra l igada a uma ação hormonal.
Existe na prát ica uma sér ie de mecanismos ou est ímulos posit ivos, tais
como: o l fat ivos (cheiro do al imento) ; sonoros (sons normais, ausência de gr i tos e
maus tratos) e tácteis ( lavagem e massagem do úbere; colocação do terneiro) .
Estes est ímulos posit ivos vão através do Sistema Nervoso Central do animal até a
hipóf ise (que é uma glândula local izada no cérebro do animal) e dão um sinal
indicando que tudo se encontra bem. Com isso, a g lândula hipóf ise l ibera na
corrente sangüínea um hormônio chamado oci tocina, o qual vai agir sobre células
mioepi te l ia is fazendo com que as mesmas se contraiam e ocorra então a l iberação
do le i te, esvaziando os alvéolos. A ação deste homônimo é rápida: de 4 a 7
minutos, tempo este que deveríamos então aprovei tar para fazer a ordenha
completa com a contr ibuição natural do animal.
Caso existam estímulos do t ipo negat ivo, entre eles, gr i tos, mudanças do
ordenhador ou trocas bruscas da rot ina, através do Sistema Nervoso Central , i rão
chegar até o cérebro na glândula hipóf ise fazendo com que esta l ibere outro t ipo de
hormônio, a adrenal ina, cujo efei to é evi tar a sadia do le i te da glândula mamária.
Propriedades dos seus principais constituintes Proteínas: As proteínas do le i te são as substâncias mais representat ivas da chamada
f ração azotoda do lei te. Esta fração é const i tuída por dois grupos, dos quais o
pr incipal é o das proteínas sendo o outro formado por matérias azotadas não
protéicas.
As proteínas do le i te são const i tuídas pelas proteínas insolúveis ou
caseínas, que representam cerca de 27g/ l , e que se apresentam sob a forma de
micelas de fosfocaseinato de cálc io, sendo fac i lmente degradadas por todas as
enzimas proteol í t icas e pelas proteínas solúveis que se encontram no lactosoro e
se div idem em albuminas, g lobul inas e enzimas.
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As proteínas insolúveis ou caseínas di ferenciam-se entre si por d iversas
caracter íst icas a que correspondem pesos moleculares di ferentes, o que permite a
sua separação por ul tracentr i fugação.
As proteínas solúveis englobam as imunoglobul inas e lactotransfer inas em
quant idades vest ig ia is e que não têm o menor valor no âmbito tecnológico.
As matér ias azotadas não protéicas (ANP) const i tuem um conjunto de
substâncias sem efei to tecnológico e cujo teor em azoto não deve ser tomado em
conta para a determinação do teor protéico do lei te.
A pr inc ipal d i ferença que existe entre a fração caseínica e as proteínas
solúveis é que a pr imeira coagula pelo coalho animal ou outras enzimas
coagulantes e não coagula pelo calor , enquanto as segundas coagulam pelo calor e
não pelas enzimas coagulantes. A coagulação das enzimas solúveis do le i te pelo
calor , quando se encontram em equi l íbr io estável no le i te, é só parcia l e começa a
processar-se a temperaturas próximas dos 60 graus.
Fis io logicamente as proteínas são substâncias indispensáveis à construção
dos tec idos, por isso const i tuem a base da vida, ocupando um lugar
important íssimo na nutr ição dos animais e do homem. Sendo o le i te o al imento
exclus ivo da pr imeira idade, necessar iamente as proteínas lácteas são de todas as
existentes, as mais completas e as que possuem todos os elementos indispensáveis
à pr imeira fase de vida de todos os mamíferos.
Gordura: A gordura, mais corretamente chamada de fração l ipíd ica do le i te ou
s implesmente “ l ipídeos”, é de const i tu ição muito complexa. Fis io logicamente, serve
como fonte de energia e, pelo seu elevado teor de em vi taminas A e D, a sua ação
é importante no crescimento e desenvolv imento dos mamíferos jovens, sobretudo
durante o período em que a al imentação é exclusivamente ou predominantemente
láctea.
O glóbulo de gordura é rodeado por uma membrana protéica, da qual se
isolaram já duas frações: uma solúvel e outra insolúvel em solução aquosa. Estas
f rações têm uma composição di ferente das outras proteínas do lei te.
A matér ia gorda é const i tuída por cerca de 99,5% de compostos l ipídicos e
0,5% de compostos l ipossolúveis.
Os pr imeiros, subdividem-se em l ip íd ios s imples, l ip íd ios complexos e ácidos
graxos l ivres. Os segundos são const i tuídos por colesterol , vár ios hidrocarbonetos , o grupo
das vi taminas l ipossolúveis e alguns álcoois.
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Industr ia lmente o valor da gordura do le i te res ide na c ircunstância desta, ser
o pr incipal const i tu inte da manteiga, cuja produção at inge grandes proporções em
todo o mundo. Entra ainda na const i tu ição de muitos t ipos de quei jos. Na confecção
de lat ic ínios como gelados de le i te, natas de fantasia, a gordura do lei te é
abundantemente apl icada, dando aos produtores maior qual idade organolépt ica.
Lactose: Os gl ic íd ios ou açúcares do le i te são essencialmente const i tuídos pela
lactose, cujo teor médio é de 4,5 a 5,0g/ l e aos quais se deve o seu sabor
adocicado. Encontram-se ainda presentes outros açucares, mas em quant idades
vest ig ia is .
A lactose tem a mesma fórmula molecular da sacarose da qual d i fere,
contudo, na configuração molecular , no poder edulcorante, na solubi l idade e na
reat iv idade química.
A lactose não está intei ramente em dissolução no le i te, pois mesmo sem
nenhum tratamento térmico prévio cerca de 11% do açúcar encontra-se
naturalmente l igado às proteínas.
A lactose comercial é uma lactose monohidratada e os seus isômeros
dist inguem-se por algumas de suas propr iedades f ís icas.
No que respeita a solubi l idade, a lactose é um açúcar pouco solúvel , cerca
de dez vezes menos que a sacarose.
A lactose é um açúcar redutor devido ao fato de ter um grupo aldeído l ivre, e
por isso reduz o l icor de Fehl ing.
Em pr incípio é possível t ransformar a lactose em solução aquosa, em vár ios
outros açúcares, por catál ise dos íons H+ e especialmente OH-. Na prát ica is to
acontece no le i te só em temperaturas muito elevadas, como seja durante a
ester i l ização, onde a lactose se isomer isa dando or igem à lactulose e a epi lactose
que são os produtos mais importantes da reação. A um dado valor de pH, a
formação da lactose no le i te, nata, etc, é proporc ional ao aquecimento do produto e
daí o teor de lactose ser hoje aprovei tado como um cr i tér io analí t ico de apreciação
para caracter ização do t ipo de aquecimento (ester i l ização e UHT).
A intensidade da al teração, causada pela reação de Mai l lard, é ac ima de
tudo inf luenciada por: intensidade do tratamento térmico ( temperatura e tempo),
concentração da caseína e lactose durante o processamento do produto, teor em
água no produto, temperatura e tempo de armazenagem.
As condições de armazenagem podem ter grande inf luência na formação
destas reações, que assumem part icular importância no caso dos le i tes
condensados, em pó, ester i l izados e quei jos fundidos.
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Hoje, d ispõe-se já de um conhecimento profundo dos mecanismos inerentes
ao transporte da lactose, através da membrana celular , nas bactér ias láct icas
usadas como fermentos para produtos láct icos fermentados. A lactose não é usada
diretamente no processo fermentat ivo pelas bactér ias láct icas, pois é transformada
pr imeiramente em glucose e, galactose pela enzima ¨betagalactosidase” ou
¨ lactase¨.
Uma vez que a lactase é uma endoenzima, a lactose precisa de entrar na
célula bacter iana para ser degradada poster iormente. Uma molécula de lactose
assim dá or igem a quatro moléculas de ácido láct ico. As bactér ias
homofermentat ivas, produzem essencialmente ácido láct ico, enquanto que as
heterofermentat ivas produzem outros t ipos de compostos, ta is como, ácidos
acét icos, propiônicos e butír icos. As vias e a forma como se faz a degradação da
glucose e da galactose condic ionam toda a industr ia quei je ira, pois d isso depende a
maturação e a sua qual idade.
Fis io logicamente a lactose é hidrol izada por via enzimát ica, pela lactase
intest inal em glucose e galactose, favorecendo a sua presença no tubo digest ivo a
implantação de uma f lora láct ica que se opõe à instalação de uma f lora de
putrefação. Favorece igualmente a assimi lação do cálc io.
A lactose é ut i l izada para o enr iquecimento dos lei tes modi f icados e entra
ainda na composição de certas far inhas lácteas dest inadas a al imentação de
lactentes e cr ianças.
A lactose al imentar (pureza > 98%) é ut i l izada em bebidas, especialmente as
achocolatadas e de frutos, porque exal ta o seu sabor aumentando a aceitação dos
produtos. É ut i l izada em confei tar ia em função de absorver fac i lmente os aromas e
os corantes na fabr icação de biscoi tos, bolachas, pães, a l imentos dietét icos e
charcutar ia.
Quanto ao valor nutr i t ivo da lactose, este di fere dos outros açucares por
a lguns aspectos do seu comportamento f is io lógico. Algumas das di ferenças
atr ibuem-se à própr ia molécula, mas outras são devidas à galactose que se l iber ta
durante a hidról ise.
Um dos grandes problemas f is iológicos em relação à lactose é a def ic iência
em lactase que torna os indivíduos intolerantes à lactose, encontrando-se esta
def ic iência em elevada percentagem nos negros americanos e afr icanos, japoneses,
f i l ip inos e índios da América do Sul .
As propr iedades pelas quais a lactose mais se destaca são as seguintes: no
lactente exerce uma ação posi t iva sobre a f lora láct ica intest inal ; const i tu i uma
fonte de energia; contr ibui para a ac id i f icação do tubo digest ivo e para a
implantação de uma f lora láct ica que se opõe à f ixação da f lora de putrefação; é um
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auxi l iar precioso para uma melhor assimi lação de certos elementos tais como das
proteínas e do própr io colesterol .
A transformação da lactose pelos fermentos láct icos pode ser ut i l izada na
confecção de importantes produtos láct icos fermentados: nata, le i te lho, manteiga,
le i tes acid i f icados, quei jos frescos e curados e soro.
Sais minerais : No lei te encontram-se vár ios sais minerais em dissolução (moléculas e íons)
ou no estado colo idal.
O cálc io e o fósforo (Ca e P) são dois e lementos fundamentais da estrutura
da micela das caseínas, condic ionam a estabi l idade da fase coloidal , tendo aqui o
cálc io uma ação preponderante, são, a lém disso, muito importantes no plano
bio lógico.
O magnésio (Mg) é um elemento também muito importante que intervém
igualmente como o cálcio na estabi l idade da micela.
O ácido cí tr ico l igado ao cálc io permite ao lei te ser r ico em cálc io dissolv ido
sob forma de c i t rato de cálc io.
O potássio (K), sódio (Na) e o cloro (Cl) permitem real izar com a lactose um
equi l íbr io da pressão osmótica do le i te na glândula mamária face à pressão
sangüínea.
Os seus teores var iam muito em função das condições de produção e do
estado sanitár io do animal.
Existem ainda para além destes macroelementos, vár ios ol igoelementos,
presentes em quant idades mínimas ou simples vestíg ios, cujos teores podem variar
muito, segundo condições de produção de le i te. Os pr inc ipais o l igoelementos, pela
sua indisponibi l idade na al imentação, são: z inco, ferro, iodo, mol ibdênio, f lúor ,
selênio, cobal to e magnésio . F is io lógicamente servem à formação e manutenção do
esqueleto, bem como ao equi l íbr io de muitas funções orgânicas. Industr ia lmente, os
sais de cálc io, cuja presença é fundamental para que se dê a coagulação do le i te
por v ia enzimática, na qual se produz a aglomeração das micelas f icando assim o
coágulo muito mineral izado.
Biocatal izadores
Encontra-se no le i te um outro grupo importante de const i tu intes em
quant idades ínf imas, mas que apesar d isso têm um papel fundamental devido à sua
at iv idade, e daí , o nome de biocatal izadores do lei te.
Esta fração compreende as enzimas, e as vi taminas e as hormonas. Estas
substâncias encontram-se quer na fase aquosa, em estado solúvel , ou l igadas às
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proteínas (em part icular às caseínas) ou na fase l ipídica, em especial na membrana
do glóbulo de gordura.
A sua presença, quant idade e at iv idade, dependem de um certo número de
fatores, quais sejam o período de lactação, estação do ano, raça e al imentação,
condições de produção, ordenha e saúde do animal.
As enzimas mais importantes do le i te pertencem especialmente aos grupos
óxido-redutases e hidrolases. Destacam-se assim as sul f id i loxidases , xant ina
oxidase, catalase, peroxidase, fosfatases (ác ida e alcal ina) amilases, e l isosima .
Algumas destas enzimas são ut i l izadas no controle de qual idade do le i te. A
fosfatase, por exemplo, serve para testar o aquecimento do le i te, como se verá
adiante.
Quanto às vi taminas, são micronutr ientes necessár ios ao funcionamento
normal do organismo e deverão ser- lhes oferecidas diar iamente, uma vez que as
não podem sintet izar . O lei te é uma boa fonte de algumas destas v i taminas e por
isso se recomenda o seu consumo diár io.
As vi taminas, como se sabe, d iv idem-se em dois grupos: l ipossolúveis e
hidrossolúveis.
Em geral , considera-se o le i te como uma boa fonte de v i taminas, à exceção
da v i tamina C e das perdas inerentes aos respect ivos t ratamentos tecnológicos
(desnatação ou tratamentos térmicos) .
As hormonas são substâncias químicas específ icas produzidas por glândulas
endócrinas, que desempenham funções essenciais e muito específ icas no
organismo.
O hormônio mais importante no le i te é a prolact ina .
Microrganismos do leite
O le i te é um produto r ico em proteínas, gordura, açúcar e sais minerais.
Existem outros elementos chamados de microrganismos, que podem
pertencer ao grupo das bactér ias, fungos, leveduras e vírus. Estes microrganismos
sempre estão presentes no le i te, v ivem em todos os lugares: no ar , na terra, na
água, nos utensí l ios ut i l izados para a ordenha, enf im, em todo o meio ambiente em
que vivemos. Entre eles existem t ipos que são bons ou benéf icos para o homem e
outros que são maus ou prejudicia is .
No caso do le i te, a quant idade de microrganismos presentes é um somatór io
do estado de saúde do animal, do ambiente onde a vaca vive, do ordenhador e de
toda hig iene ut i l izada para a extração do mesmo. Como exemplos de
microrganismos bons ou desejáveis temos o Streptococus lact is , Streptococus
cremoris , Streptococus diacet i lact is e Leuconostoc cremoris , que são conhecidos
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TECNOLOGIA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS DE ORIGEM ANIMAL
como “ fermentos láct icos” e bastante ut i l izados na elaboração dos quei jos e
manteigas.
O objet ivo do seu uso é para melhorar sabor, aroma e ajudar na conservação
destes produtos. Quando elaboramos um quei jo ou outros produtos fermentados a
part i r de um le i te pasteur izado, todos os microrganismos bons presentes no le i te e
a tota l idade de microrganismos ruins serão mortos. Por is to, neste caso, se
adic iona ao quei jo “ fermentos” que são os microrganismos “bons” os quais i rão
ajudar na produção de um produto de boa qual idade.
Para o homem algumas doenças freqüentes podem ser transmit idas pelo
consumo do lei te cru: a tuberculose, a brucelose, a shigelose, salmonelose, etc.
Por isso, é importante a pasteur ização do le i te.
A pasteur ização consiste em aquecer o le i te em uma temperatura menor que
100°C, normalmente entre 67-72°C, visando a morte dos patógenos, em alguns
segundos.
Quando elaboramos o quei jo a part i r do lei te cru, estamos então correndo o
r isco de obter um produto de boa qual idade ou não, dependendo do mater ia l
ut i l izado e dos possíveis microrganismos, que podem estar presentes no le i te.
Principais uti l izações do leite das várias espécies. O lei te de uma maneira geral , serve a dois f ins dist intos:
1. Para al imentação em forma l iquida, chamando-se assim lei te “ in natura”;
2. Como matér ia pr ima industr ial , estando portanto na base da produção de
var iados produtos lácteos, envolvendo operações de transformação que vão desde
uma pura e s imples desidratação até à elaboração de produtos obt idos através de
profundas al terações de todos os const i tu intes, muito especialmente a proteína,
gordura, e a lactose, como é o caso da fabr icação dos quei jos.
Estes produtos resul tam sempre de duas ações combinadas: uma mecânica e
dominada pelo homem e outra que der iva da pr imeira e é resul tante de um processo
bioquímico extremamente complexo, que tem como agentes essenciais a f lora
microbiana presente e suas enzimas, assim como as própr ias enzimas do le i te e as
do coagulante ut i l izado, como catal izadores os sais presentes, as vi taminas e
outros biocatal izadores. Pode dizer-se que a maturação de um quei jo é um
laboratór io onde se operam reações muito complexas impossíveis de seguir
completamente todas suas fases, assim como de se reproduzir laborator ia lmente.
Para consumo " in natura" é geralmente ut i l izado o lei te de vaca e em menor
escala, o le i te de cabra, embora ambos sejam igualmente ut i l izados no fábr ico de
lat ic ínios.
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TECNOLOGIA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS DE ORIGEM ANIMAL
O lei te de cabra é um le i te al tamente recomendado na dieta infant i l , e
também em casos em que o le i te de vaca é mal to lerado. Quando produzido em
boas condições de hig iene é um produto de grande valor para a al imentação, e
dada sua digest ib i l idade é recomendado para as cr ianças e para os doentes.
Quanto à manteiga, tem sido sempre t radic ionalmente afamada aquela que é
produzida a part i r do le i te de vaca. A gordura do lei te fo i durante muito tempo o
fator essencial para o seu pagamento, mas essa prát ica tem sido abandonada pelos
países da Europa para dar lugar ao pagamento em função do teor de proteínas, o
que é mui to mais justo. Assim a manteiga é hoje um produto que, pelas enormes
quant idades existentes, toma cada vez mais o lugar de um subproduto.
Finalmente, os le i tes fermentados englobam uma larga gama de produtos,
dos quais o iogurte é o mais corrente, mais expandido no mundo e consumido em
quant idades cada vez maiores. O le i te de vaca é sem dúvida, o mais ut i l izado na
preparação do iogurte, embora haja uma tendência para maior part ic ipação do le i te
de cabra nesta produção, o que traz vantagens de t ipo econômico e dietét ico. Os
le i tes fermentados são os produtos der ivados do le i te que assimi lam maior
crescimento do seu consumo.
LEITE NA CAIXINHA LONGA VIDA PERGUNTAS E RESPOSTAS
1. O leite longa vida tem algum tipo de conservante, inclusive formol ou
antibiót icos?
Não. O lei te longa v ida não necessi ta de conservante pela tecnologia que é
ut i l izada na sua produção. Para que o lei te possa ser c lassi f icado como longa vida,
e le precisa, pr imeiro, ser aquecido a uma temperatura de 130°C a 150°C, por 2 a 4
segundos, e imediatamente resfr iado. Segundo, ser acondic ionado em embalagens
assépt icas. Terceiro, que o ar seja totalmente ret i rado durante o envase.
O resultado é que, dentro da embalagem, o le i te f ica protegido de qualquer
contaminação. Por isso, não precisa de nenhum conservante. E, mui to menos, de
formol ou ant ib iót ico, que al iás, não passa de lenda.
2. Qual o r isco de contaminação do le i te longa vida fechado e depois de
aberto?
Depois que o le i te longa vida é processado e envasado, e le pode ser
estocado por até 180 dias (cada empresa def ine o prazo de val idade de seu
produto) , sendo consumido durante esse período, sem r isco de contaminação. Mas,
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depois de aberto, deve ser guardado em geladeira e de preferência na própr ia
embalagem.
3. Os animais dos quais o le i te longa vida é or iundo são controlados, assim
como o processamento do le i te?
As fábr icas de le i te longa vida se abastecem nas mesmas fontes em que se
abastecem as fábr icas de lei te pasteur izado, le i te em pó, iogurtes, etc. . .Em todas
as bacias le i te iras do Brasi l há mais animais controlados e outros, não, sendo que
o poder públ ico tem sido inef ic iente no controle por fa l ta de pessoal e recursos.
Entretanto, em razão do aumento da concorrência e da maior conscient ização dos
consumidores, muitas empresas estão empenhadas em intensi f icar o contro le
sani tár io do rebanho le i te iro. Assim, espera-se uma rápida evolução quanto ao
controle dos animais, não só os que fornecem le i te para fabr icação de longa vida,
como para a fabr icação de le i te pasteur izado, le i te em pó e todos os demais
produtos lácteos. ,Já quando ao processamento, todo le i te longa vida é controlado
pelo Serviço de Inspeção Federal , o que, entretanto, não acontece com os demais
le i tes l íquidos; há muito le i te, vendido sem qualquer controle.
4. O processamento do lei te longa vida causa perda de vi taminas?
É verdade. Qualquer t ratamento térmico ao qual um al imento é submetido
al tera o teor de nutr ientes, pr inc ipalmente o de vi taminas idéia, quando se grelha
uma carne, 20% das vi taminas B1, B2 e B6
perdem-se. Os le i tes pasteur izados e longa v ida não fogem à regra.
5. Qual a di ferença entre a ester i l ização e a pasteur ização do le i te?
O nome correto é ul trapasteur ização - s istema UHT (Ul tra High
Temperature) , que t raduzido ser ia UAT (Ul t ra Al ta Temperatura) . Entretanto, tem
sido chamado erroneamente de ester i l ização, que é um outro processo. A
ul t rapasteur ização é o processo no qual o le i te é submetido a elevadas
temperaturas de 130°C a 150°C, por 2 a 4 segundos e imediatamente resfr iado;
destru indo todos os microorganismos. Já na pasteur ização, a temperatura do
processo é mais baixa: de 72°C a 76°C, e o tempo, menor, de 15 a 20 segundos. E
é também resfr iado em seguida, reduzindo o número total de bactér ias e destru indo
as patogênicas. Mas não el imina as formas esporuladas e as toxinas.
6. E preciso ferver o le i te longa vida?
O le i te longa vida é processado a elevadas temperaturas de 130°C a 150°C.
Depois é envasado em embalagem assépt ica e tota lmente sem ar, resul tando num
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produto sem nenhum microorganismo. Por isso, não é necessário fervê- lo, pois o
seu processamento e o t ipo de embalagem o tornam pronto para o consumo (ready
to dr ink).
7. O lei te longa v ida pode ser causa de diarréia?
Qualquer t ipo de lei te pode causar d iarréia quando, no organismo do
consumidor, há def ic iência tota l ou parc ia l de lactase - enzima que digere a
lactose. Nesses casos, indicam-se le i te sem lactose ou produtos à base de soja. O
le i te de má qual idade, ou seja, contaminado por bactér ias patogênicas, também
pode causar d iarréia. Mas, de qualquer maneira, não existe nenhum quadro
específ ico em que o le i te longa vida cause diarré ia.
8. Substâncias da embalagem longa vida, como o alumínio, contaminam o
le i te?
A embalagem do lei te longa vida tem 6 camadas, numa combinação de
plást ico, a lumínio e papelão. Pode-se observar que nenhum elemento da
embalagem passa para o le i te e, no caso do alumínio, e le o protege da luz,
evi tando a perda de nutr ientes.
Entre essa camada e o lei te, todavia, há uma proteção de pol iet i leno, que é
totalmente inerte.
9. Ha di ferenças na qual idade e no teor de nutr ientes entre o LEITE LONGA
VIDA E OS OUTROS TIPOS DE LEITE?
O le i te, o melhor a l imento natural , é fonte de proteínas, cálc io, fósforo. e
v i taminas A, B1 , B2 e B12. Quando cru, ou seja, sem nenhum processamento não é
indicado para o consumo por ser fonte de bactér ias patogênicas. Daí a necessidade
da ul t rapasteur ização ou da pasteur ização antes de ser consumido. E, qualquer que
seja o processamento, há perda de nutr ientes pr incipalmente das vi taminas
hidrossolúveis que no caso do le i te longa vida não é s igni f icamente maior que os
outros t ipos de lei te.
10. O le i te desnatado tem uma menor quantidade de v i taminas?
A ret i rada da gordura e de colesterol do le i te o torna desnatado e, junto com
esses nutr ientes perdem-se as vi taminas l ipossolúveis, mais especi f icamente a A.
Por outro lado, como a gordura e o colesterol são substâncias heterogênicas, o
le i te desnatado é mais adequado para os adul tos e os idosos, pr incipalmente para
aqueles que têm elevadas taxas de colesterol sér ico. Mas deve-se tomar cuidado
em atender as recomendações de vi tamina A com outros al imentos.
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11. Por que o lei te é denominado de t ipo a, b ou c?
A denominação do lei te t ipo A, B ou C é somente para os pasteur izados.
Classi f icação baseada na hig iene da ordenha, no resfr iamento após a ordenha e na
contagem de bactér ias antes e depois da pasteur ização.
Teor icamente, ou de acordo com a legis lação federal , o t ipo A é o melhor
enquanto que o B é de boa qual idade, mas com contagem de microorganismos
maior que a do lei te t ipo A., Já o t ipo C, na maior ia dos casos, é procedente de
produtor não especial izado e, assim, sua qual idade infer ior . De qualquer maneira,
há poucas exigências durante a ordenha do le i te C, sendo que o produto, com raras
exceções, é t ransportado em temperatura ambiente da fazenda até a usina de
pasteur ização. Por outro lado, não há l imi tes na quantidade de bactér ias no lei te
cru que será processado como lei te pasteur izado t ipo C. A legis lação brasi le ira
exige que os le i tes t ipo A e B sejam vendidos com o teor integral de gordura. O
le i te C pode ser padronizado, desde que contenha, no mínimo, 3% de gordura. O
le i te longa vida e o le i te em pó têm a vantagem de poder ser desnatados ou
semidesnatados e, assim, atender um públ ico que necessi ta ou procura um le i te
com menos gordura.
12. O le i te longa vida pode ser oferecido para cr ianças pequenas?
Para cr ianças pequenas o ideal é o alei tamento materno, de forma exclusiva
até o 6° mês. Depois disso, deve ser completado com uma al imentação equi l ibrada,
mas a cr iança pode ser amamentada até completar 2 anos. Outros t ipos de le i te
devem ser oferecidos nessa época, e a melhor forma é o integral , pela quant idade
de vi tamina A, essencial pára o crescimento e desenvolvimento da cr iança.
13. Qual é a biodisponibi l idade das vi taminas do le i te enr iquecido?
A biodisponibi l idade das vi taminas que são usadas para enr iquecer
qualquer t ipo de al imento depende da forma que são encontradas. De uma maneira
geral , apresentam boa taxa de absorção e ut i l ização. Mas dependem também da
forma de armazenamento e do preparo dos al imentos enr iquecidos.
14. Os dados nutr ic ionais das embalagens do lei te são conf iáveis?
No Brasi l a legislação para al imentos e bebidas é expedida pelos Ministér ios da
Saúde e da Agr icul tura. E ambos, exigem anál ise da quant idade de nutr ientes, que
é fei ta por laboratór ios credenciados.
15. Af inal , qual é a fórmula f inal do lei te longa vida?
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O lei te longa v ida não tem nenhuma fórmula. Ele nada mais é do que
resul tado dos avanços da tecnologia dos al imentos, ou seja, a combinação do
processo ul trapasteur ização com o envase asséptico em embalagens igualmente
assépt icas. Dentro da caix inha longa vida só tem le i te com tecnologia e qual idade.
QUEIJOS
Histórico Em épocas pré-histór icas, antes que o homem pudesse ler ou escrever, um
legendár io mercador v ia jante da Arábia, atravessando uma agreste seção
montanhosa da Ásia, já cansado, depois de uma áspera subida sob sol caust icante,
fez uma pausa para restaurar suas forças e se al imentar . Tinha traz ido como
al imento tâmaras secas e, dentro de um canti l fe i to de estômago seco de carneiro,
certa quantidade de lei te de cabra.
Mas, quando ele levou aos lábios o canti l para sorver o le i te, somente um
l íquido f ino e aquoso escorreu do seu inter ior . Cur ioso Kanana, o lendár io v ia jante
cortou o canti l e v iu, para sua surpresa, que o le i te t inha se transformado numa
coalhada branca, não muito desagradável ao paladar de um homem faminto. O
coalho existente no estômago parc ia lmente seco do carneiro havia coagulado o
le i te e o resul tado dessa operação fo i o QUEIJO. Isso se passou há mi lhares de
anos. E, a inda hoje faz-se o quei jo exatamente de modo semelhante: coagulando o
le i te com coalho or iundo do estômago de bezerros.
O quei jo é um dos mais ant igos al imentos preparados que a histór ia da
humanidade registra. A ar te da fabr icação de quei jos tem seu início perdido num
passado remotíssimo, mi lhares de anos antes do nascimento de Cr is to.
Os egípcios estão entre os pr imeiros povos que cuidaram do gado e t iveram,
no lei te e no quei jo, fonte importante de sua al imentação.
O quei jo teve um desenvolvimento lógico e inevi tável , pois era o único meio
pelo qual os elementos nutr i t ivos do lei te podiam ser preservados.
Os ant igos gregos reverenciaram o quei jo como um al imento dos deuses. A
fabr icação de quei jo na Grécia já era bem conhecida no tempo de Homero, embora
o país, devido ao seu terreno montanhoso, não fosse abundante em terras de
pastagens.
Hipócrates em seus escr i tos, refere-se ao quei jo fei to do le i te de égua e,
também, de le i te de cabra, o que podia indicar que esses dois animais eram mais
apropr iados para viverem em terrenos montanhosos.
Durante o reinado dos Césares, a fabr icação de quei jos e o desenvolvimento
de lat ic ínios estendeu-se rapidamente por toda a Europa e tornou-se uma
importante indústr ia agrícola onde quer que se estendessem as pastagens
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abundantes. Roma, br i lhante centro de c iv i l ização ant iga, era um r ico mercado para
quei jo. Nas pródigas e far tas mesas de banquetes dos digni tár ios romanos, o quei jo
estava invar iavelmente presente e era considerado uma rara e saborosa iguar ia.
Embora alguns quei jos fossem fabr icados na I tá l ia, a pr inc ipal fonte de
abastecimento era a Suíça onde a vegetação luxur iante das encostas dos Alpes
forneceria abundante pastagem e, a lém do mais, havia a mais pura água de
montanha. Assim nasceu um produto mundialmente famoso e uma indústr ia que,
séculos mais tarde, rapidamente cr iou raízes e f loresceu no novo mundo.
FABRICAÇÃO DE QUEIJO Noções gerais A fabr icação de quei jo nasceu, pode-se dizer , com a domest icação de
animais produtores de le i te. Naturalmente pessoas houve que certa ocasião,
obt iveram, na ordenha, mais le i te que o necessár io, a sobra fo i a surpresa ao
ver i f icar que o le i te deixara de ser le i te para t ransformar-se em coágulo e em soro,
não menor ter ia sido ao ver i f icarem que o le i te adquir ia propr iedades novas,
perfe i tamente aproveitáveis.
A coalhada assim obt ida, separada do soro, e salgada, const i tu i o quei jo
pr imit ivo s imples. Desse quei jo pr imit ivo, até os t ipos mais f inos, conseguidos
modernamente, a evolução foi mui to lenta, como aconteceu todo o processo
industr ia l , E o quei jo, como outros ar t igos de consumo, pode const i tu ir um índice de
progresso de um povo, quanto mais elevado seu nível cul tural , tanto mais f inos os
t ipos de quei jos por e les fabr icados.
Assim com o decorrer do tempo, esse quei jo fo i sendo aprimorado, quanto ao
seu aspecto, gosto, aroma e apresentação. A l inha seguida pelos produtores
buscava obter sempre um melhor a l imento e gosto mais apurado.
O quei jo pode ser def in ido como um produto que é obt ido a part i r do le i te
coalhado, separado do soro e amadurecido durante tempo var iável . O quei jo é
considerado uma conserva obt ida pela coagulação do lei te e por acidi f icação e
desidratação da coalhada.
É uma concentração de sól idos do lei te com adição de outros adi t ivos como:
• o coalho para obter a coagulação do le i te;
• os fermentos bacter ianos para acid i f icação da coalhada;
• o sal de cozinha à gosto do consumidor e,
• c loreto de cálc io para melhorar a disposição da coagulação.
A importância do quei jo como al imento está no fato de ser um produto r ico
em proteínas, gordura, sais minerais (cálcio e fósforo) e vi taminas. Portanto,
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indivíduos que não apreciam o le i te, encont ram no quei jo um al imento subst i tut ivo,
uma vez que uma pequena porção de quei jo (40g.) contém proteína e cálc io em
quant idades suf ic ientes para subst i tu ir um copo de lei te (200 ml.) .
Incontestavelmente o quei jo ocupa o lugar de grande destaque, pelo seu
valor nutr i t ivo, entre os al imentos chamados completos, que pode constatar pela
sua composição bruta, comparada com a carne de vaca e de ovo.
COMPONENTES QUEIJO CARNE OVO
Água 34,2 61,9 33,7
Gordura 33,7 18,5 10,5 Proteínas 25,9 18,6 14,8
Carboidratos 2,4 0,0 0,0
Sais 3,8 1,0 1,0
Calorias por l ibra 1885 1090 6,0
A composição do quei jo var ia de acordo com o t ipo e a matér ia-pr ima
empregada.
Um lei te com percentagem mais e levada de matér ia gorda, a lém de
propic iar produto melhor, dará também maior rendimento, pois como sabemos, há
estrei ta re lação entre a matér ia gorda e a caseína, sendo esta, a base dos quei jos.
Os quei jos podem ser c lassi f icados em diversos cr i tér ios:
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CLASSIFICAÇÃO DE QUEIJOS
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO DE QUEIJOS EXEMPLOS
Brandos: podem ser espalhados fac i lmente Requei jão
cremoso Quei jo creme, Quark.
Semi-brandos: não se espalham faci lmente, mas podem ser cor tados Minas frescal
Semi-duros : permitem ser cor tados fat iados Prato, Gouda, Edam
Duros: bastante resistentes ao corte e baixa umidade
Emmenthal, Cheddar, Suíço.
Consistência
Extraduro: Não permitem o corte , sendo ut i l izados ra lados
Parmesão, Romano, Gana-
padano. Gordo 40%GES Semi-gordo >25%GES Magro >15%GES
Teor de gordura no
extrato seco Desnatado <15%GES
Frescos: quei jos não maturados Minas frescal , Campesino
Maturados A maior ia Por bactérias : maturados por fermentos láct icos
Prato, Minas, Gouda
Por mofos e bactérias: maturados interna e/ou externamente
Roquefort , Br ie, Cammembert
Grau de maturação
Queijos de casca lavada: maturados externamente com Brevibacter ium Saint-Paul
Aberta: com olhaduras na massa de tamanho e números var iados Prato, EmmenthalTextura Fechada : sem olhaduras Cheddar
Tratamento da coalhada
pronta
Massa f i lada: o tratamento da coalhada pronta sofre um processo de acid i f icação natural ou dir ig ida, durante o qual o paracaseinato bicálc ico é transformado em paracaseinato monocálc ico, que por ação do calor permite a formação de f ios longos, que faci l i tam a moldagem do quei jo
Mussarela, Provolone,
Cacciocavalo, Quei jo de Pescoço.
Extra
1a qualidade Qualidade
(consistência, sabor textura, cor e apresentação.)
2a qualidade
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FABRICAÇÃO DE ALGUNS QUEIJOS
QUEIJO MINAS FRESCAL
1 - INTRODUÇÂO É um dos quei jos mais populares do Brasi l . Devido ao bom rendimento que
proporciona na fabr icação (6,0 - 6,5 1/Kg, em média) , é comercia l izado a preços
mais acessíveis a uma maior fa ixa da população. Devido ao seu al to teor de
umidade, é um .quei jo bastante perecível (durabi l idade média de 10 dias,
dependendo do processo de fabr icação). Devido à adoção de di ferentes métodos de
fabr icação (por exemplo, com adição de ácido lát ico ou emprego tradic ional de
fermento, assim como var iações na temperatura de coagulação ou até mesmo
emprego de prensagem, etc) tornou-se um quei jo bastante i r regular em termos de
padrões de consistência, textura, sabor, durabi l idade e rendimento, chegando
inclus ive a ser fabr icado através do processo de ul traf i l t ração. Geralmente,
apresenta coloração interna esbranquiçada, consistência mole, textura fechada
(com algumas olhaduras i r regulares) e sabor var iando de levemente ácido à suave.
O peso var ia de 0,5 a 3,0 kg, sendo comercia l izado geralmente em formas de menor
peso.
2 - COMPOSIÇÃO MÉDIA ESPERADA Umidade 55 - 58%
Gordura 17 - 19%
pH (com fermento) 5,0 - 5,3
pH (com ácido lát ico) 6,1 - 6,3
Sal 1,4 - 1,6%
3-FABRICAÇÃO Pasteur izar o le i te, com o teor de gordura padronizado para 3,0 - 3,2%.
Adic ionar c loreto de cálc io (40 ml de sol . 50% / 100 l de le i te) .
Para a obtenção de quei jos de sabor mais acentuado, ut i l izar 1,0% de
fermento lát ico mesofí l ico t ipo "O" (S lact is e S cremoris ) . Caso se deseje um
Frescal mais suave e com melhor retenção de umidade subst i tu ir o fermento por
adição de ácido lát ico (cerca de 25 ml de ácido lát ico 85% em solução aquosa a
10%, para cada 100 l de lei te) .
Temperatura de coagulação: 35 - 37°C (quando se usa fermento) ou 42 -
44°C (quando se usa ácido lát ico). Opcionalmente, pode-se fazer a salga
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diretamente no le i te, adic ionando-se 2% de sal , imediatamente antes do coalho,
mas este processo não é recomendado.
Coagulação: por 30 - 40 min. , usando-se dose regular de coalho.
Cortar lentamente, de modo a obter cubos grandes, com 1,5 - 2,0 cm de
aresta. Deixar repousar por cerca de 3 min.
Agi tar lentamente por cerca de 25 minutos, até obter l igeira f i rmeza nos
grãos, que se tornam mais arredondados.
Dado o ponto, e l iminar a maior par te do soro e proceder à enformagem.
Após um repouso de 10 - 20 minutos, v irar todos os quei jos. Cerca de 30
minutos mais tarde virar novamente e conduzir os quei jos à câmara fr ia (10 - 12°C)
para se completar o dessoramento. (O uso de salga à seco nesta fase não é
recomendado, devido à fal ta de uni formidade).
No dia seguinte, os quei jos poderão ser salgados em salmoura a 10 - 12°C,
com 20% de sal ou 19°Bé, por per íodos proporc ionais ao seu peso e formato (por
exemplo, quei jos de 0,5 Kg, 90 min.; de 1,0 Kg, 3 - 4 horas).
Após a salga, deixar escorrer e secar, e proceder à embalagem. Manter em
câmara fr ia (3 - 5oC) até comercia l ização. É considerado normal um rendimento da
ordem de 6 a 6,5 1/kg. Algumas indústr ias tentam manter o rendimento na região de
5,5 a 5,8 1/kg, o que é possível ; entretanto, is to leva a diminuição sensível da
durabi l idade e res istência do produto.
4 - PONTOS CRÍTICOS Uso de fermento ou ácido lát ico ( inf luencia a umidade f inal , sabor, além de
afetar o rendimento e a durabi l idade).
pH f inal do produto (suscept ib i l idade à contaminações).
Umidade f inal do produto (rendimento e durabi l idade).
Condições de estocagem e comercia l ização (durabi l idade).
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QUEIJO MUSSARELA
1 - INTRODUÇÃO De or igem i ta l iana, a Mussarela ant igamente era fabr icada única e
exclus ivamente à part i r de le i te de búfala. Hoje por sua larga ut i l ização na
cul inár ia, é fabr icada em grande quant idade com le i te de vaca sobretudo nos
Estados Unidos, onde é chamada de Pizza Cheese.
No Brasi l , é um dos quei jos mais fabr icados. Aqui , a tecnologia apl icada é
muito d ivers i f icada e portanto os quei jos apresentam var iações em sua composição.
Sua massa é esbranquiçada, f i rme, compacta e de sabor l igeiramente ácido.
Seu formato é sempre retangular quando fabr icado para pizzas e sanduíches,
var iando apenas o peso. O produto é apresentado ainda sob a forma de bol inha,
pal i to e nózinho para consumo em mesa. Aqui o quei jo Caccio-Cavalo é fabr icado
de maneira s imi lar e vendido (em formato de um "8") como "Cabacinha". O
rendimento normal da Mussarela var ia entre 9,5 - 10,5 l /kg e deve ser bem
contro lado, pois a obtenção de rendimento muito e levado pode afetar a fat iabi l idade
e diminuir a durabi l idade do produto.
No Brasi l f reqüentemente é fabr icada com le i te cru o que impede a obtenção
de produto padronizado e torna di f íc i l a correção de eventuais defei tos. A
temperatura de f i lagem não subst i tu i a pasteur ização do lei te.
2 - COMPOSIÇÃO MÉDIA ESPERADA Umidade 43 - 46%
Gordura 22 - 24%
pH 5,1 - 5,3
Sal 1,6 - 1 ,8%
3 - FABRICAÇÃO Uti l izar le i te pasteur izado com teor de gordura ajustado para 3,0 - 3,2%.
Adic ionar de 0,5 a 1,5% de fermento lát ico mesofí l ico com acidez de 80 -
90oD, ou termofí l ico, a base de S.thermophi l lus e L.bulgar icus com acidez de 100 a
110°D. Pode-se ainda optar pela adição de soro-fermento cult ivado pelo método
tradic ional .
O uso de c loreto de cálc io (40 ml da solução 50% para cada 100 l) é
aconselhável .
Coagular à 32 - 34°C com dose normal de coalho (30 - 40 min.) .
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Cortar lentamente de forma a obter grãos com 1,5 cm de aresta: A acidez do
soro deve girar por vol ta de 2/3 da acidez do lei te no momento da coagulação.
Agi tar lentamente por 20 - 30 minutos.
Após este período, in ic iar o aquecimento indireto (com vapor na camisa do
tanque) até a temperatura f inal de 40 - 42°C se o fermento for mesofí l ico ou 44 -
46°C no caso de emprego de fermento termofí l ico ou soro fermento. O aquecimento
pode opcionalmente ser real izado com adição de água quente (70 - 80°C) até 20%
em relação ao volume in ic ia l de le i te. Neste caso é sempre necessár ia a ret i rada
parc ia l de soro após a pr imeira mexedura (até 20%).
Continuar a mexedura até a obtenção do "ponto" (cerca de 40 - 50 minutos
após o corte) . A acidez do soro é cerca de 1 a 2°D super ior àquela encontrada no
corte quando o aquecimento é indireto.
El iminar o soro, concentrando a massa em uma das extremidades do tanque.
Opcionalmente, pode-se efetuar uma pré-prensagem da massa por cerca de 15
minutos com 20 - 30 lbs/pol2 .
4 - FERMENTAÇÃO Existem duas opções: a fermentação curta que permite a f i lagem imediata ou
poster ior e a fermentação longa cuja f i lagem só pode ser real izada poster iormente.
Em ambos os casos recomenda-se o acompanhamento do pH até 5,2 - 5,4.
Fermentação curta com f i lagem imediata - obt ido o pH ideal , p icar a massa e
f i lar .
Fermentação curta com f i lagem poster ior - obt ido o pH ideal, p icar a massa
em porções menores e mantê- la à baixa temperatura (5 - 10°C), em câmara fr ia ou
submersa em água gelada, até a manhã seguinte.
Fermentação longa - após o ponto, picar a massa em blocos menores e
mantê- la à temperatura ambiente, sobre mesas até o dia seguinte. Atentar para
var iações na temperatura ambiente que podem acelerar ou retardar o processo de
fermentação.
5 - FILAGEM E SALGA Em água a 75 - 80°C quando, após teste, a massa est iver "espichando"
fac i lmente sem se arrebentar . A temperatura da massa no momento da moldagem
deve estar em torno de 55 - 60oC.
Após a moldagem, colocar os quei jos em água gelada por 1 a 2 horas e em
seguida levar à salga em salmoura a 20% e a 10 - 12°C. O tempo de salga var ia em
função do tamanho do quei jo.
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Proceder à secagem em câmara com boa venti lação. Em seguida, embalar os
quei jos, guardar em câmara fr ia (0 - 5°C) até a comercia l ização.
6 - PONTOS CRÍTICOS Uso de le i te pasteur izado (padronização)
Fermento em plena at iv idade e balanceado
Teor de gordura do lei te.
Processo de fermentação e f i lagem
Umidade f inal do produto.
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QUEIJO PRATO
I - INTRODUÇÃO
O Prato é um dos quei jos mais populares do Brasi l . Foi introduzido na
década de 20, na região Sul de Minas, através de imigrantes dinamarqueses. As
or igens do quei jo Prato remontam portanto, aos quei jos Danbo dinamarquês e
Gouda holandês. No Brasi l sua tecnologia fo i adaptada às condições locais, o que
expl ica as di ferenças de sabor e textura que observadas no Prato em relação aos
quei jos que lhe deram or igem. Enquanto aqueles se apresentam sempre com
textura mais aberta, com olhaduras regulares e pequenas, o Prato pode ser
encontrado tanto com olhaduras regulares ou i rregulares como também
completamente fechado. Além disso, observa-se uma tendência cada vez maior
para seu consumo indireto, sobretudo em sanduíches, etc. Trata-se de um quei jo de
massa semi-cozida e lavada, o que expl ica sua consistência macia e sabor suave.
A fat iabi I idade deve ser uma de suas caracter íst icas pr incipais. O rendimento
da fabr icação se s i tua por vol ta de 9,0 - 9,5 1/kg. Os quei jos Lanche, Estepe, Bola
e Cobocó são considerados var iedades do quei jo Prato.
2 - COMPOSIÇÃO MÉDIA ESPERADA (curado) Umidade 42 - 44%
Gordura 26 - 29%
pH 5,2 - 5,4
Sal 1,6 - 1,9%
3 - FABRICAÇÃO Leite pasteur izado (72°C - 15 seg. ) , com 3,4 - 3,6% de gordura.
Ingredientes a adicionar, por 100 1 de le i te:
- c loreto de cálc io - 40 -50 ml (sol . a 50%)
- corante - de 5 a 10 ml
- n i trato de sódio - 10 a 20 g por 100 l (opcional)
Fermento lát ico: para quei jos fechados usar cul tura t ipo "O" (S.lact is e
S.cremoris ) , à base de 1,5%; para quei jos abertos, com olhaduras, usar cul tura
"LD" (a lém dos microrganismos já c i tados, contém ainda L.cremor is e S
diacet i lact is , denominada f lora aromát ica) , à base de 1,5%. Resultados mais
regulares são obt idos com o uso de cul turas t ipo "O" super-concentradas,
conhecidas como DVS.
Coalho: usar a dose regular , para obter a coagulação em cerca de 30-40
min., à 32oC.
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Cortar a coalhada em grãos miúdos (grão de mi lho) e agi tar lentamente por
cerca de 15 minutos. A acidez do soro no corte deve corresponder a cerca de 2/3
da acidez do lei te no momento da coagulação.
Deixar repousar alguns minutos e el iminar entre 30 a 40% de soro.
Reinic iar a agi tação com maior rapidez. A adição de água quente ( 70 -
80°C) deverá ser fe i ta lentamente, t ipo "chuveir inho", devendo ser in ic iada somente
quando os grãos de coalhada est iverem novamente bem distr ibuídos no soro (sem
"embolar") . A adição de c loreto de sódio (sal) não é recomendada. A quantidade de
água quente deve se s i tuar entre 15 e 205 do volume in ic ial de le i te.
O aquecimento deverá ser fei to até 39 - 40°C ( inverno) e 41 - 42oC (verão);
caso necessário, pode ser complementado através de vapor indireto.
O ponto é var iável , dependendo do teor de umidade desejável no quei jo, mas
nas condições normais de fabr icação ocorre cerca de 60 - 80 minutos após o corte.
A massa deverá ser pré-prensada sob o soro, por 15 - 20 min. , sob pressão
de 50 - 60 lbs/pol2 .
Após a pré-prensagem proceder à enformagem~ em formas com
dessoradores. de tamanho var iado. Os quei jos serão prensados por cerca de 2
horas, de acordo com o seguinte esquema:
- 30 mim., com 20 - 30 lbs/pol2
- v iragem
- 90 min. .com 30 - 40 lbs/pol2
Os quei jos poderão f icar nas formas (ou prensas) até o dia seguinte ou
serem conduzidos à salmoura tão logo at in jam um pH por vol ta de 5,5 - 5,7 o que
normalmente ocorre entre 6 e 8 horas após a adição do fermento ao lei te.
O tempo de salga na salmoura ( a 10 - 12°C, com 19°Bé ou 20% de sal)
var iará em função do formato e peso do quei jo. Geralmente, uma forma de 3 Kg
poderá ser salgada por até 48 horas.
Após a salga. os quei jos serão secados por 2~ horas em câmara fr ia,
embalados à vácuo em película p lást ica termoencolhível e levadas à câmara de
maturação (12 - 14oC) onde deverão ser maturadas por, no mínimo, 60 dias, para o
desenvolvimento da consistência e sabor ideais.
Havendo necessidade, uma estocagem por até 6 meses pode ser fe i ta a uma
temperatura de 0 a 3°C. Neste caso aconselha-se a obtenção de um quei jo com um
teor de umidade de 40 a 42% no máximo.
4 - PONTOS CRÍTICOS Tipo de fermento e seu balanceamento
Teor de gordura do lei te
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Processo de corte da coalhada
Processo de lavagem (delactosagem) e aquecimento da massa Condições e período de maturação.
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MANTEIGA
A fabricação da manteiga Pelo bat imento do creme de le i te consegue-se, por ação mecânica, a
aglomeração dos glóbulos de gordura. A este produto, separado da fase l íquida, ao
qual se pode adic ionar sal , denomina-se manteiga.
A manteiga apresenta a seguinte composição média: 83% de gordura, 16%
de água; 0.4% de lactose; e 0.15% de c inzas e sal .
A qual idade da matér ia pr ima, bem como as modif icações ocorr idas durante o
processamento, dá or igem a produtos de di ferentes composições. Em função desta
composição e baseados na tabela 1 , a manteiga é c lassi f icada em: Tipo extra,
pr imeira qual idade e segunda qual idade.
Composição Tipo extra % 1a Qualidade % 2a Qualidade %
Matéria gorda >83.0 >80.0 >80.0
Acidez(cm³)/Litro <3.0 <8.0 <10.0
Sal <2.0 <2.5 <6.0
Corante vegetal Ausência Facultat ivo Obr igatór io
Obtenção do creme de leite A separação da gordura é fei ta aproveitando-se a di ferença de densidade
entre a matér ia gorda e os demais componentes do le i te.
Atualmente, esta operação, chamada desnatamento, é real izada com o
auxí l io de centr í fugas. Entre as centr í fugas, as que apresentam melhores
resul tados são as herméticas, nas quais a porcentagem de gordura no le i te
desnatado pode ser menor que 0.04%, dependendo da temperatura de trabalho.
Quanto maior for a temperatura de trabalho, melhor será a separação da gordura,
porém deve-se levar em consideração que, se o le i te t iver uma acidez elevada,
haverá coagulação parcial da caseína com conseqüente obstrução da centr í fuga.
Trabalha-se com freqüência em temperaturas entre 30°C e 35°C.
A qual idade do creme de lei te depende da composição do lei te in ic ia l .
Processo Industrial de fabricação descontínuo A produção industr ia l de manteiga, a part i r do creme de le i te, envolve as
seguintes etapas: neutral ização, pasteur ização, desodor ização, inoculação com
cul turas selecionadas, maturação, batedura, separação do soro ou le i te lho,
lavagem, salga e amassamento, embalagem e armazenamento.
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A real ização de todas essas etapas da or igem à manteiga pasteur izada
acid i f icada. Quando não se efetua a maturação, o produto f inal é a manteiga
pasteurizada de creme doce.
Neutralização ou desacidif icação Esta operação é real izada quando a nata apresenta uma acidez elevada.
O creme muito ácido é espesso e coagula ao ser pasteur izado,
proporcionando o aparecimento de sabor queimado, a lém da caseína englobar
part ículas de gordura e muitos microrganismos durante sua precip i tação. Com isso,
tem-se uma queda de rendimento e perde-se em ef ic iência no tratamento térmico.
Nessas condições, o desenvolvimento da cul tura será anormal, dando como
conseqüência uma manteiga oleosa, sem consistência com sabores amargos.
Pôr isso, exis te a necessidade de se reduzir a acidez do creme abaixo de
20°D para a pasteur ização se processar normalmente.
Contudo, se a desacidi f icação não for bem conduzida ou se ocorrer a
ut i l ização em excesso, poderá ocorrer a saponif icação de gordura bem como cr iar
condições propíc ias à prol i feração de bactér ias alcal in izantes ou proteol í t icas
or iginando sabores desagradáveis.
Os neutral izantes mais ut i l izados são: hidróxido de sódio , óxido de cálc io ,
h idróxido de cálc io, óxido de magnésio , h idróxido de magnésio , carbonato de
sódio, b icarbonato de sódio, ou uma mistura deles.
Os sais de cálcio e magnésio não provocam espuma e não dão sabor, mas
são de reação lenta, pouca solubi l idade e produzem natas v iscosas.
O hidróxido de sódio pode provocar a saponif icação.
Seja qual for o neutral izante ut i l izado, é necessár io que apresente certas
propr iedades: quimicamente puro, f inamente pulver izado, esteja previamente
di luído em água, seja adic ionado sob agitação constante à temperatura adequada.
Pasteurização A pasteur ização tem por f inal idade evi tar a propagação de doenças
infecciosas, d iminuir contaminações nas indústr ias e prevenir possíveis a l terações
na manteiga.
Normalmente, a pasteur ização é real izada em ausência de ar mantendo-se o
creme de 92°C a 95°C durante 30 segundos. Nessas condições, há destruição dos
microorganismos e enzimas presentes sem al teração das qual idades organolépt icas
da nata.
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Desodorização Há necessidade de se ret i rar do creme de lei te substâncias voláteis
indesejáveis que conferem à manteiga sabores e aromas estranhos. A este
tratamento dá-se o nome de desodor ização.
Existe um grande número de equipamentos desenvolvidos com a f inal idade
de provocar a desodorização do creme em ausência do ar . Esses equipamentos,
local izados à saída do pasteur izador, estão sob vácuo e recebem a gordura quente,
que desce como uma f ina camada por suas paredes, ocorrendo a saída dos
voláteis.
Após a desodor ização, o creme é enviado ao refr igerador onde é
rapidamente resfr iado à temperatura de maturação.
A intensidade e a velocidade do resfr iamento determinam o tamanho dos
cr is ta is de gl icer ídeos de ponto de fusão mais e levado. Se o resfr iamento é rápido,
tem-se a formação de grande número de cr is ta is pequenos, caso contrár io, tem-se
um número menor de cr is tais grandes, o que proporciona um aumento na
consistência da manteiga.
Inoculação com cultura selecionada Com o tratamento térmico é el iminada a f lora natural do creme, que deve ser
subst i tuído por uma cul tura, de bactér ias láct icas, selecionadas. Normalmente, o
fermento ut i l izado, na produção de manteiga uma mistura de Streptococcus lact is ,
S. cremor is, S. paraci t rovorus, S. c i t rovorus e S. diacet i lact is .
O S. lact is e o S. cremoris aumentam a acidez do creme provocando a
precip i tação da caseína e proporcionando condições para os demais
microorganismos de desenvolvimento mais lento responsáveis pelo sabor e aroma
da manteiga.
A porcentagem de fermento adicionado, sob agi tação constante, logo após a
passagem do creme pela refr igeração, var ia de 2% a 5%, dependendo da
composição e da temperatura do creme e do tempo de maturação.
Acidez do fermento e da ordem de 85 oD a 90 oD.
Maturação A maturação provoca uma al teração na estrutura do creme que faci l i ta a
batedura, a lém de permit i r a ação do fermento.
As condições de maturação dependem da composição de matér ia-pr ima, da
estação do ano e das caracter ís t icas desejadas no produto f inal .
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Se a manteiga a ser produzida vai ser consumida rapidamente, a acidez f inal
do creme deve ser de 45oD a 58oD, o que proporciona propr iedades organolépt icas
bem acentuadas.
Quando a manteiga se dest ina ao armazenamento, deve-se ter no creme,
após a maturação, uma acidez de 30oD a 35oD, que proporc iona à manteiga aroma
e sabor d iscretos, porém dá um produto de melhor qual idade e durabi l idade.
Para se conseguir a acidez f inal desejada, deve-se levar em conta, a lém da
matér ia-pr ima, a porcentagem do inóculo adic ionada, o tempo e a temperatura de
maturação.
À temperatura de 14oC a 16oC, a duração da maturação é de
aproximadamente 15 horas, nestas condições, tem-se o favorecimento da
aromatização.
Quando o creme é r ico em gl icerídeo de al to ponto de fusão, há necessidade
de se formar cr is ta is pequenos para tornar a manteiga mais suave, o que é
conseguido pela refr igeração intensa à aproximadamente 5oC durante 4 horas. O
creme então aquecido de 13oC a 15oC para desenvolv imento da cul tura láctea.
A maturação é real izada em tanques especiais de paredes duplas, providos
de agi tadores. Existem unidades com trocador de calor a p lacas acoplado ao
tanque de maturação. O creme c ircula pelo trocador e retorna ao tanque até se
at ingir a temperatura desejada.
Batedura É nesta etapa da fabr icação que se tem a formação da manteiga. O creme de
le i te, já preparado, é colocado na batedeira, onde por agi tação ocorrem choques
dos glóbulos de gordura entre si e contra as paredes.
Como conseqüência desses choques, a uma dada temperatura, os glóbulos
de gordura vão-se fundindo formando aglomerados cada vez maiores, rompendo o
equi l íbr io das forças de tensão superf ic ia l existente entre os componentes do
creme. Com isso, a fase descontínua, const i tuída pelos glóbulos de gordura, no
creme passa a ser a fase contínua na manteiga; o soro, que é a fase contínua no
creme, passa a ser a fase descontínua na manteiga.
A temperatura e o tempo da batedura dependem das condições do creme. De
uma maneira geral , o tempo var ia de 20 a 40 minutos e a temperatura de 10oC a
14oC.
Se o creme for bat ido em temperaturas infer iores a 10oC, não haverá a
formação da manteiga e, em temperaturas acima de 15oC, formar-se-á uma pasta
da qual é muito di f íc i l separar o le i te lho.
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O tempo de batedura é determinado pelo tamanho dos aglomerados
formados, pelo ruído ou por observação do vidro da janela da inspeção da
batedeira. Um tempo excessivo de batedura provoca o aparecimento de sabor a
soro na manteiga, que também será de pouca durabi l idade.
É portanto muito importante a determinação do instante f inal da batedura.
As batedeiras, geralmente, são dotadas de tubulações para água de lavagem
dos grânulos de gordura bem como para l impeza do equipamento.
Separação do leitelho Quando os grânulos de gordura, após a batedura, sobem à superf íc ie, o
le i te lho ou soro da manteiga é ret i rado pela parte infer ior da batedeira através de
uma te la.
O lei telho deve ter no máximo 0,6% de gordura. Uma quantidade maior de
gordura no le i te lho indica que a fermentação não fo i bem conduzida ou a batedura
fo i real izada de maneira incorreta.
o le i te lho fresco tem sabor agradável sendo consumido como bebida
refrescante. É também um ót imo al imento para animais.
Lavagem da manteiga Uma vez separado o le i te lho os grãos de manteiga devem ser lavados para
se ret i rar o soro residual .
Esta operação é real izada introduzindo-se na batedeira um volume de água,
aproximadamente igual ao de lei telho ret i rado, e fazendo-se a batedeira girar ,
a lgumas vezes, à mesma velocidade usada na batedura. Esta operação é repetida
mais duas ou três vezes, ou até que a água de lavagem saia l ímpida.
A água usada na lavagem deve ser química e bacter io lógicamente pura, e
estar a temperatura infer ior à ut i l izada na batedura, para se evi tar que a gordura se
funda, o que ocasionaria uma def ic iência na lavagem e uma perda de rendimento.
Normalmente, in ic ia-se a lavagem com água a 8oC e, no f inal , ut i l iza-se água a 4oc,
para fac i l i tar o dessoramento e evi tar que a manteiga amoleça durante o
amassamento.
A lavagem da manteiga deve ser completa, e l iminando-se ao máximo a
matér ia não gordurosa existente no lei telho e que é a fonte de nutr ição dos germes
fermentat ivos da manteiga.
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Malaxagem ou amassadura da manteiga É por esta operação que se consegue unir os grumos de gordura, dando
homogeneidade e elast ic idade à manteiga, bem como regulando seu conteúdo de
água.
Uma amassadura incompleta or ig ina um excesso de água na manteiga, que
favorecerá o crescimento microbiano, a lém de const i tuir f raude, se este teor est iver
acima do legalmente permit ido.
Por outro lado, uma amassadura excessiva dá or igem à uma manteiga de
aspecto sebáceo e, por e l iminação da água, uma perda de rendimento.
O tempo de malaxagem depende fundamentalmente da temperatura da
manteiga. Se a temperatura for a l ta, a manteiga se tornará mole se ader indo às
paredes; se a temperatura for mui to baixa, tornar-se-á di f íc i l a aglomeração dos
grãos de gordura.
A temperatura de malaxagem deve ser da ordem de 12oC a 14oC durante
aproximadamente 10 minutos.
Salga da manteiga Normalmente, a salga da manteiga é real izada logo após a batedura, quando
a úl t ima água de lavagem é esgotada.
O sal pode ser adic ionado em forma de salmoura ou sal seco.
O processo mais ef ic iente é ut i l izar-se sal seco, química e
bacter io lógicamente puro, na proporção de 2% a 6%. Neste caso, aproximadamente
50% do sal adic ionado sai junto com a água na malaxagem.
O sal é adic ionado à manteiga e deve-se esperar cerca de 15 minutos antes
de se começar a amassadura, que neste caso deve durar cerca de 20 minutos.
Nota-se que, na manteiga com sal , a distr ibuição da água é mais di f íc i l , daí
resul tando um tempo maior de malaxagem.
O sal , a lém do sabor à manteiga, age também como ant i -sépt ico. A
quant idade de sal depende das disposições legais e da preferência do consumidor.
Embalagens A manteiga deve ser embalada em função da sua ut i l ização. Assim, podemos
ter as embalagens para armazenamento, consumo industr ia l , domést ico e
indiv idual .
Qualquer que seja a embalagem ut i l izada, esta deve atender a lguns
requis i tos básicos: ser impermeável ao vapor d’água e ar ; proteger o produto da luz
solar , da contaminação bacter iológica e de aromas estranhos; fac i l i tar a
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comercia l ização e o armazenamento; e est imular a aquis ição pelo consumidor por
seu aspecto, tamanho e faci l idade de manuseio.
Os pr incipais mater ia is ut i l izados na embalagem da manteiga são: papel ,
a lumínio e plást ico.
O papel, geralmente sul fur izado, é ut i l izado para o caso de consumo rápido
de manteiga, pois é permeável ao vapor d’água, ao ar e à luz.
O alumínio apresenta uma menor permeabi l idade que o papel e é usado
pr incipalmente nas embalagens individuais.
Os plást icos ut i l izados são PVC, pol iet i leno etc, apresentando vantagens
sobre o papel e o alumínio.
Quando a manteiga dest ina-se ao armazenamento ou ao consumo industr ia l ,
as embalagens maiores são fe i tas de papelão, forradas inter iormente por um papel
sul fur izado ou plást ico.
As latas também são ut i l izadas para a embalagem da manteiga e, neste
caso, devem ser perfe i tamente estanhadas.
Quando do enchimento das embalagens, deve-se evi tar a formação de bolhas
de ar , que ser ia ponto de al teração do produto.
O preenchimento das embalagens é fei to por enchedeiras automáticas, de
grande precisão e capacidade. Existem máquinas capazes de produzir 6000
Tabletes de 250 de manteiga / hora, com uma var iação de peso menor que 0.4%.
Armazenamento A manteiga deve ser armazenada em câmaras fr igor í f icas, em temperaturas
que dependem do tempo de armazenamento.
Se o produto vai ser consumido rapidamente, pode-se fazer um
armazenamento entre 00 C e 70C.
No caso de um armazenamento prolongado, recomenda-se uma temperatura
entre -100 C e -150C, o que permite um período de estocagem de muitos meses.
A câmara de armazenamento de manteiga deve ser específ ica para este f im e
não conter outros produtos que possam confer ir fac i lmente aromas estranhos à
mesma.
Produção contínua de manteiga A part i r de 1940, começou a surgir a fabr icação contínua de manteiga como
uma necessidade de barateamento de custo e padronização do produto.
Vár ios são os processos industr ia is de fabr icação de manteiga que,
baseados em pr incípios di ferentes, procuram tornar a batedura, amassamento,
salga, etc. em uma operação contínua.
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A inversão de fases na produção da manteiga pode ser conseguida por
agi tação vio lenta do creme, por resfr iamento do creme concentrado a 80% e
batimento, ou por resfr iamento da gordura do creme previamente separada e
emuls ionada com água ou le i te.
Como exemplo dom procedimento contínuo vamos considerar o que mais se
assemelha ao processo descontinuo.
Existem maquinas que podem produzir de 500 a 1200 kg de manteiga por
hora.
O rendimento em manteiga é muito bom, pois a perda de gordura no lei te lho
é 0.4% a 0.5%.
Neste procedimento, procura-se subst i tu ir todas as operações real izadas no
processo clássico descontinuo por operações cont inuas.
` A produção continua de manteiga é tanto mais vantajosa, do ponto de vista
econômico, quanto maior a produção.
Quanto ao t ipo de equipamento a ser escolhido, deve-se levar em conta a
preferência do consumidor, pois, conforme o processo resul ta um produto com
caracter íst icas própr ias.
Fabricação caseira de manteiga A recei ta à seguir rende aproximadamente 350g de manteiga:
Ingredientes:
• 500g de creme de le i te fresco
• ½ colher (café) de sal
• ½ colher (café) de bicarbonato de sódio
• água gelada
• gelo
Preparo com o creme de lei te cru:
1. Colocar o creme em banho-mar ia e aquecer a 80°C
2. Cinco minutos após at ingir 80°C, adic ionar o sal e o bicarbonato de sódio,
d issolvidos em 1 colher de água.
3. Mexer e deixar o creme no banho-maria por 15 minutos, mantendo a mesma
temperatura.
4. Ret irar a vasi lha do creme do banho-maria e colocar dentro de outra vasi lha com
gelo para esfr iar a 11°C.
5. Colocar o creme na temperatura de 11° no l iqüid i f icador juntamente com 3 copos
de água gelada (a 8°C)
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6. Bater em velocidade al ta até formar a manteiga e separar o soro ou lei telho.
7. Ret irar pelo menos 4 copos de soro e reservar.
8. Colocar mais dois copos de água gelada misturada com o gelo (a 4°C), bater
novamente e ret i rar a água.
9. Repet ir essa operação para lavar bem a manteiga
10.Colocar a manteiga em uma vasi lha grande e espremer com uma colher para
extra ir bem a água.
11.Se quiser, colocar sal e misturar bem.
12.Depois de pronta, conservar em geladeira.
OBSERVAÇÃO:
Obtenção do creme de le i te fresco:
• O le i te, logo após a ordenha ou a pasteur ização, deve ser colocado na geladeira
de um dia para o outro. Com o resfr iamento, o creme (nata) do le i te que se
acumula na superf íc ie deve ser ret i rado cuidadosamente, com uma colher para,
então, ser ut i l izado no preparo da manteiga caseira;
• Se o creme for de le i te pasteur izado ou se for de nata de lei te fervido, adic ionar
o sal e o bicarbonato de sódio, mexer e começar a part i r do i tem 5.
• A pr imeira mistura de le i te lho e água gelada ( i tem 7) pode resul tar em saboroso
refresco, se bat ido com fruta e açúcar.
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