O juízo da realidade e suas alterações (o delírio)

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Universidade Federal do Piauí Curso: Psicologia Disciplina: Psicopatologia I O juízo da realidade e suas alterações ( o delírio) Darciane Brito Janaína Santos Kélvia Lages Poliana Pinheiro Parnaíba, 2013

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Universidade Federal do PiauíCurso: Psicologia

Disciplina: Psicopatologia I

O juízo da realidade e suas alterações ( o delírio)

Darciane BritoJanaína Santos

Kélvia LagesPoliana Pinheiro

Parnaíba, 2013

Page 2: O juízo da realidade e suas alterações (o delírio)

Considerando...

ψ Delírio x Alucinação x Surto;ψ Erros simples x Delírios;ψ Crenças culturais e superstições;ψ Alterações patológicas do juízo;ψ Delírio (dimensões, estrutura, evolução, mecanismos

constitutivos e de manutenção);ψ Tipos de delírios ( conteúdo, freqüência );ψ Causas e teorias etiológicas;ψ Questões de diagnóstico diferencial do delírio.

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Conceitos básicos

Alucinação

Delírio

Surto psicótico

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Definições psicológicas

ψ Ajuizar – julgar;

ψ Julgamento- subjetivo e social;

ψ Juízos falsos.

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Erro simples

ψ Origina-se do julgar apressado;

ψ São passíveis de serrem corrigidos;

ψ Tipos mais comuns: Preconceitos; Crenças; Superstições; Idéias prevalentes .

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Preconceito

ψ Racismo;

ψ Sexismo;

ψ Etnocentrismo;

ψ Classismo;

ψ Preconceito religioso.

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Crenças culturais e superstições

ψ O indivíduo partilha sua crença com um grupo cultural.Ex. de crença: As superstições.

ψ Movidas por Fatores afetivos.

ψ Difere de ideias delirantes.

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Idéias sobrevaloradas

ψIdéias errôneas por superestimação afetiva.

As cargas afetivas influenciam no julgamento da realidade.

Predomina sobre os outros pensamentos

Podem ser ou não patológicas, dependendo do individuo.

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O delírioKarl Jaspers

(1979)Alteração do

juízo Juízos patológicos falsos

Erro do ajuizar

Base mórbida

Fatores patológicos

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Características ou indícios externos

1 • Convicção extraordinária; certeza absoluta

2 • Impossibilidade de modificação do delírio pela experiência objetiva

3 • Conteúdo impossível

4 • Delírio como produção associal

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Dimensões do delírio (Indicadores da gravidade)

ψ Grau de convicção: Mais intensa: esquizofrenia Menos intensa: psicoses reativas breves e transtornos do humos com

sintomas psicóticos

ψ Extensão: Maior extensão: esquizofrenia Menores: depressão psicótica, transtornar delirantes e psicoses reativas

breves

ψ Bizarrice ou implausibilidade: Segundo CID-10 e DSM-IV, tem valor mais importante para se identificar

a esquizofrenia

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Dimensões do delírio (Indicadores da gravidade)

ψ Desorganização: Mais organizados: Psicóticos Menos organizados: Retardo mental e demência

ψ Pressão ou preocupação: Mais acentuada: Transtornos delirantes Menos acentuada: Esquizofrenia e depressão psicótica

ψ Resposta afetiva ou afeto negativo: Afeto negativo: Depressão psicótica e transtornos delirante

ψ Comportamento desviante: Mais acentuado: Transtorno delirante Menos acentuado: Depressão psicótica e Mania psicótica

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 Tipos: 

Delírio primário ou ideias delirantes verdadeiras

Delírio secundário ou ideias deliróides

Delírios compartilhados

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Estrutura dos delírios

ψ Delírios simples(monotemático)

ψ Delírios complexos( pluritemáticos)

ψ Delírios não-sistematizados

ψ Delírios sistematizados

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Relação entre alterações de humor e a temática do delírio

ψ Congruentes

ψ Incongruentes

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Surgimento e evolução do delírio

TREMA: fase de tensão, clima ameaçador

APOFANIA: fase do delírio, sente-se observado/ameaçado por todos

APOCALÍPTICA: desorganização do sujeito, perda de sentido no mundo

CONSOLIDAÇÃO: estabilização com defesas neuróticas

DE RESÍDUO: perda de confiança nas pessoas, isolamento

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Mecanismos formadores do delírio

Intuição: delírio intuitivo

Imaginação : delírio imaginativo

Afetividade: delírio catatímico

Interpretação: delírio interpretativo

Memória: delírio mnêmico

Alterações da consciência: delírio onírico

Alterações sensoperceptivas: delírio alucinatório

A percepção delirante

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Mecanismo de manutenção do delírio

ψ Inércia

ψ Pobreza na comunicação interpessoal

ψ Rejeição pelo meio social

ψ Perda do respeito e consideração

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Delírios segundo seus conteúdos

ψ Delírios de perseguição

Delírio persecutório ou de perseguição

Ps. A perseguição é o tema mais freqüente dos delírios

Delírio de referência

Esquizofrenia paranóide e transtornos delirante

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Delírios segundo seus conteúdos

Delírio e o mecanismo de projeção

Formação dos delírios de perseguição e referência

Deformação do conteúdo inaceitável

Alteração de afeto

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Delírios segundo seus conteúdos

Delírio de relação• Construção de conexões significativas( delirantes)• Apresenta colorido persecutório

Delírio de influência ou controle• Conteúdo de colorido persecutório• Experiências de “pensamentos feitos” e “sentimentos feitos”• Forte indicativo de esquizofrenia

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Delírios segundo seus conteúdos

Delírio de grandeza

Delírio místico ou religioso

Delírio de ciúmes e delírio de infidelidade

Delírio erótico (erotomania)

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Delírios segundo seus conteúdos

ψ Delírios de conteúdo depressivo

Delírio de ruína Delírio de culpa e de auto-acusação Delírio de negação de órgãos (síndrome de Cottard)Delírio hipocondríaco

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Delírios menos frequentes

DELÍRIO DE REIVINDICAÇÃO DELÍRIO DE INVENÇÃO/DESCOBERTA

DELÍRIO DE REFORMA

DELÍRIO DE INFESTAÇÃO

DELÍRIO CENESTOPÁTICO DELÍRIO FANTÁSTICO

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Frequência dos delírios

Tipos EUA AUSTRIA BRASIL

perseguição 51,1% 73% 75%

influência 26,6% Incluso no de perseguição

50%

grandeza 23% 4,7% 25%

religioso 18% 6,6% 25%

culpa 2,2% --- 20%

doença 1,9% 1,4% ---

ciúmes --- 4,4% ---

erofomania --- 2,5% ---

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Hipóteses causais e teorias etiológicas dos delírios

ψ Modelos psicanalíticos e psicodinâmicos

Freud: processo de transformação de impulsos e desejos inaceitáveis ao sujeito em delírios persecutórios.

1°-conteúdo inconsciente

2°- inversão afetiva inconsciente

3°-projeção de impulsos inconscientes sobre objetos externos ao eu

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Hipóteses causais e teorias etiológicas dos delírios

Teoria da hostilidade: projeção inconsciente do ódio ou hostilidade intensos nos outros.

Lacan: delírio como tentativa de autocura; a partir da eliminação de elementos essenciais a construção do psiquismo, o sujeito tenta preencher o vazio através de construções delirantes.

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Hipóteses causais e teorias etiológicas dos delírios

ψ Modelos existenciais:

Transtorno fundamental da comunicação inter-humana;

Modificação profunda da estrutura existencial do sujeito: decapitação existencial (privação de poder e liberdade existenciais);

Perda da capacidade de comunicação lógica; Comunicação rígida, empobrecida, com idéias

automatizadas e de uso comum.

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Hipóteses causais e modelos cognitivos

Experiência Anômala:

Sugere que sujeitos que vivenciam experiências estranhas dão significado delirante a tais vivencias.

Viés Atencional:

Pessoas com delírios de perseguição tendem a colocar sua atenção seletiva para estímulos ameaçadores

Viés Atributivo:

O delirante beneficia-se exageradamente, considerando-se inocente/vitima e os perseguidores como perversos.

Viés Salto-para-Conclusões:

O delirante toma conclusões sem recorrer a fatos, apega-se firme e pula para as conclusões.

Déficit de Teoria da Mente:

Delirante tem uma crença falsa em predizer a intenção e o comportamento de outras pessoas.

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Hipóteses causais e modelos neuropsicológicos

ψ Benson e Stuss (1990)

- Áreas cerebrais pré-frontais associadas ao delírio.

- Auto observação e avaliação e teste de realidade dependem de sua integridade

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Questões de diagnóstico diferencial do delírio

ψ Idéias prevalentes versus idéias delirantes

Conjuntos de idéias que surgem e se impõem à consciência do paciente e predominam sobre outros pensamentos.

Diferenciam-se devido à convicção extraordinária, impossibilidade da modificação da idéia pela experiência, franca falsidade da idéia sustentada e caráter associal presentes no delírio.

Distinção difícil: idéias hipocondríacas e ideações intensas de ciúmes (prevalentes ou delirantes)

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Questões de diagnóstico diferencial do delírio

ψ Idéias obsessivas versus idéias delirantes

As obsessões são idéias, pensamentos, impulsos ou imagens persistentes, que são vivenciadas como intrusivos e inadequados e causam acentuada ansiedade ou sofrimento.

Diferença: no delírio, falta, de modo geral, a crítica ao caráter absurdo do juízo em questão.

Pacientes adolescentes, indivíduos com retarde mental leve e esquizofrênicos

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Mitomania

ψ Tendência patológica a mentir;

ψ É mais ou menos voluntário e consciente;

ψ Mitomania maligna;

ψ Mitomania vaidosa;

ψ Mitomania da criança.

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Pseudologia fantástica

ψ Difícil diferenciação;

ψ Mescla sua fantasia, intensa e penetrante com a

realidade;

ψ Pode ser: transitória e passageira como duradoura e

estável.

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OBRIGADA!