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INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA
ESCOLA SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Dissertação de Mestrado em Jornalismo
O Jornalismo em ‘Tempo Internet’:
Mudanças nas Rotinas dos Jornalistas da RTP
Alexandre Manuel de Oliveira Pereira
Orientadora: Daniela Santiago
Lisboa, 2012
DECLARAÇÃO DE COMPROMISSO ANTI-PLÁGIO
Declaro ser o autor deste trabalho, parte integrante das condições exigidas para a
obtenção do grau de Mestre em Jornalismo, que constitui um trabalho original e inédito
que nunca foi submetido (no seu todo ou em qualquer das suas partes) a outra
instituição de ensino superior para obtenção de um grau académico ou qualquer outra
habilitação.
Atesto ainda que todas as citações estão devidamente identificadas. Mais
acrescento que tenho consciência de que o plágio poderá levar à anulação do trabalho
agora apresentado.
Lisboa,
13 de setembro de 2012
Alexandre Manuel de Oliveira Pereira
RESUMO
No final do século XX, na ainda sociedade industrial, ninguém imaginaria, que 20
anos mais tarde, pudesse existir uma televisão interativa, com ligação à internet. E, no
entanto, esta realidade acrescenta-se, nos dias de hoje, à longa lista dos aplicativos
digitais que a internet motivou nos últimos anos. Plataformas de acesso à rede para
smartphone, tablet e smart tv ganharam relevo e obrigaram a RTP a tornar-se uma
empresa direcionada para a era digital. De facto, com o aparecimento da internet, o
setor da comunicação social teve que adaptar o seu método de trabalho a esta nova
realidade e modificar o quotidiano dos jornalistas.
A presente dissertação, ‘O Jornalismo em “Tempo Internet”: Mudanças nas Rotinas
dos Jornalistas da RTP’, destina-se a estudar as evoluções na prática jornalística da
redação do único canal público português, desde a vulgarização das ferramentas
digitais e das redes sociais. A análise quantitativa permite perceber o real impacto que
a rede teve e continua a ter no quotidiano dos jornalistas da RTP. De forma a
interpretar melhor esta temática, foi desenvolvido um conjunto de pesquisas e
levantamentos bibliográficos referentes a estudos e reflexões sobre o jornalismo e a
internet, de diversos investigadores nacionais e internacionais. Para obter respostas à
pergunta ‘Qual o impacto das ferramentas digitais e das redes sociais nas rotinas dos
jornalistas da RTP?’, foram inquiridos, através de um questionário, os 120 profissionais
das editorias e delegações nacionais e internacionais do ainda canal público que
contribuem, diariamente, para a realização dos noticiários televisivos.
Os resultados obtidos refletem o quotidiano dos jornalistas redatores da RTP,
definitivamente direcionados para a era digital e para todas as ferramentas existentes
na internet. Deste estudo de caso, foi possível concluir que a rede transformou e
revolucionou as estruturas da empresa com a criação de um departamento, o de
multimédia, destinado à colocação de conteúdo noticioso no sítio online da RTP, que,
porventura, se caracteriza por ser o mais visitado dos quatro existentes em Portugal.
Uma nova prática jornalística, com uma linguagem própria, nasceu desse
‘fenómeno internet’: o jornalismo digital – que, apesar de não deixar o trabalho de
terreno de parte, dá enfâse a um jornalismo mais sedentário na procura de
informações exclusivas e na recolha de imagens captadas por amadores. Para ilustrar
servem de exemplo a divulgação de imagens amadoras na transmissão do temporal
da Madeira decorrido em 2010 e a morte de Muammar Kadhafi, ambas noticiadas pelo
sítio online e noticiários televisivos da RTP com recurso a vídeos e imagens cedidas
por cidadãos anónimos que demonstram o quão é importante adicionar à notícia um
suporte multimédia que expõe cenários dos quais os jornalistas não têm acesso.
Distinguindo-se pela sua rapidez e funcionalidade, o correio eletrónico ganhou um
papel fundamental na relação formal e, muitas vezes, informal com as fontes de
informação e o público, em detrimento do contacto pessoal e, principalmente, do fax
que tende a desaparecer. No entanto, apesar do uso crescente do e-mail, a utilização
do telefone continua significativa. Ambos complementam-se. Já em 2009, numa
conferência dedicada às funções convergentes da internet e da televisão, na Expo Hi-
Tech, em Ponta Delgada, o chefe de gabinete multimédia da RTP Açores, Luciano
Barcelos, defendeu a importância da nova relação emergente entres os
comunicadores e a audiência, sublinhando que “a profissão de jornalista não vai
desaparecer mas precisamos estar preparados para mais interação com o público e
para discutir e defender pontos de vista”. Três anos após estas declarações, as
afirmações estão, mais do que nunca, na ordem do dia.
Para além disso, é notório que a forma de informar foi evoluindo ao ritmo da
internet. A sociedade ambiciona, agora, por uma informação rápida, constante,
atualizada e de fácil acesso, deixando de parte a televisão tradicional, como todos nós
a conhecemos. Da mesma forma que, no domínio da fotografia, a imagem digital
derrubou um dos maiores impérios industriais, a empresa Kodak, fundada por George
Eastman, em 1892, a televisão interativa, com acesso à internet, e a web tv estão a
desmoronar, progressivamente, a força do aparelho tradicional. Mas até que ponto?
Segundo o co-fundador da empresa Netflix1, Reed Hastings,
“as transformações [da televisão] serão diferentes para cada tipo de programação. As grandes transmissões de desporte pressupõem telespetadores ligados ao mesmo tempo. Esta é uma categoria que terá uma vida longa no modelo de broadcast tradicional […]. Não vejo este comportamento desaparecer. Isso é muito diferente de quando a pessoa está a surfar nos canais, sem certeza sobre o que quer ver. Esta é a parte da televisão que é muito melhor na internet, porque a forma de escolher é mais precisa. Esta separação já está a acontecer. Se souber o que quer ver […] a televisão tradicional é muito boa. Mas ela não é boa se procurar um conteúdo interessante” (Reed Hastings, Entrevista à revista brasileira Veja, 30 de agosto de 2012).
Os próximos anos serão determinantes para o futuro dos protagonistas dos dias de
hoje: a internet e a televisão. Resta esperar por novas aplicações, ferramentas e
funcionalidades online, que, decerto, virão facilitar (mais ainda) o quotidiano da
sociedade com fome de informação e, claro, dos profissionais de comunicação.
Palavras-chave: Internet, Jornalismo Televisivo, Jornalismo Digital, Web TV.
1 Criada em 1997, a empresa norte-americana entrega filmes ao domicílio, depois de os clientes os pedir
pela internet.
ABSTRACT
In the late twentieth century, even in industrial society, no one imagined that 20
years later, could be an interactive television with an internet connection. In this fact is
added the long list of digitals applications that internet led in recent years. The value of
network access platforms for smartphone, tablet and smart TV forced RTP to become
a company targeted for the digital age. In fact, with the advent of the internet, the
media sector has had to adapt its working methods to this new reality and hence
change the daily lives of journalists.
This dissertation, 'Journalism in “Internet Time”: Changes in routines Journalists'
RTP', intended to study trends in journalistic practice of writing the only channel
Portuguese public since the vulgarization of digital tools and social networks . This
allows quantitative analysis, thus realizing the real impact that the network had and
continues to have on the daily lives of journalists writers RTP.
In order to better interpret this issue, was developed a set of research and literature
surveys on studies and reflections on journalism and the internet, made by several
national and international researchers. For answers to the question 'What is the impact
of digital tools and social networks in the RTP routines of journalists?', Were surveyed
through a questionnaire, all journalists still drafters of public channel that contribute to
the creation of television news, scattered in various editorials and national and
international delegations.
The results reflect the quotidian of RTP journalists’ writers definitely targeted for the
digital age and all existing tools on the Internet. This study concluded that the network
has transformed and revolutionized the structure of the company with the creation of a
department, the multimedia, to post news on the RTP website, which is the most visited
in Portugal.
A new journalistic practice, with its own language, was born of this 'internet
phenomenon': digital journalism - which, despite not leave the fieldwork part, promotes
a more sedentary journalism in seeking unique information and collecting Pictures
taken by amateur video. Serve as an example the propagation of live amateur images
of Madeira’s storm in 2010 and the death of Muammar Kadhafi, both reported by the
RTP website and television broadcast news using videos and images courtesy of
anonymous citizens that demonstrate how it is important to add to the news media that
exposes a support scenarios of which the journalists have no access.
Distinguished by their speed, convenience and functionality, the electronic mail has
won a key role in the relationship formal and often informal information sources and the
public at the expense of personal contact, and especially the fax that tends to
disappear. However, despite the growing use of e-mail, use of the phone is still
significant. Both complement each other. In 2009, a conference dedicated to the
functions of the converging Internet and television, Hi-Tech Expo in Ponta Delgada, the
chief of staff of the RTP Azores multimedia, Luciano Barcelos, defended the
importance of the new relationship between communicators and audience, stressing
that “the profession of journalism is not going away but we must be prepared for more
interaction with the public and to discuss and defend points of view”. Three years after
these statements, the assertions are, more than ever, the order of the day.
Furthermore, it is apparent that the manner of informing has evolved at the pace of
the Internet. The company aims now for rapid information, constantly updated and
easily accessible, leaving aside traditional television, as we all know it. Likewise, in the
field of photography, digital imaging toppled one of the biggest industrial empires, the
Kodak company, founded by George Eastman in 1892, interactive television, with
internet access, and web TV are progressively falling apart gradually the power of
traditional television. But to what extent? According to co-founder of Netflix, Reed
Hastings,
"[Television] transformations will be different for each type of programming. The large Sport transmissions require viewers switched on simultaneously. This is a category that will live long in the traditional broadcast model, because there is something special in the sense of sharing that moment in front of the TV with thousands of fans. I do not see this behaviour disappears. This is very different from when the person is surfing the channels, not sure about what you want to see. This is the part of television on the internet is much better, because the way to choose is more accurate. This separation is already happening. If you know what you want to see how your favourite Sport or a new episode of novel specific, traditional television is very good. But it is not good to look for interesting content" (Reed Hastings interview to brazilian magazine Veja, August 30, 2012).
The next few years will determine the future of the protagonists of today: the
Internet and television. It remains to wait for new applications, online tools and
features, which surely will facilitate (even more) the everyday society hungry for
information, and of course, the communication professionals.
Keywords: Internet, Television Journalism, Digital Journalism, Web TV.
AGRADECIMENTOS
Apesar do processo solitário que requer uma dissertação, nunca teria sido possível
finalizar este estudo sem o contributo de várias pessoas que me acompanharam neste
percurso académico. O meu profundo e sentido agradecimento:
Aos meus pais, Manuel Barbosa Pereira e Maria do Rosário de Oliveira, pelo amor,
apoio e incentivo ao longo da vida.
Às minhas irmãs, Ciel, Stéphanie e Cristina, aos meus cunhados e aos meus
sobrinhos(as), pelas palavras certas e incentivos nos momentos com menos
motivação.
À Cátia Matias, a minha parceira da tese, pelas ideias, incentivos, partilha de
conhecimentos e de bibliografia.
À Verónica Ferreira, pelas ajudas, alegrias, paciência e amizade.
À todos os meus amigos e colegas de turma que ouviram a palavra ‘tese’ mais de
um milhão de vezes, nestes últimos meses.
Ao professor Dr. António Belo, pelos seus conhecimentos e esclarecimentos sobre
a metodologia utilizada ao longo desta investigação.
E, claro, à minha orientadora, Dr.ª Daniela Santiago, que apesar de uma carga
horária pesada, mostrou-se sempre disponível para esclarecimentos, respostas e troca
de ideias. Grande jornalista, deu-me sempre aquele conselho que tornou esta
dissertação melhor e mais interessante.
Por fim, aos jornalistas da RTP que prescindiram de algum do seu precioso tempo
para responder ao questionário.
Obrigado.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1
CAPÍTULO I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO ............................................................ 4
1. Medias tradicionais vs media digital ........................................................................ 4
1.1. O jornalismo convergente ................................................................................. 6
1.2. A nova escrita jornalística ................................................................................. 8
2. O online, as redes sociais e os jornalistas............................................................. 10
2.1. O novo perfil do jornalista ............................................................................... 12
2.2. O fenómeno das redes sociais ........................................................................ 14
2.3. A pesquisa, a produção e a difusão da informação ......................................... 18
2.4. A notícia glocal ................................................................................................ 22
2.5. A importância do correio eletrónico e do hipertexto ......................................... 23
3. A internet, a televisão e o seu futuro ..................................................................... 25
3.1. Das imagens a preto e branco ao RTP Mobile ................................................ 27
CAPÍTULO II – METODOLOGIAS E PRESSUPOSTOS ............................................. 34
1. Universo concetual ............................................................................................... 34
2. Amostra ................................................................................................................ 36
3. Questões de investigação ..................................................................................... 39
4. Procedimentos na recolha de dados ..................................................................... 41
CAPÍTULO III - RESULTADOS ................................................................................... 43
1. A utilização da internet pelos jornalistas ............................................................... 43
2. A internet na atividade jornalística ........................................................................ 48
3. A procura de conteúdo noticioso ........................................................................... 52
4. O contacto com as fontes e o público ................................................................... 56
5. O uso do correio eletrónico e do telefone .............................................................. 58
6. O funcionamento do sítio online da RTP ............................................................... 60
7. O jornalista e as redes sociais .............................................................................. 61
CAPÍTULO IV – CONCLUSÃO ................................................................................... 63
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 72
ANEXOS
ÍNDICE DAS FIGURAS
Figura 1 – Sítios de redes sociais com perfil criado, por género, em Portugal ............ 15
Figura 2 – Texto publicado por Pedro Passos Coelho e discurso de Francisco Louçã,
colocados nos respetivos Facebook e noticiados no sítio e telejornais da RTP .......... 21
Figura 3 – Quantidade de jornalistas redatores com formação académica em
Comunicação Social/Jornalismo ................................................................................. 39
Figura 4 – Quantidades de jornalistas redatores com formação em jornalismo digital
promovida pela RTP ................................................................................................... 39
Figura 5 – Grau de frequência de utilização nas formas de acesso à internet............. 43
Figura 6 – Grau de frequência de utilização nas plataformas de acesso à internet ..... 44
Figura 7 – Grau de frequência de utilização das ferramentas digitais ......................... 45
Figura 8 – Grau de importância das características da internet .................................. 46
Figura 9 – Grau de importância nas formas de utilização da internet .......................... 47
Figura 10 – A internet assume uma função fundamental para o desempenho da
atividade jornalística ................................................................................................... 48
Figura 11 – Valorização dos jornalistas televisivos no mercado profissional ............... 49
Figura 12 – Grau de importância das competências jornalísticas adquiridas na era
digital .......................................................................................................................... 49
Figura 13 – Meios para difundir informação ................................................................ 51
Figura 14 – Grau de importância das características da escrita digital ........................ 51
Figura 15 – A internet é a melhor ferramenta para procurar informação ..................... 52
Figura 16 – Grau de importância nas formas de pesquisar informação ...................... 53
Figura 17 – Grau de frequência de utilização de ferramentas digitais para a pesquisa
de informação ............................................................................................................. 54
Figura 18 – Acesso às redes sociais e motores de busca para procurar informação .. 55
Figura 19 – Rede social mais utilizada para procurar informação ............................... 56
Figura 20 – Grau de frequência de utilização nas formas de contactar com as fontes 56
Figura 21 – Credibilidade de fontes de informação ..................................................... 57
Figura 22 – Feedback do público antes e depois do aparecimento da internet ........... 58
Figura 23 - Grau de importância das características do correio eletrónico .................. 59
Figura 24 – Na RTP, a utilização do correio eletrónico, enquanto ferramenta de
comunicação, prevalece sob o contacto telefónico ..................................................... 59
Figura 25 – Número de telefonemas profissionais e correios eletrónicos recebidos por
dia ............................................................................................................................... 60
Figura 26 – A internet disponibiliza uma grande quantidade de notícias com conteúdos
inexatos/errados ......................................................................................................... 61
Figura 27 – Quantidade de jornalistas redatores inscritos em redes sociais ............... 61
Figura 28 – Manuseamento dos conteúdos colocados nas redes sociais particulares 62
Figura 29 – Imagens captadas por amadores nas catástrofes naturais da Madeira e do
Japão transmitidas no sítio online e nos telejornais nacionais da RTP ....................... 66
Figura 30 – Imagens captadas por um vídeo amador durante os atentados do 11 de
setembro, em Nova Iorque.......................................................................................... 66
Figura 31 – Vídeo amador mostrando ao público a morte de Muammar Kadhafi ........ 67
Figura 32 – Vídeos amadores com relatos durante o naufrágio do Costa Concordia
junto à Toscânia e após o atentado em Oslo de 2011 ................................................ 67
Figura 33 – Abertura do Jornal da Tarde com a notícia da saída de Francisco Louçã no
BE após uma carta colocada na sua página pessoal do Facebook............................. 68
Figura 34 – Notícia sobre o discurso escrito de Pedro Passos Coelho, no Facebook,
depois de apresentar as medidas de austeridade para 2013 ...................................... 68
Figura 35 – Imagem de um televisor OLED com definição quatro vezes superior aos
ecrãs com alta definição ............................................................................................. 71
ÍNDICE DAS TABELAS
Tabela 1 – Listagem da totalidade dos jornalistas por delegações ............................. 36
Tabela 2 – Listagem das editorias da RTP ................................................................. 37
Tabela 3 – Listagem da amostra por editorias ............................................................ 37
Tabela 4 – Listagem da amostra por delegações ........................................................ 38
Tabela 5 – Percentagem de taxa de resposta por delegações .................................... 42
ÍNDICE DOS ANEXOS
Anexo 1 – Universo concetual: listagem dos jornalistas da RTP
Anexo 2 – Amostra: listagem dos jornalistas redatores da RTP
Anexo 3 – Caracterização da amostra
Anexo 4 – Modelo do inquérito por questionário ‘O Jornalismo em ‘Tempo Internet’’
Anexo 5 – Entrevista ao diretor multimédia da RTP, António Granado
Anexo 6 – Aspetos modificados na rotina profissional dos jornalistas redatores devido
ao aparecimento da internet
Anexo 7 – Razões pelas quais as notícias são atualizadas no sítio online da RTP
Anexo 8 – Pensamento sobre jornalismo digital
Anexo 9 – Cuidados aquando da colocação de publicações em contas de redes
sociais particulares
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INTRODUÇÃO
O cenário de pânico vivido no naufrágio do cruzeiro Costa Concordia. A enxurrada
na Madeira. Os confrontos na Síria. A morte de Muammar Kadhafi. Os atentados do
11 de setembro. O tsunami no Japão. Incêndios. Tiroteios. Instantes trágicos. Casos
insólitos. Estes são alguns exemplos de momentos captados por cidadãos, in loco, em
gravações de vídeo amador, e em que a ação só chegou ao sítio online da RTP e aos
noticiários televisivos instantes depois do acontecimento.
Ao longo dos últimos anos, a captura de imagens exclusivas por desconhecidos,
que oferece uma informação mais “independente, fidedigna, variada, precisa e
relevante”, generalizou-se (Bowman & Willis, 2003:9). Para o responsável pelo
departamento de blogues da cadeia televisiva norte-americana BBC, Robin Hamman,
"os últimos dias apontam para um futuro em que as audiências consultem primeiro os
blogues e outras formas de meios de comunicação participativos para obter um relato
em primeira mão das histórias que se desenvolvem naquele momento”. É por isso
importante que “os media tradicionais desempenham um papel na hora de compilar,
destacar e partilhar o que já aparece na internet e que é obra de profissionais e de não
profissionais” (2007). A aceitação de vídeos amadores na prática jornalística, com o
intuito de complementar e fundamentar a notícia, demonstra que o setor da
comunicação social se rendeu à função essencial da rede: informar instantaneamente
e continuadamente.
Neste contexto, a internet obrigou os jornalistas a adaptarem-se às diversas
funcionalidades e ferramentas que oferece. A presente dissertação, ‘O Jornalismo em
“Tempo Internet”: Mudanças nas Rotinas dos Jornalistas da RTP’, integrada no
Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social, pretende, assim,
dar a conhecer a nova realidade dos jornalistas do ainda canal público português,
numa sociedade completamente virada para a era digital. Será que o jornalista é um
técnico que pode interpretar factos? Será o profissional de comunicação um bom
ciberjornalista que tem que combinar reportagens de alta qualidade com conhecimento
profundo da tecnologia moderna, tal como o considerou o chefe de gabinete
multimédia da RTP Açores, Luciano Barcelos, numa conferência dedicada às funções
convergentes da internet e da televisão, em 2009?
A investigação, dividida em quatro capítulos (Enquadramento Teórico;
Metodologias e Pressupostos; Resultados; Conclusões) permite estudar, nesta
perspetiva, um tema atual, pertinente e ainda pouco desenvolvido pelos investigadores
nacionais.
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Com a pergunta de partida ‘Qual o impacto das ferramentas digitais e das redes
sociais nas rotinas dos jornalistas da RTP?’ foi necessária uma longa pesquisa
exploratória, de forma a aprofundar conhecimentos sobre as várias temáticas inseridas
na investigação. Nesta conjuntura, estarão retratados, ao longo do primeiro capítulo,
os seguintes temas: o ciberjornalismo (jornalismo que requer uma nova linguagem e
uma nova forma de ver e perceber as práticas jornalísticas); a escrita e os conteúdos
áudio e vídeo inerentes ao ciberjornalismo; o jornalismo convergente sentido nos
meios de comunicação tradicionais (com especial atenção à televisão); o
aparecimento e a vulgarização das redes sociais (com maior destaque no Facebook);
o novo perfil do jornalista e a nova forma de pesquisa, produção e difusão de
informação; a importância das ferramentas digitais, da qual se destaca o correio
eletrónico; o futuro da televisão tradicional e o nascimento da web televisão na RTP.
Do segundo capítulo, Metodologias e Pressupostos, constam as etapas essenciais
para a realização da investigação, ou seja, a escolha do universo concetual e da
amostra e a elaboração do inquérito por questionário. No final, foram inquiridos os 120
jornalistas redatores, espalhados pelas diversas editorias e delegações nacionais e
internacionais, que contribuem diariamente para a difusão dos noticiários televisivos.
Para além disso, foi realizada uma entrevista ao diretor multimédia da RTP, António
Granado, a 24 de julho de 2012, na sede do canal televisivo, em Lisboa, na qual
elogiou as funcionalidades da internet, apesar de antever o final da televisão
sincronizada para dar lugar à uma televisão interativa.
Depois de enfrentados alguns obstáculos no estudo quantitativo, as respostas dos
profissionais de comunicação inquiridos foram recolhidas, analisadas e estudadas (no
terceiro capítulo). Os Resultados, em forma de Conclusões, constituem o quarto
capítulo.
A mudança progressiva dos jornalistas redatores da RTP no modo de aceder à
rede – a internet fixa é ainda a mais utilizada apesar do uso por wireless/Bluetooth
crescer notavelmente – demonstra a importância de estar permanentemente conetado
à caixa de correio eletrónico e portais informativos. Nesta era onde a sede de estar
informado ao minuto é prioridade máxima, a forma de consumir notícias alterou-se ao
longo dos últimos anos. Já é possível visualizar o telejornal a partir de um smartphone,
consultar uma notícia de última hora num tablet ou aceder ao sítio online da RTP
através de uma televisão.
Como consequência da vulgarização rápida das ferramentas e aplicativos digitais,
os profissionais do canal público apropriaram-se de novas práticas jornalísticas
indispensáveis para a era internet, da qual se destaca a procura de conteúdo noticioso
em motores de busca, portais informativos e redes sociais. Nestas últimas, é cada vez
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mais notória a quantidade de notícias que são divulgadas nos telejornais da RTP. O
caso do abandono da liderança do Bloco de Esquerda por Francisco Louçã é um dos
últimos exemplos em data. A escolha divulgada, através de uma Carta aos Ativistas e
ao Povo do Bloco, no Facebook, a 17 de agosto de 2012, às 22:57, era abertura do
Jornal da Tarde, no dia seguinte. Mais recente ainda, a colocação de um discurso
escrito pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na sua página oficial do
Facebook, a 8 de setembro de 2012, depois de, no dia anterior, ter apresentado as
medidas de austeridade para o próximo ano. Pode ler-se: “Fiz um dos discursos mais
ingratos que um Primeiro-Ministro pode fazer”; “O nosso país é hoje um exemplo de
determinação e força, e esse é o resultado direto dos sacrifícios que todos temos
feito”; “Queria escrever-vos hoje, nesta página pessoal, não como Primeiro-Ministro
mas como cidadão e como pai, para vos dizer apenas isto: esta história não acaba
assim”. Esta informação abria o Jornal da Tarde, a 9 de setembro de 2012.
Para além disso, o correio eletrónico, que se distingue pela sua rapidez e
funcionalidade, também se tornou parte integrante do quotidiano dos jornalistas,
essencialmente, para enviar e receber documentação sobre determinado
acontecimento e comunicar com o público, colegas de outra redação ou departamento
e fontes de informação. Assim, o correio eletrónico passou a ter uma importância
primordial no trabalho dos profissionais, em detrimento do contacto pessoal e,
principalmente, do fax que num curto espaço de tempo poderá cair totalmente em
desuso. Por outro lado, a utilização do telefone ou telemóvel continua significativa.
Ambos complementam-se em sintonia.
Criando aplicações e ferramentas digitais funcionais tanto para os jornalistas como
para os consumidores de informação online, a internet não para de crescer. O seu
futuro é desconhecido, ao contrário daquele que se antevê para a televisão tradicional.
O fim parece ser inevitável para dar lugar a uma televisão interativa, de alta tecnologia,
na qual se pode aceder à rede, gravar programas predefinidos, entre outras
funcionalidades. Ou seja, poder-se-ão realizar hiperligações idênticas àquelas
existentes na internet.
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CAPÍTULO I – ENQUADRAMENTO TEÓRICO
1. Medias tradicionais vs media digital
Os meios de comunicação social tradicionais (imprensa, rádio e televisão) foram de
extrema importância para os consumidores de informação no passado século XX. De
facto, para se informarem, as pessoas optavam pelas melhores escolhas que se
adequavam ao seu quotidiano. Enquanto a televisão, meio de comunicação que
imperou desde o seu aparecimento, proporcionava momentos de informação em casa,
a rádio era escolhida, frequentemente, para viagens de carro. A imprensa tradicional,
por sua vez, tinha como grande finalidade informar indivíduos que se deslocavam para
o seu local de trabalho de transportes públicos.
Durante décadas, os mass media coexistiram e complementaram-se. Era habitual
dizer-se que ‘a rádio informava, a televisão mostrava e a imprensa escrita explicava’.
Mas desde o aparecimento da televisão, nenhum meio de comunicação social
conseguiu abalar a estrutura organizacional e empresarial do setor jornalístico. Até o
aparecimento da internet.
“Há algumas coisas que nunca deixarão de existir. O jornalismo impresso é uma delas. Entretanto, a sua reestruturação é obrigatória. A história repete-se nos meios de comunicação, provando que um veículo não substitui outro. Primeiro, veio a notícia impressa, depois veio o surgimento das notícias pela rádio, que fez com que se questionasse a eficiência da informação vinda do papel. Nem o impacto causado pelos aparelhos de televisão fez a rádio ou o jornal se extinguirem” (Oliveira, apud Obercom, 2010).
Em meados da primeira década do século XXI, a internet revolucionou a forma de
informar. “Esperámos cerca de 50 anos para ver surgir uma nova tecnologia de
comunicação que viesse colocar em causa a importância da televisão na nossa
sociedade” (Cardoso & Lamy, 2011:74). A internet, devido ao vasto leque de ofertas
de informação, entretenimento, comunicação e espaço comercial, foi essa nova
tecnologia que pôs em causa a primazia do pequeno ecrã.
Neste sentido, em apenas uma década, as rotinas do consumidor foram alteradas
com o aparecimento da internet: em qualquer lugar, com um simples acesso à rede,
qualquer informação passou a estar ao alcance dos cidadãos. São milhares os meios
de comunicação tradicionais que lançaram uma versão online. A rede tornou-se no
maior instrumento para captar e difundir conteúdo noticioso. A informação
disponibilizada instantaneamente à distância de alguns cliques permite uma
interatividade global entre os produtores (jornalistas) e os consumidores (leitores),
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apresentando um suporte multimédia em que podem integrar textos, fotografias,
infografia animada, som e vídeo (Elvira, 1998, citado por Bastos, 2000:128).
“O enorme impacto da internet na expressão e perceção das identidades sociais é relativamente clara: expande as esferas culturais e as fronteiras geográficas e permite a comunicação de ‘muitos para muitos’. A verdadeira diferença entre a internet e as formas precedentes de media é o papel que confere às pessoas: milhões de pessoas conetadas representam muitos relacionamentos e interações. Na internet, o espaço comum é o resultado direto da sinergia e da conetividade” (Tubella, 2005:281).
Nesta conjuntura, nasceu uma nova prática jornalística que revolucionou não
apenas o quotidiano dos consumidores de informação, como também as rotinas dos
profissionais de comunicação: o jornalismo digital, podendo também denominar-se por
‘jornalismo online’, ‘ciberjornalismo’, ‘jornalismo eletrónico’ ou ‘jornalismo multimédia’.
Segundo Hélder Bastos, “trata-se de um jornalismo multimédia que usa como
suporte as redes informáticas e que tem como característica essencial o facto de ser
massivo e interativo, simultaneamente, ao contrário da televisão tradicional, que é
massiva mas não interativa” (2000:121), e que guia os telespetadores através de uma
narrativa linear. O jornalismo digital permite uma participação ativa, à medida que
seguem o seu próprio caminho através de páginas interligadas (Bastos, 2000:123).
Assim sendo, o ciberjornalismo distingue-se daquele praticado tradicionalmente
devido à sua componente online. Para o investigador, ‘online’ é sinónimo de tempo
real (Bastos, 2000:122), o que permite um jornalismo praticado no imediato, quase
instantâneo. Ao contrário dos media tradicionais, através da rede, as notícias de última
hora são atualizadas à medida que estas se desenrolam. Assim, o jornalismo
eletrónico caracteriza-se por ser mundial e não conhecer limites de tempo nem de
espaço para efeito de publicação.
Também, para a investigadora Nélia Del Bianco (2004), as novas ferramentas
digitais colaboraram para uma nova reestruturação do exercício do profissional de
comunicação, modificando a produção industrial da notícia, as relações entre os
jornalistas e as fontes, a sociedade e a audiência.
“A internet alterou a forma como se faz jornalismo, o modo como o jornalismo televisivo, radiofónico e escrito passou a ser efetuado e produzido. O processo de recolha de informação ficou mais abrangente, mais rico e superiormente vasto para produção de informação. O modo como o jornalista passou a contactar com as suas fontes sofreu igualmente profundas alterações. O contacto presencial, telefónico, por carta, não se extinguiu, mas teve, na internet, mais um aliado na procura de informações para a construção da notícia. O jornalista ficou mais rico. As ferramentas aumentaram” (Gomes, 2004:106).
As funcionalidades inovadoras da rede (informação constantemente atualizada e
acompanhada por suportes áudio e vídeo) desvalorizaram os meios de comunicação
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de massas, principalmente a televisão. A sociedade denominada de ‘industrial’
transitou, devido às inovações tecnológicas, para uma sociedade de ‘informação’,
sedenta por uma procura constante, rápida e atualizada de informação.
Cada vez mais relevante para os consumidores de conteúdo noticioso, a internet foi
recebendo, nos últimos anos, uma quantidade infinita de informação. Por isso, para os
profissionais dos media digitais, escolher as informações que merecem o estatuto de
notícia tornou-se uma tarefa difícil.
“O jornalista online tem que fazer escolhas relativamente ao(s) formato(s) adequado(s) para contar uma determinada história (multimédia), tem que pesar as melhores opções para o público responder, interagir ou até configurar certas histórias (interatividade) e pensar em maneiras de ligar o artigo a outros artigos, arquivos, recursos, etc., através de hiperligações” (Deuze, 2006:18).
1.1. O jornalismo convergente
A internet surgiu com a finalidade de complementar o papel dos meios de
comunicação tradicionais. A televisão apresenta conteúdos noticiosos através de som
e vídeo, a rádio através de som e a imprensa através de escrita. Por sua vez, a rede
engloba, num único portal informativo, por exemplo, todas estas componentes, de
forma instantânea.
Para além disso, a internet constitui uma ferramenta de apoio à pesquisa para os
jornalistas que operam nos meios de comunicação tradicionais. “A internet é
interiorizada como uma ferramenta ou espaço de trabalho complementar que facilita e
enriquece a atividade jornalística – o que poderá indiciar que o jornalismo online e o
jornalismo tradicional tenderão a coexistir e a moldar-se mutuamente” (Amaral &
Cardoso, 2005:1366).
“Here, we are no longer talking about television alone, but the convergence of media (press, radio, television and Internet), an unlimited supply of culture and entertainment products (music, film, video games, books, etc.) and new services that have changed the way we work and communicate (e-learning, remote working, e-commerce, chat, etc.). The home is no longer just a place where we can find entertainment without going out, but where we also communicate with others and do our job” (Alvarez-Monzoncillo, 2011:54)1.
A convergência jornalística caracteriza-se, sobretudo, por ser:
“um processo multidimensional que, facilitado pela implementação generalizada das tecnologias digitais da informação e da comunicação, afeta o âmbito
1 Trad.: Já não podemos falar de televisão sozinha, mas sim de uma convergência dos media (imprensa,
rádio, televisão e internet), de uma oferta ilimitada de culturas e produtos de entretenimento (cinema, música, jogos, livros, etc.), e de novos serviços que mudaram a forma de trabalhar e de comunicar (e-learning, controle remoto, e-commerce, chat, etc.). A casa passou a ser um lugar onde podemos encontrar entretenimento, como também um local onde se pode comunicar com indivíduos e realizar trabalhos profissionais.
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tecnológico, empresarial, profissional e editorial dos media noticiosos, propiciando uma integração de ferramentas, espaços físicos de trabalho, métodos de trabalho e linguagens que ainda há pouco tempo estavam separadas, de tal forma que os jornalistas produzem conteúdos noticiosos que são distribuídos através de multiplataformas mediante as especificidades de linguagens de cada media noticioso” (Canelas, 2010).
A sinergia existente entre os meios de comunicação e a internet provocaram
grandes alterações nas redações dos media tradicionais, nomeadamente nas rotinas
de trabalho dos profissionais de informação. Carlos Canelas (2010) refere que as
mudanças são principalmente de cariz tecnológico, empresarial e profissional. Por
exemplo, segundo o investigador, os processos de produção de conteúdos noticiosos
estão a sofrer diversas mutações, que se manifestam no processo produtivo
jornalístico, nomeadamente na pesquisa, na conceção, na difusão e, por efeito, na
receção dos conteúdos informativos.
O ciberjornalismo acrescentou, assim, uma nova maneira de abordar o trabalho e
de apresentar e reportar a informação, contando para esse efeito com o vídeo, o som
e o hipertexto (Bastos, 2000:120). Na obra A importância da Internet para Jornalistas e
Fontes, Rui Gomes cita John Pavlik, professor de Jornalismo que tem estudado a
pragmática dos ‘New Media’ (2009:58):
“Os conteúdos presentes na rede, que abarcam praticamente todas as áreas de conhecimento, a par de ‘todas as capacidades intrínsecas aos media antigos [texto, imagens, gráficos, animação, áudio, vídeos, entregas de informação em tempo real], incluindo a interatividade, o controlo do utilizador e o acesso on-demand2, assumem-se como aspetos fulcrais para os profissionais da comunicação social, tendo naturalmente um forte impacto no jornalismo”.
Através deste excerto parece inegável que a internet originou uma nova prática
jornalística de forma transversal, através de ferramentas inovadoras, tornando-se
assim “um meio de comunicação com a sua própria lógica e linguagem” (Castells,
2004:236).
Mas a internet não transformou apenas o modelo jornalístico até então vigente. A
rede ofereceu a oportunidade aos produtores de se tornarem consumidores de
informação. Cada um pode agir, sem intermediário, em qualquer altura e lugar, sem
filtro nem hierarquia e, o mais importante, em tempo real. O ciberjornalismo apresenta
valores ligados ao jornalismo tradicional, tais como a credibilidade, a veracidade e a
confirmação dos factos. Contudo, a rapidez e instantaneidade da informação online
são críticas à exatidão, ao rigor e à objetividade jornalística. Como consequência, são
muitas as notícias que nascem de rumores existentes na rede e que surgem com
2 Por meio de uma página web no televisor, o assinante pode escolher diferentes tipos de filmes e
programas que estejam disponíveis no vídeo a pedido.
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informações falsas ou inexatas. Os boatos sobre celebridades do mundo da música
criados nas redes sociais são determinantes para demonstrar a rapidez da
disseminação de conteúdo incorreto (ou muitas das vezes falso), quando noticiados
pelos órgãos de comunicação social. Por exemplo, a 1 de julho de 2012, no Twitter,
depois da notícia sobre a morte do cantor australiano Gotye ter circulada pela rede
social, a cadeia televisiva norte-americana CNN noticiou o facto no programa matinal
iReport, declarando: “Às 04:32 da manhã (hora local), foi anunciado que Gotye
suicidou-se, com um tiro na cabeça, disparado com uma arma de 9mm. A sua morte
foi declarada às 04:54 e a investigação concluiu que a causa da morte foi o suicídio”.
Mais tarde, também através do Twitter, o cantor desmentiu a informação. Parece
notório que os rumores provenientes da internet ganham uma amplitude de grande
dimensão em relativamente poucos minutos, alimentados, por vezes, pelos media.
Em entrevista ao jornal I, de 6 de Março de 2012, o diretor do londrino Goldsmith
Media Research Centre, James Curran admitiu que o “jornalismo ficou muito pior com
a chegada da internet”.
“A internet está a afastar o investimento publicitário dos chamados meios tradicionais, levando a que menos jornalistas tenham de produzir mais conteúdos e baixando a qualidade. E quanto ao mito do jornalista-cidadão, é uma forma de jornalismo que não tem um modelo de viabilidade muito definido. […] Há mais gente a ler piores conteúdos. Mas também há mais hipótese de queixas e reações por parte dos leitores. O Twitter e o Facebook permitem isso, os jornalistas também estão mais expostos” (James Curran, 6 de março de 2012, Entrevista ao jornal I).
Esta opinião não é consensual. Na entrevista realizada, no âmbito da investigação,
ao diretor multimédia da RTP, António Granado, o profissional apenas destacou
aspetos positivos no que diz respeito ao aparecimento da rede, salientando que é da
“obrigação dos jornalistas em não publicar o primeiro boato que encontram na
internet”.
“Não conheço nenhuma desvantagem que a internet tenha trazido ao jornalismo. […] Penso que é muito importante que os órgãos de comunicação social saibam utilizar as vantagens da internet e que não tenham medo dela. É obrigação dos jornalistas não publicar o primeiro boato que encontram na net. Os boatos só são boatos se nós os continuarmos a propagar. Portanto, quando há uma notícia de que se desconfia, não se publica. E enquanto não conseguir confirmar, não se publica. Esse é o trabalho do jornalista. Já o era antes da internet” (António Granado, 24 de julho de 2012, na sede da RTP, Lisboa).
1.2. A nova escrita jornalística
O principal alvo de transformação na rede recaiu na linguagem jornalística. De
facto, a escrita digital praticada pelos meios online foi alterada e adaptada pelas
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necessidades dos utilizadores. Como visto anteriormente, a internet aparece como um
meio que apresenta inúmeras notícias, constantemente atualizadas. Estas
informações, acompanhadas por suportes áudio e vídeo, necessitam de textos
pragmáticos e objetivos, de pequeno tamanho, pois os utilizadores não gostam de ler
grandes conjuntos de textos no computador porque a leitura torna-se cansativa
(Correia, 2002). Para Ramón Salaverría, “o texto digital deve ser produzido
originariamente para o meio eletrónico e não deve, de modo algum, constituir uma
mera transferência do meio impresso para o ciberespaço” (2003:22), uma vez que o
texto mutável digital caracteriza-se por ser moldado e atualizado constantemente.
Sendo assim, os jornalistas online devem praticar uma escrita não linear, utilizando
hiperligações, para que seja o leitor a escolher as partes do texto que quer consultar,
sem ter que seguir uma ordem linear (Correia, 2002). Armazenando as notícias de
forma muito mais eficiente em comparação com a imprensa – o texto online requer
menos tempo para ser copiado e menos espaço para ser armazenado (Poster, 2000,
84) – a escrita jornalística para o ecrã caracteriza-se por ser menos literária e mais
próxima da oralidade, com frases curtas e um vocabulário simples mas imagético
(Guérin, 1996, apud Bastos, 2000:146).
Por outro lado, pela dimensão global da internet, a linguagem deve prestar-se
facilmente à tradução (Guérin, 1996, apud Bastos, 2000:146). Este facto permite que a
notícia esteja ao alcance de indivíduos de qualquer nacionalidade, cultura e etnia,
porque a rede permite estar informado sobre todos os acontecimentos locais e globais.
As narrativas online ganharam potencial e relevância em comparação com os
conteúdos noticiosos dos meios tradicionais devido aos suportes áudio e vídeo que
acompanham os textos. “Existe agora uma ‘Wold Wide Web’ que permite a
transmissão simultânea de texto, imagens e som. As implicações da web são
avassaladoras: os clips de filme e as leituras de livros podem ser incluídos em ‘textos’,
e os ‘autores’ podem indicar as suas ligações como ‘textos’” (Poster, 2000:50).
Nesta conjuntura, os jornalistas online devem estar aptos a incluir excertos de
áudio ou vídeo nos seus artigos noticiosos para que os leitores possam ouvir e/ou
visualizar determinadas entrevistas realizadas. O conjunto de inovações tecnológicas
proporcionado pelo aparecimento e desenvolvimento da edição eletrónica no
ciberespaço implica, para os profissionais de comunicação, a aprendizagem de novas
competências (Bastos, 2000:126), uma vez que “os atuais paradigmas
comunicacionais estão construídos em torno de uma retórica baseada na importância
da imagem em movimento, combinada com a disponibilidade das novas dinâmicas de
acesso à informação” (Cardoso & Lamy, 2011:76).
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2. O online, as redes sociais e os jornalistas
A evolução da internet e a consequente vulgarização das redes sociais trouxeram
uma componente virtual às rotinas dos jornalistas. Com o aumento do número de
leitores a utilizar a rede como forma de veículo de informação, em detrimento de outro
meio de comunicação social, os jornalistas viram-se obrigados a adquirir competências
informáticas, com o objetivo de fazer circular a informação “em tempo internet”
(Castells, 2004:226).
Deste modo, a forma de pesquisar, produzir e difundir informação alterou-se
significativamente nos últimos anos. Este fenómeno levou vários autores a estudar o
tema. Apesar da vasta documentação já existente sobre o domínio do jornalismo
digital, poucos são os investigadores que retrataram o impacto da internet nas rotinas
dos profissionais da comunicação. Contudo, “a pesquisa sobre o jornalismo digital
começou a aparecer em meados dos anos 90, à medida que a internet abria caminho
por entre as redações e se tornava uma ferramenta de trabalho, bem como uma
plataforma para divulgação de notícias” (Deuze, 2006:17).
A internet, os blogues e as redes sociais tornam o conceito de aldeia global de
Marshall McLuhan mais atual do que nunca. Apesar de terem aparecido nos anos 60
do século passado – altura em que a internet era ainda embrião –, as suas ideias
apenas se tornariam pertinentes a partir dos anos 90, ganhando um impacto global,
principalmente depois de a revista norte-americana Wired, ícone da revolução digital,
ter escolhido McLuhan como principal defensor das ideias contemporâneas. Segundo
o investigador, a informação transmitida através da rede iria contribuir para abolir
virtualmente as fronteiras geográficas entre os centros de decisão, de produção e de
distribuição à escala global, permitindo assim que os acontecimentos tenham reflexos
em qualquer ponto geográfico. “Cette situation [celle d'une société orale où
l'interdépendance résulte de l'interaction nécessaire des causes et des effets dans la
totalité de la structure] est typique d'un village et, depuis l'avènement des moyens
électroniques de communication, d’un village global3” (McLuhan, 1968 :38). De facto,
50 anos depois, esta questão está mais presente do que nunca no mundo
comunicacional, provando assim que as teorias de Marshall McLuhan não estavam tão
erradas como o pretendiam demonstrar nos anos 60.
Apesar de o fenómeno digital ser recente, a internet depressa se tornou numa
ferramenta obrigatória para os profissionais de comunicação. Segundo Manuel
3 Trad.: Essa situação [a de uma sociedade oral onde a interdependência resulta da interação necessária
das causas e dos efeitos na totalidade da estrutura] é típica de uma aldeia e, desde o advento dos meios eletrónicos de comunicação, da aldeia global.
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Castells, a partir do início do século XXI, os departamentos de redação de todos os
media passaram por uma importante transformação devido à internet, trabalhando
“num processo contínuo de informação” (2004:226). Desse processo, nasceu uma
quantidade excessiva de informação, nem sempre proporcional à qualidade. Os
profissionais de comunicação não devem, por isso, apenas reportar factos: têm de dar
credibilidade à imensa informação disponível, garantindo assim a veracidade dos
acontecimentos e o rigor na sua atividade profissional.
Como ferramenta, a internet é incomparável. Os vastos domínios de informação
são simples e de fácil acesso. A rede é um excelente meio de comunicação, e o seu
potencial de entretenimento e de dados é (quase) infinito. No entanto, também pode
ser usada para fins opostos. Os consumidores digitais são informados com erros
frequentes, têm menos habilidades de pensamento crítico e uma maior preferência
pela cultura junk4 (Alvarez-Monzoncillo, 2011:185). Por isso, “a credibilidade é para
muitos profissionais e investigadores dos media um ponto essencial para determinar a
relevância e significado da internet no jornalismo profissional” (Deuze, 2006:17).
A aceitação desta ferramenta online pelos jornalistas não foi pacífica. A internet, as
redes sociais e os blogues foram durante vários anos instrumentos pouco utilizados
pelos profissionais de comunicação.
“Os jornalistas inicialmente viam com desdém os blogues, mas foram aos poucos entendendo que se tratava de um fenómeno importante, estreitamente ligado às transmissões impostas pelo jornalismo digital. Os jornalistas e empresas jornalísticas precisam de entender que o blogue é apenas um instrumento. Com essa ferramenta nasceu, de baixo para cima, a partir dos cidadãos comuns, uma nova linguagem, uma formatação narrativa que pode muito bem servir para o jornalismo” (Alves, 2006:100).
Hoje em dia, com as evoluções significativas ligadas às redes sociais e aos
blogues, nomeadamente na propagação da informação e na sua fiabilidade, estas
funcionalidades tornaram-se num fenómeno global, onde a informação está à mercê
de qualquer indivíduo. “A confiança neste tipo de fontes parece ter vindo a incentivar a
sua utilização, suplantando a procura de informação noutros media” (Cardoso & Lamy,
2011:79-80). Como exemplo da importância das redes sociais para os meios de
comunicação social, a cadeia televisiva CNN já afirmou temer mais a concorrência do
Facebook e do Twitter do que a dos outros canais de televisão (Cardoso & Lamy,
2011:79).
A internet redefiniu assim a prática do jornalismo, apesar de, inicialmente, ter sido
rejeitada pelos repórteres e editores. Com esta ferramenta online, os jornalistas
4 Trad.: Lixo. Def.: Cultura que expõe fatores de risco comportamentais (tabagismo, alcoolismo,
sedentarismo, alimentação inadequada, etc.).
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mudaram radicalmente a sua forma de comunicar uns com os outros e com as suas
fontes, expandindo o seu trabalho a nível mundial (Denise Caruso, 1998, apud Gomes,
2009:62). Para Nélia Del Bianco (2004), “no quotidiano da redação dos meios de
comunicação tradicionais, a internet serve como canal de acesso e contacto com
múltiplas fontes, agências de notícias e jornais online”.
2.1. O novo perfil do jornalista
A difusão da internet veio modificar os hábitos diários da sociedade contemporânea
e a forma de obter informação mudou: com apenas um clique no botão do rato do
computador, um indivíduo por ler notícias ao minuto e/ou ver vídeos e fotografias de
cariz noticioso. “As obras de referência e as enciclopédias estão a desaparecer do
mercado por causa da internet, tendência que serve para sublinhar a importância dos
usos da rede para a educação e a busca da informação, que relegam para um plano
secundário a função de entretenimento desta” (Castells, 2004:234). A rede não só
alterou o modo de acesso à informação pelos utilizadores, o modelo de comunicação
tradicional, a economia mundial e as empresas de comunicação, como também o perfil
do jornalista (Aroso, 2005). Com o aumento das aplicações informáticas, o seu uso
nas redações dos media foi aumentando, uma vez que a internet permite “economizar
tempo para os jornalistas e editores como também para os que procuram material
complementar da informação que detêm” (Gomes, 2009:59).
Este panorama digital obrigou os profissionais dos media tradicionais a abraçar
novas competências jornalísticas. Grande número de profissionais que transitou para o
novo meio comunicacional viu a sua rotina laboral totalmente ligada ao computador e à
web (Scolari et al., 2008:39), assumindo novas funções e responsabilidades, “tais
como a correção de textos e acesso a bases de dados para recolha de textos e
fotografias” (Bastos, 2000:126).
Assim sendo, segundo Hélder Bastos, no contexto do trabalho de produção nos e
para os novos media, o profissional de jornalismo emerge como uma espécie de
“homem dos sete instrumentos” (2000:129). Num mundo em que a quantidade de
informação é (quase) infinita, a grande tarefa do jornalista passa por hierarquizar,
organizar e apresentar a informação que interesse a cada pessoa segundo as suas
necessidades (Zamora, 2001, apud Aroso, 2005). Ao novo jornalista cabe, portanto, a
tarefa de explorar e desenvolver novos serviços informativos relevantes e rentáveis,
através do auxílio da internet.
“O jornalista não deve ser o profissional de um só meio de comunicação; deve adiantar-se às necessidades da audiência, explorando os fóruns de discussão, o
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chat e a possibilidade de correio eletrónico para satisfazer esta procura; será um especialista no uso das novas tecnologias; deverá contar com suficientes critérios para apurar a veracidade das informações que obtenha na rede; a interatividade do jornalista será outra fonte de informação; deverá ter uma grande habilidade, inteligência e capacidade de seleção para procurar e encontrar a informação que necessita; terá que fortalecer os princípios éticos e deontológicos, conforme os factos vão ocorrendo; resumirá à audiência o mais importante do momento; deverá ter uma maior preparação, tanto em Ciências da Informação como em cultura geral” (Zamora, 2001, apud Aroso, 2005).
Os novos jornalistas devem assim dominar a vasta oferta de funcionalidades online,
nomeadamente a programação básica de HTML para saberem construir páginas web,
a produção digital de áudio e vídeo e técnicas de programação na web relacionadas
para adicionarem elementos multimédia ao texto jornalístico (Millison, 1999, apud
Aroso, 2005). O profissional de comunicação deve ainda dominar ferramentas como o
hipertexto, o correio eletrónico e os motores de busca (Bastos, 2000:120). Nesta
conjuntura, é caso para dizer que ser “jornalista é não só saber elaborar a notícia: é ter
perspicácia profissional, possuir uma perspicácia noticiosa” (Traquina, 2004:83).
Apesar de os contactos pessoais e telefónicos não serem postos de lado, as
ferramentas online, como por exemplo o correio eletrónico e o Facebook, estão a
tornar-se cada vez mais importantes nas comunicações diárias dos jornalistas. Porém,
este fenómeno não trouxe apenas factos positivos e inquestionáveis. Através da
internet, os profissionais possuem muitas vezes as ferramentas necessárias para
trabalhar sem sair do seu local de trabalho. Devido à quantidade infinita de informação
disponível online, ao correio eletrónico e ao contacto com fontes ‘virtuais’, os
jornalistas tendem a elaborar notícias sem se deslocar ao terreno, sem contactar
pessoalmente com as fontes reais (Scolari et al., 2008:54). O jornalismo tornou-se
mais sedentário. Esta circunstância origina vários problemas relacionados com a
veracidade dos factos e o rigor jornalístico. Na rede, é considerável o número de
notícias atualizadas devido a inexatidões no conteúdo apresentado. Contudo, “é na
relação diária com a internet que os jornalistas aprendem sobre essa natureza
tecnológica, a manusear os seus recursos para obter informação” (Del Bianco, 2004).
Para além das competências tecnológicas, os jornalistas devem obviamente
possuir habilitações profissionais, para procurar informações significativas, organizá-
las de modo eficiente e apresentá-las para que a audiência a aprecie. Assim sendo, o
profissional de comunicação deve possuir um pensamento crítico, perceber as
técnicas jornalísticas (boa prática de entrevista, capacidade sólida de pesquisa,
tenacidade e escrita atrativa), e reger-se pela deontologia e ética profissional (rigor,
objetividade e imparcialidade).
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Por fim, e não menos importante, os profissionais de comunicação devem possuir
um espírito pragmático no que diz respeito à pesquisa de informação, para que
consiga lidar com a grande quantidade de dados, nem sempre fiáveis, disponíveis na
maior rede do mundo, a internet.
2.2. O fenómeno das redes sociais
As redes sociais tornaram-se no maior fenómeno da web nos últimos anos e numa
das ferramentas digitais mais investigada no início do século XXI. “Vários autores
vêem nos novos media em geral, e nas redes sociais online em particular, […] um
modo de realização da participação cívica, onde interesses comuns permitem a
angariação de opiniões, decisões e intervenções em matérias específicas” (Cardoso &
Lamy, 2011:81).
Apesar de a primeira rede social ter aparecido, em 1995, com o nascimento do
portal Classmates.com, usado hoje por 50 milhões de utilizadores, todos maiores de
idade, que procuram colegas ou antigos companheiros de escola ou do tempo militar,
o seu boom ocorreu em 2003 com o nascimento do Hi5, hoje muito popular na Ásia,
América Latina e Europa. Desde então, não pararam de surgir novas redes sociais,
distinguindo-se nomeadamente o LinkedIn, hoje com mais de 100 milhões de
utilizadores, o Wayn, com 10 milhões, e o MySpace, também com milhões de
utilizadores5.
Mas é em 2004 que a maior rede do mundo despontou da internet, o Facebook.
Tornou-se numa das empresas mais valiosa do panorama internacional, fazendo do
seu fundador, Mark Zuckerberg, um dos homens mais ricos do mundo aos 27 anos. O
Facebook assume uma abordagem social. Os seus utilizadores podem partilhar
informações sobre os seus gostos e hábitos diários e adicionar amigos ‘virtuais’ nos
seus contactos. O potencial do Facebook é vasto, e incorpora vários serviços e
aplicações, tais como a distribuição de vídeo, música, fotos, chat, acesso, correio
eletrónico móvel (Alvarez-Monzoncillo, 2011:176).
Com mais de 845 milhões de utilizadores, em fevereiro de 2012, no Facebook,
publicam-se 2.000 milhões de fotos e 14 milhões de vídeos por mês, há 45 milhões de
atualizações de estado por dia, criam-se mais de três milhões de eventos por mês e
existem mais de 45 milhões de grupos ativos (Fearman, 2011:54). Segundo Mark
Zuckerberg, “se o Facebook fosse um país estaria entre os cinco mais populosos do
mundo à frente do Japão, da Rússia, do Brasil e da Nigéria” (Faerman, 2011:18). A
5 Dados apresentados no Expresso Online, a 30 de Junho de 2011. In: http://aeiou.expresso.pt/redes-
sociais-vieram-para-ficar=f658665
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afirmação do fundador revela a grandeza e a importância da rede social não só para a
sociedade contemporânea como também para as empresas que com ela interagem
diariamente.
O Twitter, que contava com cerca de 500 milhões de utilizadores em fevereiro de
2012 – por segundo são criadas, em média, 14 novas contas –, é, juntamente com o
Facebook, a rede social mais utilizada pelos internautas. Criado em 2006, por Evan
Williams, Jack Dorsey e Biz Stone, o Twitter permite a publicação de mensagens
instantâneas de textos até 140 carateres, essencialmente para partilha de
experiências e opiniões entre comunidades de cidadãos. “Mas nem todos o utilizam de
forma idêntica: se uns surgem como fontes constantes de informação e comentário,
outros apenas assistem à difusão de opiniões, sem uma participação ativa” (Cardoso
& Lamy, 2011:80).
Em 2008, um em cada três portugueses estavam registados numa rede social, ou
seja, cerca de 25% da população nacional possuía uma conta nessas redes,
posicionando Portugal como o terceiro país europeu nas redes sociais6. Este número
duplicou em 2010. Segundo o último estudo realizado pelo Observatório de
Comunicação, nesse ano, 56,4% dos internautas portugueses possuíam, pelo menos,
uma conta em redes sociais. O Facebook quase que dobrou, nestes últimos dois anos,
o seu número de internautas inscritos. A tendência parece não ser contrariada: a rede
social, criada por Mark Zuckerberg, continua a ganhar, a cada dia, várias centenas de
inscritos, em detrimento do Hi5 e do MySpace que se tornaram menos apelativos.
Figura 1 – Sítios de redes sociais com perfil criado, por género, em Portugal, em
2010 (em percentagem).
A título de curiosidade, seguem mais números, desta vez sobre a utilização da
internet pela população europeia. Segundo um estudo realizado pela agência
6 Idem
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comScore, em maio de 2012, Portugal era o 14.º país europeu, entre 18 analisados,
em utilizadores de internet, com 4,4 milhões de visitantes únicos. Também, a média de
utilização no nosso país é de 21,2 horas por pessoa e por mês, com 2.221 páginas por
visitantes. Nesta classificação, a Rússia assume a liderança, com 57,8 milhões de
visitantes em maio, seguida da Alemanha (51,7 milhões), da França (43,2 milhões) e
do Reino Unido (37,6 milhões). Atrás de Portugal ficaram a Dinamarca (3,7 milhões), a
Finlândia (3,4 milhões), a Noruega (3,3 milhões) e a Irlanda (2,4 milhões). Em termos
mundiais, os números apontam para 1.484 milhões a navegar na internet em maio,
com uma média de 24,5 horas por cibernauta e 2.388 páginas eletrónicas vistas7.
No que diz respeito aos órgãos de comunicação social, segundo um estudo
realizado pela agência de comunicação belga Quadrant, em setembro de 2010, os
jornalistas recorrem cada vez mais às redes sociais para fins profissionais8. Ao longo
dos últimos anos, a confiança dos profissionais de comunicação em relação às redes
sociais tem aumentado significativamente. Através desta ferramenta online, os
jornalistas pesquisam informação/conteúdo noticioso, quase em exclusividade,
instantaneamente. As redes sociais online tornaram-se, assim, nos últimos cinco anos,
uma ferramenta obrigatória para qualquer redação, passando a ter um papel
preponderante para a atividade jornalística. Nelas, os profissionais de comunicação
aproveitam a informação em bruto para depois, através de técnicas jornalísticas,
limarem arestas, tornando-a ao alcance de todos.
O caso do Movimento Verde, denominado por Green Movement, exemplifica na
perfeição o poder das redes sociais. Perante o resultado das eleições de 13 de junho
de 2009, no Irão (Mahmoud Ahmadinejad foi declarado vencedor duas horas após o
encerramento das urnas), a população iraniana rebelou-se por considerar o resultado
fraudulento. Apoiando o principal líder da oposição, o candidato reformista Mir Hussein
Mousavi, os cidadãos organizaram-se no apelidado Green Movement. Com a
intensificação dos protestos iranianos, enquanto a informação corria em ‘tempo real’
no Twitter, o acontecimento era ignorado pelos meios de comunicação do país. A
cadeia de televisão CNN, apercebendo-se desse facto, redobrou a atenção à volta do
acontecimento, e passou a transmitir inúmeras peças jornalísticas, de longos minutos,
várias vezes ao dia (Cardoso & Lamy, 2011:87), quase como querendo imitar as
capacidades e características da rede social. No entanto, uma redação televisiva não
pode competir com essa ferramenta informativa digital, uma vez que (ainda) não
consegue, ao contrário do Twitter ou do Facebook, informar os seus telespetadores
7 Dados apresentados no Correio da Manhã Online, a 2 de julho de 2012. In: http://www.cmjornal.xl.
pt/detalhe/noticias/ultima-hora /internet-portugal-e-14-pais-europeu-de-utilizadores 8In: Association des Journalistes Professionnels (trad. : Associação dos Jornalistas Profissionais).
http://ajp.be/multimedia/blog/index.php?29-les-journalistes-de-plus-en-plus-eccros-aux-medias-sociaux
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em tempo real, com informações ao minuto, constantemente atualizadas. Essa é a
diferença entre a internet e a televisão: dois meios de comunicação que se
complementam e que, na era digital em que a sociedade contemporânea está inserida,
transformam os hábitos diários de qualquer indivíduo.
Através das redes sociais, a internet ganhou uma nova vida. A interatividade, o
sonho procurado durante décadas pelos meios analógicos, adquiriu um novo sentido
com o aparecimento das redes sociais. Através de fóruns de discussão, mensagens
instantâneas, chats, partilha de informação, de fotografias e/ou de vídeos, qualquer
indivíduo pode interagir com os seus ‘amigos virtuais’, que se dividem entre colegas de
trabalho, (antigos) camaradas de faculdade, amigos de infância e desconhecidos.
As redes sociais instalaram-se, definitivamente, nas rotinas diárias dos jornalistas,
e não só. O contacto e o uso das redes sociais para os profissionais de comunicação
não podem, nem devem ser iguais àqueles efetuados por um simples cidadão ou
utilizador. Uma vez que a rede não é “uma arena de liberdade absoluta, é preciso ter
bom senso" (José Alberto Carvalho, Entrevista ao Diário de Notícias, 27 de novembro
de 2009)9. O jornalista deve ter, por isso, algum cuidado ao colocar informações,
comentários, opiniões, fotografias ou vídeos na sua rede social particular (se assim o
podemos chamar). Será que as redes sociais conseguem ter uma vertente pessoal? O
nome ‘rede social’, pelo menos, não o indica. Será, por isso, tão difícil ao jornalista
afastar-se da sua profissão e vestir a pele de um cidadão comum nas redes sociais?
Prosseguindo. Por terem sido “identificadas situações em que alguns jornalistas
utilizavam a mediasfera de uma forma que colidia com o seu desempenho profissional
e com os deveres públicos da RTP”10, o então diretor de informação do canal
televisivo, José Alberto Carvalho, recomendou um conjunto de medidas que os
jornalistas deviam cumprir. Inspiradas nalgumas recomendações e guias de boas
práticas adotadas por meios de comunicação internacional de referência, como o New
York Times, o Washington Post, a agência noticiosa Reuters ou a cadeia televisiva
BBC, a iniciativa do então diretor de informação foi bem recebida pelos jornalistas.
Num conjunto de nove regras, estão registadas questões relacionadas com a
imparcialidade dos jornalistas e com a credibilidade da sua prática profissional. Ora,
vejamos estas medidas:
1) “Nada do que fazemos no Twitter, Facebook ou blogues (seja em posts originais ou em comentários a posts de outrem) deve colocar em causa a imparcialidade que nos é devida e reconhecida enquanto jornalista. 2) Os jornalistas da RTP devem abster-se de escrever, ‘twitar’ ou ‘postar’ qualquer elemento - incluindo vídeos, fotos ou som - que possa ser entendido como demonstrando preconceito político, racista, sexual, religioso ou outro. Essa
9 In: http://dn.sapo.pt/inicio/tv/interior.aspx?content_id=1431795&seccao=Televis%E3o
10 Idem
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perceção pode diminuir a nossa credibilidade jornalística. Devem igualmente abster-se de qualquer comportamento que possa ser entendido como antiético, não-profissional ou que, por alguma razão, levante interrogações sobre a credibilidade e seriedade do seu trabalho. 3) Ter em conta que aquilo que cada jornalista escreve, ou os grupos e ‘amigos’ a que se associa, podem ser utilizados para beliscar a sua credibilidade profissional. Seguindo a recomendação do ‘NY Times’, por exemplo, os jornalistas - deverão deixar em branco a secção de perfil de Facebook ou outros equivalentes, sobre as preferências políticas dos utilizadores. 4) Uma regra base deve ser ‘Nunca escrever nada online que não possa dizer numa peça da RTP’. 5) Ter particular atenção aos ‘amigos’ do Facebook e ponderar que também através deste dado, se pode inferir sobre a imparcialidade ou não de um jornalista sobre determinadas áreas. 6) Enunciar, de forma clara, no Facebook e/ou nos blogues pessoais que as opiniões expressas são de natureza estritamente pessoal e não representam nem comprometem a RTP. 7) Meditar sobre o facto de 140 carateres de um twit poderem ser entendidos de forma mais deficiente (e geralmente é isso que acontece!) do que um texto de várias páginas, o que dificulta a exata explicação daquilo que cada um pretende verdadeiramente dizer. 8) Não publicar no Twitter ou em qualquer plataforma eletrónica documentos ou factos que possam indicar tratamento preferencial por parte de alguma fonte ou indiciem posição discriminatória sobre alguém ou alguma entidade. 9) Ter presente que todos os dados eventualmente relevantes para fins jornalísticos devem ser colocados à consideração da estrutura editorial da RTP, empresa de media para a qual trabalha”11.
O fenómeno das redes sociais transcendeu a sociedade contemporânea, chegando
às pequenas, médias e grandes empresas e aos meios de comunicação tradicionais.
A sua utilização pelos media passou a ser um dado adquirido, principalmente como
agregador de notícias, plataforma de difusão de informação e angariador de fontes e
até mesmo como uma forma de captar audiências. As redes sociais aumentaram o
poder de comunicação.
2.3. A pesquisa, a produção e a difusão da informação
“As utilizações da internet como meio de comunicação estão entrelaçadas com a atividade multidimensional da vida. Caracterizam-se por uma utilização ativa, ligada a uma variedade de interesses, geralmente com uma orientação muito prática, enquanto o mundo do entretenimento mediático está circunscrito ao tempo disponível para o relaxamento passivo” (Castells, 2004:228).
Segundo Manuel Castells, a sociedade contemporânea vive numa “cultura de
virtualidade real”, uma vez que é construída “através de processos virtuais de
comunicação de base eletrónica”. Por outro lado, é real, pois esta cultura abrange a
11
In: http://campus.usal.es/~comunicacion3punto0/comunicaciones/035.pdf
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vida de cada indivíduo: construímos relações; formamos a nossa opinião; obtemos
informação. “Essa virtualidade é a nossa realidade. Isto é o que caracteriza a Era da
Informação” (Castells, 2004:240). Assim sendo, a rede foi transformada, nos últimos
anos, devido à mudança social, à inovação ligada ao rápido crescimento da tecnologia
digital e à aceleração da globalização económica e financeira, a partir do final do
século XX (Alvarez-Monzoncillo, 2011:10/79).
Os meios de comunicação social não passaram despercebidos por esta evolução e
tiveram que, também eles, adequar as suas necessidades e vontades em torno da
internet. “Trabalham num processamento contínuo de informação, em tempo internet,
segundo o modelo iniciado pelo Chicago Tribune / Los Angeles Times no ano 2000”
(Castells, 2004:226). Os jornalistas conseguem assim obter informações em tempo
real, permitindo uma constante atualização de conteúdos para o público.
Para o jornalismo, a internet representa um autêntico desafio com o qual os
profissionais de comunicação devem lidar diariamente. A acrescer a tudo isto, a rede
revela-se também muito útil para identificar potenciais histórias. “Os jornalistas,
através do online, podem complementar e enriquecer a notícia e dar à audiência o
acesso de material em primeira mão como um suplemento das suas próprias notícias,
fundamentando as mesmas” (Pavlik, 2001, apud Gomes, 2009:64). A receção de
comunicados de imprensa online é também uma forma relevante de obter informação.
Deste modo, o “trabalho dos jornalistas tem sido consideravelmente mais facilitado no
contacto com fontes de press release, uma vez que ambos podem indicar mutuamente
quais as informações que são de maior interesse ou relevância para os seus objetivos
individuais” (Gomes, 2009:60). Mas com a multiplicidade de informação disponível na
internet e nas redes sociais, a escolha dos acontecimentos que merecem o estatuto de
notícia torna-se bastante complicada.
Mas a internet não revolucionou apenas o modo como obtemos informações,
modificou também o modelo comunicacional dos media.
“Nas sociedades informacionais, onde a rede é a característica organizacional central, um novo modelo comunicacional tem vindo a tomar forma. Um modelo comunicacional caracterizado pela fusão da comunicação interpessoal e em massa, ligando audiências, emissores e editores sob uma matriz de media em rede, que vai do jornal aos jogos de vídeo, oferecendo aos seus utilizadores novas mediações e novos papéis” (Cardoso et al., 2009:56).
Anteriormente à era digital, o esquema comunicacional era de tipo centralizado. A
comunicação era feita através do modelo ‘de um para muitos’ em que os jornalistas
apresentavam os seus conteúdos jornalísticos a uma audiência desconhecida e onde
a interação entre produtor e consumidor era quase nula. O feedback chegava por
correspondência ou telefone. Com o aparecimento da comunicação digital, ocorreu o
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contrário. Os produtores de notícias abraçaram uma nova maneira de fazer e entender
jornalismo, tendo a oportunidade, pela primeira vez, de conhecer e interagir com a sua
audiência.
“A web oferece um grau de interatividade que nos era desconhecido. Trata-se de um meio ativo, que requer uma constante interação com os seus usuários, contrastando com a relativa passividade que marca a relação do telespetador, ouvinte ou leitor com os meios tradicionais” (Alves, 2006:95).
Mais importante ainda, através deste modelo de comunicação, os consumidores de
informação passaram também a ser produtores de notícia. “Os novos media
representam uma rutura com a configuração hierárquica e dirigista da centralização
emissora, no qual os auditores se transformam em produtores para consumidores”
(Correia, 2002). Deste modo, a rede permitiu, através das suas funcionalidades (chats,
fóruns de discussão, correio eletrónico, redes sociais, blogues, etc.), transformar um
simples consumidor de informação num produtor dessa mesma informação. Os
internautas passaram a querer criar, pesquisar, comunicar, compartilhar e distribuir
informações e dados (Alvarez-Monzoncillo, 2011:10). “A rede é um meio que,
potencialmente, permite novos tipos de produção através da colaboração, da
distribuição democrática e da experiência participativa” (Alvarez-Monzoncillo,
2011:169-170), assumindo uma profunda mudança na forma como comunicamos uns
com os outros.
“Um aspeto essencial que tem contribuído drasticamente para a afirmação da internet nas diversas áreas sociais subjacentes à atividade da sociedade contemporânea, sendo que o campo jornalístico não foge à regra, é o elevado ritmo produtivo, de difusão e permuta de conteúdos online, que possibilita um acompanhamento interativo constante de qualquer área temática, resultado do efeito de aceleração informativa à escala global que a rede provoca” (Gomes, 2009:58).
Imagens captadas de acontecimentos imprevistos (catástrofes naturais, confrontos
bélicos, naufrágios, incêndios, tiroteios, etc.), por vídeos amadores, com muita ou
pouca qualidade mas em direto, e noticiadas pelo sítio online e telejornais da RTP,
demonstram a importância do jornalismo-cidadão, que se rende à função essencial da
internet, informar instantaneamente e continuadamente.
Para além das imagens captadas por vídeos amadores, os profissionais de
comunicação estão a dar principal relevância às redes sociais para procurar e difundir
informações. Desta forma, já é notória a quantidade de notícias divulgadas pelo sítio
online e telejornais da RTP sobre comentários colocados nas redes sociais
particulares de figuras públicas, nomeadamente de políticos, desportistas, cantores e
atores. Por exemplo, depois do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ter
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apresentado as medidas de austeridade para 2013, em direto da RTP, a 7 de
setembro de 2012, decidiu colocar uma mensagem de apoio aos portugueses, no dia
seguinte, na sua página do Facebook. Ora vejamos as suas declarações escritas12:
“Amigos, Fiz um dos discursos mais ingratos que um Primeiro-Ministro pode fazer – informar os Portugueses, que têm enfrentado com tanta coragem e responsabilidade este período tão difícil da nossa história, que os sacrifícios ainda não terminaram. Não era o que gostaria de poder vos dizer, e sei que não era o que gostariam de ouvir. O nosso país é hoje um exemplo de determinação e força, e esse é o resultado direto dos sacrifícios que todos temos feito. Porém, para muitos Portugueses, em particular os mais jovens, essa recuperação não tem gerado aquilo que mais precisam neste momento: um emprego. Quem está nessa situação sabe bem que este é mais do que um problema financeiro – é um drama pessoal e familiar, e as medidas que anunciei ontem representam um passo necessário e incontornável no caminho de uma solução real e duradoura. Vejo todos os dias o quanto já estamos a trabalhar para corrigir os erros do passado, e a frustração de não poder poupar-nos a estes sacrifícios é apenas suplantada pelo orgulho que sinto em ver, uma vez mais, do que são feitos os Portugueses. Queria escrever-vos hoje, nesta página pessoal, não como Primeiro-Ministro mas como cidadão e como pai, para vos dizer apenas isto: esta história não acaba assim. Não baixaremos os braços até o trabalho estar feito, e nunca esqueceremos que os nossos filhos nos estão a ver, e que é por eles e para eles que continuaremos, hoje, amanhã e enquanto for necessário, a sacrificar tanto para recuperar um Portugal onde eles não precisarão de o fazer. Obrigado a todos. Pedro” (Facebook, 8 de setembro de 2012).
A 9 de setembro, o Jornal da Tarde da RTP arrancava com esta informação (que
contava, em menos de um dia, no Facebook, com cerca de 24 mil comentários). O
mesmo aconteceu, a 18 de agosto de 2012, depois de Francisco Louçã ter colocado,
na noite anterior, às 22:57, na sua página pessoal do Facebook, uma Carta aos
Ativistas e ao Povo do Bloco, que informava a sua decisão em não voltar a
recandidatar-se à liderança do BE.
Figura 3: Texto de Pedro Passos Coelho e discurso de Francisco Louçã,
colocados nos respetivos Facebook e noticiados no sítio e telejornais da RTP.
12
In: http://www.facebook.com/pedropassoscoelho?ref=ts
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Nesta conjuntura, a alteração do modelo comunicacional na internet e as vantagens
das ferramentas online (quantidade de informação elevadíssima filtrada pelos
jornalistas; notícias atualizadas ao minuto e disponíveis em qualquer ponto geográfico;
informação à escala global), modificaram em profundidade o modo de pesquisa,
produção e difusão da informação (Agostini, 1997, apud Bastos, 2009:63). Como
explica Hélder Bastos, “a rede provocou alterações substanciais na forma como os
jornalista dos media tradicionais […] procedem na pesquisa de conteúdos, recolha de
informações […], tendo em vista a elaboração de noticiários para os suportes
tradicionais” (Bastos, 2000, apud Gomes, 2009:58-59).
“O jornalismo tem sido sempre dependente da tecnologia. De modo a alcançar estatuto público e chegar à audiência de ‘massas’, a profissão conta com a tecnologia para a recolha, edição, produção e disseminação da informação […] A tecnologia tem permitido que o jornalista se organize em torno de uma premissa básica: a transmissão rápida e percetível de informação” (Deuze, 2006:17).
Apesar de toda a informação estar disponibilizada na rede, os jornalistas não
devem cair na tentação de informar sem investigar e de deixar de parte fontes reais e
de confiança. Da mesma forma, os profissionais devem evitar a prática de jornalismo
de secretária, uma vez que é fundamental que os repórteres se desloquem ao terreno
de forma a estar em contacto com o acontecimento e angariar uma informação
verídica e rigorosa. Este facto é, sem dúvida, um dos grandes problemas jornalísticos
da era digital, que requer informação atual, instantânea e à mercê de todos.
2.4. A notícia glocal
Manuel Castells defende que os meios de comunicação social estão a atravessar
uma extraordinária transformação, pois com a revolução digital passaram a ser
‘glocais’. Ou seja, a informação passou a ser transmitida para o local e o global
simultaneamente (2004:226). Qualquer indivíduo pode contactar com conteúdos
noticiosos (nacionais ou internacionais) em qualquer ponto do planeta. A informação
passou a ser transfronteiriça e disponível para todos os indivíduos com acesso à rede.
Nesta conjuntura, a internet não aparece apenas como um novo meio de
comunicação social, como foram a imprensa, a televisão e a rádio, que apresentam
notícias através do modelo ‘de um para muitos’. Com a revolução digital e o
aparecimento do modelo de comunicação ‘de muitos para muitos’, a rede oferece um
alcance global, rompendo barreiras de tempo e espaço como nunca visto
anteriormente. “O facto de vivermos numa aldeia global, dentro de uma cabana local,
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com um link mundial” (Padilha, 2009), o jornalista passou a construir uma notícia
internacionalmente divulgada, disponível a qualquer hora e lugar.
Apesar de este fenómeno transcender as expectativas dos investigadores que
estudaram a área das Ciências da Comunicação e, mais propriamente, do Jornalismo,
no século passado, em cerca de 15 anos, a internet tornou-se um ‘monstro’ ao qual é
impossível escapar, mas com o qual, aparentemente, os jornalistas conseguem lidar.
Para tal, os profissionais de comunicação viram-se obrigados a aperfeiçoar a sua
capacidade de seleção das ferramentas benéficas para as práticas jornalísticas e um
maior respeito pelas diversas culturas existentes nas complexas sociedades. Visto que
as notícias são apresentadas à escala mundial, os jornalistas passaram a conviver
com diferentes culturas. Para Sónia Padilha, o jornalista do mundo global teve de
aprender a lidar com o local e respeitar a hibridação de culturas (2009), de forma a
não disseminar nem estereotipar práticas culturais, religiosas, políticas, sociais, etc.
2.5. A importância do correio eletrónico e do hipertexto
A internet trouxe com ela ferramentas de grande utilidade para a prática jornalística.
O correio eletrónico é, sem dúvida, um dos aplicativos digitais cada vez mais atrativo e
preponderante para as redações, apesar de o telefone ainda manter alguma primazia.
Antes de mais, de forma a perceber a razão pela qual o e-mail se converteu numa
ferramenta obrigatória para os jornalistas, é preciso perceber a sua funcionalidade.
Segundo Dominique Wolfon, é uma mensagem decomposta em pacotes, dotada de
cabeçalhos contendo um endereço; “os pedaços são despachados por uma variedade
de caminhos e de processadores intermédios que retiram e acrescentam informação
aos cabeçalhos até que a mensagem é reordenada e reunida na outra ponta”
(2000:157). Ou seja, o correio eletrónico representa um conteúdo enviado (que pode
conter texto, fotografias, vídeos, hiperligações, entre outros), através de um endereço
eletrónico, para a caixa de correio do internauta destinatário.
O e-mail foi ganhando popularidade e importância para a vida virtual da sociedade
contemporânea. Hoje em dia, é mais fácil mandar um correio eletrónico do que enviar
uma carta ou realizar uma chamada. O e-mail oferece opções que permitem a
qualquer indivíduo realizar as suas necessidades, através de uma só aplicação.
Escrever, corresponder-se, apagar sem limite, sem esforço, em contínuo, fora dos
constrangimentos do tempo e do espaço, constitui o maior trunfo do correio eletrónico
(Wolfon, 2000:78). O e-mail “representa mais de 85% da utilização da internet, e a
maior parte deste volume de correio eletrónico está relacionado com o trabalho, com
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tarefas específicas e com relações familiares e amigos na vida real” (Howard et al.,
2001; Tracey & Anderson, 2001, apud Castells, 2004:147).
Para além disso, devido à sua grande capacidade em quebrar barreiras
geográficas, pessoas de qualquer continente podem comunicar instantaneamente,
desde que possuem um acesso a um computador conetado à internet.
Nesta conjuntura, esta funcionalidade digital veio facilitar o trabalho dos jornalistas
e, consequentemente, economizar tempo nas suas rotinas. Através do correio
eletrónico, os profissionais de comunicação podem identificar potenciais fontes de
informação para notícias, recolher informação sobre essas fontes e verificar
concretamente a exatidão da informação obtida (Gomes, 2009:60). O autor cita os
investigadores norte-americanos Reddick e Elliot, com um excerto bastante
exemplificativo da utilização benéfica do correio eletrónico para os jornalistas.
“[…] O e-mail expande o alcance dos jornalistas permitindo-lhes obter informação passível de ser citada a partir de qualquer ponto do mundo, eficientemente e a baixo custo. Além disso, o e-mail torna o trabalho em conjunto mais fácil. Jornalistas situados em diferentes cidades podem trabalhar tão juntos como se estivessem na mesma redação” (Gomes, 2009:60).
Estas potencialidades fazem do correio eletrónico a ferramenta mais atrativa da
internet e uma das mais utilizadas pelos profissionais de comunicação. Considerado o
melhor aplicativo disponível na rede, o e-mail mudou também a interação existente
entre jornalistas/editores e público. É, sem dúvida, uma ferramenta poderosa de
comunicação entre os profissionais e os consumidores de media, pois estes podem
enviar, sem qualquer dificuldade e de forma instantânea, comentários, críticas,
sugestões, dúvidas, imagens e vídeos possíveis de se tornarem notícia.
Se o correio eletrónico veio modificar a forma como os jornalistas interagem com o
público, o hipertexto veio revolucionar o modo como o consumidor interage com a
informação. Segundo Hélder Bastos, a internet oferece uma leitura hipertextual aos
utilizadores de media digitais. “O leitor pode passar do texto ao som ou mesmo ao
vídeo apenas com um clique no rato do computador […] A partir das diferentes
hiperligações, este pode criar o seu próprio percurso de leitura” (Bastos, 2000:128).
Ou seja, o hipertexto remete a notícias, fotografias, vídeos, sequências sonoras ou
documentos em formato digital, ao qual se agregam, de forma instantânea, não linear
e não hierarquizada, outro conjunto de informações, cujo acesso existe através de
hiperligações que podem remeter para outras páginas do mesmo site como também
para outros portais. Com a quantidade de notícias disponíveis na rede, o leitor passou
a criar as suas próprias ligações, escolhendo a informação com a qual ele quer ou não
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contactar. O hipertexto é, assim, “uma forma de discurso que se constrói a partir da
combinação de diversos textos” (Bastos, 2000:117).
Para Giovanni Sartori (2000:174), o hipertexto é “um texto interativo que põe, ao
lado do texto escrito, sons, cores, figuras, gráficos, animações. E a sua característica
central é a de deixar de ter consecutivo: o utilizador pode percorrê-lo na ordem que
prefere, e portanto (é a opção mais fácil), sem ordem”.
A prática hipertextual pode ser comparável com o zapping televisivo: “a leitura
torna-se zapping, sempre fruto de uma combinatória diferente” (Babo, 1996:2). Na
mudança constante e aleatória de canais de televisão, o consumidor vai criando uma
lista imaginária de canais visualizados. Lista essa que possui semelhanças com o
hipertexto virtual, uma vez que o telespetador realizou o seu próprio percurso de
visualização de forma instantânea, não linear e não hierarquizada. “Na imprensa
digital, graças às hiperligações, a progressão na leitura faz-se etapa por etapa,
aleatoriamente, e o retorno nem sempre é fácil” (Bastos, 2000:146).
O hipertexto é, assim, a consequência de uma prática pessoal, intransmissível e
intencional. Pela sua interatividade, os consumidores de media digitais podem
escolher o quê, quando e através de que canais/acesso é que eles querem ver o
conteúdo (Alvarez-Monzoncillo, 2011:170). Os telespetadores adquiriram o gosto pela
cultura on-demand. Em conjunto com a tendência ‘always on’, esta foi quebrando a
velha lógica da televisão multicanal. Agora temos multiplataformas que correspondem
aos novos estilos de vida social (Alvarez-Monzoncillo, 2011:21). Segundo Manuel
Castells, existe, por isso, “um hipertexto, não o hipertexto mas sim o meu hipertexto, o
teu hipertexto e o hipertexto específico de cada pessoa” (2004:239).
3. A internet, a televisão e o seu futuro
Com os progressos tecnológicos, a internet projetou a televisão para um cenário
com menor relevância no panorama comunicacional. No estudo Os Processos de
Produção de Conteúdos Noticiosos Diários da RTP na Era da Convergência
Jornalística, Carlos Canelas (2010) explica as grandes mudanças que a televisão
sofreu nos últimos anos, tanto a nível das dinâmicas de mercado como no que se
refere aos consumos.
“Na atualidade, os conteúdos televisivos são difundidos, para além das formas convencionais (hertziana, cabo e satélite), através de multiplataformas digitais, como sejam a TDT (Televisão Digital Terrestre); a IPTV (Internet Protocol Television); a Web TV ou o Mobile TV. Assim, a televisão encontra-se disseminada por diversos espaços e aparelhos (televisores [televisor convencional; LCD; Plasma; LED], computadores, telemóveis, smartphones, consolas de jogos, entre outros equipamentos fixos e portáteis), podendo ser
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visionada, pelos telespetadores, a qualquer hora, em qualquer lugar e a partir de diversas plataformas” (Jenkins, 2006; García Avilés, 2007).
A forma de ver televisão está a mudar, alterando, por isso, a forma de adquirir e
consumir informação. A evolução das novas plataformas televisivas faz desse meio de
comunicação aquele que (ainda) prevalece sobre os outros. No entanto, a televisão
está a perder terreno face ao sucesso das funcionalidades interativas da rede. Por
exemplo, apesar de os seguintes dados terem mais de 10 anos, ainda refletem a
realidade dos dias de hoje, em Portugal: segundo um estudo realizado pela revista
semanal norte-americana The Economist, no início do século XXI, em 2000, altura em
que a internet estava a implementar-se pouco a pouco pelo mundo industrializado, nos
Estados Unidos, os consumidores de televisão por cabo igualavam os dos canais
abertos, com 50% de audiência. O estudo revelou ainda que os jovens norte-
americanos dedicavam menos tempo em frente ao seu televisor: entre 1985 e 2000,
os menores de 18 anos reduziram em 20% o número de horas em frente ao televisor.
Esta mudança atribui-se em parte ao facto de os jovens passarem cada vez mais
tempo a navegar na internet (Castells, 2004:226).
Será que, por ser uma rede abrangente e uma grande fonte de divulgação de
informação, a internet irá ‘roubar’ o protagonismo da televisão? A web tv será o futuro
da televisão? Atraindo espetadores passivos, a televisão tem perdido o controlo
exclusivo da sociedade de consumo devido ao crescente número de produtores e
distribuidores de informação digital (Alvarez-Monzoncillo, 2011:173-174). O pequeno
ecrã, tal como o conhecemos, está a desaparecer pouco a pouco, uma vez que é
possível consumir informação televisiva através de computadores, tablets, e
smartphones.
Segundo um estudo realizado pela empresa de medição Nielsen Wire, em 2009,
60% dos americanos viam televisão enquanto acediam à internet, através das novas
plataformas digitais supra mencionadas, podendo simultaneamente comentar o
assunto visualizado em redes sociais, como o Twitter ou o Facebook. O estudo
revelou ainda que 76% dos adultos que utilizavam a internet navegavam enquanto
assistiam à televisão. Dessa percentagem, 54% garantiu que, durante esse tempo,
escrevem online mensagens no Twitter, Facebook e outras redes sociais. A televisão e
a internet complementam-se, e irão integrar-se gradualmente, até encontrar um
perfeito equilíbrio.
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3.1. Das imagens a preto e branco ao RTP Mobile
Hoje em dia, a questão da televisão digital está mais em voga do que nunca.
Muitos foram os progressos tecnológicos ocorridos nos últimos anos, e o televisor
tradicional, tal como o conhecemos, está progressivamente a dar lugar a uma
televisão móvel. ‘Televisão’ já não é sinónimo de ‘passividade’. Nas duas últimas
décadas, a RTP desenvolveu um conjunto de estudos para apostar nas tecnologias
mais avançadas. Mas o processo foi longo e complicado. Ora vejamos a história, de
forma sucinta, do único canal público português.
Apesar das diversas emissões experimentais realizadas, primeiramente em onda
média até 1934, e depois em onda curta, foi a partir de setembro de 1955 que a
televisão ganhou forma e consistência, através do Decreto-Lei n.º 40 312, em cujo
preâmbulo pode ler-se:
“Está em estudo a instalação dos serviços nacionais de televisão. As suas características encontram-se já definidas e importa providenciar quanto antes no sentido de evitar que comecem a ser instalados aparelhos recetores que não se lhes adaptem e que possam amanhã revelar-se inúteis para a captação dos programas portugueses. […] A instalação de aparelhos recetores de televisão no continente e ilhas adjacentes carece de autorização da Emissora Nacional e ficará sujeita ao pagamento das taxas a fixar em despacho pela presidência do Conselho” (Teves, 2007).
Muitas foram as etapas que os engenheiros da RTP tiveram que atravessar para
fundar o primeiro canal de televisão português. Enquanto o ano de 1956 decorria,
eram estudadas as melhores propostas subscritas por 17 empresas europeias e
americanas, destacando-se a Philips Portuguesa, a General Electric, a RCA, a
Siemens & Halske, a Marconi, a Rhode & Swartz, a Marelli, a Thompson e a Rádio
Industrial. Estávamos perto de conhecer as primeiras emissões da RTP.
Após várias experiências, o canal de televisão começou a emitir regularmente a
partir de 7 de março de 1957, através de teleteatros, programas informativos e de
entrevistas e filmes portugueses. O Jornal RTP só apareceria dois anos depois, a 18
de outubro de 1959. Nos meses seguintes, o canal televisivo iria transmitir
acontecimentos históricos, tais como o julgamento do litígio luso-indiano no Tribunal
Internacional de Justiça, em Haia, de onde o jornalista Dutra Faria enviou várias
crónicas, a Exposição Universal de Bruxelas, onde Baptista Rosa, com a câmara de
filmar oculta debaixo do sobretudo, “furou” proibições e foi o único repórter
internacional a obter imagens do “corte-da-fita” pelo Rei Balduíno, as cerimónias
fúnebres de Pio XII e a eleição de João XXIII, cobertas pela equipa de enviados
especiais ao Vaticano (Teves, 2007). A RTP distinguia-se, definitivamente, dos outros
meios de comunicação social.
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A experiência e a maturidade ganhas durante a década de 60 permitiram ao canal
intensificar a quantidade de conteúdos noticiosos, passando a transmitir, em direto,
acontecimentos de grande envergadura. Destacam-se a visita do Papa Paulo VI a
Portugal, por ocasião do cinquentenário das aparições de Fátima, e a final da Taça
dos Clubes Campeões Europeus de Futebol, entre as equipas do Celtic de Glasgow e
do Internazionale de Milão. Entretanto, no continente, o número de subscritores de
taxas de televisão ultrapassava os 500 mil (Teves, 2007).
A ‘rede’ RTP alargou-se nos anos 70, chegando aos arquipélagos da Madeira (6 de
agosto de 1972) e dos Açores (10 de agosto de 1975), através de dois canais
regionais. Mas esse não foi o único feito conseguido pela empresa nessa década. Em
1975, a RTP foi nacionalizada, concretizando-se pelo Decreto-Lei n.º 674-D/75, de 2
de dezembro, e rescindindo o contrato de concessão que datava de 16 de janeiro de
1956. Segundo Vasco Teves (2007), “a nacionalização das posições sociais no capital
da Sociedade RTP-Radiotelevisão Portuguesa SARL, não pertencentes direta ou
indiretamente ao Estado, era inevitável”. A empresa passou a ser denominada por
RTP-Radiotelevisão Portuguesa, EP, e dirigida por uma Comissão Administrativa
constituído por cinco membros, de nomeação governamental, sob a proposta do
Ministro da Comunicação Social (Teves, 2007). A década de 70 viu ainda nascer a
RTP 2, a 16 de outubro de 1978.
Os anos 80 marcam mais um virar de página na história da televisão portuguesa.
Apesar de grande parte da população não possuir equipamentos adequados, o canal
público realizou a sua primeira emissão a cores a 7 de março de 1980. A final do
Festival RTP da Canção foi o programa escolhido para marcar o acontecimento. Para
além disso, após 25 anos de emissões, o canal estreou as primeiras telenovelas
nacionais e vários programas de cariz informativo e desportivo.
Implementada no panorama comunicacional português, a RTP decidiu alargar, na
década de 90, as suas emissões regulares para o estrangeiro de forma a “chegar
longe, a todo o lado onde se encontrasse a audiência natural da RTP” (Teves, 2007).
Nesta conjuntura, o canal televisivo pôs ‘no ar’, a 10 de junho de 1992, o seu quinto
canal, o de exclusiva vocação internacional, a RTPi. O canal tinha como principal
objetivo levar às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo os mais variados
programas dos quatro canais de televisão terrestre (os dois do continente e os dois
das regiões autónomas). Transmitindo emissões durante cinco horas nos dias úteis e
sete e nove horas ao sábado e ao domingo, respetivamente, a RTP direcionava os
seus conteúdos para a Europa, Ásia e África. Num folheto informativo distribuído pelo
Gabinete de Imprensa da empresa, lia-se:
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“Pela primeira vez, um canal de televisão que fala português chegará às distantes comunidades onde se fixaram, trabalham e dignificam milhões de nossos compatriotas. Trata-se de um canal de TV que acentuará a penetração da língua e da cultura portuguesa e que, aproveitando potencialidades tecnológicas impensáveis anos atrás, nos aproximará a todos, tornando mais pequeno o nosso mundo. É o que, afinal, se espera da RTPi, sendo isto, também, e certamente, o que as comunidades portuguesas desejam” (Teves, 2007).
Atentos à evolução digital, os profissionais do canal trabalharam com afinco para
que a RTP tivesse o seu próprio sítio online. A 28 de maio de 1993, o endereço
‘www.rtp.pt’ era registado oficialmente como domínio. A RTP foi o primeiro órgão de
comunicação social a estrear um sítio online a nível nacional (Zamith, 2008:113).
Apesar de, na altura, poucos portugueses terem acesso à internet, pela primeira vez,
era possível aceder, simultaneamente, às áreas de televisão e de rádio da empresa.
“Era a porta de entrada num novo painel de informação, de extrema amplitude; era o sítio da RTP na internet e quem a ele acedesse obtinha informação essencial sobre os seis canais de emissão e sobre o grupo empresarial RTP. Mais um veículo, portanto, para se chegar à programação, por exemplo, e não apenas a horários mas, também a conteúdos. Tornou-se, igualmente um meio de contacto privilegiado para quantos quisessem expressar críticas ou opiniões para o que havia um “mail” automático. Era ainda cedo para a televisão chegar ao ecrã do computador, com toda a sua pujança de imagens, mas já não faltava muito” (Teves, 2007).
Mais tarde, em 1997, o canal continuou a expandir-se mundialmente com o
aparecimento da RTP África, vocacionada para os Países Africanos de Língua
Portuguesa (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e
Príncipe). Arrancou a 7 de março, via satélite, com uma programação específica de
quatro horas de duração, evoluindo “com uma repartição equilibrada de programas de
informação, de caráter educativo e abrangendo vários géneros, tais como
documentários, musicais e culturais” (Teves, 2007). Entretanto, foram montadas e
entraram em funcionamento as delegações da RTP África nas capitais dos cinco
países africanos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Foram assim
confiadas a Henrique de Vasconcelos (Cidade da Praia), Ramiro Mendes (Luanda),
Fernando Gomes (Bissau), Paulo Costa (São Tomé) e Rosabela Afonso, com um
adjunto, Luís Fernandes (Maputo).
Com o lema ‘Uma Televisão Mais Portuguesa’, a partir de 1995, a RTP foi
evoluindo ao ritmo das novas tecnologias. Primeiramente, o setor da edição e dos
equipamentos sofreu profundas alterações, com a vulgarização do disco. A base de
gravação de suporte deixava de ser a fita para ser transferida para o disco. De
seguida, foi a vez dos canais RTPi e RTP África passarem por remodelações, através
P á g i n a | 30
da criação de salas de edição munidas de equipamentos digitais baseados em disco.
Nesta altura, através da ligação entre os postos de trabalho dos jornalistas e os
sistemas de edição, era possível editar vídeos através da rede. Estavam celebrados
os primeiros avanços tecnológicos do canal público. O esforço de modernização
prosseguia e a empresa entrou, a partir desse momento, na era da digitalização.
À entrada para o novo século, a RTP entendia, mais do que nunca, que o futuro
passaria pela internet. Segundo Vasco Teves (2007), o então diretor técnico do canal,
Ismael Augusto, sabia que a prioridade tinha de ser dada à televisão digital, uma vez
que representava ganhos em tempo e em eficiência.
Num despacho do Gabinete de Estudos da RTP, de 23 de dezembro de 1998, lê-se
que a empresa está cada vez mais focada numa evolução virada para o digital.
“O Conselho de Administração considerou, efetivamente, ser do maior interesse a RTP estudar as possibilidades, em articulação com a Direção Técnica e após parecer desta, estar presente no concurso público que irá ser aberto para atribuição da titularidade e operação das infraestruturas relativas à rede digital terrestre. O grupo de trabalho elaborará um estudo preliminar no sentido de serem definidos os pressupostos do eventual projeto a apresentar pela RTP no citado concurso, indicando-se nomeadamente as vantagens e inconvenientes dessa participação, as alianças necessárias, as implicações financeiras e os recursos humanos a envolver” (Teves, 2007).
Aos poucos, a RTP deixou de ser um simples canal de televisão, para se
transformar num meio de comunicação interativo. Desenvolver, adaptar e produzir
conteúdos para todas as plataformas digitais, e conceber e implementar soluções e
serviços que promovessem a interatividade entre a empresa e o público eram os
grandes objetivos do canal. A primeira década do século XXI caracteriza-se por isso
mesmo: a área de multimédia da RTP manteve-se em contínuo desenvolvimento de
atividade nos seus vários setores, promovendo novidade constantemente.
No final de 2004, surgiu a RTP-WAP, um desenvolvimento do sítio WAP da RTP,
que permitiu, pela primeira vez, aceder a conteúdos televisivos (notícias, guia TV,
meteorologia, totoloto, entre outros) através de um telemóvel. Nos anos seguintes
viriam a aparecer serviços de vídeo online e serviços SMS associados à atividade
televisiva. Mas foi o mobile TV que recebeu especial atenção pelos profissionais da
RTP. Cada vez mais desenvolvida, a televisão móvel dava a oportunidade de levar
emissões ao ecrã do telemóvel, disponíveis em qualquer ponto geográfico. As eleições
para a presidência da República, a 22 de janeiro de 2006, de que saiu vencedor Aníbal
Cavaco Silva, foram um ponto de viragem para a televisão digital. Quem possuísse
uma conexão à internet, através de um computador ou telemóvel, pôde acompanhar
todas as reportagens em tempo real. Depois de um período de ajustamento ao quadro
tecnológico digital, em julho do mesmo ano, o RTP Mobile e os serviços vídeo-on-
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demand13 eram uma realidade que oferecia emissões em videostream14 24 horas
sobre 24 horas, todos os dias. Numa entrevista dada ao canal em dezembro de 2006,
disponível no portal informativo do canal televisivo, o então diretor do mobile TV,
Carlos Vargas, reforçou a importância da evolução nos meios de comunicação.
“Os paradigmas de consumo estão a mudar constantemente, e não apenas em relação à televisão. Essa autêntica revolução social atravessa hoje todo o audiovisual. O cinema está a passar vertiginosamente a home video15, a rádio começa a oferecer múltiplas formas de podcast16 de grande qualidade, e a televisão inicia paulatinamente o seu movimento de deslocação da sala de estar para meios móveis. […] Os grandes ecrãs de plasma, hoje tão em voga, em breve ficarão reservados ao futebol, aos grandes espetáculos e ao cinema. Dentro de muito pouco tempo, será absurdamente desnecessário ir para casa ver um noticiário, um debate, um concurso ou um qualquer programa de televisão que não se insira numa daquelas três grandes categorias. […] A portabilidade das comunicações mudou quase por completo os nossos hábitos, mesmo os mais banais. E outros irão mudar, com os modernos smartphones a assemelharem-se a mini-rádio-televisores com qualidade hi-fi, incorporando câmaras vídeo e fotográficas, consolas de jogos e verdadeiros micro-portáteis com múltiplas capacidades web. Disponíveis no carro, nos transportes públicos, na rua, no campo ou na praia. No país ou no estrangeiro. Virtualmente, em qualquer canto do mundo onde exista rede móvel 3G. O aumento de capacidade da banda larga e da velocidade das comunicações, acompanhado de uma expetável baixa de preços de equipamentos e serviços, fará o resto. […] O mobile TV carece de algum tempo para se afirmar e vencer o chamado ‘tempo da descoberta’. Isto é, dar tempo aos diversos públicos para se sintonizarem com essa realidade fabulosa de poder levar a televisão no bolso, para qualquer lugar”.
E o profissional continuou, apresentando exemplos de vários países
industrializados.
“Por exemplo, em França, o país europeu onde existe atualmente a maior oferta de mobile TV, os estudos de audiometria mostram que 54% dos consumidores de televisão móvel tem mais de 24 anos, e 11% tem mais de 55. Claro que em matéria de rádio e televisão, nenhuma sociedade do mundo atingiu ainda o estado de mudança massiva de hábitos de consumo. […] Verifica-se que a curva de aumento da procura da televisão móvel é cada vez mais acentuada. […] O RTP Mobile registou nos primeiros dois meses de emissão um número superior a 200 mil utilizadores. Esse número excedeu as expetativas dos operadores móveis” (Vargas, Dezembro de 2006, Entrevista à RTP).
Convencidos que o futuro da televisão passava pela internet, os profissionais do
departamento multimédia delinearam mais um avanço tecnológico pioneiro em
Portugal: a disponibilização de conteúdos no sítio de vídeos gratuitos Youtube,
juntando-se assim à cadeia britânica BBC e à empresa radiofónica alemã Deutsche
Welle como primeiros operadores a terem espaços próprios no portal detido pelo
13
Trad.: Vídeo a pedido. 14
Trad.: Fluxo de media. Forma de distribuir informação, em vídeo, numa rede através de pacotes. 15
Termo que se refere à utilização e visualização de vídeos em casa para entretenimento próprio. 16
Nome dado ao arquivo de áudio digital, frequentemente em formato MP3, na i.
P á g i n a | 32
motor de busca Google. Estávamos em 2007. Segundo Carlos Vargas (2008) foi
“consensualmente reconhecido ao canal um papel pioneiro e uma posição liderante
numa área tecnológica que serve de base à nova televisão”.
Mas a RTP não parou por aí e, em maio de 2009, o canal adicionou um novo
aplicativo digital para os utilizadores de iPhone. Desenvolvida especialmente para este
aparelho móvel, a versão facilita o acesso ao conteúdo noticioso online. Dois anos
depois, a empresa apresenta a aplicação que mudou para sempre a forma como o
público interage com a televisão: a plataforma de Internet@TV. Este aplicativo marca
uma nova era no panorama televisivo, uma vez que, pela primeira vez em Portugal, é
possível aceder à internet a partir de um televisor. Disponível nos mais recentes
modelos, conhecidos por smart TV, através deste aplicativo, o telespetador tem à
disposição conteúdos informativos, desportivos e culturais, constantemente
atualizados (à semelhança das aplicações para smartphone). Numa altura em que a
questão da privatização da RTP está na ordem do dia17, o canal de televisão
caracteriza-se por ser mais do que isso. É uma rede de informação disponível nas
mais diversas plataformas (telemóvel, tablet, computador, smartphone), através de um
simples acesso à rede – a partir de 2010, o número de pessoas a possuir acesso à
internet aumentou consideravelmente, em Portugal. Mais, a presença de conteúdos
noticiosos da RTP está notoriamente implementada no mundo digital. Para além do
portal informativo, o canal oferece notícias constantemente atualizadas nas várias
redes sociais existentes, tais como o Facebook e o Twitter.
“O jornalismo tem obrigação de estar onde as pessoas estão, isso faz parte da essência da profissão: transmitir informação que interessa às pessoas. Essa informação, muitas vezes, as pessoas vão buscá-las às redes sociais. Portanto, nós, sem querermos encher as pessoas de informação, temos o cuidado de colocar as nossas principais notícias na página que temos no Facebook e no Twitter. […] Não é por acaso que a RTP está no topo, já há vários meses, com uma grande distância do segundo classificado, como a conta do Twitter mais acedida pelos cibernautas portugueses” (António Granado, 24 de julho de 2012, sede da RTP, Lisboa).
Para além disso, a televisão móvel continua o seu percurso em Portugal. Será a
televisão dos próximos anos? Tudo indica que sim, uma vez que caminhamos para
uma sociedade contemporânea cada vez mais virada para as aplicações e plataformas
digitais. Contudo, deverá ser preciso esperar alguns anos para que se implemente
17
A polémica tem início a 23 de março de 2010, quando o então ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, admitiu a possibilidade de privatizar a RTP. Desde então, esta questão tem feito correr muita tinta. Depois de anos de polémica, um novo ministro das Finanças – Vítor Gaspar é o atual – e um novo Governo, a questão persiste e a dúvida continua.
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totalmente, ao contrário do que acontece em países como os Estados Unidos, o Japão
e a França que já adotaram essa plataforma digital.
Quase 20 anos depois do seu registo na rede, o sítio da RTP totaliza 6.304.517
visitas18 e conta com 14 profissionais no departamento multimédia, responsáveis pela
componente televisiva (RTP) e radiofónica da empresa (Antena 1). A equipa definitiva,
apenas criada em setembro de 2011, tem como finalidades introduzir toda a
informação pertinente no sítio online do canal televisivo e realizar o ticker da
informação existente nos telejornais. António Granado explicou, na entrevista realizada
a 24 de julho de 2012, que os profissionais são divididos “em três turnos, um que entra
às sete da manhã, outro intermédio que entra por volta das 11 horas/meio-dia, e um
da tarde que entra por volta das 15/16 horas. Portanto, o departamento cobre o
período que vai entre as sete da manhã e a meia-noite”. Neste período laboral, no que
diz respeito à parte escrita,
“os profissionais fazem notícias e colocam telexes da Lusa online. No que toca à parte audiovisual, cortamos as peças dos principais jornais, ou seja, do Bom Dia Portugal, do Jornal da Tarde e do Telejornal, e também, eventualmente, de programas especiais que passam na televisão e que achamos importantes cortar para o site. […] No que diz respeito aos áudios, cortamos as peças que são passadas nos noticiários. Quando se trata de programas completos, […] há um sistema automático que mete o telejornal inteiro no site” (António Granado, 24 de julho de 2012, sede da RTP, Lisboa).
Para finalizar, voltemos à década de 1950, e mais precisamente ao ano de 1955,
quando a RTP ainda era ‘embrião’. A 19 de novembro desse ano, o major Jorge
Botelho Moniz, presidente do Rádio Clube Português, foi entrevistado por um jornalista
da Rádio Nacional que lhe perguntou se o aparecimento da televisão tinha vindo para
restringir o auditório da radiodifusão. Confrontado com a pergunta, o major responde
desta forma:
“Não. Acredito que o advento da TV nada prejudicará a radiodifusão sonora. Pelo contrário, os dois serviços tenderão a complementar-se mutuamente, mais do que a prejudicar-se entre si. Cada um terá o seu público, conforme a natureza e a hora dos programas. Não é preciso lembrar que a TV requer atenção visual que a radiodifusão sonora dispensa” (Vargas, 2006).
Parece que a história se repete. Desta vez a responsabilidade não é da televisão, mas sim, da internet.
18
Dados de junho de 2012. In: http://netscope.marktest.pt/
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CAPÍTULO II – METODOLOGIAS E PRESSUPOSTOS
1. Universo concetual
O século XXI abraçou uma nova sociedade. O mundo industrial deu lugar a um
espaço tecnológico, em que a internet se assume como um instrumento imprescindível
quer para os indivíduos, quer para as empresas. O setor da comunicação social não
passou despercebido por esta evolução e modificou a sua forma de trabalhar.
A dissertação de um mestrado caracteriza-se por ser um trabalho cuja finalidade é
desenvolver um tema pouco conhecido. Apesar de a presente temática ser estudada,
desde o final da última década do século XX, por muitos investigadores internacionais,
em Portugal, ainda são poucos os estudos existentes sobre a complementaridade da
internet nos media nacionais, principalmente no único canal público do país, e sobre o
impacto da aceleração do uso das ferramentas digitais e da vulgarização das redes
sociais nas rotinas dos jornalistas.
O presente estudo, ‘O Jornalismo em ‘Tempo Internet’: Mudanças nas Rotinas dos
Jornalistas da RTP’, nasce na vontade de perceber qual foi o real impacto que a rede
teve no quotidiano dos profissionais de comunicação. A RTP foi o media escolhido
para este estudo por se distinguir, a nível histórico, de qualquer outro meio de
comunicação. O canal de televisão caracteriza-se por ser o mais antigo do país e o
único canal público nacional (melhor será dizer o ‘ainda’ canal público português
devido à grande controvérsia existente à volta da sua privatização?). Para além disso,
tendo em conta que esta investigação tem como principal temática a internet, o facto
de a RTP ter sido o primeiro órgão de comunicação social português a possuir um sítio
online fez com que a escolha final recaísse, precisamente, neste canal televisivo.
Esta investigação quantitativa tem como principal finalidade analisar o impacto que
a rede teve e continua a ter no dia-a-dia dos jornalistas do canal público. Através de
técnicas estatísticas, “este método implica o aprofundamento na revisão da literatura e
a elaboração pormenorizada de um plano de investigação bem gizado em termos de
objetivos e devidamente estruturado” (Miranda, 2008). Deste modo, após um vasto
trabalho de pesquisa bibliográfica, foram traduzidos em percentagens, através de
inquéritos por questionários, as opiniões dos jornalistas redatores das diversas
delegações nacionais e internacionais da RTP (amostra) de forma a serem
classificadas e analisadas.
Por estudar um fenómeno atual (internet), no contexto da RTP, e tencionar
responder à questão ‘como a rede modificou as rotinas dos jornalistas?’, a presente
investigação caracteriza-se por ser um estudo de caso: “o investigador não pode
P á g i n a | 35
exercer controlo sobre os acontecimentos e o estudo focaliza-se na investigação de
um fenómeno atual no seu próprio contexto” (Yin apud Carmo & Ferreira, 2008:234).
“De acordo com esta perspetiva, considera-se que o estudo de caso é uma
abordagem metodológica que permite analisar com intensidade e profundidade
diversos aspetos de um fenómeno, de um problema, de uma situação real: o caso”
(Craveiro, 2007:206). A realidade sobre a complementaridade da internet no canal
público português é ainda pouco conhecida. Este estudo dirige-se ao esclarecimento e
delimitação do fenómeno ‘a rede nas rotinas jornalísticas’. Assim sendo, o estudo de
caso, investigação exploratória, “permite ilustrar e analisar uma dada situação real e
fomentar a discussão e a tomada de decisões” (Serrano, 2004 apud Craveiro,
2007:207).
A pergunta de partida delimita e enuncia, de forma específica, o problema a
estudar, explicitando os objetivos a conhecer. “Deve poder ser tratada. Deve-se poder
trabalhar eficazmente a partir dela e, em particular, deve ser possível fornecer
elementos para lhe responder” (Quivy & Campenhoudt, 1992:7). Nesta conjuntura, a
investigação procura conhecer: Qual o impacto das ferramentas digitais e das redes
sociais nas rotinas dos jornalistas redatores da RTP? Esta pergunta clara, precisa,
concisa, exequível e neutra, marca o ponto de partida para a realização do estudo.
Assim, esta investigação apresenta uma variável dependente, aquela que é
explicada em função das variáveis independentes. Caracteriza-se, deste modo, por ser
‘as rotinas dos jornalistas’, pois é nessa que se pretende conhecer os resultados,
medindo o impacto da era digital no quotidiano dos profissionais de comunicação.
Para responder a esta variável, foram analisadas várias questões fundamentais para a
prática jornalística na era digital: as variáveis independentes - aquelas que influenciam
os resultados referentes às mudanças das rotinas dos jornalistas. Assim sendo, foram
registadas as seguintes variáveis independentes: ‘a internet na atividade jornalística’;
‘a utilização do correio eletrónico e do telefone’; ‘a internet no contacto com as fontes e
o público’; ‘o sítio online’; ‘a utilização das redes sociais pelos jornalistas’. Por fim, o
estudo apresenta ainda uma variável mediadora – aquela que medeia o efeito entre a
variável dependente e independente. Neste caso, a escolha recaiu nos jornalistas
redatores do único canal público português. Assim sendo, a variável mediadora
permite restringir o estudo apenas aos redatores da RTP. Esta variável é de extrema
importância, uma vez que, por exemplo, se a investigação se centrasse em todos os
jornalistas e editores da RTP, sem dúvida que os resultados se apresentariam de
forma diferente. Também, a escolha limita-se apenas ao canal público português na
medida em que se universo fosse mais amplo, poder-se-ia correr o risco de ficar
imerso perante tanta informação disponibilizada.
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Através da variável mediadora, a escolha do universo concetual, total de indivíduos
com características comuns que entram na investigação, torna-se mais fácil, uma vez
que a população em estudo já é conhecida. Neste caso, o universo engloba todos os
jornalistas pertencentes aos quadros da RTP, divididos pelas diversas editorias e
delegações nacionais e internacionais. Totalizam-se 347 jornalistas, sendo eles
redatores, repórteres de imagem, editores, pivôs e membros da Direção de Informação
(ver anexo 1).
Tabela 1 – Listagem da totalidade dos jornalistas por delegações.
Local Totalidade de jornalistas
Sede (Lisboa) 214 Monte da Virgem (Porto) 89 Castelo branco 7 Coimbra 7 Bragança 6 Évora 4 Faro 3 Viana do castelo 2 Guarda 2 Vila real 1 Viseu 1 São Tomé e Príncipe 1 Brasil 1 Espanha 1 Guiné Bissau 1 Suíça 1 Cabo Verde 1 França 1 Angola 1 Moçambique 1 Bruxelas 1 Estados Unidos 1
TOTALIDADE – 347
2. Amostra
Segundo os investigadores Marconi e Lakatos (1996:28), “a amostra é uma parcela
conveniente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo”.
Neste caso, uma vez que seria complicado obter respostas de toda a população em
estudo, a escolha da amostra recaiu apenas sob os jornalistas redatores que
contribuem diariamente para a realização e difusão do telejornal, excluindo assim as
antenas internacionais e os programas 30 Minutos, Antenas Internacionais, Bom Dia
Portugal, Linha da Frente, Portugal em Direto e Sexta às 9. Também, não foram tidos
em conta para a investigação os pivôs do canal televisivo, os membros da estrutura da
Direção de Informação da RTP, e, claro, todos os repórteres e editores de imagem. No
total, foram excluídos 227 profissionais (ver anexo 2).
P á g i n a | 37
Tabela 2 – Listagem das editorias da RTP.
Editoria Tipo Pertence à amostra?
Trinta Minutos Programa semanal Não
Antenas Internacionais Programa de reportagens internacionais
Não
Apresentação Pivôs Não Artes e Espectáculos Editoria em Lisboa Sim Bom Dia Portugal Telejornal da manhã Não Coordenação Coordenação das diferentes
editorias Não
Delegações internacionais Todas as delegações internacionais
Sim
Delegações nacionais Todas as delegações nacionais
Sim
Desk Editoria relacionada como suporte e resolução de problemas técnicos
Não
Desporto Editoria em Lisboa Sim Economia Editoria em Lisboa Sim Estrutura Direção de Informação Responsáveis pela Direção
de Informação Não
Internacional Editoria em Lisboa Sim Linha da Frente Programa de reportagem Não Multimédia Editoria direcionada apenas
para o sítio online Não
Monte da Virgem Delegação do Porto Sim Política Editoria Sim Portugal em Direto Programa de reportagem,
entrevista e informação Não
Sexta às 9 Programa semanal Não Sociedade Editoria Sim
Assim sendo, entraram no estudo apenas os jornalistas redatores pertencentes às
editorias que trabalham diretamente para os noticiários da RTP (Jornal da Tarde e
Telejornal). Totalizam-se 120 jornalistas, divididos pelas diversas editorias e
delegações nacionais e internacionais.
Tabela 3 – Listagem da amostra por editorias.
Editorias Totalidade de jornalistas redatores
Monte da Virgem (Porto) 43 Sociedade (Lisboa) 18 Delegações nacionais 17 Delegações internacionais 11 Desporto (Lisboa) 10 Política (Lisboa) 7 Internacional (Lisboa) 6 Economia (Lisboa) 4 Artes e Espetáculos (Lisboa) 4
TOTALIDADE – 120
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Tabela 4 – Listagem da amostra por delegações.
Local Totalidade de jornalistas redatores
Sede (Lisboa) 49 Monte da Virgem (Porto) 43 Castelo branco 3 Coimbra 3 Bragança 3 Faro 2 Viana do castelo 2 Évora 1 Guarda 1 Vila real 1 Viseu 1 São Tomé e Príncipe 1 Brasil 1 Espanha 1 Guiné Bissau 1 Suíça 1 Cabo Verde 1 França 1 Angola 1 Moçambique 1 Bruxelas 1 Estados Unidos 1
Adquirir os correios eletrónicos de todos os jornalistas redatores pertencentes às
delegações de Lisboa e do Monte da Virgem não foi tarefa fácil. Depois de ter enviado
um e-mail para a diretora dos Recursos Humanos do canal televisivo, Marisa Garrido,
e não ter obtido qualquer resposta, apesar de muitas insistências, passados dois
meses, a orientadora desta dissertação, a também jornalista da RTP, Daniela
Santiago, conseguiu a informação, através da listagem das extensões telefónicas de
cada jornalista. No que diz respeito às delegações nacionais e internacionais, a tarefa
foi mais facilitada. Através dos contactos disponibilizados no sítio online do canal
televisivo, foram efetuadas chamadas telefónicas para cada delegação de forma a
conhecer a quantidade de profissionais (incluindo os jornalistas redatores)
pertencentes a cada uma delas e os seus respetivos endereços eletrónicos para o
posterior envio do inquérito.
Apesar de os questionários terem sido remetidos, por e-mail, várias vezes por
semana durante quatro semanas consecutivas aos profissionais, não foi possível obter
a totalidade das versões respondidas, certamente por falta de disponibilidade dos
mesmos. Na totalidade, foram 71 jornalistas que responderam ao inquérito por
questionário, garantindo assim uma taxa de resposta aceitável para o estudo de
59.2%.
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É de salientar ainda que, apesar de várias tentativas, o envio do inquérito para a
caixa de correio eletrónico de Manuel Alegre Duarte Portugal, jornalista da delegação
de Coimbra, falhou devido a esta se encontrar cheia.
Uma vez que o questionário foi realizado mediante um contrato de
confidencialidade, os nomes dos jornalistas foram suprimidos. Os inquiridos possuem
idades compreendidas entre os 31 e os 54 anos e a idade média é de 41. No que diz
respeito ao sexo, 35 são homens (49%) e 36, mulheres (51%). Também, é de
considerar que dos 71 jornalistas inquiridos, 50 possuem uma formação académica
em Comunicação Social/Jornalismo (70%) e apenas 9 já receberam uma formação
sobre jornalismo digital pela RTP (13%) (ver anexo 3).
Figura 3 – Quantidade de jornalistas redatores com formação académica em
Comunicação Social/Jornalismo.
Figura 4 – Quantidades de jornalistas redatores com formação em jornalismo
digital promovida pela RTP.
3. Questões de investigação
“O facto científico é conquistado, construído e verificado: conquistado sobre os
preconceitos; construído pela razão; verificado nos factos” (Quivy & Campenhoudt,
1992:3). Mas para se chegar aos factos, é, obviamente, necessário perfurar algumas
etapas essenciais para a execução de uma investigação. Primeiramente foi realizado
um trabalho exploratório, onde foi caracterizado, classificado e definido o problema
inicial do estudo.
“A pesquisa exploratória é vista como o primeiro passo da pesquisa científica e tem como principal objetivo o aprimoramento de ideias e/ou a descoberta de intuições. Esse tipo de pesquisa tem por finalidade proporcionar maiores informações sobre o assunto, facilitar a delimitação da temática de estudo, definir os objetivos de uma pesquisa […]. Nesse tipo de pesquisa o que conta
P á g i n a | 40
são as novas informações levantadas e não o diálogo com o conhecimento acumulado. A pesquisa exploratória envolve o levantamento bibliográfico e documental, […] e análise de exemplos que estimulem a compreensão do assunto estudado. Por mais que o seu planeamento seja bastante flexível, quase sempre assume a forma de pesquisa bibliográfica ou estudo de caso” (Gil, 1996).
Neste sentido, através da leitura de livros, teses de mestrado e de doutoramento,
jornais e edições online, a investigação foi orientada para o formato de estudo de caso
– o dos jornalistas redatores da RTP. A pesquisa e o levantamento bibliográficos
permitiram, assim, uma familiarização com a problemática em questão.
Numa segunda fase, após conhecer o universo concetual em estudo e a amostra,
foi elaborado um inquérito por questionário, instrumento de pesquisa para a recolha de
dados.
“Consiste em colocar a um conjunto de inquiridos, geralmente representativo de uma população, uma série de perguntas relativas à sua situação social, profissional ou familiar, às suas opiniões, à sua atitude em relação a opções ou a questões humanas e sociais, às suas expetativas, ao seu nível de conhecimentos ou de consciência de um acontecimento ou de um problema, ou ainda sobre qualquer outro ponto que interesse os investigadores” (Quivy & Campenhoudt, 1992:20).
Desta forma, na elaboração do questionário, foi tido em conta as características da
população escolhida para que esta se familiarizasse o mais facilmente possível com a
linguagem e as expressões técnicas utilizadas. Para tal, foi desenvolvido um conjunto
de questões com uma linguagem clara, objetiva, específica e de fácil compreensão.
Estas questões foram listadas por categorias a pesquisar e desenvolver, numa
sequência lógica, evitando assim repetições ou a ausência de questões importantes.
Também, o layout do inquérito foi pensado para uma fácil perceção e uma agradável
utilização, com uma estrutura lógica (ver anexo 4).
O inquérito por questionário ‘O Jornalismo em ‘Tempo Internet’’ apresenta-se
dividido em seis temáticas: dados sobre o jornalista; a internet na atividade jornalística;
a procura de conteúdo noticioso; o correio eletrónico e o telefone; o contacto com as
fontes e o público; o jornalista e as redes sociais. Os critérios de cada tema estão
intimamente ligados com a temática da investigação e foram escolhidos através de
critérios indispensáveis à mesma. Tendo em conta a informação obtida durante a
pesquisa exploratória, foram listados os pontos fulcrais a estudar e a desenvolver, com
o objetivo de centrar o estudo, de forma lógica e homogénea, nas questões relativas
ao impacto que a internet teve na pesquisa, produção e difusão da informação e no
contacto dos jornalistas com as fontes, o público e as ferramentas digitais
(principalmente com o correio eletrónico e as redes sociais).
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No que diz respeito às questões, foram utilizadas maioritariamente perguntas
fechadas de forma a centrar a escolha do inquirido a um número reduzido de
respostas possíveis. As questões fechadas apresentam-se ainda sob a forma de
escalas de importância, de concordância, de frequência e de escolha única. Por outro
lado, as perguntas abertas utilizadas permitem ao inquirido desenvolver o seu ponto
de vista sobre a importância do jornalismo digital no seu quotidiano.
De modo a facilitar o preenchimento, o questionário foi alojado no sítio do Google
Docs, portal que permite elaborar e colocar inquéritos online:
https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dGUycHZBXy1GNDlZY2JyV
Wc0eXpZZmc6MQ. O processo de inserção das perguntas no sítio não foi complexo.
Depois de entrar no portal através de uma conta no gmail.com, o portal oferece uma
secção para elaborar inquéritos (create form). Tendo em atenção as características
das perguntas (texto, texto parágrafo, múltipla escolha ou escala), estas foram
colocadas uma por uma. Depois de finalizada a tarefa, foi realizado um pré-teste, de
forma a encontrar possíveis erros, tanto ortográficos como de formatação. Por fim, o
inquérito foi partilhado e enviado para os 120 jornalistas redatores da RTP, no dia 7 de
junho de 2012.
Uma vez que o instrumento de pesquisa para a recolha de dados é o inquérito por
questionário, a observação caracteriza-se por ser não-participante, pois não existiu
interação direta com o objeto de estudo. Desta forma, não houve qualquer influência
no preenchimento dos questionários.
Também, de forma a obter dados indispensáveis para a compreensão do
funcionamento do sítio online do canal televisivo, foi realizada uma entrevista ao
diretor multimédia da RTP, António Granado, que conta apenas com perguntas
abertas, no sentido de deixar o entrevistado desenvolver as suas respostas e opiniões
(ver anexo 5). O encontro ocorreu a 24 de julho de 2012, na sede do canal televisivo,
em Lisboa.
4. Procedimentos na recolha de dados
Segundo os investigadores Quivy & Campenhoudt (1992:20), a recolha de dados
qualifica-se por ser “a execução propriamente dita da observação. Os dados obtidos
devem ter sido previstos no momento da conceção da observação. Devem dar a
informação e o grau de precisão necessário para as fases posteriores”. Deste modo,
depois de ter as versões dos inquéritos respondidas, as respostas foram recolhidas,
através de um tratamento de inquérito.
P á g i n a | 42
O sítio online Google Docs disponibiliza, automaticamente, os dados em
percentagem e apresentados em gráfico. Desta forma, as respostas quantitativas –
que têm como resultado números de uma determinada escala – foram convertidas e
quantificadas em percentagem (%). Através de print screen, as perguntas foram
agrupadas por tema, para facilitar a análise dos dados e, claro, para evitar erros na
recolha de informação, de forma a garantir a fiabilidade e a validade da investigação.
Foram estudadas as variáveis independentes: a utilização da internet pelo jornalista; a
internet na atividade jornalística; a procura de conteúdo noticioso; o correio eletrónico
e o telefone; o contacto com as fontes e o público; o jornalista e as redes sociais; o
funcionamento do sítio online da RTP. Por estarmos a lidar com uma investigação
quantitativa que possui o inquérito por questionário como instrumento de recolha de
dados, a análise utilizada no tratamento das respostas foi a estatística.
Os inquéritos por questionário foram recolhidos a 10 de julho de 2012, tendo tido
especial cuidado na preservação do anonimato dos jornalistas. Para conseguir
respeitar os prazos estipulados, não foi possível alongar a data de entrega do
questionário. Os jornalistas da RTP tiveram 34 dias para preencher o inquérito.
Dos 120 profissionais da amostra, 71 responder o questionário, dando uma taxa de
resposta de 59.2%.
Tabela 5 – Percentagem de taxa de resposta por delegações.
Local Quantidade de jornalistas inquiridos
Quantidade de jornalistas que responderam
Percentagem de taxa de resposta
Sede (Lisboa) 49 36 73.5% Monte da Virgem 43 12 27.90% Castelo branco 3 3 100% Coimbra 3 2 66.7% Bragança 3 3 100% Faro 2 2 100% Viana do castelo 2 2 100% Évora 1 1 100% Guarda 1 1 100% Vila real 1 1 100% Viseu 1 1 100% São Tomé e Príncipe 1 1 100% Brasil 1 0 0% Espanha 1 1 100% Guiné Bissau 1 0 100% Suíça 1 0 100% Cabo Verde 1 1 100% França 1 1 100% Angola 1 0 100% Moçambique 1 1 100% Bruxelas 1 1 100% Estados Unidos 1 1 100% Totalidade 120 71 59.2%
P á g i n a | 43
CAPÍTULO III - RESULTADOS
Após a recolha de dados, estes foram processados de forma a organizar e ordenar
a informação pelas seguintes categorias: a utilização da internet pelo jornalista; a
internet na atividade jornalística; a procura de conteúdo noticioso; o contacto com as
fontes e o público; o uso do correio eletrónico e do telefone; o funcionamento do sítio
online da RTP; o jornalista e as redes sociais. Desta forma, foi possível descrever e
relacionar as variáveis em estudo – variável dependente (as rotinas dos jornalistas), as
diversas variáveis independentes e a variável mediadora (redatores da RTP).
Os resultados, em percentagem, foram apresentados através de tabelas ou
gráficos para facilitar a sua leitura e compreensão, acompanhados de um texto
descritivo e explicativo.
1. A utilização da internet pelos jornalistas
Os jornalistas redatores da RTP utilizam diversas formas de acesso à rede, dos
quais se destacam os acessos fixos e móveis. Neste contexto, a mais utilizada, é,
inevitavelmente, a internet fixa: juntando as categorias ‘sempre’ e ‘muito
frequentemente’, 75% dos inquiridos indicaram que o acesso à rede é realizado
através de uma ligação fixa (seguindo-se as percentagem: 14% frequentemente, 8%
raramente e 3% nunca). Mas os hábitos estão a mudar progressivamente. De seguida,
aparece o acesso por wireless/Bluetooth – 62% dos jornalistas assinalaram que o
acesso à internet é feito por comunicação wifi sempre ou muito frequentemente (13%
frequentemente, 18% raramente e 7% nunca). Por fim, a banda larga é também uma
das formas utilizadas pelos profissionais: o acesso por este meio é sempre realizado
por 23% dos inquiridos, muito frequentemente por 31% e frequentemente por 20%.
Figura 5 – Grau de frequência de utilização nas formas de acesso à internet.
P á g i n a | 44
As plataformas de acesso à internet utilizadas pelos inquiridos são diversas,
destacando-se, principalmente, os smartphones/iPhone e os telemóveis: juntando as
categorias ‘sempre’ e ‘muito frequentemente’, 68% e 39% dos inquiridos indicaram,
respetivamente, usar estas novas plataformas de acesso à rede. Com menor
dimensão, aparecem, de seguida, o acesso através de notebook ou netbook pessoal
(35% responderam sempre ou muito frequentemente) e 29% indicaram que utilizam
um notebook ou netbook profissional sempre ou muito frequentemente. Por fim, o
acesso através de tablets/iPad ainda não é uma prática comum para os jornalistas da
RTP: apenas 17% acedem sempre ou muito frequentemente através destas
plataformas.
Figura 6 – Grau de frequência de utilização nas plataformas de acesso à internet.
P á g i n a | 45
No que diz respeito à utilização das ferramentas digitais, os inquiridos consomem,
maioritariamente, o correio eletrónico e os motores de busca: 99% utilizam sempre ou
muito frequentemente ambas as aplicações. As redes sociais também já têm um
impacto no quotidiano dos jornalistas, uma vez que 63% usam sempre ou muito
frequentemente esta ferramenta. Por fim, os profissionais indicaram que a utilização
de chats e fóruns de discussão ainda é parca: 54% raramente utilizam a aplicação.
Figura 7 – Grau de frequência de utilização das ferramentas digitais.
P á g i n a | 46
De acordo com os inquiridos, a internet possui características primordiais para
facilitar o seu quotidiano, nomeadamente a rapidez de comunicação que oferece
(76%), a atualização constante da informação disponibilizada (55%), a flexibilidade de
tempo (49%), a comodidade de utilização (46%) e a grande quantidade de informação
disponibilizada (46%). Por outro lado, duas características sobressaíram por não
serem consideradas relevantes para a profissão, sendo elas, a ausência de
regulação/supervisão (51% dos inquiridos indicaram não ser nada importante) e a
ausência de direitos de autor (49%).
Figura 8 – Grau de importância das características da internet.
P á g i n a | 47
No que diz respeito às diferentes formas de utilização da internet, as respostas
dos inquiridos são bastante homogéneas e consensuais. Neste contexto, é primordial
para 75% dos profissionais a consulta da caixa de correio eletrónico e para 59% a
consulta de notícias de última hora. Com maioria na categoria ‘muito importante’
ficaram as seguintes formas de utilização da internet: aprofundar conhecimentos sobre
fontes (52%); pesquisar possíveis estórias (49%); aprofundar assuntos para efeito de
reportagem/entrevista (42%); contextualizar notícias (37%); estabelecer contacto com
as fontes (35%). As perguntas com maior taxa de resposta na categoria ‘importante’
foram: traduzir conteúdo (49%); participar em redes sociais (39%); colocar conteúdo
online (38%); utilizar o corretor ortográfico (38%). É de salientar que este último tópico
obteve também 38% na categoria ‘nada importante’.
Figura 9 – Grau de importância nas formas de utilização da internet.
P á g i n a | 48
2. A internet na atividade jornalística
A maioria dos jornalistas inquiridos (54%) concorda totalmente com a afirmação ‘a
internet assume uma função fundamental para o desempenho da atividade
jornalística’, 42% concordam, 1% está indeciso e apenas 3% discordam.
Figura 10 – A internet assume uma função fundamental para o desempenho da
atividade jornalística.
A valorização de um jornalista no mercado de trabalho tem vindo a evoluir desde o
aparecimento da rede. É por isso fundamental, para 90% dos profissionais inquiridos
P á g i n a | 49
(41% concordam totalmente e 49% concordam), que os jornalistas tenham formações
sobre jornalismo digital – 6% estão indecisos e 4% discordam –, até porque 83%
concordam totalmente ou não que, sem conhecimentos sobre ferramentas digitais, o
jornalista é pouco valorizado no mercado de trabalho (6% estão indecisos, 8%
discordam). Mas é de relembrar que apenas 9 jornalistas já usufruíram de uma
formação sobre o jornalismo digital protagonizada pela RTP.
Figura 11 – Valorização dos jornalistas televisivos no mercado profissional.
A internet permitiu ao jornalista televisivo adquirir novas competências jornalísticas,
das quais se destacam o estabelecimento de contacto com novas fontes de
informação através da rede (23% primordial, 45% muito importante, 28% importante,
4% nada importante), técnicas de programação para adicionar elementos multimédia
ao texto (18% primordial, 32% muito importante, 34% importante, 15% nada
importante) e o manuseamento de hipertexto (14% primordial, 32% muito importante,
37% importante, 17% nada importante).
Figura 12 – Grau de importância das competências jornalísticas adquiridas na
era digital.
P á g i n a | 50
Por outro lado, 67 profissionais da amostra responderam à pergunta aberta ‘indique
cinco aspetos da sua rotina profissional alterada devido ao aparecimento da internet’,
dando uma taxa de resposta de 94,4% (ver anexo 6). As respostas diversificadas dos
jornalistas permitiram agrupá-las por temáticas predominantes. Desta forma, 59
inquiridos determinaram que a facilidade em consultar notícias online, sem quaisquer
fronteiras geográfico-temporais, em detrimento da visualização do telejornal e da
leitura de jornais em formato tradicional, permanece a grande mudança no quotidiano
profissional. De seguida, 26 profissionais salientaram a importância da facilidade e
rapidez em procurar possíveis estórias nos motores de busca, essencialmente no
Google, e 25 evidenciaram a rapidez na conexão com fontes de informação através do
correio eletrónico, em detrimento do contacto pessoal. Nesse sentido, os profissionais
sublinharam ainda que o acesso às mesmas tornou-se mais fácil. O uso constante do
correio eletrónico foi registado por 20 jornalistas e a facilidade em contactar com o
público de forma a obter um feedback dos trabalhos desenvolvidos por 14
profissionais. Menos retratados, mas também importantes ficaram as seguintes
mudanças de rotinas profissionais: poupança de tempo para pesquisar informação e
confirmar factos e redução de custos (13); conexão permanente à internet (11); acesso
e participação em redes sociais com fins profissionais (8); sedentarismo na forma de
trabalhar – mais tempo passado em frente ao computador em detrimento do trabalho
de rua/campo (7); recurso a arquivos digitais – menos idas à biblioteca e menor
utilização de documentação em papel (6); informação e comunicação à escala global
(5); facilidade em contactar com colegas de outros departamentos através do correio
eletrónico (4); rapidez na disseminação de conteúdo informativo (4).
Para 66% dos jornalistas inquiridos, o melhor órgão de comunicação social
existente para disseminar informação é a televisão, seguindo-se a internet (18%), as
agências noticiosas (8%), a imprensa (4%) e, por fim, a rádio (3%).
P á g i n a | 51
Figura 13 – Meios para difundir informação.
A internet gerou ainda a criação de uma nova escrita jornalística, a escrita digital,
independente de todas as outras já existentes. Com características próprias,
provenientes da escrita televisiva e da base do jornalismo, estas foram categorizadas
por grau de importância. Neste sentido, a objetividade, conceito base do jornalismo,
obteve o maior número de respostas na categoria ‘primordial’ (25%). As restantes
características apenas receberam relevância nas categorias ‘muito importante’ e
‘importante’: frases curtas (35% e 48% respetivamente); próxima da oralidade (25% e
48%); vocabulário simples (39% e 42%); texto de menor dimensão (34% e 52%); não
linear (28% e 51%).
Figura 14 – Grau de importância das características da escrita digital.
P á g i n a | 52
3. A procura de conteúdo noticioso
Apesar de a internet não ser considerada pelos inquiridos o melhor meio para
difundir informação, é, no entanto, catalogada como a ferramenta de excelência para
procurar conteúdo noticioso e, consequentemente, possíveis estórias: 55% concordam
(totalmente ou não) com a afirmação ‘a internet é a melhor ferramenta para procurar
informação’ – 20% estão indeciso, 15% discordam e 10% discordam totalmente.
Figura 15 – A internet é a melhor ferramenta para procurar informação.
O aparecimento da internet tornou a pesquisa de informação mais fácil e disponível
sem qualquer barreira geográfico-temporal. Neste contexto, os profissionais inquiridos
apontaram a internet como a configuração perfeita para pesquisar conteúdos
noticiosos (primordial para 46% e muito importante para 42%). Os contactos
profissionais seguem-se, muito perto (41% indicaram-nos primordiais, 42% muito
importantes e 14% importantes), tal como os contactos pessoais (32% consideraram-
nos primordiais, 38% muito importantes e 28% importantes). De seguida surgem os
órgãos de comunicação social, considerados fundamentais para a pesquisa e recolha
de conteúdo noticioso: outros canais televisivos nacionais (primordiais para 31%,
muito importantes para 44%, importantes para 24%); imprensa (primordial para 28%,
muito importante para 58%, importante para 14%); rádio (primordial para 18%, muito
importante para 61%, importante para 20%); canais televisivos estrangeiros
(primordiais para 13%, muito importantes para 56%, importantes para 24%, nada
importantes para 7%). Os arquivos documentais são, também, muito importantes para
45% dos inquiridos e importantes para 37%. Por fim, o press release obteve uma
percentagem pertinente (muito importante para 41% e importante para 45%).
P á g i n a | 53
Figura 16 – Grau de importância nas formas de pesquisar informação.
P á g i n a | 54
Os motores de busca são, sem dúvida, a ferramenta digital mais utilizada para
pesquisar conteúdos noticiosos – 73% dos inquiridos indicaram que utilizavam sempre
esta nova forma de procurar possíveis estórias. A intraNet, os portais informativos e as
redes sociais são outras alternativas na pesquisa de informação. No que diz respeito à
intraNet, 25% dos inquiridos indicaram que usavam sempre essa ferramenta, 34%
muito frequentemente e 28% frequentemente. Por outro lado, os portais informativos
são sempre utilizados por 23% dos profissionais, muito frequentemente por 32% e
frequentemente por 35%. O uso das redes sociais na procura de conteúdo noticioso
ainda está em crescimento e os resultados não consensuais provam-no: 20% utilizam-
nas sempre, 28% muito frequentemente, 28% frequentemente, 15% raramente e 8%
nunca. Com a mesma análise estão os portais de instituições governamentais (sempre
para 6%, muito frequentemente para 38%, frequentemente para 41% e raramente para
15%) e os portais de instituições/entidades não-governamentais (sempre para 8%,
muito frequentemente para 35%, frequentemente para 39% e raramente para 17%).
Figura 17 – Grau de frequência de utilização de ferramentas digitais para a
pesquisa de informação.
P á g i n a | 55
Embora não sejam consensuais, as respostas sobre o acesso às redes sociais para
pesquisar histórias que possam ser noticiadas demonstram que as redes sociais estão
a ganhar importância na atividade jornalística: 37% dos inquiridos indicaram que, em
média, acedem de zero a duas vezes por dia, 31% de duas a quatro vezes e 32%
mais de quatro vezes. No que diz respeito ao acesso aos motores de busca, as
respostas não deixam margem para dúvidas: 73% dos jornalistas inquiridos acedem a
estes últimos, em média, mais de quatro vezes por dia para encontrar conteúdo
noticioso. Com menos regularidade, 23% pesquisam duas a quatro vezes e apenas
4% acedem entre zero e duas vezes.
Figura 18 – Acesso às redes sociais e motores de busca para procurar
informação.
Apesar de ainda em crescimento, as redes sociais são também usadas para
pesquisar informações relevantes para a opinião pública. O Facebook aparece como a
rede social de eleição na pesquisa de informação (54%), seguida do Google+ (23%),
do Twitter (14%), de outras redes sociais (8%) e do LinkedIn (1%).
P á g i n a | 56
Figura 19 – Rede social mais utilizada para procurar informação.
4. O contacto com as fontes e o público
A internet está, também, a alterar, progressivamente, a forma de contactar com as
fontes de informação. Apesar de o contacto telefónico ainda prevalecer sob o uso do
correio eletrónico (35% dos inquiridos indicaram utilizar sempre o telefone/telemóvel
para contactar com as fontes, 46% muito frequentemente e 15% frequentemente), o e-
mail está a destacar-se, progressivamente, como uma das ferramentas mais
importante na rotina dos profissionais: 20% garantiram utilizá-lo sempre para contactar
com as fontes, 44% muito frequentemente, 24% frequentemente e,
surpreendentemente, 13% indicaram que utilizam esta ferramenta para os fins
indicados apenas raramente. Por outro lado, o contacto pessoal tem vindo a perder
importância: 17% dos jornalistas garantiram contactar sempre pessoalmente com as
suas fontes, 46% muito frequentemente, 21% frequentemente e 15% raramente. Por
fim, apesar de as redes sociais se tornarem uma ferramenta importante para a
pesquisa de conteúdo noticioso, esta últimas não são tão utilizadas para contactar
com as fontes de informação: apenas 1% dos inquiridos indicou usar sempre esta
ferramenta para contacto direto, 13% garantiram usá-la muito frequentemente e 25%
frequentemente. As taxas de resposta aumentam nas categorias ‘raramente’ e ‘nunca’,
com 28% e 32%, respetivamente.
Figura 20 – Grau de frequência de utilização nas formas de contactar com as
fontes.
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No que diz respeito à credibilidade atribuída às fontes de informação, aquela que
obteve a maior taxa de resposta foi, claramente, os conteúdos online disseminados
por outros órgãos de comunicação social, com 17% dos inquiridos a considerá-los
totalmente credíveis (muito credíveis por 37%, e credíveis por 45%). As relações
pessoais foram consideradas totalmente credíveis por 4% dos profissionais, muito
credíveis por 44%, credíveis por 44% e pouco credíveis por 7%. De resto, as
assessorias de imprensa/relações pessoais e as redes sociais continuam a ser vistas
de forma desconfiada pelos profissionais da RTP: para a primeira mencionada, apenas
3% a consideram totalmente credível, muito credível por 7%, credível por 59%, pouco
credível por 27% e nada credível por 4%. Pela sua vez, as redes sociais foram
consideradas totalmente credíveis por apenas 1% dos inquiridos, muito credíveis por
3%, credíveis por 14%, pouco credíveis por 66% e nada credíveis por 15%.
Figura 21 – Credibilidade de fontes de informação.
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Com a vulgarização da internet, o público passou a contactar com os jornalistas
através do correio eletrónico, em detrimento da utilização do telefone/telemóvel e do
contacto pessoal. Assim, antes da popularização da rede e das suas componentes, o
feedback do público era obtido por telefone/telemóvel (49%) e pessoalmente (42%).
Nos dias de hoje, as opiniões sobre os trabalhos desenvolvidos pelos jornalistas são
conseguidas, principalmente, através do correio eletrónico (69%).
Figura 22 – Feedback do público antes e depois do aparecimento da internet.
5. O uso do correio eletrónico e do telefone
Ferramenta de comunicação que prima pela sua rapidez, comodidade e
funcionalidade, o correio eletrónico instalou-se na rotina dos jornalistas de forma
essencial. O envio e a receção de documentação sobre determinado acontecimento
foram as características mais apontadas pelos inquiridos (46% determinaram-nas
primordiais, 42% muito importantes e 11% importantes). Em segundo lugar, surge o
estabelecimento de contacto com colegas de outra redação ou departamento (25%
indicaram esta opção como primordial, 44% como muito importante e 27% como
importante). Por fim, a comunicação com o público: 21% estabeleceu esta
característica como primordial, 34% como muito importante, 31% como importante e
14% como nada importante.
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Figura 23 – Grau de importância das características do correio eletrónico.
Sobre a afirmação ‘na RTP, o correio eletrónico, enquanto ferramenta de
comunicação, prevalece sob o contacto telefónico’, as respostas não são, de todo,
consensuais. As opiniões dos profissionais inquiridos divergem: 11% concordam
totalmente, 23% concordam, 27% estão indecisos, 34% discordam e 6% discordam
totalmente.
Figura 24 – Na RTP, a utilização do correio eletrónico, enquanto ferramenta de
comunicação, prevalece sob o contacto telefónico.
Na pergunta anterior, não foi possível perceber se o correio eletrónico obtém o
papel principal na atividade jornalística, em detrimento do telefone. Deste modo,
comparando a quantidade de telefonemas e correios eletrónicos profissionais
recebidos por dia (em média), foi possível estabelecer uma causa-efeito. Neste
sentido, 58% dos inquiridos indicaram que recebem mais de 10 telefonemas por dia,
enquanto 85% garantiram obter a mesma quantidade de correios eletrónicos
diariamente e 75% afirmaram aceder mais de dez vezes por dia à caixa de e-mail. O
uso do telefone é proporcional com o do correio eletrónico: ambos complementam-se.
P á g i n a | 60
Figura 25 – Número de telefonemas profissionais e correios eletrónicos
recebidos por dia (em média).
6. O funcionamento do sítio online da RTP
No que diz respeito às razões pelas quais as notícias são atualizadas no sítio
online da RTP, responderam à pergunta 63 jornalistas, dando 88.7% de taxa de
resposta. Apesar de ser uma pergunta aberta – os profissionais apresentaram
explicitamente a sua opinião –, as respostas foram bastante homogéneas (ver anexo
7). A principal razão das atualizações das notícias refere-se, justamente, ao próprio
conceito de notícia: evolução constante do estado do acontecimento/fenómeno. Desta
forma, foram 41 profissionais a indicar que é fundamental atualizar a informação
sempre que surge novos dados relevantes para o conhecimento do público, com o
principal objetivo de informar bem e de forma rápida. De seguida, a importância de
fidelizar e respeitar o público online foi apontada por 16 profissionais e oito
sublinharam a importância de garantir rigor, profissionalismo e credibilidade à notícia e
ao trabalho jornalístico. As restantes respostas provêm de uma minoria, mas que não
deixam de ser analisáveis: retificar notícias (5); fomentar a visualização de
determinada reportagem ou telejornal online (3); promover a RTP (2); existência de
uma equipa para o efeito (2).
Como está patente na pergunta anterior, uma das razões pelas quais as notícias
são atualizadas no sítio online da RTP deve-se ao aparecimento de conteúdo inexato
ou errado. Neste contexto, 79% dos inquiridos concordam totalmente ou não com essa
afirmação (15% estão indecisos, 4% discordam e 1% discorda totalmente).
P á g i n a | 61
Figura 26 – A internet disponibiliza uma grande quantidade de notícias com
conteúdos inexatos/errados.
Quanto à pergunta aberta ‘qual a primeira coisa que lhe vem à cabeça quando
pensa em jornalismo digital’, os jornalistas inquiridos indicaram respostas parecidas
(ver anexo 8). Dos 63 profissionais que responderam (88.7% de taxa de resposta), 14
salientaram a rapidez e imediatismo na disseminação da notícia. De seguida,
sucedem-se várias opiniões que registaram o mesmo número de respostas, oito:
futuro; internet; comunicação global; jornais e blogues online. A palavra multimédia
apareceu cinco vezes, enquanto o conceito de jornalismo-cidadão foi lembrado por
quatro inquiridos. Três jornalistas destacaram a importância da constante atualização
da informação, enquanto dois mencionaram a acessibilidade da rede e a importância
das novas tecnologias. Por fim, um profissional deu relevância ao acesso à informação
sem barreiras temporais nem geográficas.
7. O jornalista e as redes sociais
As redes sociais instalaram-se por completo também na vida privada dos
profissionais de comunicação do canal público: 89% dos jornalistas inquiridos
possuem uma ou mais contas particulares em redes sociais.
Figura 27 – Quantidade de jornalistas redatores inscritos em redes sociais.
Talvez devido ao conjunto de medidas impostas pelo então diretor de informação
do canal televisivo, José Alberto Carvalho, em 2009, os profissionais da RTP não
conseguem despir a capa de jornalista redator aquando da colocação de comentários
(acompanhados de suporte multimédia ou não) nas suas contas particulares: 86% dos
inquiridos admitiram ter cuidados no manuseamento dos conteúdos colocados nas
P á g i n a | 62
redes sociais. Assim, 35% dos jornalistas privam-se, muitas vezes, de postar
conteúdos pessoais e/ou profissionais (a maior taxa de resposta). Por fim, 72% dos
inquiridos nunca foram repreendidos, pela empresa, pelos comentários colocados nas
suas contas pessoais.
Figura 28 – Manuseamento dos conteúdos colocados nas redes sociais
particulares.
À pergunta aberta referente aos cuidados aquando da colocação de publicações
em contas de redes sociais particulares, dos 63 jornalistas redatores inscritos em pelo
menos uma rede social, 57 responderam à pergunta, dando uma taxa de resposta de
90,5% (ver anexo 9). O cuidado mais evidenciado pelos inquiridos (29) está
relacionado com os comentários colocados sobre assuntos internos à RTP e trabalhos
jornalísticos agendados ou em curso. De seguida, 26 inquiridos não colocam
mensagens de caráter político, religioso ou desportivo e 25 não expõem a vida privada
nem familiar nas redes sociais. Com uma taxa inferior de resposta, mas não menos
importantes ficaram as seguintes temáticas: procura de isenção jornalística e
imparcialidade (12); cuidados na exposição da opinião pessoal; cuidados na
linguagem utilizada e erros ortográficos; cuidados com o público-alvo; respeito pelos
direitos de autor; abstenção de comentar notícias “quentes”. É de salientar ainda que 6
jornalistas usam apenas as redes sociais para o envio de mensagens privadas e não
colocam qualquer tipo de conteúdo multimédia nos seus murais.
P á g i n a | 63
CAPÍTULO IV – CONCLUSÃO
Sítio online. Contas no Facebook e no Twitter. Disponibilização de conteúdos no
Youtube. Aplicativo digital para iPhone. Interação com a televisão através da
plataforma Internet@TV. A RTP está, sem dúvida, implementada nesta era
tecnológica, que parece crescer a passos de gigante, a cada dia que passa. Com um
total de 6.304.517 visitas19, o sítio online da RTP distingue-se por ser o mais visitado
entre os quatro canais televisivos portugueses. Nos últimos anos, o ainda canal
público também apostou nas redes sociais por motivarem uma grande afluência no
sítio online. Segundo o diretor de multimédia da RTP, António Granado, “neste
momento, grande parte do tráfego dos sites de notícias […] vem através das redes
sociais. Já ninguém pode viver sem estas ferramentas”. E o profissional exemplifica:
“Por exemplo, no jornal britânico The Guardian, sensivelmente 40% do seu tráfego, provém das suas redes sociais. Não basta já só escrevermos as notícias e deixá-las no site, é preciso escrever as notícias e divulgá-las nas redes sociais para que as pessoas tenham curiosidade em aceder ao site para ver ainda mais informação. Às vezes, há notícias que atingem uma dimensão brutal pelo número de partilhas que são feitas nas redes sociais, nomeadamente no Facebook” (24 de julho de 2012, sede da RTP, Lisboa).
Como se pode depreender por estas palavras, o jornalismo tem vindo a ganhar
sede de rapidez de produção e de disseminação de conteúdo noticioso, consequência
da internet. Os portugueses deixaram de consumir informação apenas através da
televisão. A rede passou a ocupar um espaço fundamental na forma de informar, não
só porque noticia constantemente, apenas à distância de alguns cliques, como
também disponibiliza conteúdo permanentemente atualizado, com textos objetivos, de
pequena dimensão, e próxima da oralidade, acompanhados de suportes áudio e
vídeo. Também, o próprio conceito de notícia, evolução constante do estado do
acontecimento, pressupõe essa atualização continuada. Neste sentido, a internet é o
único meio de comunicação capaz de fornecer informação sem quaisquer barreiras de
tempo e de espaço, com rigor e profissionalismo, através de sítios informativos.
Informar-se, aparentemente, bem e de forma rápida tornou-se mais fácil.
Para além de ter revolucionado o conceito de jornalismo e a estrutura da empresa,
com a criação de um departamento multimédia, dirigido por 14 profissionais, a internet
também alterou e facilitou o quotidiano dos jornalistas redatores, devido às suas
características funcionais (rapidez de comunicação, atualização constante da grande
19
Dados de junho de 2012. In: http://netscope.marktest.pt/
P á g i n a | 64
quantidade de informação disponibilizada, flexibilidade de tempo, comodidade de
utilização) e ferramentas de trabalho indispensáveis nos dias de hoje (correio
eletrónico, motores de busca, redes sociais, portais informativos e, com menor
relevância, chats/fóruns de discussão).
A internet assume assim, para a maioria dos inquiridos, uma função fundamental
para o desempenho da atividade jornalística, uma vez que facilita a consulta de
notícias online (de última hora) e de possíveis estórias (dentro como fora do horário
laboral). Simplifica ainda a comunicação com as fontes de informação, o público e os
colegas de outros departamentos, através do correio eletrónico, permitindo ainda
aprofundar assuntos para efeito de reportagem e entrevista e contextualizar notícias.
No essencial, a internet veio facilitar a pesquisa de conteúdo noticioso. O
desenvolvimento das ferramentas digitais permitiu a quebra de barreiras espácio-
temporais: a divulgação de conteúdo noticioso tornou-se universal, global. As notícias
constantemente atualizadas e ao alcance de todos permitem assim aos jornalistas e
ao próprio público manterem-se informados minuto a minuto.
Considerada ferramenta de excelência pelos inquiridos para pesquisar conteúdos
possíveis de serem noticiados, em detrimento do tradicional contacto profissional ou
pessoal e dos diversos órgãos de comunicação social nacionais ou internacionais
(imprensa, rádio, canais de televisão, agências noticiosas), a internet oferece várias
ferramentas de pesquisa de informação (motores de busca, intraNet, portais
informativos, de instituições governamentais e não-governamentais, e as redes
sociais). A procura de conteúdo noticioso nestas últimas é ainda realizada com
resguardo por parte dos jornalistas, devido à existência de muita informação errada –
81% dos inquiridos caracterizaram-nas como fontes de informação pouco ou nada
credíveis, contrariando a opinião do diretor multimédia da RTP:
“As redes sociais, ao contrário do que alguns dizem, não trouxeram apenas boatos. Temos um papel muito bem delineado enquanto profissional de comunicação: confirmar a informação. Portanto, quando há uma notícia de que eu desconfio, não a publico. E enquanto não conseguir confirmar os factos, não publico nada. Por exemplo, alguém telefona para cá e diz que morreu tal pessoa, ou temos a certeza absoluta que é verdade ou não publicamos essa informação. Com o conteúdo que encontramos na internet é a mesma coisa. Só publicamos aquilo que está confirmado” (António Granado, 24 de julho de 2012, na sede da RTP, Lisboa).
Por outro lado, a televisão é ainda considerada o meio por excelência para informar
de forma segura e eficaz, apesar dos emergentes sítios online dos restantes meios de
comunicação nacionais ganharem cada vez mais a confiança dos inquiridos, por
seguirem as regras base do jornalismo (objetividade, rigor, imparcialidade, atualização
constante, factos garantidos).
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No que diz respeito às rotinas propriamente ditas dos jornalistas redatores, a
grande mudança passa pela forma como os profissionais consomem a informação. De
facto, os inquiridos já consultam os conteúdos noticiosos através de sítios online, em
detrimento da visualização do telejornal e da leitura de jornais/revistas em papel.
Também, o correio eletrónico tornou-se parte integrante do quotidiano dos jornalistas.
Distinguindo-se pela sua rapidez e funcionalidade, o correio eletrónico é,
essencialmente, utilizado enquanto ferramenta de comunicação para facilitar o
contacto com o público, colegas de outra redação ou departamento e fontes de
informação, e, claro, para enviar e receber documentação sobre determinado
acontecimento.
Apesar do uso crescente do correio eletrónico, a utilização do telefone continua
significativa. Ambos complementam-se. Por exemplo, o contacto com fontes de
informação é feita quer por correio eletrónico, quer por telefone ou telemóvel,
dependendo das circunstâncias e da importância da comunicação (rapidez na ligação,
envio de suporte multimédia ou não, aspetos geográficos, etc.). Por consequência, o
contacto pessoal perdeu interesse e valor na sociedade completamente virada para
uma comunicação rápida, funcional e (praticamente) gratuita. Por outro lado, as
crescentes redes sociais não são, surpreendentemente, utilizadas pela maioria dos
inquiridos para entrar em contacto com as fontes, deixando de lado a funcionalidade
do chat/fórum de discussão.
Se o correio eletrónico não ‘roubou’ o protagonismo ao telefone na relação
existente entre os jornalistas e as fontes de informação, o mesmo não se pode dizer
no contacto com o público. De facto, com a vulgarização da rede, os profissionais
passaram a obter feedback dos seus trabalhos desenvolvidos através do correio
eletrónico, em detrimento do contacto pessoal e do uso do telefone ou telemóvel.
Mas a questão da rapidez na disseminação de conteúdo noticioso abrange outra
discussão mais controversa: o jornalista cidadão. Os vídeos amadores são favoráveis
para o jornalismo televisivo? É um facto que o jornalista não pode estar no local do
acontecimento na altura que ocorre (apenas por coincidência), portanto, com a
presente era multimédia cada vez mais marcada, tornou-se importante aceitar os
vídeos amadores para complementar e fundamentar a notícia, tanto no sítio online da
RTP como também nos diversos telejornais difundidos ao longo do dia no canal
público. Desta forma, a resposta tende a ser positiva, tendo em conta a grande
quantidade de notícias que surgem nos telejornais graças aos vídeos amadores. Por
exemplo, as primeiras imagens transmitidas pela RTP, após o temporal da Madeira, a
20 de fevereiro de 2010, que destruiu grande parte da ilha do Funchal, foram,
precisamente, filmadas pela população presente no local. As imagens do vídeo
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amador mostram assim o fenómeno em tempo real, ainda quando as câmaras da RTP
não estavam no local. Outro exemplo da mesma natureza: o tsunami no Japão
ocorrido a 11 de março de 2011, onde aparece no vídeo amador imagens que
mostram o momento em que a maré negra atinge a cidade costeira de Miyako, no
norte do país. As catástrofes naturais são assim um bom exemplo para demonstrar a
importância dos vídeos amadores não só para informar instantaneamente mas
também para complementar, fundamentar e enriquecer a informação noticiada no sítio
online e nos telejornais televisivos da RTP.
Figura 29 – Imagens captadas por amadores nas catástrofes naturais da Madeira
e do Japão transmitidas no sítio online e nos telejornais da RTP.
Mas esta nova forma de fazer jornalismo não é recente. O caso dos atentados do
11 de setembro de 2001, no World Trade Center, em Nova Iorque, representa o ponto
de viragem para o jornalismo-cidadão. Sem a população presente no local, nenhum
mass media teria filmagens amadoras (mas essenciais) do embate do avião contra a
primeira Torre Gémea. Estas imagens chegaram a todas as cadeias televisivas
nacionais e internacionais. Desde então, esta prática generalizou-se, e a RTP não foi
uma intrusa no processo.
Figura 30: Imagens captadas por um vídeo amador durante os atentados do 11
de setembro, em Nova Iorque.
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Os vídeos amadores servem, de igual modo, para mostrar e captar momentos da
realidade dificilmente alcançados pelos jornalistas, como por exemplo, a captura e a
morte do ditador e comandante Muammar Kadhafi. As imagens de um vídeo captado
por um telemóvel, de baixa qualidade, mostram as cenas violentas que levaram o
ditador à morte. A RTP publicou esse vídeo online e transmitiu-o no Telejornal de 29
de outubro de 2011.
Figura 31: Vídeo amador mostrando ao público a morte de Muammar Kadhafi.
Os vídeos amadores têm assim como principal função mostrar o cenário de
acontecimentos essencialmente trágicos, mas, decerto, de acesso impossível aos
jornalistas. Desta forma, foi possível noticiar, por exemplo, o clima sentido, por cerca
de quatro mil pessoas, no interior do navio cruzeiro que naufragou junto à ilha de
Giglio, na região italiana da Toscânia, a 13 de janeiro de 2012; os diversos confrontos
vividos na Síria durante estes últimos meses; e o pânico sentido momentos após um
atentado no centro de Oslo, na Noruega, a 15 de julho de 2011, que vitimou 77
pessoas. Em declarações ao Diário de Notícias, em finais de 2010, o então diretor de
informação da RTP, José Alberto Carvalho, considerou esta prática jornalística
importante, reconhecendo que de todo “o material recolhido é editado, é alvo de um
processo seletivo feito por um jornalista”.
Figura 32: Vídeos amadores com relatos durante o naufrágio do Costa
Concordia junto à Toscânia e após o atentado em Oslo de 2011.
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Para além dos vídeos amadores, os jornalistas inquiridos dão especial atenção às
redes sociais oficiais de figuras políticas, entre outras (apesar de, como analisado
anteriormente, considerarem estes sítios online pouco credíveis). Já foram vários os
comentários de políticos colocados na sua página pessoal do Facebook,
nomeadamente, e que se transformaram em notícia da RTP. Dois exemplos em data:
o primeiro é protagonizado pelo fundador e antigo líder do Bloco de Esquerda,
Francisco Louçã, aquando da sua decisão em não voltar a recandidatar-se à liderança
do partido. A opção foi divulgada, através de uma Carta aos Ativistas e ao Povo do
Bloco, no Facebook, a 17 de agosto de 2012, às 22:57. No dia seguinte, o Jornal da
Tarde arrancava com esta informação; o segundo exemplo reporta-se ao discurso de
apoio aos portugueses colocado na página pessoal do Facebook do primeiro-ministro,
Pedro Passos Coelho, a 8 de setembro de 2012, um dia depois de ter apresentado as
medidas de austeridade para o próximo ano, em direto, no canal público. No dia
seguinte, o Jornal da Tarde abria com esta notícia.
Figura 33: Abertura do Jornal da Tarde com a notícia da saída de Francisco
Loução no BE após uma carta colocada na sua página pessoal do Facebook.
Figura 34: Notícia sobre o discurso escrito de Pedro Passos Coelho, no
Facebook, depois de apresentar as medidas de austeridade para 2013.
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Estes exemplos mostram a importância das imagens captadas por vídeos
amadores e das informações recolhidas nas redes sociais: sem elas, muito
dificilmente, a informação seria divulgada e noticiada com rigor, transparência e no seu
todo. Mas nem tudo é perfeito, e os profissionais inquiridos admitiram que esta prática
trouxe uma componente mais sedentária ao jornalismo, passando mais tempo em
frente ao computador, tanto para atualizar as notícias colocadas na rede como
também para procurar conteúdos em arquivos digitais.
Por último, é importante registar a mudança, ainda que progressiva, na forma de
acesso à rede pelos jornalistas redatores inquiridos. Apesar de a internet fixa ser ainda
a mais utilizada por parte dos profissionais, o acesso por wireless/Bluetooth está a
ganhar uma importância considerável, devido à crescente necessidade de estar em
permanente ligação com a caixa de correio eletrónico e os sítios informativos. Neste
sentido, foram aparecendo, nos últimos anos, plataformas de acesso mais cómodas e
práticas, tais como o smartphone/iPhone, e, mais recentemente, o tablet/iPad. Os
computadores portáteis (notebook/netbook pessoal e/ou profissional) estão a
conceder, pouco a pouco, o papel principal a estas novas tecnologias, apesar de o uso
dos tablets não ser (até agora) uma prática universal por partes dos inquiridos, por ser
um instrumento ainda recente.
Considerada o futuro do jornalismo pela maioria dos profissionais inquiridos, a
internet parece não acabar de crescer e de criar aplicações digitais úteis e funcionais
para o quotidiano tanto dos jornalistas como também dos telespetadores/cibernautas.
Segundo António Granado, “todos nós já estamos a consultar o telemóvel para ver
notícias. A cada dia que passa, no mundo, há novas pessoas a mudar os hábitos de
se informar. No jornal espanhol El País, por exemplo, o tráfego móvel entre 2010 e
2012 aumentou de 600%” (24 de julho de 2012, sede da RTP, Lisboa). Em Portugal,
os números não são tão relevantes devido aos preços ainda elevados dos aditivos
internet20. No entanto, para o diretor multimédia do canal, trata-se apenas de uma
questão de tempo para que esta situação se reverta. “Apesar do preço elevado dos
planos, já vejo pessoas irem à internet, através do telemóvel, consultar notícias.
Quando os planos forem baratos, as pessoas vão consultar em todo lado, em todos os
momentos”. António Granado alimentou este argumento através de outro exemplo:
“Já há frigoríficos que vêm com internet incorporada, daqui uns anos todos passarão a ter ‘net integrada. É uma coisa que não custa nada. Através da rede wireless em casa, os frigoríficos passarão a ser um aparelho para fazer compras online. Portanto, vamos poder ver internet em todo o lado, de certeza” (24 de julho de 2012, sede da RTP, Lisboa).
20
Planos de acesso à internet nos telemóveis/smartphone/iPhone.
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Este crescimento permanente da rede poderá colocar em causa a viabilidade da
televisão tradicional. Já é possível interagir com conteúdos online a partir das novas
smart tv21, é também exequível entrar em contacto com noticiários através de uma
aplicação especial para iPhone, é ainda possível ver televisão nos smartphone e
tablet. É, por isso pertinente, perguntar-se até onde pode chegar o crescimento da
internet? Qual o futuro da televisão tradicional e da web tv? Para António Granado,
não é possível prever qualquer cenário para o desenvolvimento da rede e das suas
aplicações, referindo que “há alguns anos atrás, achávamos impossível, uma loucura,
colocar uma imagem ou um filme na web. Ninguém via filmes porque pesava muito.
Agora o Youtube veio trazer milhares e milhares de filmes. […] Há alguns anos atrás
ninguém sabia o que era o Facebook e agora é o site mais consultado do mundo”. No
entanto, sobre o futuro da televisão, o diretor multimédia da RTP possui uma opinião
bem formada e antevê o fim da televisão tradicional, sincronizada, para dar lugar a
uma televisão interativa, móvel.
“A televisão está condenada, como já estiveram os jornais em papel, que é uma coisa que já não existe. Vê-se nos últimos números de vendas em Portugal. […] Nunca pensei ver o dia em que o Público e o Diário de Notícias vendessem menos do que 20 mil exemplares por dia. E isso já são números inacreditavelmente baixos. […]. Portanto, acho que vai acontecer exatamente o mesmo à televisão que ainda não sofreu grande impacto. Está a sofrer aos poucos. Por exemplo, já estamos constantemente a ver programas gravados e a coisa vai agudizar-se com estes acessos todos que vamos ter com as smart TV. Vamos conseguir, na televisão, ver todos os programas através da internet […] Vai ser brutal. A televisão, tal como a conhecíamos, tem grandes problemas de sobrevivência […] porque o consumo de televisão está a mudar e vai claramente continuar a mudar nos próximos anos” (24 de julho de 2012, sede da RTP, Lisboa).
O co-fundador da empresa norte-americana, Reed Hastings, tem uma visão mais
futurista da televisão dos próximos anos.
“O que acontece agora com as smarts TV já aconteceu com os smartphones. Elas são o futuro. Mas inicialmente nem todos se interessam pelos modelos com novas funções, como o acesso à internet e todo o conjunto de aplicativos que se pode usar no dia-a-dia. E é claro que nem todos podem pagar um televisor deste género. Mas esses custos vão baixar ao longo do tempo, tornando o produto acessível. […] Pense nas televisões como iPads gigantes. Elas terão aplicações, serão flexíveis para o utilizador. Será algo conveniente para ter em casa. Alguns modelos poderão ter um ecrã sensível ao toque, exatamente como os tablets, e formas diferentes de controlo, como o acionamento por voz e gesto” (Entrevista à revista brasileira Veja, 30 de agosto de 2012).
21
Termo usado para descrever a integração da internet Web 2.0 com televisores. Estes dispositivos oferecem conteúdo interativo como jogos, aplicações, vídeo a pedido, etc.
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De facto, esta nova visão do mercado televisivo não é, de todo, surreal. Na Feira de
Tecnologia de Berlim, que ocorreu no início de setembro de 2012, foi apresentado
aquele que é considerado o aparelho do futuro, a televisão OLED, que, para além de
ter um ecrã sensível ao toque, permite visualizar dois programas distintos, em
simultâneo, através da colocação de óculos possuidores de botões para mudar de
canal. O aparelho caracteriza-se também por ter uma definição ainda inexistente no
mercado: a definição 4k, ou seja, quatro vezes mais do que o atual televisor com alta
definição. Deverá estar à venda durante o verão de 2013. Em declarações à RTP22, a
3 de setembro de 2012, o diretor de marketing para televisores e produtos
audiovisuais da Samsung europeia, Michael Zoeller, considerou que este modelo, “em
comparação com as televisões tradicionais, é absolutamente extraordinário”, avaliando
um futuro auspicioso para a nova tecnologia: “Acreditamos que, no espaço de uma
década, a televisão OLED tornar-se-á o padrão da indústria de televisão”.
Figura 35 – Imagem de um televisor OLED com definição quatro vezes superior
aos ecrãs com alta definição.
A internet cresce agora, vai crescer amanhã, e continuará a crescer, seguramente,
nos próximos anos. O futuro é apenas uma incógnita, mas um presente em que todos
nós estamos infiltrados, em que ninguém pode escapar, e em que ninguém parece
querer escapar. A internet tornou-se o meio que informa, o meio poderoso que mudou
o quotidiano dos jornalistas, pôs em causa órgãos de comunicação como a imprensa e
a rádio, e que está, neste momento, a mudar o panorama televisivo nacional e
internacional. Agora resta continuar a evoluir com esta poderosa ferramenta, e ver o
que o futuro reserva à internet e ao jornalismo em ‘tempo internet’.
22
In: http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=584301&tm=6&layout=122&visual=61
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TEVES, Vasco (2007), Grandes Acontecimentos na Informação e no Desporto. RTP
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TEVES, Vasco (2007), Rádio e Televisão de Portugal – O Ciclo das Grandes
Decisões. RTP Online [Internet] Disponível em http://seed2.rtp.pt/50anos/50Anos/Livro
/DecadaDe00/RadioETelevisaoDePortugal-OCicloDasGrandesDecisoes/ [Consult. 2
de março de 2012]
TEVES, Vasco (2007), RTP em Dez Anos. RTP Online [Internet] Disponível em
http://213.58.135.110/50anos/50Anos/Livro/DecadaDe60/RTPAos10Anos/ [Consult. 2
de março de 2012]
TEVES, Vasco (2007), RTP: Nascimento e Primeiros Passos. RTP Online [Internet]
Disponível em http://seed2.rtp.pt/50anos/50Anos/Livro/DecadaDe50/RTPNascimentoE
PrimeirosPassos/ [Consult. 2 de março de 2012]
VARGAS, Carlos (2008), Mobile TV – Os Primeiros Dois Anos. RTP Online [Internet]
Disponível em http://www.rtp.pt/wportal/grupo/newsletter/newsletter10/mobiletv.html
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Vídeo-amador Mostra a Destruição Semeada em Oslo (25 de julho de 2011), RTP
Online [Internet] Disponível em http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=464347
&tm=7&layout=122&visual=61 [Consult. 18 de agosto de 2012]
Vídeo-amador Mostra Pânico no Interior do Navio que Naufragou em Itália (15 de
janeiro de 2012), RTP Online [Internet] Disponível em http://www.rtp.pt/noticias/index.
php?article=518317&tm=7&layout=122&visual=61 [Consult. 18 de agosto de 2012]
Anexos
Anexo 1 – Universo concetual: listagem dos jornalistas da RTP.
Nome Local
1 Adília Maria Claro Godinho Sede
2 Agostinho José Goncalves Veríssimo Sousa Roxo Sede
3 Alda Susana Santos Costa Cerqueira Monte da Virgem
4 Aldina Conceição Reis Aguiar Sede
5 Alexandra Isabel Cabrita André Sede
6 Alexandre Albuquerque Sede
7 Alexandre José Alves Mateus Bragança
8 Alexandre Santos Sede
9 Alexandre Manuel Parreira Leandro Sede
10 Alexandre Miguel Barnes Ferreira Sede
11 Amélia Maria Gomes Ferreira Lemos Sousa Sede
12 Ana Carina Cortes Romeu Sede
13 Ana Carla Canário Figueiredo Soares Sede
14 Ana Cristina Cardoso Fonseca Monte da Virgem
15 Ana Cristina Franco Gomes Sede
16 Ana Filipa Simas Rocha Almeida Sede
17 Ana Isabel Rodrigues Pessoa Felício Monte da Virgem
18 Ana Isabel Silveira Almeida Varela Ramos Sede
19 Ana Luísa Bento Rodrigues Sede
20 Ana Maria Alexandre Santos Teixeira Sede
21 Ana Maria Ferreira Afonso Silva Pascoa Sede
22 Ana Maria Valente Soares Correia Sede
23 Ana Paula Conceição Pitas Almeida Sede
24 Ana Paula Martins Eustáquio Gomes Sede
25 Ana Paula Morais Ribeiro Sede
26 Ana Paula Moura Magalhães Monte da Virgem
27 Ana Rita Ramos Azevedo Silva Sede
28 Ana Rita Rodrigues Freitas Clemente Almoster Sede
29 Ana Sofia Nunes Marques Rodrigues Faro
30 Anabela Maria Vitoriano Casimiro Santos Sede
31 André Miguel Machado Castro Ribeiro Monte da Virgem
32 Andreia Margarida Duarte Neves Monte da Virgem
33 António Alberto Folgado Pezerat Correia Sede
34 António Carlos Mendes Silva Oliveira Monte da Virgem
35 António Filipe Caldeira Nabo Sede
36 António Jorge Costa Vieira Monte da Virgem
37 António José Oliveira Fernandes Monte da Virgem
38 António José Rodrigues Sabino Monte da Virgem
39 António Luís Magalhães Castro Sede
40 António Manuel Antunes Conceição Sede
41 António Manuel Bentes Esteves Sede
42 António Manuel Esteves Martins Bruxelas
43 António Maria Nunes Ferreira Sede
44 António Nunes Monteiro Limão Sede
45 António Pedro Feio Ribeiro Mateus Sede
46 António Pedro Fernandes Valador Sede
47 António Pedro Franco Neves Amanajas Silva Monte da Virgem
48 António Pedro Sousa Lima Caldeira Figueiredo Monte da Virgem
49 Arlindo Matias Cid Monte da Virgem
50 Armando José Cabrita Seixas Brito Ferreira Sede
51 Arthur Manuel Vigie Paiva Pona Sede
52 Artur José Prazeres Oliveira Faneco Sede
53 Benjamim Francisco Matias Seixas Sede
54 Berta Maria Ferreira Freitas Sede
55 Bruno Miguel Santos Jesus Sede
56 Carla Alexandra Peixoto Oliveira Quirino Sede
57 Carla Maria Rodrigues Santos Duarte Sede
58 Carla Sandra Rodrigues Trafaria Sede
59 Carla Sofia Teixeira Santos Adão Sede
60 Carla Susana Rio Tinto Viana Diogo Sede
61 Carlos Albuquerque Sede
62 Carlos Alberto Oliveira Lucas Sede
63 Carlos Alberto Simões Valente Sede
64 Carlos Augusto Bernardo Jesus Sede
65 Carlos Daniel Bessa Ferreira Alves Monte da Virgem
66 Carlos Jorge Silva Marques Cassiano Sede
67 Carlos Jorge Soares Mendes Oliveira Sede
68 Carlos Manuel Anunciação Pinota Sede
69 Carlos Manuel Arronches Matias Sede
70 Carlos Manuel Cantanhede Santos Sede
71 Catarina Borges Ribeiro Vaz Sede
72 Catarina Maria Veiga Miranda Sede
73 Cecília Maria Santos Carmo Mateus Jesus Sede
74 Cláudia Alves Viana Monte da Virgem
75 Cláudio Campos Calhau Coimbra
76 Cristiana Maria Martins Ferreira Freitas Monte da Virgem
77 Cristina Maria Silva Pires Pegado Liz Sede
78 Daniel Santos Catalão Monte da Virgem
79 Daniela Gomes Santiago Sede
80 David José Freitas de Araújo Bragança
81 David Miguel Cervan Costa Lopes Monte da Virgem
82 Diana Palma Duarte Sede
83 Duarte Miguel Ledo Valente Monte da Virgem
84 Eliana Raquel Silva Ramalho Lopes Sede
85 Elisabete Teixeira Pereira Monte da Virgem
86 Elsa Maria Saraiva Marujo Sede
87 Elsa Regina Salgueiro Silva Baltazar Sede
88 Estela Maurícia Oliveira Machado Monte da Virgem
89 Fernanda Cristina Esteves Pessoa Oliveira Sede
90 Fernanda Maria Matos Fernandes Sede
91 Fernando Goncalves Andrade Sede
92 Fernando Jorge Almeida Nobre Sede
93 Fernando José Real Miravent Tavares Sede
94 Fernando Manuel Armada Rocha Sede
95 Fernando Martins Barata Sede
96 Filipa Fernandes Costa Sede
97 Filipe Eduardo Santos Silva Sede
98 Filipe Manuel Oliveira Pinto Monte da Virgem
99 Florência Robalo Basílio Frango Castelo Branco
100 Francisco Simão Martinho Bragança
101 Guilherme Manuel Almeida Amaral Brízido Sede
102 Guilherme Renato Resende Silva Terra Monte da Virgem
103 Hélder Jorge Goncalves Antunes Sede
104 Hélder Conduto Sede
105 Hélder Miguel Ribeiro Silva Monte da Virgem
106 Helena Maria Cruz Lopes Monte da Virgem
107 Helena Maria Custódio Figueiras Faro
108 Helena Paula Sousa Silva Fernandes Andrade Sede
109 Hélio Pedro Santos Martins Sede
110 Henrique José Costa Pestana Vasconcelos São Tomé e Príncipe
111 Hermano António Santos Soares Sede
112 Hugo Miguel Lemos Viana Melo Sede
113 Hulda Moreira Cabo Verde
114 Isabel Maria Duarte Marques Costa Sede
115 Isabel Maria Fazendeiro Rosa Sede
116 Isabel Maria Franco Moutinho Venceslau Monte da Virgem
117 Isabel Maria Goncalves Magalhães Sede
118 Isabel Maria Pereira Santos Sede
119 Ismael Marcos Prata Guarda
120 Jaime Fernando Oliveira Guilherme Sede
121 Joana Araújo Figueiredo Franca Martins Monte da Virgem
122 João Adelino Ramiro Faria Sede
123 João Alfredo Sá Figueiredo Sede
124 João Carlos Rosário Sede
125 João Fernando Correia Ramos Monte da Virgem
126 João Francisco Oliveira Botas Sede
127 João Gabriel Ferreira Costa Tome Carvalho Sede
128 João Gabriel Mouga Fernandes Sede
129 João Luís Cordeiro Gomes Oliveira Viana Do Castelo
130 João Manuel Ornelas Amorim Faro
131 João Maria Cabral Pacheco Miranda Brasil
132 João Mário Pacheco Caldeirinha Sede
133 João Miguel Soares Santos Sede
134 João Paulo Costa Ferreira Sede
135 João Paulo Serra Martins Sede
136 João Pedro Almeida Sede
137 João Pedro Mendonça Sede
138 João Ricardo Vasconcelos Albino Silva Castelo Branco
139 Joaquim Jorge Oliveira Silva Monte da Virgem
140 Joaquim Pedro Silva Campos Sede
141 Jorge Manuel Cantanhede Guerreiro Sede
142 Jorge Manuel Gameiro Pereira Sede
143 Jorge Manuel Martins Esteves Guarda
144 Jorge Manuel Nobre Almeida Sede
145 José Adelino Marques Ramos Sede
146 José António Afonso Rodrigues Santos Sede
147 José António Nunes Farias Castelo Branco
148 José António Robalo Vilas Boas Monte da Virgem
149 José Carlos Dias Ramalho Sede
150 José Carlos Lima Silva Monte da Virgem
151 José Carlos Ribeiro Martins Fialho Oliveira Sede
152 José Freitas Ribeiro Monte da Virgem
153 José Luciano Moutinho Barreira Vila Real
154 José Luís Silva Pinto Carvalho Monte da Virgem
155 José Manuel Jesus Silva Levy Sede
156 José Manuel Laires Portugal Coimbra
157 José Manuel Marques Almeida Viseu
158 José Maria Costa Ramos Ramos Sede
159 José Maria Nunes Carrilho Évora
160 José Paulo Laranjeira Cruz Moreira Monte da Virgem
161 José Pedro Almeida Vieira Monte da Virgem
162 José Pedro Neves Marques Pereira Monte da Virgem
163 José Rui Afonso Rodrigues Henriques Sede
164 José Sérgio Oliveira Gomes Sede
165 José Silva Pinto Fonseca Sede
166 José Tomas Lopes Simões Carvalho Sede
167 Judite Maria Jorge Silva Sede
168 Laura Maria Marcelino Santos Sede
169 Laurentina Carmo Araújo Monte da Virgem
170 Lavínia Maria Rocha Leal Sede
171 Lígia Maria Cartas Veríssimo Carvalho Sede
172 Lígia Maria Teixeira De Sousa Sede
173 Liliana Andreia Abreu Guimarães Monte da Virgem
174 Liliana Mónica Silva Claro Sede
175 Luís Afonso Leiria Pinto Sousa Lobo Sede
176 Luís Alberto Justo Amorim Sede
177 Luís Carlos Mendes Flores Monte da Virgem
178 Luís Filipe Nunes Fonseca Sede
179 Luís Henrique Leitão Pereira Monte da Virgem
180 Luís Manuel Candeias Moreira Sede
181 Luís Manuel Nogueira Costa Monte da Virgem
182 Luís Miguel Nunes Silva Loureiro Monte da Virgem
183 Luís Miguel Santos Vilar Sede
184 Luís Pedro Osório Mendonça Corte Real Sede
185 Luís Santos Canhão Bilro Sede
186 Luísa Augusta Sousa Bastos Sede
187 Luísa Fernanda Vaz Sequeira Fernandes Sede
188 Luzinira Abreu Frangoulis Sede
189 Mafalda Sofia Carvalho Gameiro Cepa Sede
190 Magda Maria Vieira Sousa Martins Rocha Monte da Virgem
191 Manuel Aires Vasconcelos Meneses Sede
192 Manuel António Moimenta Salselas Monte da Virgem
193 Manuel António Rodrigues Afonso Santos Sede
194 Manuel Augusto Ramos Costa Sede
195 Manuel Fernando Teixeira Gomes Guiné-Bissau
196 Manuel Jaime Pires Liberato Monte da Virgem
197 Manuel Alegre Duarte Portugal Coimbra
198 Manuel João Carreiras Prates Oliveira Évora
199 Manuel Silva Oliveira Monte da Virgem
200 Manuel Silva Queiroz Monte da Virgem
201 Mara Alexandra Madeira Caetano Sede
202 Marcelo Cristiano Guedes Sá Carvalho Monte da Virgem
203 Marcelo Paulo Mendes Sobral Monte da Virgem
204 Márcia Maria Rodrigues Margalha Santos Estados Unidos
205 Margarida Isabel Duque Dias Francisco Monte da Virgem
206 Margarida Maria Silva Tavares Monte da Virgem
207 Maria Alberta Grilo Marques Fernandes Sede
208 Maria Alexandra Azevedo Flores Costa Vieira Monte da Virgem
209 Maria Alexandra Bernardino Pereira Branquinho Monte da Virgem
210 Maria Carmo Barbosa Gomes Peres Miranda Monte da Virgem
211 Maria Carmo Pereira Ribeiro Martins Sede
212 Maria Cerqueira Barbosa Viana Do Castelo
213 Maria Conceição Valente Costa Lima Monte da Virgem
214 Maria Cristina Pereira Godinho Sede
215 Maria Dores Vilela Magalhães Monte da Virgem
216 Maria Eugenia Feiteira Freitas Pinheiro Sede
217 Maria Fátima Andrade Ferreira Silva Monte da Virgem
218 Maria Fátima Barbosa Campos Ferreira Sede
219 Maria Fátima Conceição Faria Monte da Virgem
220 Maria Fátima Dias Alves Sede
221 Maria Fátima Ferreira Araújo Monte da Virgem
222 Maria Fátima Lopes Pires Silva Hakaw Chang Sede
223 Maria Filomena Cosme Giesta Simões Fragoso Sede
224 Maria Florbela Guerreiro Godinho Sede
225 Maria Florinda Santos Guerra Carvalho Monte da Virgem
226 Maria Graça Vieira Figueira Chaves Sede
227 Maria Irene Mendes Lima Camoesas Ramos Monte da Virgem
228 Maria Isabel Benta Lopes Damásio Sede
229 Maria Isabel Guerreiro Silva Costa Sede
230 Maria Isabel Igreja Cardoso Sede
231 Maria Joana Lopes Lima Ramalhão Monte da Virgem
232 Maria João Almeida Novais Silveira Sede
233 Maria Luísa Neto Santos Mariano Sede
234 Maria Madalena Sousa Mendes Monte da Virgem
235 Maria Manuela Jesus Sousa Sede
236 Maria Margarida Pinho Fernandes Neves Sousa Sede
237 Maria Pilar Naya Eleutério Sede
238 Maria Rosário Pires Salgueiro Sede
239 Maria Teresa Costa Martins Sede
240 Maria Teresa Leitão Costa Sede
241 Mário Alberto Santos Sede
242 Mário Jorge Morais Raposo Castelo Branco
243 Marta Jorge Martins Sede
244 Miguel Marin Costa Barroso Sede
245 Mónica Andreia Correia Gomes Monte da Virgem
246 Natacha Sofia Godinho Macedo Silva Sede
247 Noé Eduardo Nóbrega Monteiro Suíça
248 Nuno Alexandre Sabino Rodrigues Batista Castelo Branco
249 Nuno Henrique Calixto Tavares Sede
250 Nuno Iglésias Santos Carrilho Perlouro Sede
251 Nuno José Sousa Almeida Castro Sede
252 Nuno Miguel Carneiro Rodrigues Fernandes Bragança
253 Nuno Miguel Duarte Santos Sede
254 Nuno Miguel Pinto Silva Pereira Sede
255 Osvaldo José Silva Costa Simões Sede
256 Patrícia Carolina Francisco Lucas Sede
257 Patrícia Isabel Fernandes Lopes Bragança
258 Patrícia José Campos Serra Carvalho Pedrosa Sede
259 Patrícia Vasconcelos Machado Rodrigues Sede
260 Paula Cristina Damas Rebelo Monte da Virgem
261 Paula Cristina Mendes Costa Coimbra
262 Paula Cristina Ramos Ribeiro Meira Sede
263 Paula Maria Martinho Silva Monte da Virgem
264 Paula Maria Sarmento Felisberto Sede
265 Paulo Alexandre Craveiro Rolão Coimbra
266 Paulo Alexandre Lavoura Carvalho Goncalves Sede
267 Paulo Deolindo Santos Nunes Sede
268 Paulo Jorge Alves Pereira Évora
269 Paulo Jorge Lima Dentinho França
270 Paulo Jorge Rodrigues Jerónimo Monte da Virgem
271 Paulo Jorge Santos Cardoso Sede
272 Paulo Jorge Santos Silva Sede
273 Paulo José Marques Oliveira Coimbra
274 Paulo Manuel Alves Maio Gomes Monte da Virgem
275 Paulo Nuno Santos Martins Sede
276 Paulo Solipa Sede
277 Pedro Fernando Teixeira Pena Monte da Virgem
278 Pedro Gonçalo Vieira Ribeiro Sede
279 Pedro Jorge Pereira Moreira Sede
280 Pedro Jorge Ribeiro Teichgraber Monte da Virgem
281 Pedro Jorge Ventura Costa Sede
282 Pedro Manuel Marques Cardoso Pessoa Sede
283 Pedro Manuel Ramos Teodoro Coimbra
284 Pedro Manuel Simões Faria Boa Alma Sede
285 Pedro Manuel Tavares Mateus Sede
286 Pedro Maria Fernandes Areal Rothes Monte da Virgem
287 Pedro Martins Sede
288 Pedro Miguel Gomes Rodrigues Monte da Virgem
289 Pedro Miguel Goncalves Benevides Sede
290 Pedro Miguel Oliveira Pinto Monte da Virgem
291 Pedro Nuno Marques Carvalhinho Castelo Branco
292 Raquel Garcia Gomes Monte da Virgem
293 Regina Dulce Teixeira Borges Fonseca Sede
294 Ricardo Alexandre Passos Mota Sede
295 Ricardo José Bayao Horta Sá Gomes Sede
296 Ricardo Miguel Castro Nunes Sede
297 Ricardo Telmo Grácio Moreira Mota Moçambique
298 Rita Isabel Marrafa Morganheira Carvalho Sede
299 Rita Maria Mendes Silveira Gouveia Monte da Virgem
300 Rosa Maria Cunha Veloso Espanha
301 Rui Amândio Ferreira Valério Mesquita Monte da Virgem
302 Rui António Rodrigues Magalhães Monte da Virgem
303 Rui Cesar Magalhães Martins Monte da Virgem
304 Rui José Morais Monteiro Sousa Romano Sede
305 Rui Loura Sede
306 Rui Manuel Alves Cardoso Sede
307 Rui Manuel Cara Linda Lagartinho Sede
308 Rui Manuel Domingues Silva Sede
309 Rui Manuel Ferreira Alves Veloso Sede
310 Rui Manuel Machado Rodrigues Sede
311 Rui Manuel Piedade Miranda Sede
312 Rui Manuel Silva Sá Monte da Virgem
313 Rui Miguel Meireles Santos Monte da Virgem
314 Rui Miguel Santos Teixeira Sede
315 Rui Paulo Sousa Alves Santos Castro Monte da Virgem
316 Rui Vasco Palhais Rosa Sede
317 Rute Cristina Barbara Sá Cipriano Sede
318 Samuel Arlindo Valente Freire Sede
319 Sandra Cristina Dias Claudino Sede
320 Sandra Manuela Felizarda Salvado Castelo Branco
321 Sandra Manuela Machado Soares Monte da Virgem
322 Sandra Margarida Silva Vindeirinho Sede
323 Sandra Maria Costa Sá Couto Monte da Virgem
324 Sandra Maria Felgueiras Oliveira Sede
325 Sandra Maria Rodrigues Sousa Monte da Virgem
326 Sandra Marina Fernandes Pereira Monte da Virgem
327 Sandra Miquelina Godinho Duarte Sede
328 Sara Teresa Pacheco Cravina Sede
329 Sebastião Filipe Coelho Ferreira Sede
330 Sérgio Cerqueira Lindim Ramos Sede
331 Sérgio Luís Tavares Silva Vicente Sede
332 Sérgio Santos Tomas Monte da Virgem
333 Sílvia Maria Moreira Brandão Bragança
334 Sofia Margarida Fernandes Marques Monte da Virgem
335 Sónia Maria Silva Teixeira Monte da Virgem
336 Teresa Alexandra Correia Marques Augusto Sede
337 Teresa Mafalda Guilherme Ferreira Teles Sede
338 Teresa Maria Marques Évora
339 Tiago Miguel Gordo Passos Sede
340 Tiago Nuno Almada Contreiras Sede
341 Vanda Goretti Marques Silva Freire Sede
342 Vanessa Cristina Rodrigues Amaral Brízido Sede
343 Vasco Josué Silva Pereira Monte da Virgem
344 Virgílio Manuel Morais Matos Monte da Virgem
345 Vítor Manuel Caetano Amorim Sede
346 Vítor Manuel Correia Silva Sede
347 Vítor Manuel Goncalves Loureiro Sede
Anexo 2 – Amostra: listagem dos jornalistas redatores da RTP.
Nome Local Editoria
1 Adília Maria Claro Godinho Sede Artes e Espetáculos
2 Alda Susana Costa Cerqueira Monte da Virgem Redação
3 Alexandra Isabel Cabrita André Sede Economia
4 Alexandre Albuquerque Sede Desporto
5 Alexandre José Alves Mateus Bragança Redação
6 Alexandre Santos Sede Desporto
7 Ana Carina Cortes Romeu Sede Sociedade
8 Ana Cristina Cardoso Fonseca Monte da Virgem Redação
9 Ana Filipa Simas Rocha Almeida Sede Sociedade
10 Ana Isabel Rodrigues Pessoa Felício Monte da Virgem Redação
11 Ana Luísa Bento Rodrigues Sede Sociedade
12 Ana Paula Moura Magalhães Monte da Virgem Redação
13 Ana Sofia Nunes Marques Rodrigues Faro Redação
14 André Miguel Machado Castro Ribeiro Monte da Virgem Redação
15 Andreia Margarida Duarte Neves Monte da Virgem Redação
16 António Carlos Mendes Silva Oliveira Monte da Virgem Redação
17 António Filipe Caldeira Nabo Sede Política
18 António Manuel Esteves Martins Bruxelas Redação
19 António Pedro Fernandes Valador Sede Internacional
20 António Pedro Sousa Caldeira Figueiredo Monte da Virgem Redação
21 Armando José Seixas Ferreira Sede Sociedade
22 Berta Maria Ferreira Freitas Sede Sociedade
23 Carla Susana Rio Tinto Viana Diogo Sede Sociedade
24 Carlos Albuquerque Sede Desporto
25 Carlos Daniel Bessa Ferreira Alves Monte da Virgem Redação
26 Cláudia Alves Viana Monte da Virgem Redação
27 Cristiana Maria Martins Ferreira Freitas Monte da Virgem Redação
28 Daniel Santos Catalão Monte da Virgem Redação
29 Daniela Gomes Santiago Sede Política
30 Diana Palma Duarte Sede Artes e Espetáculos
31 Duarte Miguel Ledo Valente Monte da Virgem Redação
32 Eliana Raquel Silva Ramalho Lopes Sede Artes e Espetáculos
33 Estela Maurícia Oliveira Machado Monte da Virgem Redacção
34 Fernanda Maria Matos Fernandes Sede Sociedade
35 Francisco Simão Martinho Bragança Redação
36 Hélder Conduto Sede Desporto
37 Hélder Miguel Ribeiro Silva Monte da Virgem Redação
38 Helena Maria Cruz Lopes Monte da Virgem Redação
39 Helena Maria Custódio Figueiras Faro Redação
40 Henrique José Costa Pestana Vasconcelos São Tomé e Príncipe
Redação
41 Hulda Moreira Cabo Verde Redação
42 Isabel Maria Franco Moutinho Venceslau Monte da Virgem Redação
43 Joana Araújo Figueiredo Franca Martins Monte da Virgem Redação
44 João Carlos Rosário Sede Economia
45 João Fernando Correia Ramos Monte da Virgem Redação
46 João Francisco Oliveira Botas Sede Internacional
47 João Luís Cordeiro Gomes Oliveira Viana Do Castelo Redação
48 João Maria Cabral Pacheco Miranda Brasil Redação
49 João Miguel Soares Santos Sede Política
50 João Paulo Costa Ferreira Sede Economia
51 João Pedro Almeida Sede Desporto
52 João Pedro Mendonça Sede Desporto 53 João Ricardo Vasconcelos Albino Silva Castelo Branco Redação
54 Joaquim Jorge Oliveira Silva Monte da Virgem Redação
55 Jorge Manuel Martins Esteves Guarda Redação
56 José António Nunes Farias Castelo Branco Redação
57 José Luciano Moutinho Barreira Vila Real Redação
58 José Manuel Jesus Silva Levy Sede Sociedade
59 José Manuel Marques Almeida Viseu Redação
60 José Maria Costa Ramos Ramos Sede Sociedade
61 José Paulo Laranjeira Cruz Moreira Monte da Virgem Redação
62 José Pedro Neves Marques Pereira Monte da Virgem Redação
63 Lavínia Maria Rocha Leal Sede Sociedade
64 Lígia Maria Veríssimo Carvalho Sede Sociedade
65 Lígia Maria Teixeira De Sousa Sede Internacional
66 Liliana Andreia Abreu Guimarães Monte da Virgem Redacção
67 Luís Filipe Nunes Fonseca Sede Sociedade
68 Luís Henrique Leitão Pereira Monte da Virgem Redacção
69 Luís Miguel Nunes Silva Loureiro Monte da Virgem Redação
70 Luísa Augusta Sousa Bastos Sede Política
71 Magda Maria Vieira Sousa Martins Rocha Monte da Virgem Redação
72 Manuel Aires Vasconcelos Meneses Sede Internacional
73 Manuel Alegre Duarte Portugal Coimbra Redação
74 Manuel Fernando Teixeira Gomes Guiné-Bissau Redação
75 Márcia Maria Rodrigues Santos Estados Unidos Redação
76 Maria Alexandra Azevedo Costa Vieira Monte da Virgem Redação
77 Maria Cerqueira Barbosa Viana do Castelo Redação
78 Maria Fátima Conceição Faria Monte da Virgem Redação
79 Maria Fátima Ferreira Araújo Monte da Virgem Redação
80 Maria Isabel Benta Lopes Damásio Sede Política
81 Maria Isabel Guerreiro Silva Costa Sede Internacional
82 Maria Joana Lopes Lima Ramalhão Monte da Virgem Redação
83 Maria Madalena Sousa Mendes Monte da Virgem Redação
84 Maria Manuela Jesus Sousa Sede Sociedade
85 Maria Margarida Neves Sousa Sede Sociedade
86 Marta Jorge Martins Sede Internacional
87 Noé Eduardo Nóbrega Monteiro Suíça Redação
88 Patrícia Isabel Fernandes Lopes Bragança Redação
89 Patrícia Machado Rodrigues Sede Sociedade
90 Paula Cristina Damas Rebelo Monte da Virgem Redação
91 Paula Cristina Mendes Costa Coimbra Redação
92 Paula Maria Martinho Silva Monte da Virgem Redação
93 Paulo Alexandre Craveiro Rolão Coimbra Redação
94 Paulo Jorge Lima Dentinho França Redação
95 Paulo Jorge Rodrigues Jerónimo Monte da Virgem Redação
96 Paulo Ramiro Frazão Silva Catarro Angola Redação
97 Pedro Jorge Ribeiro Teichgraber Monte da Virgem Redação
98 Paulo Nuno Santos Martins Sede Desporto
99 Paulo Solipa Sede Desporto
100 Pedro Martins Sede Desporto
101 Pedro Miguel Benevides Sede Política
102 Pedro Miguel Oliveira Pinto Monte da Virgem Redação
103 Raquel Garcia Gomes Monte da Virgem Redação
104 Ricardo Telmo Moreira Mota Moçambique Redação
105 Rosa Maria Cunha Veloso Espanha Redação
106 Rui Manuel Cara Linda Lagartinho Sede Artes e Espetáculos
107 Rui Manuel Ferreira Alves Veloso Sede Economia
108 Rui Manuel Silva Sá Monte da Virgem Redação
109 Rui Loura Sede Desporto
110 Sandra Manuela Felizarda Salvado Castelo Branco Redação
111 Sandra Manuela Machado Soares Monte da Virgem Redação
112 Sandra Margarida Vindeirinho Sede Sociedade
113 Sandra Maria Costa Sá Couto Monte da Virgem Redação
114 Sandra Maria Rodrigues Sousa Monte da Virgem Redação
115 Sandra Marina Fernandes Pereira Monte da Virgem Redação
116 Sandra Miquelina Godinho Duarte Sede Sociedade
117 Sérgio Luís Tavares Silva Vicente Sede Sociedade
118 Sónia Maria Silva Teixeira Monte da Virgem Redação
119 Teresa Maria Marques Évora Redação
120 Tiago Nuno Almada Contreiras Sede Política
Anexo 3 – Caracterização da amostra.
Nome Idade Sexo Habilitações Literárias
Formação académica
Delegação
Jornalista 1 31 Masculino Licenciatura Professor de Ensino Básico
Bragança
Jornalista 2 42 Masculino 12.º Ano Artes Lisboa Jornalista 3 38 Feminino Licenciatura Jornalismo Lisboa Jornalista 4 38 Feminino Mestrado Jornalismo Lisboa Jornalista 5 34 Feminino Mestrado Jornalismo Lisboa Jornalista 6 36 Feminino Doutoramento Jornalismo Lisboa Jornalista 7 45 Masculino Licenciatura História Lisboa Jornalista 8 51 Masculino 12.º Ano Humanidades Castelo Branco Jornalista 9 47 Masculino Licenciatura Jornalismo Vila Real Jornalista 10 34 Feminino Pós-Graduação Jornalismo Monte da Virgem Jornalista 11 44 Masculino Licenciatura Jornalismo Monte da Virgem Jornalista 12 49 Masculino Licenciatura Jornalismo Lisboa Jornalista 13 42 Masculino Licenciatura Jornalismo Monte da Virgem Jornalista 14 37 Feminino Licenciatura Jornalismo Bragança Jornalista 15 36 Feminino Mestrado Jornalismo Monte da Virgem Jornalista 16 39 Masculino 12.º Ano Técnica
electrónica Lisboa
Jornalista 17 50 Masculino Frequência PHD em Informação e Comunicação
Comunicação Monte da Virgem
Jornalista 18 38 Masculino 12.º Ano Humanidades Castelo Branco Jornalista 19 39 Feminino Licenciatura Jornalismo Viana do Castelo Jornalista 20 41 Feminino Licenciatura Antropologia Lisboa Jornalista 21 51 Feminino Licenciatura Ciência Política Lisboa Jornalista 22 46 Feminino Licenciatura Jornalismo Lisboa Jornalista 23 37 Feminino Licenciatura Jornalismo Évora Jornalista 24 39 Feminino Licenciatura Direito Faro Jornalista 25 34 Masculino Pós-Graduação Jornalismo Lisboa Jornalista 26 41 Masculino Licenciatura Jornalismo Lisboa Jornalista 27 31 Feminino Licenciatura Jornalismo Lisboa Jornalista 28 43 Masculino Mestrado LLM – Estudos
Portugueses Lisboa
Jornalista 29 34 Masculino Licenciatura Jornalismo Lisboa Jornalista 30 42 Feminino 12.º Ano Jornalismo Lisboa Jornalista 31 42 Feminino Licenciatura Secretariado Coimbra Jornalista 32 44 Masculino Licenciatura Gestão de
Empresas Lisboa
Jornalista 33 50 Masculino Licenciatura História Lisboa Jornalista 34 44 Feminino Licenciatura Jornalismo Viseu Jornalista 35 36 Feminino Licenciatura Jornalismo Monte da Virgem Jornalista 36 37 Feminino Licenciatura Jornalismo Lisboa Jornalista 37 47 Feminino Licenciatura Jornalismo Lisboa Jornalista 38 50 Feminino Pós-Graduação Jornalismo Lisboa Jornalista 39 39 Masculino 12.º Ano Humanidades Lisboa Jornalista 40 34 Feminino Licenciatura Jornalismo Coimbra Jornalista 41 49 Masculino Mestrado Jornalismo Castelo Branco Jornalista 42 43 Masculino Licenciatura Cinema, Vídeo e
Comunicação Multimédia
Lisboa
Jornalista 43 34 Masculino Licenciatura Jornalismo Lisboa
Jornalista 44 37 Masculino Frequência universitária
Tecnologias Lisboa
Jornalista 45 47 Masculino 12.º Ano Humanidades Lisboa Jornalista 46 43 Masculino Licenciatura Jornalismo Lisboa Jornalista 47 49 Masculino Licenciatura Psicologia Lisboa Jornalista 48 39 Feminino Licenciatura Jornalismo Lisboa Jornalista 49 41 Feminino Licenciatura Jornalismo Lisboa Jornalista 50 48 Masculino Unificado – Bragança Jornalista 51 36 Feminino Pós-Graduação Jornalismo Lisboa Jornalista 52 45 Masculino Frequência
Universitária Engenharia Lisboa
Jornalista 53 37 Masculino Licenciatura Jornalismo Monte da Virgem Jornalista 54 44 Feminino Mestrado Jornalismo Viana do Castelo Jornalista 55 36 Feminino Licenciatura Jornalismo Lisboa Jornalista 56 44 Feminino Licenciatura Biologia Marinha Faro Jornalista 57 47 Masculino Licenciatura Jornalismo Guarda Jornalista 58 36 Masculino Licenciatura Jornalismo Bruxelas Jornalista 59 42 Masculino Licenciatura Jornalismo Moçambique Jornalista 60 48 Feminino Mestrado Jornalismo Monte da Virgem Jornalista 61 40 Feminino Licenciatura Jornalismo Monte da Virgem Jornalista 62 35 Masculino Licenciatura Jornalismo São Tomé e Príncipe Jornalista 63 38 Masculino Licenciatura Jornalismo Espanha Jornalista 64 41 Feminino Licenciatura Jornalismo Lisboa Jornalista 65 44 Masculino Licenciatura Jornalismo Monte da Virgem Jornalista 66 36 Feminino Licenciatura Jornalismo Cabo Verde Jornalista 67 37 Feminino Mestrado Jornalismo Lisboa Jornalista 68 31 Feminino Licenciatura Jornalismo Estados Unidos Jornalista 69 32 Feminino Licenciatura Jornalismo Monte da Virgem Jornalista 70 49 Feminino Licenciatura Direito Monte da Virgem Jornalista 71 54 Masculino Licenciatura Jornalismo França
Anexo 4 – Modelo do inquérito por questionário ‘O Jornalismo em ‘Tempo
Internet’’.
Anexo 5 – Entrevista ao diretor multimédia da RTP, António Granado.
Como funciona o departamento multimédia da RTP?
Eu trabalho fundamentalmente … eu sou responsável multimédia da direção de
informação porque, digamos, como se trata de uma empresa que tem televisão e rádio
e que tem entretenimento ou programas de informação, há essa divisão, ou seja, eu
trato exclusivamente da parte que diz respeito à informação. Nós o que fazemos? Por
exemplo, fazemos notícias escritas, colocamos online telexes da Lusa, fazemos
notícias próprias, isso é o que diz respeito à parte escrita. No que diz respeito à parte
audiovisual, nós cortamos as peças dos principais jornais, portanto estamos a falar do
Bom Dia Portugal, do Jornal da Tarde e do Telejornal, e também, eventualmente, de
programas especiais que passam na televisão e que achamos importantes cortar para
o site. Por exemplo, o documentário de José Hermano Saraiva, que emitimos no
sábado, cortámo-lo de propósito para o colocar no site. No que diz respeito aos
áudios, nós cortamos as peças que são passadas nos noticiários. Quando se trata de
programas completos, não é a nós que diz respeito, ou seja, há um sistema
automático que mete o telejornal inteiro no site, há um sistema automático que mete o
noticiário da rádio no site. Nós cortamos peça à peça, notícia à notícia.
O departamento multimédia é composto por quantos profissionais?
É assim, nós somos, entre rádio e televisão… portanto a equipa está junta, faz em
setembro um ano. Só em setembro de 2011 é que a equipa se juntou toda e nós,
neste momento, somos 14, sendo que neste grupo estão incluídos… nós fazemos
para além da informação toda do site, o ticker da informação, ou seja, aquele ticker
azul que passa nos telejornais e nos noticiários somos nós que o fazemos. Durante os
Jogos Olímpicos, por exemplo, faremos também os tickers especiais dos Jogos
Olímpicos. Estas pessoas dividem-se, normalmente, em três turnos, um turno que
entra às sete da manhã, um outro turno intermédio que entra por volta das 11
horas/meio-dia, e um turno da tarde que entra por volta das 15/16 horas. Portanto, nós
cobrimos o período que vai entre as sete da manhã e a meia-noite, mais ou menos, é
o tempo que estamos cá.
As redes sociais trouxeram uma nova ligação/forma de contactar com as fontes
de informação e o público?
Sim, não há duvidas nenhumas.
Acha que é positivo para o jornalismo tradicional?
Sim, eu acho que é positivo para o jornalismo tradicional e para o jornalismo televisivo.
Acho que o jornalismo tem obrigação de estar onde as pessoas estão, isso faz parte
da essência do jornalismo, transmitir informação que interessa às pessoas, e essa
informação, muitas vezes, as pessoas vão buscá-las às redes sociais. Portanto, nós,
sem querermos encher as pessoas de informação, temos o cuidado de colocar as
nossas principais notícias na página que temos no Facebook, e também temos
cuidado de colocar as principais notícias no Twitter. Alias, não é por acaso que a RTP
está no topo, já há vários meses, com uma grande distância do segundo classificado,
está como a conta mais acedida pelos cibernautas portugueses no Twitter. Porquê?
Porque nós optámos não por fazer como alguns órgãos de comunicação social fizeram
que é pegar num feed e despejar todas as notícias para o Twitter. Não. Só de vez em
quando. Quando há notícias realmente interessantes, então nós fazemos uma
atualização do Twitter. Isso trouxe-nos imensos seguidores e estamos muito contentes
com essa opção que tomámos, ou seja, no Twitter nós fazemo-lo e no Facebook
também. Nós metemos 4/5/6 notícias, por dia, no Facebook, não mais, para não
sobrecarregar a página com notícias pouco interessantes para o público online. Além
disso, é importante dizer que, na parte da informação, mexemos em três páginas do
Facebook, a da RTP Notícias e a da Antena 1, que são as nossas contas principais.
Quando a notícia é realmente importante, colocamos também na página do Facebook
da RTP. Como é evidente, não colocamos notícias em páginas de programas
especiais da RTP.
As redes sociais trouxeram um aumento de afluência de visitas no sítio da RTP?
Eu acho que neste momento os sites, para ser muito sincero… eu não sei o que os
outros sites pensam, mas eu acho que neste momento grande parte do tráfego que
vem para os sites de notícias já vêm através das redes sociais. Acho que já ninguém
pode viver sem as redes sociais. Por exemplo, no Guardian, 40% do seu tráfego,
sensivelmente, provém das suas redes sociais. Não basta já só escrevermos as
notícias e deixá-las no site, é preciso escrever as notícias e divulgá-las nas redes
sociais para que as pessoas tenham curiosidade em aceder ao site para ver mais
notícias. E, às vezes, há notícias que realmente atingem uma dimensão brutal pelo
número de partilhas que são feitas nas redes sociais, nomeadamente no Facebook,
que é um sítio onde se partilha imensas notícias.
Quais foram as vantagens que a internet trouxe ao jornalismo?
Antes de mais, quero dizer que não conheço nenhuma desvantagem que a internet
tenha trazido ao jornalismo. As pessoas, às vezes, têm medo da internet, pensam que
a internet mistura jornalistas com não-jornalistas, profissionais com não-profissionais.
Eu acho que tudo isto se resolve. Eu acho que as pessoas percebem de onde é que
vem a informação de qualidade, percebem qual é a informação que provém de um
órgão de comunicação especializado. Um site da RTP ou um site da BBC tem muito
mais credibilidade do que um indivíduo. Portanto, eu acho que a credibilidade se
ganha aos poucos e acho que é muito importante que os órgãos de comunicação
social saibam utilizar as vantagens da internet e que não tenham medo da internet ou,
eventualmente, de haver ligações, de haver notícias que não se sabe se são verdade.
É obrigação dos jornalistas não publicar o primeiro boato que encontram na net. Para
isso, não erámos jornalistas. Temos um papel muito bem delineado enquanto
profissional de comunicação. É fundamental confirmar a informação e isso é cada vez
mais importante. Mas as redes sociais, ao contrário do que alguns dizem, não
trouxeram uma cambada de boatos. Os boatos só são boatos se nós os continuarmos
a propagar, não é? Portanto, quando há uma notícia de que eu desconfio, não publico.
E enquanto não conseguir confirmar, não publico. Esse é o trabalho do jornalista. Já o
era antes da internet. Por exemplo, alguém telefona para cá e diz que morreu tal
pessoa, ou nós temos a certeza absoluta que é verdade ou nós não publicamos essa
informação. Com a informação que encontrámos na internet é a mesma coisa. Só
publicamos aquilo que nos parece estar confirmado, aliás só publicamos aquilo que
está confirmado.
Qual a primeira coisa que lhe vem à cabeça quando pensa em jornalismo digital?
A primeira coisa que me vem a cabeça é… algo que ainda não existe muito bem, que
é aquilo que podemos chamar multimédia, ou seja, a integração mais completa dos
temas, dos vídeos, dos áudios.
O que acha do futuro da televisão tradicional e da web tv?
Acho que a televisão está condenada, como já estiveram os jornais em papel, que é
uma coisa que já não existe, não é? Aliás, vê-se nos últimos números de vendas em
Portugal e em todo o mundo. Os jornais são coisas que estão a desaparecer. Nunca
na minha vida, eu pensei ver o dia em que o Público e o Diário de Notícias vendessem
menos do que 20 mil exemplares por dia. E isso já são números inacreditavelmente
baixos, ou seja, já são números… só mesmo, com muito boa vontade, os jornais se
podem manter abertos, a imprimir apenas a sua edição em papel. Portanto, eu acho
que para a televisão vai acontecer exatamente o mesmo. A televisão ainda não sofreu
grande impacto. Acho que está a sofrer aos poucos. Muitos já chegam à casa e vêm
programas gravados, estamos constantemente a ver programas gravados e a coisa
vai agudizar-se com estes acessos todos que nós vamos ter com as smart tv, ou seja,
vamos conseguir, na televisão, ver todos os programas através da internet, estar a ver
séries dos Estados Unidos, por exemplo. Vai ser brutal, ou seja, acho que a televisão
tal como a conhecíamos tem grandes problemas de sobrevivência, principalmente
porque a televisão é baseada num modelo que tem a ver com a publicidade e se as
pessoas não vêm publicidade, saltam a publicidade, gravam os programas todos… vai
haver um grande problema. A televisão tradicional acabou, a televisão sincronizada, a
televisão onde não podemos voltar atrás, já acabou, não é? Às vezes estamos a ver o
telejornal e não percebemos tal notícia, a primeira coisa que fazemos é puxar para trás
e voltar a ver a notícia. Portanto, acho que o consumo de televisão está a mudar e vai
claramente continuar a mudar nos próximos anos. A televisão neste modelo tradicional
vai acabar e por isso é que tenho grandes dúvidas em todo este processo que
pretende privatizar o canal da RTP, porque eu acho que não há mercado em Portugal
para anúncios. Os três canais já vivem mal, quanto mais agora acrescentar um quarto
canal. Também não sei se alguém estará interessado. Tenho dúvidas. O interesse
pode ser um interesso comercial, um interesse político, um interesse de fazer lobby,
enfim, ninguém no seu perfeito juízo aposta num canal de televisão jornalístico nos
tempos que correm.
Até onde pode chegar o crescimento da internet?
Várias pessoas já me fizeram esta pergunta. Eu acho que ninguém sabe, ninguém
pode responder a esta pergunta. Acho que é uma incógnita. Não sabemos. Há alguns
anos atrás, nós achávamos impossível, uma loucura, colocar uma imagem na web, ou
um filme na web. Ninguém via filmes na web porque pesava muito. Agora o Youtube
veio trazer milhares e milhares de filmes. Os números do Youtube são
impressionantes. Acho que vamos ter acesso à internet em todo lado. Os planos para
aceder à internet a partir do telemóvel por enquanto ainda custam muito dinheiro, mas
acho que daqui há uns anos vão ser baratíssimos – estamos a falar do ocidente, dos
países desenvolvidos, porque como é claro a internet ainda não chegou a muitas
zonas de África. Estamos sempre a falar da internet, mas em África, a rádio ainda é o
meio por excelência e vai continuar a sê-lo durante muitos anos. Mas eu acho que nos
países desenvolvidos não podemos saber o futuro da internet. A cada dia que passa,
no mundo, há novas pessoas a mudar os hábitos de se informar. Todos nós já
estamos a consultar o telemóvel para ver notícias. Ainda no outro dia estava a ver que
no El País o tráfego móvel entre 2010 e 2012 aumentou de 600%. É brutal. Quer dizer,
já vejo pessoas, apesar do preço dos planos, irem à internet através do telemóvel para
consultar notícias. Estamos constantemente a receber notícias e por enquanto os
planos ainda são caros. Quando os planos forem baratos, as pessoas vão consultar
em todo lado, em todos os momentos. Outro exemplo, já há frigoríficos que vêm com
internet incorporada, daqui uns anos todos passarão a ter net incorporada. É uma
coisa que não custa nada. Toda a gente tem wireless em casa, pronto, os frigoríficos
passam a ser um aparelho para fazer compras online. Portanto, vamos poder ver
internet em todo o lado, de certeza. Por isso, acho que não podemos prever nada. Há
alguns anos atrás ninguém sabia o que era o Facebook e agora é o site mais
consultado do mundo. Acho que é impossível prever.
Anexo 6 – Aspetos modificados na rotina profissional dos jornalistas redatores
devido ao aparecimento da internet.
Nome Idade Mudanças nas rotinas jornalísticas devido ao aparecimento da internet
Jornalista 1 31 Redução de custos. Atualização mais rápida. Facilidade em adquirir mais conhecimentos.
Jornalista 2 42 Consulta de correspondência eletrónica. Consulta de informação e dados. Acesso a ferramentas várias. Acesso a conteúdo online.
Jornalista 3 38 Utilização mais frequente do correio eletrónico. Utilização importante de motores de busca. Procura de informação para reportagem. Estar em contacto constante com colegas/público/fontes. Poupança de tempo na execução de tarefas.
Jornalista 4 38 Procura de informação em qualquer lado. Contacto com fontes através de redes sociais e correio eletrónico. Visualização de jornais/agências noticiosas nacionais e internacionais através de iPhone. Trabalho mais rápido. Receção de mais feedback do trabalho desenvolvido.
Jornalista 5 34 Contacto direto com fontes. Aumento da burocracia. Mais tempos na verificação de dados credíveis. Menos trabalho de campo. Mais trabalho de secretária.
Jornalista 6 36 Sempre trabalhei com a internet. Jornalista 7 45 Pesquisa de notícias e documentação na rede.
Recolha de material e imagem. Comunicação via correio eletrónico.
Jornalista 8 51 Utilização de novas ferramentas. Acesso a redes sociais. Acesso a informação em motores de busca. Acesso ao correio eletrónico.
Jornalista 9 47 Obrigatoriedade de procurar e manter acesso à rede. Possibilidade de tratar e enviar a informação pela internet. Criação de rotinas para pesquisar informação na internet. Procura de locais com redes wireless disponíveis.
Jornalista 10 34 Sempre trabalhei com internet. No entanto, a grande diferença é que agora tenho acesso à rede em qualquer lugar e antes apenas no computador da redação.
Jornalista 11 44 Rapidez na procura de conteúdo. Rapidez no contato com as fontes e o público. Rapidez na divulgação da informação.
Jornalista 12 49 Facilitação de contatos. Melhor pesquisa. Pesquisa mais rápida. Acesso a mais fontes de informação. Teletrabalho.
Jornalista 13 42 Facilidade do acesso à informação. Facilidade de comunicação à escala global. Consulta online de OCS de todo o mundo. Maior facilidade no acesso às fontes. Vulgarização do chamado “jornalismo de cidadão”.
Menos tempo para pensar a notícia. Jornalista 14 37 Contacto online com fontes.
Acesso à informação através da internet. Pesquisa de dados. Pesquisa de pessoas. Acesso ao dicionário online.
Jornalista 15 36 Mais informação disponível. Maior rapidez no acesso à informação. Mais facilidade no contacto com as fontes. Mais feedback.
Jornalista 16 39 ----- Jornalista 17 50 Maior rapidez do fluxo de informação.
Maior velocidade de informação. Maior diversidade de fontes. Maior capacidade de triagem das fontes. Maior sedentarismo na forma de trabalhar.
Jornalista 18 38 Maior velocidade na difusão de notícias. Jornalista 19 39 Mais tempo no computador.
Maior contacto via correio eletrónico. Jornalista 20 41 O uso da internet está tão entranhado que é difícil perceber o que atualmente
se faz que antes não se fazia. No entanto, a consulta de press release passou a ser imediata, deixando de manusear papel, até jornais, ou tendo o rádio ligado, já que tudo isto é possível através da rede. Pesquisar notícias, comparar informação e confirmar a veracidade de factos tornou-se muito mais fácil.
Jornalista 21 51 Procurar de informação a partir de casa. Os jornais são lidos através da internet. Facilidade no acesso às fontes. As rotinas de pesquisa de informação foram alteradas.
Jornalista 22 46 Alteração na pesquisa de informação e no contacto com as fontes. Jornalista 23 37 Utilização fundamental do correio eletrónico.
Busca de informações nos motores de busca. Participação em redes sociais. Conhecimento do que os outros órgãos de comunicação estão a divulgar.
Jornalista 24 39 Acesso mias fácil à informação Obtenção de outros suportes audiovisuais para complementar a produção de notícias. Ligação direta com fontes e públicos. Disseminação mais rápida da informação. Confirmação dos factos, recorrendo muitas vezes à internet.
Jornalista 25 34 Os temas/assuntos são atualizados mais vezes. Jornalista 26 41 Mais informação.
Mais velocidade. Mais conhecimento. Mais pontos de vistas. Mais trabalho.
Jornalista 27 31 Rapidez no acesso à informação. Jornalista 28 43 Contactos pessoais com fontes substituídos por trocas de email.
Planeamento do trabalho a partir das informações que chegam por email. Avaliação da atualidade de um notícia com recurso à pesquisa sobre a mesma na internet. Substituição do recurso ao arquivo de papel pelo arquivo na internet. Apresentação permanente do meu perfil profissional e curriculum através do Facebook.
Jornalista 29 34 Acesso à internet.
Receber e enviar email. Ler mais no computador. Carregar menos papel.
Jornalista 30 42 Acesso mais fácil e mais rápido à informação. Excesso de informação. Contacto com informação muitas vezes desatualizada ou errada.
Jornalista 31 42 Mais rápido. Mais informação. Mais pontos de vista. Informação internacional disponível facilmente. Cruzamento de dados.
Jornalista 32 44 Maior frequência na atualização de informação. Mais contactos profissionais. Mais disponibilidade para pesquisa. Aumento do ritmo informativo. Aumento no número de fontes de informação consultadas.
Jornalista 33 50 Usar a internet para procurar informação e aprofundar conhecimentos. Facilidade em alargar os contactos pessoais e profissionais através de redes sociais. Ter acesso mais rápido ao feedback sobre o nosso trabalho.
Jornalista 34 44 Antes de ler o jornal, passei a abrir o correio eletrónico. Vejo os principais títulos dos jornais no iPhone. Comunico por email mais do que por fax – praticamente já não uso fax. Já não imprimo telexes de agência a não ser que seja mesmo imprescindível. Recorro muito menos a arquivo papel.
Jornalista 35 36 Não trabalhei antes da internet. Jornalista 36 37 Leitura dos jornais por temas de interesse.
Acesso às fontes. Maior rapidez na fase de pesquisa de um tema. No local de reportagem, posso estar mais atualizado. Receber e enviar email a qualquer hora e qualquer altura.
Jornalista 37 47 Menos tempo gasto na pesquisa de dados. Concentração/otimização dos meios e informação. Fácil acesso a informação, imagens e gráficos. Mais fácil acesso ao(s) público(s) alvo(s). Fácil ligação a bases de dados no mundo inteiro.
Jornalista 38 50 ----- Jornalista 39 39 Otimização da rotina profissional. Jornalista 40 34 Nada, uma vez que sempre trabalhei com a internet. Jornalista 41 49 Não alterei em nada a minha rotina, uma vez que sempre trabalhei com as
ferramentas digitais. No caso, posso sempre ter otimizado a rotina, tornando-a mais rápida e funcional.
Jornalista 42 43 Troca de email. Busca de informação atualizada. Redes sociais. Compras online.
Jornalista 43 34 A internet já era uma ferramenta de trabalho vulgar quando comecei a minha rotina profissional.
Jornalista 44 37 Rapidez. Diversidade. Qualidade. Graficamente apelativa. Facilidade.
Jornalista 45 47 -----
Jornalista 46 43 Acesso frequente ao correio eletrónico. Aumentos das capacidades de pesquisa. Mais informação (fiável ou não). Acesso mais rápido a terceiros.
Jornalista 47 49 Escrever email. Ler jornais online. Pesquisar informação online. Responder a inquéritos online. Acompanhar redes sociais.
Jornalista 48 39 Menos contacto com as fontes no terreno. Menos reportagem no terreno Maior volume de trabalho na redação. Menos qualidade do produto final, devido ao recurso frequente de imagens não profissionais (Youtube, por exemplo). Menor aprofundamento dos temas tratados nas reportagens. Dead line cada vez mais curtos, o que em muitos casos prejudica o produto final.
Jornalista 49 41 A primeira coisa que faço é consultar os jornais e agências internacionais na rede.
Jornalista 50 48 Mais tempo em frente ao computador. Mais comunicação em tempo real. Menos consumo de papel. Melhores condições de arquivo de trabalhos. Melhores condições para envio de trabalhos e troca de experiências.
Jornalista 51 36 Maior facilidade de comunicação com as fontes, através do correio eletrónico. Tornou-se mais fácil pesquisar informação, através de motores de busca. É mais rápido o acesso à atualização da informação, através de sítios noticiosos.
Jornalista 52 45 ----- Jornalista 53 37 Utilizo menos o telefone para falar, utilizo muito mais o telefone para emails e
acesso à internet. Leio sempre os jornais online.
Jornalista 54 44 Passei a ler muitos jornais na internet. Tiro dúvidas sobre diversos temas rapidamente. Telefone menos. Acompanho muitos temas da atualidade.
Jornalista 55 36 Menos jornais comprados. Menos idas à biblioteca e outros arquivos. Mais rapidez na obtenção da informação.
Jornalista 56 44 Acedo à internet antes de ver jornais. Leio menos revistas e jornais em papel. Vejo menos televisão. Oiço menos rádio.
Jornalista 57 47 Atualização informativa mais eficaz e rápida. Veículo de pesquisa. Transporte de dados. Acessibilidade global. Comunicação interna, dentro do universo RTP, mais estreita.
Jornalista 58 36 Acesso a informação através de motores de busca e redes sociais. Acesso ao correio eletrónico. Rapidez na procura de informação e no contacto com as fontes.
Jornalista 59 42 Pesquisa de conteúdo noticioso na internet. Uso do correio eletrónico. Jornais online em vez de jornais no formato tradicional.
Jornalista 60 48 Mais uso do correio eletrónico – menos uso do telefone.
Procura de notícias no Google. Contacto com fontes e público através do correio eletrónico.
Jornalista 61 40 Ligação “permanente” às notícias, antes, durante e depois do horário de trabalho. Consulta e resposta a correios eletrónicos fora da empresa, depois do horário de trabalho. Maior produtividade decorrente de informação permanente e acessível no iPhone.
Jornalista 62 35 Uso do correio eletrónico permanente. Procura de notícias na Internet. Contacto com fontes por correio eletrónico e também por redes sociais, principalmente o chat do Facebook.
Jornalista 63 38 Grande utilização do correio eletrónico, redes sociais e motores de busca. Passei a ler os jornais online, em detrimento dos telejornais televisivos, dos jornais em papel e da rádio.
Jornalista 64 41 Uso pessoal e profissional das redes sociais (Facebook e Twitter) e correio eletrónico. Procura e leitura de notícias online.
Jornalista 65 44 ----- Jornalista 66 36 Menos tempo diário dedicado ao trabalho de rua/campo.
Sem o acesso à internet, o jornalista sente-se incompleto e menos informado. Pela manhã, tarde e noite é crucial aceder aos conteúdos para ver as novidades e actualizar conhecimentos/fontes e conteúdos noticiosos. Com a internet é mais fácil confirmar fontes e dados oficiais. A internet permite o acesso mais rápido à informação e contra-informação de todo o mundo.
Jornalista 67 37 Excesso de informação. Contacto com informação muitas vezes desatualizada ou errada.
Jornalista 68 31 Maior diversidade de fontes. Maior capacidade de triagem das fontes. Sedentarismo – trabalho de campo posto de lado.
Jornalista 69 32 Pesquisa mais rápida. Mais tempo para procurar possíveis estórias. Acesso a mais fontes de informação. Menos recuso ao arquivo papel.
Jornalista 70 49 Procura de informação a partir de casa. Visualização de jornais/agências noticiosas nacionais e internacionais através de iPhone. Receber e enviar email a qualquer hora e qualquer altura. Facilidade em alargar os contactos pessoais e profissionais.
Jornalista 71 54 Ter acesso mais rápido ao feedback do público. Utilização fundamental do correio eletrónico. Busca de informações nos motores de busca.
Anexo 7 – Razões pelas quais as notícias são atualizadas no sítio online da RTP.
Nome Idade Razão das atualizações das notícias no sítio da RTP
Jornalista 1 31 Melhor atualização de informação. Jornalista 2 42 Impossível ser-se um sítio de informação sem atualizar a notícia de forma
continuada e sistemática. Fidelização do público.
Jornalista 3 38 Acrescentar informação. Por respeito pelo público online.
Jornalista 4 38 Exatidão dos conteúdos. Novos acontecimentos.
Jornalista 5 34 Melhor informação. Jornalista 6 36 Atualização sempre que o acontecimento o requer. Jornalista 7 45 Acrescentar novos dados. Jornalista 8 51 Acrescentar novos dados. Jornalista 9 47 Disponível para os cibernautas.
Promover a RTP. Jornalista 10 34 No sítio da RTP, as notícias são atualizadas à medida que vão sendo
emitidos os noticiários na RTP Informação. Jornalista 11 44 As notícias evoluem à medida que vão aparecendo novos dados. Jornalista 12 49 ----- Jornalista 13 42 Acrescentar novos dados. Jornalista 14 37 Rapidez de comunicação.
Acrescentar novos dados. Jornalista 15 36 Estratégia de marketing.
Acrescentar novos dados. Jornalista 16 39 ----- Jornalista 17 50 Acrescentar novos dados. Jornalista 18 38 Acrescentar novos dados. Jornalista 19 39 Motivar o público a ver determinada reportagem. Jornalista 20 41 Acrescentar novos dados. Jornalista 21 51 Rigor nas notícias.
Captar audiências. Jornalista 22 46 Acrescentar novos dados. Jornalista 23 37 Acrescentar novos dados.
Rapidez de acesso à informação por parte do público. Jornalista 24 39 As notícias atualizadas no sítio servem de teaser, para que o telespetador
fique a conhecer o conteúdo noticioso que será desenvolvido no jornal televisivo. Capacidade da RTP em acompanhar minuto a minuto a atualidade, estando na dianteira da produção noticiosa nas várias plataformas.
Jornalista 25 34 ----- Jornalista 26 41 Equipa paga para o efeito. Jornalista 27 31 Importância dada à divulgação de notícias via internet. Jornalista 28 43 Acrescentar novos dados. Jornalista 29 34 Atualização de factos.
Follow up de notícias. Jornalista 30 42 Crescente procura do público. Jornalista 31 42 Informação diária. Jornalista 32 44 ----- Jornalista 33 50 Ser o primeiro meio de comunicação a dar a notícia ao público. Jornalista 34 44 Estar mais perto de um público mais vasto. Jornalista 35 36 ----- Jornalista 36 37 Correções.
Follow up de notícias – Dados novos. Jornalista 37 47 O público procura constantemente atualizações na informação. Jornalista 38 50 ----- Jornalista 39 39 Follow up de notícias – Dados novos. Jornalista 40 34 O espetador da RTP acede, cada vez mais, às notícias através da internet. Jornalista 41 49 ----- Jornalista 42 43 A Internet é uma extensão da RTP no mundo global.
Informar pessoas que não estão momentaneamente em frente ao seu televisor.
Jornalista 43 34 Acrescentar dados novos. Jornalista 44 37 Acrescentar dados novos. Jornalista 45 47 ----- Jornalista 46 43 Acrescentar dados novos. Jornalista 47 49 Garantir rigor na informação. Jornalista 48 39 Garantir credibilidade e profissionalismo à notícia. Jornalista 49 41 Acrescentar dados novos. Jornalista 50 48 Garantir credibilidade à notícia. Jornalista 51 36 Garantir uma maior disseminação dos conteúdos produzidos pela RTP.
Disponibilizar um arquivo de conteúdo disponível para todos. Jornalista 52 45 Acrescentar dados novos. Jornalista 53 37 Contactar com todos os públicos. Jornalista 54 44 Profissionalismo.
Resposta à atualidade. Jornalista 55 36 Atualidade.
Rigor. Jornalista 56 44 Evolução do estado da notícia. Jornalista 57 47 Atualidade.
Acessibilidade célere à informação. Jornalista 58 36 Acrescentar dados novos à notícia.
Corrigir notícias com conteúdo errado. Jornalista 59 42 Acrescentar informação recente. Jornalista 60 48 Retificar notícias. Jornalista 61 40 O sítio pressupõe atualização permanente, decorre da natureza desse meio
de comunicação. Jornalista 62 35 Um sítio sem notícias atualizadas constantemente não é um sítio de
informação credível. Jornalista 63 38 Novos dados para a informação transmitida.
Retificar o conteúdo. Jornalista 64 41 Acrescentar novas informações. Jornalista 65 44 Motivar o público a ver o telejornal televisivo. Jornalista 66 36 Criar maior proximidade com o público.
Informar com mais exatidão sobre os acontecimentos. Jornalista 67 37 Garantir uma maior disseminação dos conteúdos produzidos.
Acrescentar novos dados relevantes à notícia. Jornalista 68 31 Retificar ou corrigir uma notícia.
Criar uma proximidade com o telespetador da RTP. Jornalista 69 32 Resposta à atualidade.
Profissionalismo. Jornalista 70 49 Equipa criada para esse efeito.
Acrescentar dados novos. Jornalista 71 54 Criar proximidade com o público.
Rigor e profissionalismo.
Anexo 8 – Pensamento sobre jornalismo digital.
Nome Idade Quando pensa em jornalismo digital, qual a primeira coisa que lhe vem à cabeça?
Jornalista 1 31 Futuro Jornalista 2 42 ----- Jornalista 3 38 Internet/computador. Jornalista 4 38 Mundo global. Jornalista 5 34 Globalização. Jornalista 6 36 Rapidez. Jornalista 7 45 Imagens em direto via internet. Jornalista 8 51 Novas tecnologias. Jornalista 9 47 Jornalismo cidadão. Jornalista 10 34 Transcrição de notícias dos órgãos de comunicação a que pertencem. Jornalista 11 44 Multimédia. Jornalista 12 49 Futuro. Jornalista 13 42 Permanente atualização da informação. Jornalista 14 37 Notícias na internet. Jornalista 15 36 Acessível. Jornalista 16 39 ----- Jornalista 17 50 Sítios e blogues de opinião. Jornalista 18 38 Jornalismo no momento, da captura e sua difusão. Jornalista 19 39 Novas tecnologias. Jornalista 20 41 Futuro… já presente! Jornalista 21 51 Jornais digitais. Jornalista 22 46 Informação no imediato. Jornalista 23 37 ----- Jornalista 24 39 Rapidez na obtenção de informação e na sua disseminação. Jornalista 25 34 Penso em bites a voar em espirais ascendentes! Jornalista 26 41 Sítios de notícias. Jornalista 27 31 Rapidez. Jornalista 28 43 Reportagem multimédia. Jornalista 29 34 Imediatismo. Jornalista 30 42 ----- Jornalista 31 42 Diários digitais. Jornalista 32 44 Internet. Jornalista 33 50 Jornalismo global. Jornalista 34 44 Aceder à informação em qualquer lado e a qualquer hora. Jornalista 35 36 Rapidez de informação. Jornalista 36 37 Multimédia. Jornalista 37 47 Rapidez de informação. Jornalista 38 50 ----- Jornalista 39 39 Jornalismo cidadão Jornalista 40 34 ----- Jornalista 41 49 Multiplataformas. Jornalista 42 43 Versão dos jornais impressos veiculada na internet. Jornalista 43 34 Internet. Jornalista 44 37 Internet. Jornalista 45 47 Um jornalista que não sai para o terreno, que não contacta com a realidade. Jornalista 46 43 Rapidez de informação. Jornalista 47 49 Futuro. Jornalista 48 39 Internet. Jornalista 49 41 Jornais online. Jornalista 50 48 Rapidez de informação.
Jornalista 51 36 ----- Jornalista 52 45 Rapidez de informação. Jornalista 53 37 Rapidez de informação. Jornalista 54 44 Apelativo e quase sempre atual. Jornalista 55 36 Rapidez. Jornalista 56 44 Sites dos jornais. Jornalista 57 47 Rapidez informativa e global. Jornalista 58 36 Novo jornalismo: futuro. Jornalista 59 42 Globalização. Jornalista 60 48 Novas práticas jornalísticas. Jornalista 61 40 Informação rápida, acessível, em qualquer parte, a qualquer hora, em
permanente atualização. Jornalista 62 35 Futuro. Jornalista 63 38 Notícias globais. Jornalista 64 41 ----- Jornalista 65 44 Internet. Jornalista 66 36 Imprensa digital, webtv e informação interativa. Jornalista 67 37 Rapidez de informação. Jornalista 68 31 Jornalismo cidadão. Jornalista 69 32 Mundo global. Jornalista 70 49 Futuro. Jornalista 71 54 Presente e futuro.
Anexo 9 - Cuidados aquando da colocação de publicações em contas de redes
sociais particulares.
Nome Idade Cuidados aquando da colocação de publicações em redes sociais particulares
Jornalista 1 31 Isenção jornalística. Cuidados na opinião.
Jornalista 2 42 Evitar opiniões pessoais. Cuidado na linguagem. Atenção redobrada nas informações que coloco no meu perfil (tanto de notícias, como da minha vida pessoal).
Jornalista 3 38 Não colocam em causa a minha atividade profissional. Cuidado com o público que interage com os comentários. Cuidados com o vocabulário e os erros ortográficos.
Jornalista 4 38 Não coloco comentários de caráter político e religioso. Cuidados com a exposição da minha vida privada.
Jornalista 5 34 ----- Jornalista 6 36 Não colocar mensagens que revelem conteúdos ideológicos.
Não colocar mensagens associadas à RTP. Evito exposição da vida privada tal como faço na RTP (por convição pessoal).
Jornalista 7 45 Cuidados com a identificação da empresa e da função desempenhada. Resguardo da vida pessoal.
Jornalista 8 51 Cuidados com o conteúdo colocado. Jornalista 9 47 ----- Jornalista 10 34 O Facebook é um “espaço público”, por isso procuro não exprimir opiniões sobre
temas/assuntos que acompanho ou posso vir a acompanhar profissionalmente. Não coloco vídeos ou fotografias que, do meu ponto de vista, podem revelar algo da minha privacidade.
Jornalista 11 44 Isenção. Jornalista 12 49 Não fazer observações sobre a minha vida pessoal.
Não tratar de questões relacionadas com a empresa. Não divulgar informações sobre estórias em curso.
Jornalista 13 42 Sublinhar o caráter pessoal das minhas publicações. Não vincular o OCS em que trabalho e as minhas opiniões pessoais. Cuidados com o vocabulário e os erros ortográficos.
Jornalista 14 37 ----- Jornalista 15 36 Não faço comentários políticos e tento abster-me de críticas a segmentos de
figuras públicas. Cuidados na linguagem e erros ortográficos. Limitação nas partilhas da vertente pessoal.
Jornalista 16 39 ----- Jornalista 17 50 Recato.
Bom senso. Privacidade.
Jornalista 18 38 Vida pessoal. Jornalista 19 39 Não falo da minha vida privada.
Só uso as redes sociais através de mensagens privadas. Jornalista 20 41 Evito revelar a tendência política/partidária ou expor posições muito vincadas que
coloquem a independência editorial em choque. Jornalista 21 51 Não coloco comentários de qualquer espécie nas redes sociais.
Uso as redes sociais apenas para contactar com amigos e muito raramente de forma pública (apenas por mensagem).
Jornalista 22 46 Coloco apenas comentários que tenham interesse público. Jornalista 23 37 Manter isenção e imparcialidade em relação a questões políticas.
Não partilho conteúdos que possam ferir suscetibilidades. Jornalista 24 39 Não comento assuntos noticiosos.
Omito a qualidade de jornalista da RTP quando interajo com contas de outras pessoas. Na partilha de elementos multimédia produzidos por mim como profissional da RTP, tento fazer o enquadramento da notícia e das circunstâncias da sua realização para evitar interpretações desconexas.
Jornalista 25 34 Demonstro independência, distanciamento e isenção. Jornalista 26 41 ----- Jornalista 27 31 ----- Jornalista 28 43 Não coloco imagens que me identifiquem em situações privadas/pessoais. Jornalista 29 34 Cuidados redobrados com o vocabulário e os erros ortográficos.
Cuidados com os assuntos colocados. Jornalista 30 42 Não tomo partido em questões políticas, religiosas e desportivas. Jornalista 31 42 Cuidados com as fotos colocadas – evito situações demasiadas familiares ou
pessoais. Comentários eticamente corretos. Não explicito a orientação política e religiosa.
Jornalista 32 44 Os mesmo que tenho quando faço comentários na RTP: verdade, honestidade e relevância.
Jornalista 33 50 Bom senso. Não violar o código deontológico. Salvaguardar a privacidade.
Jornalista 34 44 Não coloco imagens dos meus familiares. Não faço comentários sobre opiniões de políticos ou de intervenientes em reportagens que tenha acompanhado ou esteja a acompanhar.
Jornalista 35 36 Não revelar dados demasiados pessoais. Não expressar preferências partidárias ou clubísticas. Não comentar notícias ‘quentes’.
Jornalista 36 37 Não comentar assuntos internos da RTP. Não emitir opiniões sobre assuntos que trato jornalisticamente. Não revelar os temas das reportagens que estou a preparar.
Jornalista 37 47 Embora seja mais espetadora do que atriz das redes sociais, considero que um jornalista não pode colocar tudo o que lhe vai na ‘alma’. Há coisas inerentes às notícias que o jornalista investiga e trata que exigem cuidados especiais para si e para a empresa que representa.
Jornalista 38 50 ----- Jornalista 39 39 ----- Jornalista 40 34 Vulgaridade.
Qualquer tipo de insulto. Qualquer comentário que fira ou confronte o facto de ser jornalista.
Jornalista 41 49 ----- Jornalista 42 43 Não revelar detalhes da vida pessoal e da empresa.
Não publicar conteúdos obscenos. Jornalista 43 34 Não emitir opinião.
Não comentar assuntos que estou a tratar enquanto jornalista. Jornalista 44 37 Não coloco informação pessoal. Jornalista 45 47 Privacidade. Jornalista 46 43 Cuidados nos comentários sobre matéria profissional e direitos de autor.
Proteção de informação privada. Jornalista 47 49 Não serem ofensivos e demasiados privados. Jornalista 48 39 Não coloco fotografias pessoais e dados relativos à vida privada.
Não coloco comentários ou opiniões que possam denegrir a empresa onde trabalho.
Jornalista 49 41 Não teço comentário nem ponho informações pessoais.
Jornalista 50 48 Manifesto opiniões com base na profissão. Quero que os comentários sejam sempre credíveis e bem fundamentados. Nunca permito debates fúteis.
Jornalista 51 36 Tento respeitar os direitos de autor, apesar de nem sempre ser fácil atribuir o seu a seu dono no espaço virtual. Nunca fiz comentários ou divulguei publicações que possam ser considerados abusivos. Quando coloco informações de natureza pessoal, tenho o cuidado de restringir o acesso a uma parte da minha ‘lista de amigos’.
Jornalista 52 45 Nunca coloco informação pessoal que envolve familiares. Jornalista 53 37 Não comento assuntos profissionais relacionados com casos polémicos ou
assuntos jornalísticos. Jornalista 54 44 Nunca comento assuntos de política e de desporto e temas relacionados com os
trabalhos que desenvolvo. Jornalista 55 36 Imparcialidade.
Não revelar aspetos pessoais. Não insultar nem criticar.
Jornalista 56 44 Comentários sobre políticos e políticas. Comentários sobre a RTP e a minha vida na empresa. Comentários sobre questões da empresa a que tenho acesso enquanto funcionária.
Jornalista 57 47 ----- Jornalista 58 36 Não coloco informações nem fotografias sobre a minha vida privada.
Cuidados com o vocabulário e erros ortográficos. Jornalista 59 42 Não revelo assuntos relacionados com a empresa e trabalhos em curso. Jornalista 60 48 Tenho contas pessoais, no entanto, não coloco comentários nem vídeo – sou
mais espetadora do que atriz. Jornalista 61 40 Não coloco comentários sobre os meus trabalhos e a RTP.
Não coloco opiniões de caráter político, religioso ou clubista. Jornalista 62 35 Não exponho a minha vida pessoal e profissional.
Isenção jornalística. Jornalista 63 38 Não exponho opiniões e a minha vida profissional. Jornalista 64 41 Não coloco artigos de opinião e notícias de cariz político ou religioso. Jornalista 65 44 ----- Jornalista 66 36 ----- Jornalista 67 37 Não revelo assuntos relacionados com a minha vida profissional. Jornalista 68 31 Imparcialidade e isenção.
Não tenham erros ortográficos. Jornalista 69 32 Cuidados com o vocabulário e os erros.
Não partilha as minhas opiniões de caráter político. Jornalista 70 49 Não revelo assuntos sobre trabalhos em curso e sobre a empresa. Jornalista 71 54 Cuidados com o vocabulário e erros ortográficos.
Não coloco opiniões.