O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM...

30
O feminino e a professora: a mulher e o O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena Mora Dias Gláuci Helena Mora Dias Mestre pela Faculdade de Educação da (FE-USP) Mestre pela Faculdade de Educação da (FE-USP) Professora da Veris Faculdades e integrante do Professora da Veris Faculdades e integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Alfabetização e Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Alfabetização e Letramento (GEAL-USP) Letramento (GEAL-USP)

Transcript of O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM...

Page 1: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

““O feminino e a professora: a mulher e o trabalho O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente."docente."

OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININOTECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO

Gláuci Helena Mora DiasGláuci Helena Mora Dias Mestre pela Faculdade de Educação da (FE-USP) Mestre pela Faculdade de Educação da (FE-USP)

Professora da Veris Faculdades e integrante do Grupo de Professora da Veris Faculdades e integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Alfabetização e Letramento Estudos e Pesquisas sobre Alfabetização e Letramento

(GEAL-USP)(GEAL-USP)

Page 2: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

Aparição de um rosto e de uma Aparição de um rosto e de uma fruteira na praia (1938), fruteira na praia (1938), de de

Salvador DaliSalvador Dali

Page 3: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

LINGUAGEM DO LINGUAGEM DO COTIDIANOCOTIDIANOApropriamo-nos da concepção dialógica de Apropriamo-nos da concepção dialógica de

linguagem de linguagem de BakhtinBakhtin, na qual a , na qual a comunicação verbal não pode ser comunicação verbal não pode ser compreendida fora de sua ligação com compreendida fora de sua ligação com uma situação concreta, numa perspectiva uma situação concreta, numa perspectiva de totalidade, de totalidade, integrada à vida humana.integrada à vida humana.

A consciência só se torna consciência quando se impregna de conteúdo A consciência só se torna consciência quando se impregna de conteúdo ideológico (semiótico) e, consequentemente, somente no processo de ideológico (semiótico) e, consequentemente, somente no processo de interação social. (Bakhtin, 2006:34)interação social. (Bakhtin, 2006:34)

A lógica da consciência é a lógica da comunicação ideológica, da A lógica da consciência é a lógica da comunicação ideológica, da interação semiótica de um grupo social. (Bakhtin, 2006:36)interação semiótica de um grupo social. (Bakhtin, 2006:36)

(...) o estudo das ideologias não dependem em nada da (...) o estudo das ideologias não dependem em nada da psicologia e não tem nenhuma necessidade dela. (Bakhtin, psicologia e não tem nenhuma necessidade dela. (Bakhtin, 2006:36)2006:36)

Page 4: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

Se privarmos a Se privarmos a consciênciaconsciência de seu de seu conteúdo semiótico e ideológico, conteúdo semiótico e ideológico, não sobra nadanão sobra nada. A imagem, a . A imagem, a palavra, o gesto significante, etc. palavra, o gesto significante, etc. constituem o abrigo da consciência. constituem o abrigo da consciência.

Fora desse material, Fora desse material, há apenas o há apenas o simples ato fisiológico, não simples ato fisiológico, não esclarecido pela consciência, esclarecido pela consciência, desprovido do sentido que os desprovido do sentido que os signos lhe conferemsignos lhe conferem. (Bakhtin, . (Bakhtin, 2006:36)2006:36)

Page 5: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

““Percebam como muitas vezes dizemos coisas das Percebam como muitas vezes dizemos coisas das quais nos arrependemos, sobretudo quando quais nos arrependemos, sobretudo quando tomamos consciência de que estamos apenas tomamos consciência de que estamos apenas dando prosseguimento a conceitos alheios, quando dando prosseguimento a conceitos alheios, quando não aos mais arraigados preconceitos, a idéias que não aos mais arraigados preconceitos, a idéias que circulam pela sociedade e as quais assumimos circulam pela sociedade e as quais assumimos como se fossem carregadas da mais completa como se fossem carregadas da mais completa originalidade. Em quantas discussões nos originalidade. Em quantas discussões nos envolvemos, defendendo ou criticando temas como envolvemos, defendendo ou criticando temas como a prática do aborto, a pena de morte, o a prática do aborto, a pena de morte, o parlamentarismo, o presidencialismo e outros, sem parlamentarismo, o presidencialismo e outros, sem nos darmos conta de que sobre eles pouco nos darmos conta de que sobre eles pouco pensamos e , menos ainda, amadurecemos pontos pensamos e , menos ainda, amadurecemos pontos de vista. Por estas constatações dá para entender de vista. Por estas constatações dá para entender por que é necessário existir uma relação menos por que é necessário existir uma relação menos ingênua, mais crítica, com os discursos.”ingênua, mais crítica, com os discursos.”

• CITELLI,CITELLI, Adilson.(1994). O Texto Argumentativo. São Paulo: Scipione Adilson.(1994). O Texto Argumentativo. São Paulo: Scipione

Page 6: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

sexismo da linguagem:sexismo da linguagem:- palavra - palavra homenagem;homenagem;- concordâncias;concordâncias;- Adjetivos pejorativos (biscate, cachorra, Adjetivos pejorativos (biscate, cachorra,

vagabunda etc.);vagabunda etc.); Deus e Alá (substantivos concretos??) – Deus e Alá (substantivos concretos??) –

““Mentiras que parecem verdades”Mentiras que parecem verdades”, de , de Umberto Eco e Marisa Bonazzi;Umberto Eco e Marisa Bonazzi;

a palavra a palavra velho velho -- “Contra o Consenso: “Contra o Consenso: cultura escrita e participação social, cultura escrita e participação social, de de Luiz Percival Leme Britto;Luiz Percival Leme Britto;

mongoloide/ portador de necessidade mongoloide/ portador de necessidade especial.especial.

Page 7: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

Todos os diversos campos da Todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao atividade humana estão ligados ao uso multiforme e complexo da uso multiforme e complexo da linguagem, o que explica ainda mais linguagem, o que explica ainda mais o poder destao poder desta. (Bakhtin, 2003) . (Bakhtin, 2003)

A vida cotidiana é, sobretudo, a vida com A vida cotidiana é, sobretudo, a vida com a linguagem. É pela linguagem que a linguagem. É pela linguagem que participamos com o outro, que participamos com o outro, que coexistimoscoexistimos, que podemos , que podemos transcender o transcender o plano da realidade e do cotidiano para plano da realidade e do cotidiano para vivenciarmos a literatura, o sonho, o vivenciarmos a literatura, o sonho, o devaneio, aquilo que compartilhamos, devaneio, aquilo que compartilhamos, aquilo em que acreditamos, o que aquilo em que acreditamos, o que conhecemos e que poderemos conhecerconhecemos e que poderemos conhecer..

Page 8: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

Conhecer e dominar as nuanças da Conhecer e dominar as nuanças da linguagem humana significa, pelo menos linguagem humana significa, pelo menos em princípio, ter em princípio, ter autonomiaautonomia e e acesso acesso livre ao conhecimentolivre ao conhecimento e à e à lei da lei da convivênciaconvivência em sociedade; é poder em sociedade; é poder evitar evitar a manipulaçãoa manipulação de um sistema social de um sistema social alienante. alienante.

É também É também dominar o jogo da linguagem dominar o jogo da linguagem para impressionarpara impressionar, para , para mudar mudar comportamentoscomportamentos, para , para atuar sobre o atuar sobre o outro, visando sempre a uma intenção, outro, visando sempre a uma intenção, com atitudes ativas e reflexivascom atitudes ativas e reflexivas. .

Page 9: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

Para se refletir sobre construção Para se refletir sobre construção da imagem da mulher no trabalho da imagem da mulher no trabalho docente ou, mais especificamente docente ou, mais especificamente do modo como a docência se do modo como a docência se alimenta dos discursos do alimenta dos discursos do cotidiano, cotidiano, é necessário é necessário problematizar os fios dialógicos problematizar os fios dialógicos das leituras e das imagens, das leituras e das imagens, linguagem cotidiana, tramados linguagem cotidiana, tramados pelo universo social e escolar. pelo universo social e escolar.

Page 10: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

Autores e artistas escrevem, Autores e artistas escrevem, desenham, descrevem, e o desenham, descrevem, e o modo de ler-e-ver de muitos é modo de ler-e-ver de muitos é entrelaçado por interpretações entrelaçado por interpretações que constituem modos que constituem modos femininos para a docência.femininos para a docência.

Page 11: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

TRAMA DOS FIOS TRAMA DOS FIOS DIALÓGICOS... DIALÓGICOS... Com licença Com licença

poéticapoéticaAdélia PradoAdélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,Quando nasci um anjo esbelto,desses que tocam trombeta, anunciou:desses que tocam trombeta, anunciou:vai carregar bandeira.vai carregar bandeira.Cargo muito pesado pra mulher,Cargo muito pesado pra mulher,esta espécie ainda envergonhada.esta espécie ainda envergonhada.Aceito os subterfúgios que me cabem,Aceito os subterfúgios que me cabem,sem precisar mentir.sem precisar mentir.Não sou feia que não possa casar,Não sou feia que não possa casar,acho o Rio de Janeiro uma beleza eacho o Rio de Janeiro uma beleza eora sim, ora não, creio em parto sem dor.ora sim, ora não, creio em parto sem dor.Mas o que sinto escrevo.  Cumpro a sina.Mas o que sinto escrevo.  Cumpro a sina.Inauguro linhagens, fundo reinosInauguro linhagens, fundo reinos— dor não é amargura.— dor não é amargura.Minha tristeza não tem pedigree,Minha tristeza não tem pedigree,já a minha vontade de alegria,já a minha vontade de alegria,sua raiz vai ao meu mil avô.sua raiz vai ao meu mil avô.Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.Mulher é desdobrável. Eu sou.Mulher é desdobrável. Eu sou.

Page 12: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

Poema de sete facesPoema de sete faces•

Quando nasci, um anjo torto Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida. As casas espiam os homens disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida. As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres. que correm atrás de mulheres. A tarde talvez fosse azul, A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos. O bonde passa cheio de pernas: não houvesse tantos desejos. O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas. pernas brancas pretas amarelas. Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. Porém meus olhos Porém meus olhos não perguntam nada. O homem atrás do bigode não perguntam nada. O homem atrás do bigode é sério, simples e forte. é sério, simples e forte. Quase não conversa. Quase não conversa. Tem poucos, raros amigos Tem poucos, raros amigos o homem atrás dos óculos e do -bigode, Meu Deus, por que me o homem atrás dos óculos e do -bigode, Meu Deus, por que me abandonaste abandonaste se sabias que eu não era Deus se sabias que eu não era Deus se sabias que eu era fraco. Mundo mundo vasto mundo, se sabias que eu era fraco. Mundo mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução. seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo, Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração. Eu não devia te dizer mais vasto é meu coração. Eu não devia te dizer mas essa lua mas essa lua mas esse conhaque mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo. botam a gente comovido como o diabo.

•       De De Alguma poesiaAlguma poesia (1930)  (1930) Carlos Drummond de Andrade

Page 13: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

As três graçasAs três graças, Rubens , Rubens 16401640

Page 14: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

A MODELO DE 2010...A MODELO DE 2010...

Page 15: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

Padrão de beleza do Padrão de beleza do século XXIséculo XXI

Page 16: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.
Page 17: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.
Page 18: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

EMÍLIA FERREIROEMÍLIA FERREIRO

Page 19: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

Candido Portinari. Mulheres no Campo. 1938.Candido Portinari. Mulheres no Campo. 1938.Pintura a aquarela e guache/papel-36 x 36cm. Pintura a aquarela e guache/papel-36 x 36cm.

Coleção particular, Rio de Janeiro,RJColeção particular, Rio de Janeiro,RJ

Page 20: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

"Mulher e criança”, de "Mulher e criança”, de Candido PortinariCandido Portinari

Page 21: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

MULHER PAISAGEM, MULHER PAISAGEM, DalíDalí

Page 22: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

ROSTO DEITADO, DalíROSTO DEITADO, Dalí

Page 23: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

Valsinha, Valsinha, Chico BuarqueChico Buarque

Page 24: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

A Princesa... Será?A Princesa... Será?

Page 25: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

• ““MAS DEVEMOS DEFENDER-MAS DEVEMOS DEFENDER-NOS DE TODA PALAVRA, TODA NOS DE TODA PALAVRA, TODA LINGUAGEM QUE NOS LINGUAGEM QUE NOS DESFIGURE O MUNDO, QUE DESFIGURE O MUNDO, QUE NOS SEPARE DAS CRIATURAS NOS SEPARE DAS CRIATURAS HUMANAS, QUE NOS AFASTE HUMANAS, QUE NOS AFASTE DAS RAÍZES DA VIDA.” DAS RAÍZES DA VIDA.” (Érico Veríssimo)(Érico Veríssimo)

Page 26: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

Alberto CaeiroAlberto Caeiro   

XLVI - Deste Modo ou Daquele XLVI - Deste Modo ou Daquele ModoModo

  •   

Procuro despir-me do que aprendi.Procuro despir-me do que aprendi.Procuro esquecer-me do modo de lembrar Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,que me ensinaram,e raspar a tinta com que me pintaram os e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,sentidos,Desencaixotar minhas emoções Desencaixotar minhas emoções verdadeiras.verdadeiras.Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro,Caeiro,mas um animal humano que a natureza mas um animal humano que a natureza produziu.produziu.Mas isso (triste de nós que trazemos a Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida!),alma vestida!),isso exige um estudo profundo,isso exige um estudo profundo,uma aprendizagem de desaprender...uma aprendizagem de desaprender...

Alberto Alberto CaeiroCaeiro

•         

Page 27: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

Assim...Assim...Importa Importa despir as vestes com que pintaramdespir as vestes com que pintaram os os sentidos do feminino na educação para que se sentidos do feminino na educação para que se possibilitem novos olhares. Olhares que construam possibilitem novos olhares. Olhares que construam o autoconhecimento e autolapidação do ser o autoconhecimento e autolapidação do ser docente para uma consciência do seu estar no docente para uma consciência do seu estar no mundo e ser desprovido da mundo e ser desprovido da tintatinta socialsocial, que sufoca, , que sufoca, oprime e oprime e pintou os sentidospintou os sentidos de um viver irreal. de um viver irreal.

Com uma reflexão contextualizada e sentida sobre Com uma reflexão contextualizada e sentida sobre os fatores interferentes na profissão docente, os fatores interferentes na profissão docente, principalmente no que tange à insatisfação, principalmente no que tange à insatisfação, amplia-se a compreensão sobre a condição de ser amplia-se a compreensão sobre a condição de ser professora, redimensionando o seu papel na busca professora, redimensionando o seu papel na busca de um ensino de qualidade em uma escola real com de um ensino de qualidade em uma escola real com seus conflitos e significados. seus conflitos e significados.

Page 28: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

Dessa maneira, em processo Dessa maneira, em processo de refutação do estabelecido, de refutação do estabelecido, o ser humano docente poderá o ser humano docente poderá constituir-se como sujeito do constituir-se como sujeito do próprio fazer pedagógico.próprio fazer pedagógico.

Page 29: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

Pixinguinha por Marisa Pixinguinha por Marisa Monte:Monte:A RosaA Rosa

Page 30: O feminino e a professora: a mulher e o trabalho docente." OS FIOS DIALÓGICOS DA LINGUAGEM COTIDIANA TECENDO A DOCÊNCIA DO UNIVERSO FEMININO Gláuci Helena.

REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS • BAKHTIN, M. Estética da criação verbal.São Paulo: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal.São Paulo:

Martins Fontes, 2003Martins Fontes, 2003• _________.Marxismo e filosofia da lingagem. São Paulo: _________.Marxismo e filosofia da lingagem. São Paulo:

Editora Hucitec, 2006.Editora Hucitec, 2006.• BARTHES, Roland. O rumor da língua.Tradução Mario BARTHES, Roland. O rumor da língua.Tradução Mario

Laranjeira, São Paulo:Editora Laranjeira, São Paulo:Editora Brasiliense, 1988.Brasiliense, 1988.• ________. A aula.Tradução Leyla Perrone – Moisés.São ________. A aula.Tradução Leyla Perrone – Moisés.São

Paulo: Cultrix, 2004.Paulo: Cultrix, 2004.• ________. O prazer do texto.Tradução J. Guinsburg. São ________. O prazer do texto.Tradução J. Guinsburg. São

Paulo: Perspectiva, Paulo: Perspectiva, 2006.2006.• KRAMER, S. Leitura e escrita como experiência – notas KRAMER, S. Leitura e escrita como experiência – notas

sobre seu papel na sobre seu papel na formação.In ZACCUR, E. A magia da formação.In ZACCUR, E. A magia da linguagem. Rio de Janeiro, 2000.linguagem. Rio de Janeiro, 2000.

• PERISSÉ, Gabriel. Filosofia, ética e literatura: uma PERISSÉ, Gabriel. Filosofia, ética e literatura: uma proposta pedagógica. São proposta pedagógica. São Paulo: Manole, 2004.Paulo: Manole, 2004.