O Futuro Das Infraestruturas de TI
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8/17/2019 O Futuro Das Infraestruturas de TI
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As infraestruturas de TI estãoa evoluir a velocidades semprecedentes, em grande parteimpulsionadas pelo aumentodo tráfego e processamento
de dados dos serviços que já podemos chamar deconvencionais, mas agoratambém pela evolução dasClouds, do Big Data, da IoT edas SmartCities
O mercado de infraestrutura de TI está a
receber a transformação digital como ne-nhum outro. A Gartner prevê que 75 por
cento de todos os negócios e empresas sejam supor-
tados por infraestruturas digitais em 2020, que na
prática são já apenas quatro anos.
As notícias sobre a “morte” do modelo on-premises
foram manifestamente exageradas, assim como a
sobrevalorização da Cloud pública e a consequente
concentração das infraestruturas. É agora claro que
“a ascensão das clouds privadas poderá levar a que
as públicas sejam usadas apenas em circunstâncias
bastante específicas por muitas empresas” (leia cró-
nica H. Carreiro, pág.32).
É agora crítico para os decisores de IT , CIOs e CTOs,
assim como para os seus parceiros tecnológicos,
olhar atentamente para quais os caminhos a seguir
nas infraestruturas.
Várias novas tendências estão a surgir ou a consoli-
darem-se para o futuro próximo da infraestrutura de
TI, e é critico para o sucesso das suas empresas e ins-tituições que sejam agora tomadas as decisões certas.
Diversos novos caminhos estão a surgir no futuro
das infra, com o objetivo de administrar o fluxo de
informação digital, facilitando a transição para in-
fraestruturas digitais, e adaptando-se à exigência
elevada de velocidade e eficiência.
Cinco tendências
Identificamos as cinco principais tendências para asquais devemos estar preparados e que respondem
aos desafios que o Big Data, a IoT. as SmartCities e
a Cloud vão colocar.
O Futuro das Infraestruturas de TI
1O data center Modular e oMicro data center O Big Data e a IoT transformarão de forma radical a
capacidade das próximas gerações de data centers.
Se, por um lado, isso coloca pressão sobre a capa-cidade e escabilidade, por outro lado existe a habi-
tual necessidade de consolidação por otimização de
custos. São requisitos aparentemente contraditórios,
mas podem ser solucionados com data centers mo-
dulares.
Esta abordagem traduz-se numa infraestrutura pré-
-fabricada, ou infraestruturas modulares, rápidas de
implementar e flexíveis.
E a adoção destes data centers está a crescer rapi-
damente, com o mercado global a chegar aos 40
mil milhões de dólares até 2018. Como os requisitosde velocidade e eficiência vão continuar a subir, a
procura será cada vez maior.
No IDC Directions deste ano, que decorreu em ou-
tubro no Centro de Congressos do Estoril, Kevin
Brown, vice president data center global strategy
and technology da Schneider Electric, defendeu a
ideia de que os data centers terão que ser, cada vez
mais, construídos com um propósito, fazendo o de-
ployment do IT necessário de modo a que determi-nada aplicação possa ser executada sem problemas.
O responsável explicou ainda ao IT Channel , durante
o evento, que a própria IoT vai impulsionar a neces-
sidade de computação localizada e que, por isso, os
data centers privados têm futuro.
O papel dos Parceiros é aqui fundamental: têm de
perceber, junto do cliente, antes de mais, que apli-
cações devem ficar num data center privado (e não
numa Cloud pública), e quais os seus requirements
ao nível da largura de banda e latência de modo a
poderem desenhar a melhor solução.Muitos fabricantes estão, atualmente, a apostar nos
data centers modulares, que permitem gerir melhor
a relação custo-benefício.
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No fundo, um data center modular pré-fabricado é
uma opção mais flexível e que está a ganhar cada vez
mais terreno, mesmo em Portugal, por serem mais
fáceis de escalar e expandir a curto prazo. Outra das
grandes vantagens é o facto de serem mais eficientes
do ponto de vista energético e terem um deploymentmais rápido.
Se o tempo de latência não é decisivo na maioria
da aplicações que utilizamos (não, seguramente, no
nosso e-mail ou na web), quando falamos de M2M
e de IoT torna-se absolutamente crítico. Concentrar
todo o fluxo de dados da IoT numa lógica de consoli-
dação de data centers não é economicamente vanta-
joso, e tecnicamente poderá ser incorreto. Processar
localmente o que não necessita de ser centralizado,
e centralizar apenas a informação necessária diminuio tempo de latência, é menos sujeito a falhas de co-
nectividade e evita ruturas na sua operação.
Os micro data centers, como módulos de uma in-
fraestrutura integrada podem ser a resposta a estes
novos desafios.
2 Software-Defined Networking Uma tendência em crescimento acelerado é o soft-
ware defined networking (SDN). Num mercado que
valerá mais de 8 mil milhões de dólares em 2018,
o modelo SDN é um modelo de virtualização quesepara a topologia de redes e gestão do tráfego
do hardware. Utilizado inicialmente apenas pelos
grandes providers de Cloud, o SDN está a chegar à
empresas, permitindo a interação entre as cargas de
trabalho de aplicações e infraestruturas de rede. Isto
aumenta significativamente o poder da rede, além
de simplificar o ambiente de gestão de TI. O SDN
vai continuar o seu crescimento na medida em que
o tráfego de rede irá aumentar anualmente 25 por
cento e a aceleração das velocidades de rede será
dez vezes superior à capacidade atual.O SDN vem, assim, conferir muitos benefícios e re-
solver problemas de recursos complexos, já que pos-
sibilita a inovação da tecnologia de rede e potencia
a sua versatilidade, reduzindo a complexidade e a
sobrecarga administrativa. Esta tecnologia tem o po-
tencial de melhorar significativamente os tempos
de resposta nas solicitações de serviço, segurança
e confiabilidade. Pode também reduzir os custos
através da automatização de vários processos que
são atualmente feitos de forma manual e permitir
que os departamentos de TI possam substituir (pelo
menos em alguns casos) os dispositivos de alto custo
por hardware commodity.
3 Eficiência Energética Com o crescimento da dimensão dos data centers,
não é surpreendente que o consumo de energia elé-
trica suba em flecha. Dados apenas dos EUA es-
timam que o consumo dos data centers americanosaumente de um total de 90 mil milhões de Kwh em
2013 para os 140 mil milhões de Kwh em 2020.
Neste momento, 3 por cento de todo o consumo
da rede elétrica é destinado a centro de dados, e
essa percentagem vai aumentar, aumentando assim
a pegada de carbono produzida pelo IT em todo o
mundo.
Se alguns gigantes do IT como a Google entram na
produção da energia renovável ou localizam os data
centers no círculo polar ártico para diminuir a pegadade carbono, para todos os restantes mortais é preciso
encontrar soluções práticas.
A densidade e eficiência dos servidores é uma
das prioridades: estima-se que apenas 15 por
cento do load de um servidor empresarial é utili-
zado em termos médios, mas o consumo energé-
tico acaba sempre por manter-se. Para agravar, 30
por cento de todos os servidores estão na verdade
em “coma”, ou seja, estão atribuídos a tarefas
que vão sendo descontinuadas. Ainda assim, são
mantidos em funcionamento, pois esses serviços
não são migrados para outros servidores. Além
do mais, os equipamentos envelhecidos são pornorma muito menos eficientes energeticamente.
Ao contrário do que muitas vezes é percebido, o
arrefecimento não é o principal responsável pelo con-
sumo energético do data center , mas sim o próprio
hardware de TI.
O Power Usage Effectiveness (PUE) , que é o rácio
entre o consumo total de um data center e o con-
sumo dos equipamentos IT, é hoje de 1.5 em termos
médios. Isto significa que o consumo com o arrefe-
cimento, com a estabilização elétrica e com a ilumi-nação é metade do consumo do próprio hardware de
IT. Mas a meta é chegar o mais perto possível do 1.
O Open Compute Project (OPC), por exemplo, está a
repensar em conjunto com os fabricantes o próprio
servidor, no sentido de um menor consumo ener-
gético, eliminando as ventoinhas e permitindo um
aumento da temperatura sem que isso se traduza
num aumento de falhas.
Sem essa alteração, as técnicas de floating, que con-
sistem em permitir a circulação forçada de ar filtrado
não arrefecido no data center durante períodos do dia
ou do ano mais frios, acabam por não dar os resul-
tados esperados, porque os consumos do hardware
sobem. E Portugal, com o seu clima cada vez menos
ameno, não é uma localização ideal para o floating.
Assim, os data centers modulares são também uma
resposta para a eficiência energética, porque mantêm
uma elevada densidade de hardware, eficiência tér-
mica e um consumo mais baixo. Tipicamente, o PUEde um data center modular é já inferior a 1.2.
4 Data Center InfrastructureManagement (DCIM)A gestão de infraestruturas de centros de dados (ou
DCIM, do inglês Data Center Infrastruture Mana-
gement) não é propriamente um conceito novo, e
tem vindo a ser falada e debatida pela indústria das
IT pelo menos desde 2009. Contudo, algumas das
tendências mais recentes – entre as quais o crescenterecurso à virtualização e aos diferentes serviços na
Cloud – têm vindo a aumentar a sua importância.
A DCIM é essencialmente uma categoria de so-
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luções que foram criadas de modo a ampliar as
convencionais funções de gestão de centros dedados – incluindo todos os componentes físicos e
recursos presentes em infraestruturas e domínios
das TI: visa congregar as áreas das tecnologias da
informação e da gestão de infraestruturas com o
objetivo de centralizar a monitorização, o controlo
e o planeamento dos sistemas críticos dos centros
de dados. A sua adoção requer um conjunto espe-
cializado de software, de hardware e de sensores.
A crescente importância da área tem contribuído
para o surgimento e a evolução de várias métricas
de desempenho relevantes para indústria – entreelas a PUE, já referida, e a Data center Energy Pro-
ductivity (DCeP). De acordo com o relatório da IDC,
“Worldwide Datacenter Census and Construction
2014–2018”, 43 por cento dos fabricantes de so lu-
ções DCIM esperam que nos próximos cinco anos
a indústria evolua para uma metodologia de auto-
-manutenção, proporcionando um nível de auto-
mação e controlo que permitirá mais data centers
sem supervisão humana, incluindo os micro data
centers, geograficamente mais distribuídos, que,
em conjunto com os software-defined data centers
irá fornecer em tempo real a alocação de recursos
virtuais necessária para atender aos novos desafios
trazidos pela IoT e Big Data.
5 A InterconexãoA procura de capacidade de rede, escalabilidade e
armazenamento nunca foi tão grande. A ascensão
da IoT, as aplicações interligadas e serviços em Cloudexigem proximidade com recursos confiáveis e se-
guros, além de acesso mais rápido aos dados. Esta é
uma grande oportunidade para levarem os providers
de serviços de rede a estratégias impulsionadas por
interconexões diretas.Além de conduzir a uma menor latência e maior
rendimento, estas ligações diretas entre data centers
podem garantir aos clientes empresariais a utilização
de múltiplos providers para aplicações.
Ambientes de computação distribuída vão tornar-se
mais prevalentes, com base em conetividade, múlti-
plas Cloud e infraestruturas, num tecido complexo
de componentes distribuídos.
Neste ambiente de interconetividade, os solution
providers terão de trabalhar em conjunto para me-
lhorar a interoperabilidade e oferecer contratos
abrangentes que incorporem os seus múltiplos
concorrentes, de forma a que os seus clientes não
tenham a necessidade de estabelecer diversos
SLA com cada um dos seus fornecedores indivi-
dualmente. Este novo ambiente concorrencial fará
surgir novas ofertas por parte dos atuais solution
providers, mas também possivelmente novas em-
presas, que se especializarão na gestão destaframework .
Conclusão
As atuais infraestruturas de data centers já mal se
assemelham ao que podíamos encontrar no inicio
deste século. Tendências como Big Data, Cloud pri-
vada, Cloud Pública e IoT levam os requisitos de
velocidade, eficiência e poder de processamento
para níveis sem procedentes - resultando em maiores
custos e consumos de energia.Para fazer face a necessidades futuras, muitas em-
presas procuram soluções nos seus parceiros de IT .
Não existindo forma de vislumbrar o futuro com
clareza, todos os sinais apontam para o aumento da
dependência e colaboração em rede entre solution
providers, de modo a enfrentar melhor os desafios
que seguramente se vão colocar.
❚ A adoção de data centers modulares, com in-fraestruturas pré-fabricadas, está a crescer a umritmo elevado, com o mercado global a alcançaros 40 mil milhões de dólares em 2018. Maioresrequisitos de velocidade e eficiência levarão a quea procura por estas soluções aumente.
❚ A IoT impulsionará a necessidade de computaçãolocalizada. Processar localmente diminui o tempode latência e os data centers modulares podemser a resposta.
❚ Os problemas de eficiência energética também
podem ser endereçados pelos data centers mo-dulares, porque mantêm uma elevada densidadede hardware, eficiência térmica e consumo maisbaixo.
❚ O SDN está a afirmar-se cada vez mais junto dasempresas, permitindo a interação entre as cargasde trabalho de aplicações e infraestruturas derede.
❚ 43 por cento dos fabricantes de soluçõesDCIM esperam que nos próximos cinco anosa indústria evolua para uma metodologia deauto-manutenção.
❚ As ligações diretas entre data centers podemgarantir aos clientes empresariais a utilização demúltiplos providers para aplicações, conduzindo
a uma menor latência e maior rendimento. ❚ Os solution providers terão de trabalhar em con- junto para melhorar a interoperabilidade entredata centers.
Considerações-chave