O IMORTAL - O CONSOLADOR · Palestras, seminários e outros ... acha que o segredo do suces-so...

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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 55 Nº 656 Outubro de 2008 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec Abel Sidney diz que é preciso estudar mais a Doutrina Espírita É tênue a fronteira entre a loucura e a obsessão Em entrevista ao confrade Orson Peter Carrara, Abel Sidney, escritor, professor e editor parana- ense, atualmente radicado em Por- to Velho, Rondônia, fala sobre suas experiências no Norte do Bra- sil, seus livros e seus projetos na seara espírita. Vinculado ao Cen- tro Espírita Irmão Jacob, de Porto Velho, e autor do livro Lições de um Suicida, Abel enfatiza a im- portância de estudarmos mais a Doutrina Espírita, de forma siste- mática e constante. Pág. 16 “Fora da caridade não há como crescer” A frase acima é um dos ensi- namentos contidos em artigo as- sinado por Arthur Bernardes de Oliveira, de Guarani (MG), no qual ele relembra diversas pas- sagens do Evangelho em que a prática do bem e o exercício da caridade são claramente propos- tos por Jesus. Na parábola do jul- gamento, em que o Divino Se- nhor separa bodes de um lado e ovelhas do outro, o Mestre dei- xou claro que o único caminho capaz de resolver o problema da paz entre os homens é o da cari- dade. Págs. 8 e 9 Filme sobre Bezerra é destaque nas principais revistas brasileiras As três principais revistas brasileiras – Veja, Época e IstoÉ – deram destaque ao su- cesso de público que vem al- cançando o filme Bezerra de Menezes – O Diário de um Es- pírito. A crítica, no tocante à A Revue Spirite há 140 anos ............................. 15 Aiglon Fasolo ...................................................... 6 Celso Martins .................................................... 11 Christina Nunes ................................................. 13 Crônicas de Além-Mar ...................................... 12 De coração para coração ..................................... 4 Divaldo responde .............................................. 11 Editorial ............................................................... 2 Édo Mariani ....................................................... 11 Emmanuel ........................................................... 2 Espiritismo para crianças .................................. 14 Grandes vultos do Espiritismo ........................... 7 Histórias que nos ensinam ................................ 13 Jane Martins Vilela ........................................... 10 Joanna de Ângelis ............................................... 2 José Viana Gonçalves ....................................... 12 Palestras, seminários e outros eventos ............... 5 Pedro de Almeida Lobo .................................... 13 Rogério Coelho ................................................. 10 Waldenir Aparecido Cuin ................................. 10 Ainda nesta edição Cosme Massi estará em Londrina nos dias 4 e 5 de outubro Cosme Massi reali- zará dois seminários em Londrina, nos dias 4 e 5 de outubro. Pro- movidos pela 5ª União Regional Espírita, os seminários ocorrerão no Centro Espírita Nos- so Lar. No dia 4, com início às 14h30, o tema do seminário será “Me- diunidade e Moral”. No dia 5, das 10 às 12h, o tema será “Noções de Educação na Infância”. Outro importante evento se dará em Cu- ritiba, na sede da Fede- ração, nos dias 11 e 12 de outubro: o 2º Encon- tro Estadual de Evange- lizadores, com direção de Sandra Borba Perei- ra. Pág. 5 qualidade do filme, não foi generosa. Se- gundo Épo- ca, o filme é despretensio- so e padece de um “ro- teiro ca- penga que faz a histó- ria se arrastar”, o que não im- pediu que ele constituísse o que a própria revista chamou de “um novo fenômeno do ci- nema brasileiro”. Verdade seja dita, a histó- ria de Bezerra de Menezes, in- terpretado no filme pelo ator Carlos Vereza (foto), tem emo- cionado a platéia e levado muitos até às lágrimas. Qual seria a explicação? A revista acha que o segredo do suces- so está no tema – o Espiritis- mo, visto que há no Brasil, o maior país espírita do mundo, cerca de 20 milhões de simpa- tizantes e adeptos. Ouvida pelo repórter de Época, a estudante carioca Giu- lianna Ciuffo (foto), de 17 anos, que assistiu ao filme logo na primeira semana, afirmou “É bom assistir a um filme sobre um homem que só fez o bem”. É provável que aí esteja o mo- tivo do sucesso do filme. Edi- torial, pág. 2 O título aci- ma foi extraído de uma observa- ção feita por Di- valdo Franco (foto) no Encon- tro realizado no mês passado no balneário de Guarajuba, pró- ximo de Salva- dor (BA), do qual participaram 503 pessoas procedentes de três países europeus e 16 Estados brasileiros. O local do evento foi o Hotel Vila Galé Marés. Antes da fala de Divaldo, os participantes do Encontro assis- tiram a um vídeo produzido e lançado este ano pela Versátil Vídeo Spirite, acerca da vida de Divaldo, com rico conteúdo para registro histórico da pro- pagação do Espiritismo, no Bra- sil e no exterior. O tema do Encontro, “A Mensagem do Amor Imortal”, foi examinado pelo conheci- do orador sob diversos aspec- tos durante os vários momen- tos de estudo, sendo recorda- das, na noite de abertura, pas- sagens de Jesus e seus após- tolos e o posicionamento re- volucionário de Joseph Ernest Renan, filósofo, filólogo e historiador francês, registrado em seus livros acerca do Cris- tianismo. Pág. 3

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 55 Nº 656 Outubro de 2008 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

Abel Sidney diz que é precisoestudar mais a Doutrina Espírita

É tênue a fronteira entre a loucura e a obsessão

Em entrevista ao confradeOrson Peter Carrara, Abel Sidney,escritor, professor e editor parana-ense, atualmente radicado em Por-to Velho, Rondônia, fala sobresuas experiências no Norte do Bra-sil, seus livros e seus projetos na

seara espírita. Vinculado ao Cen-tro Espírita Irmão Jacob, de PortoVelho, e autor do livro Lições deum Suicida, Abel enfatiza a im-portância de estudarmos mais aDoutrina Espírita, de forma siste-mática e constante. Pág. 16

“Fora da caridadenão há como crescer”A frase acima é um dos ensi-

namentos contidos em artigo as-sinado por Arthur Bernardes deOliveira, de Guarani (MG), noqual ele relembra diversas pas-sagens do Evangelho em que aprática do bem e o exercício dacaridade são claramente propos-

tos por Jesus. Na parábola do jul-gamento, em que o Divino Se-nhor separa bodes de um lado eovelhas do outro, o Mestre dei-xou claro que o único caminhocapaz de resolver o problema dapaz entre os homens é o da cari-dade. Págs. 8 e 9

Filme sobre Bezerra é destaque nasprincipais revistas brasileiras

As três principais revistasbrasileiras – Veja, Época eIstoÉ – deram destaque ao su-cesso de público que vem al-cançando o filme Bezerra deMenezes – O Diário de um Es-pírito. A crítica, no tocante à

A Revue Spirite há 140 anos ............................. 15Aiglon Fasolo ...................................................... 6Celso Martins .................................................... 11Christina Nunes ................................................. 13Crônicas de Além-Mar ...................................... 12De coração para coração ..................................... 4Divaldo responde .............................................. 11Editorial ............................................................... 2Édo Mariani ....................................................... 11Emmanuel ........................................................... 2Espiritismo para crianças .................................. 14Grandes vultos do Espiritismo ........................... 7Histórias que nos ensinam ................................ 13Jane Martins Vilela ........................................... 10Joanna de Ângelis ............................................... 2José Viana Gonçalves ....................................... 12Palestras, seminários e outros eventos ............... 5Pedro de Almeida Lobo .................................... 13Rogério Coelho ................................................. 10Waldenir Aparecido Cuin ................................. 10

Ainda nesta ediçãoCosme Massi estaráem Londrina nos

dias 4 e 5 de outubroCosme Massi reali-

zará dois semináriosem Londrina, nos dias4 e 5 de outubro. Pro-movidos pela 5ª UniãoRegional Espírita, osseminários ocorrerãono Centro Espírita Nos-so Lar. No dia 4, cominício às 14h30, o temado seminário será “Me-diunidade e Moral”. No

dia 5, das 10 às 12h, otema será “Noções deEducação na Infância”.

Outro importanteevento se dará em Cu-ritiba, na sede da Fede-ração, nos dias 11 e 12de outubro: o 2º Encon-tro Estadual de Evange-lizadores, com direçãode Sandra Borba Perei-ra. Pág. 5

qualidade dofilme, não foigenerosa. Se-gundo Épo-ca, o filme édespretensio-so e padece

de um “ro-teiro ca-penga quefaz a histó-ria se arrastar”, o que não im-pediu que ele constituísse oque a própria revista chamoude “um novo fenômeno do ci-nema brasileiro”.

Verdade seja dita, a histó-ria de Bezerra de Menezes, in-terpretado no filme pelo atorCarlos Vereza (foto), tem emo-cionado a platéia e levadomuitos até às lágrimas. Qualseria a explicação? A revistaacha que o segredo do suces-so está no tema – o Espiritis-

mo, visto que há no Brasil, omaior país espírita do mundo,cerca de 20 milhões de simpa-tizantes e adeptos.

Ouvida pelo repórter deÉpoca, a estudante carioca Giu-lianna Ciuffo (foto), de 17 anos,que assistiu ao filme logo naprimeira semana, afirmou “Ébom assistir a um filme sobreum homem que só fez o bem”.É provável que aí esteja o mo-tivo do sucesso do filme. Edi-torial, pág. 2

O título aci-ma foi extraídode uma observa-ção feita por Di-valdo Franco(foto) no Encon-tro realizado nomês passado nobalneário deGuarajuba, pró-ximo de Salva-dor (BA), do qual participaram503 pessoas procedentes de trêspaíses europeus e 16 Estadosbrasileiros. O local do eventofoi o Hotel Vila Galé Marés.

Antes da fala de Divaldo, osparticipantes do Encontro assis-tiram a um vídeo produzido elançado este ano pela VersátilVídeo Spirite, acerca da vida deDivaldo, com rico conteúdopara registro histórico da pro-pagação do Espiritismo, no Bra-sil e no exterior.

O tema do Encontro, “AMensagem do Amor Imortal”,foi examinado pelo conheci-do orador sob diversos aspec-tos durante os vários momen-tos de estudo, sendo recorda-das, na noite de abertura, pas-sagens de Jesus e seus após-tolos e o posicionamento re-volucionário de Joseph ErnestRenan, filósofo, filólogo ehistoriador francês, registradoem seus livros acerca do Cris-tianismo. Pág. 3

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O IMORTALPÁGINA 2 OUTUBRO/2008

EditorialEMMANUEL

Como nos disse há pouco umestimado amigo, o momento temsido auspicioso para o movimentoespírita no Brasil e no exterior.

Aqui, as três principais revistasbrasileiras – Veja, Época e IstoÉ –deram destaque ao sucesso de públi-co que vem alcançando o filme Be-zerra de Menezes – O Diário de umEspírito. No caso de Veja, diz-se quea quantidade de e-mails enviados àrevista comentando o filme foi supe-rior ao dobro da soma de todos osoutros pertinentes a assuntos divul-gados na mesma semana. Se isso nãotem para nós maior significado, sabe-se que para a revista constitui umpormenor bastante significativo, umavez que assinala uma maior consci-ência da parte dos espíritas com rela-ção à divulgação das idéias espíritas.

A crítica, no tocante à qualida-de do filme, não tem sido generosa.Segundo a revista Época, é surpre-endente o sucesso do filme, que é,para ela, despretensioso e padece deum “roteiro capenga que faz a his-tória se arrastar”. Mas o certo é que,reconhece a revista, o valor do seucusto de pouco mais de 2 milhõesde reais foi recuperado em apenasum mês e meio. Até o dia 25 de se-tembro o filme havia atraído262.461 espectadores, o que carac-terizaria, segundo Época, “um novofenômeno do cinema brasileiro”.

Com efeito, conforme a impren-sa tem dito, até a estréia do filme avida do médico Adolfo Bezerra deMenezes era desconhecida do gran-de público. Apesar disso, no filme, a

A confiança, suave-doce e tran-qüila, a alegria natural e sem alar-de, a exteriorização do bem que sepode e se deve executar, a compai-xão dinâmica, a não-posse, não-de-pendência, não-exigência, sãobenesses do amor pleno, pacifica-dor, imorredouro.

Nem sempre conseguirás ma-terializar os amigos da Vida Mai-or para satisfazer a sede de verda-de que tortura a muitos de nossoscompanheiros na Terra, mas sem-pre podes substancializar essa ouaquela providência suscetível deprodigalizar-lhes tranqüilidade econsolação.

* Nem sempre sonorizarás a voz

de desencarnados queridos parareconforto dos que choram de sau-dade no mundo; no entanto, sem-pre podes articular a frase calman-te que lhes transmita encorajamen-to e esperança.

*Nem sempre obterás a mensa-

gem de determinados amigos queresidem no Mais Além, para aedificação imediata dos que sofremno Plano Físico; entretanto, sem-pre podes improvisar algum recur-so com que se lhes restaurem aenergia e o bom ânimo.

*Nem sempre lograrás a cura de

certas enfermidades no corpo de

Um momento auspicioso para o Espiritismohistória do notável médico emocionaa platéia e tem levado muitos até àslágrimas. Qual seria a explicação? Orepórter de Época tenta explicar: “Aempatia causada pelo filme pode nãoestar naquilo que ele mostra, mas notema que aborda: o Espiritismo. OBrasil é o maior país espírita do mun-do. São 20 milhões de adeptos, se-gundo o Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE). Adoradopor seguidores do Espiritismo, Bezer-ra de Menezes é uma entidade a quemsão endereçadas orações e pedidos decura. No Orkut, há mais de mil co-munidades que levam o nome do‘Médico dos Pobres’, como Bezerraficou conhecido. A maior delas contacom 33 mil participantes”.

Numa cena expressiva do filme,Bezerra de Menezes afirma: “O ma-terialismo não preenche a existên-cia”, uma idéia bem aceita pelo pú-blico, sobretudo por aqueles que fo-ram ao cinema assistir à história domaior vulto que o Espiritismo noBrasil conheceu. “É bom assistir aum filme sobre um homem que sófez o bem”, disse à revista Época aestudante carioca Giulianna Ciuffo,de 17 anos, que assistiu ao filmelogo na primeira semana. “Ninguémagüenta mais ir ao cinema para vertiro, pobreza e tráfico”, completoua jovem, de família católica masagora adepta do Espiritismo.

Na reportagem publicada porIstoÉ, que destaca igualmente o su-cesso do filme, o repórter lembraque o Brasil é a maior nação espíri-ta do mundo. “São – de acordo com

o texto - 20 milhões de adeptos esimpatizantes, segundo a FederaçãoEspírita Brasileira – no último Cen-so do Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE) 2,3 mi-lhões declararam seguir os precei-tos do francês Allan Kardec, o fun-dador da doutrina.” O número depessoas que já assistiram ao filmefoi também considerado alto pelarevista, considerando que se trata deuma produção nacional.

*À euforia ocasionada pelo su-

cesso do filme deve-se acrescentaruma notícia igualmente auspiciosa,que é a estréia na Rede TV, no dia 5de outubro, do confrade DivaldoFranco, com um programa que iráao ar para todo o Brasil, aos domin-gos, das 15h às 15h30.

Não existe no movimento espíri-ta brasileiro ninguém mais prepara-do para uma tarefa desse porte, quegrande repercussão seguramente terá,ao mostrar ao grande público o queé, em verdade, o Espiritismo e quaisos seus princípios e suas propostas.

Tal como ocorreu décadas atráscom a aparição de Chico Xavier naTV Tupi, fato que contribuiu de ma-neira positiva para a expansão domovimento espírita no Brasil, temoscerteza de que a simpatia, o carismae os conhecimentos de Divaldo con-tribuirão para que o povo brasilei-ro conheça um pouco melhor os en-sinos espíritas e possa entender porque Bezerra afirmou que o materi-alismo não consegue preencher osanseios dos homens.

Um minuto com Joanna de ÂngelisMesmo que se modifiquem os

quadros existenciais, que se alteremas manifestações da afetividade doser amado, o amor permanece liber-tador, confiante, indestrutível.

Nunca se impõe, porque é es-pontâneo como a própria vida e ir-radia-se mimetizando, contagiando

Mediunidade e nósirmãos padecentes; todavia, sem-pre podes lenir-lhes o coração eaclarar-lhes a alma, com o apoiofraterno, habilitando-lhes a mentepara a cura espiritual.

*Nem sempre te evidenciarás

como sendo um fenômeno, massempre podes, em qualquer tem-po, ser o auxílio a quem necessitede amparo.

*Médium quer dizer intérprete,

medianeiro.E dar utilidade à própria vida,

transformando-nos em socorro ebênção para os demais, é ser mé-dium do Eterno Bem, sob a inspi-ração do Espírito de Jesus Cristo,privilégio que cada um de nós podeusufruir.

JOANNA DE ÂNGELIS, men-tora espiritual de Divaldo P. Franco,é autora, entre outros livros, deAmor, imbatível amor, do qual foiextraído o texto acima.

de júbilos e de paz.Expande-se como um perfume

que impregna, agradável, suave-mente, porque não é agressivo nemembriagador ou apaixonado...

O amor não se apega, não so-fre a falta, mas frui sempre, porquevive no íntimo do ser e não das gra-tificações que o amado oferece.

O amor deve ser sempre o pon-to de partida de todas as aspiraçõese a etapa final de todos os aneloshumanos.

O clímax do amor se encontranaquele sentimento que Jesus ofe-receu à Humanidade e prosseguedoando, na Sua condição de Aman-te não amado.

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EMMANUEL, que foi o men-tor espiritual de Francisco Cândi-do Xavier e coordenador da obramediúnica do saudoso médium mi-neiro, é autor, entre outros livros,de Mediunidade e Sintonia, doqual foi extraído o texto acima.

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O IMORTALOUTUBRO/2008 PÁGINA 3

Os raios de sol que principia-vam a despontar na amena manhãdo último dia 5, em Salvador, alémde levar luz e calor ao recolhidobairro do Pau da Lima, onde selocalizam a Mansão do Caminhoe o Centro Espírita Caminho daRedenção, levavam também aolocal confrades de diversas regi-ões do Brasil e do exterior, parti-cipantes de mais uma edição doEncontro Fraterno com o oradorespírita Divaldo Pereira Franco.

O Encontro realizou-se no pe-ríodo de 5 a 7 de setembro, napraia de Guarajuba, próxima aSalvador, porém os dias que o an-tecederam já davam o indicativodos momentos de contentamen-to e paz que seriam desfrutados.

CLAUDIA [email protected]

De Curitiba

Assim, era possível encontrarespíritas de diversos Estados que,antecipando sua chegada à Bahia,dirigiam-se a Salvador a fim de co-nhecer melhor as atividades do Cen-tro Espírita Caminho da Redenção,entidade promotora do evento, e daMansão do Caminho, instituiçãoque se tornou admirável complexoeducacional que atende diariamen-te a mais de 3.500 pessoas, entre cri-anças e jovens carentes.

Os visitantes ficaram surpreen-didos com a magnitude da organi-zação e sua equipe, cuja grandeza érefletida na obra.

O tema do encontro foi tratadosob diversos aspectos

Já na manhã do dia 5, os 503participantes do evento, proceden-tes de três países da Europa – Ale-manha, Áustria e Suíça – e de 15Estados brasileiros – Pernambuco,

Encontro com Divaldo Franco reúne 503 pessoas na Bahia

Minas Gerais, Brasília, São Paulo,Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,Paraná, Mato Grosso, Mato Gros-so do Sul, Goiás, Alagoas, Paraíba,Rio Grande do Norte, Sergipe, Es-pírito Santo, além da Bahia – co-meçaram a desembarcar no HotelVila Galé Marés, na praia deGuarajuba, onde o evento foi reali-zado.

Depois de se acomodarem nohotel, foi-lhes propiciado assistiremao vídeo produzido e lançado esteano pela Versátil Vídeo Spirite,acerca da vida de Divaldo, com ricoconteúdo para registro histórico dapropagação do Espiritismo, no Bra-sil e no Exterior.

O tema do Encontro, “A Mensa-gem do Amor Imortal” foi tratadopor Divaldo sob diversos aspectosdurante os vários momentos de es-tudo, sendo recordadas, na noite deabertura, passagens de Jesus e seus

apóstolos e o posicionamento revo-lucionário de Joseph Ernest Renan,filósofo, filólogo e historiador fran-cês, registrado em seus livros acercado Cristianismo e citado por AllanKardec na Revista Espírita, ao apre-sentar alguns pontos coincidentescom a Doutrina Espírita.

É tênue a fronteira entreloucura e obsessão

No sábado pela manhã discor-reu sobre os transtornos psíquicose obsessivos, traçando um históri-co sobre a evolução de seu estudopela ciência e o enfoque espíritasobre a questão, a fronteira tênueentre loucura e obsessão, destacan-do que o cérebro, sob pressão deondas mentais vigorosas, pode de-sarticular-se, seguindo-se a pertur-bação fisiológica, do mesmo modoque a perturbação fisiológica faci-lita a obsessão.

Além dos que residem na Bahia, participaram do evento espíritas procedentes de três países estrangeiros – Alemanha,Áustria e Suíça - e de quinze Estados brasileiros. O tema do encontro foi “A Mensagem do Amor Imortal”

No mesmo dia, no período datarde, respondeu aos questiona-mentos formulados pelos partici-pantes acerca do tema tratado demanhã, esclarecendo e aprofun-dando conceitos, recordando aconstante necessidade de vigilân-cia.

No domingo, dia 7, foi narra-da a história de Paulo Scott, jo-vem que por volta do ano de 1938desenvolveu a hanseníase, sofreuo preconceito da sociedade e daprópria família mesmo depois decurado, emocionando a todos comsua trajetória de superação.

Após um exercício de visuali-zação terapêutica conduzido porDivaldo com os participantes, foiencerrado o Encontro, seguido deabraços demorados entre os novose antigos amigos ali encontradose o desejo de um breve reencon-tro.

Divaldo na tribuna em Guarajuba Um flagrante do numeroso público Um dos momentos do encontro

Vista geral do auditório Após a palestra, os autógrafos Um flagrante da tribuna

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O IMORTALPÁGINA 4 OUTUBRO/2008

De coração para coração

Já disse várias vezes e repitoagora que tenho pela Umbanda umrespeito muito grande e uma grati-dão que não poderia jamais sermedida em termos monetários.

Quando criança, ali pelos seismeses de idade, foi graças à inter-cessão de um grupo umbandistaradicado em Juiz de Fora que obti-ve a cura em face da tuberculoseinsidiosa que me acometeu poucodepois que vim ao mundo, enfer-midade essa que estava vencendoa batalha contra os médicos quan-do ocorreu a mencionada interven-ção.

Meus pais me haviam levadoàquela cidade justamente em bus-ca de socorro médico quando, poresses fatos geralmente atribuídosao acaso, um amigo, ciente docaso, perguntou-lhes se eles permi-tiam que na reunião daquela noite,num centro umbandista, fosse rea-lizado um trabalho em meu bene-fício. Voltei de Juiz Fora curado.

O tempo passou e quase 20 anosdepois, já residindo em Londrina,tive de fazer exames médicos paraingresso no Banco do Brasil.

O médico credenciado peloBanco havia pedido alguns examese depois, finda a consulta derradei-ra, perguntou quando é que eu ti-vera tuberculose. Respondi-lhe quea doença havia ocorrido quandoera ainda um bebê de seis mesesde vida. Então, já com o laudo emmãos, o qual me garantia a possecomo funcionário do Banco, per-guntei-lhe como é que ele souberaque eu contraíra tuberculose. E ele,apontando para a radiografia dopulmão, esclareceu que ali estavaa indicação de que eu fora um diatuberculoso e já não mais o era.

A Umbanda ensina coisas queo Espiritismo também ensina: acomunicação entre nós e os mor-tos, a reencarnação, a lei de causae efeito, a crença em Deus, a imor-talidade da alma etc.

Em alguns lugares, a Umbandaaté mesmo utiliza livros espíritas,como por exemplo em Neves Pau-lista (SP), onde há – ou havia – umgrupo umbandista dirigido por umamédium extraordinária, por sinal,leitora deste jornal.

Não apenas pela experiênciapessoal, acima relatada, é eviden-te que meu respeito pelos irmãosumbandistas sempre foi grande,

muito embora reconheça que exis-tem pessoas que não conseguiriamrealizar no Espiritismo a tarefa querealizam tão bem nas hostes um-bandistas.

Chico Xavier dizia que, em re-lação à escolha da religião, a pes-soa deve ficar onde se achar me-lhor, onde tem mais condições deatender ao que é o objetivo princi-pal de qualquer religião: aproximara criatura de Deus.

Uns encontram essa possibili-dade nas igrejas evangélicas, ou-tras no catolicismo, outras naumbanda, o que depende de cadaum e nada tem que ver com a evo-lução da pessoa, mas sim com suaaptidão e seu compromisso firma-do na vida espiritual quando ela-boramos a chamada programaçãoreencarnatória.

No caso da mediunidade, claroque as pessoas que não conseguemlivrar-se do tabaco ou do álcoolpodem, em princípio, trabalharperfeitamente nessa tarefa numgrupo umbandista, o que no Espi-ritismo seria muito difícil, visto

A Umbanda e o Espiritismo têm muitos pontos em comum

Pílulas gramaticaisConforme a norma culta da

língua portuguesa, o pronomeátono (me, te, se, lhe, o, a, nos,vos, lhes, os, as) deve ser coloca-do geralmente depois do verbo:• O curso inicia-se na terça-feira• A eleição da diretoria verificou-se ontem• Os estudos reiniciam-se hoje• O atacante feriu-se na partida.

A essa colocação dá-se o nomede ênclise, que deve ser a normaem três situações bem claras: 1.)No início de frase: Jogue-me atoalha. 2.) Após o gerúndio: Amulher partiu, deixando-nos sozi-nhos. 3.) Com imperativo afirma-tivo: Soldados, levantem-se!

Há casos, no entanto, em queo pronome átono não pode jamais

vir depois do verbo, a saber:quando a forma verbal pertenceao futuro do presente, ao futurodo pretérito ou ao particípio:

Estão erradas, pois, estasconstruções:• Direi-lhe• Matarei-o• O torneio iniciará-se• A vida devolveria-o• O João tem feito-nos de bobo• Tenho dito-lhe.As frases acima devem ser assimredigidas:• Dir-lhe-ei• Matá-lo-ei• O torneio iniciar-se-á• A vida devolvê-lo-ia• O João tem-nos feito de bobo• Tenho-lhe dito.

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO - [email protected] Londrina

O Espiritismo respondeUma leitora de Belo Horizon-

te nos pergunta por que a adoles-cência é o período mais importan-te na existência de uma pessoa.Primeiro é preciso esclarecer queessa relevância da adolescênciaem relação aos demais períodos daexistência humana não é afirma-da, ao que nos consta, por nenhumautor espírita sério. E não poderiaser diferente, visto que todos osperíodos na vida de uma pessoasão importantes. Pelo menos é issoque Emmanuel disse, a respeito dainfância e da juventude.

Eis as palavras do conhecidoinstrutor espiritual: “A juventude

pode ser comparada a esperançosasaída de um barco para viagem im-portante. A infância foi a prepara-ção, a velhice será a chegada aoporto. Todas as fases requisitam aslições dos marinheiros experientes,aprendendo-se a organizar e a ter-minar a viagem com êxito desejá-vel” (Caminho, Verdade e Vida,cap. CLI, obra psicografada porFrancisco Cândido Xavier).

O êxito de uma existência estámuitas vezes relacionado ao queocorreu com a pessoa quando cri-ança. A base moral, tanto quanto abase intelectual, se forma nessafase, que Emmanuel chamada de

preparação. Um menino que nãoaprendeu as noções elementaresda matemática, por exemplo, teráimensas dificuldades na adoles-cência. Falta-lhe, como dizemoscomumente, base. O mesmo se dácom relação à educação do sercomo um todo, lembrando-nosaqui de que educação é o conjun-to dos hábitos adquiridos. É porisso que o ditado popular nos dizque “educação vem do berço”.

Educar as crianças, desde a faseuterina, é preparar o cidadão deamanhã, razão por que no Espiritis-mo se tem dado tanta ênfase à cha-mada evangelização da infância.

que a Umbanda admite tanto ofumo como o álcool nas manifes-tações mediúnicas, o que não sig-nifica dizer que os “guias espiritu-ais” que ali trabalham sejam atra-sados ou inferiores aos que mili-tam em outros grupos religiosos.

A única coisa que, embora bas-tante comum nos trabalhos daUmbanda, é inaceitável na ativida-de espírita diz respeito aos proces-sos adotados nos trabalhos de de-sobsessão.

Na Umbanda, é corriqueira apreocupação em buscar o afasta-mento do agente causador da per-turbação, esse a que chamamos deobsessor.

No Espiritismo, procura-seatender o que sofre a perturbaçãoe aquele que a causa, e o objetivoé a aproximação de ambos, paratorná-los amigos ou pelo menosadversários cordiais, cientes todosde que obsessor e obsidiado sãopessoas enfermas que necessitamde tratamento, não de exorcismosou de expulsão por meio da vio-lência e do medo.

Cena clássica de exorcismo na Igreja,uma prática que o Espiritismo não aceita

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O IMORTALOUTUBRO/2008 PÁGINA 5

Palestras, seminários e outros eventosEspírita, evento promovido peloDepartamento da Infância e Juven-tude (DIJ) do Centro Espírita OsMensageiros (CEOM). A Feira abor-dou o tema “A Gênese – 140 anos” efoi realizada das 14h às 18h, na RuaPadre Montoya, 454, Centro. Hou-ve durante o evento apresentaçõesfeitas pelos ciclos de infância, juven-tude e grupos de estudo, reunindotrabalhadores espíritas da região,além do público geral. Mais infor-mações podem ser obtidas comCélia, diretora do DIJ, pelo telefone(45) 9929-4260.

Londrina – Realizou-se em setem-bro na Comunhão Espírita Cristã deLondrina, na Rua Tadao Ohira, 555– Jardim Perobal, mais uma Jorna-da Espírita Cairbar Schutel, compalestras aos domingos, às 9h damanhã, sobre vultos do Espiritismo.Eis a programação realizada: dia 7de setembro – Vídeo sobre Eurípe-des Barsanulfo (Dogomar Ferraz dosSantos); dia 14 de setembro – A mé-dium Anita Borela de Oliveira (As-tolfo O. de Oliveira Filho); dia 21de setembro – O vulto espíritaHermínio Corrêa Miranda (Ilza Ma-ria Lima Braga); e dia 28 de setem-bro – João Leão Pitta: o baluarte dadivulgação espírita (Wilson Marco-ni).– Realiza-se no dia 5 de outubro maisuma reunião do Círculo de LeituraAnita Borela de Oliveira, desta vezna residência do casal Hélio eIvanira, quando será concluído o es-tudo do romance “O silêncio dosdomingos”, de Lígia Barbieri.

– O conferencista Cosme Massi(foto) realiza dois seminários emLondrina nos dias 4 e 5 de outubro.

Eventos no ParanáCambé – Inicia-se no dia 1º destemês mais um Ciclo de Palestras noCentro Espírita Allan Kardec, compalestras todas as quartas-feiras, apartir das 20h30. Eis os palestrantesconvidados: dia 1º, José AntônioVieira de Paula; dia 8, Paulo Costa;dia 15, Astolfo Olegário de OliveiraFilho; dia 22, Dorotheia Cristina ZielSilveira, dia 29, Rosana VoigtSilveira.– Realiza-se no dia 4, às 20h, no sa-lão de festas da Loja Maçônica Re-generação III, um jantar comemora-tivo do aniversário de 95 anos denosso confrade Hugo Gonçalves.Familiares, amigos e confrades devárias cidades estarão presentes parahomenagear o fundador e diretordeste jornal. O convite custa R$25,00.

Cascavel – A 10ª União RegionalEspírita promoverá um grande semi-nário para jovens, dirigentes e tra-balhadores espíritas, nos dias 18 e19 de outubro. O evento, que serácoordenado por Cosme Massi, ocor-rerá na Sociedade Espírita Amor eCaridade (Rua Visconde de Guara-puava, 1.663). De acordo com a pro-gramação, no dia 18, a palestra como tema “Revista Espírita”, ocorre apartir das 14h30. No dia 19, o pa-lestrante ministrará uma palestracom o tema “150 anos da Revista Es-pírita”, das 9h30 às 12h. A entrada éfranca. Mais informações poder serobtidas com Lucinha, pelo telefone(45) 9973-6700.

Curitiba – Será realizado nos pró-ximos dias 11 e 12 de outubro o 2ºEncontro Estadual de Evangelizado-res. O evento ocorrerá na sede daFederação Espírita do Paraná, loca-lizada na Alameda Cabral, 300, soba direção de Sandra Borba Pereira.Mais informações podem ser obti-das com a direção do Departamentode Infância e Juventude de cadaUnião Regional Espírita. – A Federação Espírita do Paraná(FEP) promoveu no dia 21 de setem-bro o “Encontro de Jovens da UREOeste”. O evento teve como princi-pal objetivo abordar a atuação dojovem no movimento espírita e foirealizado na Sociedade de EstudosEspíritas Fraternidade.– A FEP promoveu nos dias 27 e 28de setembro o recital de primavera“Elysium”. O evento, que foi reali-zado pelo Coral do Centro EspíritaIldefonso Correia e convidados, tevepor local o Teatro da Federação.

Foz do Iguaçu – Realizou-se no dia6 de setembro a VIII Feira Cultural

O evento, promovido pela 5ª URE –União Regional Espírita, ocorrerá noCentro Espírita Nosso Lar (Rua San-ta Catarina, 429). No dia 4, o temado seminário é “Mediunidade e Mo-ral” e acontece das 14h30 às 17h30.No dia 5, o tema abordado será “No-ções de Educação na Infância”, queacontece das 10h às 12h.– No dia 27 de setembro, com pa-lestra de Aldérico Natal Sposti, co-ordenador da USEL, foi comemora-do o aniversário de 40 anos do Cen-tro Espírita Bom Samaritano, situa-do na Rua Mercúrio, 764, no Jardimdo Sol. O coral da Casa apresentou-se antes da palestra, que foi seguidade uma bela confraternização entreos presentes.– Inicia-se no dia 3 de outubro, noCentro Espírita Nosso Lar, mais umCiclo Mensal de Palestras promovi-das pela União das Sociedades Es-píritas de Londrina (USEL). Eis aprogramação: dia 3 – sexta-feira,20h – Nosso Lar: “Viver em Socie-dade” – José Miguel Silveira; dia 3– sexta-feira, 20h - C. E. Maria deNazaré: “Missionários de Jesus” –Oswaldo Santos; dia 4 – sábado, 20h– C.E. Amor e Caridade: “O Mal e oRemédio” - Leda Negrini deAlmeida; dia 4 – sábado,15h – C.E.Casa Fabiano de Cristo: “O Passe naCasa Espírita” – Marco AurélioBatyras; dia 5 – domingo, 9h30 –C.E. Meimei: “Bem-aventurados osMansos e Pacíficos” – WalquiriaFerracini; dia 10 – sexta-feira, 20h– Centro Espírita Aprendizes doEvangelho: “Perispírito – Arquivoda Vida” – Pedro Vanderlei Paulino;dia 10 – sábado, 15h - N. E. HugoGonçalves: “Estudando as Obras deAndré Luiz” – José AntônioVieirade Paula; dia 14 – terça-feira, 20h –Soc. Div. Espírita Maria de Nazaré:“Amar ao Próximo Como a Si Mes-mo” – Aldérico Natal Sposti; dia 16– quinta-feira, 20h - C.E. Vinha deLuz: “Os Espíritos Podem Interferirem Nossas Vidas?” – Edevaldo L.Rodrigues; dia 17 – sexta-feira, 20h– C.E. Caminho de Damasco: “Re-encarnação” – João Antonio da Sil-va Neto; dia 18 – sábado, 10h - N.E.Benedita Fernandes: “Pedi eObtereis” – Naudemar Nascimento;dia 19 – domingo, 9h30 – C.E. Anita

Borela de Oliveira: “O que é a Dou-trina Espírita” – Alceu Augusto deMoraes; dia 21 – terça-feira, 20h –C.E. Allan Kardec: “Vícios daAlma” – Geraldo Saviani; dia 26 –domingo, 9h - Comunhão EspíritaCristã de Londrina: “A Obra de Je-sus de Redenção e Educação” –Ifigênia A. Santos; dia 29– quarta-feira, 20h – C.E. Bom Samaritano:“Em Busca do Equilíbrio” – Rober-to Camargo.

Paranavaí – Será realizado no dia 4de outubro, no Centro Espírita Fé,Amor e Caridade (Rua Guaporé,1.576) o Seminário “A Mediunida-de a Serviço de Jesus”. O eventoacontece a partir das 14h e vai até às18h, sob coordenação de ZenaideAparecida Simões. Mais informa-ções podem ser obtidas pelo telefo-ne (44) 3423-4990.

Eventos em outrasregiões do Brasil

São Paulo (SP) – Estréia na RedeTV, no dia 5 de outubro, domingo,às 15h, nosso estimado confradeDivaldo Franco, que apresentará aosdomingos, das 15h às 15h30, umprograma sobre a temática espírita.– O Centro de Cultura, Documenta-ção e Pesquisa do Espiritismo Eduar-do Carvalho Monteiro e a Liga dosHistoriadores e Pesquisadores Espí-ritas realizaram em setembro o 4ºEncontro Nacional da Liga dos His-toriadores e Pesquisadores Espíritassob a temática A Construção de Es-tratégias para a memória e a pesqui-sa espírita. Serra Negra (SP) – O 6º CONEC –Congresso de Espiritismo do Circui-to das Águas será realizado nos dias18 e 19 de outubro de 2008 no Cen-tro de convenções Circuito dasÁguas. A participação é gratuita,com exceção da peça teatral, cujosingressos podem ser adquiridos pelovalor de R$ 15,00. Mais informaçõesno site www.usecircuitodasaguas.com.br

Matão (SP) – Realizou-se em se-tembro o 28º Mês Espírita CairbarSchutel, que apresentou a seguinteprogramação: dia 6, às 20h: palestra

de Elizeu Florentino da Mota Juniorsobre “Sexualidade e Espiritismo”;dia 13, às 20h: palestra de OtaciroRangel do Nascimento sobre “Ora-ção”; dia 14, às 9h, seminário comOtaciro Rangel do Nascimento so-bre “Origem do Universo”; dia 20,às 20h, palestra de RichardSimonetti sobre “Pena de Talião e oAmor”; dia 27, às 20h, palestra deLea Canucci Fazam sobre “Espiri-tismo e Educação”.– A Comunidade Espírita matonen-se prestou no dia 21 de setembrouma homenagem especial a CairbarSchutel pela passagem de 70 anosde sua desencarnação, organizadapela USE Intermunicipal de Matão,ocasião em que diversos confradesfalaram sobre Cairbar. Hugo Gon-çalves foi um dos convidados a fa-lar sobre o fundador da Revista In-ternacional de Espiritismo.

Torres (RS) – No dia 3 de Outubro,a partir das 19 horas, como parte daXII Semana Espírita de Torres, te-remos a apresentação do Seminário“Iluminação Interior” sob a coorde-nação de Divaldo Pereira Franco. OSeminário será realizado no Centrode Convenções da Ulbra Torres. Nosdias 4 e 5, Divaldo ministrará semi-nários nas cidades gaúchas de NovoHamburgo e Santa Cruz do Sul, res-pectivamente.

São Luís (MA) – A Federação Es-pírita do Maranhão promove de 10a 12 de outubro o 1° Congresso Es-pírita do Maranhão, que contarácom os palestrantes José Raul Tei-xeira, Alberto Almeida e MarcelMariano e acontecerá no Centro deConvenções de São Luis, tendocomo tema central “Espiritismo eCiência”. Serão subtemas: “AContribuição do Espiritismo paraa Atualidade Científica”, “Trans-tornos Psicológicos”, “Doenças doCorpo, Doenças da Alma e a Tera-pia Espírita”, “Comunicabilidadedos Espíritos”, “Ética na Genéti-ca”, entre outros. A programaçãoconta ainda com momentos de arte.Informações: (98) 3232.1395 / 983082.1082, no site http://www.femar.org.br ou pelo [email protected].

Cosme Massi

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O IMORTALPÁGINA 6 OUTUBRO/2008

O mais santo dos sábios – SãoTomás de Aquino (Roccasecca,1225 – Fossanova, 7 de Março1274) foi um frade dominicano, te-ólogo, distinto expoente da escolás-tica. Assim como Santo Agostinhohavia ressuscitado Platão, Tomas deAquino ressuscitou Aristóteles.

Tomás de Aquino que foi cha-mado o mais sábio dos santos e omais santo dos sábios. Nasceu emfamília nobre em março de 1225 nocastelo de Roca-Seca, perto da ci-dade de Aquino, no reino de Nápo-les, na Itália. Com apenas cincoanos seu pai, conde de Landulfod’Aquino, o internou no mosteirode Monte Cassino onde recebeu aeducação, a sua família esperavaque viesse a ser monge beneditinoe tinha a esperança de um dia vir aser o abade daquele mosteiro.

Aos 19 anos fugiu de casa para,contra o desejo dos pais, se juntaraos dominicanos mendicantes, en-trando na Ordem fundada por SãoDomingos de Gusmão. Estudou fi-losofia em Nápoles e depois emParis, onde se dedicou ao ensino eao estudo de questões filosóficas eteológicas. Estudou teologia emColônia e em Paris se tornou discí-pulo de Santo Alberto Magno queo “descobriu” e se impressionoucom a sua inteligência. Por estetempo foi apelidado de “boi mudo”.Dele disse Santo Alberto Magno:“Quando este boi mugir, o mundointeiro ouvirá o seu mugido.”

Foi mestre na Universidade de

Paris no reinado de Luís IX da Fran-ça, morrendo, com 49 anos, na Aba-dia de Fossanova, quando se diri-gia para Lyon a fim de participar doConcílio de Lyon, a pedido do Papa.

Fé e razão não podem contra-dizer-se – Seu maior mérito foi asíntese do cristianismo com a visãoaristotélica do mundo, introduzin-do o aristotelismo, sendo redesco-berto na Idade Média, na escolásti-ca anterior, compaginou um e ou-tro, de forma a obter uma sólidabase filosófica para a teologia e re-tificando o materialismo de Aristó-teles. Em suas duas “Summae”, sis-tematizou o conhecimento teológi-co e filosófico de sua época: sãoelas a “Summa Theologiae”, a“Summa Contra Gentiles”.

A partir dele, a Igreja tem umateologia (fundada na revelação) euma filosofia (baseada no exercícioda razão humana) que se fundemnuma síntese definitiva: fé e razão,unidas em sua orientação comumrumo a Deus. Sustentou que a filo-sofia não pode ser substituída pelateologia e que ambas não se opõem.Afirmou que não pode haver con-tradição entre fé e razão.

Explica que toda a criação éboa, tudo o que existe é bom, porparticipar do ser de Deus, o mal é aausência de uma perfeição devidae a essência do mal é a privação ouausência do bem.

Além da sua Teologia e da Fi-losofia, desenvolveu também umaTeoria do Conhecimento e umaAntropologia, deixou também es-crito conselhos políticos: Do gover-no do Príncipe, ao rei de Chipre, quese contrapõe, do ponto de vista da

AIGLON FASOLOaiglon@nêmora.com.br

De Londrina

O IMORTAL na internetAlém de circular com seu formato impresso, o jornal O

Imortal pode ser visto também na internet, bastando para issoacessar o site www.oconsolador.com, em cuja página inicialhá um link que permite o acesso do leitor às últimas ediçõesdo jornal, sem custo algum.

Para contactar a Redação do jornal, o interessado deve uti-lizar este e-mail: [email protected].

ética, ao “Príncipe” de Maquiavel.Com o uso da razão é possível

demonstrar a existência de Deus,para isto propõe as 5 vias de de-monstração.

Raciocínios que explicamDeus – Primeira via. Primeiro Mo-tor Imóvel: Tudo o que se move émovido por alguém, é impossíveluma cadeia infinita de motores pro-vocando o movimento dos movidos,pois do contrário nunca se chegariaao movimento presente, logo há queter um primeiro motor que deu iní-cio ao movimento existente e quepor ninguém foi movido.

Segunda via. Causa Primeira:Decorre da relação “causa-e-efeito”que se observa nas coisas criadas.É necessário que haja uma causaprimeira que por ninguém tenhasido causada, pois a todo efeito éatribuída uma causa, do contrárionão haveria nenhum efeito poiscada causa pediria uma outra numaseqüência infinita.

Terceira via. Ser Necessário:Existem seres que podem ser ou nãoser (contingentes), mas nem todosos seres podem ser desnecessáriosse não o mundo não existiria, logoé preciso que haja um ser que fun-damente a existência dos seres con-tingentes e que não tenha a sua exis-tência fundada em nenhum outroser.

Quarta via. Ser Perfeito: Verifi-ca-se que há graus de perfeição nosseres, uns são mais perfeitos queoutros, qualquer graduação pressu-põe uma parâmetro máximo, logodeve existir um ser que tenha estepadrão máximo de perfeição e queé a Causa da Perfeição dos demaisseres.

Quinta via. Inteligência Ordena-dora: Existe uma ordem no univer-so que é facilmente verificada, oratoda ordem é fruto de uma inteli-gência, não se chega à ordem peloacaso e nem pelo caos, logo há umser inteligente que dispôs o univer-so na forma ordenada. (Continua nopróximo número.)

Sobre a evolução das religiões, oucomo Kardec chegou ao Espiritismo

(Parte 32)

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O IMORTALOUTUBRO/2008 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

Maria Modesto Cravo

Foi discípula de EurípedesBarsanulfo, “O Apóstolo de Sa-cramento”, e como tantas outrascriaturas foi encaminhada ao tra-balho de amparo e de regenera-ção, graças à sua mediunidade,realizando tarefas missionáriasnos dois Planos de Vida, materi-

al e espiritual.Maria Modesto Cravo nasceu

na cidade de Uberaba (MG), no dia16 de Abril de 1899. Seus pais eramde formação católica e a encami-nharam para esta religião. Consor-ciou-se, aos 17 anos com o Sr.Nestor Cravo, em 1916. No anoseguinte transferiram residênciapara Belo Horizonte, quando sen-tiu os primeiros fenômenos medi-únicos em forma de obsessão, tra-zendo grandes problemas e preo-cupações para a família. O esposo,a conselho mediúnico, resolveuretornar a Uberaba. Seu pai, JoãoModesto, sugeriu que ela fosse le-vada a Sacramento para uma con-sulta com Eurípedes Barsanulfo.

Foi diagnosticado que o seumal provinha de espíritos sofredo-res. Teria que ser submetida deimediato a um tratamento espiri-tual e físico. Seu organismo esta-va muito debilitado.

Com o tratamento de precese passes, água fluidificada e a lei-tura de “O Evangelho SegundoEspiritismo” em poucos dias Ma-ria Modesto Cravo apresentavaum quadro animador. Com Eurí-pedes, começou também o seudesenvolvimento mediúnico,sendo logo convocada a trabalharna equipe de médiuns no serviçode curas, o que ela aceitou commuita humildade. Eurípedes aaconselhou a regressar a Ubera-

ba, retomando sua vida no lar ecolaborando com o MovimentoEspírita.

Assim iniciou sua colaboraçãoem uma Casa Espírita daquela ci-dade do Triângulo Mineiro assis-tindo aos necessitados de todas asmaneiras. Em casa, discretamentecomeçou a atender abnegado ser-viço de receituário, servindo deintermediária de médicos da Espi-ritualidade.

Em janeiro de 1919 foi funda-do o “Pronto Socorro Bezerra deMenezes”, na Rua Bernardo Gui-marães, também em Uberaba, cujoprédio ainda hoje existe. Três ve-zes por semana havia uma reuniãode desenvolvimento mediúnico,onde os Espíritos, através dela, ede outros médiuns, assistiam a di-versos enfermos, com doutrinaçãode desencarnados autorizados acomunicação.

Até então ela era médium pas-sista e de cura, com a imposiçãodas mãos. Na inauguração do Cen-tro Espírita de Uberaba, houvesignificativo fato: o desabrocharde suas faculdades psicofônicas.Na primeira comunicação o Espí-rito se identificou como Ismael. ADiretoria da Instituição zelosa, re-solveu consultar a Federação Es-pírita Brasileira. A resposta foipositiva, e do próprio Ismael, con-firmando a comunicação, para ale-gria de todos.

Depois se seguiram centenas decomunicações de Espíritos acres-centando detalhes de suas vidas,identificações que não deixavamqualquer dúvida.

Em 1922, no Centro Espírita deUberaba iniciou-se a celebração doNatal dos Pobres. Milhares de cri-anças eram mimoseadas com brin-quedos e guloseimas. O trabalhofoi estendido aos cegos, aos han-

senianos e aos presidiários e suasfamílias.

Em virtude do grande núme-ro de obsidiados e de portadoresde insanidade mental, surgiu aidéia de construção do SanatórioEspírita de Uberaba, que temprestado serviços inestimáveis àcomunidade de Uberaba e adja-cências.

Sua inauguração foi no dia 31de dezembro de 1934. O ProntoSocorro “Bezerra de Menezes”fundiu-se com o Sanatório unin-do-se todos os seus trabalhado-res.

Desde a fundação do Sanató-rio, Maria Modesto Cravo vinhase prontificando a intermediáriaaos trabalhos de cura, na doutri-nação de espíritos sofredores oumarcando a presença dos Men-tores Espirituais, que transmiti-am instruções, conselhos e orien-tações. Nesse trabalho recebeu aajuda do dedicado médico Dr.Ignácio Ferreira, outro compa-nheiro de atividades missionári-as em Uberaba.

Ela se dedicou também àevangelização das crianças e dosjovens, em todas as faixas etárias,muitos dos quais são seus segui-dores na atualidade.

Em junho de 1964, a conse-lho médico, transferiu-se paraBelo Horizonte, em tratamentode saúde. Dois meses depoisagravou-se o seu estado geral eno dia 8 de agosto retornou à Es-piritualidade. Sua obra, porém,continua propiciando os melho-res frutos de uma vida inteira-mente devotada ao bem.

(Texto extraído do jornalMundo Espírita, edição de se-tembro/2000, número 1.394 -Ano LXVIII , de Curitiba, PR.)

Imagine-se alguém levadopela família com diagnóstico degangrena e loucura e indicação deamputação da perna. Agora ima-gine-se viajando muitos quilôme-tros para ser tratado por um mé-dium. Isto mesmo, um médium!Imagine sua perna supostamentegangrenada cuidada com águafluidificada e sua loucura reduzi-da à mediunidade. Por fim, ima-gine uma cura em alguns dias eanos a fio de dedicação à sua co-munidade, tendo fundado cincoinstituições. Em síntese, esta é avida de Maria Modesto Cravo,considerada a Dama da Caridadeem Uberaba-MG, que ganhou umlivro biográfico publicado pelaeditora INEDE (capa ao lado).

A memória espírita não seesvanece porque algumas editorase pessoas insistem em preservar opouco que resta do passado com

Recordações de Maria Modesto Cravo

seus esforços pessoais. Mesmo semformação em história ou sem qual-quer curso formal sobre preserva-ção da memória, surgem voluntári-os a abrir mão de suas horas de des-canso em iniciativas que possibili-tam às novas gerações não perder

as “picadas” que foram abertas namata pelos pioneiros.

Maria Modesto nasceu em1899, no mesmo ano em queFreud escreveu a “Interpretaçãodos Sonhos”. Filha de espíritas,padeceu aos 18 anos de uma en-fermidade que foi diagnosticadacomo gangrena por um facultati-vo da capital mineira, associada aperturbação mental que os espíri-tas identificaram como obsessão.A família evitou a cirurgia e, mes-mo sob advertência médica, le-vou-a a Sacramento, onde foi tra-tada por Eurípedes Barsanulfo, àbase de desobsessão, passes e águafluidificada no período de 18 dias.Seguiu-se a educação mediúnicae, em breve, estaria psicografando.Ela seria intermediária das pres-crições médicas dos Espíritos,prescrições corretas, para o deses-pero do Pai da Psicanálise.

(Trecho da resenha escrita pelo confrade Jáder Sampaio, de Belo Horizonte, a propósito do livro Recor-dações de Modesta, de Iracy Cecílio, publicado pela INEDE.)

Maria Modesto Cravo

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A caridade desinteressada nas advertências do Cristo

Jesus já havia repisado todasas advertências que ele julgaramais necessárias aos discípulos eque deviam constituir a base deseu ensino, direcionado a todosque o quisessem seguir.

Na parábola do julgamento,em que o Divino Senhor separabodes de um lado e ovelhas dooutro, deixara claro que o únicocaminho capaz de resolver o pro-blema da paz entre os homens erao da caridade porque “fora dacaridade não há como crescer.”

Insistira nisso com a bela ima-gem expressa na recomendaçãode que não deixássemos que amão esquerda soubesse o que adireita estava entregando aopróximo. “Não saiba a mão es-querda o que dá a vossa mão di-reita!” Significando isso que nãoficássemos murmurando, arrepen-didos, sobre todo o bem que hou-véssemos feito ao nosso seme-lhante. Tal qual o caso, que Ma-chado de Assis relata, do comer-ciante rico e do mujique nas ter-ras geladas da Rússia. “Quando ocavalo disparou, o comerciantepensou que fosse morrer. Nadaretinha no seu galope. Se caíssefatalmente morreria. A cabeçabateria nas pedras; inevitáveis otraumatismo craniano e a morteao final. Eis senão quando surgeum mujique que, corajosamente,se antepõe ao cavalo, segura-opelo cabresto e o faz parar de cor-rer. Foi um milagre! O comerci-ante, agradecido, tira da carteirauma nota de mil rublos e, agrade-cendo muito, passa-a ao campo-nês. O coitado quase caiu de sus-to. Nunca vira uma nota como

aquela! E saiu pulando feliz, lou-co pra chegar em casa e mostrar pramulher e pros filhos a dádiva rece-bida. Mil rublos! Uma fortuna!

O comerciante, ao vê-lo partirfeliz, começou a pensar. “Acho quedei dinheiro demais. Mil rublos? Porque não 500? Ou 200? Talvez o po-bre ficasse feliz com 100. Ou me-nos. Quem sabe, 10?... Ele ganhacinco rublos por dia... É... acho queacabei dando dinheiro demais.”

Isso costuma acontecer com agente. Na hora do entusiasmo agente dá generosamente. Depoisse arrepende. E começa a sofrer.Aconteceu comigo. Ninguém meconvidava para ser padrinho decasamento. Meu irmão era padri-nho de todo mundo. Eu já estavaacostumado. Casamento? Já sei:meu irmão estará lá. Padrinho denovo. Eu já estava ficandocomplexado. Será que eu não sir-vo para padrinho de casamento?Surpresa! Um dia apareceu um.Fiquei feliz. E prometi logo aonoivo: “dou-te uma geladeira!”.

Gente, uma geladeira naquelaépoca era um presentaço. Hoje,não. Depois que surgiu a CasaBahia, ela desmoralizou o presen-te. Qualquer um pode comprar láuma geladeira pagando 20 reais pormês. Mas naquela época não.

Me arrependi logo. Mas tiveque cumprir o prometido. E tomesofrimento.

Mais ou menos como diz Ar-thur Riedel, no seu livrinho admi-rável: “á pessoas que háhhá pesso-as que acreditam que quem dá aospobres empresta a Deus, mas cos-tumam querer saber o que Deus vaifazer com o empréstimo”. Um ci-dadão pede um real para comprarum pão. A gente dá, mas logo ad-verte: “Olhe lá, estou dando paravocê comprar o pão. Não vá tomarcachaça não, ouviu?”

“Ao que se sabe, depoisde Jesus não apareceu

ninguém queressuscitasse mortos”

Outros há que dão uma oferta àIgreja, ou a uma instituição bene-ficente, e compram um bilhete deloteria, pensando que vão ter a re-compensa divina abocanhando oprimeiro prêmio.

Outros deixam para dar na horada morte, quando não têm maiscomo usufruir da fortuna acumu-lada, e a morte está batendo à por-ta. Fazem, então, um testamentodeixando tanto para o Hospital, tan-to para o Asilo, tanto para o Orfa-nato, tanto para a APAE. Deixam,porque não podem levar.

Já nos havia Jesus advertido,também, sobre a presença, sempre,em todos os momentos da história,dos chamados falsos cristos e fal-sos profetas que, utilizando-se daboa fé das pessoas, conduzem-naspara a decepção e a desventura.Não apenas os que se servem dareligião, conduzindo pessoas comorebanhos inconscientes para aven-turas nefandas ou crimesinimagináveis. Falsos cristos e fal-sos profetas, também, na filosofia,na ciência, na política, na indústria,no comércio, na educação, na saú-de, em toda parte. Sempre os hou-ve. Exploradores e explorados. Porisso nos recomendou fôssemosprudentes como as serpentes e nãoacreditássemos em todos os profe-tas, verificando antes se eles eramprofetas de Deus, pela análise desuas obras.

Exortou-nos que fôssemos per-feitos em tudo o que fizéssemos.Tal qual o Pai, que é perfeito emtudo em que o seu poder se mani-festa.

Essa perfeição a que Jesus sereferia é uma perfeição relativa.

Significa fazermos tudo o que noscabe fazer da melhor maneira pos-sível. Não deixarmos nada sem fa-zer, ou fazer as coisas pela meta-de, por causa da pressa ou de outromotivo qualquer. É pra fazer? En-tão façamos da melhor maneira quenós sabemos. Demos o melhor denós. Melhor, nós não saberíamosfazer. É isso que ele quer de nós.

Como coroamento, a recomen-dação final: “restituí a saúde aosdoentes, ressuscitai os mortos,curai os leprosos, expulsai os de-mônios. Dai gratuitamente o quegratuitamente recebestes”.

Um parêntese sobre o “ressus-citai os mortos”. Ao que se sabe,depois de Jesus não apareceu nin-guém que ressuscitasse mortos. Pa-rece que Pedro conseguiu isso umavez. Houve, sim, depois deles ca-sos de pessoas aparentemente mor-tas que, de repente, sem que nin-guém participasse do fato, voltas-sem à vida. A literatura registra al-guns casos. Interessante é o queaconteceu com uma figura conhe-cida nos meios literários. O AbadePrévost, autor do polêmico livro“Manon Lescaut”, já estava namesa para o trabalho de necropsia,quando, sob o bisturi do cirurgião,readquiriu as energias vitais e aca-bou se salvando.

“Ninguém pode fazerda mediunidade profissão,

porque ninguém édono dos espíritos”

Outro caso patético é o do cé-lebre poeta Scotto. Ele eracataléptico. Foi enterrado vivo du-rante uma crise, na ausência do ser-vo que sabia de sua doença. Tira-do da sepultura, seus familiares ve-rificaram que morrera sufocado,tendo mordido, desesperadamente,os lábios.

PÁGINA 8 PÁGINA 9O IMORTAL OUTUBRO/2008OUTUBRO/2008

De morte igual, morreram mé-dicos, poetas, reis e imperadores,sem falar dos supostos mortos en-terrados apressadamente nos hor-rores das epidemias e das guerras.

Emmanuel, em Renúncia, nos falasobre o drama que foi, na França doSéculo XVII, a chegada da varíola aoslares franceses. Não se esperava apessoa morrer. Enterrava-se logo commedo de a doença alastrar. Muita gen-te foi enterrada viva.

Kardec aproveitou a recomen-dação de Jesus e, no mesmo capí-tulo XXVI, tratou de preces pagas,lembrando a advertência do Mes-tre sobre o mau hábito dos escribasque, a pretexto de orar, devoravamas casas das viúvas.

Tratou ainda do episódio da ex-pulsão dos que vendiam coisasdentro do Templo, num desrespei-to flagrante à Casa do Senhor.

Mas a grande mensagem do ca-pítulo é para o comportamento dosmédiuns. Nenhum médium, de ne-nhuma forma, seja por motivo quefor, deve obter vantagem financei-ra ou social do dom que Deus lhedeu para utilização em seu traba-lho a favor da Humanidade.

Ninguém pode fazer da mediu-nidade profissão. Por uma razãosimples. Ninguém é dono dos es-píritos. Eles são independentes.Vêm quando querem e quando po-dem. Não há força humana capazde garantir uma comunicação. Foigraças ao mediunismo profissionalque proliferaram casos de fraudesque tanto mal fizeram à divulga-ção e aceitação da Doutrina.

Humberto de Campos conta-nos a história dramática de um mé-dium brasileiro.

Azarias era mecânico de auto-móvel. Grande mecânico e notávelmédium. Como sempre acontece,em torno de médiuns assim, nascea adoração e abundam freqüentado-res insaciáveis. Pessoas interessadasno favor dos espíritos envolvem omédium e o elogiam, e presentei-am, e bajulam e acabam por delesse tornarem donos. Querem utilizá-los, por isso, a qualquer hora. Vai-se a disciplina. Com Azarias deu-seque os tais “irmãos”, para tê-lo per-manentemente à sua disposição, ti-raram-no do emprego e lhe fizeramum salário. Cada irmão compareciacom uma parcela do salário ajusta-

ARTHUR BERNARDESDE OLIVEIRA

[email protected] Guarani, MG

No momento preciso dasinstruções, na noite de 4 de no-vembro de 1954, foi nosso ami-go espiritual José Silvério Hor-ta, mais conhecido por “Mon-senhor Horta”, quem ocupouos recursos psicofônicos domédium, dirigindo-nos a suapalavra cristã.

Sacerdote católico na últi-ma romagem terrestre, Monse-nhor Horta deixou em Minasformosas tradições de humil-dade, simplicidade e amor cris-tão, destacando-se por fiel ser-vidor de Jesus, e. confirmandoas notícias que lhe exornam onome, teceu, para a nossaedificação espiritual, significa-tivas considerações em tornoda caridade, que transcreve-mos a seguir.

Filhos, em verdade, outra vir-tude não existe mais bela. Todosos dons da vida, emoldurando-a, empalidecem como os lumesterrenos quando o sol aparece vi-torioso.

Desde a antigüidade, a ciên-cia e a filosofia erigem à própriaexaltação gloriosos monumentosque se transformam em cinza, afim de que elas mesmas se reno-vem. Em todos os tempos, a au-toridade e o poder fazem guer-ras que esbarram no sepulcro,entre sombra e lamentação. Só aCaridade, filha do Amor Celes-te, é invariável.

à perversidade e à morte moral...Para todos esses corações en-

carcerados na sombra expiatória,é indispensável saibamos trazer,em nome do Cristo, a chama dosacrossanto amor que ilumina esalva, esclarece e aprimora...

Inegavelmente, enquanto nacarne, não conseguis analisar a ex-tensão das consciências em dese-quilíbrio que se nos abeiram daspreces, como sedentos em torno àfonte... Viveis, provisoriamente, acondição do manancial incapaz desaber quão longo é o caminho daprópria corrente na regeneraçãodo deserto.

Cabe-nos, assim, o mais am-plo esforço para que a caridadepersista em nossos pensamentos,palavras e ações, porquanto é im-prescindível avivá-la tambémquando agimos.

No círculo doméstico e na vidapública, tanto quanto em todos osdomínios de vossa atuação nas li-des terrestres, sois igualmente de-frontados pelos companheiros emdesajuste que, como nos acontecea todos, anseiam por reerguimentoe restauração.

Guardemos caridade para comtodos aqueles que nos rodeiam...Para com os felizes que não sa-bem medir a própria ventura e paracom os infortunados que não po-dem ainda compreender o valor daprovação que os vergasta, paracom jovens e velhos, crianças edoentes, amigos e adversários!...

Cultivemo-la em toda parte... Ca-ridade que saiba renunciar a fa-vor de outrem, que se cale aju-dando em silêncio, e que se hu-milhe, sobretudo, a fim de que odesespero não domine os cora-ções que pretendemos amar...

Todos na Terra suspiram pelomelhor. A mulher que vedes, ex-cessivamente adornada, muitavez traz o coração chagado de an-gústia. O homem que surge, as-sinalado pela riqueza terrestre,quase sempre é portador de umvulcão no crânio entontecido. Ajuventude espera orientação, avelhice pede amparo.

Onde estiverdes, não conde-neis! O lodo da miséria nasce nocharco da ignorância em cujos la-ços viscosos a leviandade aindase enleia. Nós, porém, que já co-nhecemos a lição do Senhor, qui-nhoados que fomos por sua bên-ção, podemos abreviar o cami-nho para a grande libertação, des-de que a caridade brilhe conos-co, dissipando a sombra e lenindoo sofrimento.

É assim que vos concitamosà mais intensa procura do Cristopara que o Cristo esteja em nós,de vez que somente no EspíritoDivino de Jesus é que consegui-remos vencer a dominação dastrevas, estendendo no mundo oimpério silencioso da caridade,por vitoriosa luz do Céu.

José Silvério Horta

Caridade

Jesus exortou-nos que fôssemos perfeitos em tudo o que fizéssemos, fazendo as coisas que nos competem da melhor maneira possível, sem esquecer de dar graça ao próximo o que de graça recebemos

do. No princípio funcionou. Com otempo, um pára de contribuir; de-pois outro; após, mais outro e daí apouco está Azarias sem a ajuda dospatrocinadores e sem o emprego que

perdeu. As dificuldades, rápido, ba-tem à porta. Falta comida em casa.A luz, não paga, se apagou. O alu-guel também. E as dificuldades seinstalaram. Até que Azarias aceita

o primeiro pagamento. Depois ou-tro, mais outro. Em pouco tempo adesmoralização e o abandono. Ospróprios companheiros que tanto obajularam antes e que, afinal, fo-

ram os principais responsáveispela sua derrocada, são os queagora dele falam mal abertamen-te. A obsessão se instala. E o fimamargo se aproxima.

Com ela, desceu Nosso SenhorJesus-Cristo à treva humana e,abraçando os fracos e enfermos,os vencidos e desprezados, levan-tou os alicerces do Reino de Deusque as Forças do Bem na Terra ain-da estão construindo.

Vinde, pois, à Seara do Evan-gelho, trazendo no coração a pie-dade fraternal que tudo compre-ende e tudo perdoa!... Acendamosa flama da caridade quando orar-mos!

Em nossas casas de socorro es-piritual, achamo-nos cercados portodos os tipos de sofrimento, en-quanto nos devotamos à prece...que decorrem de tristes almas de-sencarnadas a carregarem consi-go as escuras raízes de ilusão e de-linqüência, com que se prendemà retaguarda...

São as filas atormentadas da-queles que traficaram com o altar,que venderam a consciência nostribunais da justiça, que mercade-jaram com os títulos respeitáveis,que menosprezaram a bênção dolar, que tripudiaram sobre o amorpuro, que fizeram do corpo físicouma porta à viciação, que se ren-deram às sugestões das trevas ali-mentando-se de vingança, que fi-zeram da violência cartilha habi-tual de conduta, que acreditaramna força sobre o direito, que sedesmandaram no crime, que se-pultaram a mente em pântanos deusura e que se abandonaram, iner-mes, à ociosidade, à perturbação,

Do livro Instruções Psicofônicas, cap. 35, por Espíritos diversos, por intermédio do médium Francisco Cândido Xavier.

Jesus de Nazaré

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O IMORTALPÁGINA 10 OUTUBRO/2008

Um senhor de cerca de 55 anos,andando com dificuldades, de mule-tas, com o tornozelo muito inchado,contou-nos que há 9 meses estavasofrendo por causa do seu pé. Era umdia de chuva e ele, voltando do tra-balho, para desviar-se de um feixede lenha que estava na calçada, te-meroso por causa da chuva, saiu dacalçada e foi pela rua, para o outrolado, e escorregou, pisando sobrealgo que nunca imaginávamos quepudesse estar no asfalto naquelemomento ou em momento algum:uma chapa de Raio X. Ele não en-xergou, na chuva – a chapa é quaseda cor do asfalto. Escorregou. Que-brou o pé em quatro partes e já ha-via passado por várias cirurgias or-topédicas tentando resolver o proble-ma, e ainda teria que fazer outras.

Quando ele nos contou isso, nósficamos atônita. Uma chapa de RaioX! Isso era lugar para estar esse exa-me? Jogado no chão!

Ficamos imaginando a responsa-

bilidade da pessoa que fez isso, comoficará o espírito quando chegar aomundo espiritual e verificar o que suaação provocou em outro ser humano.

Jogar lixo no chão. Isso é algoque tem sido sempre combatido, pe-los desastres que provoca e muitosainda não aprenderam.

Tudo o que fazemos resulta, pelalei de causa e efeito, em retorno paranós, sempre de acordo, é claro, coma capacidade intelectual, conheci-mento, compreensão, além da inten-ção daquele que age.

“Muito será pedido a quem mui-to foi dado”.

Aquele que mais sabe tem maiorresponsabilidade por seu modo deagir do que aquele que não sabe, quemuitas vezes terá atenuada a sua fal-ta pela sua ignorância, lembrandoainda que “o amor cobre uma multi-dão de pecados” e que, necessaria-mente, um espírito não precisa serpunido por aquilo que errou dentroda lei de Talião se sua escolha for aescolha do amor em suas atitudes,mas o mal que realizou sempre de-verá ser reparado, para que fiquequites com sua consciência.

Quanto ao nosso irmão de mule-tas, passar exatamente em cima doexame de Raio X e escorregar não émera coincidência. Ninguém passapelo que não necessita.

Na imprensa, chamou a atençãoum artigo sobre um bebê que caiu daaltura de vários andares e a um metrodo chão sua fralda descartável o pren-deu num objeto da parede do prédiodiminuindo o impacto da queda e evi-tando sua morte. Ela finalmente sesoltou e ele caiu, sofrendo algumasfraturas quando poderia ter morrido.Não estava isso em sua programaçãoreencarnatória naquele momento.

O nosso homem com as muletaspode ter tido uma provação ameni-zada, quem sabe? Talvez fosse paraacontecer algo pior; não sabemos,mas as coisas não são por acaso.

Na questão 527 de O Livro dosEspíritos, respondem a Kardec que seum homem tem em sua programaçãoa morte provocada por um raio, porcerto os espíritos não provocariamisso, mas poderão inspirar ao homema idéia de se abrigar sob uma árvoresobre a qual cairia um raio.

Do mesmo modo, se ele não pre-

cisasse passar por isso, eles o inspi-rariam a sair dali, pois os espíritos,segundo a questão 525 do mesmo li-vro, quando Kardec pergunta se exer-cem eles alguma influência nos acon-tecimentos da vida, respondem: “Cer-tamente, pois que vos aconselham.”

O que não podemos é ficar pen-sando que tudo são eles. O nosso li-vre-arbítrio está sempre à frente. Umpensamento pode ser sugerido, mas

Acontecimentos da vidaJANE MARTINS VILELA

[email protected] Cambé - PR

será sempre a nossa escolha segui-lo ou não.

Sejamos cautelosos, prudentes,principalmente nessa hora difícil daTerra, para que nada de mal nosaconteça. Vigilância no pensamentoe na ação.

Oração e serviço, pois são doisescudos que protegem, para que tenha-mos paz e não tomemos atitudes quepossam nos acarretar sofrimentos.

Socorrendo sempre

“...quando deres algumbanquete, convida os pobres,

os aleijados, os coxos e oscegos; e serás bem-aventurado,porque esses não têm com que teretribuir” (Jesus – Lucas, XIV).

Precisamos, urgentemente,aprender a servir ao próximo semqualquer intenção de receber re-conhecimentos ou aplausos.

A verdadeira caridade consis-te em descobrir o mal que ator-menta os irmãos do caminho e sairà busca de medidas e soluções quepossam minorar-lhes o sofrimen-to, deixando de lado a preocupa-ção em ser compreendido, poisque nem sempre aquele que viveatormentado tem condições de en-tender o bem que está recebendo.

Jesus, em sua notável sabedo-ria, deixou para a humanidade oexpressivo ensinamento: “não sai-ba a tua mão esquerda o que faz adireita”, numa evidente demonstra-ção de que o bem deve ser feito nosilêncio, sem qualquer alarde, e emoutro momento sentenciou: “quan-do deres um banquete, convida ospobres, os aleijados...”, informan-do que não devemos esperar agra-decimento de ninguém, porque,acima de tudo, ser fraterno e soli-dário é obrigação de todos nós.

E, obviamente, a caridade nãose reveste tão-somente do ofere-cimento de prendas materiais, ape-sar do valor do socorro ministra-do em forma de alimento, remé-dio, roupas e outros, mas é muitomais abrangente, envolvendo e en-trelaçando as criaturas nos senti-mentos do amor, onde poderãonascer inúmeras formas de ampa-ro e ajuda mútua, na educação epolitização do povo, na criação deoportunidades de trabalho, de es-tudos e motivação das criaturas, nodesenvolvimento de mecanismos

de promoção humana e tantas ou-tras maneiras.

O real exercício da verdadeiracaridade, aquela que vem acompa-nhada do desprendimento e desin-teresse pessoal, não é tarefa tão fá-cil como parece, mas é empreitadaque exige dedicação, perseverançae total afinidade com os preceitosevangélicos de Jesus, pois Ele mes-mo, conhecendo as nossas limita-ções, não se esqueceu de nos ori-entar, quando pronunciou: “os sãosnão precisam de médico”. Naquelavaliosa oportunidade ensinava queos “doentes”, via de regra, são mal-humorados, tristes, revoltados,agressivos, impacientes, rebeldes emuitas vezes totalmente ingratos.

E, em realidade, “doentes” ain-da somos todos nós que apresen-tamos alguma coisa em desacordocom a normalidade física ou mo-ral. Existem os doentes físicos eos doentes morais, aqueles queapresentam chagas no corpo e ou-tros que exibem feridas compor-tamentais. Todos, indistintamente,precisamos do socorro e da cari-dade alheia, pois, sem benevolên-cia, indulgência e perdão, a huma-nidade continuará atolada no abis-mo do sofrimento e da dor.

Aprendamos, então, a socorrersempre, doando um pouco do quetemos ao próximo e, principalmen-te, nos doando em favor das cau-sas que têm como meta o soergui-mento moral das coletividades.Observemos o nosso potencial,verifiquemos as qualidades que jádesenvolvemos e nos coloquemosa serviço dos irmãos de jornada.

Encontraremos ingratidão,descaso, indiferença e, possivel-mente, até calúnias, mas tudo issoJesus também experimentou e, noentanto, seguiu sua tarefa, sem es-morecimento. Como cristãos, fa-çamos o mesmo, esforcemo-nos omáximo para ajudar a plantar o rei-no de Deus na Terra.

Sejamos caridosos desinteres-sadamente.

“O que duvida é semelhante àonda do mar que é levada pelovento e lançada de uma para ou-tra parte.” (Tiago, 1:6)

Escrevendo aos Hebreus(10:35), Paulo aconselhava a “nãosujeitarmos a nossa confiança,que tem grande e avultadogalardão”.

Se já optamos por Jesus comonosso “Modelo e Guia”, fazem-se necessárias imensas mudançasde atitudes.

Ele jamais Se deixou levar pe-las aparências e Sua fé na conquis-ta da meta foi sempre o farol queO norteou, porque estava confian-temente submetido aos DesígniosDivinos. Não podemos, pois, re-jeitar a Fé, porque a senda terres-tre jaz eivada de sarças e espinhei-ros que nos ferem, insultando nos-sa sensibilidade com os quadrospavorosos e afligentes que decor-rem da obtusidade humana.

O discípulo do Cristo não podedeixar-se vencer, descoroçoandoante os obstáculos e impedimen-tos. Por onde for, há que conduzira Alma na qualidade de fonte ines-gotável de compreensão e servi-

Em torno das questões de féço! Há que lutar incansavelmente,trabalhando e realizando, guardan-do a certeza de que a indefectívelJustiça Divina a ninguém desampa-ra, permitindo, no futuro, a colhei-ta dos frutos sazonados da cuida-dosa sementeira de hoje.

Tomé não se encontrava presen-te quando o Divino Amigo veio tercom os Seus discípulos e, descren-te, exigiu provas.

Ora, o discípulo decidido, ja-mais duvida e está sempre presentenas leiras dos deveres pelos quaisse responsabiliza.

Até meados do século passado,quando as abençoadas claridades daDoutrina Espírita não haviam des-velado os horizontes espirituaispara o homem encarnado, a fé eracomo um filete tênue de água cor-rendo medrosa e debilmente entrevales escuros e profundos, aperta-do por um lado pelo paredão da in-credulidade e da negação e, pelooutro lado, contido pela monolíticae inarredável parede dogmática.

Com o advento do Espiritismopostulando que “verdadeira só o éa Fé que olha de frente a razão emtodas as épocas da Humanidade”,unindo sentimento e razão, pode-mos hoje beneficiar-nos dasalcandoradas visões da Fé Racio-cinada.

Assim, não é difícil entender– com Emmanuel (1) – que “ter féé guardar no coração a luminosacerteza em Deus, certeza que ul-trapassou o âmbito da crença reli-giosa, fazendo o coração repousarnuma energia constante de reali-zação divina da personalidade.

“Conseguir a fé é alcançar apossibilidade de não mais dizer:‘eu creio’, mas afirmar: ‘eu sei’,com todos os valores da razão to-cados pela luz do sentimento.“Essa fé não pode estagnar emnenhuma circunstância da vida esabe trabalhar sempre, intensifi-cando a amplitude de sua ilumi-nação, pela dor ou pela responsa-bilidade, pelo esforço e pelo de-ver cumprido.

“Traduzindo a certeza na as-sistência de Deus, ela exprime aconfiança que sabe enfrentar to-das as lutas e problemas, com aluz divina no coração, e significaa humildade redentora que edifi-ca no íntimo do Espírito a dispo-sição sincera do discípulo, relati-vamente ao faça-se no escravo avontade do Senhor”.

Fonte:(1) XAVIER, F. Cândido. O

Consolador. 23 ed. Rio de Janei-ro: FEB, 2001, questão nº. 354.

ROGÉRIO [email protected]

De Muriaé, MG

WALDENIR APARECIDO [email protected] Votuporanga, SP

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O IMORTALOUTUBRO/2008 PÁGINA 11

Agentes causadores dos sofrimentos

Em livro de sua autoria “O Es-piritismo e as Distorções do SerHumano” (veja capa), Editora Vi-tória Ltda., 1ª Edição, no capítuloI, Rodrigues Ferreira, professor debiologia e psicólogo, faz pormeno-rizado estudo sobre os mais vari-ados tipos de agentes causadoresde desgraças e desgostos, ou seja,das dores que atuam sobre todo serhumano, o que ele, no seu voca-bulário psicológico, denominatensores.

Na abordagem da questão en-tendemos que todos os sofrimen-tos que atingem o homem têm sem-pre um fundamento justo nas leisde Deus. Nada nos acontece poracaso e nem por culpa da provi-dência divina.

As razões das dores podem serprovacionais, que são as dificulda-des não decorrentes de débitos es-

pirituais adquiridos, isto é, são pro-blemas que têm por finalidade nosajudar na busca do nosso progressoespiritual, onde se enquadra a maio-ria da humanidade. Há também ossofrimentos expiatórios que são asdificuldades que aprecem como na-tural e obrigatória decorrência deações livremente praticadas e quelesaram, com prejuízos de monta, onosso próximo.

Tanto as dores provacionaiscomo as expiatórias são instrumen-tos divinos e sua aplicação, ao longodas vidas sucessivas, determina, im-preterivelmente, o desenvolvimentodo ser, fortalecendo sua capacidadede ação no seu crescimento.

Os sofrimentos podem ser de or-dem espontânea, que são os que têmcausa nos agentes ecológicos e soci-ais normais, tais como: ambiente ge-ográfico hostil (local onde nasce-mos), situação de miséria física, ati-vidade profissional que causa sofri-mento, maus tratos familiares e mui-tos outros que podemos classificar

como naturais. Há também aquelesque ocorrem em virtude de um débi-to anterior, para cujo resgate estabe-leceu-se uma programação reencar-natória, tais como: um corpo comdefeito congênito ou causado poruma mutilação ocasionada (a perdade um membro), um parente difícile inevitável, uma vida de privação

severa, uma situação humilhante-mente indefensável e demorada e ou-tros.

Acontece que o homem comum,desconhecedor desses princípios, nãosabe aproveitar a dor como instru-mento reparador e propulsor de suaevolução. Equivocadamente se deba-te para livrar-se do que julga má sor-te ou “coisa feita” e assim se subme-te ao teor de outros agentes propici-adores de maior desequilíbrio, inclu-sive atraindo para si a ação dos espí-ritos inimigos.

A doutrina espírita vem ao nos-so encontro para nos ensinar quepodemos nos capacitar de forma aque os sofrimentos nos proporcio-nem ensejo de progresso atravésdas novas cogitações elevadas navivência da prática do bem, adqui-rindo assim merecimento. Assim,havendo algum resgate para sofrer,o enfrentaremos com maior valor emuito menos sofrimento, conside-rando que a Lei divina é sempreeducativa e não punitiva. Se a pes-

soa estiver aprendendo por bem,não há necessidade de padecerpara educar-se.

O Espírito Emmanuel no livro“Perante Jesus” psicografado porFrancisco Candido Xavier, na pá-gina intitulada “Remuneração Di-vina”, nos ensina: “Toda vez que aJustiça Divina nos procura, no en-dereço exato, para a execução dassentenças que lavramos contra nósmesmos, segundo as Leis de Cau-sa e Efeito, se nos encontra em ser-viço ao próximo, manda a DivinaMisericórdia que a execução sejasuspensa por tempo indetermina-do”.

O merecimento é conquistadocomo bônus conseguido atravésdo trabalho no campo do bem aopróximo. Não há outro meio paraamainar a nossa dor a não ser nosocorro, no alivio das suas dores.Não foi assim que nos ensinouApóstolo Pedro quando afirmou:“O amor cobre uma multidão depecados”?

Temas atuais

Não é que o Espiritismo tenharesposta completa para todos os pro-blemas... Kardec, em O Livro dosMédiuns, chega a dizer que a Dou-trina Espírita de modo nenhum ten-ta explicar o que é notoriamentefantasioso, o que é do lendário tãoao gosto dos crédulos. Ele, no mes-mo livro, mostra mensagens apócri-fas. Logo...

O que não invalida dizer quenossa Doutrina Consoladora possaapresentar diversos ângulos pelosquais os problemas humanos podeme devem ser analisados à luz da ra-zão e do bom senso, escudando-seo expositor, na tribuna ou nos seusescritos, não apenas nas obras bási-cas, mas também na literatura não-espírita específica.

Um pouco depois de desencar-nar de leucemia, vencido um cân-cer de pulmão, o dinâmico confra-de Altivo Pamphiro, fundador, em1961, do Centro Espírita Léon De-

(BA) e encontro um certo ponto co-mum entre os socialistas e os espí-ritas, tirando evidentemente a teo-ria da conquista do poder pela viaarmada e o ateísmo dos marxistas.Mas acho que temas sociais podemser analisados pelos espíritas, sim,como o fizeram um Deolindo Amo-rim, um José Herculano Pires e umHumberto Mariotti. Não que vamostransformar nossas tribunas em pa-lanques partidários, nem nossosmensários em jornais a serviço desteou daquele candidato nas vésperasdas eleições.

Kardec nos deixou excelenteensaio, em Obras Póstumas, sobreas elites, e é justamente com baseneste texto do Codificador que su-ponho estar faltando na literaturaespírita nacional uma obra onde se-jam a Economia, a Política e a Ad-ministração analisadas sob a ópticado Espiritismo, sem que deixe de serpublicada nova listagem de obrasespíritas sobre a ganância dos paí-ses ricos sufocando os países po-bres, cujos dirigentes, salvo exce-ção, são corruptos.

Texto de entrevista concedida por Divaldo Franco em 20/11/1998 epublicada no jornal “O Imortal”.

Divaldo responde– Examinando os números

concernentes ao 2° Congresso Es-pírita Mundial, parece indubitávelque, depois do Brasil, Portugal fi-gura como a grande força em maté-ria de Movimento Espírita. É cor-reta essa idéia? Existiria, segundoo seu modo de ver, alguma explica-ção para esse fato?

Divaldo Franco: Indubitavel-mente, Portugal é o país onde o Es-piritismo se encontra com maiornúmero de adeptos, sendo igual-mente, portador de excelente quali-dade doutrinária. Multiplicam-se osNúcleos, Associações e Grupos Es-píritas por toda a Nação, em umaverdadeira renovação doutrinária.

Acredito que, além da destina-ção história reservada à latinidade nadivulgação do Espiritismo, particu-larmente no seu aspecto de Cristia-nismo redivivo, Portugal sempre sedestacou como um dos celeiros es-píritas do mundo. O aspecto cientí-fico da Doutrina encontrou no país

CELSO [email protected]

Do Rio de Janeiro

irmão notáveis investigadores, den-tre os quais se destacou o Dr. Antô-nio J. Freire, que nos legou trabalhosadmiráveis. Médiuns dedicados e dealta qualidade realizaram laborespreciosos no território, como Fernan-do Lacerda, incontestavelmente por-tador de faculdades ímpares. No pen-samento filosófico e no jornalismonão podemos esquecer o Cte. IsidoroDuarte Santos e Eduardo Fernandesde Mattos, que enfrentaram a dita-dura salazarista divulgando o Espi-ritismo respectivamente nas suasRevistas Estudos Psíquicos e Frater-nidade. Outrossim, passado o graveperíodo de exceção que o país viveupor mais de 40 anos, o Espiritismorenasceu com pujança, encontrandoadmiráveis lutadores da causa, quese empenharam na sua divulgação.Além disso, o intercâmbio entre oBrasil e Portugal muito tem contri-buído para esse desiderato, favore-cido pela literatura na língua mãe deambos os países.

nis, no subúrbio de Bento Ribeiro, noRio de Janeiro (RJ), saiu pelo Depar-tamento Gráfico do referido CELD omeu “E o mundo não acabou”, poucodepois espalhado por todo o Brasil(creio que mais de 15 mil exempla-res), pelos confrades do Clube do Li-vro Espírita do Lar Fabiano de Cris-to, vinculado à Capemi (sob os cui-dados do dinâmico esperantista CésarSoares dos Reis).

Anteriormente, os originais datilo-grafados estiveram nas mãos de umeditor, sinceramente não sei até queponto espírita, de Minas Gerais; e sóporque citei uma frase de Coelho Neto(que de há muito venho repetindo porachá-la a legítima expressão da verda-de histórica na área da economia polí-tica), segundo a qual o carrasco podesuprimir o criminoso, mas a misériamantém o crime, este editor só de obrasmediúnicas um tanto umbandistas(nada contra a literatura umbandista!)alegou que esta frase é marxista.

Já li o livro de Léon Denis sobreo Socialismo e o Espiritismo; já li algonos anos 50 do político espíritaEusínio Lavigne, político de Salvador

ÉDO [email protected]

De Matão, SP

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O IMORTALPÁGINA 12 OUTUBRO/2008

ELSA [email protected]

De Londres

Alô, querido amigo ou amigaespíritas e simpatizantes! Já che-gamos a outubro. O sol sobre Lon-dres nunca está no topo de nossascabeças, mas brilha com tanta in-tensidade, que as árvores que di-viso de minha janela, em muitostons de verde, adornam o horizon-te em bênçãos de beleza. O cora-ção se enche de emoção e mesmoda alegria de aqui estar escreven-do sob a inspiração desta beleza,mas voltamos o pensamento paraas belezas do Brasil. Aí, um pen-samento aflora: “Deus está em todaparte e tudo criou”, seja a Ingla-terra, seja o Brasil. Aquelas árvo-res centenárias deste parque tam-bém centenário são obras do Cria-dor.

Volto a olhar a tela do compu-tador e retomo a idéia inicial aocomeçar a escrever esta crônica.

Já aconteceu com você de sen-tir que algo que deveria ter sidofeito e ainda não foi, ou que omomento é chegado, e a hora éagora, uma sensação de se estaratrasado?

Pois bem, tenho me sentidoassim de uns tempos pra cá.

Os Espíritos Benfeitores, quenos inspiram em todos os momen-tos de nossas vidas, são tão paci-enciosos conosco, aguardam a nos-sa boa vontade e a nossa disposi-ção para o trabalho com a divul-gação e o estudo da Doutrina Es-pírita, de que estamos incumbidos,seja no Brasil ou em outras terrasalém-mar.

O lazer do espírita é a mudan-ça de tarefas, dizem-nos, e consta-tamos quão isso é verdade quandoparamos para reflexionar e avaliara utilidade de nosso tempo.

Nos dez dias que passamos re-centemente no Brasil, que beleza!Aproveitamos para buscar conhe-cer os lançamentos de livros eminglês e outros idiomas para poder-mos levar ao Reino Unido e dis-ponibilizar na Banca de livros quea BUSS mantém no centro de Lon-dres. De volta a esta cidade, fra-ternalmente colocamos essas infor-mações a todos os leitores destejornal, em suas anteriores edições.Os que acompanham nossas crô-nicas podem se lembrar disso.

Somente este ano, consegui-mos muitos feitos, com dificulda-

des muitas, mas nem por isso es-morecemos.

Temos a nossa sede da BUSS,temos a Bookshop (Livraria) daBUSS, temos a Banca de Livrosaos domingos, pela BUSS. Paraquem ainda não se familiarizoucom a sigla BUSS, lembremos queela significa: British Union ofSpiritist Societies, ou União Bri-tânica das Sociedades Espíritas.

A carência de mão de obra con-tinua, mas nem reclamo, porqueacho que isso acontece em todolugar. Somos sempre os mesmosvoluntários para cobrir todos oscampos necessários.

Escrevo também todos os me-ses uma crônica para a revista ele-trônica O Consolador, que temsido visitada por muitos irmãos detodas as terras onde há um cora-ção cristão. Quem ainda não teveoportunidade de conhecer a revis-ta “O Consolador”, facilmente po-derá acessá-la no site www.oconsolador.com.

Como sou, no momento, a se-gunda secretária do Conselho Es-pírita Internacional, aproveitamospara divulgar no Consolador infor-mações sobre o CEI, que podemosdizer que está cumprindo seu pa-

Crônicas de Além-Mar

A hora é agora, ou já estamos atrasados?

ELSA ROSSI, escritora e pa-lestrante espírita brasileira radicadaem Londres, é 2ª Secretária doConselho Espírita Internacional,diretora do Departamento de Uni-ficação para os Países da Europa,organismo do Conselho EspíritaInternacional e secretária da Bri-tish Union of Spiritist Societies(BUSS).

Plenitude do amor

Adube a terra do seu coraçãoQue Jesus possa nele semear...

E viva no cultivo do perdãoE a caridade com o verbo amar.

Não desperdice nunca a ocasiãoDe o bem fazer sem jamais ostentar.Ampare, ajude e sirva a todo irmão

Que tenha até você por precisar.

Não conte nada do que você façaMesmo em face de estúpida ameaça

Que o deixe de algum modo sufocado.

Esteja sempre atento na colheitaNão se esqueça do Mestre esta receita:

Só se colhe conforme o semeado!

pel, tão sonhado por Kardec e co-locado em Obras Póstumas - Pro-jeto 1868, item IV, Comissão Cen-tral.

Quanto ao livro espírita, o ob-jetivo do CEI será colocar as obrasbásicas traduzidas em todos os idi-omas, assim como as obras da co-leção No Mundo Espiritual, deAndré Luiz, e, na seqüência, asobras de Emmanuel, a exemplo doque acaba de ser lançado: “Pauland Stephen” (Paulo e Estevão, emsua versão para o idioma inglês).

Ao visitar o web site da EDICEI(http://www.ceilivraria.com.br ) to-dos poderão ver as obras que foramlançadas em diversos idiomas e as-sim acompanhar um pouco o Mo-vimento Espírita Internacional. Os

Fundada em 18/4/2007, arevista eletrônica O Conso-lador apresenta todos os do-mingos na rede mundial decomputadores uma nova edi-ção contendo artigos, notíci-as, entrevistas e reportagenssobre os principais eventosocorridos no Brasil e no ex-terior.

Leia e divulgue

O ConsoladorRevista Semanal de Divulgação Espírita

www.oconsolador.com

Por meio da revista é pos-sível ler, também, na internetas edições integrais do jornalO Imortal desde o númerode janeiro de 2006, sem cus-to algum, sem necessidade deinscrição nem de senha.

O Consoladorwww.oconsolador.com

Acessando o site www.oconsolador.com você, alémde ler a edição da semana etodas as edições anteriores darevista, tem acesso a biografi-as de vultos espíritas, a umabiblioteca virtual, a mensa-gens de voz, a música e a umextenso material que facilita oestudo da Doutrina Espírita.

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

que desejarem receber o BoletimTrimestral do CEI, com notícias emportuguês de mais de 33 países,podem enviar-nos seus e-mails queteremos a alegria em colocá-los emnossa lista. O correio eletrônico doCEI é [email protected]. OBoletim vai pra todas as terras dealém-mar.

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O IMORTALOUTUBRO/2008 PÁGINA 13

Quando oferecemos algum pala-dar novo às crianças de certa faixaetária, é comum observarmos a rea-ção: “Não gosto! Não quero!”, ao queos pais, devidamente prevenidos, emmuitas das vezes respondem: Nãogosta como, se nunca provou?!

Venho observando o paralelo dis-so nas reações de muitas pessoas noque diz respeito às revelações de or-dem espiritual que, como onda mo-numental tão bem-vinda, vêm presen-teando as consciências no decorrer dasúltimas décadas. Muitos, acomodadosàs velhas “verdades” impostas pela or-todoxia secular de várias vertentes re-ligiosas, sem maior verificação de or-dem pessoal, reagem desse mesmomodo às novidades de um Universomais vasto para todos nós. Com efei-to, revidam a revelação maravilhosada continuidade das nossas vidas paraalém dos limites da materialidade comestranha repulsa, do mesmo modo in-sólita, como faria um eventual encar-

cerado de décadas rejeitando as clari-dades do sol e o anúncio de que está,finalmente, livre para alçar vôo rumoa destinos mais gratos!

Faz algum tempo, alguém criouum fórum de discussão sobre uma dasnossas obras psicografadas; e desper-taram-me a curiosidade justamente al-gumas poucas respostas, nestes ter-mos: “Deve ser de fato bom o livro, ea escritora merece todo o meu respei-to... mas não acredito e não gosto!”Ao que de minha parte me detive, comembatucado humor, refletindo.

Como assim, não gosta?! – pen-sei. A reação, de fato, me recordou adas crianças diante do prato novo,mencionada acima. Porque aqui nãose trata de gostar ou de não gostar deum paladar novo, de uma nova op-ção para o lanche ou almoço do dia,talvez exótico, cuja aceitação obede-ça, em decorrência, a mero caprichode ordem individual. Trata-se de ou-tra coisa: da nossa realidade pura esimples, que já nos rodeia desde ago-ra, neste mesmo minuto!

Trata-se da vastidão da vida paraalém dos limites acanhados da mate-

rialidade que nos serve – a todos! –em caráter meramente transitório deaprendizado, e de cuja realidade nosmantemos durante este período maisou menos dissociados, muito embo-ra esses que assim se posicionam con-siderem, estranhamente, que somo,justo nós, os canais dessas mensagensoportunas, os alienados!

Trata-se da Vida viva, divina,palpitante em todos os setores doCosmos e em tudo na Criação – enão de palavras mortas, deturpadasao longo dos séculos, sepultadas emlivros tidos como vivos! Da consta-tação pura e simples dos cenários glo-riosos que nos aguardam a todos, logoali, mais além, após a curva desteminuto vertiginoso dos estágiosevolutivos nas esferas materiais!

Trata-se da materialização à luzdo dia do que Jesus de há muito jános asseverava, em épocas nas quaiso espírito humano ainda se achavaimaturo para compreender: a pala-vra é morta; o espírito vivifica!

Não acredito e não gosto!É de se refletir, caros leitores, se

de alguma coisa adianta “não acre-

ditar”. Se o cego, efetivamente, seobstinasse a não acreditar no sol ena luz, única e exclusivamente pornão dispor, momentaneamente, dacomprovação perceptiva dos mes-mos, acaso deixariam de existir, obe-decendo a limitações não mais querestritas a alguns?!

Isto me recorda a passagem deuma obra do Espírito André Luiz,psicografada pelo nosso Chico Xa-vier, na qual ele nos dá conhecimen-to da existência, nas dimensões invi-síveis, dos “Espíritos endurecidos”.Conta-nos sobre as realidades que nosaguardam em sintonia com as nossasconvicções íntimas, já que a Criaçãofunciona em consonância com a leidas afinidades vibratórias e jamaisnos violenta no terreno sagrado dolivre-arbítrio – nem mesmo no quese relaciona a meras convicções!

Aqueles Espíritos inertes, emestado letárgico de sono pétreo,agrupados num dos recintos das uni-dades socorristas das colônias espi-rituais, eram justo algumas dessasalmas que insistem em crer no nada.Ora, se, pois, tudo o que esperavame quase que desejavam para si apósa transição era o nada – mesmo empleno oceano de Vida contínua! –,seu estado mental não mais fez quesituá-las segundo as suas expectati-vas, até ao ponto em que espontane-amente despertassem para algumamodificação significativa de ordem

Não gosto e não acredito!CHRISTINA [email protected]

Do Rio de Janeiro

Histórias que nos ensinam

Em uma de suas passagens pornossa região, há alguns anos, du-rante o tradicional jantar que su-cede a conferência, Divaldo PereiraFranco contou-nos um fato muitointeressante que se passou atravésde sua mediunidade.

Tarde da noite, o Espírito deVictor Hugo apareceu-lhe e come-çou a contar algo particular. Disseque um dia, estava no mundo espi-ritual, quando foi estranhamenteatraído para uma pequena casa, nointerior do Brasil, onde uma jovemestava ao piano, sendo magnetiza-da por um senhor, ambos encarna-dos, a fim de que ela pudesse rece-ber a influência de algum Espírito

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

interior que lhes alterasse a condi-ção lamentável na qual se achavam!

O episódio ilustra, meus amigos,as razões pelas quais devemos cui-dar do que defendemos tão encarni-çadamente no que diz respeito aoquesito mais importante dos nossosdestinos, qual o do alcance de nossaconsciência, do nosso entendimentopara as maravilhosas realidades mai-ores que nos aguardam no mais além!Pois se o Criador nos abençoa emnossa própria intimidade espiritualcom as magnificências maiores, eter-nas, indescritíveis, do Universo, porque haveríamos de nos apegar ao re-cinto acanhado de uma visão da vidaque correspondeu a épocas em que oespírito humano apenas ainda não sevia pronto para entender – ademaisprejudicado pelo tolhimento de infor-mações que muitas instituições reli-giosas, estabelecidas no decorrer dosséculos, primaram por nos outorgar,visando à monopolização e à mani-pulação de consciências?

Escolhamos, pois, os temposnovos: as novas Boas Novas, a evo-lução contínua, a liberdade, enfim!

Nada de recusar o prato novoapenas por ser novo, antes de lheexperimentar o paladar, para não seincorrer em infantilidade espiritualem tempos que já nos cobram ama-durecimento evolutivo em favor damelhoria de nós mesmos e, por con-seguinte, do nosso mundo!

que, através de sua mediunidade so-nambúlica pudesse algo tocar.

Procurando entender o porquê deter sido para ali atraído, aos poucospercebeu que a jovem que estava di-ante de si era alguém que lhe foramuito especial. Havia, na verdade,sido sua filha mais nova na vida an-terior, filha essa por quem ele nutriaum amor paternal muito grande.

A jovem em questão era ZildaGama que, mais tarde, já em perfei-ta sintonia com aquele que lhe acom-panhara os passos desde a infância,em anterior existência, passaria aescrever obras mediúnicas atravésdaquela que lhe fora filha querida.

Esse fato real nos faz muito pensarna leviandade de nossos julgamentos,quando questionamos o porquê de de-terminados médiuns, particularmente osmais simples, de repente se tornarem

Deus que criou e deus criado

Afirmam os grandes pensado-res do comportamento humano queuma pessoa quando nasce traz, nassuas intimidades, muitos sentimen-tos, dentre outros, a fé.

Quando um grupo se reúne umtorno de uma fé, nasce uma filoso-fia religiosa ou, simplesmente, umareligião.

Dia atrás, quando terminávamosalhures um seminário sobre Espiri-tismo, um cidadão espiritualista fezuma pergunta deveras interessante:

“Por que razão o Brasil é o mai-or país espírita do mundo e não aFrança, uma vez que é o país ondenasceu Allan Kardec, o Codifica-dor da Doutrina Espírita, e Paris, olocal onde foram lançadas as ObrasBásicas da Codificação Espírita”?

Resposta: o local onde surge umareligião não lhe dá o privilégio do seumonopólio. Haja vista o Cristianismo.

Jesus Cristo nasceu em Belém de

Judá. Cresceu em Nazaré. DivulgouSuas convicções filosóficas em Isra-el. Apesar disso, até a presente data, oCristianismo não é visto e aceito combom grado nesses lugares. Isso paranão dizer que é pouco considerado, eseguido por muito menos ainda.

O local é de somenos importân-cia prática.

É imperativo raciocinar que to-das as religiões sérias, comprometi-das com o bem-estar pessoal, familiale social em conseqüência com a evo-lução fraternal e espiritual da huma-nidade, têm como epicentro uma In-teligência Superiora que criou o serhumano. No Deísmo se chama Deus.

Na prática religiosa deísta - cris-tã, sob quaisquer denominações, oaconselhável é não confundir:

– Deus que criou os seres hu-manos, síntese das virtudesamoráveis, aureoladas pelo poderintransferível de criar e “perdoar”,com o deus criado pelo ser huma-no, recheado dos antagonismos econtradições egoístas, frutos dasiniqüidades humanas.

instrumentos de Espíritos reconheci-damente diferenciados, intelectual emoralmente, para tarefas tão nobres.

Como diz Allan Kardec, em “OLivro dos Médiuns”, para haver co-municação é preciso haver perfeitasintonia, sem a qual, ou a comunica-ção será impossível, dando margema mistificações, pois não faltarãoEspíritos inferiores que não se im-portarão em assinar qualquer nomefamoso, ou a comunicação será mes-clada com pensamentos do Espíritoe do médium, o que não é incomum.Lembrando que o codificador tam-bém disse que essa sintonia poderiaser desenvolvida com o tempo, comose deu com Chico Xavier e AndréLuiz, que por dois anos se relacio-naram, quase que diariamente, an-tes de surgir a primeira obra, “Nos-so Lar”, do autor espiritual.

Acessando o site www.oconsolador.com você pode, alémde ler a edição semanal da revistaeletrônica O Consolador, ter aces-so a biografias de vultos espíritas,a uma biblioteca virtual, a mensa-

Leia o jornal O Imortal na internetwww.oconsolador.com

Imortal que aparece na página ini-cial do site, à esquerda do leitor.

As edições do jornal de janei-ro de 2006 em diante estão à dis-posição do leitor no endereço ele-trônico mencionado.

gens de voz, a músicas clássicas ea um extenso material que facilitao estudo da Doutrina Espírita.

E pode, igualmente, ler as edi-ções do jornal O Imortal, bastan-do para isso clicar o link Jornal O

PEDRO DE ALMEIDA [email protected]

De Campo Grande, MS

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O IMORTALPÁGINA 14 OUTUBRO/2008

Amigos para sempreCarlinha costumava sempre

brincar com seu vizinho, Hugo, queera bom, mas muito arteiro.

Um dia, Hugo ficou com raiva deCarlinha porque ela não quis brincarde esconde-esconde com ele, preferin-do a companhia de uma amiguinha.

As meninas estavam brincandode casinha, quando o garoto, furioso,chegou, agarrou a boneca de Carlinhae saiu correndo com ela. A garotaabandonou a amiga e saiu atrás dele.Quando conseguiu alcançá-lo, a bo-neca estava estraçalhada: braços paraum lado, pernas para o outro e a lin-da roupa, rasgada.

Carlinha pegou os restos da bo-neca de estimação e correu para casa,chorando muito.

— O que aconteceu, minha fi-lha? — perguntou a mãe ao vê-lachegar aos gritos. Carlinha contouo que tinha acontecido, afirmandoentre soluços.

— Nunca mais ou brincar com oHugo. Nunca mais quero vê-lo. Nun-ca o perdoarei, mamãe.

A mãezinha pegou a filha no colocom imenso carinho, consolando-a.

— Sei que está sofrendo, filhi-

você vai entender isso — ponderou,com calma.

Percebendo, porém, que naque-le momento não adiantava dizer maisnada, pois a filha estava muito ma-goada, a senhora calou-se.

Dois dias depois, Carlinha esta-va triste e desanimada. Sozinha, nãotinha ânimo para brincar, uma vezque perdera seu grande amigo.

Notando sua tristeza, a mãe su-geriu:

— Carlinha, porque não faz aspazes com Hugo? Ele já veioprocurá-la e você não quis brincarnem falar com ele.

— Não consigo, mamãe.A mãe, que estava preparando o

almoço, parou e disse:— Minha filha, que tal comprar

uma bola nova para o Hugo? Ele vaigostar.

— Ah, mamãe! Ele destrói mi-nha boneca preferida e eu ainda te-nho que dar um presente a ele?

— Sabe por que, minha filha?Você estará fazendo um bem a ele.Hugo também está triste, se sentin-do culpado pelo que lhe fez.

— Está bem. A professora deEvangelização disse, outro dia, quetemos que praticar a caridade.

— Exatamente — concordou amãe, sorrindo.

Mais tarde saíram e compraramuma linda bola. Depois, Carlinha foilevar o presente para ele, selando apaz entre eles.

Ao voltar, a mãe perguntou:— Como foi seu encontro com

Hugo, Carlinha?A menina pensou um pouco e

respondeu:— Mais ou menos. Ele gostou

da bola e pediu-me desculpas pelaboneca quebrada.

— E você, não ficou contente?Carlinha ficou calada, pensativa.

Depois, contou:— Sabe, mamãe. Fizemos as

Salve, Allan Kardec,De Jesus o mensageiro

Que nos trouxe a verdadeQue esclarece por inteiro.

Recebendo a informaçãoDos Espíritos de Luz

Codificou a Doutrina EspíritaIrmanado ao Mestre Jesus.

Prossegue em todo o UniversoO Espírito que é imortal

Porque apenas o corpo físicoÉ transitório afinal.

No futuro um novo corpoVoltaremos a habitar

Cheios de justa esperançaDe conseguir melhorar.

Pelo mal que espalhamos,

Parabéns, Allan Kardec!

nha, mas isso passa. Ele gosta devocê e ficou com ciúmes, por issoreagiu assim. Vocês são tão amigos!Logo estarão juntos de novo.

Mas a pequena afirmava, deci-dida:

— Nunca, mamãe. Hugo não émais meu amigo.

— Carlinha, boneca a gente podecomprar outra, minha filha. Mas umaamizade não tem preço. Algum dia

pazes, mas aqui dentro, bem no fun-do — e colocou a mão no coração— ainda estou triste e magoada.

A senhora abraçou a filha, ex-plicando:

— É que você ainda não o per-doou, minha querida. Lembra-se quefalou que iria fazer um bem a ele,isto é, um gesto de caridade? Poisbem. Você fez a caridade mais fácilque é a material. Mas tem a carida-de maior e mais difícil de ser prati-cada que é a caridade moral, espe-cialmente, o perdão.

— É verdade. Ainda não o per-doei realmente.

— Para seu bem, procure esque-cer o que ele lhe fez. Enquanto nãoperdoá-lo, você não será feliz, mi-nha filha.

— Vou tentar, mamãe.Alguns dias depois, Hugo foi

procurar Carlinha. Trazia um paco-te nas mãos.

— Isto é para você, Carlinha. Seique não é a mesma coisa, mas gos-taria que você aceitasse.

A menina abriu e viu uma lindabonequinha, nova em folha.

— É linda, Hugo! Como conse-guiu?

O menino, com olhos brilhantes eo peito estufado de satisfação contou:

— Quando quebrei sua boneca

Somos todos responsáveisBuscando a reparação

Com condutas amigáveis.

Pela luz que acendesteMestre Kardec, obrigado!Nossas vidas clareando

E deixando-nos teu legado.

Legado de estudo e amor,Na busca de paz e luz

Mostrando que seremos felizesAo vivenciarmos Jesus!

Nesta data sublimeQue o três de outubro encerra

Receba a justa homenagemDos amigos de cá e da Terra!

Júlio (10 anos)

me senti muito mal. Você sabe quesomos pobres e mamãe não teria di-nheiro para lhe comprar outra bone-ca. Mas, eu queria reparar meu erro.Pedi ajuda a algumas pessoas ami-gas, e comecei a trabalhar para ga-nhar alguns trocados. Lavei carros,limpei jardins, varri calçadas, entre-guei encomendas, arrumei cozinha,cuidei de cachorros, e muito mais.Assim, consegui comprar, com meuesforço, essa boneca para você.

Carlinha estava surpresa. Não pen-sou que ele tivesse ficado tão abalado.

— Você não diz nada, Carlinha.Aceite o presente, com meu pedidode desculpas. Estou muito arrepen-dido. Por favor!

Olhou o garoto que, à sua fren-te, suplicava com lágrimas nosolhos, a menina aproximou-se delee deu-lhe um grande abraço.

— Claro que eu o perdôo, Hugo.Somos amigos e a amizade não tempreço.

Naquele instante, Carlinha sentiuque de dentro do seu peito uma nu-vem escura se desprendia, enquantouma pequena luz começava a brilhar,produzindo bem-estar, paz e alegria.

E completou com um sorriso:— Agora somos amigos para

sempre!Tia Célia

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O IMORTALOUTUBRO/2008 PÁGINA 15

A Revue Spirite há 140 anos

Revista Espírita de 1868 (Parte 10)

Continuamos a publicação do tex-to condensado da Revista Espírita de1868. As páginas citadas referem-seà versão publicada pela Edicel.

*123. Um dos correspondentes da

Revista em Saigon, na Cochinchina(hoje Vietnã), enviou a Kardec um lon-go artigo sobre o pensamento de Lao-Tseu, um dos maiores filósofos daAntigüidade, que nasceu no ano 604a.C., mais ou menos na época em queviveu Pitágoras e dois séculos antes deSócrates e Platão. De origem humil-de, Lao-Tseu não teve outros meios dese instruir senão a reflexão e numero-sas viagens. Com a idade de cinqüen-ta anos, escreveu o livro A razão su-prema e virtude, obra considerada au-têntica pelos historiadores chineses detodas as seitas. (Págs. 297 e 298.)

124. Eis, extraídos do artigo cita-do, algumas reflexões atribuídas aogrande filósofo: I – A natureza espiri-tual é a natureza perfeita; dela é queemanou o homem, e é a ela que eledeve voltar, desprendendo-se dos la-ços materiais do corpo. O aniquila-mento de todas as paixões materiaise o afastamento dos prazeres munda-nos são meios eficazes de se tornardigno de a ela retornar. II – Todos osseres aparecem na vida e realizam osseus destinos; contemplamos as suasrenovações sucessivas. Esses seresmateriais se mostram incessantementecom novas formas exteriores. III –Aquele que conhece os homens é ins-truído; aquele que conhece a si mes-mo é verdadeiramente esclarecido. IV– Aquele que subjuga os homens é po-deroso; aquele que domina a si mes-mo é verdadeiramente forte. V – Épreciso esforçar-se para chegar ao úl-timo degrau da incorporeidade, a fimde poder conservar a maior imutabi-lidade possível. VI – O homem virtu-oso devemos tratá-lo como um ho-mem virtuoso; o homem vicioso de-vemos igualmente tratá-lo como umhomem virtuoso. Eis a sabedoria e avirtude. VII – Aquele que realizaobras difíceis e meritórias deixa umalembrança durável na memória doshomens. VIII – Aquele que não dissi-pa a sua vida é imperecível; aqueleque morre e não é esquecido tem umavida eterna. (Págs. 298 a 300.)

125. Como observa o eminente tra-dutor da obra de Lao-Tseu, não encon-tramos na Grécia, antes de Aristóteles,uma série de sorites, isto é, silogismostão logicamente encadeados. Quantoao seu conteúdo, é fácil verificar queaí se enfileiram princípios semelhan-

tes aos que servem de base ao Espiri-tismo, salvo um único ponto de inspi-ração panteísta em que Lao-Tseu pa-rece identificar a criatura santificadacom o Criador. (Págs. 301 e 302.)

126. A Revista noticia o sepulta-mento em Villèquiers, Seine-Inferieur, da esposa de Victor Hugo,morta em Bruxelas. Impedido de en-trar em seu país, Victor Hugo acom-panhou o corpo até a fronteira, ondepediu a seu amigo Paul Maurice:“Dizei a minha filha que, esperando,sempre lhe envio sua mãe”. Paul re-cordou esse pedido ao pronunciar, àbeira do túmulo, palavras de adeus àfalecida. O recado do grande escritoré comentado por Kardec em nota pos-ta em seguida à notícia, na qual infor-ma que a mulher de Victor Hugo foisepultada ao lado do túmulo onde ha-viam sido enterrados 25 anos antessua filha e seu genro, vítimas de umnaufrágio. Ao dizer aquelas palavras,Victor Hugo demonstrava mais umavez sua convicção imortalista e a cer-teza de que a filha, falecida em 1943,receberia sua mãe no seu retorno àpátria espiritual. (Págs. 302 a 304.)

127. Evocando as palavras do ro-mancista e amigo, afirmou Allan Kar-dec: “Quem quer que tenha chegado aisto é espírita; porque, se quiser refle-tir seriamente, não pode escapar a to-das as conseqüências lógicas do Espi-ritismo. Os que repelem essa classifi-cação é que, não conhecendo do Espi-ritismo senão os quadros ridículos dacrítica trocista, dele fazem uma idéiafalsa. Se se dessem ao trabalho de oestudar, de o analisar, de sondar o seualcance, ao contrário sentir-se-iam fe-lizes por encontrar nas idéias que cons-tituem a sua felicidade uma sançãocapaz de firmar a sua fé”. (Pág. 304.)

A causa primeira dodesenvolvimento da incredulidade

estava na insuficiênciadas crenças religiosas

128. O jornal Figaro de 5 de abrilde 1868 publicou um artigo em queseu autor revelou que o compositorE... acreditava firmemente na doutri-na da reencarnação e até mesmo di-zia que em séculos anteriores tinhasido escravo na Grécia, depois umhistrião e, mais tarde, um célebrecompositor italiano que, invejoso,impedia seus confrades de produzir.“Hoje sou punido por isto”, reconhe-cia ele; “é a minha vez de ser sacrifi-cado aos outros e me ver barrados oscaminhos.” (Págs. 304 e 305.)

129. Tal idéia, observa Kardec, épuro Espiritismo porque, não só é oprincípio da pluralidade das existên-cias, mas o da expiação do passado,pela pena de Talião, nas existênciassucessivas, segundo a máxima: “Agente é sempre punido por onde pe-

cou”. Essa crença é, portanto, umacausa poderosa e muito natural demoralização. Não há ninguém que nãocompreenda que se pode já ter vivido,e que, se já se viveu, pode-se reviverainda. Ora, desde que não é o corpoque pode reviver, essa pensamento éa sanção mais patente da existência daalma, de sua individualidade e de suaimortalidade. (Pág. 305.)

130. A Revista reproduz carta pu-blicada no Fígaro na qual o Sr. A.Regnard faz uma autêntica profissão defé no materialismo, uma corrente deidéias que crescia e revelava uma into-lerância inimaginável típica da Igrejade tempos atrás. Os excessos que elescometiam tinham, contudo, a sua utili-dade e sua razão de ser: amedrontavama sociedade, e o bem sempre sai do mal.É preciso, diz Kardec, o excesso do malpara se sentir a necessidade de coisamelhor, sem o que o homem não sairiade sua inércia. (Págs. 306 e 307.)

131. A causa primeira do desenvol-vimento da incredulidade estava, dizKardec, na insuficiência das crençasreligiosas e na sua imobilidade. Se, emlugar de ficar para trás, as religiões ti-vessem seguido o movimento progres-sivo do espírito humano, mantendo-sesempre no nível da ciência, a fé, emvez de se extinguir, teria crescido coma razão, porque é uma necessidade paraa humanidade. Não se teria, então, aber-to a porta à incredulidade que vinhasapar o que delas restava. As religiõescolhiam, desse modo, o que haviam se-meado. (Pág. 307.)

132. O materialismo era, segundoKardec, uma conseqüência da época detransição por que o planeta passava. Nãoera bem um progresso, mas um instru-mento de progresso, e desapareceria,provando a sua insuficiência para a ma-nutenção da ordem social e para a satis-fação dos espíritos sérios. A humanida-de, que necessita crer no futuro, jamaisse contentaria com o vazio que o mate-rialismo deixa após si e procuraria algode melhor para o combater. (Pág. 307.)

133. Em carta publicada pelaPetite Presse, a 20 de setembro de1868, o Sr. Ponson du Terrail, que tem-pos atrás havia criticado o Espiritis-mo, declarou publicamente sua con-vicção de ter vivido anteriormente, aotempo da Liga, sob o governo de Hen-rique III e Henrique IV. Kardec, co-mentando o caso, disse que o conhe-cido escritor talvez não soubesse quea reencarnação é um dos princípiosfundamentais da doutrina que outroraele ridicularizara. (Págs. 308 e 309.)

Quando uma revolução socialse realiza na Terra, ela abalaigualmente o mundo invisível134. Duas comunicações recebi-

das na Sociedade Espírita de Paris,assinadas pelos Espíritos de Arago e

do doutor Barry, em resposta a umaconsulta feita pelo Dr. Ignácio Perei-ra, médico e fundador do InstitutoHomeopático dos Estados Unidos daColômbia, examinam a questão dainfluência dos planetas nas perturba-ções físicas que se verificam em nos-so globo. Eis, de forma resumida, osensinamentos contidos nas referidasmensagens: I – Não há na natureza umúnico fenômeno que não seja regula-do pelas leis universais que regem acriação. Os fenômenos estão, dessemodo, sujeitos a uma lei de periodici-dade, que provoca o seu retorno emcertas épocas, nas mesmas condições,ou seguindo, quanto à intensidade,uma lei de progressão geométricacrescente ou decrescente, porém con-tínua. II – Nenhum cataclismo podenascer espontaneamente e, se seusefeitos parecem tal, as causas que oprovocam são postas em ação desdeum tempo mais ou menos longo. III –Cada corpo celeste, além dos movi-mentos conhecidos que definem o dia,a noite e as estações, sofre revoluçõesque demandam milhares de séculospara a sua perfeita realização. IV –Num mesmo sistema planetário, todosos corpos que dele dependem reagemuns sobre os outros; as influências fí-sicas são aí solidárias, e não há um sódos efeitos que não seja a conseqüên-cia das influências de todo esse siste-ma. V – Os sistemas planetários rea-gem também uns sobre os outros,como as nebulosas reagem sobre asnebulosas e os planetas reagem sobreos planetas. VI – A efervescência quepor vezes se manifesta numa popula-ção, entre os homens de uma mesmaraça, não é uma coisa fortuita, nem re-sultado de um capricho. Ela tem suacausa nas leis da natureza. VII – As-sim, quando se diz que a humanidadechegou a um período de transforma-ção e que a Terra deve elevar-se nahierarquia dos mundos, não se devever nessas palavras nada de místico,mas, ao contrário, a realização de umadas grandes leis fatais do Universo,contra as quais é impotente toda a mávontade humana. VIII – A humanida-de já se transformou em outras épo-cas, e cada transformação é marcadapor uma crise que é, para o gênero hu-mano, o que são as crises da cresci-mento para os indivíduos. IX – Umacoisa que parecerá estranho, mas queé rigorosamente verdadeiro, é que omundo dos Espíritos sofre o contra-golpe de todas as comoções que agi-tam o mundo dos encarnados, ou me-lhor, ele toma aí uma parte ativa.Quando uma revolução social se rea-liza na Terra, ela abala igualmente omundo invisível. X – O período datransformação anunciada se iniciou. Énesse período que se verá florescer o

Espiritismo, que dará então os frutosque dele se esperam. É, pois, para ofuturo, mais que para o presente, quetrabalhamos; mas era preciso que es-ses trabalhos fossem elaborados pre-viamente, porque preparam as vias daregeneração pela unificação e aracionalidade das crenças. (Págs. 309a 314.)

135. A Revista reproduz notíciadivulgada pelo Écho de Fourvière, arespeito do exemplo de verdadeiracaridade praticada por um pobre ho-mem, o Sr. Ginet, que recolheu naprópria casa uma mendiga coberta dechagas infectas que, tomada de um en-fraquecimento súbito, teria sucum-bido na rua, não fosse a ajuda recebi-da. Se o Sr. Ginet era espírita, não sesabe, mas seu ato, sim, foi um ato ge-nuinamente espírita, visto que a cari-dade é a suprema lei do Espiritismo,que, segundo palavras textuais deKardec, “não reivindica em seu pro-veito a ação desse homem, mas se glo-rifica de professar os princípios queo levaram a praticá-la”. Encerrando anota, o Codificador do Espiritismo la-menta que os jornais tenham menosinteresse em divulgar as boas açõesdo que os crimes e os escândalos.Como o exemplo é contagioso, porque não pôr antes aos olhos das mas-sas o exemplo do bem que o do mal?(Págs. 314 a 316.)

136. Ch. Pereyra, de São Peters-burgo, relata um curioso fato que sepassou com um velho general húnga-ro, muito conhecido por sua corageme que, no entanto, tremeu de medo aoverificar que o castelo por ele adqui-rido era, efetivamente, assombradopor Espíritos, como o seu intendenteavisara. Sozinho na biblioteca do cas-telo, o general ouve um ruído no sa-lão. Em seguida, o ruído redobra e éacompanhado do movimento de umagaveta de uma cômoda, que se abriu.Convencido de que eram ladrões queestavam na casa, ele chamou o enor-me cão que o acompanhava. O ca-chorro se aproximou, mas pôs-se atremer, voltando para o canapé ondedormia. O general também começoua tremer e se ocultou na biblioteca.Mais tarde, confessou: “Eu não tivemedo senão duas vezes: há dezoitoanos, quando, no campo de batalha,uma bomba estourou aos meus pés; asegunda, quando vi o medo apoderar-se de meu cão”. (Págs. 316 e 317.)

137. Na seção de livros, a Revis-ta noticia a publicação da Correspon-dência de Lavater com a ImperatrizMaria da Rússia, uma iniciativa daLivraria Internacional, tendo em vis-ta o interesse que a divulgação dascartas pela Revista havia despertadona França. (Pág. 318.) (Continua nopróximo número.)

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

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O IMORTALPÁGINA 16 OUTUBRO/2008

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Escritor, professor e editor naárea da educação, nascido no Pa-raná e atualmente residente emPorto Velho, Abel Sidney (foto)relata valiosas experiências daprofissão e da atividade espíritano Estado de Rondônia. Forma-do em Ciências Sociais e Admi-nistração de Empresas, espíritadesde 1981, é palestrante e cola-bora na área de evangelizaçãoinfanto-juvenil. Vincula-se aoCentro Espírita Irmão Jacob, emPorto Velho.

– Quantos livros já tem pu-blicados?

Em 2003 foi lançada a nossaprimeira obra, Esboço da Obra-da-vida-inteira, um livro não-es-pírita mas com tintas humanistase espiritualistas, pela editora daUniversidade Federal de Rondô-nia (EDUFRO). Em 2005 foi avez da primeira obra espírita, Li-ções de um Suicida: um Estudodo Clássico Memórias de um Sui-cida, pela Editora Allan Kardec,de Campinas. Em 2006 saiu doprelo um livro infantil, com fun-do histórico regional, A casa dedona Dodó. No prelo existemmuitas outras obras, inclusive Omistério da cabana, um livroinfanto-juvenil a ser lançado ain-da este ano.

– Seu livro Lições de um Sui-cida, lançado pela Editora AllanKardec, analisa o profundoconteúdo do precioso livro deYvonne Pereira Memórias deum Suicida, editado pela FEB.O que o levou a essa análise?Quais as maiores dificuldades ealegrias encontradas? Conte-nos a experiência.

O Lições de um Suicida nas-ceu dentro do nosso propósito de

ORSON PETER [email protected]

De Matão, SP

compensar as horas perdidas aolongo desta encarnação... Há 9anos adotamos o hábito de acordaràs 4 horas da manhã para ler, es-crever, orar. E ao reler pela tercei-ra vez o Memórias de um Suicidanos veio a vontade de escrever so-bre o mesmo. Entre a idéia iniciale a publicação transcorreram maisde seis anos e muitos companhei-ros se juntaram a nós para tornarpossível a sua publicação. A ale-gria maior foi ter recebido algumascartas e mensagens eletrônicas comnotícias de que o nosso livro esta-va a ser estudado. Um dos propó-sitos da obra é realmente esse: des-pertar o interesse pelo estudo maissistematizado dos livros espíritas.E como complemento desta boanova, soubemos também de mui-tos companheiros que decidiramenfrentar a leitura do Memórias, oque era também um dos nossosobjetivos. Devemos dizer, de pas-sagem, que a riqueza do livro doCamilo Castelo Branco, grafadograças à mediunidade da YvonnePereira, é tamanha, que pelo me-nos mais umas duas obras, no mes-mo formato, poderiam ser escritas!

– Você possui outras obraspublicadas ou aguardando pu-blicação?

Temos uma coletânea de con-tos, vinculados uns aos outros, quedenominamos de Histórias doCego Oliveira. Pretendemos vê-lospublicados um dia, sem pressa...Um outro projeto, já iniciado, é tra-balhar um tema específico, dentrodo contexto das obras básicas ecomplementares, para alargamen-to de algumas discussões. O pri-meiro da série é “O Pensamentosegundo os Espíritos”. Para a me-lhor idade sonhamos com a possi-bilidade de elaborarmos uma novaversão das obras básicas de Kar-dec, numa escrita mais atualizada,simples e sem rebuscamentos, fei-

ta a partir da língua internacional,o esperanto. Uma editora já de-monstrou interesse pelo projeto.Existem outras obras, mas serãopublicadas pela nossa editora, aTemática, com foco no incentivo àleitura nas escolas e em casa, pro-jeto profissional a que temos nosdedicado atualmente. Por meiodestas obras temos conseguido le-var a mensagem espírita-cristã paraos gentios, ao abordar questões denatureza ético-moral em uma lin-guagem mais universal, com a van-tagem extra de que estes livros po-derão ser lidos e trabalhados tam-bém na evangelização infanto-ju-venil...

– E quanto à sua atividadeacadêmica? Relate-nos sua expe-riência na área da educação.

Continuo vinculado à educaçãopor produzir material literário (di-dático e paradidático), mas, porora, fora de sala de aula. Fui pro-fessor em tempo integral duranteoito anos, no ensino fundamentale médio, no início, e depois no en-sino superior. Além dos milharesde alunos que ajudei a formar ecom os quais mantenho vínculosfraternos, desenvolvi alguns pro-jetos a que darei continuidade,como o da Metodologia Científicacomo Recurso Didático-pedagógi-co, voltado aos docentes de qual-quer área ou nível.

Entrevista: Abel Sidney

– Como é o movimento espí-rita no Estado em que você resi-de? A distância dos grandes cen-tros econômicos do país cria di-ficuldades também para a ex-pansão do movimento espírita?

Por vivermos na Amazônia, emum Estado há pouco mais de 20anos emancipado, estamos ainda aconstruir tudo. E o movimento es-pírita reflete este estado de pionei-rismo em que estamos mergulha-dos. Com um agravante, que é ofluxo migratório ainda intenso, oque faz com que percamos muitoscompanheiros em trânsito paraoutros locais do país. A distâncianão é obstáculo, mas o isolamentosim. Muitas cidades daqui, longedo eixo viário principal, a BR-364,ainda não têm centros ou gruposespíritas. Aceitamos a colaboraçãode alguns bandeirantes corajosos...Na capital e nas principais cidades,no entanto, o movimento já estábem consolidado, com muitas ati-vidades sendo realizadas dentro doespírito de integração e unificação,sob o comando do companheiroPedro Barbosa, presidente da Fe-deração Espírita de Rondônia.

– Como você tem encarado ostemas polêmicos em circulação nomovimento espírita, atualmente?

Nos meus tempos de estudanteeu tinha um gosto e uma inclina-ção às polêmicas em geral e às domovimento espírita, em particular,acompanhando com certo ardor eparcialidade os embates. Hoje, per-cebo que há muitas ações de natu-reza afirmativa a serem realizadase dispersar forças debatendo ques-tões menos essenciais nos parecedesperdício de energia e tempo.Adotamos, além disso, uma medi-da preventiva que tem trazido bonsresultados: não debater temas po-lêmicos face a face, para não criarinimizades, mas abordá-los sempreque necessário e oportuno nas pa-

lestras e na impressa escrita, porpodermos expor melhor nossopensamento e tomar partido (emfavor da Doutrina Espírita, evi-dentemente), sem ferir suscetibi-lidades...

– E os temas polêmicos dasociedade?

Estes devem, sempre que pos-sível, ser “assimilados” e “con-vertidos” à linguagem espírita etrazidos à discussão nos centrosespíritas, nos momentos e luga-res adequados. Um deles, em es-pecial, clama por uma visão e umdebate de natureza espírita - apolêmica das células-tronco. Queos estudiosos espíritas possam semanifestar e esclarecer o tema!!

– Suas palavras finais.Precisamos estudar mais e

mais a Doutrina Espírita, de for-ma sistemática, constante, demodo a assimilar melhor os seusprincípios. Uma sugestão quetemos a dar é: leiam aos poucos,porém todos os dias. É o que te-mos feito há nove anos, pelasmadrugadas.

Neste momento estamos a lersistematicamente quatro obras: 1)Itinerários de Antígona, livronão-espírita de Barbara Freitag,mas que aborda magistralmenteum tema que nos interessa a to-dos: a questão da moralidade; 2)Seareiros de volta, livro da faseuberabense do Waldo Vieira, edi-tado pela FEB, com mensagensde diversos Espíritos; 3) O Con-solador, de Emmanuel, na psico-grafia de Chico Xavier, e 4) LaKonsolanto, a versão em esperan-to da obra anterior, em belíssimae elucidativa tradução.

Por vezes demoramos umano, um ano e meio para finali-zarmos a leitura das obras maio-res... Mas vale a pena este esfor-ço passo-a-passo!! Grato pelaoportunidade!!

“Precisamos estudar mais e mais a DoutrinaEspírita, de forma sistemática e constante”

O autor de Lições de um Suicida relata suas experiências em Rondônia, fala sobre seuslivros e seus projetos e enfatiza a importância de estudarmos mais a Doutrina Espírita

Abel Sidney