O Inconsciente Social

download O Inconsciente Social

of 7

Transcript of O Inconsciente Social

  • 7/26/2019 O Inconsciente Social

    1/7

    231

    O Inconsciente Social*

    PENNA, Carla. So Paulo: Casa do Psiclogo, 2014. 481 p.

    Raluca Soreanu**

    O livro de Carla Penna, O Inconsciente Social, publicado em 2014 pelaCasa do Psiclogo, envolve-nos numa conversa que se d num domnio entrea psique e a sociedade. Assume tambm a difcil tarefa de produzir uma refle-xo cuidadosa sobre o estado atual do debate terico no campo da grupanli-se1para o pblico brasileiro. O livro oferece ao leitor uma discusso slida,bem documentada e atualizada sobre temas como: o que um grupo para osanalistas de grupo? Como est sendo estudado? Enquanto avana em sua ela-borao sobre o grupo e o inconsciente social (captulos IV, V e VI), o livro

    realiza alguns gestos importantes (e, argumentarei depois, necessrios), o queo torna interessante para uma audincia multidisciplinar. O Inconsciente Socialpode ser melhor qualificado como um livro de escopo clnico amplificado um livro que prope uma abordagem psicanaltica do social. O pblico empotencial deste livro no somente analistas de grupo, mas tambm psicana-listas interessados em temas sobre a cultura e o social, em teorias atuais e pes-quisas sobre grupos e socilogos que recorrem s ideias psicanalticas.

    Carla Penna escreve com traos dignos de uma sociloga da histria, aler-

    ta aos processos histricos amplos, mas tambm ao contexto de emergncia,

    * NOA DOS EDIORES. O texto foi escrito originalmente em ingls e a traduo foi realizadapor IGOR PERES.** Psicanalista, doutora Sociologia/University College London (Londres-Gr-Bretanha), MarieCurie Research Fellow/Department of Psychosocial Studies, Birkbeck College (Londres-Gr--Bretanha), membro associado em formao/CPRJ (Rio de Janeiro-RJ-Brasil),.1Group-Analysis, traduzido em Portugus por grupanlise, refere-se ao nome dado por S. H.Foulkes, na dcada de 40 na Inglaterra, ao trabalho analtico com grupos. Na Amrica Latina, o

    uso do termo anlise para designar anlise em grupo foi problemtico em alguns crculos psi-canalticos. Assim, a prtica foi batizada de psicoterapia analtica de grupo. A Escola Francesa,que se firmou mais tarde, j no final da dcada de 60, utiliza o nome psychanalyse du grouppepara designar suas prticas grupais de base analtica.

    Cad. Psicanl.-CPRJ, Rio de Janeiro, v. 37, n. 32, p. 231-237, jan./jun. 2015

  • 7/26/2019 O Inconsciente Social

    2/7

    CAMINHOS E DESCAMINHOS DO LUTO

    232 Cad. Psicanl.-CPRJ, Rio de Janeiro, v. 37, n. 32, p. 231-237, jan./jun. 2015

    RESENHAS

    tanto das ideias quanto das redes de tericos que as portam e difundem. Psico-terapeutas de grupo podem beneficiar-se da ampla discusso sociolgica sobreo individualismo e de recursos para problematizar a dicotomia entre o indivi-

    dual e o social, que Penna formula num dilogo com Georg Simmel e NorbertElias. Psicanalistas podem se concentrar, tambm, na historizao do indivi-dualismo, enquanto se familiarizam com os desenvolvimentos atuais, em tor-no da ideia de grande grupo com os detalhes que o livro oferece, muitos delespouco conhecidos do pblico brasileiro. Finalmente, socilogos se interessa-ro pelo amplo exame das ideias de Freud, analisadas no contexto de sua emer-gncia, e da verdadeira ruptura que implicaram no pensamento sobre grupose multides, trazendo-se, principalmente, para a discusso as noes de pulso

    e identificao.Desde a primeira pgina da introduo, Carla Penna revela a motivao

    que a animou em sua jornada: o desejo de alcanar um melhor conhecimentoa respeito da psicoterapia analtica de grupo no Brasil. Embora o livro se des-dobre para alm desta questo e oferea um perfil do campo internacional dagrupanlise essa motivao inicial pode servir de lembrete aos psicanalistas: s

    vezes temos medo de grupos e de teorizaes sobre eles. Leio a introduo dePenna como um convite reflexo a respeito das razes histricas e traumti-

    cas que fazem com que, em determinados momentos, tenhamos mais receiodos grupos do que em outros. Para o Brasil, Penna traa uma ligao diretaentre o declnio de interesse pela psicoterapia analtica de grupo e a experin-cia da ditadura militar, que acarretou um tipo de retrao do domnio pblico,mas tambm do tema dos grupos e da grupalidade como um tpico da inves-tigao psicanaltica. Para leitores que desejam perseguir mais esta questo,sugiro Uprooted minds: surving the politcs of terror in the Americas, de NancyCaro Hollander.

    O livro de Carla Penna homnimo coletnea de ensaios de Earl Ho-pper (2003), que o precede em mais de uma dcada: Te Social Unconscious.Vejo a um gesto de dilogo, mas, mais importante, um gesto de busca de re-fundao do debate no campo da psicoterapia analtica de grupo brasileira sobbases diferentes. H uma conversa substantiva e animada com Earl Hopper nolivro, bem como com os ltimos trabalhos organizados por Hooper e Wein-berg (2011,especialmente no captulo IV). Penna introduz as proposies deHooper, suas vantagens em relao aos trabalhos anteriores sobre grupos, ini-

    ciados por Bion, e mostra como seus conceitos se conectam. importantenotar, contudo, como um ponto de diferena, que no segundo captulo do livrode Hopper (2003) (em co-autoria com Anne Weyman),A sociological view of

  • 7/26/2019 O Inconsciente Social

    3/7

    O INCONSCIENTE SOCIAL

    233Cad. Psicanl.-CPRJ, Rio de Janeiro, v. 37, n. 32, p. 231-237, jan./jun. 2015

    large groups, a conversa sociolgica se desdobra em torno de autores comomile Durkheim, C. H. Cooley e alcott Parsons. Que Carla Penna se encontreem dilogo com Georg Simmel, Norbert Elias ou Gabriel arde j uma ino-

    vao no campo da grupanlise que almeja fundamentar trocas entre a socio-logia e a psicanlise a respeito de temas renovados. Sua proposio revelaalgumas contribuies da perspectiva relacional e interpessoal na grupanlise,publicadas na coletnea editada de Hopper e Weinberg (2011) Te Social Un-conscious in persons, groups and societies. Uma questo aberta e desafiadorapara esta fundao revisitada est em como orquestrar uma conversa de um

    vocabulrio terico (a respeito de grandes grupos, por exemplo) para outro,sem recorrer a equivalncias pouco precisadas entre os termos do estrutural-

    -funcionalismo e os termos da sociologia relacional. No penso que este desa-fio seja interno ao livro, mas diz respeito a sua vida externa, aos debatescom outras vozes do campo.

    Como mencionei acima, h uma srie de gestos tericos necessrios pro-duzidos pelo livro, antecipando, especialmente, um compromisso multidisci-plinar com psicanalistas, analistas de grupos e sociolgicos. O primeiro destesgestos tambm, em minha opinio, a principal contribuio do livro: agre-gar vozes que nos permitem problematizar a dicotomia entre o individual e o

    social. Carla Penna est alerta s profundas consequncias de se estar preso aesta dicotomia e da naturalizao do indivduo como o ator ou unidade deanlise. Ela escolhe mobilizar pensadores complexos, todos eles desafiandoqualquer lugar comum presente na abordagem paradigmtica: Georg Sim-mel, Norbert Elias e Gabriel arde. Elege igualmente autores que so capazesde capturar processos histricos e que historicizam seus prprios pensamen-tos, o que nos fornece mais argumentos a respeito do que organiza as afinida-des da autora. Como resume Penna, na pgina 83: [...] especialmente no que

    diz respeito psicanlise e psicologia dos grupos, fundamental um pensa-mento que elimine as dicotomias entre indivduo e sociedade, valorizando

    justamente as formas de sociao, as figuraes e as interdependncias. Por-tanto, o primeiro captulo constitui um tipo de enquadramento na histriadas ideias; fornece tambm um balano da importncia do individualismopara a construo do mundo moderno; e constri um apontamento ontolgi-co a respeito da construo no dicotmica do par indivduo/sociedade. neste registro que a discusso sobre a grupanlise se d. Penna mostra um

    ntimo conhecimento sobre a circulao das ideias em seu campo e dos laosinvisveis que conectam diversos autores. Est a par do fato de que NorbertElias, por exemplo, j est de alguma forma presente no debate: Foulkes foi

  • 7/26/2019 O Inconsciente Social

    4/7

    CAMINHOS E DESCAMINHOS DO LUTO

    234 Cad. Psicanl.-CPRJ, Rio de Janeiro, v. 37, n. 32, p. 231-237, jan./jun. 2015

    RESENHAS

    bastante inspirado pelos trabalhos de Elias, enquanto Dalal (1998) props suaideia de bandas elsticas [elastic bands], baseando-se na teoria das figura-es do socilogo alemo.

    Detenhamo-nos por um momento na importncia de se sustentar gestosde pensamento no dicotmicos no espao da sociologia. Muitos poucos pen-sadores lograram avanar uma proposio ontologicamente fundamentada,que desestabilize uma das mais empobrecedoras oposies da teoria social:entre o indivduo e a sociedade, entre o individualismo e o holismo. Claro, nose pretende que psicanalistas aprendam com os socilogos como levar a caboseu complicado trabalho, mas de formas oportunas de transdisciplinaridadecapazes de aportar novas solues. Penna argumenta que h um profundo re-

    lacionalismo que aproxima Simmel e Elias, onde o social visto como umconjunto de relaes: [...] tanto para Simmel quanto para Elias, o todo sejauma sociedade, um grupo ou uma comunidade um todo relacional consti-tudo pelo conjunto de relaes, que se estabelecem entre os elementos que ocompem. Gostaria de acrescentar uma interpelao oriunda de minhas pr-prias afinidades, mas que poderia servir como uma linha de abordagem bas-tante proveitosa na grupanlise: a do trabalho de Cornelius Castoriadis (1987),que , no somente um pensador no dicotmico, mas que formulou uma cr-

    tica substantiva dos pares dicotmicos que percorrem as ideias filosficas oci-dentais. Em suas palavras: o indivduo no , para comear e principalmente,nada alm da sociedade. A oposio indivduo/sociedade, quando os termosso tomados rigorosamente, uma falcia total (CASORIADIS, 1991, p. 61).

    Os prprios termos do debate no domnio humano mudaram para umacompreenso no-dualista da psique e da sociedade. Num dilogo indiretocom diferentes linhas da teoria da estruturao (Anthony Giddens, MargaretArcher), Castoriadis clarifica que simplesmente intil postular que a socie-

    dade produz os indivduos que por sua vez produzem a sociedade (CASO-RIADIS, 1991, p. 145). Qualquer argumento como este da constituio circularobscurece, no s o fato de que a sociedade no uma propriedade de com-posio (1991, p. 145), mas tambm que todo o edifcio do pensamento sobretodos-e-partes colapsa, quando ns estamos falando da sociedade e o queemerge um tipo de relacionamento que no possui analogia em parte algu-ma (1991, p. 145). Em Castoriadis, o que particularmente frutfero para osanalistas de grupo justamente sua contribuio para a relao entre todos e

    partes. No somente o fato de que o todo contm um excedente qualitati-vamente distinto da soma das partes ao contrrio, no meu modo de entender as partes so as formas particulares de ser e devir que so somente por

  • 7/26/2019 O Inconsciente Social

    5/7

    O INCONSCIENTE SOCIAL

    235Cad. Psicanl.-CPRJ, Rio de Janeiro, v. 37, n. 32, p. 231-237, jan./jun. 2015

    virtude de sua participao no todo; o todo por sua vez ilegvel em sua parti-cularidade de ser e devir sem as partes. Embora Penna mobilize Castoriadisem seu captulo final, que explora definies do inconsciente social, penso que,

    para alm mesmo do escopo do livro, um dilogo sistemtico com Castoriadispoderia trazer ideias cruciais para a grupanlise.

    Retornando construo do livro e seus gestos necessrios, o captulo IIrefora a descrio histrica do surgimento do individualismo, comentando asmudanas socioeconmicas do sculo XIX na Europa e a emergncia concomi-tante das teorias irracionalistas do coletivo. Penna pinta um quadro do sculoXIX, no qual a multido selvagem o inimigo cercado pela operao de dife-rentes foras sociais. A autora oferece uma leitura atenta das ideias de Gustave

    Le Bon e Gabriel arde. Embora existam inmeras crticas das teorias de LeBon, a anlise cuidadosa de Carla Penna dos vetores do conservadorismo queatravessa seus escritos, assim como de suas inovaes, entendidas em seu con-texto histrico, constitui um importante ponto de partida sobre a reflexo arespeito de tipos variados de demonizao da multido. A demofobia de nos-sos tempos, presente ao redor do mundo nas reaes s ondas atuais de protes-to e manifestaes que ocorreram nos ltimos anos, ser necessariamenteassentada em diferentes tipos de conservadorismo. Nesta parte do livro, a estra-

    tgia de Penna colocar lado a lado Gustave Le Bon e seu contemporneo pro-vavelmente mais interessante, Gabriel arde. Embora a autora situeacertadamente arde prximo a Freud, no que tange s suas ideias de grupali-dade, pergunto-me se em um projeto futuro no seria mais proveitoso (espe-cialmente pensando a partir da grupanlise) trabalhar marcando umadescontinuidade mais forte entre as ontologias de Le Bon e aquelas de arde.Isto permitiria grupanlise recuperar um arde mais luminoso, capaz deabordar as formas de criatividade dos grupos e multides e no somente seus

    estados regressivos. Penna cautelosa o bastante para recusar certa linhagem detardofilia que, ultimamente, veio a caracterizar algumas vozes na sociologiacontempornea. Sustento que esta efervescncia em torno do trabalho de ardeno est despida de razes profundas. arde um autor original e no paradig-mtico que pode ser posicionado numa linhagem que inclui pensadores comoGilles Deleuze e Flix Guattari. Na pgina 115, Carla Penna comenta a aproxi-mao entre Simmel, Elias e arde, que tambm acredito ser a trade produtivade seu livro [] a psicologia das multides em arde revelou a impossibilida-

    de da existncia do indivduo sem o social. Corroborando as ideias desenvolvi-das no mesmo perodo na Alemanha por Simmel [...] sobre a sociedade e asformas de sociao, bem como a teoria das figuraes proposta por Elias [...].

  • 7/26/2019 O Inconsciente Social

    6/7

    CAMINHOS E DESCAMINHOS DO LUTO

    236 Cad. Psicanl.-CPRJ, Rio de Janeiro, v. 37, n. 32, p. 231-237, jan./jun. 2015

    RESENHAS

    O terceiro gesto necessrio que a autora produz consiste em conceder aFreud seu merecido lugar revolucionrio entre os pensadores do grupo. As

    vrias contribuies de Freud sobre o grupo permanecem um lugar ao qual

    retornar para as articulaes psicanalticas subsequentes. Penna reconheceplenamente a importncia da ideia de libido e de identificao para pensar osgrupos. Aqui, os socilogos poderiam ter muito a ganhar com a leitura de suareflexo sobre a natureza libidinal do lao grupal. Ela discute as transforma-es do narcisismo individual no contexto do grupo, o narcisismo das peque-nas diferenas e seus aspectos econmicos, o estranho [unheimlich] e agrupalidade, agressividade e a pulso de morte no contexto do grupo, a ques-to da homogeneizao interna dos grupos e as estabilidades e instabilidades

    do circuito pulsional na formao de grupos.Penna utiliza os trs captulos seguintes para traar um perfil das articula-

    es tericas prprias ao campo da grupanlise. Esta , em si, uma tarefa difcil,que Penna desempenha com uma notvel erudio. Com a mincia digna deuma historiadora e a sensibilidade para com as tendncias sociais e polticasmais amplas digna de uma historiadora das ideias, Penna prope sua explicaode como conceitos to diferentes surgem e so difundidos no campo. Destacaria,particularmente, a extensa parte do livro que a autora dedica aos experimentos

    de Northfield, se referindo pesquisa pioneira sobre grupos, de Rickman e Bion,durante a segunda guerra mundial. Penna escreve uma histria bem coesa dosexperimentos de Northfield, das dificuldades l vividas por Bion, Rickman, Fou-lkes e Main e das formas de criatividade que eram especficas deste comeo. Istoapresentar, certamente, ao leitor brasileiro novidades significantes. Ressaltariatambm a descrio que a autora oferece da interrupo da aventura pioneirados experimentos com grupos em um espao onde havia um conflito entre acultura militar e a cultura do cuidado. Penna sabe que o momento Northfield

    possui uma qualidade quase mtica, sendo o acontecimento fundacional docampo. Porm, recontar a histria e atribuir status a este acontecimento produzconsequncias significantes no sentido de possibilitar anlises posteriores sobrea dificuldade de se trabalhar psicanaliticamente num cenrio institucional, e nosentido de atravessar os fantasmas particulares sob os quais uma e outra geraoso foradas a desempenhar o trabalho psicanaltico (neste caso, o fantasmarecente da segunda guerra mundial e o fantasma da re-emergncia do fascismo).

    O livro prossegue para discutir o trabalho de Pierre urquet (e sua teoria do

    Oneness), Lawrence, Bain e Gould (e sua teoria doMe-Ness), Earl Hopper (e suasproposies sobre Incohesion: Aggregation/Massification), e Vamik Volkan (eseus grupos etnonacionais), dentre outros.

  • 7/26/2019 O Inconsciente Social

    7/7

    O INCONSCIENTE SOCIAL

    237Cad. Psicanl.-CPRJ, Rio de Janeiro, v. 37, n. 32, p. 231-237, jan./jun. 2015

    Leio o captulo final de Carla Penna, que traa vrios elementos de defini-es tentadas para o inconsciente social (comeando por Fromm e Castoriadise terminando com Hooper e Weinberg) como um tipo de antecipao de uma

    possvel questo que emanaria do pblico multidisciplinar que seu livro inter-pela: qual o seu objeto de estudo?. Creio, contudo, que a resposta para aquesto: o que o inconsciente social? dever ser nada menos que uma on-tologia, articulando psique e sociedade e no meramente uma definio. Atrade que emerge do livro de Carla Penna Georg Simmel, Norbert Elias eGabriel arde cumpre a promessa de uma importante abertura no campo dagrupanlise.

    Raluca Soreanu

    [email protected]

    Rio de Janeiro-RJ-Brasil

    Referncias

    CASORIADIS, Cornelius. Te imaginary institution of society. Cambridge: PolityPress, 1987.

    CASORIADIS, Cornelius. Power, politics, autonomy. In: CURIS, D. A. (Org.).Philosophy, politics, autonomy. New York /Oxford: Oxford University Press, 1991. p.143-146.

    DALAL, Farhad. aking the group seriously: towards a post-foulkesian group analytictheory. London: Jessica Kingsley, 1998.

    HOLLANDER, Nancy Caro. Uprooted minds: surviving the politics of terror in theAmericas.New York and London: Routledge, 2010.

    HOPPER, Earl. Te Social Unconscious: selected papers. London: Jessica Kingsley,2003.

    HOPPER, Earl; WEINBERG, Haim (Org.). Te Social Unconscious in persons,groups and societies.Volume 1: Mainly Teory.London: Karnac, 2011.

    PENNA, Carla. O Inconsciente Social. So Paulo: Casa do Psiclogo, 2014.