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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 58 Nº 683 Janeiro de 2011 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec Ângela Moraes ........................... 7 Celso Martins ........................... 13 Crônicas de Além-Mar ............ 12 De coração para coração ........... 4 Divaldo responde ..................... 15 Editorial ...................................... 2 Emmanuel .................................. 2 Espiritismo para as crianças .... 14 Estudando a série André Luiz ... 5 Grandes vultos do Espiritismo .. 7 Histórias que nos ensinam ....... 13 Joanna de Ângelis ...................... 2 José Viana Gonçalves .............. 12 Marcus Braga ........................... 12 Palestras, seminários e outros eventos .......................... 11 Vladimir Polízio ...................... 13 Ainda nesta edição A morte corpórea e os seus seis estágios Os estágios básicos enfrenta- dos pelo Espírito desencarnante podem ser divididos em seis fases. A morte, como sabemos, consiste na falência biológica do organis- mo que permite a vida material do Espírito, ou seja, é a interrupção da vigência das condições míni- mas exigidas para que o corpo fí- sico desenvolva suas manifesta- ções fisiológicas imprescindíveis à manifestação da vida. Pode ela ocorrer de forma brus- ca, quando um acidente físico inter- rompe a vida orgânica de um indiví- duo minimamente saudável, ou de forma lenta e gradual, quando a ve- lhice ou determinada doença vão des- gastando, passo a passo, a vitalidade do organismo. Nestes casos, podemos inferir que ocorreu um esgotamento total do fluido vital, que é uma espé- cie de combustível da vida física. O fluido vital tem participação fundamental na constituição do chamado “cordão de prata” ou “cordão prateado”, que é o liame que une o perispírito ao corpo físi- co desde o momento da concepção até a desencarnação. Pág. 16 O Movimento Você e a Paz reúne trinta mil pessoas em Salvador-BA O Simpósio Catarinense de Mediunidade será dia 8 Neste início de ano são pou- cos os eventos espíritas progra- mados para o nosso Estado, um fato compreensível tendo em vis- ta que muitas pessoas têm por hábito viajar nesta época do ano. Em Santa Catarina ocorre, porém, um evento importante que deve- rá reunir confrades de várias par- tes do País, pois se realizará na cidade de Itajaí, próxima de Bal- neário Camboriú, que recebe tu- ristas em grande número no mês de janeiro. Trata-se do Simpósio Catari- nense de Mediunidade, que será realizado no dia 8 de janeiro de 2011, das 9h às 20h, no Centro de Convenções Marejada, situado na Avenida Beira Rio, no centro de Itajaí. O tema central será “O Li- vro dos Médiuns – 150 anos: um tributo a Allan Kardec”. Participa- rão os expositores Divaldo Perei- ra Franco, Nestor Masotti, José Raul Teixeira, Suely Caldas Schubert, Sandra Della Pola e Marta Antunes Moura. Pág. 11 A opinião d´O Imortal No primeiro dia de janeiro o governo da República brasileira muda de mãos e, com isso, as es- peranças se renovam. Às vésperas da posse dos novos dirigentes, que- remos também manifestar o que desejamos e esperamos que ocor- ra em nossa nação nos próximos quatro anos. Editorial, pág. 2 Augusto Elias da Silva, o pai da revista Reformador Nascido em Portugal em 1848, no ano em que eclodiram nos Es- tados Unidos os fenômenos de Hydesville, Augusto Elias da Sil- va tornou-se um dos pioneiros do Espiritismo no Brasil, devendo-se a ele duas importantes realizações. A primeira foi a criação e lança- mento da revista “Reformador” em 21 de janeiro de 1883, com recur- sos tirados do próprio bolso, com a redação e as oficinas instaladas em seu atelier fotográfico na Rua da Carioca, 120 – 2º andar, onde também residia com sua família. A revista é o mais antigo periódico espírita em circulação. No mesmo ano, no dia 27 de dezembro, ele reuniu em sua resi- dência, como fazia semanalmente, os companheiros que mais de perto o auxiliavam na revista “Reforma- dor”, e nesse memorável encontro firmou-se entre os presentes o ideal de fundar-se uma Sociedade nova, que federasse todos os Grupos, advindo daí, dias depois, a Federa- ção Espírita Brasileira. Pág. 6 Um bate-papo com Maria Georgina Valente Maria Georgina Valente (foto), natural da cidade gaúcha de Rio Grande e nascida em lar espírita, reside em Alvorada (RS). Vinculada à Sociedade Espírita Obreiros do Senhor, ela tem também sob sua direção o Departamento de Assuntos da Família – DAFA, órgão da Fe- deração Espírita do Rio Gran- de do Sul (FERGS), um dos as- suntos que compõem a entrevis- ta concedida ao nosso colabo- rador Antonio Nascimento. Pág. 3 Divaldo Franco coordenou em Salvador-BA mais uma edi- ção – a 13ª – do Movimento Você e a Paz, cujo encerramen- to se deu no dia 19 de dezem- bro na praça do Campo Gran- Paz, instituído por Lei Munici- pal. Na festa de encerramento, como nos dias anteriores, as pessoas presentes, inclusive os moradores dos prédios vizi- nhos, participaram ativamente, cantando, vibrando e aplaudin- do cada momento do importan- te empreendimento em prol da paz e da não-violência. No fi- nal, culminando a parte artísti- ca, apresentou-se o cantor e compositor Nando Cordel, que encantou a todos. Foram agraciadas na opor- tunidade diversas personalida- des que se destacaram em favor da paz no mundo com o Troféu e Diploma Você e a Paz, uma láurea instituída pela Mansão do Caminho no ano de 2000. Um dos agraciados de 2010 foi o ator Renato Prieto (foto), que desempenhou o papel de André Luiz no filme Nosso Lar. Págs. 8 e 9 de, perante um público enorme, calculado em cerca de trinta mil pessoas. O dia 19 de dezembro já cons- ta do calendário oficial do muni- cípio de Salvador como o Dia da

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 58 Nº 683 Janeiro de 2011 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

Ângela Moraes ........................... 7Celso Martins ........................... 13Crônicas de Além-Mar ............ 12De coração para coração ........... 4Divaldo responde ..................... 15Editorial ...................................... 2Emmanuel .................................. 2Espiritismo para as crianças .... 14Estudando a série André Luiz ... 5Grandes vultos do Espiritismo .. 7Histórias que nos ensinam ....... 13Joanna de Ângelis ...................... 2José Viana Gonçalves .............. 12Marcus Braga ........................... 12Palestras, seminários eoutros eventos .......................... 11Vladimir Polízio ...................... 13

Ainda nesta edição

A morte corpórea eos seus seis estágios

Os estágios básicos enfrenta-dos pelo Espírito desencarnantepodem ser divididos em seis fases.A morte, como sabemos, consistena falência biológica do organis-mo que permite a vida material doEspírito, ou seja, é a interrupçãoda vigência das condições míni-mas exigidas para que o corpo fí-sico desenvolva suas manifesta-ções fisiológicas imprescindíveisà manifestação da vida.

Pode ela ocorrer de forma brus-ca, quando um acidente físico inter-rompe a vida orgânica de um indiví-

duo minimamente saudável, ou deforma lenta e gradual, quando a ve-lhice ou determinada doença vão des-gastando, passo a passo, a vitalidadedo organismo. Nestes casos, podemosinferir que ocorreu um esgotamentototal do fluido vital, que é uma espé-cie de combustível da vida física.

O fluido vital tem participaçãofundamental na constituição dochamado “cordão de prata” ou“cordão prateado”, que é o liameque une o perispírito ao corpo físi-co desde o momento da concepçãoaté a desencarnação. Pág. 16

O Movimento Você e a Paz reúnetrinta mil pessoas em Salvador-BA

O Simpósio Catarinense deMediunidade será dia 8

Neste início de ano são pou-cos os eventos espíritas progra-mados para o nosso Estado, umfato compreensível tendo em vis-ta que muitas pessoas têm porhábito viajar nesta época do ano.Em Santa Catarina ocorre, porém,um evento importante que deve-rá reunir confrades de várias par-tes do País, pois se realizará nacidade de Itajaí, próxima de Bal-neário Camboriú, que recebe tu-ristas em grande número no mêsde janeiro.

Trata-se do Simpósio Catari-nense de Mediunidade, que serárealizado no dia 8 de janeiro de2011, das 9h às 20h, no Centro deConvenções Marejada, situado naAvenida Beira Rio, no centro deItajaí. O tema central será “O Li-vro dos Médiuns – 150 anos: umtributo a Allan Kardec”. Participa-rão os expositores Divaldo Perei-ra Franco, Nestor Masotti, JoséRaul Teixeira, Suely CaldasSchubert, Sandra Della Pola eMarta Antunes Moura. Pág. 11

A opinião d´O ImortalNo primeiro dia de janeiro o

governo da República brasileiramuda de mãos e, com isso, as es-

peranças se renovam. Às vésperasda posse dos novos dirigentes, que-remos também manifestar o que

desejamos e esperamos que ocor-ra em nossa nação nos próximosquatro anos. Editorial, pág. 2

Augusto Elias da Silva, o paida revista Reformador

Nascido em Portugal em 1848,no ano em que eclodiram nos Es-tados Unidos os fenômenos deHydesville, Augusto Elias da Sil-va tornou-se um dos pioneiros doEspiritismo no Brasil, devendo-sea ele duas importantes realizações.A primeira foi a criação e lança-mento da revista “Reformador” em21 de janeiro de 1883, com recur-sos tirados do próprio bolso, coma redação e as oficinas instaladasem seu atelier fotográfico na Ruada Carioca, 120 – 2º andar, onde

também residia com sua família. Arevista é o mais antigo periódicoespírita em circulação.

No mesmo ano, no dia 27 dedezembro, ele reuniu em sua resi-dência, como fazia semanalmente,os companheiros que mais de pertoo auxiliavam na revista “Reforma-dor”, e nesse memorável encontrofirmou-se entre os presentes o idealde fundar-se uma Sociedade nova,que federasse todos os Grupos,advindo daí, dias depois, a Federa-ção Espírita Brasileira. Pág. 6

Um bate-papo com MariaGeorgina Valente

Maria Georgina Valente(foto), natural da cidade gaúchade Rio Grande e nascida em larespírita, reside em Alvorada(RS). Vinculada à SociedadeEspírita Obreiros do Senhor, elatem também sob sua direção oDepartamento de Assuntos daFamília – DAFA, órgão da Fe-deração Espírita do Rio Gran-de do Sul (FERGS), um dos as-suntos que compõem a entrevis-ta concedida ao nosso colabo-rador Antonio Nascimento.Pág. 3

Divaldo Franco coordenouem Salvador-BA mais uma edi-ção – a 13ª – do MovimentoVocê e a Paz, cujo encerramen-to se deu no dia 19 de dezem-bro na praça do Campo Gran-

Paz, instituído por Lei Munici-pal. Na festa de encerramento,como nos dias anteriores, aspessoas presentes, inclusive osmoradores dos prédios vizi-nhos, participaram ativamente,cantando, vibrando e aplaudin-do cada momento do importan-te empreendimento em prol dapaz e da não-violência. No fi-nal, culminando a parte artísti-ca, apresentou-se o cantor ecompositor Nando Cordel, queencantou a todos.

Foram agraciadas na opor-tunidade diversas personalida-des que se destacaram em favorda paz no mundo com o Troféue Diploma Você e a Paz, umaláurea instituída pela Mansãodo Caminho no ano de 2000.Um dos agraciados de 2010 foio ator Renato Prieto (foto), quedesempenhou o papel de AndréLuiz no filme Nosso Lar. Págs.8 e 9

de, perante um público enorme,calculado em cerca de trinta milpessoas.

O dia 19 de dezembro já cons-ta do calendário oficial do muni-cípio de Salvador como o Dia da

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O IMORTALPÁGINA 2 JANEIRO/2011

EditorialEMMANUEL

No primeiro dia deste mês ogoverno da República brasileiramuda de mãos e, com isso, as es-peranças se renovam.

Este é um dos benefícios que ademocracia nos oferece – aalternância de poder, algo que évedado nos regimes ditatoriais, quese caracterizam também pela au-sência de liberdade de imprensa e,por extensão, do saudável debatedas ideias.

Às vésperas da posse dos no-vos dirigentes, queremos daquimanifestar também o que deseja-mos e esperamos que ocorra emnossa nação, sintetizado nos qua-tro pontos seguintes:

1. Absoluto respeito à liber-dade de imprensa e à independên-cia dos meios de comunicação,dois valores que foram ameaça-dos de perto no período que orase finda.

2. Observância do equilíbriodas contas do governo e a boa con-dução da economia, para que o fan-tasma da inflação, que tantos ma-les já causou ao nosso País, nãovolte a assombrar a população bra-sileira.

3. Garantia da liberdade deculto, com o reconhecimento deque nosso povo deve ter assegu-rado o direito de adotar a convic-ção religiosa que prefira, aindaque isso possa incomodar as au-

Comporta-te com a mesma fir-meza e dignidade, quando a sós ouna multidão, no lar ou fora dele.

O homem de bem é sempre omesmo, não possuindo duas facesmorais.

Trabalhando-te interiormente,

Estudando a humildade, vejamoscomo se comportava Jesus no exercícioda sublime virtude.

Decerto, no tempo em que ao mun-do deveria surgir a mensagem da Boa-Nova, poderia permanecer na glória ce-leste e fazer-se representar entre os ho-mens pela pessoa de mensageirosangélicos, mas preferiu descer, Ele mes-mo, ao chão da Terra, e experimentar-lhe as vicissitudes.

Indubitavelmente, contava com po-der bastante para anular a sentença deHerodes que mandava decepar a cabeçados recém-natos de sua condição, como fim de impedir-lhe a presença; entre-tanto, afastou-se prudentemente paralongínquo rincão, até que a descabidaexigência fosse necessariamente pros-crita.

Dispunha de vastos recursos para seimpor em Jerusalém, ao pé dos douto-res que lhe negavam autoridade no en-sino das novas revelações; contudo, re-tirou-se sem mágoa em demanda de re-mota província, a valer-se dos homensrudes que lhe acolhiam a palavraconsoladora.

Possuía suficiente virtude para hu-milhar a filha de Magdala, dominadapela força das sombras; no entanto, si-lenciou a própria grandeza moral parachamá-la docemente ao reajuste davida.

Atento à própria dignidade, era jus-to mandasse os discípulos ao encontrodos sofredores para consolá-los na an-gústia e sarar-lhes a ulceração; todavia,não renunciou ao privilégio de seguir,Ele mesmo, em cada canto de estrada, a

Ano novo, esperanças novastoridades eclesiásticas tradicio-nais.

4. Cumprimento do princípioconstitucional que estabelece queo direito à vida é um valor a serdefendido sempre, independente-mente das convicções pessoais dosque dirigem a nação.

*Falemos um pouco mais acer-

ca deste último ponto.O leitor não ignora que a ten-

tativa de ampliação legal do abor-to além das duas hipóteses já pre-vistas no Código Penal Brasileiroé algo que vez por outra vem àtona.

Durante a recente campanhaeleitoral esse foi um dos temasmais discutidos e não ficou muitoclaro o que os principais candida-tos à Presidência da República pen-savam sobre o assunto.

O argumento daqueles que de-fendem a ampliação das hipóteseslegais de aborto parte de duas pre-missas igualmente equivocadas.

A primeira: considerar que ofeto é parte do corpo materno e,como tal, compete à gestante dis-por dele quando e como desejar,ignorando-se que ali se encontraum outro ser e, ainda, as possíveisrazões que levaram esse outro sera abrigar-se no ventre da mulherque o acolhe,

A segunda: tratar o tema abor-

to como tão-somente uma questãode saúde pública, como se umagravidez pudesse ser catalogadacomo enfermidade. Ora, os casosem que a continuidade da gestaçãooferece riscos à gestante já se en-contram amparados no CódigoPenal e não existe impedimentopara que o abortamento se faça, atémesmo nos hospitais públicos. Aí,sim, estaremos diante de uma ques-tão de saúde pública, o que nãoocorre nas hipóteses que osabortistas insistem em incluir naspermissões legais, como, porexemplo, os casos em que se veri-fica a chamada gravidez indeseja-da, que pode ser evitada com osdiversos métodos anticoncepcio-nais à disposição das pessoas.

Evidentemente, não ignoramosque existem temas incompreensí-veis para os que nada admitemalém da matéria.

Os espiritualistas de qualquerconcepção religiosa conhecem,porém, o valor inestimável da exis-tência para o ser que vem a estemundo e, por isso, não podem tra-tar desse assunto como o vêm tra-tando aqueles que imaginam que avida na Terra é um processo decurtição que vale por si mesmo,sem nenhum objetivo, sem nenhu-ma preocupação, sem nenhumcompromisso com Aquele que nosdeu a vida.

Um minuto com Joanna de Ângelisfixarás os ideais de enobrecimentonos atos, que se exteriorizarão,sempre iguais, nas mais variadassituações.

O homem consciente das suasresponsabilidades tem uma só con-duta, seja na vida privada ou na

Jesus e humildadefim de ofertar-lhes alívio e esperança,fortaleza e renovação.

Certo, detinha elementos para des-fazer-se de Judas, o aprendiz insensato;porém, apesar de tudo, conservou-o atéo último dia da luta entre aqueles quemais amava.

Com uma simples palavra, poderiaconfundir os juizes que o rebaixavamperante Barrabás, autor de crimesconfessos; contudo, abraçou a cruz damorte, rogando perdão para os próprioscarrascos.

Por fim, poderia condenar Saulo deTarso, o implacável perseguidor, a pe-nas soezes, pela intransigência perver-sa com que aniquilava a plantação doEvangelho nascente; mas buscou-o, empessoa, às portas de Damasco, visitan-do-lhe o coração, por sabê-lo enganadona direção em que se movia.

Com Jesus, percebemos que a hu-mildade nem sempre surge da pobrezaou da enfermidade que tanta vez somen-te significam lições regeneradoras, e simque o talento celeste é atitude da almaque olvida a própria luz para levantaros que se arrastam nas trevas e que pro-cura sacrificar a si própria, nos carreirosempedrados do Mundo, para que os ou-tros aprendam, sem constrangimento oubarulho, a encontrar o caminho para asbênçãos do Céu.

JOANNA DE ÂNGELIS,mentora espiritual de Divaldo P.Franco, é autora, entre outros li-vros, de Episódios Diários, doqual foi extraído o texto acima.

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EMMANUEL, que foi o mentor es-piritual de Francisco Cândido Xavier ecoordenador da obra mediúnica do sau-doso médium mineiro, é autor, entre ou-tros livros, de Religião dos Espíritos,do qual foi extraído o texto acima.

pública, caracterizando-se pela re-tidão, que lhe expressa a grandezado ideal esposado.

Se adquires o hábito da dissi-mulação, em breve derraparás nahipocrisia e na pusilanimidade.

Exercitando-te na concentraçãodos pensamentos superiores, elesfluirão pelos teus atos no lar, noserviço e nas horas de recreio.

O lar é a sociedade miniaturi-zada nas fronteiras domésticas.

Aí se forjam os valores indis-pensáveis para o crescimento inte-lecto-moral do indivíduo, prepa-rando-o para o mundo.

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O IMORTALJANEIRO/2011 PÁGINA 3

Maria Georgina Valente(foto), natural da cidade gaúchade Rio Grande e nascida em larespírita, reside em Alvorada(RS), atua na Sociedade EspíritaObreiros do Senhor e tem sob suadireção o Departamento de As-suntos da Família – DAFA, ór-gão da Federação Espírita do RioGrande do Sul (FERGS). Mãe dequatro filhos e avó de dois netos,desde muito jovem aceitou o cha-mamento para a evangelização decrianças e da família. E junto comseu esposo, Valmor, continuaesse trabalho na FERGS, que,como sabemos, coordena o mo-vimento espírita no seu Estado.

Eis, a seguir, a entrevista quegentilmente ela nos concedeu:

O Imortal: Na Sociedade Es-pírita Obreiros do Senhor, quaisas suas atividades?

Minha participação se faz nadireção do grupo de estudos, naexposição doutrinária, e nas ati-vidades mediúnica e dos passes.

O Imortal: Que tarefas jáexerceu no movimento espírita?

Desde muito jovem tenho tra-balhado em vários setores e emvários Estados e cidades do Bra-sil. No movimento espírita jáexerci a vice-presidência do C.E.Francisco de Assis em Macapá,do qual meu esposo era presiden-te e onde também instituímos edirigimos o DIJ – Departamentode Infância e Juventude. Fui tam-bém diretora do DIJ na Casa doPequenino, SE; diretora do DIJno Instituto E. Francisco de Mon-te Alverne, DF, e diretora do DIJe do DAFA da UDE Partenon,Porto Alegre, RS.

ANTONIO AUGUSTONASCIMENTO

[email protected] Santo Ângelo, RS

“A família enfrenta os problemas resultantes daépoca da grande transição em que vivemos”

frentando os problemas resultantesda época da grande transição emque vivemos. Um momento degrandes desafios, testemunhos edores. Vivemos a era do imedia-tismo, em que a satisfação plenade nossos desejos é, para muitos, acoisa prioritária, pouco importan-do o bem do outro. Ao lado dessarealidade, encontramos irmãos va-lorosos, operantes no bem, no exer-cício do amor ao próximo, traba-lhando pela implantação do mun-do de regeneração.

O Imortal: Ao longo de 2010você desenvolveu uma série deseminários no Estado sobre otema Família – “Onde foi queerrei?” Como surgiu esse tema?

Reconhecemos o sucesso alcan-çado no Seminário Onde foi queerrei?, tema que aborda as questõesque falam de perto aos corações afli-tos dos lares de nosso tempo. Rea-lizamos o Seminário Estadual daFamília em Porto Alegre, SantoÂngelo, Cruz Alta, Caçapava doSul, Alvorada, Uruguaiana, Pelotase Bagé, e estamos acertando agen-da ainda com Torres e, para 2011,com Rosário do Sul, Jaguarão e SãoGabriel. “Onde foi que errei? é apergunta que nos fazemos quandoreconhecemos que “fracassamos”,que deu “tudo errado”, que deverí-amos ter “agido diferente”. Diantedas questões familiares, nosso se-minário tem tentado levar as respos-tas através das oficinas que abor-dam a gestação, o casamento, os

relacionamentos pais e filhos, a vi-olência, a sexualidade (bem comoa homossexualidade), a convivên-cia com o idoso, e o Evangelho nolar. Nosso Seminário realizado emUruguaiana teve a participação denossos irmãos argentinos e uruguai-os, alcançando um público recordeem eventos do DAFA. Ressaltamosque nossa equipe de facilitadorestem levado os temas abordados combrilhantismo, entusiasmo ecriatividade, desta forma divulgan-do e multiplicando os nossos obje-tivos na evangelização da família.

O Imortal: Que experiênciasou lições tem a relatar dessas ati-vidades?

Para nossa alegria, o públiconão-espírita também se fez presen-te participando ativamente dos de-bates realizados, nos quais ressal-tamos o papel consolador da Dou-trina Espírita no esclarecimento deque nossos erros prendem-se àexistência de “um passado”, emque certamente nos compromete-mos com experiências malconduzidas. O momento dosquestionamentos não apenas nospossibilita a necessidade de obterrespostas, mas também sair da“zona de remorso”, procurandocaminhos de recuperação e solu-ções para o conflito, esperança ecrescimento espiritual. Cada via-gem representou para a equipe umagrande oportunidade de encontroe troca de experiências, onde osrelatos e desabafos deram início auma nova caminhada na jornada detestemunhos terrestres com maisesperança e fé. Isso foi gratifican-te!

O Imortal: Como percebe asituação atual da família em facedos novos desafios trazidos peloSéculo 21?

É um momento especial... O

O Imortal: Sabemos que vocêtem forte atuação no setor da fa-mília. Por que essa vinculação?

Iniciamos o trabalho de evange-lização da criança aos 13 anos deidade e já se passaram 44 anos.Evangelizando as crianças fomossentindo um compromisso maiorque se estendia à evangelização tam-bém dos pais. Moramos quatro anosem Aracaju (SE) e nessa ocasiãofomos convidada para evangelizarcrianças em um sítio em São Cris-tóvão. Nosso trabalho envolvia umaequipe de trabalhadores em que al-guns elaboravam a alimentação,outros atendiam na horta, na evan-gelização... Íamos pela manhã evoltávamos à tarde. A Luisa dirigiao trabalho no sítio de sua proprie-dade, mas os pais ficavam ociosos.Iniciamos, então, a convite da dire-ção, um trabalho direcionado aosinteresses daqueles pais, que procu-ravam auxílio material, mas tam-bém consolo e esclarecimento paraas suas dores. Começamos, assim,o trabalho com as famílias, do queguardo na alma a lembrança do maisbelo cartão de visita da natureza, quese descortinava em cenário para asnossa preces ao Criador. Quandovoltamos ao Sul, para Porto Alegre,sentimos que trazíamos na alma umclamor que nos levava ao encontroda necessidade de engrossar as equi-pes de trabalhadores que tentavamminimizar os conflitos da grandefamília humana. Atualmente, na di-reção do Departamento de Assun-tos da Família (DAFA), da FERGS,temos a oportunidade de efetivarjunto a uma equipe de irmãos qua-lificados, responsáveis e abnegados,um trabalho voltado aos dramas queassolam os relacionamentos fami-liares.

O Imortal: Como se encontraa família atualmente?

A família está, atualmente, en-

grande desenvolvimento cientí-fico, as grandes conquistas con-trastam com o grande atraso mo-ral, o materialismo, a egolatria...Esta é também uma época degrandes projetos sociais, proje-tos pedagógicos exemplares, leisvoltadas aos direitos dos ho-mens. Parece-nos que vivemosem pesos e medidas que não seentrosam, representam valoresopostos na grande balança daevolução humana. Nesse con-texto, a família estará à deriva,se não tiver por “leme” seguroas leis de amor, exemplificadaspor Jesus. Enquanto trabalhado-res do Departamento de Assun-tos da Família, podemos auxili-ar para que o bem se instale efe-tivamente na Terra e, quanto aisso, estamos otimista, pois ve-mos em muitos lugares ativida-des anônimas sendo desenvolvi-das, por meio de caravanas ahospitais, lares, presídios, casasgeriátricas, escolas. Num traba-lho silencioso e amoroso, sãocomo braços de Jesus em auxí-lio aos necessitados da Terra.Neste início de século vemos,pois, muitas dores, mas tambémmuito trabalho de abnegação:mãos que pedem e que socor-rem, lamento e consolo, igno-rância e esclarecimento. Acredi-tamos ser este o nosso desafio:minimizar as dores, enquantoespíritas conscientes, ante o quenos apresenta o Século 21. (Con-tinua na pág. 10.)

Entrevista: Maria Georgina Anchieta Valente

Maria Georgina Valente

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O IMORTALPÁGINA 4 JANEIRO/2011

De coração para coração

Já vimos em ocasião anterior queos planetas são classificados pelo Es-piritismo em cinco categorias princi-pais e que nos chamados mundos deexpiação e provas, que é a atual con-dição da Terra, o mal predomina. Essa,exatamente essa, a razão por que nes-te planeta o homem vive a braços comtantas dores, misérias e sofrimentos.

Em nossa casa planetária, diz San-to Agostinho (Espírito), os Espíritosem expiação são, se assim se pode di-zer, seres estrangeiros, pessoas que jáviveram em outros mundos. Mas nemtodos os Espíritos que se encarnamneste planeta aqui nascem por neces-sidade de expiação. Os chamados sel-vagens são formados geralmente deEspíritos que apenas saíram da infân-cia espiritual e que na Terra se acham,por assim dizer, em curso de educa-ção, para se desenvolverem pelocontacto com Espíritos mais adianta-dos.

Além dos Espíritos em processoexpiatório e dos selvagens, há no pla-neta, sempre de acordo com a infor-

mação dada por Santo Agostinho, ascoletividades semicivilizadas, consti-tuídas de Espíritos situados num grauintermediário, que praticamente sem-pre estiveram em nosso planeta e aquise elevaram pouco a pouco, em lon-gos períodos seculares.

Tais informações, constantes docap. 3 do livro O Evangelho segundoo Espiritismo, de Kardec, publicadoem abril de 1864, foram sancionadas84 anos depois, como podemos ver nolivro Voltei, de Irmão Jacob, obra psi-cografada por Chico Xavier, concluí-da em fevereiro de 1948. Segundo seuautor, viviam na época em nosso pla-neta quase dois bilhões de individua-lidades humanas, dos quais mais dametade era constituída por Espíritossemicivilizados ou bárbaros e somen-te 30%, divididos pelos vários conti-nentes do globo, estavam aptos àespiritualidade superior.

À vista de tais números, vê-se porque a felicidade na Terra é algo tãodistante. Mas é encarnando-se aqui,nesta escola imensa, que a criatura

conseguirá edificar as bases de suaventura real, pelo trabalho e pelo sa-crifício, a caminho das mais sublimesaquisições com vistas à vida eterna.

A sabedoria de Deus permite, tam-bém, que um dia a própria Terra saiado estágio de expiação e provas e pas-se à condição de um mundo de rege-neração, uma vez que nosso globoestá, como tudo na Natureza, subme-tido à lei do progresso. O progressoda Terra far-se-á, então, nos dois sen-tidos – o sentido material e o moral.Materialmente, pela transformaçãodos elementos que a compõem. Mo-ralmente, pela depuração dos Espíri-tos encarnados e desencarnados que apovoam.

Sabemos que esses progressos re-alizam-se paralelamente, visto que omelhoramento da habitação guardarelação com o aprimoramento do ha-bitante. É assim que, fisicamente, oglobo terráqueo tem experimentadotransformações que o vêm tornandosucessivamente habitável por serescada vez mais aperfeiçoados, ao mes-

Uma escola chamada Terra

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO - [email protected] Londrina

mo tempo em que nele se desenvolvea inteligência, se eleva o senso morale se abrandam os costumes.

Mas, para que a felicidade imperena Terra, será preciso que somente apovoem Espíritos bons e que apenasao bem se dediquem, um fato que éfavorecido pela possibilidade de mi-gração entre os habitantes dos diferen-tes planetas.

Essa migração planetária faz par-te do processo evolutivo. Os que pra-ticam o mal pelo mal, ainda não toca-dos pelo sentimento do bem, não maissendo dignos do planeta transforma-do, são dele excluídos, uma vez quesua presença constituiria obstáculo aoprogresso, indo esses Espíritos expiaro endurecimento de seus corações emmundos inferiores ou em raças moral-mente mais atrasadas existentes naprópria Terra. Substituí-los-ão Espíri-tos melhores, que concorrerão paraque reinem no seio do planeta a justi-ça, a paz e a fraternidade.

A Terra não terá, contudo, de setransformar por meio de algum cata-clismo que aniquile de súbito umageração. As velhas gerações desapa-recem gradualmente e gerações novaslhes sucedem do mesmo modo, semque haja mudança alguma na ordemnatural das coisas. Em cada criançaque nasce, em vez de um Espírito atra-sado e inclinado ao mal, que antes nelaencarnaria, pode vir um Espírito maisadiantado e propenso ao bem.

Segundo o Espiritismo, a transiçãopara um novo mundo já se iniciou. Di-gamos que os primeiros passos foramdados. Vivemos, de acordo com o Es-piritismo, um período intermediário emque os elementos das duas gerações seconfundem. A cada dia assistimos àpartida de uns e à chegada de outros. E

o objetivo, de acordo com os Espíritossuperiores, é a Terra transformar-se emum mundo de regeneração, um passoimportante para que ela também, pros-seguindo no seu progresso ininterrupto,atinja planos cada vez mais altos, atéchegar à perfeição a que todos nósestamos destinados.

O quadro do chamado final dostempos foi descrito por Jesus e Mateuso registrou no cap. 24 do seu Evange-lho:

“E ouvireis falar de guerras e derumores de guerras; olhai, não vosassusteis, porque é mister que issotudo aconteça, mas ainda não é o fim.Porquanto se levantará nação contranação, e reino contra reino, e haveráfomes, e pestes, e terremotos, em vá-rios lugares. Mas todas estas coisassão o princípio de dores. Então voshão de entregar para serdes atormen-tados, e matar-vos-ão; e sereis odia-dos de todas as nações por causa domeu nome.

Nesse tempo muitos serão escan-dalizados, e trair-se-ão uns aos outros,e uns aos outros se odiarão. E surgi-rão muitos falsos profetas, e engana-rão a muitos. E, por se multiplicar ainiquidade, o amor de muitos esfria-rá. Mas aquele que perseverar até aofim será salvo. E este evangelho doreino será pregado em todo o mundo,em testemunho a todas as nações, eentão virá o fim.”

As palavras de Jesus mostram comabsoluta clareza que Ele não se refe-ria ao fim do globo, mas ao fim dasguerras, das dores, da iniquidade e àvitória final do evangelho do reino, umfato compreensível se tivermos emconta que viverá na Terra, por essaépoca, uma geração interessada nobem e na caridade.

Eis oito exemplos de constru-ções errôneas:1. O jogador foi expulso porquerevidou o pontapé.2. O rapaz passou o veículo emlombada.3. Quanto é três mais quatro?4. O arroz pegou no fundo da pa-nela.5. Ninguém, na Fórmula 1, seombreará ao Ayrton Senna.6. Com as chuvas registrou-se per-ca quase total da safra.7. A União Europeia desaprovou ainvasão à Coreia do Norte.8. Raivoso, o cão investiu em nós.

Pílulas gramaticaisAgora, as mesmas construções

devidamente corrigidas:1. O jogador foi expulso porquerevidou ao pontapé.2. O rapaz ultrapassou o veículoem lombada.3. Quantos são três mais quatro?4. O arroz pegou-se ao fundo dapanela.5. Ninguém, na Fórmula 1,ombreará com Ayrton Senna.6. Com as chuvas registrou-se per-da quase total da safra.7. A União Europeia desaprovou ainvasão da Coreia do Norte.8. Raivoso, o cão investiu sobre nós.

Paulo pergunta-nos: “Que diz oEspiritismo a respeito do purgatórioe do inferno?”.

Contrariamente ao que muitospensam, o Espiritismo não nega o pur-gatório; antes, pelo contrário, demons-tra sua necessidade e justiça, e vai mes-mo além: ele o define. O purgatórioseria o próprio planeta, onde expiamosos erros do passado e nos depuramos,graças às existências sucessivas que oCriador nos concede. Quanto ao infer-no, ensina o Espiritismo que ele nãotem existência real. O inferno não éum lugar, mas, sim, um estado de es-pírito, expressão utilizada anos atráspelo papa João Paulo II.

Com efeito, o inferno foi descritocomo uma imensa fornalha, mas seriatambém assim compreendido pela altateologia? Evidentemente que não. Elasabe e o diz muito bem que isto é umasimples figura, que o fogo que ali se

téria e dos fenômenos que lhes im-pressionavam os sentidos físicos.

Mas também foi ele quemenfatizou a ideia de que Deus é Paimisericordioso e bom e afirmou que,das ovelhas que o Pai lhe confiou,nenhuma se perderia.

Ensina a Doutrina Espírita a talrespeito:

A duração do castigo é subordi-nada ao melhoramento do Espíritoculpado. Nenhuma condenação portempo determinado é pronunciadacontra ele. O que Deus exige, parapôr um fim aos sofrimentos, é o ar-rependimento, a expiação e a repa-ração; em uma palavra, um melho-ramento sério e efetivo, uma voltasincera ao bem. O Espírito é, assim,o árbitro de sua própria sorte; suapertinácia no mal prolonga-lhe os so-frimentos; seus esforços para fazero bem os minoram ou abreviam.

O Espiritismo respondeconsome é um fogo moral, símbolo dasdores mais intensas e cruciantes.

Podemos dizer o mesmo com re-lação à eternidade das penas. Se fossepossível pôr-se essa questão a votos,para se conhecer a opinião íntima detodos os homens que raciocinam e seacham no caso de compreendê-la,mesmo entre os mais religiosos, ver-se-ia para que lado pende a maioria,porque a ideia de uma eternidade desuplícios é a negação da infinita mi-sericórdia de Deus e não tem suportenos ensinamentos do Cristo.

Jesus valeu-se, é verdade, das fi-guras do inferno e do fogo eterno, maso fez para pôr-se ao alcance da com-preensão dos homens de sua época. Asimagens fortes que utilizou eram, en-tão, necessárias para impressionar aimaginação de indivíduos que poucoentendiam das coisas espirituais e cujarealidade estava mais próxima da ma-

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O IMORTALJANEIRO/2011 PÁGINA 5

efeitos luminosos de seus corpos es-pirituais, para não humilhar os quesofrem com a exibição de seus re-cursos. A excursão tornou-se menosagradável. Eles desciam através dedespenhadeiros de longa extensão. Asombra fizera-se mais densa e a ven-tania mais lamentosa e impressio-nante. Depois de algum tempo demarcha, viram um grande castelo ilu-minado: era um dos Postos de So-corro de Campo da Paz. Pesadosmuros cercavam o Posto. Anicetomoveu imperceptível campainha,disfarçada na muralha. Dentro doPosto, pomares e jardins maravilho-sos perdiam-se de vista. A sombra aíjá não era tão intensa. Eles se senti-am banhados em suavidade crepus-cular, graças aos grandes focos de luzradiante. Pavilhões de vulto alinha-vam-se como se estivessem diante deprodigioso educandário. Árvores se-nhoris, semelhantes ao carvalho, seenfileiravam. Havia mais luz no céue o vento era mais fagueiro. Anicetoexplicou que a paz refletia ali o es-tado mental dos que viviam naquelepouso de assistência fraterna. “ANatureza é mãe amorosa em todaparte, acentuou o instrutor, mas cadalugar mostra a influenciação dos fi-lhos de Deus que o habitam.” (Cap.15, pp. 85 e 86; cap. 16, pp. 87 e 88)

22. O quadro de FlorentinoBonnat - A sede do Posto de Socor-ro foi construída à maneira de for-moso castelo europeu dos temposfeudais. As escadas de substânciaidêntica ao mármore impressiona-vam por sua beleza. Uma varandaextensa e enfeitada de hera florida,diferente da conhecida na Terra, davaacesso a um vasto salão mobiliadoao gosto antigo. Nas paredes, qua-dros maravilhosos. Uma tela deBonnat, representando o martírio deSão Dinis, o apóstolo gaulêssupliciado nos primeiros tempos doCristianismo, enfeitava o salão.André Luiz informou ao administra-dor do Posto de Socorro que o origi-

Continuamos a apresentar o tex-to condensado da obra “Os Mensa-geiros”, de André Luiz, psicografa-da pelo médium Francisco CândidoXavier e publicada pela editora daFederação Espírita Brasileira.

Questões preliminaresA. Na viagem até à Crosta, o

grupo utilizou a volitação?R.: No início, sim, o pequeno

grupo valeu-se da volitação. Masdepois de um certo tempo, avolitação tornou-se difícil e o grupopassou a caminhar. (Obra citada,cap. 15, págs. 82 a 86.)

B. Que aspectos do Posto deSocorro ligado a “Campo da Paz”chamaram a atenção de AndréLuiz?

R.: Tudo ali chamou a atençãode André, que diz que pesados mu-ros cercavam o Posto e, dentro dele,pomares e jardins maravilhosos per-diam-se de vista. A sombra ali já nãoera tão intensa. Eles se sentiam ba-nhados em suavidade crepuscular,graças aos grandes focos de luz ra-diante. Pavilhões de vulto alinha-vam-se como se estivessem diantede prodigioso educandário. Árvoressenhoris, semelhantes ao carvalho,se enfileiravam. Havia mais luz nocéu e o vento era mais fagueiro.Aniceto explicou que a paz refletiaali o estado mental dos que viviamnaquele pouso de assistência frater-na. “A Natureza é mãe amorosa emtoda parte, acentuou o instrutor, mascada lugar mostra a influenciaçãodos filhos de Deus que o habitam.”(Obra citada, cap. 15, pp. 85 e 86.)

C. Que lições podemos extrairdo caso Alfredo?

R.: Duas são as lições que essecaso nos apresenta. A primeira, tal-vez a mais importante, é que jamaisdevemos agir com precipitação nemjulgar ninguém com base nas apa-rências. Como diz o autor da obra, épreciso primeiro conhecer o preçoda felicidade, para não menosprezar,de novo, as bênçãos de Deus, e éigualmente necessário aprender asubir na escala evolutiva. (Os Men-sageiros, cap. 17, pp. 93 a 96.)

Texto para leitura21. Campo da Paz - A conselho

de Aniceto, o grupo interrompeu os

nal daquele quadro, segundo sabia,encontrava-se no Panteão de Paris.Alfredo, o gentil anfitrião do peque-no grupo, retrucou dizendo que, naverdade, aquele quadro fora feito pornobre artista cristão, numa cidade es-piritual ligada à França. Em fins doséculo passado, o grande pintorBonnat, durante o sono, visitouaquela colônia e viu o quadro, de-pois reproduzido por ele em tela queficou célebre no mundo inteiro.Muitas criações artísticas são obrasdos homens, mas nem todas são ori-ginariamente da Terra, disse ele.(Cap. 16, pp. 88 a 91)

23. Efeitos da guerra - Ismália,a gentil companheira de Alfredo,administrador do Posto de Socorro,serviu aos visitantes frutos diversos.Alfredo, a uma pergunta de Aniceto,relatou que as zonas a que eles ser-viam estavam repletas de novidadesdolorosas. Vibrações contraditóriasemanadas da Crosta eram de moldea enfraquecer qualquer pessoa me-nos decidida. Desencarnados e en-carnados empenhavam-se em bata-lhas destruidoras. Aumentou muitoo número de necessitados que recor-riam ao Posto. A produção de ali-mentos e remédios estava sendo in-tegralmente absorvida pelos famin-tos e doentes. Apesar de contar com500 cooperadores, eles se sentiamincapazes de atender a todas as obri-gações. (Cap. 17, pp. 92 e 93)

24. O caso Alfredo - Ismália eAlfredo formavam um par feliz naúltima existência, mas salteadoresperversos espreitavam sua ventura.Com muita responsabilidade nocampo dos negócios, Alfredo nãoatendia, como devia, aos deverespara com o lar e os dois filhinhos docasal. Ismália era a providência desua casa e sofrera, calada, o assédiode um sócio do marido, que a perse-guira por alguns anos seguidos, semsucesso. Como vingança, o sóciocomeçou a caluniá-la junto aoAlfredo. Dando ouvidos à calúnia,

Alfredo sentiu que o relacionamen-to no lar tornava-se aos poucos in-tolerável. Em qualquer gesto da es-posa, ele via maldade e tentava des-cobrir segundas intenções. Por fim,o sócio subornou um homem que seocultaria dentro da casa de Alfredopara ser por ele visto dali saindo, ematitude suspeita. Alfredo, avisado dasuposta traição da mulher, pensouque Ismália tivera um encontro. Emextremo desespero, ele penetrou osaposentos do casal onde Ismália re-pousava e a acusou. Tomou depoisuma arma e atirou várias vezes ten-tando atingir o vulto que fugia de suacasa, esgueirando-se na sombra...Olhos congestos, vomitando insul-tos, quis eliminar a esposa, banhadaem lágrimas a seus pés. Mas algumacoisa, que ele nunca pôde compre-ender na Terra, paralisou-lhe o bra-ço. Vociferando blasfêmias, Alfredoafastou-se do lar. Estava rompido ocasamento. Ismália foi devolvida àcasa paterna, destituída do contatocom os filhos, que ficaram com opai. Dois anos depois, entre as an-gústias da saudade e do abandono,Ismália foi colhida pela tuberculo-se, falecendo em terrívelmartirológio moral. Tempo depois,Alfredo soube que tudo fora umafarsa. O ex-sócio, momentos antesde desencarnar, contou-lhe toda ahistória. A loucura irremediável otranstornou e foi assim que regres-sou ao mundo dos Espíritos, em tris-tes condições espirituais. Ismália oamparou nos momentos mais difí-ceis, mas, residindo num plano su-perior, ele não podia agora contarcom sua presença permanente. Erapreciso primeiro conhecer o preçoda felicidade, para não menospre-zar, de novo, as bênçãos de Deus, eera igualmente necessário aprendera subir na escala evolutiva. Esse omotivo por que não haviam recebi-do ainda a devida permissão para odefinitivo consórcio espiritual.(Cap. 17, pp. 93 a 96)

MARCELO BORELA DEOLIVEIRA

[email protected] Londrina

Estudando a série André Luiz

Os MensageirosAndré Luiz

(5ª Parte)Frases e apontamentos

aimportantes44. Os homens, de modo geral,

não se modificam com a morte físi-ca, como a troca de residência nãosignifica mudança de personalidadepara a criatura comum. (André Luiz,cap. 16, pág. 87)

45. Ocultar a própria glória é docódigo do bom-tom nas sociedadesespirituais nobres e santas. (AndréLuiz, cap. 16, pág. 87)

46. A Natureza é mãe amorosaem toda a parte, mas cada lugarmostra a influenciação dos filhos deDeus que o habitam. (...) Esta pazreflete o estado mental dos que vi-vem neste pouso de assistência fra-terna. (Aniceto, cap. 16, pág. 88)

47. Estou resgatando crimes deprecipitação. Pela impulsividadedelituosa, perdi minha paz, meu lar eminha devotada companheira. (...) Acalúnia é um monstro invisível, queataca o homem através dos ouvidosinvigilantes e dos olhos despreveni-dos. (Alfredo, cap. 17, pág. 96)

48. A Humanidade parece pre-ferir a condição de eterna criança.Faz e desfaz os patrimônios da civi-lização, como se brincasse com bo-necas. (Alfredo, cap. 18, pág. 98)

49. Em vão a guerra desfecharádesencarnações em massa. Essesmesmos mortos pesarão na econo-mia espiritual da Terra. Enquantohouver discórdia entre nós, pagare-mos doloroso preço em suor e lágri-mas. (Aniceto, cap. 18, pp. 99 e 100)

50. É da lei divina que nos enten-damos e nos amemos uns aos outros.Todos sofreremos os resultados do es-quecimento da lei, mas cada um seráresponsabilizado, de perto, pela cota dediscórdia que haja trazido à famíliamundial. (Aniceto, cap. 18, pág. 100)

51. Todos os dias somos cura-dos por Jesus e todos os diasconduzimo-lo ao madeiro. Nossasobras estão reduzidas quase a sim-ples recapitulações que fracassamsempre. (Ismália, cap. 18, pág. 100)

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O IMORTALPÁGINA 6 JANEIRO/2011

O IMORTAL na internetAlém de circular com seu formato impresso, o jornal O

Imortal pode ser visto também na internet, bastando para issoacessar o site www.oconsolador.com, em cuja página inicialhá um link que permite o acesso do leitor às últimas ediçõesdo jornal, sem custo algum.

Para contactar a Redação do jornal, o interessado deve uti-lizar este e-mail: [email protected].

Augusto Elias da Silvareencarnou em Portugal em 1848,justamente no ano em que uma ondade renovação espiritual, como fogoem palha seca, se irradiaria deHydesville para o mundo todo.Como sabemos, em 31 de março de1848 registraram-se no pequeno po-voado americano os fenômenos quedariam, anos depois, origem à Dou-trina Espírita.

Fotógrafo, Elias da Silva desper-tou para o Espiritismo aos 33 anosde idade, como ele mesmo contoupelas páginas da revista “Reforma-dor” de 1º de setembro de 1891:

“Em 1881, fui convidado a as-sistir a uma sessão na sala da Socie-dade Acadêmica Deus, Cristo e Ca-ridade, à rua da Alfândega nº 120.As minhas convicções nesta épocaeram as do mais lato indiferentismoreligioso, não tendo a menor parce-la de dúvida sobre a não existênciada alma. Não admitindo os fenôme-nos das diversas religiões, só vianelas agrupamentos de ociosos eamigos de dominar, explorando a ig-norância das massas, geralmente su-persticiosas e inclinadas ao sobrena-tural.

Foi-me aconselhada a leitura dasobras do imortal Kardec. Pela leitu-ra, despertou-se-me o desejo de ve-rificar experimentalmente as teoriasque ia bebendo, e comecei a frequen-tar as sessões dos grupos e socieda-des então existentes, ondegradativamente fui recebendo as pro-vas mais robustas da manifestaçãodos que eu chamava mortos”.

Na segunda sessão de que parti-cipou, trabalhou como médium so-nâmbula a esposa do confradeMonteiro de Barros, a qual, não ten-do nessa ocasião produzido trabalhoalgum intelectual, caiu, em estadosonambúlico, ajoelhada da cadeiraem que se achava e nessa posiçãoficou mais de vinte minutos, com osbraços erguidos, na mais absolutaimobilidade. Pelos trabalhos de suaprofissão como fotógrafo, Elias da

Augusto Elias da Silva, o pioneiroque não podemos esquecer

Silva conhecia a dificuldade de semanter tal posição no estado normal ea esse fato, embora longe de modifi-car suas ideias, devia ele odespertamento do desejo de investi-gar as leis que o determinaram.

Entre os fatos que observou, elemencionou alguns que, embora co-muns, muito o impressionaram. Aosfatos seguiu-se o estudo e, a partir daí,estudando com ardor as obras de Kar-dec e todas as demais que adquiriupara aumentar seus conhecimentosacerca da Doutrina, em pouco tempoElias da Silva manifestou firme von-tade de servir à Causa, tornando-seativo membro da Comissão Confrater-nizadora da Sociedade AcadêmicaDeus, Cristo e Caridade. Fundou, emseguida, o “Grupo Espírita Menezes”.

Fundar e conservar um órgão depropaganda espírita no Brasil era, na-quela época, algo que poucos conse-guiriam realizar, uma vez que todasas baterias do Catolicismo estavam as-sestadas contra o Espiritismo. Ampa-rado e com o apoio dentro do lar deduas almas boas e valorosas, sua so-gra Maria Baldina da Conceição Ba-tista e sua esposa Matilde Elias da Sil-va, com quem teve um filho tambémchamado Augusto, ambas espíritasconvictas, Elias da Silva lançou entãoa revista “Reformador” em 21 de ja-neiro de 1883, com recursos tiradosdo seu próprio bolso, sendo a redaçãoe as oficinas instaladas em seu atelierfotográfico na Rua da Carioca, 120 –2º andar, onde também residia com suafamília.

Em 27 de dezembro de 1883Elias da Silva reuniu em sua residên-cia, como sempre o fazia semanal-mente, os companheiros que mais deperto o auxiliavam na revista “Re-formador”. Nesse memorável dia,firmou-se entre os presentes o idealde fundar-se uma Sociedade nova,que federasse todos os Grupos pormeio de “um programa equilibradoou misto” e que difundisse por to-dos os meios o Espiritismo, princi-palmente pela imprensa e pelo livro.Foi assim que, no primeiro dia de ja-neiro de 1884, uma terça-feira, reu-nidos na residência de Elias da Sil-va, um grupo de espíritas, movidospela fé e pela coragem, entre osquais, além da sogra e da esposa dochefe da casa, estavam os confradesFrancisco Raimundo Ewerton Qua-dros, Manuel Fernandes Figueira,Francisco Antônio Xavier Pinheiro,João Francisco da Silveira Pinto,Romualdo Nunes Vitório, Pedro daNóbrega, José Agostinho MarquesPorto, decidiu pela instalação daFederação Espírita Brasileira.

Sua última função na FEB foi ocargo de tesoureiro, para o qual foieleito nas eleições de 2-3-1888, masfoi esse o último ano em que exer-ceu funções diretas na Diretoria, porsua própria deliberação, o que nãoimpediu que continuasse a frequen-tar as sessões da FEB, ombro a om-bro com os antigos companheiros delides doutrinárias, com eles estudan-do um sem número de questões eproblemas relacionados a pontos deDoutrina e à orientação geral do Es-piritismo em nossa terra, além doque propagava da tribuna os princí-pios espiríticos. Em face de suaconstância nos trabalhos realizadospela entidade, pode-se dizer que,quase até o fim de sua existência, aFederação Espírita Brasileira foipara Elias da Silva seu segundo lar,lar a que dedicou todo o seu amor eseu trabalho.

Algum tempo depois, minadoseu organismo pela tuberculose pul-monar, aguardou ele sobre uma camaa hora em que passaria deste para ooutro mundo, o que se deu no dia 18de dezembro de 1903.

THIAGO [email protected]

De Curitiba

Augusto Elias da Silva

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O IMORTALJANEIRO/2011 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

Jacques Aboab

Nascido em Constantinopla (Is-tambul), capital da Turquia, no dia15 de abril de 1889, Jacques Aboabdesencarnou no Rio de Janeiro em5 de fevereiro de 1969.

Judeu de nascimento, filho deBenedito Aboab e Clarisse Aboab,viveu toda a sua infância na Argé-lia, no norte da África. Na adoles-cência, transferiu residência para aFrança, ganhando duramente a vidacom o suor do seu rosto, nessa la-boriosa tarefa de todos os dias.

Aprendeu a falar corretamente oidioma francês. Ainda como masca-te, percorreu vários países da Euro-pa e do Oriente próximo, principal-mente a Grécia e o Egito. Posterior-mente viajou para a América do Sul,percorrendo vários países. Por fim,fixou residência definitiva no Brasil,que, com o seu espírito nômade, per-correu todo, repetindo aqui a experi-ência adquirida na França, no cons-tante labor pela sobrevivência.

Com o seu baú de miudezas, iade porta em porta, no contato coma nossa gente, e amou profunda-mente a Pátria brasileira, adotando-a como sua. Em suas andanças co-nheceu a excelência da DoutrinaEspírita, quando se encontrava noRecife, Pernambuco.

A convite de amigos visitou a“Casa dos Espíritas de Pernambuco”,no bairro das Graças. Foi o seu pri-meiro contato com a Doutrina, de quese fez adepto sincero e fervoroso.Como judeu, estava acima de quais-quer discriminações raciais, haven-do aceitado os Evangelhos de Jesusde todo o seu coração.

Transferindo-se para o Rio de

Janeiro em definitivo, aqui se iniciouno “Ide e pregai”, percorrendo osCentros Espíritas, levando sua pala-vra e a sua fé imorredoura nas pro-messas de Jesus, que amou com todaa sua alma de crente.

Em sua loja, na Rua MoncorvoFilho, fundou o Grupo Espírita AndréLuiz, hoje situado na Rua Jiquibá, naPraça da Bandeira, em sede própria.

Logo começou a ser solicitado paraorador de Semanas Espíritas, confrater-nizações e outros acontecimentos. Via-jou por vários Estados do Brasil, levan-do sua palavra evangelizada. Onde querque se organizasse uma Semana Espíri-ta, lá estava o Jacques, como ave canora,

com sua ternura, seu amor e o desejosincero de evangelizar as massas.

Como espírita Jacques deixouuma folha enorme de serviços pres-tados. Fundou várias Instituições,trabalhou e cooperou eficientemen-te, na certeza absoluta da imortali-dade da alma, dando tudo de si, comoespírita, como amigo e como irmão.Como pregador, muito se destacouna Seara, pela sua maneira dócil einterpretativa dos textos e das pará-bolas evangélicas, vivendo-as comsentimento e ternura sem igual, pren-dendo a atenção da assistência queacorria em massa para ouvi-lo.

O médium Peixotinho trabalhou

por vários anos ao seu lado, no GrupoEspírita André Luiz, com sua mediuni-dade de efeitos físicos, produzindo fe-nômenos de materializações e de curas.

Foi diretor da Maternidade Casada Mãe Pobre, outra nobre e respei-tável instituição, que mereceu todo oseu trabalho e dedicação. Foi grandena sua simplicidade, espírito liberal,seareiro da primeira hora, inteiramen-te convencido de que só o amor cons-trói para a vida. Sentia no âmago docoração, em todos os instantes, as sá-bias e eternas lições! Todos vibravamdiante da mansidão e serenidade deseu verbo, emoldurado de expressõessalutares. Possuía liderança espírita e

reconhecida humildade, pois seusatos e suas atitudes condiziam comos ensinamentos pregados eexemplificados por Jesus.

Era um palestrante constante naEscola Jesus Cristo, principalmen-te no seu aniversário em 27 de ou-tubro, quando era sempre o convi-dado de honra.

Jacques Aboab desencarnou noRio de Janeiro em 5 de fevereirode 1969.

(Extraído do livro Personagens

do Espiritismo, de Antônio de Sou-za Lucena e Paulo Alves Godoy -Edições FEESP.)

Há muitas moradas na casa de meu Pai

“Não se turbe o vosso coração. –Credes em Deus, crede também em

mim. Há muitas moradas na casa demeu Pai. Se assim não fosse, já eu vo-

lo teria dito, pois me vou para vospreparar o lugar. – Depois que me

tenha ido e que vos houver preparadoo lugar, voltarei e os retirarei paramim, a fim de que onde eu estiver,também vós aí estejais.” (S. João,

cap. XIV, vv. 1 a 3.)

Na residência da família Cardo-so, além de Seu Cardoso e sua esposa,dona Júlia, moravam os filhos Pedro,Paulo, Tarsílio e Luciana, a caçula.

Seu Cardoso, o pai, era um homemde bom coração, pulso firme e boavontade. Bem aceito e querido por to-dos, apenas o filho do meio, Paulo, ti-nha o condão de tirá-lo do sério a pontode querer partir para a violência.

- É um insolente! Irresponsável!Já tem quase trinta e ainda não ter-minou um só curso profissionalizan-te! Vive fazendo besteiras!

Impossível, para Seu Cardoso,compreender o espírito livre e des-preocupado do filho, cujos valores

ÂNGELA MORAES [email protected]

De Bauru, SP

Na cabeça de Seu Cardoso, era umcaso perdido. Na de dona Júlia, uma ver-gonha perante os outros. Já no mundopessoal de Tarsílio, a vida era assim mes-mo. Não tinha paciência para as forma-lidades dos grã-finos nem achava graçaem seus relacionamentos superficiais.

- Eu quero a vida real. As prostitutaspra mim têm nome, sobrenome, sentimen-tos, vontades. Os cachaceiros choram suasdores agudas, de suas vidas destroçadas.Agora, dos riquinhos, eu quero mais é odinheiro, eles não sabem o que é dor!Meus pais nunca vão entender que mun-do é este - dizia-se, ignorando que tam-bém entre os ricos, a dor é inevitável...

Por fim, Luciana, a caçula, trazia emsi a maturidade de suas muitas e muitasencarnações em seus poucos dezenoveanos. Lidava compreensivamente comas falhas de todos porque já havia pre-senciado, participado, errado, perdoado,pecado e reparado de tudo um poucoem sua trajetória íntima. Com seu jeitotolerante e inteligente, cuidava mais desua mãe do que esta dos familiares. Aocontrário de dona Júlia, espírito mima-do e infantil que mais buscava a aten-ção de todos do que dedicava à sua, emabsurdas exigências.

Enfim, na residência da família Car-doso, habitavam seis diferentes mundos.Cada um deles com seus valores, cren-

ças, paixões e graus de maturidade, emuma santificada oportunidade ofereci-da por Jesus de se influenciarem posi-tivamente uns aos outros:

Seu Cardoso, com medo de queo filho insolente caísse nas drogas,como o mais novo, arrefecia seus ím-petos de violência, fazendo com quebuscasse vencer-se;

Dona Júlia, em contato com asdificuldades reais que os filhos lheapresentavam, haveria de amadure-cer a ilusão burguesa;

Pedro haveria de repensar seusvalores materialistas em contato coma irmã mais espiritualizada, a incen-tivar-lhe o perdão;

Paulo, por sua vez, pediria aoirmão mais velho uma boa orienta-ção anos depois, quando finalmentese cansara da vida vazia dos bares.

Por fim, Tarsílio, ao ver a malda-de de perto dentro da cadeia, perce-beu que a pobreza não tornava nin-guém mártir, como também a riquezanão evitara olheiras sofridas e verda-deiras em seus irmãos, ao visitá-lo.

E assim foi, ante a oportunidadebendita da reencarnação, que Jesuspreparou a todos um bom lugar naCasa do Pai, aquela em que há mui-tas moradas, cada uma habitada porvários mundos pessoais.

que trazia da poeira dos tempos era ode um bon vivant, passando pela Ter-ra a passeio. Assim vivera Paulo emsua última encarnação, e nesta custa-va a entrar nas rédeas do pai.

Pedro, o mais velho, muito cobra-do pelo genitor desde a primeira in-fância e, trazendo em seu espírito ín-dole severa e trabalhadora, voltarapara o lar paterno temporariamente,enquanto assistia a seu casamento des-manchar-se. Soubera da traição da es-posa com o coração aos pedaços. Emseu mundo íntimo, Pedro não se con-formava: tinha feito tudo certo.

- Trabalhei todos os dias longashoras para poder dar o melhor a ela!

Já no mundo carente e magoadoem que a esposa situava seus senti-mentos, ela pensava:

- Para ele, só dinheiro e trabalhoimportavam. Nunca estive em primei-ro plano!

Tarsílio, o terceiro filho, tinha cer-ca de vinte de cinco anos, e dez de pés-simas decisões no currículo. Aos quin-ze, fumara o primeiro cigarro de ma-conha, só pra ver como era. Aos vinte,era líder do tráfico em sua região, o queacabou levando-o à cadeia por doisanos, para desespero de toda a família.

- Um garoto que teve de tudo, meuDeus! – culpavam-se os pais.

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Um público numeroso participa do Movimento Você e a Paz, em Salvador-BA

De 14 a 19 de dezembro, umgrupo formado por nove pessoasoriundas das cidades gaúchas dePorto Alegre, Novo Hamburgo,Santa Cruz do Sul e Santa Maria,vivenciou momentos de emoçãona Capital da Bahia.

O grupo chegou a Salvador em14 de dezembro de 2010 e antesdas 20h já se encontrava no Cen-tro Espírita Caminho da Redenção,localizado no bairro Pau da Lima,para assistirmos a uma palestrapública, proferida por DivaldoFranco, fundador desse Centro Es-pírita, que abordou a históriaintitulada Madame Réquiem.

A história, bastante comovedo-ra, envolve personagens que, deuma maneira ou outra, a favor oucontra, encontram-se ligadas pelaprática do aborto delituoso.

Paris é o local em que se de-senrolaram os fatos. A paciente,uma duquesa, após submeter-se àprática do aborto, e por encontrar-se nos braços da morte, foi socor-rida e sobreviveu. Da mesma for-ma, seu filho, gestado por setemeses, sobreviveu.

Em certa viagem, a duquesa en-contra-se com o médico que a ha-via socorrido durante aquele episó-dio lamentável. Identifica-se com opequeno Jean Pierre, menino quevivia, agora, sob os cuidados dodoutor. Pela afinidade e pelo amor,a duquesa permaneceu em Paris porum tempo mais dilatado, interrom-pendo a viagem que fazia. Dedica-va-se a acompanhar e a assistir comdesvelo o pequeno Jean Pierre que,portador de tuberculose, morreuapós algumas semanas.

Terminada a narrativa, que a to-

dos causou emoção, Divaldo Fran-co enalteceu a figura de Jesus, oamor por Ele vivenciado, exortan-do para que todos tenham um natalfeliz e embalado na figura dúlcidade Jesus, a quem devemos oferecero melhor presente, nossas oraçõese a prática da caridade incondicio-nal.

Eufóricos com a proposta depaz, todos vibravam com

sentida emoção pelaregeneração das criaturasNo dia seguinte, 15 de dezembro,

à tarde, o grupo agora acrescido demais duas gaúchas, três mineiros,dentre eles Suely Caldas Schubert,um paulista e Milciades Lescano, doParaguai, foi visitar a Mansão doCaminho, obra assistencial de escol.

Terminada a visita, na verdadeuma verdadeira aula de como é pos-sível ser útil ao próximo, o grupomanteve um encontro com DivaldoFranco, que, junto com Nilson deSouza Pereira, dirige o complexodenominado Mansão do Caminho.Os assuntos foram variados e espon-tâneos, pois que o anfitrião deixou atodos muito à vontade. Foram feitasconsiderações sobre a Doutrina Es-pírita, as obras assistenciais realiza-das na Mansão do Caminho, AllanKardec e outras personalidades daDoutrina e, naturalmente, o momen-to atual experimentado pela Huma-nidade, os últimos acontecimentos esuas possíveis repercussões futuras.

A convivência fraterna e produti-va sugeria a todos o desejo deprolongá-la, mas o dever e as horas emsua marcha ininterrupta despertavam-nos para obrigações imediatas, porqueo grupo participaria, em breves minu-tos, de mais uma atividade programa-da do 13º Movimento Você e a Paz.

O destino foi a Praça AlmiranteCoelho Neto, situada no Bairro Bar-ris/Salvador/BA. Ali, tudo encontra-

va-se muito bem organizado. Equi-pamentos de luz e som, palco e co-bertura, praça ornamentada. Comisso o público foi-se acercando etomando seus lugares.

Vivamente eufóricos com a pro-posta de paz, todos vibravam comsentida emoção pela regeneraçãodas criaturas. Divaldo Franco,exemplo vivo do Evangelho de Je-sus no nosso tempo, conversavaanimadamente com os frequentado-res daquele ambiente renovador erevigorante, acompanhado porNilson de Souza Pereira e amigos.

Na noite de 16 de dezembrorealizou-se o encontro denominadoConversando sobre o Espiritismo

Com pontualidade o evento pro-gramado foi iniciado. Eram 20hquando o mestre de cerimônias Joãode Araújo convidou MilciadesLescano, presidente da FederaçãoEspírita do Paraguai, PauloAlexandrino, coordenador do Con-selho Distrital 01, Emanoel Bace-lar, coordenador do ConselhoDistrital 02, Tânia Maria, do NúcleoEspírita da Polícia Militar/BA,Edivaldo César, diretor do InstitutoKardecista da Bahia, e Rute BrasilMesquita, Marcel Mariano e Dival-do Franco, oradores, para tomaremsuas posições sobre o palco.

Os três oradores revezaram-seenaltecendo os benefícios da paz edo perdão e mostrando que paz éconquista íntima e que todo aqueleque se torna pacífico contagia os queestão à sua volta. Divaldo afirmouque o Movimento Você e a Paz nas-ceu para trabalhar o indivíduo. É umconvite para que cada um faça umaanálise de si mesmo, de sua famíliae de todas as relações sociais, psi-cológicas e econômicas em que es-teja inserido. Neste sentido, deveráa criatura passar a agir e não maisreagir diante dos acontecimentos.

Tomados todosde muita emoção evivamente desper-tos para a constru-ção da paz íntima,o público cantoucom grande vibra-ção e de mãos da-das a canção Pazpela Paz, de NandoCordel. Num gestode carinho e agra-decimento osaplausos foram in-tensos, demorados.

Na noite de 16de dezembro reali-zou-se o encontrodenominado Con-versando sobre oEspiritismo. A ati-vidade teve inícioàs 20h. Estavampresentes, fazendoparte da mesa diretiva, além dosdois dirigentes habituais, AdiltonPugliese e João Araújo, DivaldoFranco e mais dois visitantes,Miguel Bertolutti, do Canadá, eOliver Spranger, da Suíça.

O Conversando sobre o Espiri-tismo dessa noite revestiu-se de umformato especial, sendo designadoA Noite da Gratidão. Divaldo Fran-co, fazendo uso da palavra, agrade-ceu de forma singela, bela e como-vedora o trabalho dedicado realiza-do tanto pelos funcionários, quantopelos voluntários. Utilizou-se deconceitos e sutilezas apresentadospela mentora Joanna de Ângelis so-bre A Psicologia da Gratidão, ob-jeto de seu mais recente livro, ain-da em fase de elaboração.

Para culminar seu reconheci-mento aos inúmeros colaboradores,Divaldo Franco narrou uma histó-ria de Selma Lagerlöf, escritora su-eca, intitulada A Lenda das Dívidas.

PÁGINA 8 PÁGINA 9O IMORTAL JANEIRO/2011JANEIRO/2011

PAULO SALERNO [email protected]

De Porto Alegre, RS

A emoção tomou conta do ambien-te repleto. Ao concluir, Divaldo foiamplamente aplaudido. Em retribui-ção, todos em uníssono agradece-ram a Divaldo e a Nilson de SouzaPereira a oportunidade de trabalha-rem nessa instituição primorosa queé a Mansão do Caminho.Os aplausos e o entoar vibrante

da canção Paz pela Paz, deNando Cordel, finalizaram o

evento do dia 17Para início da solenidade do dia

17 de dezembro, realizada na PraçaAna Lúcia Magalhães, bairroPituba, em Salvador, foram chama-dos ao palco Milciades Lescano, daFederação Espírita do Paraguai;Marco Leal, coordenador do Con-selho Distrital 07; Paulo Salerno,representante da Caravana do RioGrande do Sul; e Lucas Milagre,representando a Caravana de MinasGerais. Na sequência, foram nome-ados os oradores Rute Brasil Mes-

quita, Marcel Mariano e DivaldoPereira Franco, muito aplaudidos.

Mais de 1.500 pessoas partici-param nesse dia de uma das etapasda 13ª edição do Movimento Você ea Paz, além de muitos moradores,residentes nos prédios do entorno daPraça, que assistiram, de suas jane-las, ao evento que se revestiu debeleza e emoção, ampliando, assim,o número dos assistentes.

Após breve histórico dessa açãoímpar, designando todas as locali-dades em que o Movimento Você ea Paz é realizado sistematicamen-te, no Brasil e no exterior, os ora-dores foram convidados a se mani-festar. Rute Brasil Mesquita eMarcel Mariano teceram considera-ções sobre a estrutura psicológicado homem e suas atitudes com re-lação à paz. Divaldo Franco apre-sentou sucintamente as atividades econdutas de Mahatma Gandhi,Albert Schweitzer e outros nomes

Em todas as atividades haviaharmonia. O carinho com que cadaum foi recebido se destacava atra-vés do envolvimento afetivo entreevangelizadores, mães e crianças. Olanche servido a todos saciou-osplenamente, tendo alguns, inclusi-ve, guardado o seu para entregá-loàs mães. Para a entrega dos lanches,cada coordenador de grupo chama-va uma das crianças e solicitava queele fosse entregue a um de seus co-leguinhas.

A ordem imperava. Era espon-tânea, não imposta. O esmero notrato com as crianças se observou,também, na entrega dos presentes.Cada pacote devidamente identifi-cado com o nome de cada um de-notava o amor e o respeito com quecada criança foi tratada. Na saída,cada mãe ali presente levou para suacasa uma cesta básica. Pela partici-pação ativa ficou caracterizado esedimentado em cada um dos parti-cipantes as lições vivas que desta-caram o nascimento de Jesus.

É de ressaltar que essas crian-ças e suas mães são moradoras doentorno da Mansão do Caminho. Ocomportamento e a educação quecada um demonstrava possuir con-trastavam vivamente com as outrascrianças que observamos nas ruasadjacentes. Pelas poucas horas deconvivência, podemos afirmar complena segurança que, pelos frutosobservados, a prática educacionaldessa nobilitante Instituição, de re-nome internacional, produz uma di-ferença altamente positiva, ímpar evitoriosa.

Às 20h, no Centro Espírita Ca-minho da Redenção, Divaldo Fran-co expôs com seu verbo claro eeloquente uma belíssima e comove-dora história sobre causa e efeito,perdão e resignação, amor e ódio,reencarnação e trabalho no bem,

misericórdia e oportunidade, escre-vendo o futuro com as ações do pre-sente. Educador por excelência, Di-valdo destacou o nascimento de Je-sus, lembrando que o Mestre de nos-sas vidas deve ser homenageado nãosó no dia 25 de dezembro, mas emcada dia de nossa existência, uma ho-menagem que deve ser realizada pelaprática do bem e pelo amor incondi-cional aos nossos irmãos.No encerramento do Movimento

Você e a Paz, o público foicalculado em trinta mil pessoas

No dia 19, domingo, na praça doCampo Grande em Salvador ocorreuo encerramento da 13ª edição doMovimento Você e a Paz. O dia 19 dedezembro foi incluído no calendáriooficial do município de Salvadorcomo o Dia da Paz, por Lei Munici-pal. O momento revestiu-se de gran-de significado. O público calculadoem cerca de trinta mil pessoas parti-cipou ativamente, inclusive os mora-dores dos prédios circunvizinhos. Ospresentes vibravam e aplaudiam cadamomento desse grandioso espetácu-lo em prol da paz e da não-violência.Cada conjunto musical ou cantor foiovacionado, culminando a parte ar-tística com o cantor e compositorNando Cordel, que encantou e elevouo nível das emoções.

Antes das formalidades foi en-toado o Hino Nacional, um chama-mento ao civismo e ao sentimentode Pátria. Foram agraciadas as per-sonalidades, físicas e jurídicas, quese destacaram em favor da paz nomundo com o Troféu e DiplomaVocê e a Paz, uma láurea instituídapela Mansão do Caminho no ano de2000. São três segmentos destaca-dos: A pessoa que se doa, a institui-ção que faz e a empresa queviabiliza. Os agraciados no ano de2010 foram: CEBRAPAZ (CentroBrasileiro de Solidariedade aos Po-

vos que Lutam pela Paz); Funda-ção Arte de Viver; Escola Picolinode Artes do Circo; Vera Lacerda -produtora, empresária e historiado-ra, criadora do grupo afro Araketu;e o ator Renato Prieto, que desem-penhou o papel de André Luiz nofilme Nosso Lar.

Os oradores Rute Brasil Mes-quita, Deputado Luiz Bassuma eMarcel Mariano focaram seus dis-cursos no patamar em que humani-dade ainda se encontra, agressiva,violenta. Apesar desta constatação,os atos violentos não sãocompactuados pela maioria, desta-caram. O homem, embora aindanão conseguindo desarmar-se e pra-ticar a não-violência, tem alcança-do, com grande esforço, construirna sua intimidade a paz, pacifican-do-se para tornar-se um pacificador,como tantos vultos da humanidadee do Brasil lograram alcançar. A pazé possível, foi o grande enfoqueabordado nos discursos. Cada umpode, por sua vez, atuar na promo-ção da paz, primeiramente consigo,e depois com o próximo, agindocom respeito, concedendo o perdãoe amando incondicionalmente.

Divaldo Franco, arauto da paz,detentor de enorme bagagem emprol da paz e da não-violência, edu-cador por excelência, historiando atrajetória de violência da Humani-dade, afirmou que as conclusões sãoas mais lamentáveis possíveis. Afalta de educação, os lares que fo-ram destruídos, a desintegração dafamília em nome do modernismo,a exaustão das funções sexuais que,para poder prosseguir na sua libi-do, necessitam do auxílio de subs-tâncias químicas, as injustiças so-ciais, a impunidade são algumas dascausas de aflições, geradoras de vi-olências praticadas pela criaturahumana. (Continua na pág. 10.)

No encerramento da 13ª edição do Movimento, no dia 19 de dezembro, na praça do Campo Grande, o público presente foi calculado em cerca de trinta mil pessoasexpressivos que seempenharam pelapaz, apresentando-os como exemplos,e, por fim, exortoua todos a adotarpostura ligada ànão-violência. Osaplausos e o entoarvibrante da cançãoPaz pela Paz, deNando Cordel, fi-nalizaram o evento.

Na tarde de 18de dezembro, no Gi-násio de EsportesGabriel Júlio de Oli-veira, ocorreu o en-contro festivo coor-denado pelo Grupode Ação Comunitá-ria Lygia Banhos,uma promoção doCentro Espírita Ca-

minho da Redenção. O evento desti-nava-se a comemorar o nascimentode Jesus, integrando a família atravésda convivência fraternal, da oração,para lembrar em conjunto as liçõesdo Mestre nazareno, não somente nes-sa data, mas reverenciando-O todosos dias. As crianças e seus familiaresforam recebidos com grande alegria.

As crianças, divididas por faixaetária, e seus familiares foram dispos-tos em pequenos grupos sob a coor-denação das evangelizadoras. Uni-ram-se em sentimentos e vibrações,destacando, em conjunto, os aspec-tos e os personagens que envolveramo nascimento de Jesus. Tanto as cri-anças quanto suas mães participaramativamente, respondendo às indaga-ções das coordenadoras dos grupos edando preciosas colaborações.

Divaldo destacou o nascimentode Jesus e lembrou que o

Mestre deve ser homenageadonão só no dia de Natal

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O IMORTALPÁGINA 10 JANEIRO/2011

O Imortal: Qual a importânciado Departamento de Assuntos da Fa-mília (DAFA) nos Centros Espíritas?

A importância do nosso departa-mento está na abrangência do trabalhoque realizamos. O Departamento deAssuntos da Família está subdivididoem quatro setores: Setor de Pais Ges-tantes, Ciclo de Pais, Ciclo do Idoso eCaravanas do Evangelho no Lar e, des-sa forma, atende profilaticamente aoEspírito encarnado no cerne de suasmaiores necessidades. Com objetivosdefinidos para cada ciclo, o DAFA es-clarece os pais para o momento espe-

cial do espírito quando retorna à expe-riência terrestre e proporciona a eles areflexão quanto aos assuntos pertinen-tes à relação pais e filhos; proporcionaaos idosos momentos de encontros ediálogo, oportunizando aceitação e umavelhice serena; oportuniza ao trabalha-dor espírita a oportunidade de ir ao en-contro da dor e do sofrimento auxili-ando os irmãos que permanecem emseus lares, hospitais, casas geriátricase de detenção, com a propostalibertadora de Jesus e o benefício daoração. Somos ainda responsáveis pelaCampanha de Valorização da Vida,onde proporcionamos esclarecimento,estudo e reflexão em torno dos temassuicídio, pena de morte, aborto, depen-dência química e eutanásia.

Cada vez mais se faz necessário

O amor, disse Divaldo, é o nossogrande desafio, é um convite da

vida para aqueles que amamLembrou Divaldo que o medo

de amar, segundo Rollo May, temlevado a criatura a este estado so-cial. Mais do que nunca torna-seindispensável parar para reflexio-nar e dar-se conta que o problemada violência não será resolvidocoletivamente nem o Estado dis-põe de equipamentos próprios paramudar a estrutura do indivíduo. Énecessário que cada um pare umpouco para observar a própria vio-lência, para dar-se conta dos seuspreconceitos, dos seus prejuízoscom relação a si mesmo, visto que,embora amando-se, não ama a maisninguém, asseverou Divaldo.

A solução encontra-se em umaassertiva do eminente filósofo fran-cês Allan Kardec, que nos mostrouque a educação é a única soluçãopara o problema do materialismoe da iniquidade, não a educaçãoformal, dos livros, curricular, masa educação dos sentimentos mo-rais, com valores éticos. Destacouos feitos de várias personalidades

“A família enfrenta os problemas resultantesda época da grande transição em que vivemos”

(Conclusão da entrevista publicada pág. 3 desta edição.)

na construção da paz permanente,isto é, a paz íntima que se exteriorizaem ações pacificadoras. Ilustrou,com fatos, que a paz é plenamentepossível. Na sua magistral oratória,e apoiado em ações, Divaldo de-monstrou que todos são capazes deimplementar a paz, modificandopaulatinamente a estrutura psicosso-cial da Humanidade por meio deações educativas e dignificadoras dacriatura humana.

A violência morre no algodão dacompaixão, ela silencia a sua voz nosilêncio grandioso do amor, da ter-nura, da solidariedade. Para sermosrealmente pessoas de paz é necessá-rio recordar as palavras do profetaElias: o fruto da justiça é a paz. Onosso silêncio é covardia moral, eaquele que deseja a paz não pode seacovardar diante do poder arbitrário,dos que são injustos. É necessárioque a nossa paz seja dinâmica, a fa-vor da não-violência, jamais da co-nivência, afirmou Divaldo.

É necessário que construamosum grupo de ativistas do amor e queexerçamos ações em nome desseamor, em prol da paz. O amor é onosso grande desafio, é um conviteda vida para aqueles que amam. Queamem mais e não tenham vergonhade proceder bem, como foi versadopelo insigne Rui Barbosa. A criatu-

ANTONIO AUGUSTONASCIMENTO

[email protected] Santo Ângelo, RS

PAULO [email protected]

De Porto Alegre, RS

a estruturação do DAFA nos CentrosEspíritas para atender aos conflitosfamiliares, fortalecendo e esclarecen-do o homem do porquê de estarmosvivenciando a experiência familiar.

Lembremos que o Centro Espíri-ta deve ser o posto de atendimentofraternal a todos que o procuram como propósito de obter orientação, es-clarecimento, ajuda ou consolação;casa onde crianças, jovens, adultos eos idosos tenham a oportunidade deconviver, estudar e trabalhar, dentrodos princípios espíritas. Certamenteo DAFA atende a esta proposta.

O Imortal: Como avalia os no-vos arranjos das famílias, como asuniões homoafetivas, inclusivecom a adoção de crianças?

ra humana é investimento de Deus.A paz é possível quando o homemse tornar pacífico e, consequente-mente, ser pacificador, finalizou.

Com a emoção aflorada, agrande massa presente, em unísso-no, cantou a canção Paz pela Paz,capitaneada por Nando Cordel eDivaldo Franco. Os aplausos foramensurdecedores. Estava encerrada,magistralmente, a 13ª edição doMovimento Você e a Paz. Em ple-na praça as criaturas abraçavam-seefusivamente, presentes os repre-sentantes da Suíça, do Paraguai, doCanadá e de diversos Estados e ci-dades brasileiras.

Nota do Autor:Integraram o grupo que acom-

panhou os últimos encontros da 13ªedição do Movimento Você e a Paz:Jorge e Lúcia Moehlecke, NúbiaMartins, Ana Carolina, Sílvia Bit-tencourt, Jaqueline Medeiros, Pau-lo e Rosane Salerno, NivaldaSteffens, Nice e Lisa Birke daRosa, todos do Rio Grande do Sul;Milciades Lescano do Paraguai;Suely Caldas Schubert, Lucas Mi-lagre e Camila Franklin, de MinasGerais; e José Maria de MedeirosSouza, de São Paulo.

As fotos foram tiradas por Jor-ge Moehlecke.

Um público numeroso participa doMovimento Você e a Paz, em Salvador-BA(Conclusão da reportagem publicada nas págs. 8 e 9 desta edição.)

Para 2011 estaremos colocando emoficinas para debate o tema “Os novosformatos familiares”, incluindo dentroda violência doméstica o drama dapedofilia, experiência dolorosa que temassolado os lares. Na sociedade, nasinstituições públicas e estudantis estestemas têm sido abordados amplamen-te, devido ao índice enorme de confli-tos nessa área. Desta forma, nós espíri-tas não podemos fechar os olhos paraessa realidade que se agiganta tanto noslares pobres como nos economicamen-te favorecidos, certos de que a misériamoral independe da classe social e eco-nômica do indivíduo.

Nossa opinião quanto à questão dasuniões homoafetivas é a do não-julga-mento e de respeito ao livre-arbítrio decada um. Sobre as adoções acreditamosque nossas crianças sem lar e sem amorpodem encontrar em lares adotivos oamor de que necessitam. Ficamos apensar que os referenciais psicológicosdos papéis mãe/pai são responsabilida-des a serem assumidas... Mas comoaquilatar qual o “peso” de nossas reaisnecessidades? Será o amor ou serão osreferenciais dos papéis?

O Imortal: Você passou pelaexperiência do falecimento preco-ce de uma filha. O que pode com-partilhar com outros pais que pas-sam por essa difícil experiência?

Estamos vivendo dias de grandeaprendizado, saudades e superação.Temos quatro filhos, três mulheres e umhomem. Uma de nossas filhas desen-carnou há seis meses em um acidenteautomobilístico, aos trinta anos de ida-de. Nossa filha Liciane é a terceira, umEspírito ímpar, lindo, com defeitos equalidades, que conquistou durante suaexistência muitos amigos e o nossocoração. Com a dor que estamos sen-tindo da separação física e da saudade

que dilacera nossa alma, avaliamos ador dos que perdem seus filhos, pais eirmãos sem a nossa compreensão re-encarnacionista. Podemos dizer quefalamos com alma, com convicção ecerteza, quando dizemos que Deusexiste, que é Pai, justo e misericordio-so, que a morte não existe e que somoscapazes de superar a dor para auxiliar-mos os nossos entes queridos que vol-taram para a espiritualidade. Na nossabagagem de experiências terrena tra-zemos a violência doméstica, apedofilia, a dependência química, aperda prematura de entes queridoscomo dores que nos dão suporte eempatia para entendermos a dor dooutro. Como presentes de Deus, aindarecebemos pais terrenos amorosos, res-ponsáveis, dignos e honestos; umaunião compensadora de trinta e seteanos de casamento com um jovem tam-bém espírita, que nos tem auxiliado adesempenhar os papéis de mulher, mãee avó, oportunidade redentora, queembala os nossos dias de experiências,alegrias e responsabilidades.

O Imortal: Suas palavras finais.Como palavras finais queremos

dizer aos leitores que a vida terrena éuma oportunidade maravilhosa e que,apesar das dificuldades que enfrenta-mos, podemos semear para o amanhãa felicidade de que hoje sentimos falta.Ouvimos muitas pessoas dizerem quenão podem trabalhar no DAFA, poisnão conseguem, ainda, resolver suasdores familiares. Podemos, no entan-to, dizer que a nossa bagagem de expe-riências instrumentaliza-nos a ir ao en-contro daquele que sofre. Trabalharpela evangelização da família é umaoportunidade que não podemos poster-gar. Somos um foco de luz a irradiarcom muita ou pouca intensidade, massempre uma luz. Muita paz a todos.

Os leitores de todo o globo podem ler o jornal O Imortal pormeio da internet, sem custo nenhum e sem necessidade de cadastro,senha ou inscrição. Estão disponíveis na rede mundial de computado-res as edições de 2006 em diante.

Para ver o jornal basta clicar neste link: www.oconsolador.com/oimortal.html

A comunicação via internet com a Direção do jornal pode ser feitapor meio deste correio eletrônico: [email protected]

O jornal O Imortalna internet

Entrevista: Maria Georgina Anchieta Valente

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O IMORTALJANEIRO/2011 PÁGINA 11

Estado do ParanáCambé – Todas as quartas-fei-ras, às 20h30, o Centro EspíritaAllan Kardec promove em suasede, na Rua Pará, 292, um ci-clo de palestras. Os palestran-tes no mês de dezembro foram:dia 1º, Valter Augusto Silva, deLondrina; dia 8, MarceloSeneda, de Londrina; dia 15,Marcos Furtado, de Londrina;dia 22, Eloisa Kulcheski, deLondrina; dia 29, Jane MartinsVilela, de Cambé.– Em janeiro os palestrantes se-rão: dia 5, Terezinha dos Santos(Cambé); dia 12, José Gonçalvesde Oliveira (Cambé); dia 19,Welington Gonçalves (SãoGabriel do Oeste, SC); dia 26,Juliana Demarchi (Cambé).

Curitiba – Uma palestra sobre otema “A relação interpessoalcomo fonte de felicidade”, seráproferida por Márcio Cruz San-tos no primeiro domingo de ja-neiro, dia 2, a partir das 9h, noTeatro da FEP.– No dia 9 de janeiro, MarceloGarcia Kolling profere, no Tea-tro da FEP (Alameda Cabral,300), palestra sobre o tema “Ale-gria e tristeza”, a partir das 9h.Entrada franca.– No dia 16, Nilson XavierNazareno profere no mesmo lo-cal uma palestra, com tema ain-da a ser definido, às 10 horas damanhã.– O orador espírita Raul Teixeiraproferiu palestra em Curitiba nodia 12 de dezembro, no ParanáClube (Avenida PresidenteKennedy, 2.377), perante um pú-blico numeroso. A entrada foifranca.– O confrade José Virgílio Góesproferiu no último domingo de2010, dia 26 de dezembro, pales-tra sobre o tema “Onde e quandonasceu Jesus”, no Teatro da FEP(Alameda Cabral, 300), com en-trada franca.

Palestras, seminários e outros eventosLondrina – Realizou-se no dia 11de dezembro, às 19h, uma Cantatade Natal no Centro Espírita NossoLar (Rua Santa Catarina, 429), se-guida de um jantar de confraterni-zação.– Está no ar mais um veículo decomunicação sobre o movimentoespírita em Londrina – o sitewww.espiritasdelondrina.com.br.Nele é possível encontrar endere-ços das casas espíritas de Londri-na, programação de atividades,horários de trabalhos, entre outros.– Realizou-se no dia 5 de dezem-bro, às 17h, na residência de Eunicede Oliveira Cazetta (Rua Pará,984), a última reunião de 2010 doCírculo de Leitura Anita Borela deOliveira.– O programa radiofônico Além daVida, produzido por confrades es-píritas da região e transmitido pelaRádio Londrina – AM 560 kHz aosdomingos, no horário de 8h30 às9h30, pode ser ouvido agora tam-bém pela internet, no endereçowww.radiolondrina.com.br.– As atividades de evangelizaçãoinfantil no Centro Espírita NossoLar se encerraram no dia 12 de de-zembro, e serão reiniciadas no dia13 de fevereiro próximo. Quantoao Grupo de Pais, as atividades re-começarão no dia 16 de janeiro.– Até o dia 10 de janeiro, o auditó-rio do Nosso Lar estará fechadopara reforma e troca das janelas. Aspalestras públicas estão sendo rea-lizadas no salão situado nos fun-dos do Centro, na edícula.– No dia 12 de dezembro, comparticipação dos dirigentes de 7casas espíritas, foi apresentada anova diretoria da URE Metropoli-tana Londrina e expostos os pla-nos a serem colocados em práticaem 2011. A URE Metropolitanaabrange as cidades de Londrina,Ibiporã e Cambé.– O Grupo de Estudos EspíritasAbel Gomes – GEEAG, que encer-rou no dia 16 suas atividades em2010, volta a reunir-se em janeiro,

nos dias 25 e 27, respectivamenteterça-feira à noite e quinta-feira àtarde. O livro em estudo é ObrasPóstumas, de Allan Kardec.

Ibiporã – A Fraternidade EspíritaMensageiros da Luz promove todomês palestras abertas ao públicoque se realizam sempre às quartas-feiras, pontualmente às 20h15.

Maringá – O confrade André Tri-gueiro (foto), conhecido jornalistae apresentador do Jornal das Dezdo canal Globo News e comenta-rista na Rádio CBN do programa“Mundo Sustentável”, ministrouno dia 4 de dezembro o seminário“Espiritismo e Ecologia”, no au-ditório da AMEM - AssociaçãoEspírita de Maringá, na RuaPaiçandu, 1156 - Bairro Vila Ope-rária. O evento é uma realizaçãoda URE - 7a. região com o apoioda FEP - Federação Espírita doParaná.

Outras regiões do BrasilBrasília – Uma noite especial foio que a FEB preparou para quemfoi visitá-la na véspera de Natal,dia 24 de dezembro. O momentocontou com mensagem de Dival-do Franco via satélite, palavras deNestor João Masotti, presidente daFEB, e com a presença dos corais

Unicanto, Elos de Luz, Nilo Sheike Irmã Sheilla.– A Federação Espírita Brasilei-ra disponibilizou na seção“Downloads” de sua página nainternet uma série de livros de lei-tura fundamental aos interessadosno estudo da Doutrina. Além daschamadas Obras Básicas, ofere-ce “Obras Póstumas” e “O que éEspiritismo” e a coleção da “Re-vista Espírita” de 1858 a 1869,com mais um índice para consul-ta. Estão disponíveis ainda os li-vros “Serviço de Assistência ePromoção Social Espírita” e“Orientação ao Centro Espírita”e mais 16 obras espíritastraduzidas para o esperanto, den-tre as quais, “Nosso Lar”, “Hádois mil anos”, “O Consolador”e “Memórias de um suicida”. Oendereço da FEB na internet éwww.febnet.org.br.– A TV Alvorada Espírita temtransmissões ao Vivo no link http://www.tvalvoradaespirita.com.br/.Os horários de palestras são: se-gunda-feira, às 14h ou 20h, e quin-ta-feira, às 20h; e estudos sobre OLivro dos Espíritos, às quartas-fei-ras, às 20h.

Rio de Janeiro – Chegam às lo-cadoras no dia 12 de janeiro o“Blu-ray” e o DVD do filme Nos-so Lar, pela 20th Century FoxHome Entertainment. O longa-metragem teve a segunda maiorbilheteria nacional em 2010 e aquarta maior desde a retomada docinema nacional. Nosso Lar foiadaptado da obra do médium mi-neiro Francisco Cândido Xavier,ditada pelo Espírito André Luiz.No mesmo dia, também chega àslojas para venda ao consumidoro “Blu-ray” de Nosso Lar, o pri-meiro feito pela Fox entre os tí-tulos nacionais. Quem quiser terem casa o filme em alta defini-ção poderá conferir extras como“Making of”, “Pílulas dos Basti-dores”, “Fotos de Cena e Basti-

dores” e “Trailer do Cinema”.O Blu-ray traz legendas em setelínguas, incluindo o esperanto.A comercialização dos DVDsdo filme deverá ocorrer em abrilwww.nossolarofilme.com.br.

Itajaí – O Simpósio Catarinen-se de Mediunidade será realiza-do no dia 8 de janeiro de 2011,das 9h às 20h, no Centro de Con-venções Marejada: Av. BeiraRio, Centro. O tema central será“O Livro dos Médiuns – 150anos: um tributo a Allan Kar-dec”. Estão convidados os expo-sitores: Divaldo Pereira Franco,Nestor Masotti, José RaulTeixeira, Suely Caldas Schubert,Sandra Della Pola, MartaAntunes Moura. Inscrições an-tecipadas no portal da FEC:www.fec.org.br. O valor do in-gresso é R$25,00 até o dia 5 dejaneiro de 2011, após esta dataas inscrições só poderão ser fei-tas no local, a partir das 7h30 dodia 8 de janeiro, ao valor deR$30,00. A capacidade do localé de 3.000 lugares.

Belém – Estão abertas as ins-crições para o 1º Congresso Es-pírita Paraense, marcado paraocorrer no período de 14 a 16de janeiro de 2011. “Comuni-cação dos mortos com a Terra”será o tema central do evento,do qual participarão os confe-rencistas Alberto Almeida, Di-valdo Pereira Franco, JoséRaul Teixeira e Marlene Nobre.As inscrições podem ser feitasna página www.paraespirita.com.br, da promotora do con-gresso, a União Espír i taParaense, ou diretamente emsua sede, na Rua Osvaldo Cruz,45, em frente à Praça da Repú-blica. Informações pelos tele-fones (91)3223-4082 ou 3230-4488 ou pelo e-mailu n i a o e s p i r i t a p a r a e n s e @paraespirita.com.br.

André Trigueiro

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Seu Galindo vinha andandopela rua, depois de mais um diaatarefado de trabalho. Resolveracortar caminho pelas entrequa-dras, que, apesar de mais deser-tas, o conduziriam mais breve-mente ao repouso de seu lar. En-quanto caminhava, viu no meio dogramado uma pessoa caída. Omedo urbano o fazia pensar queseria uma armação, antecedendoum assalto. O preconceito o faziapensar que seria mais um ébrioperdido no alcoolismo. O egoís-mo o fazia pensar que ele tinhamais o que fazer e que deveria se-guir o seu caminho. Mas, oamor..., ah!, o amor, esse sopravaem seus ouvidos a frase: “- Façao que Jesus ensinou...”

Galindo se aproximou do ho-mem caído e viu se tratar de umsenhor bem vestido, possivelmen-te voltando do trabalho como ele,e que havia sofrido um ataque.Galindo percebeu que o homem es-tava ainda com seus sinais vitais e,rapidamente, pela facilidade de seutelefone celular, chamou a ambu-

lância, que informou que ainda de-moraria um pouco a chegar.

Utilizando-se de seus parcos co-nhecimentos de primeiros socorros,obtidos em seu período como escotei-ro, Galindo procurou liberar as viasaéreas da vítima e buscou aguardar osocorro. Mas uma voz, aquela mesmavoz, soprou de novo em seus ouvidosa frase: “- Faça o que Jesus ensinou...”

Galindo, então, recordando osensinamentos espíritas, concentrou-se e, em oração, sintonizou com aespiritualidade superior, aplicandono homem caído um passe, buscan-do pela sua crença e pelo seu amorno coração passar àquele desconhe-cido energias benéficas.

Galindo começou a se preocupar,pois o socorro não chegava. Estariaem algum engarrafamento? Masaquela mesma voz sussurra em seusouvidos: “- Faça o que Jesus ensi-

nou...”, e Galindo continua as suaspreces, com a fé e a confiança naprovidência divina. E então chegouo socorro material, por meio da am-bulância, e Galindo buscou prestaraos socorristas as informações ne-cessárias. A vítima foi levada a umhospital, onde pôde se recuperarapós longo período de internação.

*Os ensinamentos de Jesus: O

amor ao próximo, a oração, a con-fiança na providência divina; es-tes têm plena aplicabilidade nomundo moderno.

Ainda que tenhamos equipa-mentos de última geração, que te-nhamos alcançado as estrelas, quetenhamos rompido as barreiras domicro e do macrocosmo, ainda sefaz extremamente necessário fa-zer o que Jesus ensinou. A liçãoainda não foi aprendida.

O IMORTALPÁGINA 12 JANEIRO/2011

ELSA [email protected]

De Londres (Reino Unido)

Os dias são de muito frio. Asmanhãs deixam ver o gramado co-berto de uma camada de gelo. Quan-do o sol arrisca sair, vem com inten-so brilho que dói os olhos. Apesardo brilho do sol, o vento geladíssimomachuca a pele quando exposta.Luvas, gorros, casacos pesados ame-nizam a sensação do frio, mas não ébarreira suficiente para muitos. Osduvets (acolchoados) e as roupas sãoapropriadas para cada temperaturacom determinados “togs”. (1)

Para o intenso frio, não há “tog”que chegue. É frio mesmo nas ruas.Dentro das casas, bancos, igrejas,locais cobertos, as temperaturas sãoelevadas pelo calor irradiado da ca-lefação quente, dos radiators (aque-cedores). Passa frio no Reino Uni-do quem não pode comprar roupasadequadas nas lojas da cidade.

Aqui existem em cada esquinaas lojas de manias do britânico,

muito apreciadas por estrangeiros,pelos preços baixíssimos de tudo,desde a agulha aos cobertores. Sãoas “Charities”, lojas de caridade quevendem produtos de segunda mão,sempre com o propósito de auxili-ar instituições filantrópicas. Nessas“Charities” pode-se obter “agasa-lhos de polo norte”, que tornamconfortável a caminhada no frio,nos parques, nas ruas, onde for.

Estação de Bethnal Green. Es-távamos eu mais uma amiga, aguar-dando a chegada de CarlosCampetti. Nós iríamos levá-lo maisao norte, para falar em um grupoespírita, o Debden Spiritist Society.Uma chuva fininha gelada apressa-va os passageiros a entrar na esta-ção. Eu esperava do lado de fora emuma das saídas e podia ver de lon-ge para dar uma olhada embaixo.

Eu observava já há mais de 20minutos um de nossos irmãos emnecessidade, sentado à boca da en-trada, sob o frio e a chuva fina, comseu cachorro ao lado e um copo deisopor, desses usados para se to-

Crônicas de Além-Mar

A força do pensamento levantou o homeless do seu espaço

ELSA ROSSI, escritora e pales-trante espírita brasileira radicadaem Londres, é membro da Comis-são Executiva do Conselho Espíri-ta Internacional, diretora do Depar-tamento de Unificação para os Paí-ses da Europa, organismo do Con-selho Espírita Internacional, eatual presidente da British Union ofSpiritist Societies (BUSS).

nhas orações e vibração de saúde epaz interior, que ele buscasse al-guém, que uma mão lhe iria ser es-tendida, enfim, fiz um “counsellingespiritual” em plena luz do dia, nomeio da chuva, conversando tele-paticamente com o nosso irmão quevamos denominar de “Sr. Cinza”.Era essa a cor da pele dele. Cinzapelo frio, cinza pela falta de saúde,cinza pela situação espiritual emque se encontrava.

Assim fiquei creio que por unscinco minutos. Quando abri os olhos,pensei que estivesse sido transpor-tada para outro local, pois não o vimais. Ele se transportou... Creio queouviu meus pensamentos, pois atécom irmãos espirituais que estavamao redor dele, eu mostrei o carinhodo dialogo fraternal, e ele se foi. Des-de então não o tenho visto. Isso acon-teceu faz dois meses. Penso que eleencontrou uma mão amiga, ou foi aalgum órgão do Governo que apoiaos homeless para que encontremabrigo e trabalho, a fim de que se-jam dignos cidadãos e deixem desentar na calcada, em dias frios, emmomentos doloridos, pois a grande

maioria não está preocupada em daresmolas e, sim, em atender aos seuspróprios anseios.

O convite fica feito... Quempuder, siga o seu coração. A dor, anecessidade, ainda brota em todasas terras de Além-Mar. Façamos anossa parte. Vai do bom senso e daconsciência de cada um.

(1) O tog é uma medida da resistên-cia térmica comumente usada naindústria têxtil. Lançada em 1960,a Togmeter Shirley é o aparelhopadrão para avaliação da resistên-cia térmica de têxteis, vulgarmenteconhecido como o Teste de Tog.(2) Homeless é o nome em inglês quese dá aos que não têm teto.

Quitação

mar café em lanchonetes, no qualas pessoas deixavam cair uma ououtra moeda.

Nosso irmão parecia ainda jo-vem, cabeça baixa, pele branca semcor, roupas sujas de graxa de tantoficar na entrada do metrô e ao ladoda esquina onde a combustão dosônibus e caminhões e carros exalaóleo e fumaça, impregnando suasvestes que são as mesmas há muitotempo, desde que o vimos naqueleponto. Sim, cada homeless (2) pos-sui seu ponto de pedir esmolas. Nãoera a primeira vez que eu o via.Antes só o via de passagem, pois émeu caminho de ida e vinda de casapara a BUSS. Mas agora o tempoera a meu favor e fazia com que euo olhasse de frente. Aproveitei aocasião que se me oferecia. Fecheimeus olhos, descansando-os da po-luição e pus-me a orar. Orei comtanto fervor... Conversei com meuirmão ali à frente, em espírito, per-guntei-lhe por que assim se deixa-va consumir numa situação tão de-caída, e pedi que ele recebesse mi-

Faça o que Jesus ensinouMARCUS VINICIUS DE

AZEVEDO [email protected]

De Guará II, DF

Eu já vivi momentos bem felizesE diferentes dos que vivo agora,Já que convivo com as cicatrizes

Que são lembranças de um amor de outrora.

Naturalmente, em face aos seus deslizes,Hoje a minh´alma de remorso chora

Se bem que apresentando outros matizes,Ainda assim me lembro a cada hora.

A lei divina é justa e soberana.Em seu decreto ela jamais se engana,Pois o legislador é o Pai, que é Deus.

Por isso, passe o tempo que passar,Jamais eu poderei dela escapar:

A consciência acusa os erros meus.

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

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O IMORTALJANEIRO/2011 PÁGINA 13

Pouco ou nada mesmo entendode riscado, apesar de viver desdemeus 6 anos de idade quase deses-peradamente, nas raras horas vagasde professor e expositor e cronista esonetista e contista, lendo muito,mais do que você possa supor. Nelique o diga, pedindo-me repouso.Mas, a meu vesgo ver, o talento emgeral se manifesta em plenitudequando a velhice do corpo nos trazos achaques do reumatismo articu-lar, do colesterol ruim alto, da sur-dez, das varizes dolorosas, dapresbiopia, da hipertensão arterial equejandos da carcaça física.

Entretanto, tenho percebido que,

nos últimos anos, a coisa está sendoconduzida por caminhos opostos.Alegram-me o ver jovens talentosospondo seus conhecimentos a servi-ço da melhor compreensão dos ensi-namentos de Jesus, não do ponto devista igrejeiro dos jesuítas, mas soba lupa criteriosa à maneira de Kar-dec, na abalizada opinião do saudo-so J. Herculano Pires, o grande es-quecido... É... faz parte do show, per-dão o nauseabundo anglicismo; pre-firo o legítimo vocábulo apresenta-ção, pondo de lado, por dispensável,o verbo to show, showed, shown ouainda showed – mostrar, apresentar.É... faz parte da apresentação da vidahumana à face do Planeta Azul, navisão dos astronautas ianques (1969).

Foi nos começos dos anos 80 doséculo recentemente passado. Era um

sábado e eu estava em Nilópolis, RJ,ao lado de vários confrades do C. E.Preito a Jesus. Um deles era o Adão.Comigo conversava o rapaz LairAmaro Faria, às voltas com o noi-vado e a mãe doente. Reclamava omancebo que a saudosa e muito que-rida Lidimar Barreto de Menezes,minha dileta professora de francêsno 2º ano do curso científico, doColégio Leopoldo, Nova Iguaçu(RJ), em 1959, contra ele se insur-giu, com classe, com dignidade, bementendido!, porque Lair não admi-tia ter sido Jesus gerado, conformeMateus, pelo Espírito Santo(Mateus, Capítulo 1, versículo 20).

Talentos jovensCELSO MARTINS

[email protected] Rio de Janeiro

Histórias quenos ensinam

Narrou-nos, certa vez, Sr.Euclides, um grande amigo e fieltrabalhador do Espiritismo, diantede seus mais de noventa anos, umahistória que muito nos comoveu.

Trata-se do casamento de umsobrinho seu, de uma cidade dointerior de Minas Gerais.

Ele, espírita, atuante, orador...Ela, católica, atuante, evangeliza-dora.

Fizeram um acordo: nenhumimporia a sua religiosidade ao ou-tro nem impediria as realizaçõesdas tarefas de que deveriam sedesincumbir.

E assim se deu, em perfeito res-peito mútuo.

Chegavam as datas religiosascatólicas. Ela pedia para ir atéAparecida e ele a levava fraternal-mente, sem nenhum constrangi-mento.

Sentia ele vontade de visitar ostrabalhos de Chico Xavier, emUberaba; ela o acompanhava semnenhum questionamento. E foi emuma dessas visitas, quando esta-vam na periferia da cidade partici-pando do trabalho de assistênciasocial, que o médium mineiro alirealizava há anos, junto das famí-lias mais carentes, levando o aga-salho, o alimento e, algumas vezes,alguma ajuda monetária, que sedeu o fato que ele nos contou.

JOSÉ ANTÔNIOV. DE PAULA

[email protected] Cambé

Enfim, o Limbo acabou

Este e outros conceitos aindaarraigados na crença popular, aospoucos vão sendo reconhecidoscomo fábulas, de caráter puramentealegórico, dispensáveis e inócuas.

Tanto essa afirmativa é verda-deira que depois de mais de dez sé-culos a chamada Santa Sé chegouà conclusão lúcida e racional so-bre essa fera indomável e temidaque destroçou milhares e milharesde corações de mães e familiares,e conhecida, pelos séculos afora,como Limbo. Infeliz o que perdiao filho sem que fosse batizado.

Mas o que vem a ser, de fato,o Limbo?

Considerando que a criaçãodesse mecanismo de penalidade édevida unicamente ao campo ecle-siástico, ou seja, nunca pertenceuao campo teológico, uma vez quesempre esteve restrito ao âmbitoexclusivo da igreja católica, tam-bém por ela foi desclassificado dacategoria que até então ocupava.

O Limbo, considerado um es-paço circunscrito fora das cercani-as do Céu, foi, por assim dizer, ide-alizado pelos visionários religiososda época, com a finalidade de abri-gar não só crianças que não haviamsido batizadas, mas também aque-les que “haviam morrido” antes doadvento da chegada do Cristo. Foiincorporado aos ensinamentos ca-tólicos no século 13, como sendoum lugar sem sofrimento, já que ascrianças nada fizeram para merecero castigo, mas que também não se-ria um paraíso, uma vez que não es-tariam em comunhão com Deus.Isso porque, a partir da presença de

Limbo, através da Comissão In-ternacional de Teologia da SantaSé, composta por 29 membros.Com essa posição, o Vaticano en-tendeu que há embasamento teo-lógico e litúrgico para a esperan-ça de que crianças não batizadassejam salvas.

Diz o texto noticiado pela gran-de imprensa (1): “A conclusão a quechegou a comissão, um corpo con-sultivo da Congregação para aDoutrina da Fé, é a de que o maisprovável é que o limbo não exis-ta”. Aliás, essa deve ser entendidacom uma sábia posição tomada.

Em tempo aproximado de doisanos após essa reunião, o próprioPapa Bento XVI ratificou a con-clusão a que chegou essa Comis-são, entendendo que “... é justa-mente a de que, muito provavel-mente, a criança morta entes dobatizado será salva – vai para oparaíso. A justificativa, segundoo site “Catholic News Service”, éque a exclusão de bebês inocen-tes do paraíso não parece refletiro amor especial de Cristo pelospequeninos”.

Quem estiver presente nostempos futuros terá oportunidadede constatar muitos outroslampejos de lucidez e coragempara ler, ouvir e ver, publicamen-te, alto e em bom som, o que es-sas autoridades terão que dizer emtermos de revisão de conceitos, re-conhecendo que estavam equivo-cadas em outros tempos.

Como sempre, a lei dos ho-mens terá que se adequar de con-formidade com as conveniênciase interesses.

(1) Jornal Folha de S. Paulo de 21-4-2007.

VLADIMIR POLÍ[email protected]

De Jundiaí, SP

No final da tarde, quando seaproximava a hora de partirem, omarido espírita se surpreendeu aover sua esposa, católica epregadora, conversandotranquilamente com Chico. Assimque ela voltou daquele encontro,ele perguntou sobre o que falavam.

Ela, pedagoga, estudiosa esempre interessada em aprendermais, disse ter-se aproximado domédium para perguntar como po-diam trabalhar daquela forma, comtanta gente, mais de quinhentaspessoas, fora os que vinham de forasó para conhecer o trabalho? Comoera feita a organização naquele es-paço simples, num terreno baldio,a céu aberto? Como mantinhamaquelas pessoas ali?

Conta a esposa que Chico res-pondeu: “Nós não organizamosnada, minha irmã, é a fome, é anecessidade quem organiza tudo”.

E, então, ela voltou a questio-nar: “E essa moedinha que vejovocê tirar do bolso do paletó, paradar a alguns mais pobres, de queadianta isso?

E ouviu do dedicado servidor:“É o amor, minha irmã. Aqui elessabem que são amados. Não dar ascostas àqueles que nos pedem éuma dádiva dos ensinos de nossoSenhor”.

Então, Euclides, emocionado,voltou os olhos para longe, comoquem recorda um passado de luz enos diz, num tom de exclamação,para concluir aquele caso: “Hoje,ela é uma pregadora espírita...!”.

Pedi-lhe paciência. Renan já es-crevera A Vida de Jesus, obra co-mentada por Kardec na Revista Es-pírita, Ano 1864, p. 134 e seguintes,na coletânea da Edicel, a duras pe-nas traduzida pelo Júlio Abreu Fi-lho, lançada com sacrifício pelo meuamigo Frederico Ghianini, assesso-rado por outro amigo meu, RuyCintra Paiva.

Renan, fazendo pesquisas séri-as, até arqueológicas, não foi aceitopor muitos espíritas abertamenteaferrados à Bíblia como se evangé-licos fossem.

Num lance mais adiante, ouço avoz doutro jovem, o Sérgio Fernan-

des Aleixo, nos programas do casalOlímpia e Gastão VeríssimoBrandão, no microfone da Rádio Riode Janeiro. Já o médico pediatraAmérico Domingos Nunes Filho mechamara a atenção para as pesqui-sas do Sérgio, tendo à mão a obraSabedoria do erudito professorCarlos Juliano Torres Pastorino. Eagora, agorinha mesmo, o colega demagistério estadual Vítor Hugo, medá de presente O Espiritismo perantea Bíblia, do Lair e do Aleixo. Quervocê lê-lo? www.panoromaespirita.com.br/loja. (Cartas: Caixa Postal61003, Vila Militar, Rio de Janeiro,RJ, CEP 21615-970.)

Jesus na Terra, outra conotação foidada pelos dirigentes da Igreja em re-lação àqueles que encontravam amorte sem que tivessem recebido obatismo, um dos sete sacramentosadotados pelo Cristianismo primiti-vo e considerado como artigo de fé,assim proclamado em 1439, em ple-na vigência da “Santa Inquisição”.

João Batista, que chegou à vidaterrena pouco antes de Jesus, prega-va no deserto da Judeia e proclama-va o batismo de arrependimento, ofazendo com as águas do rio Jordão.

Acontece, porém, que a IgrejaCristã, pelo ano de 313, foi elevadaà condição de religião oficial do Im-pério Romano, cujo decreto foi as-sinado pelo Imperador Constantino.A partir daí e durante séculos a fio,a religião predominante foigradativamente se desnaturando eajustando-se de acordo com os in-teresses convenientes, uma vez queinterferia em todos os atos da vidasocial e política, chegando mesmoa influenciar ou decidir seriamenteem reinados e outras modalidadesde governos, por um século.

Com isso, vemos que a presen-ça desse organismo viciado exer-ceu, com grande e danoso poder deimposição, seus dogmas a todosnós, que certamente já estivemos,um dia, sob o jugo poderoso da es-trutura religiosa que se autodeno-mina “A única religião deixada porJesus”.

Como diz claramente o textoevangélico, não há nada que não ve-nha à luz, pois nada permanece obs-curo por todo tempo.

E assim foi com o Limbo, quedeixou de ser o vilão da esperançade vida eterna com Deus.

No final do ano de 2005, veio apúblico dúvida sobre a existência do

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O IMORTALPÁGINA 14 JANEIRO/2011

A dádiva do tempoAo chegar a sua casa, neste último dia

de aula, Belinha estava feliz. Terminara oano letivo e agora queria descansar.

Abrindo o portão, Belinha nãopôde deixar de notar como o jardimestava bonito e florido.

Àquela hora do dia havia sombrano jardim. A mãe, com as mãos sujasde terra, plantava uma nova espéciede flor. Ela sorriu ao ver a filha quechegava e Belinha, dando-lhe um bei-jo, afirmou admirada:

— Mamãe, seu jardim está lindo,cheio de flores coloridas e perfuma-das. Não há na vizinhança um jardimigual ao seu!

A mãe sorriu e agradeceu:— Obrigada, filhinha. É que Deus

colaborou enviando-me o calor do sole chuva na medida certa.

— Mamãe, também quero fazerum canteiro só meu, naquele cantoperto do muro. Posso?

— Claro, Belinha. Ficarei feliz emvê-la trabalhar o solo. Essa atividadelhe fará muito bem. Quer começar ago-ra? Eu ajudo você a preparar a terra.

A menina pensou um pouco e res-pondeu:

— Agora não, mamãe. Quero des-cansar um pouco.

No dia seguinte, Belinha estavasem fazer nada, e a mãe sugeriu:

— Belinha, por que não começa afazer seu canteiro no jardim?

— Agora não, mamãe. Não estoucom vontade.

— Então, que tal começar a leraquele livro que ganhou de presente?Parece bem interessante!

— Não quero ler agora, mamãe.Vou ver televisão.

A mãe ouviu e não disse nada.

Olá, Meu Amiguinho! Estamosagora num novo ano e 2010 ficoupara trás com sua fieira de aconteci-mentos bons e ruins.

Vamos nos preparar para fazer omelhor.

Ano Novo, vida nova!Espero que tudo tenha corrido

bem para você neste ano que se fin-dou: que tenha sido aprovado na es-cola, que não esteja zangado comninguém, que esteja bem de saúde.

Agora é época depensar em descansar,sair, passear. Talvezviajar para uma praia,que tal?

Também é o mo-mento de planejar o quedesejamos para esteAno Novo. Como vocêdeseja que seja 2011?

Eu, por exemplo,desejo para você PAZ,AMOR, ALEGRIA,SAÚDE, ESPERANÇA, FELICI-DADE, entre outras coisas.

Para isso, porém, necessário quepossamos colaborar para que todosvivam da mesma forma.

Então, para ter PAZ, precisamosdar paz aos outros: não brigar comninguém, sendo pacíficos e toleran-tes, em qualquer lugar e com todos.

Para ter AMOR, devemos ser amo-

Feliz 2011!...

Passados alguns dias, depois de, porvárias vezes, ter incentivado Belinha acomeçar seu canteiro no jardim, ou a fa-zer alguma atividade útil, sem resultado,a mãe percebeu que a filha estava aborre-cida. Sentou-se perto dela, e perguntou:

— Você parece meio desanimada,filha. Aconteceu alguma coisa?

— Não, mamãe. Só não tenhovontade de fazer nada e estou semprecansada. Acho que estou doente!...

A mãe ouviu atentamente a filha evoltou a perguntar:

— Belinha, como você tem usadoseu tempo?

A menina respondeu, depois depensar um pouco:

— Tenho assistido televisão e,quando não tem nada interessante, ficono portão vendo o movimento da rua;às vezes, fico cansada e durmo. Só isso!

A mãe sorriu, abraçando a filhacom carinho.

— Sabe o que lhe falta, Belinha?Movimento! Você precisa fazer algu-ma coisa, filha!...

— Mas, mamãe, “eu” estou de fé-rias! Preciso descansar! — exclamoua garota, indignada.

— Você tem toda razão, Belinha.Precisa descansar das atividades rotinei-ras que a escola impõe aos alunos, comotodos os dias ir às aulas, fazer tarefas,estudar para provas, fazer trabalhos etc.

rosos e delicados com todas as pessoas.Para ter ALEGRIA, precisamos

alegrar aos outros. Nada de cara aze-da, carrancuda, mal-humorada. Umsorriso opera milagres e abre todasas portas, sabia?

Para gozar de SAÚDE, necessá-rio ter uma vida saudável de corpo ealma. Claro que você pode comerumas bobagens de vez em quando,mas não o tempo todo!

A ESPERANÇA deve ser a ami-ga de todas as horas.Ela nos faz desejaralcançar nossos obje-tivos e dá estímuloaos nossos desejos.

E a FELICIDA-DE, que tanto busca-mos na vida, será aconsequência do es-tado de bem-estar,de satisfação íntimacom a gente e comos outros. Enfim,

contentamento com a VIDA!Se pensar bem, você verá quanto

tem para agradecer a Deus pelas bên-çãos que lhe tem dado o tempo todo.

E já que nós recebemos tanto,que tal ajudar as pessoas que têmmenos e passam necessidades? Nãoé uma boa ideia?

FELIZ ANO NOVO para você epara toda a sua família!

Isso não quer dizer ficar sem fazer nada,minha filha!... Você precisa ter ativida-des diferentes, como brincar com suasamigas, ler um livro interessante, nave-gar na internet, passear e até assistir tele-visão. O seu cansaço é de não fazer nada!

— Será, mamãe?...— Sem dúvida, filha. Você estava

com uma agenda ocupada pelas ativi-dades escolares, de repente resolveunão fazer mais nada, e estranhou a fal-ta de ter o que fazer.

A mãe parou de falar por algunsinstantes, depois prosseguiu:

— Além disso, filha, você já ima-ginou que maravilha é a bênção dotempo que Deus nos concede?

— Nunca pensei nisso — disse agarota meneando a cabeça.

— Pois pense! O tempo é nossa opor-tunidade de realizarmos alguma coisa.

A menina arregalou os olhos, le-vantando a mão:

— Já sei, mamãe! Estudamos naescola sobre os verbos, que têm PRE-SENTE, PASSADO e FUTURO.

— Exatamente, Belinha. Mas, émuito mais do que isso. O PASSADOé um tempo que não podemos mudar.Se nós fizemos ou não fizemos algu-ma coisa, se agimos certo ou errado,tudo já ficou para trás. Nossas açõesnão podem ser refeitas. É o ontem.

— E o FUTURO, mamãe?— O FUTURO representa o que

ainda vai acontecer. Então, só podemosplanejar, desejar fazer alguma coisa,sonhar com algo que queremos muitorealizar. Por exemplo: você pode so-nhar em dirigir um carro quando tiveridade suficiente, em fazer uma facul-dade. No entanto, só podemos agir noPRESENTE, que é o momento atual, ohoje, o que estamos vivendo agora.

A menina pensou um pouco e con-siderou:

— Agora eu entendi, mamãe. Outrodia eu queria fazer um canteiro que fossesó meu, e não fiz. Ainda posso fazer?

— Claro que pode, filha! Você per-deu a oportunidade daquele dia e dosdias seguintes, mas ainda há tempo.Ainda estamos na época do ano em queas plantas crescem e florescem rápido.Se fosse inverno, seria diferente, elasnão teriam tanta facilidade.

— Então, hoje mesmo vou come-çar o meu canteiro. Não quero perdermais tempo, mamãe.

Belinha, com a ajuda amorosa damãe, aprendeu como preparar a terra,abrir uma cova e colocar com delicade-za a semente ou a muda; depois, cobrircom terra, para que ela fique bem aga-

salhada e possa se fixar, lançando raízes.Aprendeu também que deveria regartodos os dias para manter o solo úmido.

Em pouco tempo, Belinha viu quesuas plantinhas cresceram, se desenvol-veram e deram lindas flores, alegrandoe enfeitando o jardim de sua casa.

E era com a maior satisfação que elamostrava seu canteiro para todas as pes-soas que chegavam e que admiravam seuesforço e dedicação. Algum tempo depois,ela estava ensinando suas amiguinhas quetambém desejavam cultivar suas flores.

Belinha entendeu o valor do tempoe a importância de agir na hora certa, nãodeixando para depois o que poderia fa-zer hoje. Passou a utilizar esse pensamen-to nas atitudes com as amigas e colegasde escola, resolvendo logo os pequenosproblemas, procurando desculpar as fal-tas dos outros. Quando julgava ter ma-goado alguém, logo pedia desculpas. Es-tudava as matérias assim que eram da-das pela professora, não deixando para aépoca das provas, pois sabia que não te-

ria tempo suficiente para estudar tudo.Belinha passou a agradecer a Deus

pelas bênçãos que lhe dava na vida, masespecialmente pela dádiva do tempo,pois sem ele nada seria possível.

A lição ficou gravada em sua me-mória e, certamente, lhe seria útil portoda a existência.

Meimei

(Recebida por Célia Xavier deCamargo em 20/12/2010)

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O IMORTALJANEIRO/2011 PÁGINA 15

Os seis estágios da morte e a vida no mundo espiritual(Conclusão do artigo publicado na pág. 16.)

Obviamente, a eventual passagempelo Umbral também gera intenso te-mor. Esse medo costuma ser mais pro-nunciado em adeptos de religiões or-todoxas que pregam que as referidasregiões de sofrimento no além-túmulo, conhecidas pelo vulgo gene-ricamente como “inferno”, estariamassociadas a uma condenação eterna.

Subsequentemente, o desencar-nante iniciaria a quarta etapa, que se-ria um processo mais amplo de adap-tação ao mundo espiritual, no qual asevoluções moral e intelectual, comespecial destaque para a bondade e oconhecimento associado às questõesrelacionadas à espiritualidade, seriamfundamentais para o recém-chegadoà Erraticidade.O ser desencarnado compreendecada vez mais que colherá o queplantou na última encarnação

Neste estágio, o Espírito começaa trabalhar e estudar com afinco e de-dicação, procurando analisar,concomitantemente, os objetivos maisprofundos da vida e, principalmente,sua atual condição espiritual. É umafase importante, pois além de apren-der sobre o mundo espiritual e conhe-cer mais sobre as leis da vida, analisasua encarnação passada, identifican-do pontos positivos e negativos da suatrajetória, analisando tarefas desenvol-

LEONARDO MARMOMOREIRA

[email protected] De São José dos Campos, SP

vidas e trabalhos negligenciados. Valedestacar que, além da avaliação dastarefas desenvolvidas, é uma fase emque o processo de autoconhecimento,muitas vezes através de criteriosaautocrítica, surge ou aprofunda-se,pois a Lei de Deus, que está escrita naconsciência da criatura, eclode aindamais concreta e lúcida do que no mo-mento que envolve a desencarnação.Normalmente, essa fase também estáassociada aos primeiros contatos comentes queridos no mundo espiritual,mas essa oportunidade está sujeita auma série de variações, dependendode uma gama de contingências espiri-tuais dos Espíritos envolvidos nesseeventual reencontro.

A quinta fase seria uma etapa ex-tremamente interessante, poiscorresponde à vida Espiritual do Serdesencarnado perfeitamente adaptadoà sua nova condição. Consciente do seunível espiritual, incluindo falhas e con-quistas, bem como ciente de dívidas es-pirituais e muitas vezes das condiçõesespirituais de seres queridos. Esse Es-pírito passa a trabalhar com dedicação,muitas vezes tendo objetivos a curto,médio e longo prazo, envolvendo rea-lizações no bem, conquistas espiritu-ais, reencontros desejados com seresque permanecem encarnados, entre ou-tros. Essa fase pode ser curta ou relati-vamente longa, dependendo de diver-sos fatores. De qualquer maneira, o serdesencarnado compreende cada vezmais que colherá o que plantou na últi-ma encarnação ou que esteja plantan-

do no mundo espiritual e, se minima-mente maduro e consciente, acentua oesforço e o aproveitamento do tempopara cada vez mais realizar, aprender eajudar, visando aos desafios do futuro.

Vale lembrar que André Luiz des-creve atividades extraordinárias desen-volvidas por seis ministérios em Nos-so Lar: Regeneração, Auxílio, Comu-nicação, Esclarecimento, Elevação eUnião Divina. Os quatro primeirosestariam mais vinculados à inter-rela-ção entre Nosso Lar e a Esfera físicada Crosta Terrena e os dois últimosconectariam mais efetivamente Nos-so Lar a esferas espirituais superiores.

André Luiz disse ter tido umamorte difícil e sofrida em umhospital, tendo passado mais

de 8 anos no umbralA sexta e última fase seria a pre-

paração para a reencarnação. Essafase que em significativa parte coe-xiste com a quinta fase, começa a ga-nhar contornos mais definidos quan-do os projetos começam a ser deline-ados mais concretamente. De fato, naquinta fase, em que pese a consciên-cia de que deverá reencarnar no futu-ro, essa preocupação ainda não éprioritária, pois o mundo espiritualreserva muitos trabalhos, estudos eoportunidades de crescimento. Quan-do os projetos da nova experiênciacarnal passam a ser efetivamente pla-nejados, o regime de urgência na pre-paração para a próxima experiênciafísica começa a coexistir com as tare-fas próprias à vida espiritual.

Em função muito provavelmentedos nossos ancestrais medos de mor-rer fisicamente e de ir para o “infer-no”, sempre nos preocupamos maiscom as 3 primeiras etapas (Morte, de-sencarnação e socorro espiritual). Defato, mesmo a preocupação com o cha-mado socorro espiritual não é tão di-fundida, pois depende de um nível deinformação a respeito da vida após amorte que poucos indivíduos em nos-sa sociedade detêm. Nós sempre nospreocupamos mais em ter uma “boamorte”, de preferência sem dor e comrápido socorro espiritual, do que real-mente com a nossa futura condição es-piritual real. André Luiz, por exemplo,teve uma morte difícil e sofrida em um

hospital, tendo passado mais de 8 anosno umbral. Entretanto, ainda assim,após sua fase de adaptação à colôniaespiritual Nosso Lar, apresentou ex-traordinário amadurecimento espiritu-al, tendo sido escolhido em função desuas conquistas para a grande missãode se tornar uma espécie de “repórterdo mundo espiritual”, desvelando-nosgrandes realidades e permitindo a to-dos nós espíritas um aprofundamentonos ensinos da Codificação, a nós dei-xados por Allan Kardec. Portanto, ape-sar de não ter tido excelentes morte edesencarnação, André Luiz tinha umanotável bagagem espiritual, as quaiscatalisadas por seu esforço e discipli-na espiritual permitiram que o nobreautor espiritual proporcionasse umaobra de relevância ímpar para o avan-ço espiritual do planeta Terra.

Muitas vezes também nos preo-cupamos com o nível evolutivo dacolônia espiritual em que seremossocorridos, o que também não deixade ser algo secundário, pois, apesarde certo nivelamento, essahomogeneização não é absoluta,implicando que Espíritos de evolu-ções bem diferenciadas podem ha-bitar uma mesma colônia espiritual,sobretudo nas mais populosas.

O intervalo entre encarnaçõesé um período significativo quepode melhorar as condições

futuras da pessoaÉ comum Espíritos verdadeira-

mente missionários como Veneran-da (conforme narrado em Nosso Lar)e Bezerra de Menezes abdicarem dehabitar esferas superiores para auxi-liar-nos em nosso processo evolutivoem nome da prática autêntica doAmor e da Fraternidade. IrmãoJacob, autor da extraordinária obra“Voltei”, é um exemplo de um Espí-rito que realizou muito enquantoencarnado, fazendo jus ao que po-deríamos classificar de uma “ótimamorte”, uma vez que foi digno de sersocorrido espiritualmente por umaequipe espiritual liderada pelo pró-prio Dr. Adolfo Bezerra de Menezes.Esse socorro aconteceu durante oprocesso de morte e desencarnação,minimizando grandemente a pertur-bação inerente à grande transição,

pois foram imediatamente sucedidaspela entrada de Irmão Jacob em umaelevada colônia espiritual. No entan-to, o nobre trabalhador espírita per-cebeu, após determinado tempo deadaptação no mundo espiritual, quenão tinha as condições de elevaçãoespiritual que, a priori, supusera de-ter, mesmo tendo sido merecedor detoda assistência desencarnatória,bem como da inserção na referidacolônia espiritual.

É importante frisar que a dura-ção destas fases é extremamente va-riável, sendo que algumas delas po-dem ser drasticamente reduzidas oumesmo ser praticamente suprimidasdependendo da evolução espiritual decada ser. A título de ilustração, pode-mos citar o pai de André Luiz que,em função de suas dificuldades espi-rituais, saiu literalmente do umbralpara o procedimento reencarnatório.Portanto, as fases de socorro espiri-tual e de preparação para a reencar-nação se sobrepuseram, havendo umasupressão praticamente total das fa-ses de adaptação ao mundo espiritu-al e de realizações.

De qualquer maneira, em ocor-rências mais gerais e frequentes, asseis etapas são observadas para umgrande número de Espíritos. Real-mente, o período de permanência nomundo espiritual para a maioria dosEspíritos que habitam atualmente aTerra costuma ser superior ao tem-po médio em que permanecemosencarnados na crosta. Assim sendo,o intervalo entre encarnações é umperíodo significativo, o qual, se re-almente bem aproveitado, pode me-lhorar muito as condições do indi-víduo em sua próxima experiênciareencarnatória.

A nós encarnados resta realizarmais e melhor no campo dos deveresmateriais e espirituais, estudandocada vez com mais dedicação a Dou-trina Espírita, para termos o méritomoral e o conhecimento intelectualsobre a vida espiritual, os quais tor-narão nosso futuro período na Erra-ticidade uma fase de paz, trabalho nobem e realizações plenificadoras,desde o primeiro momento, isto é, omomento da morte física.

Divaldo responde– Você convive espiritualmen-

te com Chico Xavier, de forma es-treita e continuada, desde os tem-pos de Pedro Leopoldo. Qual a in-fluência do nosso médium deUberaba no desenvolvimento desua mediunidade?

Divaldo Franco: QuandoChico Xavier vivia em PedroLeopoldo, eu fruí da felicidade deser seu hóspede, algumas vezes,convivendo com ele em estreita co-munhão que o tempo lhe permitia.

Gentil e amoroso, tratava-nos atodos com a sua proverbial bonda-de. Com ele aprendi, do muito quetem e doa, o pouco que reuni e uti-lizo na jornada. Posso afirmar quetodos nós, espíritas da atualidade,devemos muito a Chico Xavier, es-pecialmente os que somos cristãos.Toda a sua vida é um hino de fé, de

caridade, de amor e de bondade, en-sinando, com ou sem palavras,como é possível servir e ser feliz naTerra e na Espiritualidade. Dessemodo, a sua influência, direta ousutil, no exercício da mediunidadede que sou instrumento e mesmo navida cotidiana, é-me muito grande.Em Uberaba, tive também a felici-dade de ser recebido no seu lar, sem-pre que o solicitei, almoçando comele ou convivendo em família, comoocorre com outros seus amigos,prosseguindo na aprendizagem e as-similação dos seus ensinamentoselevados. Houve uma interrupçãode convivência por alguns anos, queem nada afetou sua contribuiçãomissionária para minha vida insig-nificante. Ele prosseguirá semprecomo modelo humano na Mensa-gem Superior das Vozes do Céu.

Os leitores de todo o globo podem ler o jornal O Imortal por meio da internet, sem custo nenhum e semnecessidade de cadastro, senha ou inscrição. Estão disponíveis na rede mundial de computadores as ediçõesde 2006 em diante. Para ver o jornal basta clicar neste link: www.oconsolador.com/oimortal.html

A comunicação via internet com a Direção do jornal pode ser feita por meio deste correio eletrônico:[email protected]

O jornal O Imortal na internet

Extraído de entrevista publicada em setembro de 1992 no jornal Fo-lha Espírita.

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O IMORTALPÁGINA 16

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Os estágios básicos enfrenta-dos pelo Espírito desencarnantepodem ser divididos em seis fa-ses/situações fundamentais: AMorte propriamente dita; A Desen-carnação; O Socorro Espiritual; Aadaptação ao Mundo Espiritual;As Realizações; e A preparaçãopara a Nova Reencarnação.

A morte consiste na falênciabiológica do organismo que per-mite a vida material do Espírito,ou seja, é a interrupção da vigên-cia das condições mínimasexigidas para que o corpo físicodesenvolva suas manifestaçõesfisiológicas imprescindíveis àmanifestação da vida.

A morte do corpo físico podeocorrer de forma brusca, quan-do um acidente físico interrom-pe a vida orgânica de um indiví-duo minimamente saudável, oude forma lenta e gradual, quan-do a velhice ou determinada do-ença vão desgastando, passo apasso, a vitalidade do organismo.Nestes casos, sobretudo quandoé dito popularmente que o indi-víduo “morreu de velhice” ousimplesmente “morreu de ve-lho”, podemos inferir que ocor-reu um esgotamento total do flui-do vital que é uma espécie decombustível da vida física. Alémdisso, o fluido vital tem partici-pação fundamental na constitui-ção do chamado “cordão de pra-ta” ou “cordão prateado”, que éo liame que une o perispírito aocorpo físico desde o momento daconcepção até a desencarnação.

Apesar de utilizarmos fre-quentemente como sinônimos ostermos morte e desencarnação, arigor, estes seriam fenômenosdistintos. De fato, em nosso ní-vel evolutivo, é rara a coincidên-

LEONARDO MARMOMOREIRA

[email protected] São José dos Campos, SP

JANEIRO/2011

Os seis estágios da morte e a vida no mundo espiritualA duração destas fases é extremamente variável, sendo que algumas delas podem ser drasticamente reduzidas ou mesmo suprimidas

cia temporal dasdurações de am-bos os processos.Para Espíritosque, como nósque moramos naTerra, habitamplanos de Provase Expiações, émuito mais fre-quente o processode morte propria-mente dita serconcluído muitoantes da chamadadesencarnação.

A desencarnação seria adesvinculação de quaisquer elosentre o perispírito e o corpo físi-co. André Luiz e Irmão Jacob dis-correm com profundidade sobre otema em suas obras “Obreiros daVida Eterna” e “Voltei”, respecti-vamente. Irmão Jacob chega aafirmar que quando foi “cortado”o chamado “cordão prateado” en-tre o cadáver e seu perispírito du-rante o seu velório, o impacto queele sentiu foi tão intenso que eleachou que “estava morrendo porsegunda vez”. Vale adir que, se-gundo Irmão Jacob (pseudônimodo ex-presidente da Federação Es-pírita Brasileira, FredericoFigner), após esse processo derompimento do “cordão pratea-do”, a deterioração do cadáver seacentuou significativamente.

A passagem depuradora peloUmbral tem relação com o

nível de materialidade excessi-va de nosso perispírito

Em casos de suicídios diretose indiretos, esse processo é bemmais lento, pois, além de ser umatentado grave frente às Leis deDeus, o desencarnante ainda pos-sui excesso de fluido vital, umavez que está “morrendo” muitoantes do previsto. Essa abundân-cia de fluido vital (também conhe-cido como “ectoplasma”, quandoexteriorizado e/ou materializado)

fortalece a intensidade deinteração entre perispírito e cor-po físico, deixando o perispíritoou corpo espiritual excessivamen-te “materializado”, e dificultandodemasiadamente o processo de li-bertação do Espírito em relaçãoao cadáver. A diminuição de flui-do vital explica, de certa forma,fenômenos comuns a doentes ter-minais que, apesar de nunca te-rem sido médiuns ostensivos du-rante toda sua vida física, come-çam a ter sonhos verdadeiramen-te espirituais, vidências claras,intuições mais concretas. Além daproteção espiritual preparatóriapara a morte, a maior liberdadeem termos de desdobramentoperispiritual, em função do desli-gamento lento e gradual do doen-te, ocorre devido à menor inten-sidade de interação perispírito/corpo físico associada ao esgota-mento dos órgãos fisiológicos e àescassez de fluido vital. Esses pro-cessos podem ocorrer com eleva-da ostensividade no leito de mor-te, quando, apesar de ainda encar-nado, o Espírito desencarnanteacentua sua percepção espiritual.André Luiz comenta sobre esseassunto em um capítulo intitulado“Mediunidade no Leito de Mor-te”, da obra “Nos Domínios daMediunidade”. Além disso, vári-os casos de “Experiência de Qua-se-Morte (EQM)” relatados por

médicos e profissio-nais da área de saúdet o t a l m e n t edesvinculados do Es-piritismo têm corro-borado as análises es-píritas a respeito des-tes fenômenos de de-senlace quase total doEspírito encarnado.

A própria passa-gem depuradora peloUmbral, necessáriapara muitos de nós,tem relação com o ní-

vel de materialidade excessiva denosso perispírito, em função deexcesso de foco mental em ques-tões puramente materiais quemuitos indivíduos mantêm duran-te suas existências materiais. Talvício mental, associado a outrosestados doentios da alma comoconsciência de culpa, medo, ódio,ressentimento, apego à matéria,entre outros, aumenta o nível dematerialidade do perispírito, tor-nando-o mais “denso”, mais“grosseiro”, deixando-o, por con-sequência, mais próximo ao cor-po material em suas necessidadese manifestações. Em função daafinidade espiritual que define asbarreiras vibratórias do mundo es-piritual, Espíritos de evolução se-melhante acabam habitando asmesmas regiões ou regiões de ní-vel espiritual semelhante.

O socorro ou o resgateespiritual pode simultaneamente

acontecer nos processos demorte e desencarnação

Quanto mais materializado foro perispírito, mais complexo, de-morado e sofrido tende a ser a ele-vação de padrão vibratório do Es-pírito recém-desencarnado. Con-sequentemente, mais tardia tendea ser a saída desse Espírito de umestado de perturbação espiritualociosa e contraproducente emuma região umbralina em direçãoa uma região de trabalho efetivo

no bem, como é o caso das co-lônias espirituais como NossoLar, Campo da Paz, entre outras.Essa etapa é conhecida como“socorro ou regaste espiritual”.

Esse “socorro ou resgate es-piritual” pode acontecer simul-taneamente aos processos demorte e desencarnação, masessa é uma situação comum aEspíritos que retornam ao Mun-do dos Espíritos em boas condi-ções espirituais, o que, infeliz-mente em nosso mundo, aindacorresponde à minoria das cria-turas. Esse socorro espiritual,com posterior encaminhamentopara regiões onde o bem é ocomportamento predominante,livraria o desencarnante de ummaior período depurativo em re-giões de sofrimento.

Apesar da ajuda espiritualconstante que sempre recebe-mos em quaisquer situações, o“socorro espiritual” somenteserá efetivamente providencia-do e sentido pelo Espírito re-cém-desencarnado quando eleascender minimamente do pon-to de vista espiritual para tercondições de ser recebido emuma região espiritual de traba-lho ativo no campo do bem. Essetipo de cuidado evita que o Es-pírito desencarnante seja moti-vo de problemas para os traba-lhadores espirituais e atrapalhesuas funções nas inúmeras tare-fas a que se dedicam. Por outrolado, a inserção em uma colô-nia de um Espírito que ainda seencontra em uma atitude rebel-de não será produtiva para essepróprio Espírito, pois ele nãodará o devido valor à sua novacondição, uma vez que nem co-meçou a reflexionar sobre osmotivos que o teriam levado auma situação de sofrimento apóssua desencarnação. (Continuana pág. 15.)