O excesso da imagem e a questão do ouvir. A Era da Iconofagia. · A Era da Iconofagia •“A...

16
O excesso da imagem e a questão do ouvir. A Era da Iconofagia. Erika Ventura Gross Nicolle Brandão Simão

Transcript of O excesso da imagem e a questão do ouvir. A Era da Iconofagia. · A Era da Iconofagia •“A...

O excesso da imagem e a questão do ouvir. A Era da Iconofagia.

Erika Ventura GrossNicolle Brandão Simão

A cultura do ouvir e a Sociedade da imagem

•Mundo da visualidade

•O valor do som é menor que o valor da imagem

palavra documento

rádio televisão

Fala publicação

•Desvalorização de um dos nossos sentidos: surdez intencional

•A surdez é muito mais devastadora que a cegueira: pode determinar

uma condição de ser virtualmente sem linguagem

• Estaremos nos tornando surdos nesta civilização da visualidade?

Civilização da visualidade:

•Ver imagens opticamente

•Projetar imagens onde elas não estão visualmente presentes

•Atribuir valores imagéticos

•Conferir ao imaginário o status de realidade primordial

•Imagem e Visibilidade

•A visibilidade tem também o seu tempo que é um tempo

naturalmente muito mais curto e muito mais veloz do que o tempo da

audição, do fluxo do ouvir.

Portanto, tudo que é visível, morre mais rápido.

Por isso, vivemos também numa época da perecibilidade. A

época do one-way, do descartável.

• Dietmar Kamper, Bildstörungen (Distúrbios da Imagem), “O Padecimento

dos Olhos”

• A hipertrofia da imagem: não estamos enxergando nada. Somente vemos

ícones, no sentido mais tradicional da palavra,de imagens sacras, somente

vemos logotipos e marcas, imagens desconectadas do seu sistema e do

seu entorno. Já não vemos mais nexos, relações, sentidos

•Tempo da leitura e do ouvir e o tempo descartável das imagens

•Cegueira

“As idéias para uma estética pós-midiática, são absolutamente

necessárias. Uma introdução já seria a não-percepção visual do outro.

E do tempo como um opositor. Uma nova época do ouvir está

anunciada.”(Kamper,1994:27).

• Redescoberta do mundo do ouvir

As imagens que nos devoram

Imagem nº 1

• A corrida entre a máquina de escrever e a

máquina de costura

• mundo rasgado

• imagens já prontas

• cultura imagética da colagem, da

velocidade e da voracidade

• conceito de iconofagia

Imagem nº 3

A escrita e a imagem

• escrita x imagem

• o abismo pós-imagem

Imagem no 4

A iconofagia, a antropofagia, a imagem e o

beijo

beijo x imagem (devoração)

troca x apropriação

Crise da visibilidade pelo excesso de imagens

Norval Baitello Jr.

• Iconofagia, 1999: “ nós devoramos

imagens, nós consumimos imagens,

nós engolimos imagens. Até

fisicamente mesmo.”

“as imagens são tão evasivas que

podemos dizer que elas nos

envolvem, nos devoram. Nós

acabamos sendo alimento para elas.

Elas buscam, elas chamam nosso

olhar, elas nos capturam. Esse é o

conceito da iconofagia.”

•„imagem‟ vem da palavra latina 'imago',

que significa retrato da pessoa morta.

• Imagem: aceleração da vida e aceleração da comunicação.

• Congestionamento da visão

• Imagem pronta, diferente da imagem sonora

• Sonho pré-fabricado

Mídia: corpo como objeto de suporte das

imagens

• Transformação de corpos em imagem de

corpos

• “era das imagens, o corpo é imagem. Não

basta fotografar o corpo real, é necessário

fotografar o corpo que é imagem”

• Corpos irreais, pré-fabricados: sonho pré-

fabricado

Retorno

• Valorização das diversidade dos corpos

• Resistência à iconofagia

Oferta maior de imagens, segmentação, seletividade

http://www.youtube.com/watch?v=UEIbr4JvVaY

Visibilidade em Crise

Se o Real está

desaparecendo, não é

por causa de sua

ausência – ao

contrário, é porque

existe realidade

demais.

Este excesso de

realidade provoca o

fim da realidade, da

mesma forma que o

excesso de

informação põe um fim

na

comunicação

(Baudrillard, 2001: 72).

A Era da Iconofagia

• “A maior dificuldade do Homem contemporâneo é estar em seu

tempo” (velocidade com que são criadas as imagens)

• A imagem não se restringe apenas ao sentido de visão

• As imagens têm seu mundo próprio (debilidade dos olhos)

• quanto mais visão, menos propriocepção (desequilíbrio dos

sentidos)

• mera reprodução da reprodução, vazia de signo

• “observador da observação”

http://www.youtube.com/watch?v=aXEl9o8jkoY

O Homem contemporâneo vive rodeado de imagens e cada vez

mais cria imagens para se defender das imagens criadas, criando

um ciclo vicioso que o afasta do contato com seu corpo e da

relação com o corpo do outro, fazendo predominar, para sua

defesa, um ou mais sentidos em detrimento dos outros. Com isso,

ele passa a não ter contato com sua corporeidade, transformando

e ficando sua comunicação superficial. A profundidade lhe

escapa. Acredito que resgatar os sentidos, integrando-os, é o

caminho para entender a nossa corporeidade, é fazer um retorno

ao nosso essencial.

Magritte

•Surrealismo

•"Detesto o meu passado e o de todos. Detesto a resignação, a paciência, o

heroismo profissional e os sentimentos bonitos obrigatórios. Também

detesto as artes decorativas, o folclore, a publicidade, as vozes dos

anúncios, o aerodinamismo, os escuteiros, o cheiros das bolas de naftalina,

acontecimentos do momento e pessoas embriagadas".

• trata-se da imagem de um

cachimbo que não satisfaz a

necessidade do objeto real

•Magritte não procurava o obscuro e recusava o significado dos sonhos e da

psicanálise

•Terapia de choque e da surpresa

• Tudo o que vemos esconde outra coisa, e nós queremos sempre ver o que

está escondido pelo que vemos

http://www.youtube.com/watch?v=cAe1lVDbLf0