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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 54 Nº 640 Junho de 2007 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec 2º Congresso Espírita Brasileiro Existe vida em outros planetas? “O Livro dos Espíritos” é reverenciado nas mensagens psicografadas A capital da Re- pública foi o palco do 2 o Congresso Espíri- ta Brasileiro, realiza- do em abril último com a participação de confrades daqui e do exterior. O tema central do evento foi “O Livro dos Espíri- tos na Edificação de um Mundo Melhor”. Enquanto as con- ferências se sucediam, Divaldo P. Franco e José Raul Teixeira psi- cografaram três mensagens assi- nadas, respectivamente, por Joanna de Ângelis, Sebastião Lasneau e Camilo. A mensagem de Joanna foi escrita em inglês e na forma da chamada psicografia especular, em que o texto para ser lido re- quer o uso de um espelho (foto). Tanto essa mensagem quanto a de Camilo, psicografada por Raul Teixeira, reverenciaram o aniversariante do momento, “O Livro dos Espíritos”, que com- pletou 150 anos de existência no dia 18 de abril de 2007. No en- cerramento do congresso, Dr. Bezerra de Menezes manifestou- se psicofonicamente por inter- médio de Divaldo. Pág. 3 Muitas pessoas já se fizeram esta pergunta. Os astrônomos não fogem à regra, havendo no meio deles os que acreditam que exis- ta vida extraterrestre e os que não acreditam. A primeira tese, que é o que nos revela o Espiritismo, ganhou em abril deste ano um re- forço considerável com a desco- berta por pesquisadores europeus de um planeta chamado Gliese 581c, localizado fora do Sistema Solar, com características seme- lhantes às da Terra, o que pode significar a existência de vida como conhecemos. Pág. 16 20 anos de Comunhão Espírita Cristã de Londrina No momento em que era fe- chada esta edição realizava-se na sede da Comunhão Espírita Cris- tã de Londrina, no Jardim Pero- bal, a festa comemorativa dos 20 anos de existência da entidade, fundada em 17 de abril de 1987. Comemorava-se ainda os 10 anos de atividades da Escola-Oficina “Pestalozzi”, um dos departamen- tos da Comunhão, que promove cursos profissionalizantes gratui- tos a centenas de pessoas caren- tes da cidade. No próximo núme- ro este jornal trará os pormeno- res dessa comemoração. Medinesp 2007 começa no dia 7 na capital paulista Realiza-se nos dias 7 a 9 de ju- nho, no Maksoud Plaza, em São Pau- lo-SP, o Medinesp 2007, congresso promovido pela Associação Médico- Espírita do Brasil em parceria com a AME Internacional, cujo tema será: “150 anos em busca da integração corpo-mente-espírito”. Nesta edição, o evento contará com a participação de mais de 40 oradores procedentes de todas as re- giões do Brasil e cinco oradores radicados na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina. Dentre os palestrantes internacionais, desta- ca-se a presença do Dr. Melvin Morse, dos Estados Unidos, médico pediatra (foto). Foi ele o primeiro pesquisador a estudar, 20 anos atrás, casos de Experiências de Quase- Morte (EQM) em crianças. A coordenação do congresso es- tará a cargo da sempre dinâmica Dra. Marlene Nobre (foto), presidente da AME Internacional. A Revue Spirite há 140 anos ................................ 15 Aiglon Fasolo ......................................................... 6 Clássicos do Espiritismo ........................................ 5 Crônicas de Além-Mar ......................................... 12 De coração para coração ........................................ 4 Divaldo responde ................................................... 5 Editorial .................................................................. 2 Édo Mariani ........................................................... 11 Emmanuel ............................................................... 2 Espiritismo para as crianças ................................ 14 Estudando as obras de André Luiz ...................... 10 Gilberto Simioni ................................................... 10 Grandes Vultos do Espiritismo .............................. 7 Jane Martins Vilela .............................................. 13 Joanna de Ângelis .................................................. 2 José Passini .......................................................... 13 José Viana Gonçalves .......................................... 12 Momentos com Divaldo Franco .......................... 13 Palestras, seminários e outros eventos ................. 11 Passamento ............................................................ 11 Ainda nesta edição A finalidade das existências sucessivas Ensina o Espiritismo que a cada nova exis- tência o Espírito dá um passo na escala do pro- gresso. A reencarnação existe exatamente para isso: melhoramento progressivo dos indiví- duos e da própria Hu- manidade. Quando se despojou de todas as suas impurezas, o Espí- rito obviamente não precisará mais das pro- vas da vida corpórea e, desse modo, estará isento da necessidade de reencarnar, porque terá atingido a condição de Espírito bem-aven- turado, de Espírito puro. Págs. 8 e 9 Divaldo Franco, logo após psicografar a mensagem de Joanna Marlene Nobre, que presidirá o Medinesp 2007 a partir do dia 7 Dr. Melvin Morse, pioneiro na pesquisa de EQM em crianças

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 54 Nº 640 Junho de 2007 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

2º Congresso Espírita Brasileiro

Existe vida emoutros planetas?

“O Livro dos Espíritos” é reverenciado nas mensagens psicografadasA capital da Re-

pública foi o palco do2o Congresso Espíri-ta Brasileiro, realiza-do em abril últimocom a participaçãode confrades daqui edo exterior. O temacentral do evento foi“O Livro dos Espíri-tos na Edificação deum Mundo Melhor”.

Enquanto as con-ferências se sucediam, Divaldo P.Franco e José Raul Teixeira psi-cografaram três mensagens assi-nadas, respectivamente, porJoanna de Ângelis, SebastiãoLasneau e Camilo.

A mensagem de Joanna foiescrita em inglês e na forma dachamada psicografia especular,em que o texto para ser lido re-quer o uso de um espelho (foto).

Tanto essa mensagem quanto ade Camilo, psicografada porRaul Teixeira, reverenciaram oaniversariante do momento, “OLivro dos Espíritos”, que com-pletou 150 anos de existência nodia 18 de abril de 2007. No en-cerramento do congresso, Dr.Bezerra de Menezes manifestou-se psicofonicamente por inter-médio de Divaldo. Pág. 3

Muitas pessoas já se fizeramesta pergunta. Os astrônomos nãofogem à regra, havendo no meiodeles os que acreditam que exis-ta vida extraterrestre e os que nãoacreditam. A primeira tese, que éo que nos revela o Espiritismo,ganhou em abril deste ano um re-

forço considerável com a desco-berta por pesquisadores europeusde um planeta chamado Gliese581c, localizado fora do SistemaSolar, com características seme-lhantes às da Terra, o que podesignificar a existência de vidacomo conhecemos. Pág. 16

20 anos de Comunhão EspíritaCristã de Londrina

No momento em que era fe-chada esta edição realizava-se nasede da Comunhão Espírita Cris-tã de Londrina, no Jardim Pero-bal, a festa comemorativa dos 20anos de existência da entidade,fundada em 17 de abril de 1987.Comemorava-se ainda os 10 anos

de atividades da Escola-Oficina“Pestalozzi”, um dos departamen-tos da Comunhão, que promovecursos profissionalizantes gratui-tos a centenas de pessoas caren-tes da cidade. No próximo núme-ro este jornal trará os pormeno-res dessa comemoração.

Medinesp 2007 começa no dia 7na capital paulista

Realiza-se nos dias 7 a 9 de ju-nho, no Maksoud Plaza, em São Pau-lo-SP, o Medinesp 2007, congressopromovido pela Associação Médico-Espírita do Brasil em parceria com aAME Internacional, cujo tema será:“150 anos em busca da integraçãocorpo-mente-espírito”.

Nesta edição, o evento contarácom a participação de mais de 40oradores procedentes de todas as re-giões do Brasil e cinco oradoresradicados na Europa, nos EstadosUnidos e na América Latina. Dentreos palestrantes internacionais, desta-ca-se a presença do Dr. MelvinMorse, dos Estados Unidos, médicopediatra (foto). Foi ele o primeiropesquisador a estudar, 20 anos atrás,casos de Experiências de Quase-Morte (EQM) em crianças.

A coordenação do congresso es-tará a cargo da sempre dinâmica Dra.Marlene Nobre (foto), presidente daAME Internacional.

A Revue Spirite há 140 anos ................................ 15Aiglon Fasolo ......................................................... 6Clássicos do Espiritismo ........................................ 5Crônicas de Além-Mar ......................................... 12De coração para coração ........................................ 4Divaldo responde ................................................... 5Editorial .................................................................. 2Édo Mariani ........................................................... 11Emmanuel ............................................................... 2Espiritismo para as crianças ................................ 14Estudando as obras de André Luiz ...................... 10Gilberto Simioni ................................................... 10Grandes Vultos do Espiritismo .............................. 7Jane Martins Vilela .............................................. 13Joanna de Ângelis .................................................. 2José Passini .......................................................... 13José Viana Gonçalves .......................................... 12Momentos com Divaldo Franco .......................... 13Palestras, seminários e outros eventos ................. 11Passamento ............................................................ 11

Ainda nesta ediçãoA finalidade dasexistências sucessivas

Ensina o Espiritismo

que a cada nova exis-

tência o Espírito dá um

passo na escala do pro-

gresso. A reencarnação

existe exatamente para

isso: melhoramento

progressivo dos indiví-

duos e da própria Hu-

manidade. Quando se

despojou de todas as

suas impurezas, o Espí-

r i to obviamente não

precisará mais das pro-

vas da vida corpórea e,

desse modo, estará

isento da necessidade

de reencarnar, porque

terá atingido a condição

de Espírito bem-aven-

turado, de Espíri to

puro. Págs. 8 e 9

Divaldo Franco, logo após psicografar a mensagem de Joanna

Marlene Nobre,que presidirá oMedinesp 2007a partir do dia 7

Dr. Melvin Morse,pioneiro napesquisa de EQMem crianças

O IMORTALPÁGINA 2 JUNHO/2007

EditorialEMMANUEL

Em Ribeirão Preto, a meninaMarcela, quando completou cincomeses, em abril último, recebeu altado hospital em que nasceu. É tratadacom todo o cuidado pela mãe, Cacildade Jesus Ferreira, pois necessita de umconcentrador de oxigênio elétrico pararespirar. Dona Cacilda está feliz porpoder cuidar da filha em casa: “Esta-mos mais à vontade, não precisamosficar fechadas num cômodo, já deu pranotar a diferença”, diz. A felicidade damãe é completa por poder cuidar dafilha: “Fico emocionada de ela(Marcela) estar servindo para consci-entizar o mundo de que Deus existe eque, acima de nós, existe um Ser Po-deroso”. Marcela é um bebêanencéfalo que vive uma vida autôno-ma, ou quase, se considerarmos quenecessita de ajuda para respirar.

Casos como este não são raros.Raro é haver uma repercussão con-trária à que está havendo. Os materi-alistas consideram o júbilo da mãeuma insânia, e, até mesmo, dizem quemanter um bebê anencéfalo emsobrevida é um caso extremo de ego-ísmo por parte dos pais. O melhor,pensam, teria sido o aborto eugênico.

O ministro da Saúde é a favor doaborto eugênico, e o governo preten-de fomentar a discussão da liberaçãodo aborto em casos de anencefalia.Pretendem os favoráveis a esse tipode aborto que o anencéfalo não é umser humano, por faltar-lhe parte docérebro. A anencefalia é um caso demalformação que pode apresentarmuitos graus. Nos casos em que aanencefalia é total, ou quase, o bebênão sobrevive ao parto. Nos outroscasos, a sobrevida pode durar meses

Cultivando com acendrado inte-resse a ignorância, o homem distrai-se no relacionamento com amigos;armazena jóias e dinheiro, víveres etrajes; multiplica habitações e veícu-los, embora o seu corpo somente ospossa usar um a um. Demais, advindoa morte, que é inevitável, vê-se cons-

Examina em que se transformao dinheiro nas tuas mãos, a fim deque possas ajuizar quanto ao pro-veito dos recursos passageiros queo Senhor te empresta à vida.

Não é o metal ou o papel damoeda circulante que te impõemprejuízos ao coração, mas sim opróprio sentimento com que de-les te vales para imergir a exis-tência na sombra do tédio ou daenfermidade, do remorso ou daindisciplina.

Observa o que fazes e aprendea dirigir o dinheiro para que o di-nheiro não te dirija.

Com alguns vinténs congrega-dos, podes realmente adquirir aalegria e o socorro de muitos...

O leite à criança enferma e olivro que ampare a alguém...

O pão ao faminto e o remédioao doente...

O estímulo ao companheiroque luta na solução de inquietan-tes problemas e a felicidade do ir-mão em prova, algemado aaflitivos débitos...

Muita gente, porém, mobilizaa posse de alguns dias na aquisi-

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Anencefalia e abortoou até anos. De qualquer forma, ospartidários dessa visão consideramque não há por que sustentar a vidaou mesmo completar a gestação deum ser que não é completo, que nãopoderá ter uma vida autônoma.

Mas o que diz a Doutrina Espíri-ta? Devemos, em primeiro lugar, lem-brar que o corpo é reflexo doperispírito. As malformações são con-seqüência do estado do perispírito, desua forma lesionada. O corpo não éum simples reflexo do código gené-tico – o próprio código genético é co-dificado de acordo com a programa-ção reencarnatória do Espírito. É operispírito que coordena a efetividadeda formação inscrita no código davida. Assim, no caso presente, operispírito apresenta-se anencéfalo, eé justamente o fato da reencarnaçãoque poderá ser a oportunidade de re-paração do perispírito. O mesmoacontece no caso dos ovóides e dossuicidas, em que só a reencarnaçãopode reestruturar o perispírito.

Visto desta maneira, impedir queum bebê malformado venha à luz é tãocriminoso quanto qualquer outro tipode aborto, excetuando-se o caso de ris-co para a vida da mãe. Porque há, jus-tamente, um Espírito ligado àquela for-ma, e é tão importante a gestação e onascimento de um bebê malformadoquanto o é a de qualquer outra criança.

O que chama a atenção no caso empauta é a firme crença da mãe na justiçae na bondade de Deus. Não sabemos suareligião, mas nos perguntamos, mesmosendo espíritas, se teríamos tamanhaconvicção. Diante da dor é preciso re-signação, fé, coragem e esperança. Épreciso convicção e firmeza de caráter,

de que dona Cacilda dá testemunho.Marcela é, realmente, um exem-

plo da bondade e da justiça divinas.Ela é a prova de que Deus não quer amorte do pecador, mas sim que elecreia e viva. Um corpo anencéfalo éoportunidade de reparação doperispírito do reencarnante. Não éuma punição. É oportunidade de cura,como é toda doença.

Nós, espíritas, devemos participardos fóruns de discussão do aborto.Somos 5% da população brasileira, oque não é pouco, pois somos um emcada vinte indivíduos. Somados aoscatólicos, somos um número mais queexpressivo. O que nos diferencia doscatólicos é que nossas razões não sãode ordem apenas da fé, porque nosembasamos no conhecimento, por as-sim dizer, científico, embora a ciênciaespírita não seja oficialmente reconhe-cida. Mas devemos analisar se real-mente cremos na justiça e na bondadede Deus. Porque há espíritas que titu-beiam diante de casos como o da anen-cefalia e da gestação oriunda de estu-pro. É preciso firmeza na fé, comodona Cacilda dá pleno testemunho,porque o conhecimento não nos falta.

O Espiritismo deve cumprir suafunção social. Deve expressar seuspontos de vista, mesmo que não sejaouvido. O Espiritismo, diz Kardec, épara aqueles que não têm religião ounão estão satisfeitos com a religiãoque professam. Fazendo-se ouvir, cer-tamente atingirá aqueles que já estãopreparados para ele. Daí a importân-cia da divulgação espírita. Como dizLéon Denis, a maior caridade que sepode fazer a alguém é dar-lhe o co-nhecimento da vida futura.

Um minuto com Joanna de Ângelistrangido a deixar tudo, levando ape-nas a si mesmo e com ele os atos im-pressos nos painéis da consciência.

*Ninguém te condena por seres pre-

vidente; porém, a tua consciência tereprocha a ganância.

Pessoa alguma te fiscaliza a con-

Diante do dinheiroção de dor para muitos anos, de vezque, acumulando a prata e o ouroda Terra para dominar e ferir, su-jeita-se ao império de arrasadoraspaixões, elevando-se pela conven-ção da moeda humana, à frente domundo, e caindo em desequilíbriodiante da Eterna Lei.

*Não temas o dinheiro digna-

mente conquistado, aprendendo, so-bretudo, a produzi-lo com teu pró-prio suor; e, guiando-lhe os movi-mentos no caminho do trabalho eda luz, da caridade e da educação,terás dele feito não mais otiranizante senhor a encarcerar-te noestranho reino do azinhavre e dausura, da irreflexão ou da delin-qüência, mas sim o companheiroleal e o servo amigo, a sustentar-teos passos para o Reino de Deus.

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JOANNA DE ÂNGELIS, mento-ra espiritual de Divaldo P. Franco, éautora, entre outros livros, de Momen-tos de Felicidade (Livraria EspíritaAlvorada Editora, 1990), do qual foiextraído o texto acima.

EMMANUEL, que foi o mentorespiritual de Francisco CândidoXavier e coordenador da obra medi-única do saudoso médium mineiro,é autor, entre outros livros, de “In-tervalos” (Editora O Clarim, 1981),de onde foi extraído o texto acima.

duta gozadora; mas a tua consciênciate diz que isto não te basta.

Deus não te proíbe fruir dos bens,nem da vida; todavia, tua consciência,apesar de anestesiada, vez que outradesperta, assinalando a tua ilusão...

*Descoberta a causa do sofrimento

do senciente, que é a ignorância, o seuantídoto é, de logo, a sabedoria.

Clareia-te, assim, com as luzes dareencarnação e saberás conduzir a vidasem apego, sem desconsideração, des-cobrindo-lhe o vazio do mediato eaplicando parte do teu tempo na pre-paração do teu porvir eterno, que teespreita, e para o qual marchas inexo-ravelmente, quer o queiras ou não.

O IMORTALJUNHO/2007 PÁGINA 3

Conforme já divulgado poreste jornal, realizou-se em Brasí-lia, no período de 13 a 15 de abril,o 2o Congresso Espírita Brasileiro(fotos). O tema central do eventofoi “O Livro dos Espíritos naEdificação de um Mundo Melhor”.

Durante o seminário minis-trado por Divaldo Franco, RaulTeixeira psicografou uma poesiade Sebastião Lasneau e umamensagem de Camilo. Depois,enquanto Raul fazia sua exposi-ção, Divaldo psicografou umamensagem em inglês, invertida –a chamada escrita especular –,assinada por Joanna de Ângelis.

No último dia do congresso,Dr. Bezerra de Menezes manifes-tou-se psicofonicamente por in-termédio de Divaldo conclaman-do todos à persistência diante dasdificuldades.

Eis, pela ordem em que fo-ram recebidas, as mensagens deCamilo, Joanna e Bezerra.

Uma idade novapara o homem

Camilo(Médium: J. Raul Teixeira)

Ficou distante a lendária Ida-de do Ouro, quando o amor, a su-avidade e a ternura, norteavam aVida do Mundo. Não mais acha-mos a Deusa Astréia - filha deTêmis, a dominar a paisagem es-piritual e moral das sociedades,estabelecendo o reino da harmo-nia para uma vida venturosa.

Agora quando se agitam as en-tranhas da humanidade, quando aviolência ganha proporções alar-

ANGÉLICA [email protected]

De Londrina

mantes e o crime mostracenários aparvalhantes,quando o cinismo e a cor-rupção se mostram desa-bridos e a mentira des-norteia a alma do mun-do, tem-se a impressãoque se instalou na Terraa idade do Ferro, das re-ferências mitológicas dostempos idos.

O momento cruel quese demora no planeta, pa-rece propício para que os devedoresda consciência cósmica tenham o en-sejo de reajustar-se, de renovar-se,encontrando a liberdade definitiva.A hora que se estira sobre as experi-ências humanas, se impõe a todos anecessidade de repensar, de reflexi-onar em torno da marcha das socie-dades em processo de reestruturaçãodo próprio destino.

Nestas épocas agônicas de quase

todos, em tempos de lágrimas e do-res profundas, quando faltam socor-ros e falecem nobres providências;como nos tempos passados, a massavive a exorar dos planos divinos, oauxílio e aporte capazes de minimizartantos horrores e conflitos.

Temos hoje o dever de traba-lhar para transformar nossa tor-mentosa Idade Metálica, de modoa erigir a Idade do Espírito; a exu-berante era espiritual, que achan-do os caminhos do mundo para que

por eles, todos possamos trilharcom liberdade e entendimento cla-ro, das leis divinas.

Por causa de toda essa onda deterrores que se abate sobre nós e afrieza de tantos corações de servir,o Cristo brindou a Terra, já há 150anos, com o Livro dos Espíritos –roteiro para os indivíduos e as co-munidades de quaisquer latitudes.Eis a obra pujante de luz e beleza,documento que os Céus envioucomo um mapa para o futuro, mar-cado por todos aqueles que tinhaminteresse por um mundo maisconsentâneo com os ensinamentosdo Reino dos Céus.

Estudar esse livro é glória semigual. Divulgá-lo é espalhar gemaspreciosas por sobre as expectativasterrenas. Viver seus ensinamentosé conseguir a lucidez e a sabedoriaque a todos conduzirão à plena Paz.

O Livro dos EspíritosJoanna de Ângelis

(Médium: Divaldo Franco)

A raça humana dos nossos diastem trazido para si mesmo: violên-cia, delinqüência e insatisfação,como resultado do avanço da tec-nologia e louca perseguição demuitos conceitos. Entretanto, osproblemas urgentes do íntimo do

homem encontram res-postas, dentro dos prin-cípios espíritas.

O Livro dos Espíri-tos é a chave para con-trabalançar as questõesperturbadoras do com-portamento social eemocional dos nossostempos.

O Livro dos Espíri-tos torna muitas pesso-as conscientes de suas

responsabilidades, através da féracional, bem fundada sobre os fa-tos. Isto trará o renascimento doCristianismo em toda a sua pure-za.

Desta forma, o Livro dos Espí-ritos é a síntese da ciência, da filo-sofia e da religião, trazendo a res-posta de Deus, aos clamores doshomens – o Consolador, prometi-do por Jesus.

Jesus é o nosso caminhoBezerra de Menezes

(Médium: Divaldo Franco)

Alegrai-vos, vós que chorais.Tende confiança, mantendo o âni-mo, para seguir sem desalento,voltado para o bem inefável e parao amor incondicional.

Jesus – meus filhos – é o nossocaminho, levando-nos à Verdade eVida.

Estais informados de como pro-

Espíritos se manifestam durante o2o Congresso Espírita Brasileiro

ceder diante de penosas injun-ções. Não busqueis orientações ediretrizes porque já tendes noAmor o perdão. Perdoai sempree incessantemente, amando oscrucificadores para que todos sai-bam que sois discípulos do Mes-tre Vitorioso da Cruz.

Inaugura-se Era Nova. A Re-velação Espírita abre o ciclo de re-alizações grandiosas para o porvir.Fostes honrados com convite doMestre Jesus para vos constituirdesno alicerce da Era Nova.

Entregai-vos à sua conduçãoe nunca vos deixeis recuar, esta-cionar, ceder o passo na estradado bem.

Esta é a hora de semeardesLuz. Ide, pois, como aqueles se-tenta da Galiléia preparar os ca-minhos, porque o Senhor estáchegando à Terra para proclamara Glória do Espírito Imortal.

Ide por todas as partes e falaia respeito de Allan Kardec, aquem homenageamos neste diade encerramento do 2º Congres-so Brasileiro Espírita.

Convidado pelos Espíritos es-píritas do Brasil para que presi-disse este evento, o nobre codifi-cador aquiesceu e, com asfalanges do Espírito da Verdade,está conosco. E nos acompanha-rá neste novo ciclo que se abre,até o momento quando o Mundode Regeneração se encontre ins-taurado e instalado na Terra.

Que Jesus nos abençoe, filhosd’Alma e que a paz que deflui daconsciência tranqüila permaneçaem vossos corações.

Com o carinho de vossos com-panheiros que vos precederam noretorno ao Grande Lar, através doservidor humílimo e paternal desempre, Bezerra. Muita Paz.

Momento em que Divaldo foi presenteadocom um exemplar d´O Livro dos Espíritos

Mesa do Congresso Espírita Brasileiro realizado em Brasília-DF

Divaldo Franco logo que psicografou amensagem de Joanna de Ângelis

O IMORTALPÁGINA 4 JUNHO/2007

Na época em que escrevia umacoluna semanal sobre Espiritismo nojornal Folha de Londrina, o colunistasocial daquele periódico, cuja colu-na ficava ao lado da minha, costuma-va dizer, falando a respeito da morte,que ninguém até então havia voltadopara dizer se a vida continua, umafrase que algumas pessoas repetempensando dessa forma desautorizar osque pensam diferentemente.

Será que ninguém jamais voltoupara dizer se a vida continua?

É evidente que sim, e é precisa-mente isso que deu e continua a darforça ao Espiritismo, porque os prin-cípios espíritas não se baseiam emopiniões nem em concílios, mas emfatos, como os que o professor CarlosAugusto Perandréa mostrou em suaspesquisas sobre mensagens psicogra-fadas por Chico Xavier, do que resul-tou um trabalho científico inédito atéaquela oportunidade, publicado inici-almente na revista científica Semina,da Universidade Estadual de Londri-na, e depois transformado no livro “APsicografia à Luz da Grafoscopia”.

Nesse trabalho, o autor compro-vou a realidade das comunicaçõesmediúnicas comparando a letra pa-drão do indivíduo antes da morte comsua assinatura aposta na mensagempsicografada, chegando desse modo,por meio de análises técnicas, à veri-

ficação da autenticidade gráfica.Sim, os Espíritos têm retornado

do mundo espiritual e trazido notí-cias sobre a vida extrafísica, na qual,segundo dizem, são muitas as ocu-pações e missões a desempenhar.

Além do trabalho de se melhora-rem pessoalmente, incumbe-lhes aimportante tarefa de executar a von-tade de Deus, concorrendo, dessemodo, para a harmonia do Universo.

A ocupação dos Espíritos, ensinao Espiritismo, é contínua, mas nada temde penosa, uma vez que não estão su-jeitos à fadiga nem às necessidades pró-prias da vida terrena. E, curiosamente,até os Espíritos inferiores e imperfei-tos desempenham funções úteis nomundo em que vivem, embora às ve-zes não tenham consciência disso.

Os Espíritos precisam, de acordocom os ensinamentos espíritas, percor-rer todos os graus da escala evolutivapara se aperfeiçoarem. Devem, portan-to, habitar em toda parte e adquirir peloestudo e pela experiência o conheci-mento de todas as coisas.

Há, no entanto, tempo para tudoe cada coisa vem no seu momentopróprio, de modo que a experiênciapor que um Espírito está passandohoje, um outro já superou e outrosdeverão mais tarde enfrentar.

As missões dos Espíritos objetivamsempre o bem. Estando encarnados ou

desencarnados, são eles incumbidos deauxiliar o progresso da Humanidade,dos povos ou dos indivíduos, dentro deum círculo de idéias mais ou menos am-plas, mais ou menos especiais, caben-do-lhes ainda velar pela execução dedeterminadas coisas.

Alguns desempenham missõesmais restritas e, de certo modo, pes-soais ou inteiramente locais, comoassistir os enfermos, os agonizantes,os aflitos, velar por aqueles de quemse constituíram guias e protetores,dando-lhes conselhos ou inspirando-lhes bons pensamentos.

Há tantos gêneros de missõesquantas as espécies de interesses aresguardar, tanto no mundo físicocomo no moral, e o Espírito se adi-anta conforme a maneira pela qualdesempenha sua tarefa.

No tocante ao mundo dos encar-nados, os Espíritos se ocupam com ascoisas que nos dizem respeito de con-formidade com o grau de evolução emque se acham. Os superiores só se ocu-pam com o que seja útil ao progresso.Os inferiores se ligam mais às coisasmateriais e delas se ocupam.

A felicidade dos Espíritos bem-aventurados não consiste, pois, naociosidade contemplativa, que seriauma eterna e fastidiosa inutilidade.Suas atribuições são proporcionadasao seu grau evolutivo, às luzes que

possuem, à sua capacidade, experi-ência e ao grau de confiança que ins-piram ao Supremo Criador.

Ao lado das grandes missões con-fiadas aos Espíritos superiores, exis-tem outras de importância relativa,concedidas a Espíritos de todas as ca-tegorias, podendo afirmar-se que cadaencarnado tem a sua, ou seja, tem de-veres a preencher a bem do semelhan-

De coração para coraçãoASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO - [email protected]

De Londrina

O Espiritismo respondeAlguém me pergunta: Como

devemos entender o perdão?O perdão é um preceito que os

cristãos conhecem muito bem, por-que em diversas ocasiões Jesus orecomendou expressamente.

Eis alguns ensinamentos quetodos já ouvimos:

“Perdoai não apenas sete vezes,mas setenta vezes sete vezes...”

“Se não perdoardes as faltasque as pessoas cometem contravós, como o Pai vos perdoará asque cometeis...”

“Pai, perdoai as nossas dívidascomo nós perdoamos aos nossosdevedores...”

“Antes de depositar vossaoferenda, ide reconciliar-vos como vosso próximo...”

Muito freqüentemente inter-pretamos o perdão como sendosimples ato de virtude e generosi-dade, em auxílio do ofensor, quepassaria a contar com a absolutamagnanimidade da vítima.

É preciso, porém, perceber que,quando conseguimos desculpar oerro ou a provocação de alguémcontra nós, exoneramos o mal dequalquer compromisso para conos-co, ao mesmo tempo em que nosdesvencilhamos de todos os laçossuscetíveis de apresar-nos a ele.

A mágoa retida é doença para oEspírito, a quem corrói as forças fí-sicas e envenena a alma. É neces-sário, para a própria paz, ante quais-

Sempre que dizemos ou escre-vemos algo, pode surgir a dúvida, oque às vezes acontece em casoscomo os abaixo descritos:• Dentre ou entre?• Demais ou de mais?• Voto branco ou voto em branco?• Ar condicionado ou ar-condicionado?• Após aprovado ou depois de apro-vado?• Aparecida do Norte ou Aparecida?• Confraternizar ou confraternizar-se?

Veja as respostas:• Use o vocábulo “dentre”, e não “en-

Pílulas gramaticaistre”, em frases como estas: Ele ressur-giu dentre os mortos. Dentre todos foiele o vencedor. Tirou uma dentre ascinco moças para dançar. Foi a únicapessoa que, dentre todos os infectadospelo vírus, conseguiu sobreviver.• Quando for advérbio, usa-se “de-mais”: Ela fala demais. Ele trabalhademais. Cansei-me demais nestaprova. “De mais” é o mesmo que “amais”: Recebeu dinheiro de mais.• O certo é dizer “Voto em branco”.Não existe “voto branco”.• Ar-condicionado é o aparelho. Ar

condicionado é o próprio ar purifi-cado pelo sistema de refrigeração econdicionamento.• Antes do particípio, usa-se “depois de”:Depois de aprovado. Depois de feito.Depois de realizado, e não “após apro-vado”, “após feito”, “após realizado”.• A cidade em que existe o santuáriofamoso chama-se Aparecida. Nãoexiste Aparecida do Norte no esta-do de São Paulo.• Confraternizar não é pronominal.Digamos, então: Os amigos confra-ternizaram a noite toda.

te, desde o chefe de família, a quemincumbe o progresso dos filhos, até ohomem de gênio que lança às socie-dades novos germens de progresso.

Por toda a parte, como se vê, aatividade é constante, da base aoápice da escala, o que enseja a to-dos, sem nenhuma exceção, oportu-nidade de instruir-se e alcançar ameta, que é a perfeição.

Ninguém jamais voltou para dizer se a vida continua?

quer ofensas, perdoar sempre. Eispor que Jesus disse a Pedro que nãose deveria perdoar apenas sete ve-zes, mas setenta vezes sete vezes.

O Espiritismo nos ensina que háduas maneiras bem diferentes de per-doar. Uma, grande, nobre, verdadei-ramente generosa, sem pensamentooculto, evita, com delicadeza, ferir oamor-próprio e a suscetibilidade doadversário, ainda quando este últimonenhuma justificativa possa ter. A ou-tra é aquela em que o ofendido, ouaquele que tal se julga, impõe ao ou-tro condições humilhantes e lhe fazsentir o peso de um perdão que irrita,em vez de acalmar. Se estende a mãoao ofensor, não o faz com benevo-lência, mas com ostentação, a fim depoder dizer a toda gente: - Vejamcomo sou generoso!

Nessas circunstâncias, é im-possível uma reconciliação since-ra de parte a parte. Não, não hánesse modo de perdoar qualquergenerosidade; há tão-somente umaforma de satisfazer ao orgulho.Evidentemente, não foi esse o per-dão recomendado por Jesus naspassagens acima lembradas.

Perdoar é ato fácil? Não. É di-fícil? Muito.

Mas é preciso exercitá-lo por-que, além de desarmar os possíveiscontendores, o perdão faz parte, aolado da benevolência e da indul-gência, do conceito de caridadeconforme a entendia Jesus.

O IMORTALJUNHO/2007 PÁGINA 5

Clássicos do Espiritismo

A Alma é Imortal (Parte 17)ANGÉLICA REIS

[email protected] Londrina

Damos continuidade à publica-ção do texto condensado da obraA Alma é Imortal, de GabrielDelanne, traduzida por GuillonRibeiro e publicada pela Editorada FEB. As páginas citadas refe-rem-se à 6a edição.

*237. Concluindo, diz Delanne

que os fluidos formativos da at-mosfera terrestre têm uma densi-dade bastante fraca, mas suficien-te para os reter em nossa esfera deatração. Decorre daí o motivo peloqual a alma, revestida do seu cor-po fluídico, não pode abalar parao infinito, no momento em que amorte a libera da prisão carnal.Somente quando se ache termina-da a sua evolução terrenal, quan-do o perispírito estiver suficiente-mente desprendido dos fluidosgrosseiros que o tornam pesado, éque o Espírito poderá gravitar paraoutras regiões e abandonar, afinal,o seu berço. (Pág. 249)

238. À vista dos volumososarquivos do Espiritismo conten-do relatórios promanantes de ho-mens de ciência universalmenteestimados, seria necessária a maisinsigne má-fé para não se reco-nhecer o imenso alcance dessasexperiências. Evidentemente, issonão quer dizer que devamos acei-tar todas as afirmações espíritasque nos forem feitas, porque faz-se preciso, sobretudo nessas ma-térias, nos mostremos excessiva-mente severos quanto ao valor dostestemunhos e proceder a umaseleção rigorosa no acervo dasobservações. (Pág. 252)

239. Em todos os relatos séri-os já publicados sobre asmaterializações, a primeira parteda narrativa é consagrada à descri-

ção das providências tomadas paraevitar o embuste, sempre suspeitá-vel, porque todo o cuidado ainda épouco. Vejam-se por exemplo asclássicas pesquisas de WilliamCrookes: só ao cabo de três anosde investigações, feitas na maioriaem sua própria casa, conseguiu elever e fotografar simultaneamenteo Espírito e a médium, certifican-do-se assim de que a aparição nãoera devida a um disfarce deFlorence Cook. (Pág. 253)

240. Após relatar algumas dasprovidências tomadas pelos maiscélebres investigadores, Delannefala dos moldes de membros cor-porais obtidos nas sessões e acres-centa as razões pelas quais é im-possível aí a fraude. (Pág. 255)

No fenômeno detransfiguração, em quea aparição modifica seuaspecto, o fato se deveà ação dos Espíritos

241. Seria a aparição um des-dobramento do médium? Em mui-tos casos, sim, é isso que se dá;contudo é muito simples distinguir-se uma bilocação do médium deuma materialização de Espírito. Seo fantasma se parecer com o mé-dium, tudo indica que se trata daexteriorização do seu perispírito.(Pág. 255)

242. O Sr. Brackett diz ter vis-to centenas de formas materializa-das e, em muitos casos, o duplofluídico do médium se lhe asseme-lhava tanto, que parecia ser o pró-prio médium, então em sono pro-fundo. (Pág. 256)

243. Nos fenômenos de trans-figuração, em que a aparição mo-difica o seu aspecto, Delanne en-tende que o fato provém da açãodo Espírito cujos traços sãoreprOduzidos, uma vez que o mé-dium desconhece, na maioria dos

casos, o desencarnado que assimse manifesta. (Págs. 257 e 258)

244. Ora, se é o duplo do mé-dium que tenta fazer que o tomempor um defunto, impossível lheserá falar na língua que em vida omorto usava, desde que não conhe-ça tal idioma. Em apoio a essa ex-plicação, Delanne relata vários ca-sos ilustrativos, extraídos do livroAnimismo e Espiritismo, do Sr.Aksakof. (Págs. 259 e 260)

245. Delanne acrescenta ain-da à sua tese o fato, observadomais de uma vez, de que há casosem que não se mostra na sessãoapenas um Espírito materializado,mas vários ao mesmo tempo e, àsvezes, de sexos diferentes, pro-vando que cada um é um ser reale dotado de um organismo que lhepermite mover-se e conversar.(Pág. 261)

246. Seguem-se alguns dessescasos, tirados também da obra doSr. Aksakof, já referida linhas aci-ma. (Págs. 261 a 263)

Delanne refuta umaafirmação de Aksakof, que

dizia que a prova da identidadedo comunicante é impossível

247. Resumindo a discussãoem torno da qualidade das provasjá obtidas, Delanne afirma que,conquanto tenha havido fraudesoperadas por pessoas que queriampassar por médiuns, é incontestá-vel que, quando as experiênciasforam feitas por sábios, as precau-ções adotadas bastaram para afas-tar, de forma absoluta, essa causade erro. (Pág. 263)

248. Esses relatos, de origenstão diversas e conformativos unsdos outros, constituem provas deque os fatos foram bem observa-dos e que são verídicos. E a únicateoria que pode explicá-los a to-dos, sem exceção de um só, é a

Do livro Seara de Luz, de Divaldo P. Franco e Espíritos Di-versos.

Divaldo responde- Como os Espíritos concei-

tuam, no conjunto das atividadesda instituição espírita, a tarefa deevangelização infanto-juvenil?

Divaldo Franco: Têm-nosinformado os Benfeitores Espiri-tuais, entre eles Bezerra de Me-nezes, Joanna de Ângelis eAmélia Rodrigues, que esse la-bor necessário é o sêmen fecun-dante do Bem no organismo dacriatura humana, produzindo fru-tos de sabedoria e de paz. A casaespírita, através das suas diver-sas atividades doutrinárias, me-diúnicas, educacionais e assisten-ciais compromete-se a ensinar ea viver a doutrina codificada por

Allan Kardec, tarefas essas gran-diosas e de valor incontestável.

No setor doutrinário-educa-cional, a obra se agiganta quan-do dirigida às gerações novas,ainda não comprometidas emo-cionalmente com os problemasda atualidade e receptivas às ori-entações superiores.

A divulgação do Espiritismosob todas as formas é o grandedesafio para os espíritas e suasinstituições, neste momento gra-ve da humanidade. A evangeliza-ção infanto-juvenil é uma dasprimeiras atividades a serem en-cetadas como base para a cons-trução moral do Mundo Novo.

do Espiritismo, que nos ensinaque, inseparável do seu envoltó-rio perispirítico, a alma pode ma-terializar-se temporariamente,quer transformando o duplo domédium, ou, mais exatamente,mascarando-o com a sua própriaaparência, quer tomando matériae energia ao médium, para as acu-mular na sua forma fluídica, queentão aparece qual era outrora naTerra. (Págs. 264 e 265)

249. Na seqüência, Delanneexamina a questão da identidadedos Espíritos que se comunicam erefuta uma afirmação do Sr.Aksakof que, embora convicto daimortalidade da alma, entendia quea prova absoluta da identidade doindivíduo é “impossível”. (Págs.265 e 266)

250. É que Aksakof admitiacomo demonstrado que um Espí-rito pode mostrar-se sob qualquerforma, a fim de representar umapersonagem diversa, que afinal é

ele mesmo. À primeira vista, pa-rece que o fenômeno da transfigu-ração lhe dá razão. Delanne, po-rém, discorda e mostra que nessefenômeno o médium sofre uma in-fluência estranha, que substituipela sua aparência a do médium.Não se pode, portanto, pretenderque o Espírito do médium seja ca-paz de se transformar, porquantoem nenhum caso foi isso demons-trado. (Págs. 266 a 268)

251. Evocando o exemplo deKatie King, Delanne observa que,indubitavelmente, ela não era umdesdobramento de Florence Cook,porquanto esta, perfeitamenteacordada, conversa com Katie e oSr. Crookes, que vê a ambas. Nãosó as idéias que elas revelavam,mas as diferenças de talhe, de tez,de cabelo, de pulsações e debatimentos mostravam que se tra-tava, no caso, de duas personali-dades bem distintas. (Pág. 268)(Continua no próximo número.)

O IMORTALPÁGINA 6 JUNHO/2007

A política e a religião estão obso-letas; é chegado o tempo da ciência eda espiritualidade.

(Sri Jawaharlal Nehru, primeiro mi-nistro da Índia à Associação do Sri Lanka(antigo Ceilão) para o progresso da Ci-ência. Colombo, 15 de outubro de 1962.)

Quase todas as simulações com-putadorizadas de História Alternati-va indicam que a batalha de Tours(732 d.C.) foi um dos desastres cruciaispara a humanidade. Se Carlos Mar-telo tivesse sido derrotado, o Islã po-deria ter resolvido as divergências in-ternas que o estavam despedaçando eprosseguido em sua marcha para con-quistar a Europa. Assim, evitar-se-iamséculos de barbarismo católico/cris-tão, a Revolução Industrial teriacomeçado quase mil anos antes e atu-almente estaríamos colonizando ossatélites dos planetas exteriores... Maso destino não quis assim, e os exérci-tos do Profeta retornaram para a Áfri-ca. O Islã persistiu, fóssil fascinante,até o fim do século XX. Agora, apa-rentemente, está se dissolvendo em pe-tróleo, que está prestes a acabar...

(Trecho de palestra de consultor daNASA em um congresso de Astronáu-tica em 2002.)

Maomé e o Islamismo - Muhammad(Maomé) ou Mohammed (Meca, c. 570 -Medina, 8 de Junho de 632) foi um líderreligioso e político árabe. Segundo a reli-gião islâmica, Muhammad é o mais recentee último profeta do Deus de Abraão.

Para os muçulmanos Muhammad foiprecedido em seu papel de profeta porJesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac, Ismaele Abraão. Como figura política, ele uni-ficou várias tribos árabes, o que permitiuas conquistas árabes daquilo que viria aser um império islâmico que se estendeuaté à Europa (incluindo Portugal).

Não é considerado pelos muçulma-nos como um ser divino mas sim umser humano; contudo, ele é visto comoum dos mais perfeitos entre os sereshumanos. Nascido em Meca, Maoméfoi durante a primeira parte da sua vidaum mercador que realizou extensas vi-agens no contexto do seu trabalho.

Maomé tinha por hábito retirar-separa orar e meditar nos montes pertode Meca. Os muçulmanos acreditamque em 610, quando Maomé tinha qua-renta anos, enquanto realizava um des-ses retiros espirituais numa das caver-nas do Monte Hira, foi visitado peloanjo Gabriel que lhe ordenou que reci-tasse uns versos enviados por Deus.Estes versos seriam mais tarde recolhi-dos e integrados no Alcorão. Gabrielcomunicou-lhe que Deus tinha-o esco-lhido como último profeta enviado àhumanidade. Maomé não rejeitou com-pletamente o judaísmo e o cristianismo,duas religiões monoteístas já conheci-das pelos árabes. Em vez disso,Mohamed informou que tinha sido en-viado por Deus para restaurar os ensi-namentos originais destas religiões, quetinham sido corrompidos e esquecidos.

Rejeição e perseguição - Muitoshabitantes de Meca rejeitaram a sua men-sagem e começaram a persegui-lo, bemcomo aos seus seguidores. Em 622Maomé foi obrigado a abandonar Mecanuma migração conhecida como a Hégira(Hijra), tendo se mudado para Medina.Nesta cidade, Maomé tornou-se o chefeda primeira comunidade muçulmana.Seguiram-se uns anos de batalhas entreos habitantes de Meca e Medina, que cul-minaram com a vitória de Muhammad edos seguidores. A organização militar cri-ada durante estas batalhas foi usada paraderrotar as tribos da Arábia. Por altura dasua morte, Maomé tinha unificado prati-camente a Arábia sob o signo de umanova religião, o Islamismo.

As principais fontes para o estudoda vida de Muhammad são o Corão, asbiografias surgidas nos primeiros sécu-

AIGLON FASOLOaiglon@nêmora.com.br

De Londrina

O IMORTAL na internetDesde abril de 2004, o jornal O IMORTAL pode ser lido, na

íntegra, pela internet, no site abaixo:

www.editoraleopoldomachado.com.br/imortal/indice.htmPara escrever à Redação do jornal, o interessado deve utili-

zar o e-mail abaixo indicado:

[email protected]

los do islã (nos séculos VIII e IX, co-nhecidas como siras) e os ahadith.

Embora o Corão não seja uma bio-grafia de Muhammad, ele proporcionainformações sobre a sua vida. Entre assuras, destaca-se a sura de Ibn Ishaq.Os ahadith (singular:hadith) são os re-latos daquilo que o profeta disse, fezou aprovava, e foram transmitidos atra-vés de uma cadeia oral.

A orfandade aos seis anos -Muhammad pertencia ao clã dosHaxemitas, por sua vez integrado natribo dos Coraixitas (Quraysh, “tuba-rão”). Era filho de Abdullah e de Amina.O pai de Muhammad faleceu poucotempo antes do seu nascimento, deixan-do à esposa como herança cinco came-los e uma escrava.

Entre as famílias de Meca existiana época a tradição de entregar tempo-rariamente as crianças às famíliasbeduínas que viviam no deserto, umavez que se considerava que o clima deMeca era pouco saudável; além disso,acreditava-se que uma temporada devida no deserto prepararia melhor a cri-ança para a vida adulta. Em troca destaadoção temporária, os beduínos rece-biam presentes dos habitantes de Meca.Apesar das limitações econômicas,Amina entregou Muhammad aos cui-dados de uma ama-de-leite chamadaHalíma (Haleemah).

Quando Muhammad tinha seis anosde idade sua mãe faleceu. Muhammadpassou a viver então com o seu avôpaterno, Abu Al-Muttalib, e com os fi-lhos destes, entre os quais se encontra-vam Abbas e Hamza e que eram prati-camente da mesma idade de Muham-mad, fruto de um casamento tardio doavô. Abu Al-Muttalib ocupava emMeca o importante cargo de siqáya (ser-viço de distribuição pelos peregrinos daágua sagrada do poço de Zamzam).

Dois anos depois, o avô de Muham-mad faleceu e este foi viver com o seu tioAbu Talib, novo chefe do clã Hachemita.(Continua no próximo número.)

Sobre a evolução das religiões, oucomo Kardec chegou ao Espiritismo

(Parte 16)

Leia na internet a revista espírita O ConsoladorLançada no dia 18-4-2007, a re-

vista espírita semanal O Consolador,redigida especialmente para circulaçãona rede mundial de computadores, trazartigos, reportagens, entrevistas, estu-

res, que permanecem na íntegra na rede.A revista tem em sua direção os

confrades José Carlos Munhoz Pintoe Astolfo Olegário de Oliveira Filho,ambos de Londrina (PR).

dos espíritas e notícias do movimentoespírita do Brasil e do exterior.

O site de O Consolador é www.oconsolador.com, no qual o leitor pode lera edição da semana e também as anterio-

O IMORTALJUNHO/2007 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

um pedaço demadeira comotravesse i ro .Como a pare-de e o chãoeram úmidos,contraiu deimediato umanevralgia, quedurou quinzeanos. Seu je-jum era per-manente, habi-tualmente pas-sando três diassem comer, e,quando o fa-zia, alimentava-se somente de ba-tatas cozidas. Mas ele, sobretudopassava horas e horas ajoelhadodiante do Santíssimo Sacramento,implorando a conversão de seus pa-roquianos.

Outra de suas solicitudes foipara com a juventude. Atraía todospara o catecismo. Exigia que estefosse aprendido de cor, palavra porpalavra, e só admitia à primeiracomunhão quem estivesse assimdevidamente preparado. Instavacom os meninos e adolescentespara que cada um levasse sempreconsigo o rosário, e tinha no bolsoalguns extras para aqueles que hou-vessem perdido os seus. Paulatina-mente seus esforços foram sendocoroados de êxito, de maneira queos jovens de Ars chegaram a ser osmais bem instruídos da comarca.Nas missas dominicais, pregavasobre os deveres de cada um paraconsigo, para com o próximo e paracom Deus. Ele exigia a devidacompostura e atitude própria aosbons católicos na igreja.

A guerra que moveu contra as

João Maria Vianney, o cura d´ArsJoão Maria Vianney, que se-

ria conhecido mais tarde como ocura d’Ars, nasceu na pequenalocalidade de Dardilly, perto deLyon, na França, no dia 8 de maiode 1786. De família de agricul-tores piedosos, era de origempobre e humilde. Foi o quarto fi-lho de Mateus e Maria Vianney.Consagrado a Nossa Senhora nopróprio dia do nascimento, gos-tava de ajudar os pais na ajudaque prestavam aos necessitados.

Sua instrução foi precária,pois passou a infância em plenoterror da Revolução Francesa,com os sacerdotes perseguidos eas escolas fechadas. João Mariatinha 13 anos quando recebeu aprimeira comunhão. Com a subi-da de Napoleão ao poder e aconcordata com a Santa Sé, foipossível a João Maria iniciar seusestudos eclesiásticos aos 20 anos,terminando-os aos 29. Ele repou-sava de duas a quatro horas nomáximo por noite. Quando acor-dava, ia à igreja rezar.

A localidade de Ars, ao tem-po da chegada do jovem sacer-dote, era um pequeno aglomera-do de casas, com apenas 250 ha-bitantes, quase todos agricultores.Como a maior parte das locali-dades rurais da França, sacudidasdurante dez anos pelos vendavaisda Revolução Francesa, Ars en-contrava-se em plena decadênciareligiosa. Vivia-se um paganismoprático formado de negligência,indiferentismo e esquecimentodas práticas religiosas.

Já no dia de sua chegada, opadre Vianney deu o colchão aum pobre e deitou-se sobre unssarmentos junto à parede, com

tabernas também foi bem sucedi-da. Aos que a elas iam, em vez decomparecer à missa no domingo,dizia: “Pobre gente, como sois in-felizes. Segui vosso caminho roti-neiro; segui-o, que o inferno vosespera”. Ameaçava-os de não sóperderem os bens eternos, mastambém os terrenos. Aos poucos,por falta de fregueses, as tabernasforam se fechando. Outros tenta-ram abri-las, mas eram obrigadosa cerrá-las. A maldição do padrepesava sobre eles: “Vós vereis ar-ruinados todos aqueles que aquiabrirem tabernas”, disse certa vezno púlpito. E assim foi. Quandoelas se fecharam, o número de in-digentes diminuiu, pois suprimiu-se a causa principal da miséria, queera moral.

Blasfêmias e trabalhos nos do-mingos, bailes, cabarés, serões nasvivendas e conversas obscenas,englobava tudo numa comum mal-dição. Por anos a fio pregou con-tra isso, no confessionário, no púl-pito e nas visitas que fazia às fa-mílias. Dizia ele: “Se um pastor

quiser se sal-var precisa,quando encon-trar algumadesordem naparóquia, sa-ber calcar aospés o respeitohumano”.

Ars era,até então, o lu-gar prediletodos jovensdançarinos dasvizinhanças.Tudo era pre-texto para um

baile. Para acabar com eles, o curad’Ars levou 25 anos de combaterenhido. Explicava que não bastaevitar o pecado, mas deve-se fugirtambém das ocasiões. Por isso,abrangia no mesmo anátema o pe-cado e a ocasião de pecado. Ataca-va assim ao mesmo tempo a dançae a paixão impura por ela alimen-tada: “Não há um só mandamentoda Lei de Deus que o baile nãotransgrida”. E ele era inexorávelnão só com quem dançasse, mastambém com os que fossem so-mente assistir ao baile, pois a sen-sualidade também, segundo dizia,entra pelos olhos. Negava-lhes porisso a absolvição, a menos que pro-metessem nunca mais fazê-lo. Aoreformar a igreja, erigiu um altarem honra de São João Batista, e emseu arco mandou esculpir a frase:“Sua cabeça foi o preço de umadança!” Ressalte-se que os bailesda época, em comparação com osde hoje, sobretudo os bailes de car-naval e as novas danças modernas,eram como que inocentes. A vitó-ria do padre Vianney nesse campo

foi total. Os bailes desapareceramde Ars. E não só os bailes, masaté alguns divertimentos inofen-sivos que ele julgava indignos debons católicos.

A pouca alimentação, o je-jum e a penitência provocaramum enfraquecimento do seu or-ganismo, de modo que aos 73anos de idade, no dia 2 de agos-to de 1859, João Maria BatistaVianney recebeu a unção dosenfermos. Na quarta-feira, dia 3,assinou seu testamento, deixan-do seus bens aos missionários eseu corpo à paróquia. Às duashoras do dia 4, morreu placida-mente. A Igreja o proclamou“Santo Cura D’Ars – Patronodos Vigários”. Foi canonizadopelo Papa Pio XI em 1925 e, em1929, proclamado o principalpatrono do clero paroquial. Porocasião do centenário da suamorte, em 1959, o papa JoãoXXIII promulgou a CartaEncíclica Sacerdotii NostriPrimordia realçando a suas vir-tudes e relembrando o seu exem-plo principalmente para os sacer-dotes da Igreja Católica.

Fontes:Francis Trochu, O Santo

Cura d’Ars, Editora LitteraMaciel Ltda., Contagem, MG,1997. Todos os textos citados semmencionar a fonte foram extraí-dos desta obra.

Outras obras consultadas:Edelvives, El Santo de cada

Dia, Editorial Luis Vives, S.A.,Saragoça, 1948, tomo 4.

Joulin, Marc. João MariaVianney, o Cura d’Ars. Ed.Paulinas, 1990.

ASTOLFO O. DEOLIVEIRA FILHO

[email protected] Londrina

A Reencarnação: porque temos de morrer e nascer de novo

Em continuação do estudoiniciado em abril deste ano, emque se comemora o aniversário de150 anos de “O Livro dos Espíri-tos”, veremos hoje mais algumasquestões que selecionamos na re-ferida obra de Allan Kardec.

Da volta da alma ao mundoespiritual e a Reencarnação

Eis as questões extraídas da obraem estudo sobre o problema da mor-te e da volta do Espírito ao mundo,pelo fenômeno da reencarnação:1 – Como se dá a separação daalma, no fenômeno conhecidocomo a morte?Resposta: Tendo em vista que osliames que a retinham ao corpo sãorompidos, a alma se desprende. Odesprendimento é gradual e nãoocorre como um pássaro cativo su-bitamente libertado. Os liames queunem a alma ao corpo se soltam pou-co a pouco, e não se rompem, comomuitos pensam. A separação não édolorosa: no momento da morte, aalma nada sente. Se, às vezes, hámuito sofrimento físico naquelesinstantes do desenlace, isso consti-tui um prazer para o Espírito, quevê chegar o fim do seu exílio.2 – Que sensação experimenta aalma no momento em que se re-conhece estar no mundo dos Es-píritos?Resposta: Depende. Se fez o malcom o desejo de fazê-lo, ela se en-contrará, no primeiro instante, en-vergonhada de o haver feito. Paraas almas justas, é muito diferente:elas se sentem aliviadas de umgrande peso, porque não receiam

nenhum olhar perquiridor. O Espí-rito encontra, em seguida ao desen-lace, aqueles que o conheceram naTerra e que morreram antes, segun-do a afeição que tenham mantido re-ciprocamente. Quase sempre eles ovêm receber na sua volta ao mundodos Espíritos, e o ajudam a se liber-tar das faixas da matéria. Ele vê tam-bém a muitos que havia perdido devista durante a vida terrena; vê osque estão na erraticidade, bem comoaqueles que ainda se encontram en-carnados, a quem vai visitar.3 – O conhecimento do Espiritis-mo exerce alguma influência naduração do estado da perturba-ção pós-morte?Resposta: Uma grande influência,pois o Espírito compreende ante-cipadamente a sua situação: mas aprática do bem e a pureza de cons-ciência são o que exerce a maiorinfluência.4 – Como pode a alma compro-var sua individualidade após amorte do corpo?Resposta: Primeiro, ela torna a serEspírito, ou seja, retorna ao mundodos Espíritos, que havia deixadotemporariamente. Jamais ela perdesua individualidade, e esse fato éconstatado por ela possuir um flui-do que lhe é próprio, extraído daatmosfera espiritual do seu planeta,e que representa a aparência da suaúltima encarnação: seu perispírito.As comunicações que o Espíritopode transmitir, por intermédio dosmédiuns, provam que suas idéiaspersistem e que sua personalidadenão muda como por encanto só por-que agora é um ser desencarnado.5 – Qual o processo de depuraçãodos Espíritos?Resposta: A alma que não atingiua perfeição durante a vida corpóreadeve submeter-se à prova de umanova existência corporal. Todos nós

temos muitas existências. Os quedizem o contrário querem manter-nos na ignorância em que eles mes-mos se encontram: esse é o seu de-sejo.6 – Parece resultar, desse princí-pio, que, após ter deixado o corpo,a alma toma outro. Quer dizer:que ela se reencarna em novo cor-po. É assim que se deve entender?Resposta: É evidente. A cada novaexistência, o Espírito dá um passona escala do progresso; quando sedespojou de todas as suas impure-zas, não precisa mais das provas davida corpórea. Mas o número deencarnações não é o mesmo paratodos os Espíritos. Aquele que avan-ça rapidamente se poupa das pro-vas. Contudo, as encarnações suces-sivas são sempre numerosas, porqueo progresso é quase infinito. Depoisde sua última encarnação, o Espíri-to atinge o estado de Espírito bem-aventurado: um Espírito puro.7 – Qual é a finalidade da reen-carnação?Resposta: Expiação, melhoramentoprogressivo da humanidade. Semisso, onde estaria a justiça? A doutri-na da reencarnação ensinada peloEspiritismo se fundamenta na justiçade Deus e na revelação, pois não voscansamos de repetir: um bom pai sem-pre deixa aos seus filhos uma portaaberta ao arrependimento. A razão nãovos diz que seria injusto privar parasempre da felicidade eterna todosaqueles cujo melhoramento não de-pendeu deles mesmos? Todos os ho-mens não são filhos de Deus? Somen-te entre os homens egoístas é que seencontram a iniqüidade, o ódio im-placável e os castigos sem perdão.8 – As reencarnações se processamnos diferentes mundos habitados?Resposta: Sim. As reencarnaçõesneste planeta não são as primeirasnem as últimas, mas as mais materi-

ais e distanciadas da perfeição. O Es-pírito pode reviver muitas vezes nummesmo globo, se não estiver bastanteadiantado para passar a um mundosuperior. Mesmo após ter vivido emoutros planetas, o Espírito poderáretornar a uma vida na Terra, sem quehaja nisso nenhuma vantagem parti-cular, a não ser que se retorne emmissão, pois então se progride, comoem qualquer outro mundo. Todos osmundos são solidários: o que não sefaz num, pode-se fazer noutro.9 – Para chegar à perfeição e àfelicidade suprema, o Espíritodeve passar pela série de todos osmundos que existem no universo?Resposta: Não; porque há muitosmundos que se encontram no mesmograu e onde os Espíritos nada apren-deriam de novo. A pluralidade de exis-tências de um Espírito num mesmoplaneta explica-se pelo fato de que elepode, nesse planeta, encontrar-se, emcada existência, em posições bastan-te diferentes, que serão outras tantasocasiões de adquirir experiência.10 – Qual a sorte das criançasapós a morte?Resposta: Recomeçam uma novaexistência. A curta duração da vidada criança que morre em tenra idadepode ser, para seu Espírito, o com-plemento de uma vida interrompidaantes do termo devido, e sua morte éfreqüentemente uma nova expiaçãopara seus pais. O Espírito que ani-ma o corpo de uma criança não é umespírito infantil, como muitos podempensar. Às vezes é mais adiantado doque o Espírito de seus pais, porquepode ter vivido mais tempo e pos-suir maiores experiências, sobretu-do se progrediu.11 – Os Espíritos têm sexo?Resposta: Não como o entendeis,porque os sexos dependem da cons-tituição orgânica. Há entre eles amore simpatia, mas baseados na afini-

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dade de sentimentos. Assim, o Es-pírito que numa existência animouo corpo de uma mulher poderá, naexistência seguinte, animar o corpode um homem, e vice-versa. No es-tado de Espírito, antes da reencar-nação, é indiferente ao Espírito queele vá encarnar num corpo de ho-mem ou de mulher. Isso pouco lheimporta: depende das provas quetiver de sofrer.12 – Qual é a causa das semelhan-ças físicas e morais entre os pais eseus filhos?Resposta: Os pais transmitem aosfilhos somente a vida animal, por-que a alma é indivisível. Tanto queum pai estúpido pode ter filhos in-teligentes, e vice-versa. O corpoprocede do corpo, mas o Espíritonão procede do Espírito. Entre osdescendentes das raças nada maisexiste do que consangüinidade. Assemelhanças morais decorrem dofato de que numa família reúnem-se, geralmente, Espíritos simpáti-cos, atraídos pela afinidade de suasinclinações. A pluralidade de exis-tências faz com que se estabeleçamentre os Espíritos fortes laços de

afinidade que remontam às existên-cias anteriores. Isso ocorre em fa-mília e também entre aqueles quese vêem pela primeira vez, aparen-temente, e nutrem à primeira vistaforte simpatia recíproca.13 – Os pais não exercem influ-ência sobre o Espírito do filho,após o nascimento?Resposta: Exercem, e muita, poiscomo já dissemos os Espíritos de-vem concorrer para o progresso re-cíproco. Pois bem: o Espírito dospais tem a missão de desenvolver odos filhos pela educação; isso épara ele uma tarefa: se nela fa-lhar, será culpado. Notai que Es-píritos atrasados e com maus pen-dores podem encarnar em famíliasde boa formação, porque um mauEspírito pode pedir para ter bonspais, na esperança de que seus con-selhos o dirijam para uma sendamelhor; muitas vezes Deus atendea pedidos dessa natureza. Além deser uma oportunidade de trabalhorenovador, os filhos maus são umaprova para os pais, que têm por de-ver melhorar o Espírito da criançaque lhes foi confiada.

14 – Qual a origem das idéias ina-tas?Resposta: Lembrança do passado:progresso anterior da alma, mas doqual ela mesma não tem consciên-cia. Os conhecimentos adquiridosem cada existência não se perdem;o Espírito, uma vez liberto da ma-téria, sempre se recorda de seu pas-sado e do que aprendeu. Durante avida corporal, pode esquecê-los emparte, momentaneamente, mas a in-tuição que lhe fica ajuda o seu adi-antamento. Sem isso, ele teria sem-pre de recomeçar. A cada nova exis-tência o Espírito toma como pontode partida aquele em que se achavana precedente.

Da vida espiritual e do retornodo Espírito à vida corporal

A vida do Espírito apresentacuriosidades interessantíssimas e épena que nosso espaço não permitamaior extensão sobre o assunto. Oscapítulos VI e VII do Livro Segun-do de “O Livro dos Espíritos” e di-versas obras do Espírito André Luiz,por intermédio da mediunidade deFrancisco Xavier, nos trazem por-menores e informações quase quecompletas sobre esse mundo quenos aguarda.

Eis aqui as questões por nós se-lecionadas a respeito:1 – Que é Espírito errante e que éerraticidade?Resposta: Espírito errante é todoEspírito que aspira a um novo desti-no e aguarda o momento de reencar-nar-se, nos intervalos das encarna-ções. Esses intervalos podem ser dealgumas horas e até de séculos. Aerraticidade é o nome desse estadode espera, e não significa um sinalde inferioridade do Espírito, pois háEspíritos errantes de todos os graus.Nesse estado, os Espíritos têm opor-

tunidade de estudar o seu passado eprocurar o meio de se elevarem;vêem, observam o que se passa noslugares que percorrem; escutam osdiscursos dos homens esclarecidos eos conselhos dos Espíritos mais ele-vados que eles, e isso lhes proporci-ona idéias que não possuíam.2 – Há progresso durante a errati-cidade, ou seja, na vida espírita?Resposta: O Espírito pode melho-rar-se bastante, sempre conformesua vontade e seu desejo; mas é naexistência corpórea que ele põe emprática as novas idéias adquiridas.3 – No mundo espiritual, as sen-sações, os sofrimentos, e as per-cepções são diferentes das existen-tes no mundo corpóreo?Resposta: A alma possui as percep-ções que possuía e outras que ad-quire, porque o seu corpo era comoum véu que a obscurecia. A inteli-gência é um atributo do Espírito ese manifesta mais livremente quan-do não tem entraves. Tem conheci-mento do seu passado mais remoto,das suas anteriores existências, che-ga a entrever o futuro, dependendode sua perfeição. A visão dos Espí-ritos não é circunscrita como nohomem, mas é faculdade geral. Elesnão necessitam de luz exterior paraver, porque utilizam a sua luz pró-pria, não havendo trevas para eles,a não ser aquelas que podem encon-trar-se, por motivo de expiação.Quanto mais se aproximam da per-feição, mais sabem; se são superio-res, sabem muito. Os Espíritos in-feriores são mais ou menos ignoran-tes em todos os assuntos. A facul-dade de ouvir é, como a visão, umatributo geral e não é circunscritacomo no corpo físico. Eles conhe-cem as vossas necessidades e osvossos sofrimentos físicos, porqueos sofreram, mas não os experimen-tam materialmente como vós, por-

que são Espíritos. Não sentem a fa-diga como a entendeis, e, portanto,não necessitam de repouso corpo-ral, pois não possuem órgãos em queas forças tenham de ser restauradas;mas o Espírito repousa, no sentidode não permanecer numa atividadeconstante. Eles não agem de manei-ra material, porque a sua ação é todaintelectual e seu repouso é todomoral, ou seja, há momentos em queseu pensamento não se dirige a umobjeto determinado e diminui deatividade. Seus sofrimentos são denatureza moral; são angústias mo-rais que os torturam mais dolorosa-mente que os sofrimentos físicos.Quando dizem, nas comunicaçõesmediúnicas, que sentem frio ou ca-lor, isso decorre da lembrança doque sofreram durante a vida, e essalembrança pode ser tão penosacomo a própria realidade: freqüen-temente é uma comparação de quese servem, em falta de melhor, paraexprimirem sua situação.4 – Como é feita a escolha dasprovas que o Espírito vai enfren-tar na próxima encarnação?Resposta: O próprio Espírito é quemescolhe o gênero de provas que de-seja sofrer; nisto consiste o seu li-vre-arbítrio. Quando o Espírito emsua origem é simples e sem experi-ência, Deus supre a suainexperiência, traçando-lhe o cami-nho que deve seguir, como fazeiscom uma criança desde o berço; maslhe deixa, pouco a pouco, a liberda-de de escolher, à medida em que seulivre-arbítrio se desenvolve, e é en-tão que ele muitas vezes se extravia,tomando o mau caminho, se não es-cuta os conselhos da Sua vontade. Aescolha não é feita imediatamenteapós a morte, pois muitos crêem naeternidade das penas, e como já vosfoi dito, isso é um castigo. O Espíri-to escolhe as provas que lhe podem

ser uma expiação, segundo a natu-reza de suas faltas, e fazê-lo adian-tar mais rapidamente. Uns, portan-to, podem impor-se uma vida demisérias e privações, para tentarsuportá-la com coragem; outrosquerem experimentar as tentaçõesda fortuna e do poder; bem maisperigosas pelo abuso e o mau em-prego que se lhes pode dar, e pelaspaixões que desenvolvem. Outrosenfim querem ser provados nas lu-tas que terão de sustentar, no con-tato com o vício. Alguns pensamque há vantagens em pedir provasmenos penosas; é um erro, poisquando o Espírito está liberto damatéria, cessa a ilusão e sua ma-neira de pensar é diferente.5 – O Espírito se lembra de tudoo que fez em sua existência cor-pórea?Resposta: Sim, o que quer dizerque, tendo vivido muitas vezes naTerra, recorda-se do que foi. E vosasseguro que, por vezes, ri-se depiedade de si mesmo.6 – O Espírito pode prever o mo-mento em que irá reencarnar?Resposta: Não, ele pressente essemomento, como o cego sente ofogo de que se aproxima. Sabe quedeve retomar um corpo, comosabeis que deveis morrer um dia,mas ignora quando isso acontece-rá. O momento da encarnação é se-guido de perturbação muito maiore mais longa do que a perturbaçãoque se segue ao instante da mortecorporal. É um momento solene eimportante: o Espírito o encaracomo um viajante que embarcapara uma travessia perigosa e nãosabe se vai encontrar a morte nasvagas que afronta. Na morte, oEspírito sai da escravidão; no nas-cimento, entra nela. (Leia a con-clusão deste artigo na pág. 10 des-te número.)

O Espírito que anima o corpo de uma criança não é um Espírito infantil, como muitos podempensar; ele é, às vezes, mais adiantado que o Espírito de seus pais ou mestres, porque pode

ter vivido mais tempo e possuir maior experiência, adquirida em vidas anteriores

O IMORTALPÁGINA 10 JUNHO/2007

Kardec admitiu para o movi-mento espírita o de força moral, deidéias, sem cisão, sem animosida-de, sem facciosismo, com abertu-ra e tolerância para com aquelesque pensam e sentem o Espiritis-mo de forma diferenciada, dentroou fora das lides espírita.

Satanás em hebraico significaadversário.

Precisamos prestar atenção ao

que anda acontecendo na explora-ção daquilo que o ser humano car-rega no mais profundo de seu ínti-mo: a fé.

O embuste anda a solta e osverdadeiros religiosos e profetasestão ficando cada vez mais emposição incomoda, pelo fato de quena hora de classificá-los a rotulaçãoé quase sempre homogenia, difi-cultando a separação do joio do tri-go.

Afinal não nos confundem comumbandistas, candomblecistas,magos do mal?

Teologia é matéria reconheci-da pelo Ministério da Educação eCultura. Não é assunto parapalpiteiros e curiosos e espertosalém da conta.

Basta de empregador-pregador.De empresário disfarçado de

teólogo.É por isso que Kardec reco-

menda na Revista Espírita que oCentro Espírita deve ter uma dire-toria espiritual e uma material e asduas não se cruzarem.

Desconfiemos da religião e dosreligiosos que se apresentam como

se fossem apenas um show ou umgrande negócio.

Combatamos os que espalhama ignorância para tratar de explorá-la rapidamente.

Esses explorados são literal-mente ovelhas conduzidas não porpastores, mas por lobos vorazes.

Quem poupa a vida do lobocondena as ovelhas à morte.

Antecessor de MartinhoLutero, Wycliff, que nasceu na In-glaterra entre 1320 e 1330, inves-tiu contra o suposto direito do papade cobrar impostos e taxas na In-glaterra. Denunciou a organização

clerical que fazia distinção de clas-ses dentro do clero. Declarou quea Bíblia, na época, era a única everdadeira regra de fé e prática.Traduziu a Bíblia da versãoVulgata (latina) para o inglês, paraque o povo abrisse os olhos para oque lia e não para o que ouvia.

Sua posição ficou tão forte queas autoridades eclesiásticas nadafizeram contra ele mais do queclassifica-lo como herege.

Foi assim que morreu em pazna sua paróquia.

Só que sumiram com seus des-pojos.

Haverá falsos Cristos e falsos profetas (IV)

Estudando as obras de André Luiz

De tempos em tempos, surgeem nossa sociedade uma nova fe-bre, como se fosse uma grandenovidade e, não raramente, elaconsegue atingir os meios religi-osos, entre eles o Espiritismo.

Ultimamente, o tema em vogaé a “Lei de Atração”, enunciada emum documentário que no Brasilrecebeu o nome de “O Segredo”.

Deixando de lado a questão dofanatismo de incautos e dedistorção de interesse dos traba-lhadores invigilantes, gostaria demostrar, na coluna deste mês, queAndré Luiz, no ano de 1949, emseu livro “Libertação”, aborda omesmo assunto, quando apresen-ta, no seu capítulo II – “A Pales-tra do Instrutor” – de forma clarae profunda o que deixou de ser se-gredo desde que Allan Kardecapresentou ao mundo o Espiritis-mo.

Abordado por amigos, sobre otema em questão, que nos pergun-taram como víamos essa questãode a Física Quântica estar apresen-tando teses que possam levar àconclusão de que podemos plas-mar nosso futuro, respondemos,sem dificuldade, que o insignecodificador já havia predito, em

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

das as características dos moldesestruturados pelo pensamentoenfermiço, porque a sugestão men-tal positiva determina a sintonia ereceptividade da região orgânica,em conexão com o impulso havi-do, e as entidades microbianas,que vivem e se reproduzem nocampo mental dos milhões de pes-soas que as entretêm, acorrerãoem massa, absorvidas pelas célu-las que as atraem, em obediênciaàs ordens interiores, reiterada-mente recebidas, formando no cor-po a enfermidade idealizada.”

O mesmo raciocínio serve paraqualquer direção que dermos ànossa vontade, apenas não pode-mos deixar de lembrar que outrasleis regem nosso destino, entre elasas questões ligadas aos compro-missos assumidos no passado.Ouçamos o instrutor a respeitodesse assunto: “ Claro que nessecapítulo temos a questão das pro-vas necessárias, nos casos em quedeterminada personalidade renas-ce, atendendo a impositivos daslições expiatórias, mas, mesmo aí,o problema de ligação mental é in-finitamente importante...”.

Para concluir esta coluna, re-cordemos a frase, também deAndré, no final do livro “NossoLar”: “Para onde estiverem vol-tados nossos passos, para lá nosdirigiremos”.

A Reencarnação: porque temosde morrer e nascer de novo(Conclusão do artigo das págs. 8 e 9)

7 – Qual o momento exato emque a alma se liga ao corpo?Resposta: A união começa na con-cepção, mas não se completa se-não no momento do nascimento.Desde o momento da concepção,o Espírito designado para tomardeterminado corpo a ele se liga porum laço fluídico, extensão do seuperispírito, que vai se encurtandocada vez mais, até o instante emque a criança vem à luz. Se o cor-po vier a morrer antes do nasci-mento, o Espírito escolhe outro,mas é preciso tempo para escolherde novo e fazer-se a preparaçãonecessária, a menos que a reencar-nação instantânea decorra de umadeterminação anterior.8 – É crime o aborto provocado,em qualquer fase da gestação?Resposta: Há sempre crime, nomomento em que se transgride alei de Deus. A mãe, ou qualqueroutro, cometerá sempre um crime,ao tirar a vida à criança, antes doseu nascimento, porque isso é im-pedir a alma de passar pelas pro-

GILBERTO [email protected]

De Bragança Paulista, SP

vas de que o corpo devia ser o ins-trumento. Só não haverá crime seo sacrifício do ser que não nasceuainda é necessário para preservara vida da mãe que estaria em peri-go por ocasião do nascimento.9 – Por que o Espírito encarna-do perde a lembrança do seu pas-sado?Resposta: O homem nem sempredeve tudo saber; Deus assim quer,na sua sabedoria. Sem o véu que lheencobre certas coisas, o homem fi-caria ofuscado, como aquele quepassa sem transição da obscuridadepara a luz. Pelo esquecimento dopassado, ele é mais ele mesmo. Afalta de lembrança não implica emdizer que não existe a intuição denosso passado, revelada pelas ten-dências e aptidões que trazemos des-de o berço. A lembrança do passadoteria graves inconvenientes: poderia,em certos casos, humilhar-se enor-memente; em outros casos, exaltaro nosso orgulho, entravando nossolivre-arbítrio. Seria obstáculointransponível à reconciliação comnossos inimigos e limitaria demasi-adamente nosso círculo de amizadese relações. (Leia no próximo núme-ro o quarto artigo desta série: “Aintervenção dos Espíritos”.)

“O Evangelho segundo o Espiritis-mo”, que “A verdadeira religiãoseria aquela que pudesse encarara ciência, face a face, em qualquerépoca da humanidade”.

Portanto, apresentamos aqui ainstrução de Gúbio, apresentada porAndré, no livro “Libertação”: “Sen-do cada um de nós um força inteli-gente, detendo faculdades criado-ras e atuando no Universo, estare-mos sempre engendrando agentespsicológicos, através da energiamental, exteriorizando o pensamen-to e com ele improvisando causaspositivas, cujos efeitos podem serpróximos ou remotos sobre o pontode origem. Abstendo-nos de mobi-lizar a vontade, seremos invariáveisjoguetes das circunstâncias predo-minantes , no ambiente que nos ro-deia; contudo, tão logo deliberemosmanobrá-la, indispensável resolva-mos o problema de direção, por-quanto nossos estados pessoais nosrefletirão a escolha íntima”.

No texto a seguir, observemoscomo o mesmo orientador descre-ve o mecanismo pelos quais pode-mos “atrair”, ou não, moléstias in-desejadas:

“Existem princípios, forças eleis no universo minúsculo, tantoquanto no universo macrocósmico.Dirija um homem a sua vontadepara a idéia de doença e a molés-tia lhe responderá ao apelo, com to-

ASTOLFO O. DEOLIVEIRA FILHO

[email protected] Londrina

O IMORTALJUNHO/2007 PÁGINA 11

Palestras, seminários e outros eventosminário “Família – desenvolvendo va-lores morais”, coordenado por Luiz Hen-rique da Silva e promovido pela Fede-ração Espírita do Paraná. O evento de-senrolou-se no Centro Espírita Missio-nários da Luz, na Rua Nicarágua, 978,Bacacheri, onde se abordou a honesti-dade, a disciplina, o respeito aos pais,aos irmãos e avós, o estudo e o trabalho.

Portal Virtual da FEP completa dez anos– Em maio último, o portal virtual da Fede-ração Espírita do Paraná completou dez anosde existência. Criado em maio de 1997, soba presidência de Napoleão de Araújo, o por-tal desenvolveu-se, tornando-se uma exten-sa, mas prática, fonte de informações sobrea Doutrina e o Movimento Espírita. O sitepossibilita o acesso a diversas páginas, comoo Momento Espírita, o jornal Mundo Espíri-ta, os sites de Divaldo P. Franco e Raul Tei-xeira, entre outros. Mais informações, acesseo site www.feparana.com.br.

Estudo do livro “Libertação”, em Londri-na – Iniciou-se em maio o estudo do livro“Libertação”, de André Luiz, psicografia deFrancisco Cândido Xavier, FEB. O estudo écoordenado por Astolfo Olegário de Olivei-ra Filho e realiza-se às segundas-feiras, às20h, e às quintas-feiras, às 14h, no CentroEspírita Nosso Lar, na Rua Santa Catarina,429, Centro, Londrina.

Programa “Vida e Valores” volta a ser

apresentado em Londrina – O Pro-grama Vida e Valores, apresentado porJosé Raul Teixeira e produzido pela Fe-deração Espírita do Paraná, voltou a serveiculado em Londrina e região. O pro-grama busca, através de conversas in-formais, simples e agradáveis, ressal-tar os verdadeiros valores da vida, le-vando aos lares reflexões que possamcontribuir para a construção de ummundo melhor, a partir das virtudes quevibram na alma de cada ser humano.Os programas encontram-se tambémdisponíveis para venda em DVD, cons-tituindo-se excelente material para serrefletido no lar, na empresa, na escola,porque trata de questões que interessama todos aqueles que desejam ser umagente do bem, no meio em que se mo-vimentam. O programa está sendo vei-culado no canal 7, todos os domingos,às 9h, e possui 15 minutos de duração.Mais informações através da União Re-gional Espírita – URE 5ª Região, fone(43) 9141-9081.

Círculo de Leitura Anita Borela deOliveira – Será realizada mais uma reu-nião do Círculo de Leitura Anita Borelade Oliveira no dia 3 de junho, domingo,na casa de Neusa e Antônio Carlos Cou-tinho, em Londrina, no qual prossegueo estudo do livro “Entre Os Dois Mun-dos”, de Manoel P. de Miranda,psicografia de Divaldo P. Franco.

Palestras no Centro Espírita Allan Kar-dec, em Cambé – Todas as quartas-feiras,às 20h30, no Centro Espírita Allan Kardec,em Cambé, são realizadas palestras públi-cas. Os expositores deste mês serão, pelaordem: dia 6, Ivone Csucsuly, de Maringá;dia 13, Paulo Costa, de Londrina; dia 20,Pedro Garcia, de Arapongas; dia 27, Júpi-ter V. Silveira, de Londrina.

Centro Espírita Alvorada Nova, emCambé – A partir de 29 deste mês, terãoinício as reuniões públicas com palestrae passes no Centro Espírita AlvoradaNova, de Cambé. As reuniões serão rea-lizadas toda última terça-feira de cadamês, às 20h, na Rua Rio Araguaia, 689,Jardim Santo Amaro, Cambé.

FEP realiza o Seminário O Trabalha-dor Espírita – A Federação Espírita doParaná realizou o Seminário “O traba-lhador espírita – da preparação à persis-tência”, dias 16 e 17 de maio último, emCuritiba, abordando o exemplo de Pau-lo de Tarso e a preparação para o traba-lho, os que chegam de fora, os novostrabalhadores, a preparação íntima, as di-ficuldades e os que se desgarram. Coma coordenação de Andrey Cechelero, oevento realizou-se das 19h30 às 21h30.

Seminário “Família – desenvolven-do valores morais” – Realizou-se, emCuritiba, dia 12 de maio último, o se-

Retorno de uma viagem exemplar

No dia 5 de março passado, desen-carnou na cidade de Ribeirão Preto, noHospital São Francisco, o queridíssimoamigo e irmão Sebastião Martins de Mou-ra, o amigo de todos, o Sebastiãozinho,assim chamado carinhosamente (foto).

Sebastião Martins de Moura nasceuna cidade de Batatais-SP, no dia 18 de ja-neiro de 1930. Era filho do Sr. DarioMartins de Moura e de Dona Brasília Car-neiro de Moura e irmão de Etelvina, Evan-gelina e Moacir, todos desencarnados.

Foi um espírita atuante desde suajuventude. Criado em família espírita,desde criança foi educado moral e es-piritualmente em escola espírita e, porser estudioso da doutrina, tinha vastoconhecimento dos princípios codifica-dos por Allan Kardec.

Grande entusiasta na distribuição deLivros relacionados aoEspiritismo e idealistaconvicto pela divulga-ção da doutrina codifi-cada por Kardec, atra-vés do Livro Espírita,fundou a primeira Ban-ca do Livro na cidadede Ribeirão Preto e ofez corajosamente napraça principal da cida-de, por onde passougrande número de ami-gos e simpatizantesávidos pela aquisição de um novo livro,pois ali sempre se encontrava o mais re-cente lançamento.

Certa ocasião, recebeu a visita de di-retores da Use Intermunicipal de Ribei-rão Preto quando lhe propuseram a ces-são da Banca para a USE e ele sem relu-tar, mesmo amando o trabalho que inici-ara, numa demonstração de renúncia e deafeto para com os companheiros, cedeu-a, de boa vontade. O empreendimento eradele e dali ele retirava o numerário queusava para doar benefícios aos que o pro-curavam em busca de ajuda. Sabia renun-ciar. Não desanimou com isso; não ficouparado e nem magoado e com o mesmoentusiasmo de sempre idealizou, a insta-lação de uma NOVA BANCA. Em prin-cipio na Estação Rodoviária de RibeirãoPreto. Não obtendo êxito ali, foi em fren-te. Era um idealista. Instalou a nova Ban-ca na praça em frente à Catedral ondepermanece até os dias atuais, realizandoassim o ideal de quem conhecia o valordo Livro Espírita nas mãos do povo.

Além de divulgador da doutrinaatravés do livro e das palestras que rea-lizou na cidade, na região de RibeirãoPreto e em muito outras cidades, quan-do convidado, o Sebastião sempre seempenhou com o mesmo entusiasmo do

missionário no trabalho assistencial es-pírita. Teve profícua atuação junto a umgrupo de amigos que realizava trabalhode visitas às favelas assistindo famíliascarentes. Foi nessas visitas que o grupoidealizou a construção da Creche Casasde Bethânia, trabalho que engrandeceuo movimento espírita em terras de Ri-beirão Preto, atendendo diuturnamente,mais de trezentas crianças carentes, to-talmente sem ônus para as famílias.

Incansável servidor de Jesus noamparo aos filhos do caminho, foi jun-tamente com dona Estefânia, outra ide-alista espírita, diretores, por muitosanos, do Sanatório Espírita Vicente dePaulo. Para melhor atender às necessi-dades dos doentes internos, passou a re-sidir, juntamente com sua mãe, nas de-pendências do próprio Sanatório.

Dali passou a diretor da Creche Ca-sas de Bethânia por mais de trinta anos,dedicando todos os dias de sua vida na

luta incansável em favorda criança e suas famí-lias. Algum tempo apóso desencarne de suamãezinha, passou a re-sidir diretamente na pró-pria instituição, semprepreocupado em fazer omelhor em favor de to-dos os assistidos, pois ti-nha um profundo amorpela instituição.

Nós que aqui fica-mos sentimos profun-

damente a falta do querido amigo, en-quanto os que o aguardavam do outrolado alegraram-se com a sua chegada epor lá deve ter havido uma verdadeirafesta cristã pela alegria em receber devolta o companheiro que vitoriosoretornou à casa Paterna.

No dizer de Sérgio Berti, amigo que oacompanhou na trajetória terrena, escre-veu com felicidade: “Nosso Sebastião foium vaga-lume, tinha luz própria, não de-pendia de bateria ou tomada. Nesse meioséculo, iluminava por onde passava”.

Ele nos contava sempre que certo diaao encerrar as atividades na Creche, quan-do aguardava a chegada das Mães paralevarem seus filhos, um garotinho lheperguntou: “sua mãe não vem te buscar?”E ele brincava: “não, eu não quero queela venha agora”. Ela já havia desencar-nado há muitos anos...Ela veio sim, que-rido Tiãozinho, e tenho a certeza que vocêa acompanhou radiante de felicidadeaconchegado aos seus braços amorosos.

Sebastião foi de uma estatura moralcomo poucos. Dedicação total ao Bem.Cumpriu com a missão para a qual foi de-signado. Foi um completista, sem dúvida!

Receba querido amigo o nosso abra-ço fraterno e afetuoso, com desejos parasua feliz estada no mundo primitivo e real.

Palestras promovidas pela USEL em Londrina

ÉDO MARIANIDe Matão-SP

Sebastião Martins de Moura, quefaleceu em março último

O IMORTALPÁGINA 12 JUNHO/2007

ELSA [email protected]

De Londres

Muitos verbos do vocabulárioportuguês estão sendo emprega-dos no nosso dia-a-dia, em tare-fas doutrinárias. Quantas equantas mensagens nos são envi-adas sobre UNIR, PARTILHAR,UNIFICAR, EVOLUIR, REALI-ZAR, PERDOAR etc. em todas asconjugações possíveis!...

Estamos em um período muitobom para a tarefa espírita doutri-nária, na área da ciência espírita.Nota-se, pelo menos em conversacom nossos trabalhadores e diri-gentes de grupos espíritas na Eu-ropa, uma busca e uma preocupa-ção mesmo em ler e reler as obrasda coleção NO MUNDO ESPIRI-TUAL, de André Luiz e nosso que-rido Chico Xavier.

E como nada é por acaso, per-cebemos a sutileza de nossos Ben-feitores Espirituais em inspirar osorganizadores e conferencistas doseventos na atualidade a trazerem alume, ao público leigo em geral,as observações dos estudos conti-dos nessa preciosa coleção, acres-cida das obras de Emmanuel eJoanna de Ângelis.

Numa seqüência muito bemprogramada pela Espiritualidade(já que a rigor são eles que nos di-rigem), acontecerão em 2007 al-guns eventos promovidos pela As-sociação Médico-Espírita Interna-cional e Associação Médico-Espí-rita do Brasil.

Em São Paulo, de 7 a 9 dejunho, no Maksoud Plaza, acon-tecerão o Medinesp 2007 e o 4°Congresso Internacional da As-sociação Médico-Espírita doBrasil, com presença de orado-res do Estados Unidos, Argenti-na, Islândia e Panamá, além demuitos e excelentes conferencis-tas brasileiros. As informaçõese inscrições podem ser obtidasno website da AME-Brasi l(www.amebrasil.org.br).

Em Londres, nos dias 30 dejunho e 1o de julho de 2007, pelaprimeira vez em terras britânicas,acontecerá o tão esperado 1o

Congresso de Medicina e Espiri-tualidade. Será uma oportunida-de de ouro, para os britânicos e opúblico em geral interessado,ouvir falar de temas tão impor-tantes na atualidade, para o bomtrabalho do médico no tratamen-to dado aos pacientes, não so-mente ao corpo, mas entenden-

do que em cada pessoa existe umser espiritual que somos todos.As informações completas estãono website do Congresso(www.medspiritcongress.org) epodem ser obtidas também peloe-mail [email protected].

Na seqüência a esses eventosgrandes, acontecerá em 6 e 7 dejulho, na cidade de Lisboa, Portu-gal, a II Jornadas Portuguesas deMedicina e Espiritualidade. As in-formações poderão ser obtidas nosite www.geb-portugal.org.

Nesta seqüência de esclareci-mentos, aprendizados, retiradasde dúvidas, afirmações, os Espí-ritos amigos inspiram, reforçam,auxiliam, contam conosco emnossas tarefas de amor, nestecadinho de luz que é a nossa Dou-trina Espírita.

Estamos na Europa em mo-mentos de luz também com apresença de nosso amigo Dival-do Franco, com sua agenda com-pleta na Europa, disponibilizadano site www.spiritismo.org, daCoordenadoria Europa do Con-selho Espírita Internacional, po-dendo ser obtida na última pá-gina do Boletim Trimestral, en-viado a todos no mês de abril.As palestras do Divaldo e outros

Crônicas de Além-Mar

Compartilhando informações

Pedimos ao leitor deste jor-nal que anote e divulgue paraos seus amigos, radicados aquiou no exterior:

1ª. No site www.oconsolador.com você podeler as edições semanais da re-vista eletrônica O Consola-

Dois sites importantes para osespíritas do Brasil e do estrangeiro

Evolução e humildade

As lágrimas me escorrem pelo rostoNão porque as queira, podem crer em mim!

Elas caem, afirmo, a contragostoNuma emoção que me maltrata assim.

Na Casa Espírita encontro o meu posto:Passes, doutrinação, estudo, enfim!

E lá não resta mágoa nem desgosto...São pétalas de vida em meu jardim!

Bendita seja a luz do EspiritismoQue me ensina a viver com otimismo

No cultivo da fé e da verdade

Que se exprime sem sombras, com clareza,E diz que a evolução vem com certeza

Através do Amor e da Humildade!

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

ELSA ROSSI, escritora e pa-lestrante espírita brasileiraradicada em Londres, é diretorado Departamento de Unificaçãopara os Países da Europa, orga-nismo do Conselho Espírita In-ternacional e secretária da BritishUnion of Spiritist Societies(BUSS).

eventos programados na Europae nos demais continentes podemser acompanhados também pormeio da revista espírita semanalO Consolador, que circula ex-clusivamente na internet(www.oconsolador.com).

Aqui reforçamos a todos quepossam prestigiar também outroevento de luz neste ano de 150Anos de Espiritismo – o 5° Con-gresso Espírita Mundial, promovi-do pelo Conselho Espírita Interna-cional, com o apoio logístico daConfederação Espírita da Colôm-bia. Melhores informações e ins-crições poderão ser obtidas no sitewww.spiritist.org clicando noícone do 5° Congresso.

Enquanto trabalhadores de nos-sa Doutrina Espírita, que é a fonteesclarecedora dos ensinos de Jesusem nossas vidas, nossa visão de

tarefas deverá ser sempre pautadapelos verbos partilhar, unir, divul-gar, promover, unificar, pois aDoutrina Espírita e o MovimentoEspírita serão o que deles fizermos.

É essa a nossa responsabilida-de. Portanto, amigos de todas asterras, usando a frase de Dr. AdolfoBezerra de Menezes, “unamo-nostodos, a fim de que o Senhor, aochegar, encontre acabada a obra”.

Depende apenas de nós. E queDeus nos abençoe.

dor, cujo número de estréia foilançado em 18-4-2007. Comcolaboradores do mundo todo,a revista traz amplo noticiáriodo movimento espírita brasilei-ro e do exterior, além de arti-gos, entrevistas e reportagens.

2a. No site www.

editoraleopoldomachado.com.brvocê pode ler, na íntegra, asedições do jornal O Imortaldesde o número de abril de2004. O jornal pode seracessado também a partir darevista O Consolador, quepossui um link especial como nome deste periódico.

O IMORTALJUNHO/2007 PÁGINA 13

O início das atividades espíri-tas de Divaldo em terras espanho-las se deu de forma curiosa. Ti-nha ele encerrado sua primeiratemporada em Portugal em 1967,quando proferiu várias palestrasem várias cidades. Antes de vol-tar ao Brasil, teve a idéia de pas-sar por Madri, na expectativa deque alguma porta se lhe abrissepara a difusão espírita. Sua atitu-de foi corajosa porque o país es-tava em pleno período de repres-são e ditadura de Francisco Fran-co (1892-1975), generalíssimo doexército e protetor da Igreja Ca-tólica. Ao sair do aeroporto, es-tando na Gran Via, ouviu um Es-pírito que se identificou comoRamon Y Cajal, que lhe disse paratelefonar à terapeuta Dolores Pazy Perez, pois ela seria suaintrodutora entre os simpatizan-

tes do Espiritismo na Espanha.Deu-lhe o número do telefone eDivaldo ligou para ela. Explicouque era um médium espírita bra-sileiro, e que um Espírito o enca-minhou a ela para ajudá-lo na di-fusão doutrinária. Ela ficou rece-osa, pois seu marido houvera sidoassassinado e temia algum tipo deperseguição. Ela só cedeu quandoDivaldo passou a descrever sua re-sidência, descreveu o que ela ti-nha feito de manhã, e transmitiuum recado de um Espírito quehouvera sido seu padrinho de for-matura. Ela concordou então emrecebê-lo para conversar; mas ne-gou-se a dar o endereço, pois, seo Espírito tinha dado o telefone,que desse também o endereço.Quando Divaldo desligou o tele-fone, o Espírito informou-lhe onome da rua e o número. O en-contro foi muito proveitoso e mar-caram uma reunião para a mesmanoite, à qual compareceram 12pessoas, na residência da costurei-

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

Casamento

Será contrário à lei da Natu-reza o casamento, isto é, a uniãopermanente de dois seres? “É umprogresso na marcha da Humani-dade.” (O Livro dos Espíritos,item 695.)

Como se vê, pela pergunta doCodificador, casamento para ele nãoera um ato formal, uma solenidadereligiosa, nem uma bênção sacerdo-tal. Depreende-se da sua perguntaque ele entendia que casamento éum compromisso livremente assu-mido por dois Espíritos, perante oaltar de suas consciências.

A alguns pode parecer estra-nha a presença do adjetivo perma-nente no contexto, o que parececontrariar o exercício do livre-ar-bítrio. Mas a dúvida se desfazquando se atenta para o diálogomantido entre Kardec e os Espíri-tos, registrado no item 697: Estána lei da Natureza, ou somente nalei humana, a indissolubilidadeabsoluta do casamento? Ao queos Espíritos responderam: “É umalei humana muito contrária à daNatureza. Mas os homens podemmodificar suas leis; só as da Natu-reza são imutáveis.’

Pelo visto, depreende-se quea expressão permanente, nessecontexto, significa com perspec-tivas de permanência, isto é, quenão se trata de uma união fortui-ta, baseada apenas num impulsopassageiro, mas no amor. E quan-do há realmente amor, o casamen-to não acaba. Se acaba, pelo me-nos um dos dois não experimen-tou realmente o amor, pois o ver-bo amar só tem pretérito na gra-mática...

À medida que o tempo passa,mais se evidencia o avanço dopensamento do Codificador emrelação aos seus contemporâne-os, pois o casamento tem perdi-do, ao longo dos anos, o caráterde ato social, religioso, passandoa ser conceituado e respeitadocomo ato pessoal, íntimo. Atual-mente, um casal se impõe peran-te a sociedade como legitima-mente constituído, não mais porter o seu compromisso matrimo-nial sido levado a efeito num tem-plo, mas sim pelo ambiente derespeito e seriedade em quevivenciam a união.

Conforme se vê, casamento,na conceituação do Codificadore dos Espíritos que lhe responde-ram as perguntas, está muito aci-ma de qualquer bênção de um clé-rigo ou de qualquer ato de umJuiz de Paz. Trata-se do estabele-cimento de uma sociedade con-jugal, levado a efeito pelo própriocasal, num plano eminentementemoral, ético. É compromisso sa-grado, que leva um a ver no ou-tro o próximo mais próximo.

Conforme se pode entender,o casamento não depende de nadaexterior, de nenhuma ação alheiaaos dois. As duas criaturas se ca-sam, pois ninguém tem o poderde realizar o casamento de ou-trem. Na gramática, aprende-seque o verbo casar pode, entresoutros regimes, ser transitivo,mas filosoficamente essa classi-ficação é falsa. Poder-se-ia dizerque o verbo é recíproco, pelo fatode as pessoas se casarem, sem ainterveniência de ninguém.

Nem o Juiz de Paz promoveo casamento. Essa Autoridadeapenas registra nos anais da so-ciedade, para os efeitos legais, ocasamento que é diante dela de-clarado. Se o Juiz de Paz não casaninguém, muito menos o repre-sentante de uma religião podefazê-lo, embora existam aquelesque se arrogam o direito de agirem nome de Deus, selando umcompromisso matrimonial.

Com esse entendimento, con-clui-se que o casal espírita apre-senta-se diante da autoridade ci-vil apenas para declarar o seu ca-samento, solicitando seja ele re-gistrado, e não para receber qual-quer tipo de legitimação. A legi-timidade do casamento é dadapelo grau de responsabilidade ede amor que presidiu a formaçãodo casal.

Quanto mais espiritualizado ocasal, mais o ato transcende os li-mites da vida material, revestin-do-se de características espiritu-ais, o que leva naturalmente aodesejo de uma comunhão com oAlto, que poderá ser levada a efei-to através de uma prece, proferi-da por um ou por ambos osnubentes, ou por alguémafetivamente ligado a eles, poissó o amor pode legitimar a con-dição de alguém na condição desuplicante de bênçãos sobre umaunião matrimonial.

Momentos com Divaldo Franco

Tempo para amar

Na questão 719 de “O Livrodos Espíritos”, Allan Kardec per-gunta se merece censura o ho-mem por procurar o bem-estar, aoque os Espíritos responderam queé natural o desejo do bem-estar eque Deus só proíbe o abuso, porser contrário à lei de conservação.Ele não condena a procura dobem-estar desde que não seja con-seguida à custa de outrem e nãovenha a diminuir-nos nem as for-ças físicas, nem as forças morais.

Aí vemos o mundo contem-porâneo. Atrás dos bens materi-ais exageradamente, buscando obem-estar, o ser humano acaba éconseguindo o contrário do quedesejaria. Estamos vendo pesso-as com três a quatro empregospara terem uma determinada“qualidade de vida”, com casasboas, carros do ano, coisas... eestão sofrendo com isso.

Há uma enfermeira nossa co-nhecida que comprou um Peugeotzero km e agora está parecendo

ra Cacilda. O livreiro JesusArmenteros foi um dos presentese ofereceu sua livraria para umareunião no dia imediato, ao qualcompareceram 36 pessoas, e noterceiro dia, em outra reunião, fo-ram mais de 80, evidenciando aaspiração por espiritualidade dopovo espanhol.

Assim, graças a uma interven-ção espiritual, Divaldo teve asportas abertas para seu trabalho dedivulgação espírita na Espanha,onde retornou em 1970, com pa-lestras em várias cidades, sob osauspícios do Sr. Armenteros e daSra. Dolores.

Suas primeiras palestras naEspanha foram às escondidas, até1975, e somente em dezembro de1978 foi outorgada nova Constitui-ção, amenizando a situação cultu-ral e religiosa do país.

(Texto extraído do livro: “Atosdo Apóstolo Espírita”, de Washing-ton Luiz Nogueira Fernandes, edi-tado pela FEESP.)

um zumbi, pois para pagar o carroe o seguro está trabalhando o dia in-teiro, fazendo plantão cerca de qua-tro vezes por semana, o que lhe per-mite dormir apenas dois dias na se-mana. Ela não se agüenta mais e searrependeu, embora tardiamente,convicta de que deveria ter compra-do um carro mais barato, enquantoterá de agüentar até dezembro paraterminar de pagar a conta.

Quantas pessoas estão vivendodesse jeito?

Perguntamos, então, se isso énecessário. Buscando-se um bem,estraga-se outro, a saúde.

Um outro caso, do qual tam-bém há milhares, foi o de um casalde médicos, com três filhas, dasquais a mais nova foi nossa paci-ente. Os pais quase não viam ascrianças, a mais nova gostava maisda babá do que da mãe. Afinal, eraa babá quem lhe dava carinho eatenção. Os pais trabalhavam otempo todo, até de madrugada, eainda estavam pensando em termais um filho...

Que qualidade de vida é essa?Que atenção e educação os filhos– que são os tesouros direcionados

JANE MARTINS [email protected]

De Cambé

por Deus para melhorarem – re-ceberão deles?

Há que se pensar que preci-samos, sim, conviver mais frater-nalmente uns com os outros, fi-car perto de quem amamos maistempo, porque, em vista da ne-cessidade de evolução de cadaum, não sabemos como serão aspróximas encarnações, quandoestaremos juntos de novo, quan-do poderemos nos abraçar e bei-jar novamente...

Esta época que vivemos hojenão mais voltará nas condiçõesatuais; será uma nova experiên-cia, um novo amanhã. Portanto,se existem pessoas a quem ama-mos tanto, vamos deixar um pou-co os bens materiais e os empre-gos em excesso, para ficarmosum pouco mais com eles, en-quanto estão conosco.

Poder amar e dar amor, estarfeliz com isso, essa é a verdadei-ra qualidade de vida, um bem quenão nos será tirado jamais.Amemo-nos mais uns aos outros,tenhamos mais carinho e atençãouns para com os outros e a felici-dade não estará tão longe de nós.

JOSÉ [email protected]

De Juiz de Fora

O IMORTALPÁGINA 14 JUNHO/2007

A FESTA DEANIVERSÁRIO

O aniversário de Tiago se aproxi-mava, e, ansioso, ele só pensava nafesta que sua mãe prometera fazer.

Ele completaria sete anos e, comsua letra, fez a lista de convidados,pensando nos presentes. Assim, co-locou apenas colegas mais ricos.

Sua mãe, Luísa, observava semdizer nada.

Tiago queria a casa bonita, enfei-tada para a festa. Além de cachorro-quente, teria docinhos, um lindo bolo,sucos e refrigerantes.

Dois dias antes do aniversário,tocaram a campainha. Eram uns pa-rentes que Tiago não gostava muito.Luísa, ao ver a prima e os filhos dolado de fora, gentilmente disse:

— Berta, que prazer! Entre.Como vão, crianças? — cumprimen-tou os gêmeos Roberto e Ricardo,Vinícius e Ângela, que tinham sete,seis e cinco anos de idade.

— Luísa, posso falar com você?— perguntou humilde.

— Claro! Sente-se, Berta.Tiago olhava os intrusos com cara

feia. Não gostava deles. Berta era umaprima pobre, sempre pedindo ajuda,e os filhos andavam mal arrumados,com sapatos velhos e furados.

— Tiago, sirva às crianças um pe-daço daquele bolo de chocolate que fizontem e o suco que está na geladeira.

De má-vontade, Tiago levou osprimos para a cozinha. Quando vol-taram, ouviu Berta dizer, comovida:

— Obrigada, Luísa. Não sei o quefaria sem a sua ajuda. Nossa situaçãoé realmente difícil. Com meu maridodoente, sem poder trabalhar, nos fal-ta até o necessário.

— Não me agradeça, Berta. So-mos parentes e devemos nos ampararmutuamente. Tenho certeza de quevocê faria o mesmo por mim.

Após se despedirem das visitas,

Tiago ergueu a cabeça, orgulhoso:— Os primos ficaram admirados

ao ver as balas e os docinhos que asenhora fez. Eu contei que eram parao meu aniversário!

— Ah! E você os convidou paraa sua festa?

— Claro que não, mamãe! Elesnem poderiam me dar presente! Alémdisso, não têm roupas de festa.

A mãe olhou o filho, chamou-opara perto de si, colocou-o no colocom carinho e disse:

— Sabe, meu filho, Jesus ensinoucerta vez que quando a gente fosse daruma festa, deveria convidar as pesso-as pobres e necessitadas, que não pu-dessem nos retribuir a gentileza, por-que o Pai do Céu nos retribuiria.

— Então, não posso convidarmeus amigos? — resmungou o garo-to, descontente.

— Certamente que Jesus não quisdizer isso. Ele quis ensinar que você podeconvidar quem quiser, mas não deve seesquecer daqueles que nada têm, que sãoos pobres, os doentes, os aleijados. Es-ses são os mais necessitados.

— Ah!... E por quê? — indagouo menino, surpreso.

— Bem. E se a situação fosse di-ferente? Isto é, se nós estivéssemosna posição de Berta, e ela na nossa:como você, Tiago, gostaria que a fa-mília da Berta agisse conosco, se fos-sem dar uma festa?

Tiago pensou...pensou...e, depoisrespondeu:

— Eu ficaria muito contente sefosse convidado para essa festa.

— Isso mesmo, meu filho. Porisso Jesus ensinou que, em caso dedúvida, devemos sempre nos colocarno lugar da outra pessoa, para sabercomo agir com acerto.

Na manhã seguinte, Tiago acor-dou decidido. Antes de ir para a es-cola perguntou:

— Mamãe, depois da aula, nóspodemos ir à casa dos meus primos?Acho que eu tenho roupas que ser-vem para os primos e não me impor-

Você sabe, meu amiguinho, o queé egoísmo?

Egoísmo é quando desejamostudo para nós, só enxergamos nos-sos próprios interesses e pensamosunicamente em nossa pessoa. Emsuma, só amamos a nós mesmos.

O contrário de egoísmo é altru-ísmo, quando a gente aprende a pen-sar mais nos outros e menos em nós.

A pessoa que é egoísta não amaninguém a não ser a si própria.

Jesus nos deixou a lição do amor,afirmando que devemos “amar ao pró-ximo como a nós mesmos”. Então, nãoé preciso deixar de nos amar. É atra-vés desse amor que cuidamos da nos-sa saúde, bem-estar, conforto, alegria.

Mas não podemos pensar só emnós mesmos. O mundo é compostopor muita gente e nos cabe pensar umpouco nos outros. Assim, é precisodeixar que nosso coração se enter-neça diante de uma criança com

fome, um andarilho com frio, um ve-lhinho que não tenha onde morar, umparente ou um coleguinha que pre-cise de ajuda, e tantas outras coisas.

Quando Jesus ensinou que “de-vemos fazer ao próximo tudo o quegostaríamos que os outros nos fizes-sem”, nos deu a medida certa paraaprendermos como agir.

É só nos colocarmos no lugar daoutra pessoa e perguntar:

— Se eu estivesse no lugar dela,e ela no meu lugar, como gostariaque ela agisse para comigo?

Então, vamos perceber, semsombra de dúvida, que desejamos omelhor para a outra pessoa, porquedesejamos o melhor para nós.

É assim que Jesus nos orientapara sermos generosos, para darmossem esperar retribuição, para perdo-armos sempre as ofensas queporventura nos tenham feito. Enfim,para sermos caridosos.

O EGOÍSMO

to em dá-las. Afinal, tenho tantas!— Fico satisfeita, Tiago. As suas

roupas servem, sim. Vocês têm maisou menos o mesmo tamanho. E sefaltar para algum deles, especialmen-te para Ângela, nós compraremos.

Tiago mostrou-se satisfeito e ani-mado.

Depois do almoço, separaram asroupas e calçados de Tiago, e ele fezquestão de pegar peças boas e novas.Depois, compraram o restante, umvestido e sapatos para Ângela.

Em seguida, foram até a casa deBerta.

— Que prazer recebê-los em nos-sa moradia, Luísa. Meninos, temosvisitas!

As crianças entraram na sala, cu-riosas, e pararam constrangidas ao verTiago e a mãe. O primo sempre astratava muito mal.

Nesse dia, porém, foi diferente.Tiago disse:

— Vim convidar vocês para aminha festa de aniversário.

Berta, surpresa, timidamente res-pondeu:

— Agradeço-lhe, Tiago. Porém,é impossível. Meus filhos não têmroupas para ir a uma festa.

Tiago pegou as sacolas e disseeufórico:

— Pois agora têm! Trouxemosalgumas roupas e espero que sirvam.

Aqui está: Ricardo, Roberto, Viníciuse Ângela — e entregou os pacotescom o nome de cada um.

Prendendo a respiração, a meni-na bateu palmas:

— Até para mim? Ah! Que bom!Que bom!

Luísa pegou um outro pacote e oentregou para Berta:

— Os meninos não podem ir sozi-nhos, Berta. Trouxe umas roupas paravocê também. Espero que sirvam.

Com os olhos cheios de lágrimas,Berta murmurou:

— Luísa, nem sei como lhe agrade-cer. Ainda ontem me ajudou tanto. E hojetrouxe todos esses presentes. Como po-derei lhe pagar, prima, tanta gentileza?

— Indo à festa de Tiago. Teremosmuito prazer em recebê-los em nossacasa, acredite.

No dia seguinte à tarde, com a resi-dência cheia de balões coloridos, Tiagorecebeu todos os seus amigos, colegasde escola e os primos. Com satisfação,Luísa notou que ele convidara tambémos outros colegas da escola.

Tiago estava alegre e feliz, e todosperceberam. Alguma coisa nele muda-ra. Não era mais aquele garoto arrogan-te e orgulhoso. Era um menino como osoutros, que brincava com todos sem fa-zer qualquer diferença entre as crianças.

TIA CÉLIA

O IMORTALJUNHO/2007 PÁGINA 15

A Revue Spirite há 140 anos

Revista Espírita de 1867 (Parte 6)

Continuamos a publicar o textocondensado da Revista Espírita de1867. As páginas citadas referem-seà versão publicada pela Edicel.

*81. O artigo de abertura do nú-

mero de junho de 1867 versou sobrea emancipação da mulher nos Esta-dos Unidos. Eis alguns fatos nelemencionados: I) A senhorita Françoi-se Lord, de Nova York, pediu paraser enviada como cônsul ao estran-geiro. O presidente esperava que oSenado aprovasse o pedido e váriosjornais defendiam o pleito da Srta.Lord. II) O Estado de Wisconsin (Es-tados Unidos) estendeu o direito devotar às mulheres de mais de 21anos. III) Na Inglaterra, o mesmo di-reito foi negado à mulher pela Câ-mara dos Comuns, por 196 votoscontra 73. Analisando o assunto,Kardec observa que chegara a horade os direitos da mulher serem reco-nhecidos, o que, segundo ele, eraquestão que não tardaria a ser resol-vida. (Págs. 165 a 167.)

82. Os privilégios de raça, dizKardec, têm sua origem na abstraçãoque os homens fazem do princípio es-piritual. Da força de uns, da diferençade cor em outros, da opulência em quealguns nascem e da filiação conside-rada nobre de certas famílias, os ho-mens concluíram por uma superiori-dade natural sobre a qual estabelece-ram suas leis e privilégios, que não têmrazão de ser, se se levar em conta anatureza espiritual da criatura huma-na, cujo corpo constitui simples invó-lucro transitório. Os Espíritos, ensinao Espiritismo, pode revestir invólucrosdiversos e nascer nas mais diferentesposições sociais. Por isso, a aboliçãodos privilégios de raça e a igualdadedos direitos sociais de todas as criatu-ras humanas são a conseqüência natu-ral do progresso. (Págs. 167 e 168.)

83. Kardec adverte, no entanto, queseria abusivo da igualdade dos direitosconcluir pela igualdade de atribuições,porque Deus dotou cada ser com umorganismo apropriado ao papel quedeve desempenhar na natureza. O damulher é traçado por sua organização.Há atribuições bem caracterizadasdeferidas a cada sexo pela própria na-tureza e essas atribuições implicam de-veres especiais. (Pág. 169.)

84. Tendo o assunto sido suscita-do na Sociedade Espírita de Paris, to-das as comunicações obtidas concluí-ram no mesmo sentido. Dentre elas, aRevista publicou a que foi transmiti-

da pelo Sr. Morin, de forma oral, emsonambulismo espontâneo, de que ex-traímos os apontamentos seguintes: I)Os Espíritos não têm sexo; quem hojeé homem pode ser mulher amanhã. Aemancipação da mulher interessa, pois,a todas as pessoas, que deveriam an-tes regozijar-se que afligir-se com isso.II) A igualdade do homem e da mu-lher tem vários aspectos positivos. Par-tilhando o fardo dos negócios da fa-mília com uma companheira capaz,esclarecida e devotada aos interessescomuns, o homem alivia sua carga ediminui sua responsabilidade. III) Des-truindo as barreiras que seu amor-pró-prio opõe à emancipação feminina, ohomem em breve verá a mulher tomaro seu vôo, com grande vantagem paraa sociedade. IV) “A mulher (concluiuo instrutor espiritual, dirigindo-se aoshomens) tem a centelha divina abso-lutamente como vós, porque a mulheré vós, como vós sois a mulher.” (Págs.169 a 172.)

85. A Revista transcreve cartadirigida a Kardec pelo Dr. CharlesGrégory, na qual este defende de for-ma ardorosa a influência da homeo-patia no desenvolvimento das facul-dades morais da criatura humana,assunto tratado anteriormente porKardec no número de março de 1867(págs. 67 e seguintes). Em que peseo brilhantismo das idéias desenvol-vidas pelo Dr. Grégory, Kardec man-teve a opinião por ele emitida emmarço, porque as qualidades boas oumás são inerentes ao grau de adian-tamento ou de inferioridade do Es-pírito, e não é com um medicamentoqualquer que se poderá alterá-las.(Págs. 172 a 175.)

Kardec diz ser um erroconsiderar sonambulismo e

mediunidade como o produtode dois sentidos diferentes

86. Certamente, diz Kardec, oestado patológico influi sobre o mo-ral, mas as disposições são aí aciden-tais e não constituem o fundo do ca-ráter do Espírito. Essas, não há dú-vida, uma medicação apropriadapode modificar. E o Codificadoracrescenta: “Um caso em que ahomeopatia sobretudo nos pareceriaparticularmente aplicável com suces-so é o da loucura patológica, porqueaqui a desordem moral é a conseqü-ência da desordem física”. Ora, aação da homeopatia pode ser nessescasos tanto mais eficaz quanto ageprincipalmente, pela naturezaespiritualizada dos medicamentos,sobre o perispírito, que representapapel preponderante nessa afecção.(Págs. 175 e 176.)

87. Segundo o mesmo médico Dr.Charles Grégory, Erasto teria enun-ciado em comunicação recente umaidéia que o chocou muito: o homemseria dotado de sete, não apenas cin-co sentidos: audição, olfato, visão,paladar, tato e mais dois – o sentidosonambúlico e o sentido mediúnico.Kardec refutou tal idéia e disse serum erro considerar sonambulismo emediunidade como o produto de doissentidos diferentes, porque eles nãopassam de dois efeitos resultantes deuma mesma causa. (Pág. 176.)

88. Essa dupla faculdade, enten-de o Codificador, é um dos atributosda alma e tem por órgão o perispírito,cuja radiação transporta a percepçãoalém dos limites da ação e dos senti-dos materiais. Esse sexto sentido échamado por Kardec de sentido es-piritual, que é, como os demais, maisou menos desenvolvido, mais ou me-nos sutil, conforme os indivíduos, etodo o mundo o possui. Longe de sera regra, sua atrofia é a exceção e podeser considerada como uma enfermi-dade, assim como a má audição ou avista fraca. É por ele que recebemosos eflúvios fluídicos dos Espíritos quenos inspiram e a intuição das coisasfuturas. (Págs. 176 e 177.)

89. A vista espiritual, também cha-mada dupla vista ou segunda vista, éum fenômeno menos raro do que sepensa e muitas pessoas têm essa fa-culdade sem o suspeitar. Referindo-se a uma senhora de Paris que possuíaa vista espiritual em caráter permanen-te, sem ser sonâmbula, Kardec inda-ga: “Como percebe ela, senão pelosentido espiritual?”. (Págs. 177 e 178.)

90. Curiosamente, a vidente fran-cesa tinha o hábito de examinar os si-nais da mão quando consultada sobresupostas doenças. Dizia ela que vianas mãos o indício das enfermidades.Kardec explica que, em tais casos, amão fazia apenas o papel de espelhomágico ou psíquico, numa analogiacom o caso do vidente da floresta deZimmerwald, tratado pela Revista emoutubro de 1865. (Pág. 178.)

91. Carta vinda de Marmande,escrita pelo Sr. Dombre em 12 demaio de 1867, relata vários exemplosde curas de enfermos e obsidiados ob-tidas por meio de passes e da impo-sição de mãos. A experiência de-monstrou que a faculdade de curar oualiviar o semelhante não é privilégioexclusivo de ninguém e que para istobastam apenas boa vontade e confi-ança em Deus, além de uma boa saú-de, que é condição indispensável.(Págs. 178 a 180.)

92. Os casos de cura relatados peloSr. Dombre nada apresentavam denovidade, mas provavam que muito

se pode obter pela perseverança e peladedicação, com o que não falta jamaisa assistência dos bons Espíritos, quesó abandonam os que deixam o bomcaminho. Segundo Kardec, o fatomais característico assinalado na car-ta era o da interferência dos parentese amigos dos doentes nas curas, umaidéia nova cuja importância não es-caparia a ninguém, porque sua pro-pagação não deixaria de ter resulta-dos consideráveis. (Pág. 181.)

Kardec elogia as palestrasrealizadas aos sábados pelaSociedade de Bordeaux e

ressalta sua utilidade

93. A Revista noticia o surgimen-to de uma nova sociedade espírita emBordeaux, fundada em junho de 1866.Duas reuniões semanais eram realiza-das pela nova entidade. Às quintas-feiras, a sessão, de natureza particu-lar, era consagrada aos Espíritosobsessores e ao tratamento das doen-ças por eles causadas. Aos sábados, areunião era aberta com uma palestrasobre um assunto espírita e encerradapor um ligeiro resumo, feito pelo pre-sidente, que podia retificar eventuaiserros cometidos pelo palestrante. De-pois de algum tempo, a Sociedade de-cidiu fazer outra sessão semanal, aosdomingos, às duas da tarde, para o de-senvolvimento de novos médiuns,quando se faziam exercícios de escri-ta, tiptologia e magnetismo com gran-de sucesso. (Págs. 181 a 184.)

94. Ao comentar o assunto, Kar-dec fez questão de aplaudir o progra-ma da Sociedade de Bordeaux efelicitá-la por seu devotamento e pelainteligente direção de seus trabalhos.Reportando-se às palestras realizadasaos sábados, o Codificador destacoua sua utilidade e afirmou que traba-lhos assim provocam um estudo maiscompleto e mais sério dos princípiosda doutrina, facilitando assim a suacompreensão. “É o primeiro passo,diz Kardec, para conferências regu-lares, que não podem deixar de terlugar mais cedo ou mais tarde e que,vulgarizando a doutrina, contribuirãopoderosamente para modificar a opi-nião pública, falseada pela críticamalévola ou ignorante daquilo queela é.” (Pág. 185.)

95. Morto a 20 de abril de 1867em Sétif, Argélia, o sr. Quinemant co-municou-se no dia 16 de maio seguin-te em Paris, ocasião em que se decla-rou feliz por haver confirmado, na vidapost-mortem, os seus mais íntimos pen-samentos. Convencido na Terra, peloraciocínio, de que a doutrina espíritairia desenvolver-se muito e exercer in-fluência sobre as gerações futuras,

Quinemant disse então em sua men-sagem: “Hoje tenho mais convicção:tenho certeza”. No fim da comunica-ção, depois de explicar a causa da en-fermidade que o vitimou, Quinemantreferiu-se ao trabalho dos pioneiros,lembrando que os primeiros que se-meiam raramente colhem frutos, poisgeralmente estão preparando o terre-no para os que vêm depois. Ninguémpense, porém, que esse trabalho sejainútil, porque nenhuma das sementesque se planta fica perdida; todas ger-minarão e frutificarão quando chegaro momento. (Págs. 186 a 189.)

96. Outro passamento sentidopelos espiritistas da França foi o doSr. Conde de Ourches, um dos pri-meiros a se ocupar das manifestaçõesespíritas em Paris, desde o momen-to em que chegaram notícias do quehavia ocorrido na América. O con-de, voltado exclusivamente para aparte fenomênica do Espiritismo, nãoacompanhou o desenvolvimento dadoutrina na sua nova face científicae filosófica, pela qual nutria poucasimpatia. O falecimento do pioneiroocorreu a 5 de maio de 1867, quan-do contava ele 80 anos de idade.(Págs. 189 e 190.)

97. A Revista transcreve umalonga comunicação assinada pelo Es-pírito do Sr. Quinemant, na qual eletece considerações em torno do mag-netismo e do Espiritismo. Depois delembrar que a doença material é umefeito e, enquanto persistir a causa,produzirá esta novos efeitos mórbi-dos, o que inviabiliza a cura, o co-municante descreve a íntima relaçãoque existe entre o Espiritismo, amediunidade e o magnetismo – que,desenvolvido pelo Espiritismo, “é achave da abóbada da saúde moral ematerial da humanidade futura”.(Págs. 190 a 193.)

98. O número de junho de 1867encerra-se com quatro notas: I) O jor-nal Union Spirite, de Bordeaux, pas-saria a partir de junho a ter periodici-dade mensal, em face de uma sériede dificuldades que seu diretor, Sr. A.Bez, tornou públicas. II) Um novojornal – Progresso Espiritualista –surgira em Paris em abril de 1867,sucedendo ao antigo Avenir. III) Foilançada em Paris uma brochura inti-tulada Pesquisas sobre a causa doateísmo, escrita por uma católica emresposta ao Monsenhor Dupanloup,na qual a autora afirma que o Espiri-tismo é o mais poderoso remédio con-tra a incredulidade e o ateísmo. IV)Dado a lume o livro O romance dofuturo, obra escrita por E. Bonnemère,cuja leitura Kardec recomenda aosleitores da Revista. (Págs. 193 a196.) (Continua no próximo número.)

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

O IMORTALPÁGINA 16 JUNHO/2007

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Existe vida em outros plane-tas?

Provavelmente todos já nosfizemos esta pergunta pelo menosuma vez. Olhando para o céu no-turno, é difícil não se perguntarse esses milhões de “sóis” que oiluminam não fariam parte de sis-temas como o nosso e, aindamais, se dentro desses sistemasnão haveria um planeta como anossa Terra, o qual pudesse abri-gar seres humanos como nós.

Vários astrônomos passamnoites adentro coletando dadosatravés de telescópios potentes, àprocura de sistemas solares comoo nosso e, conseqüentemente, deplanetas como a Terra. O maiorproblema encontrado nesta bus-ca é que planetas não têm luz pró-pria, o que os torna difíceis deserem detectados.

Mais de 200 exopla-netas – planetas fora doSistema Solar – já foramidentificados desde 1995.No entanto, na sua maiorparte são planetas gigan-tes, maiores do que Júpi-ter, e gasosos como ele. Ointeressante seria encon-trar planetas formados porrochas, similares à Terra.A procura de um planeta“irmão da Terra” vem mo-tivando muitos astrôno-mos há algumas décadas.

Em janeiro de 2006,uma equipe internacionalde cientistas anunciou adescoberta de um planeta rocho-so - OGLE-2005-BLG-390Lb -fora do nosso sistema solar, masna nossa galáxia (foto).

O OGLE-2005-BLG-390Lb éformado, provavelmente, de rochae gelo, possui uma massa de 5 ve-

JENAI OLIVEIRA [email protected]

De Londrina

zes a massa da Terrae uma temperatura, nasua superfície, da or-dem de 225º C nega-tivos. Encontra-se naconstelação de Sagi-tário e orbita uma es-trela vermelha, cincovezes menos massivaque o Sol, localizadaa uma distância de20.000 anos-luz, nãomuito longe do cen-tro da Via Láctea.

“Em termos demassa, está mais pró-ximo da Terra do quequalquer outro plane-ta descoberto. Por dentro, tem umcentro de formação rochosa quetambém o torna muito parecido.Não é igual à Terra, mas estamosmais perto do que antes dela”, dizStéphane Brillant, astrônomo fran-cês do Observatório Europeu Aus-tral (ESO – Santiago do Chile).

O OGLE se encontra a umadistância de sua estrela três vezesmaior que a distância que existeentre a Terra e o Sol e leva 10 anospara fazer seu movimento detranslação.

O planeta foi localizado com a

ajuda de um efeito conhecidocomo “microlente gravitacional”,que usa o desvio provocado emraios de luz por um objeto paradetectar sua presença e estimar suamassa.

O Gliese 581c - a mais recentedescoberta

Já no mês pas-sado pesquisadoreseuropeus do Obser-vatório Europeu doSul detectaram oGliese 581c, tam-bém localizado forado Sistema Solar(veja a ilustração).Este é outro plane-ta que possui diver-sas característicasda Terra, mas aprincipal é que hápossibilidade de oplaneta abrigarágua líquida, o que poderá

significar a existência de vida ex-traterrestre.

O Gliese 581c orbita uma es-trela menor, mais fria e de brilhomenos intenso do que o Sol, e temdiâmetro cerca de 1,5 vezes o ter-restre, massa cinco vezes superi-

A Ciência detecta dois planetas fora doSistema Solar semelhantes à Terra

or, o que significa quetem densidade maiorque a do nosso planeta.A estrela anã vermelhaGliese 581 é uma dascem mais próximas doSol, do qual dista 20,5anos-luz. A sua massacorresponde apenas aum terço da do Sol.

“Estimamos que atemperatura média des-sa super-Terra esteja en-tre 0ºC e 40ºC, ou seja,a água estaria na formalíquida”, disse StéphaneUdry (foto), do Obser-vatório de Genebra, na

Suíça, e principal autor do artigopublicado na revista Astronomyand Astrophysics.

“Devido à sua temperatura erelativa proximidade, esse planetaserá provavelmente um alvo mui-to importante das missões espaci-ais futuras na busca por vida ex-traterrestre”, avalia Xavier Delfos-

se, um membro da equipe, da Uni-versidade de Grenoble, na França.

Michael Mayor (foto), investi-gador suíço que lidera a equipeeuropéia, prevê que dentro de duasdécadas os cientistas serão capa-zes de encontrar sinais de vida ex-traterrestre, caso esta exista.

A existência de água em esta-do líquido sob temperaturas mo-deradas é uma condição impor-tante para o surgimento da vida,mas outros elementos, como ooxigênio e o gás carbônico, de-vem estar também disponíveis noplaneta.

O Gliese 581c foi descobertograças a sua oscilação em tornode sua estrela, um efeito compa-rável com o movimento realiza-do por um lançador olímpico demartelos. O instrumento utiliza-do foi o HARPS (High AccuracyRadial Velocity Planetary Sear-ch), o espectrógrafo mais preci-so e eficiente que existe paramedir as velocidades radiais deestrelas. HARPS é capaz de de-tectar variações de velocidade deaté 1 metro por segundo – o equi-valente a uma pessoa caminhan-do rápido –, algo imperceptívelpara os espectrógrafos disponí-veis atualmente.

“O HARPS é uma máquinacaça-planetas única”, dizMichel Mayor. “Dada asua incrível precisão, te-mos enfocado nosso es-forço nos planetas de bai-xa massa e podemos di-zer, sem dúvida, que te-mos tido muito êxito: dos13 planetas conhecidoscom uma massa equiva-lente a 20 vezes a massada Terra, 11 foram desco-bertos com o HARPS.”

Segundo Xavier Bon-fils, um colaborador daUniversidade de Lisboa,as anãs vermelhas são es-

trelas ideais para procurarmosplanetas na sua proximidade, poisemitem menos luz e a região “ha-bitável” se encontra mais próxi-ma à estrela. Qualquer planetaque se encontre nesta região serádetectado mais facilmente com ométodo da velocidade radial.

A estrela Ogle2005, um dos sóis que brilham no firmamento

A super-Terra Gliese 581c e, no alto, a estrela Gliese 581

Michael Mayor e Stéphane Udry, da Suíça,responsáveis pela descoberta da super-Terra