O Futuro Das Infraestruturas de TI

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    As infraestruturas de TI estãoa evoluir a velocidades semprecedentes, em grande parteimpulsionadas pelo aumentodo tráfego e processamento

    de dados dos serviços que já podemos chamar deconvencionais, mas agoratambém pela evolução dasClouds, do Big Data, da IoT edas SmartCities

    O mercado de infraestrutura de TI está a

    receber a transformação digital como ne-nhum outro. A Gartner prevê que 75 por

    cento de todos os negócios e empresas sejam supor-

    tados por infraestruturas digitais em 2020, que na

    prática são já apenas quatro anos.

    As notícias sobre a “morte” do modelo on-premises 

    foram manifestamente exageradas, assim como a

    sobrevalorização da Cloud pública e a consequente

    concentração das infraestruturas. É agora claro que

    “a ascensão das clouds privadas poderá levar a que

    as públicas sejam usadas apenas em circunstâncias

    bastante específicas por muitas empresas” (leia cró-

    nica H. Carreiro, pág.32).

    É agora crítico para os decisores de IT , CIOs e CTOs,

    assim como para os seus parceiros tecnológicos,

    olhar atentamente para quais os caminhos a seguir

    nas infraestruturas.

    Várias novas tendências estão a surgir ou a consoli-

    darem-se para o futuro próximo da infraestrutura de

    TI, e é critico para o sucesso das suas empresas e ins-tituições que sejam agora tomadas as decisões certas.

    Diversos novos caminhos estão a surgir no futuro

    das infra, com o objetivo de administrar o fluxo de

    informação digital, facilitando a transição para in-

    fraestruturas digitais, e adaptando-se à exigência

    elevada de velocidade e eficiência.

    Cinco tendências

    Identificamos as cinco principais tendências para asquais devemos estar preparados e que respondem

    aos desafios que o Big Data, a IoT. as SmartCities e

    a Cloud vão colocar.

    O Futuro das Infraestruturas de TI

    1O data center  Modular e oMicro data center  O Big Data e a IoT transformarão de forma radical a

    capacidade das próximas gerações de data centers.

    Se, por um lado, isso coloca pressão sobre a capa-cidade e escabilidade, por outro lado existe a habi-

    tual necessidade de consolidação por otimização de

    custos. São requisitos aparentemente contraditórios,

    mas podem ser solucionados com data centers mo-

    dulares.

    Esta abordagem traduz-se numa infraestrutura pré-

    -fabricada, ou infraestruturas modulares, rápidas de

    implementar e flexíveis.

    E a adoção destes data centers está a crescer rapi-

    damente, com o mercado global a chegar aos 40

    mil milhões de dólares até 2018. Como os requisitosde velocidade e eficiência vão continuar a subir, a

    procura será cada vez maior.

    No IDC Directions deste ano, que decorreu em ou-

    tubro no Centro de Congressos do Estoril, Kevin

    Brown, vice president data center global strategy

    and technology  da Schneider Electric, defendeu a

    ideia de que os data centers terão que ser, cada vez

    mais, construídos com um propósito, fazendo o de-

     ployment  do IT  necessário de modo a que determi-nada aplicação possa ser executada sem problemas.

    O responsável explicou ainda ao IT Channel , durante

    o evento, que a própria IoT vai impulsionar a neces-

    sidade de computação localizada e que, por isso, os

    data centers privados têm futuro.

    O papel dos Parceiros é aqui fundamental: têm de

    perceber, junto do cliente, antes de mais, que apli-

    cações devem ficar num data center  privado (e não

    numa Cloud pública), e quais os seus requirements 

    ao nível da largura de banda e latência de modo a

    poderem desenhar a melhor solução.Muitos fabricantes estão, atualmente, a apostar nos

    data centers modulares, que permitem gerir melhor

    a relação custo-benefício.

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    No fundo, um data center modular pré-fabricado é

    uma opção mais flexível e que está a ganhar cada vez

    mais terreno, mesmo em Portugal, por serem mais

    fáceis de escalar e expandir a curto prazo. Outra das

    grandes vantagens é o facto de serem mais eficientes

    do ponto de vista energético e terem um deploymentmais rápido.

    Se o tempo de latência não é decisivo na maioria

    da aplicações que utilizamos (não, seguramente, no

    nosso e-mail ou na web), quando falamos de M2M

    e de IoT torna-se absolutamente crítico. Concentrar

    todo o fluxo de dados da IoT numa lógica de consoli-

    dação de data centers não é economicamente vanta-

     joso, e tecnicamente poderá ser incorreto. Processar

    localmente o que não necessita de ser centralizado,

    e centralizar apenas a informação necessária diminuio tempo de latência, é menos sujeito a falhas de co-

    nectividade e evita ruturas na sua operação.

    Os micro data centers, como módulos de uma in-

    fraestrutura integrada podem ser a resposta a estes

    novos desafios.

    2 Software-Defined Networking Uma tendência em crescimento acelerado é o  soft-

    ware defined networking (SDN). Num mercado que

    valerá mais de 8 mil milhões de dólares em 2018,

    o modelo SDN é um modelo de virtualização quesepara a topologia de redes e gestão do tráfego

    do hardware. Utilizado inicialmente apenas pelos

    grandes providers de Cloud, o SDN está a chegar à

    empresas, permitindo a interação entre as cargas de

    trabalho de aplicações e infraestruturas de rede. Isto

    aumenta significativamente o poder da rede, além

    de simplificar o ambiente de gestão de TI. O SDN

    vai continuar o seu crescimento na medida em que

    o tráfego de rede irá aumentar anualmente 25 por

    cento e a aceleração das velocidades de rede será

    dez vezes superior à capacidade atual.O SDN vem, assim, conferir muitos benefícios e re-

    solver problemas de recursos complexos, já que pos-

    sibilita a inovação da tecnologia de rede e potencia

    a sua versatilidade, reduzindo a complexidade e a

    sobrecarga administrativa. Esta tecnologia tem o po-

    tencial de melhorar significativamente os tempos

    de resposta nas solicitações de serviço, segurança

    e confiabilidade. Pode também reduzir os custos

    através da automatização de vários processos que

    são atualmente feitos de forma manual e permitir

    que os departamentos de TI possam substituir (pelo

    menos em alguns casos) os dispositivos de alto custo

    por hardware commodity. 

    3 Eficiência Energética Com o crescimento da dimensão dos data centers,

    não é surpreendente que o consumo de energia elé-

    trica suba em flecha. Dados apenas dos EUA es-

    timam que o consumo dos data centers americanosaumente de um total de 90 mil milhões de Kwh em

    2013 para os 140 mil milhões de Kwh em 2020.

    Neste momento, 3 por cento de todo o consumo

    da rede elétrica é destinado a centro de dados, e

    essa percentagem vai aumentar, aumentando assim

    a pegada de carbono produzida pelo IT em todo o

    mundo.

    Se alguns gigantes do IT como a Google entram na

    produção da energia renovável ou localizam os data

    centers no círculo polar ártico para diminuir a pegadade carbono, para todos os restantes mortais é preciso

    encontrar soluções práticas.

    A densidade e eficiência dos servidores é uma

    das prioridades: estima-se que apenas 15 por

    cento do load   de um servidor empresarial é utili-

    zado em termos médios, mas o consumo energé-

    tico acaba sempre por manter-se. Para agravar, 30

    por cento de todos os servidores estão na verdade

    em “coma”, ou seja, estão atribuídos a tarefas

    que vão sendo descontinuadas. Ainda assim, são

    mantidos em funcionamento, pois esses serviços

    não são migrados para outros servidores. Além

    do mais, os equipamentos envelhecidos são pornorma muito menos eficientes energeticamente.

    Ao contrário do que muitas vezes é percebido, o

    arrefecimento não é o principal responsável pelo con-

    sumo energético do data center , mas sim o próprio

    hardware de TI.

    O Power Usage Effectiveness (PUE) , que é o rácio

    entre o consumo total de um data center  e o con-

    sumo dos equipamentos IT, é hoje de 1.5 em termos

    médios. Isto significa que o consumo com o arrefe-

    cimento, com a estabilização elétrica e com a ilumi-nação é metade do consumo do próprio hardware de

    IT. Mas a meta é chegar o mais perto possível do 1.

    O Open Compute Project (OPC), por exemplo, está a

    repensar em conjunto com os fabricantes o próprio

    servidor, no sentido de um menor consumo ener-

    gético, eliminando as ventoinhas e permitindo um

    aumento da temperatura sem que isso se traduza

    num aumento de falhas.

    Sem essa alteração, as técnicas de floating, que con-

    sistem em permitir a circulação forçada de ar filtrado

    não arrefecido no data center  durante períodos do dia

    ou do ano mais frios, acabam por não dar os resul-

    tados esperados, porque os consumos do hardware

    sobem. E Portugal, com o seu clima cada vez menos

    ameno, não é uma localização ideal para o floating.

    Assim, os data centers modulares são também uma

    resposta para a eficiência energética, porque mantêm

    uma elevada densidade de hardware, eficiência tér-

    mica e um consumo mais baixo. Tipicamente, o PUEde um data center  modular é já inferior a 1.2.

    4 Data Center InfrastructureManagement (DCIM)A gestão de infraestruturas de centros de dados (ou

    DCIM, do inglês Data Center Infrastruture Mana-

    gement) não é propriamente um conceito novo, e

    tem vindo a ser falada e debatida pela indústria das

    IT pelo menos desde 2009. Contudo, algumas das

    tendências mais recentes – entre as quais o crescenterecurso à virtualização e aos diferentes serviços na

    Cloud – têm vindo a aumentar a sua importância.

    A DCIM é essencialmente uma categoria de so-

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    ),

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    luções que foram criadas de modo a ampliar as

    convencionais funções de gestão de centros dedados – incluindo todos os componentes físicos e

    recursos presentes em infraestruturas e domínios

    das TI: visa congregar as áreas das tecnologias da

    informação e da gestão de infraestruturas com o

    objetivo de centralizar a monitorização, o controlo

    e o planeamento dos sistemas críticos dos centros

    de dados. A sua adoção requer um conjunto espe-

    cializado de software, de hardware e de sensores.

    A crescente importância da área tem contribuído

    para o surgimento e a evolução de várias métricas

    de desempenho relevantes para indústria – entreelas a PUE, já referida, e a Data center Energy Pro-

    ductivity (DCeP). De acordo com o relatório da IDC,

    “Worldwide Datacenter Census and Construction

    2014–2018”, 43 por cento dos fabricantes de so lu-

    ções DCIM esperam que nos próximos cinco anos

    a indústria evolua para uma metodologia de auto-

    -manutenção, proporcionando um nível de auto-

    mação e controlo que permitirá mais data centers 

    sem supervisão humana, incluindo os micro data

    centers, geograficamente mais distribuídos, que,

    em conjunto com os software-defined data centers 

    irá fornecer em tempo real a alocação de recursos

    virtuais necessária para atender aos novos desafios

    trazidos pela IoT e Big Data.

    5 A InterconexãoA procura de capacidade de rede, escalabilidade e

    armazenamento nunca foi tão grande. A ascensão

    da IoT, as aplicações interligadas e serviços em Cloudexigem proximidade com recursos confiáveis e se-

    guros, além de acesso mais rápido aos dados. Esta é

    uma grande oportunidade para levarem os providers

    de serviços de rede a estratégias impulsionadas por

    interconexões diretas.Além de conduzir a uma menor latência e maior

    rendimento, estas ligações diretas entre data centers 

    podem garantir aos clientes empresariais a utilização

    de múltiplos providers para aplicações.

    Ambientes de computação distribuída vão tornar-se

    mais prevalentes, com base em conetividade, múlti-

    plas Cloud e infraestruturas, num tecido complexo

    de componentes distribuídos.

    Neste ambiente de interconetividade, os  solution

     providers  terão de trabalhar em conjunto para me-

    lhorar a interoperabilidade e oferecer contratos

    abrangentes que incorporem os seus múltiplos

    concorrentes, de forma a que os seus clientes não

    tenham a necessidade de estabelecer diversos

    SLA com cada um dos seus fornecedores indivi-

    dualmente. Este novo ambiente concorrencial fará

    surgir novas ofertas por parte dos atuais  solution

     providers, mas também possivelmente novas em-

    presas, que se especializarão na gestão destaframework .

    Conclusão

    As atuais infraestruturas de data centers  já mal se

    assemelham ao que podíamos encontrar no inicio

    deste século. Tendências como Big Data, Cloud pri-

    vada, Cloud Pública e IoT levam os requisitos de

    velocidade, eficiência e poder de processamento

    para níveis sem procedentes - resultando em maiores

    custos e consumos de energia.Para fazer face a necessidades futuras, muitas em-

    presas procuram soluções nos seus parceiros de IT .

    Não existindo forma de vislumbrar o futuro com

    clareza, todos os sinais apontam para o aumento da

    dependência e colaboração em rede entre  solution

     providers, de modo a enfrentar melhor os desafios

    que seguramente se vão colocar.

    ❚ A adoção de data centers modulares, com in-fraestruturas pré-fabricadas, está a crescer a umritmo elevado, com o mercado global a alcançaros 40 mil milhões de dólares em 2018. Maioresrequisitos de velocidade e eficiência levarão a quea procura por estas soluções aumente.

     ❚ A IoT impulsionará a necessidade de computaçãolocalizada. Processar localmente diminui o tempode latência e os data centers modulares podemser a resposta.

     ❚ Os problemas de eficiência energética também

    podem ser endereçados pelos data centers mo-dulares, porque mantêm uma elevada densidadede hardware, eficiência térmica e consumo maisbaixo.

    ❚ O SDN está a afirmar-se cada vez mais junto dasempresas, permitindo a interação entre as cargasde trabalho de aplicações e infraestruturas derede.

    ❚ 43 por cento dos fabricantes de soluçõesDCIM esperam que nos próximos cinco anosa indústria evolua para uma metodologia deauto-manutenção.

     ❚ As ligações diretas entre  data centers podemgarantir aos clientes empresariais a utilização demúltiplos providers para aplicações, conduzindo

    a uma menor latência e maior rendimento. ❚ Os solution providers terão de trabalhar em con- junto para melhorar a interoperabilidade entredata centers.

    Considerações-chave