O Jornal -Edição nº4

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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | N.º 4 | 30 Março 2012 Bruna - Rainha dos Bilros Vem aí a Semana Santa Aposta na Regeneração Urbana individualidade Peniche Óbidos Caldas da Rainha Sofia Reboleira // P 5 // P 6 // P 9 // P11 Contra as mudanças na saúde marchar, marchar !

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O Jornal. As notícias de Peniche, Óbidos, Caldas da Rainha e Oeste

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30 Março 2012

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | N.º 4 | 30 Março 2012

Bruna - Rainhados Bilros

Vem aí aSemana Santa

Aposta naRegeneração Urbana

individualidadePeniche Óbidos Caldas da Rainha Sofia Reboleira

// P 5 // P 6 // P 9 // P11

Contra as mudanças na saúde marchar, marchar !

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abertura |

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No passado dia 17 de março as cen-tenas de pessoas que responderam ao apelo da Comissão Municipal de Acompanhamento do Hospital e se reuniram em frente à Câmara Mu-nicipal de Peniche (CMP) ficaram a conhecer a posição da autarquia ao possível fecho do serviço hospitalar. Após a reunião com o presidente da Associação Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Cunha Ribeiro, a 15 de feve-reiro último, onde foram tratados essencialmente problemas financei-ros, o presidente da CMP, António José Correia, afirma que “não é por Peniche que o Centro Hospitalar Oeste-Norte (CHON) se encontra numa situação de dívidas acumu-

ladas”. A eficiência financeira do hospital é justificada pelo relatório do Tribunal de Contas de 2008: “os hospitais maiores são os mais efi-cientes, os hospitais mais pequenos, menos eficientes. Mas relativamente aos mais pequenos, existiam 3 muito eficientes, e um desses é o Hospital São Pedro Gonçalves Telmo”.Se dúvidas houvesse relativamente à importância do mar, a sua deno-minação pelo governo de “desígnio nacional” deixa claro que este recur-so não pode ficar fora destas contas. Segundo António José Correia, “em janeiro deste ano as exportações do distrito de Leiria aumentaram 24%, sendo Peniche o 3º município que mais exporta”. Acrescentando a

atividade agrícola às atividades ma-rítimas como a pesca, onde o porto nunca encerra, a transformação do pescado, em que as empresas estão em laboração constante, e as ativi-dades marítimo-turísticas, como a atratividade do surf, “o mar tem que ser lembrado a todos. Principalmen-te face aos riscos que comporta, o Serviço de Urgência Básico vai ter de continuar 24 horas por dia”. Para o presidente da autarquia não se pode brincar com compromissos de Estado. Para os salvaguardar, foi apresentado um documento de 2008 onde, “A CMP e o Ministério da Saúde, através da ARSLVT, de-senvolveram esforços no sentido de ampliar e qualificar a rede de cuida-

dos de saúde primários do concelho, constituindo cuidados de saúde fa-miliares que aproximem o cidadão do sistema de saúde e aliviem o hospital da excessiva procura de cui-dados primários que hoje regista”. O documento remata que “até à abertu-ra do novo Hospital Oeste-Norte, o Hospital de Peniche manterá o servi-ço de urgência básico”.

Todos juntos

António José Correia enaltece a co-esão municipal. Todos os partidos têm deixado de parte as diferenças políticas, “esta atitude responsável traduziu-se na aprovação de uma orientação enviada para o ministro

e uma moção aprovada por unani-midade em Assembleia Municipal”. Também as autarquias envolvidas no CHON, a Rip Curl, em vista de investimentos futuros, a Escola Su-perior de Turismo e Tecnologias do Mar de Peniche, pelos 1300 alunos que acolhe, entre outras instituições e entidades estão solidários com a posição da CMP. “Só há liberdade a sério quando hou-ver a paz, o pão, habitação, saúde, educação.” Já cantava Sérgio Godi-nho. Rogério Cação, presidente da Assembleia Municipal de Peniche, diz tratar-se aqui de uma luta da po-pulação pelo seu direito à saúde, que faz parte do nosso futuro. “E sem ela também não há liberdade a sério”.

Câmara Municipal enuncia medidas para a salvaçãodo Hospital

Eficiência financeira, compromisso, mar e coesão muni-cipal. Estes são os alicerces apresentados pelo presidente da Câmara Municipal de Peniche para manter o Serviço de Urgência Básico do Hospital São Pedro Gonçalves Telmo a funcionar 24 horas por dia

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PROPRIEDADE:Hora H - Agência Global de Comunicação Unipes-soal, Lda.

DIRETOR E ADMINISTRADOR:Luís ParreiraREDAÇÃO:Dina Aleixo e Letícia MartinsCOLABORADORES:João Carlos Costa, José Monteiro, Nuno Jorge, António Marques, Marcelo Chagas e Carlos TiagoPAGINAÇÃO:vto | design

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A II edição do “International Uranium Film Festival, Extensão do 1º Festival de filmes sobre energia nuclear a Portugal” esteve em exibição na Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar de Peniche no passado dia 14 de março. O “36º Aniversário do Levantamento do Povo de Ferrel contra o Nuclear” foi o assunto mo-tivador do debate que contou com a partici-pação do presidente da Câmara Municipal de Peniche, António José Correia, do Presidente da Junta de Freguesia de Ferrel, Silvino João e de António Eloy, ambientalista e especialista na área de energias em Portugal. Este expli-ca a importância da não instalação da central nuclear nesta zona, enaltecendo “o facto de hoje termos aqui o turismo ligado às ondas e o desenvolvimento das potencialidades hortíco-las da região. Onde era suposto estar a central nuclear, existem hoje plantações extremamen-te produtivas que se traduzem no potencial de energias locais que estão a ser desenvolvidas”. Nesta atividade participou também José Luís de Almeida Silva, diretor da Gazeta das Cal-das, que organizou em 1978 o Festival Pela Vida e Contra o Nuclear, referiu “a ligação a grupos dinamarqueses que naquele tempo en-viavam informação sobre o tema, pois por cá ninguém sabia ou não queria dar informações sobre o que se estava a passar em Ferrel”.A montra de filmes foi preenchida pelos do-cumentários, “Yellowcake” do realizador norte-americano Brock Williams, que retrata os impactos na saúde e na economia provo-cados pelos diferentes ciclos do combustível

Festival de cinemasobre urânio estreia

em PenicheFerrel manifestou-se há 36 anos contra o nuclear.

nuclear, “Pedra Mole”, de Eva Lise Silva, Ligia Girão, Stela Grisotti e Walter Beh, um documentário brasileiro que utiliza o humor e a ironia para mostrar que os planos de evacu-ação de uma central nuclear de Rio de Janeiro são “uma piada”, e “Urânio em Nisa Não!” de Norbert G. Suchanek, que conta a história da vila alentejana de Nisa onde os populares se manifestaram contra a instalação da minera-ção de urânio, semelhante ao que aconteceu na vila de Ferrel em 1976.

A Igreja de São José foi pequena para acolher as tantas pessoas que quiseram assistir à inauguração do Centro Interpre-tativo de Atouguia da Baleia (CIAB) no passado dia 17 de março.António José Correia, presidente da Câ-mara Municipal de Peniche, enaltece que “não pode haver troika que trave este tipo de investimentos.” Dos 650 mil euros in-vestidos no projeto, a autarquia participou com 450 mil. O dia de inauguração ser-viu como pano de fundo para a abertura da exposição “Centro Interpretativo de Atouguia da Baleia: um projeto museo-lógico participativo”, uma atividade que contou com a colaboração de 23 coletivi-dades e o envolvimento de 300 pessoas, como explicou Clara Abrantes, vereadora da Câmara Municipal, responsável por esta ação, “nós não temos muito mais que lagares, moinhos e fontes, mas quando o mapa da localidade se punha em cima da mesa as coisas eram diferentes. O entu-siasmo crescia, começavam a surgir his-tórias que tinham a ver com as vivências dos próprios lugares, namoros, festas religiosas e a questão das profissões”. António Salvador, presidente da Junta de Freguesia de Atouguia da Baleia defende que “apesar de não se fazer nada idêntico

Centro Interpretativo de Atouguia da

Baleia conta históriasCultura e religião partilham espaço

ao património que foi deixado, ao menos que seja possível recuperá-lo e deixar em condições para que as gerações vindouras possam apreciar estas obras magníficas”, e aproveita para explicar que o “espaço da igreja serve para realizar exposições temporárias, uma das quais será a exibi-ção dos trabalhos da 6ª edição do “Pintar Atouguia” e onde se pode também prati-car o culto”. A prática religiosa voltou à igreja de São José no dia 19, com a celebração da ou-trora tradicional missa em honra daquele santo padroeiro, que pretende fazer a li-gação entre o passado e o futuro, como afirma o Padre Gianfranco Ventura, “há a tendência nestes projetos de os reduzir às memórias passadas, mas o que se pre-tende aqui é que ele continue a ter vida. E isso é muito importante, não só para os que são crentes, mas também para aquilo que é a vida quotidiana dos nossos po-vos”. Durante a inauguração do espaço os visitantes, acompanhados pelos técnicos do CIAB, ficaram a conhecer os bastido-res do núcleo museológico: as Reservas Técnicas, o Laboratório de Conservação e Restauro e o Centro de Documentação, espaços geralmente fechados ao público.

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O projeto “As Renda de Bilros vão à Esco-la” levou no passado dia 21 de março, dia do estudante, os alunos das escolas primárias do concelho de Peniche a apresentar os seus tra-balhos alusivos à arte de rendilhar. Jorge Amador, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Peniche, elogiou a realização das “muitas iniciativas ligadas ao teatro, fan-toches e apresentação de publicações feitas pe-los estudantes”. Presente no “Desfile de Moda de Bilros”, concretizado pelos alunos, profes-sores e encarregados de educação da escola primária de Serra d’El Rei e apresentado no largo da igreja da vila, o edil afirma que esta iniciativa “teve um grande impacto em toda a comunidade escolar, com atividades magnífi-cas, desde logo porque tivemos oportunidade de ver pela primeira vez um tema musical ten-

Rendas de Bilrosregressaram àsescolas de Peniche Alunos aprendem arte de rendilhar

do por base um trabalho escrito pela dona Ida Guilherme, uma das rendilheiras de referência do concelho de Peniche”. Este envolvimento entre passado e presente tem o objetivo de em-penhar a comunidade a assegurar esta tradição entre as rendilheiras que já existem e aquelas que possivelmente apareceram. Para além do “Desfile de Moda de Bilros”, também as escolas de Ferrel, Bufarda e Casal da Vala apresentaram uma dramatização do conto “Uma pequena história”, a elaboração de um livro baseado na mesma obra e a expo-sição “Rendilheiras de plasticina”, respetiva-mente. Já os alunos da Escola do Ensino Bá-sico nº1 de São Bernardino fizeram uma visita à Escola Municipal de Rendas de Bilros. Esta iniciativa contou com a participação de cerca de 1200 alunos e dezenas de rendilheiras.

A praia de Supertubos não demorou a apre-sentar as condições ideais para a realização do “Rip Curl Capítulo Perfeito”. Num perí-odo de espera iniciado a 12 de março e com término previsto para 12 de maio, a praia de Peniche não se fez rugada e passados dez dias deu a oportunidade aos amantes do surf para poderem ver os seus escolhidos em ação. Os participantes deste evento, que entra-ram em ação no último dia 25, foram se-lecionados por votação on-line na página do evento, que no único fim de semana em escrutínio contou com cerca de 40 mil vo-tos. O mais votado foi Tiago Pires, o úni-co português presente no circuito mundial ASP, que venceu a prova numa final dispu-tada com Ivo Cação, surfista que participou com o braço engessado devido a uma fra-tura no pulso... Peniche esteve representa-do por Nuno Silva, detentor de wildcard e por Jorge Cação, também ele escolhido pelo público. Este assume que o evento tem “um conceito inovador e espetacular por-que reúne os vários tipos de surfistas que englobam este universo”. Relativamente às condições em que se realizou a prova acres-centa que “o mar podia estar maior, mas as

Tiago Pires “saca”Capítulo PerfeitoJorge Cação participou, Tiago Pires venceu

condições foram ótimas, as ondas foram espetaculares”. Eliminado na primeira ronda e não sendo um atleta de alta com-petição, Jorge Cação dedicou-se à prova como pôde: “Como não tenho aspirações competitivas, fui lá para me divertir com os melhores surfistas nacionais. Fiz o melhor que sabia. Senti-me bem e gostei muito de ter participado no evento”, e desabafa que não esperava constar da lista da inicial da organização do evento, “senti uma honra incrível ter sido convidado para a votação, e terem votado em mim foi uma surpresa, fiquei muito contente por ter estado aqui”.No final da prova o presidente da Câmara Municipal de Peniche, António José Cor-reia, realçou o desejo de manter o “Rip Curl Capítulo Perfeito” no município local e que tanto ele como a sua equipa “tudo fa-rão para que no próximo ano possa haver as cenas dos próximos capítulos novamente nesta praia”, afirmou o autarca, sem antes deixar um estímulo aos jovens: “Quan-do em Portugal, numa altura de grandes desafios, existem jovens que vêm até nós com propostas em que eles próprios são os atores principais, é óbvio que só podemos apoiar.”

A menor, residente na localidade de Ferrel, que depois de ter revelado à mãe que foi víti-ma de violação por parte do padrasto decidiu apresentar uma queixa-crime às autoridades contra o presumível autor dos crimes. Ao con-tar o que se passava, a menina fez com que a sua mãe também expusesse uma queixa contra o seu companheiro, mas neste caso pela supos-ta violência doméstica de que era alvo, algo que nunca tinha denunciado anteriormente às autoridades.O homem agricultor, imigrante de leste, de 39 anos, foi detido pela Polícia Judiciária no passado dia 19 de março, pouco tempo depois

de apresentadas as queixas. O Tribunal de Pe-niche decidiu sentenciar a prisão preventiva para o suspeito de ter violado a sua enteada de 16 anos e de violência doméstica sobre a sua companheira. A família é natural da Roménia mas encontra-se a residir em Portugal há dez anos. Mãe e filha estão agora a ser acompa-nhadas pela Comissão de Protecção de Meno-res do concelho de Peniche. Segundo fonte policial à Agência Lusa, o ar-guido vai ficar em prisão preventiva no Esta-belecimento Prisional de Leiria, depois de ter sido presente a primeiro interrogatório judi-cial.

Pescadores de Penicheresgatados de naufrágio

“Dário” afunda-se ao largo da Madeira

Seis pescadores de Peniche, um da Costa do Marfim e um CaboVerdiano tripulavam a em-barcação de pesca de bandeira portuguesa “Dá-rio” que naufragou ao largo da Madeira no pas-sado dia 22 de março.Na origem do acidente esteve a entrada de água num tanque de gasóleo que fez parar os motores. Os oito tripulantes foram resgatados por um navio de passageiros, onde lhes foram prestados os primeiros cuidados médicos, an-tes de terem sido transportados de helicóptero para o Funchal. O naufrágio do barco, que afun-dou consigo cerca de 4 toneladas de espadarte, ocorreu a 120 milhas náuticas a nordeste da Ponta de São Lourenço.

Peniche “Orienta” jovens

A participação é gratuita

A V edição da Feira de Ensino, Orienta-ção e Emprego - Orienta-te, decorre de 3 a 5 de maio no Pavilhão da Escola E.B. 2,3 D. Luís de Ataíde em Peniche. Organizada pela Câmara Municipal de Peniche esta edi-ção pretende contribuir para a orientação e integração dos jovens na vida ativa e divul-gar recursos existentes a nível nacional em áreas como o ensino, formação, qualificação e emprego. Destinada a alunos do 3.º ciclo do Ensino Básico ao Ensino Superior, entre outros, a feira conta com espaços para ofertas de emprego, de formação, sessões temáticas e workshops. Quem pretenda visitar este fei-ra deve inscrever-se até ao dia 26 de abril.

Suspeito de violação em prisão preventiva

Mãe e filha apresentam queixa contra presumível agressor

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Festival de Chocolatecomemora dez anos com “balanço muito positivo”Dez anos de festival e 20 anos da Disney Paris uniram-se para mais um evento envolto em magia que levou a Óbidos milhares de visitantes e deixou satisfeita a organização do certame

Com um "balanço muito positivo", segundo a organização, terminou, no domingo, dia 25, a x edição do Festival Internacional de Chocola-te de Óbidos, evento associado este ano à celebração dos 20 anos da Dis-neyland® Paris. Satisfeito com a parceria entre as duas marcas, o diretor da Disney para Espanha e Portugal, Javier Moreno, salientou a "O Jornal" O "talento e criatividade de todos os criadores" envolvidos no festival cuja parceria

com a Disney considerou ter sido "a combinação perfeita" e com resulta-dos "espetaculares".No final da entrega de prémios dos diversos concursos que compõem o evento e da Passagem de Modelos em Chocolate, apresentada este ano por Merche Romero, Xavier Moreno destacou não apenas estes dois pon-tos altos do certame, mas também "a exposição de cake design, que é impressionante" e as "esculturas com dois metros de altura, algo que nunca

tinha visto" e que deixam ao respon-sável pela Disney a vontade de "re-petir esta parceria com Óbidos.Telmo Faria, presidente da Câmara Municipal de Óbidos faz do festival " um balanço foi extremamente positi-vo considerando que “os objetivos de animação económica e de promoção territorial foram plenamente conse-guidos”, tendo o evento atraído à vila de Óbidos, “durante o mês de março, um mês de baixa turística, muitos milhares de visitantes”.

“São objetivos claramente cumpri-dos e que evidenciam que, na atual conjuntura, o uso de uma grande for-ça criativa é indispensável na gestão pública”, sublinha, acrescentando que, com este evento, “evidenciámos a credibilidade e a solidez dos proje-tos que Óbidos apresenta e que pro-movem, cada vez mais, as grandes marcas mundiais, como é o caso da Disney, da Nestlé, da Sony, ou das televisões nacionais, que nos dedica-ram longas horas de emissão”. Numa nota enviada às redações Tel-mo Faria diz ainda que “são 10 anos a mostrar ao País que, como ideias simples, quando bem desenvolvidas, se podem transformar em projetos de grande prosperidade económica e de forte afirmação territorial”.Os 20 anos da Disneyland® Paris foi o tema escolhido para as Esculturas em chocolate do Festival Internacio-nal de Óbidos que este ano mostrou 2,5 toneladas de chocolate transfor-madas em imagens dos filmes “À procura de Nemo”, “Piratas das Ca-raíbas”, “Castelo da Bela Adormeci-da”, “Mickey e Minnie”, “Peter Pan”

e “Cars”.A Passagem de Modelos com Cho-colate foi nesta edição inspirada nas princesas da Disney e integrando um espetáculo de som e luz que contou com a participação da criadora de moda portuguesa Rita Bonaparte, que vestiu a apresentadora, Merche Romero.Houve também demonstrações de Cake Design na Cerca do Castelo e, na Galeria do Pelourinho, situada na Rua Direita, esteve patente uma ex-posição de Cake Design alusiva ao universo Disney®.O Festival contou, igualmente, com os habituais concursos: O Concurso Internacional de Receitas de Cho-colate, dedicado a não profissionais vindos de todo o mundo; O Concurso Chocolatier Português do Ano, desti-nado a participantes profissionais de pastelaria e restauração que exerçam funções no nosso País; O Concur-so Montras em Chocolate que tem como objetivo mostrar os melhores produtos de pastelaria confecionados em Portugal.

Os utentes dos 12 centros de conví-vio, da rede municipal Melhor Ida-de, no concelho de Óbidos, vão efe-tuar visitas aos ateliês criativos dos complexos escolares de Óbidos. As visitas inserem-se no âmbito das comemorações do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e Solidarie-dade Intergeracional, e são organi-zadas, em parceira, com o Gabinete de Educação do Município.

Séniores visitam Ateliers Criativos

Os centros da Areirinha, Sancheira Grande e Gaeiras irão conhecer o ateliê do Complexo Escolar do Al-vito, dedicado ao tema: “Famosos são os bichos”.Vau, Sobral da Lagoa, Amoreira e Olho Marinho vão visitar o ateliê do Complexo Escolar do Furadouro, onde se trabalha o tema da “Luz”.Ao Complexo Escolar dos Arcos, sob o tema da identidade, “Retrato

– o Rosto”, irão os centros da Us-seira, Pinhal, Bairro, Arelho e A-da-Gorda.Para além de promover o convívio intergeracional, a iniciativa preten-de "fomentar o interesse dos mais velhos pela criatividade e divulgar o que tem vindo a ser feito nesta área no concelho, em particular, na edu-cação", informa a autarquia em nota enviada às redações.Os seniores terão oportunidade, du-rante todo o mês de abril, de conhe-cer o trabalho desenvolvido nos ate-liês e desenvolverem, eles próprios, algumas atividades.

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Cumprindo a tradição de anos ante-riores, milhares de pessoas deverão rumar a Óbidos, onde, entre 1 e 8 de Abril é celebrada a Semana Santa.O momento alto das celebrações será o Domingo de Ramos, dia 1 de

Semana Santa

Abril, onde se comemora a entrada do Senhor em Jerusalém. A data é assinalada com a Procissão dos Pas-sos que percorre algumas das ruas calcetadas, dentro e fora das mura-lhas do Castelo de Óbidos.

Na Sexta-feira Santa, dia 6 de Abril, realiza-se a Via Sacra que percorre-rá as ruas da Vila.

No mesmo dia, por volta das 21h30, sairá da Igreja da Misericórdia a tradicional Procissão do Enterro do Senhor. À Luz de archotes, trans-portados por jovens situados em pontos-chave do percurso, a pro-cissão é reconhecida como um dos momentos de grande emoção, junta-mente com a Procissão da Mudança das Imagens, marcada para o dia 31 de março, sábado.

As cerimónias pascais terminam no Domingo de Páscoa, dia 8 de Abril, por volta das 17h00, na Igreja de São Pedro, onde será celebrada a Missa da Ressurreição, onde a igreja nasce e vive do anúncio de “Cristo Vivo”.

A Águas do Oeste, empresa mul-timunicipal que gere os sistemas de água e saneamento do Oeste, assinalou o Dia Mundial da Água com diversas atividades envol-vendo cerca de oitocentos parti-cipantes Das iniciativas realizadas teve lu-gar, a 22 de março, em Óbidos, o 1º Encontro Regional do Projeto Rios. A Águas do Oeste organizou pela primeira vez um encontro que juntou algumas das equipas que acompanha no âmbito do Projeto Rios, num total aproximado de duas centenas de crianças e jovens da região Oeste. A abertura do en-contro foi marcada pela presença de Pedro Teiga, coordenador na-cional do projeto, que incentivou todos os presentes a continuarem a desenvolver o trabalho até agora realizado em prol da preservação e conservação dos recursos hídri-cos. O Encontro contou com uma

Dia Mundial da Água

mostra dos trabalhos desenvolvi-dos pelas diversas equipas, com consequente troca de experien-cias numa saída de campo que teve lugar na Lagoa de Óbidos, junto à foz dos rios Real e Ar-nóia, e que deixou todos os par-ticipantes maravilhados, princi-palmente os que não conheciam este magnifico ecossistema que é a Lagoa de Óbidos. A iniciativa, que teve como ob-jetivo estimular e incentivar a troca de experiências entre os grupos já existentes na região, foi desenvolvida em parceria com a Associação PATO, con-tou com o apoio dos municípios de Alcobaça, Caldas da Rainha e Torres Vedras, que cederam o transporte às suas equipas. Para além destes, o encontro contou ainda com a participação e en-volvimento dos municípios de Azambuja e de Óbidos.

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A câmara das Caldas da Rainha de-liberou cabimentar uma verba de dois mil euros para avançar com o pagamento das análises da água do Hospital Termal, depois da adminis-tração do Centro Hospitalar Oeste Norte ter admitido não ter dinheiro para suportar o custo das análises sem as quais o hospital não pode funcionar.“Não nos é possível, por falta de cabimento, assumir os encargos relativos ao programa de controlo da qualidade da água mineral na-tural do Hospital Termal”, admitiu a administração do (CHON) numa carta em que pede apoio financeiro à Câmara das Caldas para “evitar a suspensão imediata da atividade do Hospital”.O conselho de administração alega a situação financeira “muito defi-citária” do CHON (que inclui dois

Hospital termal sem dinheiro para análisesA administração do Centro Hospitalar Oeste Norte não tem dinheiro para pagar as análises da água termal, mas a câmara vai assumir os custos para impedir o fecho imediato do Hospital Termal

hospitais das Caldas - distrital e ter-mal - e os de Peniche e Alcobaça), e a legislação em vigor para justificar a impossibilidade de suportar a des-pesa.As análises semanais determinadas pela Direção-Geral de Saúde e pela Direção-Geral de Energia e Geolo-gia custaram 25.645 euros em 2011 e representa, em 2012, um encargo estimado de 15 a 18 mil euros.O presidente da câmara, Fernando Costa (PSD), adiantou que a autar-quia já deliberou cabimentar dois mil euros para realizar as análises no próximo mês, mas vai “exigir explicações” ao Ministério da Saú-de sobre “como se pode chegar ao risco de fechar o hospital com base numa verba tão escassa”.Segundo Fernando Costa, “as dívi-das com as análises ascendem a 42 mil euros” e o instituto responsável

pelo controlo da qualidade da água exige o seu pagamento para conti-nuar o serviço.Além do apoio imediato, a câmara está disposta a “contribuir com 50 mil euros por ano” para o hospital, mas exige como contrapartida que “a população com fracos recursos seja tratada gratuitamente, durante a época baixa”.Em declarações à Agência Lusa a

Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSL-VT) não admitiu a falta de verbas para as análises, mas assumiu a in-tenção de estabelecer um protocolo para “coparticipação na manutenção da atividade do hospital” por ser “um serviço que está fora dos cuida-dos de saúde tradicionais prestados pelos hospitais”.Segundo a ARSLVT, o protoco-

lo insere-se “na estratégia que tem vindo a ser adotada pelo CHON de canalizar recursos para as áreas de atuação prioritárias”, como o servi-ço de urgência, o serviço médico-cirúrgico, especialidades médicas e o internamento, e procurar “alterna-tivas diversas para o cofinanciamen-to, como sucede em inúmeros casos no estrangeiro”.

PS pede demissão da administração do CHONO PS das Caldas da Rainha exigiu, em comunicado, a demissão da administração do Centro Hospitalar Oeste Norte, na sequência do pedido para que a câmara pague as análises da água termal para evitar o fecho do Hospi-tal Termal

“Quem age dessa maneira não pode continuar a decidir sobre o futuro dessa instituição, porque assim está a condicionar negativamente e irre-mediavelmente o futuro e a susten-tabilidade deste concelho e desta re-gião”, afirmou a Comissão Política do PS/Caldas num comunicado em que defende que se o conselho de administração do Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) “não se demi-tir deve ser demitido”.

A posição do PS decorre de uma carta enviada pela administração do CHON solicitando à autarquia das Caldas que assuma o pagamento das análises à qualidade da água termal, “Não considerar relevante que o orçamento do CHON contemple a verba de 500 euros semanais para pagar as análises às águas termais, condição necessária para manter o Hospital aberto e em funcionamen-to, é um ultraje não apenas às Caldas

da Rainha, mas ao país”, referem os socialistas.

Para o PS, “só a ignorância pode admitir que está na presença de um espaço que tanto pode estar fechado, como aberto, pretendendo-se dessa maneira apagar a história e liquidar as suas competências”.

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Uma das entradas do Mercado do Peixe das Caldas da Rainha vai estar fechada ao público durante dois meses e meio, para permitir a construção do edifício do Centro de Promoção e Divulgação de Produtos Regionais, uma das obras previstas no Plano de Regeneração Urbana.A demolição do interior do prédio encostado ao Mercado do Peixe já foi efetuada e a obra está agora na fase “ demolição total e criação das fundações do edifício, o que obriga-rá ao fecho temporário da entrada no mercado”, afirmou Oliveira, ve-reador dos Assuntos Económicos na câmara das Caldas.A câmara estima que a entrada no mercado, pela Rua Capitão Filipe de Sousa fique “interdita durante dois meses e meio”, período durante o qual o acesso será feito pela rua Dr. Leonel Sotto Maior.O Centro de Promoção e Divulga-ção de Produtos Regionais é umas das obras do projeto de Regenera-

Centro de Promoção de produtos regionais concluído até final do anoA câmara das Caldas está a investir 560 mil euros no Centro de Promoção e Divulgação de Produtos Regionais, um edifício que deverá estar concluído até ao final do ano e que, durante dois meses e meio, obrigará ao fecho de uma das entradas do mercado do peixe

ção Urbana que a câmara candida-tou ao programa Mais Centro, e que envolve diversas intervenções orça-das em mais de 10 milhões de euros.No piso térreo ficará instalado o es-paço Caldas Reabilita e Inova Ati-vidades – CRIA que terá, segundo Hugo Oliveira, “uma grande ligação à Escola de Arte e Design e a gabi-netes de arquitetura”, que trabalha-rão em interligação com um outro espaço, no segundo piso, afeto ao Gabinete de Regeneração Urbana da câmara das Caldas .No primeiro piso ficará instalada a “Qualifica”, associação parceira da câmara na qualificação de produtos regionais e será “trabalhada a mar-ca Caldas”, cujo conceito a câmara prevê apresentar em breve.

Com cobertura vegetal e energetica-mente eficiente o edifício está orça-do em 560 mil euros e deverá estar concluído até final do ano.

O presidente da Câmara das Cal-das da Rainha, Fernando Costa, voltou a fazer furor no último con-gresso do PSD, que decorreu entre 23 e 25 de março, em Lisboa. O autarca incendiou os ânimos no sábado á noite, num discurso em que se referiu ao IMI como “ um perigo que aí vem” e ameaçando revoltar-se contra o aumento do Imposto Municipal Sobre Imóveis. Para o autarca social-democrata o Imposto Municipal sobre Imóveis vai permitir um rendimento extra de 500 milhões de euros ao Esta-do”, subindo de mil milhões para 1500 milhões valor que Costa con-sidera “um exagero”. “Subam a taxa a uns, mas baixem a outras. Há pessoas a pagar 700,

Fernando Costa ameaçarevoltar-se contra aumentos do IMI

Uma mulher, de 34 anos, foi, na segunda-feira (26) atingida com dois tiros de caçadeira, quando se encontrava num café, junto à fonte luminosa, nas Caldas da Rainha.A vítima «foi atingida com alguma

Mulher atingida pelo ex - maridocom dois tiros de caçadeira

complexidade na face e mais su-perficialmente no tórax”, de acordo com a diretora clínica do Centro Hospital Oeste Norte, Rosa Amo-rim, que adiantou que a mesma, depois de estabilizada no Hospital

mil euros por um apartamento em Lisboa. É um escândalo”, afirmou o autarca que apelou aos líderes sociais-democratas que não aceitem o aumento quer do IMI quer do IRC.Para Costa seria suficiente “um aumento de 10 por cento” deste imposto, como defendeu no dis-curso em que arrancou aplausos da plateia.Costa criticou ainda a reforma administrativa que deverá re-duzir as freguesias do pais, afir-mando que a mesma “começou mal” e defendendo a manutenção das freguesias rurais de que disse serem tão necessárias como as urbanas.

das Caldas da Rainha seria transfe-rida para o Hospital de Santa Maria “para ser acompanhada pela cirurgia maxilo-facial e plástica”.A mulher encontrava-se num café quando, de acordo com a proprietá-ria, o ex-marido “disparou os tiros», levando a supor que o incidente terá motivos passionais.O alerta para o CDOS (Centro Dis-trital de Operações de Socorro) de Leiria foi dado às 08h53 e no local estiveram elementos da PSP e uma viatura médica do Centro Hospitalar Oeste Norte, que transportou a víti-ma para o hospital local.Segundo fonte das relações públicas da PSP de Leiria, em causa estarão alegadamente questões relacionadas com a tutela do filho e desacordo em relação ao património do casal.O agressor foi presente ao tribunal das Caldas da Rainha na terça-feira, mas até ao fecho desta edição não foi possível apurar as medidas de coação estabelecidas.

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Numa organização conjunta da Oes-teSustentável, Agência Regional de Energia e Ambiente do Oeste e o Instituto de Engenharia Mecânica do IST (IDMEC-IST), com o apoio da OesteCIM, Comunidade Inter-municipal do Oeste e da Câmara Municipal do Bombarral, teve lugar, a 15 março, o Workshop Regiões Sustentáveis.Organizado no âmbito do Projeto ENNEREG - Regiões na constru-

Bombarral debate soluções estratégicaspara a Sustentabilidade Energética

ção do caminho para uma Europa da Energia Sustentável trata-se de um projeto Europeu financiado pelo Programa Energia Inteligente Euro-pa e tem como objetivo inspirar as Regiões da União Europeia a aceita-rem os desafios de atingir ou superar as metas de clima e energia 20-20-20. O projeto ENNEREG visa esta-belecer uma rede de regiões em toda a Europa – Regiões 202020 – para a produção de Planos de Ação para

a Energia Sustentável Regionais (PAES) e implementação de Proje-tos de Energia Sustentável (PES). A Região do Oeste, através da Oes-teSustentável, associou-se recente-mente a este projeto, tendo assim acesso à informação relativa aos PES desenvolvidos nas Regiões Eu-ropeias parceiras do ENNEREG.Participaram no evento mais de 80 pessoas, entre as quais Presidentes de Municípios, membros dos execu-

O Distrito Médico do Oeste da Ordem dos Médicos, denunciou a carência de materiais, reagentes la-boratoriais e medicamentos nos hos-pitais das Caldas da Rainha e Torres Vedras, temem que a qualidade do serviço fique comprometida.Segundo o presidente do Distrito Médico do Oeste da Ordem dos Mé-dicos, Pedro Coito, “tem acontecido carências, quer nas Caldas quer em Torres Vedras, desde a falta de ma-teriais para o bloco operatório ou para análises bacteriológicas, ou até para medicamentos ou fraldas”.A carência de materiais foi denun-ciada durante uma reunião entre médicos dos Centros Hospitalares de Torres Vedras (que integra o Hospital Distrital e o José Maria Antunes) e Oeste Norte (que integra

Ordem dos médicos preocupadacom falta de material nos hospitais

os hospitais das Caldas da Rainha, Alcobaça e Peniche).Num comunicado enviado às reda-ções os médicos consideram “ab-solutamente indispensável a manu-tenção de dois Serviços de Urgência Médico-Cirúrgica, nos Hospitais de Torres Vedras e Caldas da Rai-nha”, ao contrário do que foi pro-posto pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).O documento exige também “a ma-nutenção de internamento das es-pecialidades de Medicina Interna, Cirurgia Geral e Pediatria, nos dois hospitais” e que sejam asseguradas “condições condignas” aos doentes internados nos hospitais que se pre-vê alienar no futuro Centro Hospita-lar do Oeste.

Para a ordem, a criação de um centro hospitalar único para todo o Oeste conduzirá a um “inevitável aumento de listas de espera e falta de capaci-dade de resposta” em especialidades como Oncologia Médica, Gastrente-rologia, Dermatologia, Psiquiatria e Pneumologia.No comunicado os médicos mani-festam “profundo receio de que a eventual diminuição dos atuais dé-fices financeiros venha a ser obtida essencialmente à custa de venda de património, encerramento de Servi-ços e valências médicas, dispensa de profissionais, e drástica limitação do acesso dos doentes aos cuidados de saúde e considera “imperioso” que o Governo ouça os profissionais no processo de reestruturação dos cui-dados de saúde.

tivos e técnicos de diversos Municí-pios e Juntas de Freguesias. Foram apresentados vários projetos euro-peus, bem como os restantes pro-jetos de sustentabilidade energética com parceiros portugueses e casos de sucesso; Contando também com a participação de entidades nacio-nais como a Associação Nacional de Municípios, RNAE, Rede Nacional de Agências de Energia, Agências de Energia e institutos de investi-

gação, foi ainda discutido o papel das diferentes redes municipais e regionais nesta temática a apresen-tadas as abordagens atualmente em curso em municípios portugueses. Com uma intervenção em direto de Bruxelas através de teleconferência, foram também abordadas as dife-rentes formas de financiamento que existem para este tipo de projetos.

A região do Oeste conta com um novo filme promocional, lançado durante a BTL.O filme, concebido em duas versões (uma de 17 minutos e outra mais curta de 7), apresen-ta a região nas suas várias face-tas, produtos e atrativos.Distribuído em formato DVD e 16:9, a produção destina-se a ilustrar e complementar as ações profissionais, leva-das a efeito pelo Turismo do Oeste, em feiras e certames, workshops, seminários e con-gressos, apoio a jornalistas e a operadores turísticos, designa-damente no estrangeiro.O filme, que tem recebido as melhores referências, é traba-lho do Realizador e Camera-man Miguel Costa, das Caldas da Rainha, com vasto curricu-

Turismo do Oeste editou Filme PromocionalTurístico (DVD)

lum nas artes cinematograficas. “Fez uma abordagem muito moderna criativa e inovadora não só na captação de imagens como na montagem muito di-nâmica, que tem sido muito apreciada”, considera o Turis-mo do Oeste em nota enviada à imprensa.O filme pode igualmente ser descarregado na internet, no web site:www.turismodooeste.pt ou no YouTube.comAnteriormente Miguel Costa tinha já produzido para o Turis-mo do Oeste, um outro filme, mais sintético, para valorização da marca GolfOeste. A peça foi apoiada pelo QREN - Quadro de Referência Estraté-gico Nacional.

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A gruta mais profunda do mundo foi o palco da mais recente descoberta da bióloga caldense Sofia Rebolei-ra, que ali desencantou insetos pri-mitivos, sem asas e sem olhos, que vivem em total escuridão.“A descoberta de vida a semelhan-te profundidade lança novas luzes sobre a forma como olhamos para a vida na Terra”, disse à Lusa a bi-óloga que, juntamente com Alberto Sendra (do Museu Valenciano de História Natural), descobriu mais quatro novas espécies para a ciên-cia.

São diminutos insetos, desprovidos de asas de olhos, “que vivem na gruta mais profunda do mundo, em total escuridão “e que há milhões de anos desenvolvem mecanismos de adaptação que lhes permitem viver a grandes profundidades, explicou.

Sofia ReboleiraBióloga caldense celebriza-se na descoberta de insetos cavernícolas

Os animais, denominados colêmbo-los (Arthropoda, Insecta, Collem-bola), foram descobertos durante os trabalhos bioespeleológicos de Ana Sofia Reboleira, da Universidade de Aveiro, durante a expedição Ibero--Russa do CAVEX Team à “gruta mais profunda do mundo” no verão de 2010.

Denominada Krubera-Vorónia a gruta alcança a profundidade de 2191 metros abaixo do nível do solo e fica na Abcásia, uma área remota perto do Mar Negro, nas montanhas do Cáucaso Ocidental. É a única caverna do mundo que ultrapassa os dois quilómetros de profundidade.Os animais têm o nome científico Anurida stereoodorata, Deutera-phorura kruberaensis, Schaefferia profundissima e Plutomurus orto-

balaganensis e são “a última espécie do animal terrestre mais profundo de sempre, ao ser descoberto à im-pressionante profundidade de 1980 metros abaixo da entrada da cavida-de”, explicou a bióloga.

Estes animais cavernícolas vivem, segundo Sofia Reboleira, em “total ausência de luz e com recursos ali-mentares extremamente escassos” e possuem “adaptações únicas”.

São desprovidos de pigmentação, não possuem olhos e “desenvolve-ram estratégias morfo-fisiológicas que lhes permitem viver a em gran-des profundidades, durante milhões de anos”, sublinha a bióloga, exem-plificando com o caso, de uma das novas espécies que “tem uma espe-tacular estrutura quimiorrecetora, um tipo de órgão pós-antenal, habi-

tual nos collembolos, mas altamente especializado para a vida subterrâ-nea”, conclui.

Para além destas a bióloga caldense tem o seu nome ligado à descoberta de três escaravelhos e um pseudoes-corpião, descobertos durante o tra-balho de campo realizado em grutas da Serra D’Aires e Candeeiros, do

Algarve e do Montejunto.Bolseira da Fundação Para a Ciên-cia e Tecnologia, Sofia conta com o apoio financeiro da fundação para efetuar as suas pesquisas, mas desta vez, a descoberta aconteceu duran-te as férias da bióloga que, junta à profissão o hobbie da espeleologia, levando-a a locais recônditos onde outros cientistas não chegam.

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A sétima edição da “Semana da Juventude de Peniche- Peniche jovfest” termina hoje, dia 30 de março, com a “Festa final do Intercâmbio” na Casa Municipal da Juventude. O tema “Ge-rAção” deu o mote ao evento que teve início no passado dia 22 e que se realizou essencial-mente na vila de Ferrel, mas o intercâmbio in-ternacional teve lugar em Peniche. As “Noites Interculturais” decorreram entre os dias 25 a 30 deste mês, e foram preenchidas durante toda a semana com temáticas ligadas aos países intervenientes, Portugal, Eslovénia, Islândia, Itália e Malta. Para além das “Danças Europeias”, que tiveram lugar na segunda-fei-ra, o tema central desta atividade foi “As Len-das da Europa”, onde cada país trouxe uma lenda que foi partilhada, criando-se depois uma nova durante a semana através das ativi-dades desenvolvidas como a música, pintura e teatro. Para Ana Rita Leal, uma das repre-sentantes da cidade de Peniche neste encontro, esta iniciativa é “muito gratificante tanto pelo enriquecimento cultural e linguístico como pela troca de experiências entre os jovens”. Acrescenta ainda que este tipo de atividades é uma mais valia para a região pois “eles [vi-sitantes dos outros países] gostaram muito de Peniche e da zona, o tempo também ajudou bastante, o que fez com que aproveitassem al-gum tempo nas nossas praias maravilhosas, e claro que ficaram com o bichinho de cá voltar. Acho que ficamos todos a ganhar”. O inter-câmbio apenas termina no dia 1 de abril com a partida dos jovens para o seu país de origem,

“GerAções” unidas em Ferrel

40 jovens participaram no intercâmbio.

ficando o sábado reservado para uma reflexão e avaliação desta semana.De 22 a 24 de março os “trabalhos” centraram--se na vila de Ferrel. Atividades como a mos-tra de talentos, workshops de cocktails e teatro fizeram parte do certame. Com a animação noturna, já típica da localidade, a preencher estes três dias do festival, a abertura oficial do “Peniche Jovfest 2012” contou ainda com a atuação das tunas A_marTuna, Tuna da Uni-versidade Sénior de Peniche entre outras. Du-rante estes dias esteve presente na Tenda Mos-tra uma exposição fotográfica alusiva ao tema “Solidariedade entre Gerações”. Enquadrado no “Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e a Solidariedade entre Gerações” Clara Abran-tes, vereadora da Câmara Municipal explica que “o evento teve como base a realização de várias ações para sensibilizar a população da necessidade de se promover a aprendizagem entre gerações como meio de alcançar e re-forçar a solidariedade”, pretendendo-se assim cativar os jovens através de uma participação ativa através do envolvimento das associações locais e pela participação nas diferentes ativi-dades.Esta atividade foi organizada pela Câmara Municipal de Peniche, ADEPE, Agrupamen-to de Escuteiros de Atouguia da Baleia e de Peniche, Associação de Estudantes da Escola Secundária de Peniche e da Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar, Associação Juvenil de Peniche, Junta de Freguesia de Fer-rel, Cruz Vermelha Portuguesa, Nova Aliança.

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A Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Uni-das) definiu a juventude, pela primeira vez, em 1985, data es-tabelecida como o Ano Internacional da Juventude.Ao subscrever as diretrizes para o planeamento posterior e o acompanhamento adequado no setor da juventude, a Assem-bleia definiu, para fins estatísticos, como jovens, as pessoas entre os 15 e os 24 anos, sem prejuízo de outras definições de Estados Membros.Quando a Assembleia Geral aprovou o Programa Mundial de Ação para a Juventude até ao Ano 2000 e posteriormente, rei-terou que a Assembleia Geral definia a juventude como a faixa etária 15-24. No entanto, acrescentou que, para além da defini-ção estatística do termo juventude, o sentido do termo juventu-de variava em diferentes sociedades em todo o mundo e que as definições de juventude haviam mudado continuamente como resposta a flutuações das circunstâncias políticas, económicas esocioculturais.No entanto, desde 1985, todos os serviços estatísticos do siste-ma das Nações Unidas têm utilizado a faixa etária 15-24 para a recolha de estatísticas mundiais sobre a juventude.

A Juventudepor definição

OS JOVENS EM NÚMEROS

- Em termos estatísticos, a população jovem mundial – defi-nida pelas Nações Unidas como o grupo etário entre os 15 e os 24 anos – era calculado em 1062 milhões de pessoas, em 2000. - A maioria desses jovens, de ambos os sexos, vivem em paí-ses em desenvolvimento e espera-se que o seu número aumente até depois de bem entrado este século. - Em 2020, espera-se que a percentagem de jovens que vivem em países em desenvolvimento aumente para 89 por cento. - Apesar da urbanização maciça, a maior parte dos jovens vive em zonas rurais na África, a sul do Sara, no sudoeste asiático e na Oceânia. - 57 milhões de jovens do sexo masculino e 96 milhões de mu-lheres jovens que vivem nos países em desenvolvimento não sabem ler ou escrever. - Mais de 70 milhões de jovens estão desempregados e à pro-cura de trabalho. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que, praticamente em todo o lado, as taxas de desemprego entre os jovens trabalhadores sejam pelo menos duas vezes superiores à média dos adultos.[Fonte: Indicadores-chave da OIT para o Mercado de Trabalho (KLIM)].

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Mário Bandeira, é o proprietário da papelaria e livraria com o seu nome.Somos um espaço que vende jornais e revis-tas, mas fui introduzindo outros artigos como livros e alguns artigos de bazar.Mário Bandeira, confessa que o espaço é igual a tantos outros do género, mas tem uma par-ticularidade de ter promoções na venda de li-vros temáticos e de autor.

A Acquawise Consulting, empresa do Parque Tecnológico de Óbidos, é a responsável pela implementação de um serviço inovador de monito-rização da rede de distribuição de água em Portugal.Este serviço, desenvolvido pela em-presa TaKaDu, utilizando computa-ção em nuvem (cloud-computing), é disponibilizado sob a forma de um serviço online, Software-as-a- Service (SaaS), e permite “detetar fugas de água, roturas, anomalias e falhas na rede de distribuição assim

Empresa do parque Tecnológico de Óbidos lança projeto inovador

que ocorrem, antecipando maiores danos nas infraestruturas e eventu-ais constrangimentos para a popula-ção”, explica a empresa em nota de imprensa.O SaaS TaKaDu já recebeu vários prémios da indústria, incluindo o prestigiado prémio World Econo-mic Forum Technology Pioneer 2011, e a empresa TaKaDu foi no-meada “Empresa Cleantech do Ano: Europa e Israel”, pelo Grupo Clean-tech e The Guardian.A Acquawise Consulting é uma

empresa de consultoria, sediada no Parque Tecnológico de Óbidos, es-pecializada em gestão de sistemas de abastecimento de água para con-sumo humano. O seu objetivo prin-cipal é apoiar as entidades públicas e privadas na implementação de práticas operacionais mais eficien-tes, reduzindo custos de exploração, minimizando falhas e garantindo a segurança e a qualidade da água dis-tribuída.

Mário Bandeira

Atualmente há uma promoção de livro da dis-tribuidora Gradiva. As pessoas normalmente aproveitam estas campanhas para adquiri os livros de autores bastante conhecidos e títulos mais sonantes. Mário Bandeira está neste mercado há 42 anos e recentemente mudou-se para o Largo do Adro da Ajuda, mesmo ao lado da igreja da nossa senhora da Ajuda, em Peniche.

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A empresa José Júlio Lda., está em Peniche na distribuição de gás e comercialização de ele-trodomésticos, há quase duas décadas.Maria João, gerente do espaço garante que além da venda, a empresa está direcionada para a instalação de gás, água, aquecimento

José Júlio Lda.central, aplicação de piso radiante, instalação de painéis solares.A empresa José Júlio Lda., com vinte anos de reconhecimento é das poucas a operar na cida-de de Peniche com certificação na instalação e manutenção de instalações de gás propano.

A empresa Carvalho e Maia dedica-se à co-mercialização especializada de materiais de construção e decoração, há 30 anos na cidade de Peniche.Armazenistas e revendedores, a Carvalho e Maia, está a sofrer na pele a crise no mercado da construção.Ainda assim, Gentil Carvalho, gerente da em-presa, confessa que vai havendo procura, mas o sintoma igual ao de tantas outras permanece e o negócio “está muito parado”. Para sobreviver à crise, Gentil Carvalho, ex-

Carvalho e Maia

plica que desde a sua fundação, que persegue uma rigorosa seleção das melhores marcas e produtos, nacionais e estrangeiros de elevada qualidade e design, aliado a um atendimento e acompanhamento personalizado aos clientes.Desde a sua fundação, Carvalho e Maia, tem sido uma referencia em Peniche, no lançamen-to, promoção e exposição de novos produtos. Com o objetivo do melhor serviço, dispõem de uma ampla área de exposição coberta no centro de Peniche.

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Rendasna terra onde a tradição ainda é o que era

Chocolateaté Walt Disney teria aplaudido

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Betoaqueles de quem gostamos sómorrem no dia em que os esquecemos

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Capítulo Perfeitona melhor onda,

com os melhores

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CIABo passado, presente naAtouguia da Baleia

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Em nome do consensoe da coerência

Jorge Gonçalves

Consciente de que a demagogia e populismo têm sido perversos para a democracia e têm afastado os cidadãos da participação ativa da causa pública, e uma vez que ser cidadão é ser responsável pela sua cidade, não poderia deixar de participar nesta iniciativa de modo a contribuir para o esclarecimento do leitor. Um problema pungente que a todos preocu-pa é o futuro do Hospital de Peniche. Sei que existem outros problemas no âmbito da saúde, mas no momento, a situação de maior angústia tem a ver com a política de saúde na Região

Oeste. O estudo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo tornado público prevê alterações nos Hospitais de Cal-das da Rainha, Alcobaça, Torres Vedras e o desmantelamento do hospital de Peniche.Dentro do compromisso de verdade que as-sumo com os leitores, falo-vos desta situação que já não é nova. Em 2007, quando o Par-tido Socialista era responsável pelo Governo Central levantou-se a possibilidade do encer-ramento da urgência entre as 00 h e as 08 h, o que nessa altura não aconteceu. Hoje continu-amos a ter uma urgência de 24 h. Sei bem que a situação do País, em termos de finanças públicas obriga a esforços de conten-ção de despesas. Sei bem que a despesa com o Serviço Nacional de Saúde é elevada e que contribui fortemente para o défice das contas públicas, mas também sei que o SNS contra-riamente ao que muitas vezes se apregoa é de excelente qualidade. Em 2007 foi possível estabelecer um CON-SENSO político e partidário entre todas as forças políticas locais, em que o Partido So-cialista desempenhou o seu papel, procuran-

do muitas vezes junto dos decisores políticos, quer governamentais, quer partidários, encon-trar uma solução para o problema. O que acon-teceu, foi a integração da Urgência Básica do Hospital de Peniche na Rede Nacional de Ur-gências, consagrada em despacho no Diário da República. Ficou ainda prevista a assinatura de um protocolo entre o Ministério da Saúde, (Ministro Correia de Campos) e o Município de Peniche, protocolo esse que nunca foi assi-nado pelas partes, vá-se lá saber porquê! Em nome desse consenso político e partidário que nos uniu em torno deste problema lanço um desafio ao Partido Social Democrata de Peniche e ao Município, como órgão institu-cional representativo da população do con-celho: lutem junto do Governo Central, e em particular do primeiro-ministro e do ministro da Saúde para que se dê cumprimento ao an-teriormente acordado. A CORÊNCIA deverá ser uma das traves mestras da atuação política. Nos próximos artigos darei continuidade a es-tes temas.

Um abraço a todos.

António Marques

O conceito antigo de território, cunhado na Geografia Clássica em meados do século XIX, foi muito marcado e nutrido por uma época onde dominava o romantismo alemão.Encarava-se então, o conceito de território como algo concreto delimitado pela paisagem e pelo controle do Estado. “Um povo deve vi-ver sobre o solo que recebeu do destino, deve morrer aí, deve suportar a sua lei” Este con-ceito de território era associado a uma esca-

A reconfiguração dos territórios e a morte das

Freguesias

la nacional, limitado por fronteiras marcadas pela fluidez. Com efeito, esta visão de territó-rio será de grande importância para o campo das questões políticas, na óptica de Ratzel o Alemão que o definiu.O conceito de território contemporâneo, assu-me outra dimensão em virtude da nova con-figuração existente entre as esferas políticas, económicas e sociais. Assim, o território é reconhecido como uma relação simbólica di-recta com o espaço geográfico, um produto histórico a partir de uma relação de poder sob a óptica da produção. Entretanto, o conceito território não se confunde com o conceito de espaço geográfico, pois apresenta-se como uma manifestação do fenómeno espacial pro-fundamente marcado pela sua singularidade. O território é a organização do espaço geo-gráfico. Espaço onde se projecta o trabalho de

natureza intencional que é transformado pelas redes, sociais, culturais, económicas e os res-pectivos circuitos e fluxos que ai se instalam. Assim, o território representa um conjunto de movimentos que na sua fluidez e interconexão representam uma teia de complexidades que determinam a relação entre os movimentos e processos sociais, a materialidade é certo, mas também e sobretudo a história local. É essencial compreender bem que o espaço é anterior ao território. O território forma-se a partir do espaço, e é resultado de uma acção conduzida por vários actores sintagmáticos (actores que realizam os seus programas) em vários níveis.No entanto, o território exprime uma acção imediata de limites sob a superfície e é re-configurado de acordo com os objectivos dos agentes sociais e pelo contexto histórico em que está inserido. Sendo assim, o território pode ser considerado como um produto que acumula diferentes processos de um tempo de sucessões de coexistência humanaA configuração do território pesa diferente-mente dentro das esferas políticas, económi-cas e sociais existentes no contemporâneo e não pode ser realizada pelos meros interesses económicos e de convénio, arranjo e cómodo meramente conjuntural.O território, além de ter uma base física, é também, uma estrutura construída por uma sociedade. O território apresenta-se como um elemento físico que absorve todas as manifes-tações sociais que por sua vez produzem for-ças em novas direcções e estruturações. Uma das características do território, no mun-do actual, é o facto de ser edificado pela so-ciedade que depois de constituir identidades próprias, traduz todo esse resultado numa rea-lidade incontornável. A territorialidade, no sentido dinâmico, não deve ser analisada como uma justaposição de

quintas a nível local, mas como uma realidade territorial nova e verdadeira que surge de um sistema de inter-relações e interesses comuns.As Freguesias Portuguesas, fenómeno único e ímpar na organização territorial da Europa e do Mundo, representam a expressão mais lídi-ma da vontade das suas populações, sejam elas urbanas ou rurais.Vem isto a propósito da extinção das Fregue-sias enquanto espaços territoriais representati-vos da vontade das populações.Nunca a régua e esquadro se desenharam es-paços territoriais e entes políticos estáveis e agregadores.Por isso recusamos os argumentos simplistas da necessidade objectiva de alterar o actual quadro das Freguesias Portuguesas por ques-tões económicas dado representar uma falácia e até assentar numa mentira.Com a morte das freguesias, não se vai pou-par absolutamente nada e no entanto vamos desgastar inutilmente os autarcas, e prestar um péssimo serviço ao bem estar, afirmação e re-presentatividade das populações.Com tal atitude descarrega-se nos mais fracos e desfavorecidas o ónus e vergonha da prepo-tência.A base das alterações ao quadro administra-tivo das Freguesias, só é aceitável se resultar de um debate profundo e sério, que não existe, entre os homens e mulheres que representam estes espaços geográficos e neles incluo, os responsáveis políticos, sociais e culturais, mas também e sobretudo o cidadão comum, esse sim um dos mais interessados na definição do espaço geográfico do seu primeiro território.Sem este debate, se ele não se fizer, com um profundo sentido cívico, estamos a ferir de morte a Democracia e o Poder Local em Por-tugal.As Freguesias Portugueses, merecem o nosso maior apoio, compreensão e respeito.

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Vitor Fernandes

Luis Braz Gil

Cuidados hospitalaresna Região Oeste

Hoje volta a estar em discussão o futuro do Hospital Termal, o que sendo importante não o tem sido pelas melhores razões. Fala-se no seu encerramento, na entrega a privados, na falta de dinheiro para pagamento das análises às águas, necessárias ao funcionamento regu-lar do Hospital.

Nos últimos 30 anos, sucessivos governos prometeram, mas sistematicamente adiaram, uma solução que afirmasse e renovasse o nos-so secular projecto termal.

Com a falta de investimento na preservação do património, o seu estado de degradação foi-se acentuando e a grande crise das termas insta-lou-se com o encerramento em 1997.

Caldas e as pequenas economias locais ressen-tiram-se da crise do Hospital, pois significa-tiva percentagem dos utentes do balneário é exterior ao concelho e aqui se alojam, tomam as suas refeições, frequentam as pastelarias, compram lembranças.

Como é possível que, depois de 500 anos de uma gestão de serviço público que trouxe o Hospital Termal até aos nossos dias, se venha novamente alegar falta de vocação?

Falta de vocação ou falta de vontade política que arrastou a situação até à sua propositada degradação?

Da nossa parte não aceitamos tais argumen-tos, nem eles podem ser causa e fundamento

Termalismo nas Caldas da Rainha - que futuro?

para soluções cujo conteúdo se adivinha – a sua privatização.

É nesse sentido que o documento de Fevereiro de 2012 da A.R.S.L.V.T. aponta. Igualmente vozes locais se pronunciam para soluções que vão no mesmo sentido. A viabilização e desenvolvimento do projecto termal de Caldas da Rainha e a sua afirmação sem delongas, não passa por uma solução úni-ca.

São possíveis e desejáveis outras soluções que, respeitando o legado da Rainha, vão ao encontro das necessidades de tratamento das camadas populares. Há quem diga que o Hospital Termal não pode sobreviver tratando apenas as pessoas de menores posses. Quem o afirma já não está a pensar no Hospital Termal como uma com-ponente do Serviço Nacional de Saúde. Mas, para melhor fazerem passar uma solução pri-vatizadora, vão afirmando e garantindo, que as pessoas não serão prejudicadas, já que o Esta-do pagará aos privados os tratamentos.

Trata-se de transformar, assim, o Serviço Na-cional de Saúde numa espécie de instituição em saldo, em que os privados levam tudo o que for lucrativo, com chorudas ajudas do Es-tado.

No termalismo são hoje claras duas lógicas muito distintas na exploração deste recurso:

Uma, de afirmação do componente de saúde pública, não apenas numa perspectiva curati-va, mas igualmente preventiva, cujo objectivo principal é prestar cuidados de saúde aos por-tugueses.

Outra, é a lógica das termas/negócio, em geral de exploração privada, com tabelas de custos elevados, clientes seleccionados e visando obter altos lucros mesmo com baixas frequên-cias.

É a implementação deste último modelo de base, desta segunda lógica, que está subja-cente a toda a dinâmica que ultimamente se pretende afirmar: não só pela mão do governo e de todos aqueles que estão seduzidos pelas concepções neoliberais, MAS também pelos que, com interesses no sector termal, incluin-do no plano nacional, vêem no Hospital Ter-mal público das Caldas da Rainha um estorvo ao desenvolvimento dos seus negócios.

Alguns sonham com o encerramento definiti-vo do Hospital e com a sua transformação ou em Museu ou em Hotel.

Antes de mais queremos afirmar que no de-senvolvimento do nossos projecto termal, há espaço para a iniciativa privada. Ela pode dar um contributo para a modernização e diver-sificação da oferta de serviços e tratamentos numa óptica associada ao turismo e ao lazer, mas nunca para subverter o nosso modelo de base que tem assentado no primado da saúde pública.

A defesa e afirmação da componente de saúde pública exige não só a manutenção do Hos-pital Termal na posse do Estado, mas o seu desenvolvimento com o alargamento do seu Projecto de Saúde, tal como o controlo públi-co das águas.

Esta opção não põe em causa, antes valoriza, o aparecimento de projectos e propostas que têm sido feitas no plano local e que são de facto importantes garantir para a afirmação de Cal-das como cidade termal e de saúde, tal como são os casos da criação do Centro Hematológi-co Nacional em Caldas da Rainha ou do Cen-tro de Medicina Desportiva.

Para nós, é compatível um projecto de moder-nização termal com a manutenção do Hospital Termal na posse do Estado e o seu próprio de-senvolvimento numa óptica de saúde pública com o aparecimento de empresas privadas ou mistas, garantindo o Estado a cedência da água termal sobrante a terceiros, eventualmen-te entidades privadas, cujas receitas contribui-riam para a recuperação do património, tarefa da qual o Estado não se pode demitir.

Queremos acreditar que a população de Caldas da Rainha e as forças políticas que desejam o progresso da nossa terra saberão encontrar as formas de defender o projecto termal, garan-tindo o respeito pela nossa memória colectiva e a nossa identidade.

Recentemente, após a divulgação de estudos preliminares do Ministério da Saúde e devi-do a tentativas de aproveitamentos políticos, gerou-se discórdia e confusão sobre o futuro dos hospitais da região, criando-se fantasmas e teorias da conspiração e pondo-se em causa uma estratégia comum de defesa dos interes-ses das populações.

A divisão entre partidos e entre municípios, agravada pela ausência de liderança no Oeste, enfraquece a posição da nossa região perante o governo e é importante criarmos condições para que todos possam dar o seu contributo.

Por esta razão, a postura do CDS tem sido a de procurar e propor o diálogo interpartidário e intermunicipal. Na sequência de uma pro-posta do CDS na Assembleia Municipal das Caldas da Rainha, foi obtido um consenso entre os principais partidos (PSD, PS, CDS e CDU) que aprovaram uma moção a entregar ao Governo para sensibilizar que a saúde é um direito básico e que a reorganização hospitalar deve ser entendida segundo uma vasta popula-ção que o CHON acolhe.

O CDS defende que todos os hospitais da nossa região mantenham as suas principais valências, embora aceite a eventual fusão dos

centros hospitalares da região como parte da solução para resolver os graves problemas fi-nanceiros.

Como o deputado à Assembleia da Repúbli-ca, Manuel Isaac, já afirmou, “todos os Oes-tinos, população, câmaras municipais e outras entidades devem estar juntos no terreno para defender os interesses dos concelhos de Al-cobaça, Nazaré, Caldas da Rainha, Óbidos, Bombarral, Peniche e concelhos do Norte do Distrito de Lisboa”.

Uma coisa que não aceitaremos nem permiti-remos, é que qualquer decisão se oriente por

critérios puramente economicistas ao invés de critérios orientadores por um melhor CHON, mediante uma racionalização eficiente dos re-cursos e potenciando uma melhor prestação de serviços de saúde na Região Oeste.

Luis Braz GilPresidente da CPC do CDS-PPdas Caldas da Rainha

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| coletividades

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No próximo dia 31 de março será inaugurado o campo sintético do Grupo Desportivo Atouguiense (GDA). Para Rui Faustino, pre-sidente do clube, este recinto tem “que ser alvo de destaque pela co-laboração das entidades camarárias e da junta de freguesia pelo esforço que aqui implantaram”. Esta iniciativa conta com a presen-ça das 12 equipas de futebol dos diversos escalões de formação e futebol sénior do GDA. Para além da inauguração oficial das placas alusivas ao relvado sintético do “parque desportivo” às 15 horas, serão também recordados os 30 anos da subida à 3ª Divisão Na-cional da equipa de futebol sénior do clube, seguida de uma “home-nagem aos atletas e dirigentes” de então. Rui Faustino quer chamar a atenção às pessoas, associações da localidade e outras coletividades que têm servido todas as freguesias para estarem presentes a assistir à

cerimónia “porque o campo não é só do GDA, é de toda a fregue-sia.” Apelando ao associativismo, espera que o esforço da direção seja aplaudido, porque esta dire-ção, tal como tantas outras, está neste projeto por gosto, “e apesar de cada membro ter o seu trabalho, ainda disponibiliza tempo depois de sair do emprego e durante o fim de semana, praticamente ao longo de todo o ano, para se dedicar ao clube”.Para o presidente, o segredo para que daqui a 10 anos se possa come-morar o 100º aniversário do Grupo Desportivo Atouguiense é a prática desportiva por parte dos jovens. “Da maneira como as coisas estão a funcionar, como os miúdos pra-ticam aqui desporto, é bom que os pais entendam que esta é uma prá-tica saudável e faz bem. Cada vez há mais jovens aqui e isso reflete--se no seu bem-estar. E os miúdos gostam disto”.

Grupo Desportivo Atouguienseinaugura relvadosintéticoAtividade inserida na comemoração dos 90 anos do clube.

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