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ESTUDO DAS PLANTAS AROMÁTICAS E MEDICINAIS COMO ALTERNATIVA PARA USO E APRENDIZAGEM

Lucinéia Souza Silva Delatore1

Marcia Regina Royer2

RESUMO

Este artigo visa socializar os resultados obtidos com a Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED), implementado no Colégio Estadual Olavo Bilac – EFM., da cidade de Amaporã – Pr., com os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental, do ano 2011. o objetivo deste trabalho foi resgatar o conhecimento popular sobre plantas aromáticas e medicinais, incentivando o seu cultivo e repassar informações sobre as indicações e contra-indicações das plantas e ervas existentes em Amaporã-PR. Para obtenção dos dados foi aplicado um questionário em 100 famílias selecionadas por amostra aleatória. As plantas medicinais e aromáticas mais consumidas pela população de Amaporã são: camomila, erva doce, capim santo, erva cidreira, hortelã, poejo, pata de vaca, boldo, alecrim, citronela, babosa, arnica, picão, gerânio, erva de santa maria, erva doce, gengibre e quebra pedra. Observou-se que a porcentagem dos que não tem e não usam estas plantas foi de 43,75%, ou seja, a maior da população pesquisada faz uso de plantas medicinais e aromáticas. Evidenciou-se que a maioria da população usava as plantas de maneira incorreta, e não conseguindo o objetivo esperado pois tomavam os chás sem uma finalidade específica. Em decorrência, poderiam estar colocando sua saúde em risco, por falta de conhecimento de que as plantas medicinais possuem os princípios ativos dos medicamentos e que existem plantas medicinais muito parecidas uma com as outras por se tratar de espécies diferentes, onde algumas são tóxicas. O desenvolvimento do referido projeto serviu para valorizar o conhecimento empírico e explorar o conhecimento cientifico assim construindo novos saberes, o uso da escola como agente disseminador dos conhecimentos que se pretende implantar, como os esclarecimentos sobre os benefícios e malefícios do uso de tais plantas, melhorando assim a qualidade de vida das pessoas.

Palavras-chave: Plantas medicinais, plantas aromáticas, chás medicinais, fitoterapia.

1. INTRODUÇÃO

As observações populares sobre o uso e a eficácia de plantas medicinais

contribuem de forma relevante para a divulgação das virtudes terapêuticas dos vegetais,

Professora de Ciências da rede pública de educação do Estado do Paraná, em Amaporã-PR.2 Professora Adjunta da Universidade Estadual do Paraná - campus Paranavaí, (Orientadora).

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prescritos com frequência pelos efeitos medicinais que produzem, apesar de não terem

seus constituintes químicos conhecidos. Dessa forma, usuários de plantas medicinais

mantêm em voga a prática do consumo de fitoterápicos, tornando válidas informações

terapêuticas que foram sendo acumuladas durante séculos.

As plantas medicinais sempre desempenharam um papel significante na vida do

ser humano, tanto pelo valor místico que certas culturas lhe atribuem, como pelo seu uso

terapêutico, bastante difundido em todas as culturas e povos.

Segundo Chevalier (1996) até a primeira metade do século XX, as plantas

medicinais foi a terapêutica predominante. A partir de então, o seu uso foi pouco a pouco

sendo substituído pelo uso de medicamentos de síntese. No entanto, ainda hoje elas são

largamente usadas, principalmente por populações que tem mais dificuldade de acesso

ao medicamento sintético, e ainda pelas pessoas mais idosas que optam pelos “chás

caseiros” a medicina convencional e aos remédios vendidos nas drogarias.

Há um crescimento desenfreado da busca da cura através do uso de produtos

naturais e com isto cresce a divulgação de que as plantas são milagrosas e não oferecem

riscos e efeitos colaterais. Este fato é um risco à população, pois significa também que

mais produtos serão produzidos e vendidos muitas vezes, sem a preocupação e garantia

de qualidade da espécie.

O uso indiscriminado de plantas medicinas pela população pode provocar sérios

riscos à saúde. Portanto, faz-se necessário um conhecimento amplo e cada vez mais

sistematizado sobre as plantas medicinais, visando permitir o acesso a todos sobre sua

importância e aplicação e ainda sobre as precauções a serem tomadas.

O problema do acesso aos medicamentos pela população fortalece a implantação

de projetos esclarecedores sobre a utilização de produtos originados de plantas

medicinais, que possibilitem um melhor conhecimento de medicamentos fitoterápicos, ou

mesmo utilizados in natura, a custos acessíveis e com a efetividade necessária. Estas

dúvidas, se não dirimidas, podem agravar ainda mais o estado de saúde de uma

população, bem como dificultar o controle das informações errôneas e propiciar a

disseminação do que é correto.

Como toda a transformação que se quer ter sucesso deve passar pela escola, o

começo desta divulgação terá pleno êxito se os alunos forem conscientizados da

importância do conhecimento sobre as plantas aromáticas e medicinais e desenvolverem

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noções de cooperação, responsabilidade social e consciência ambiental. Normalmente

parte das plantas medicinais utilizadas e coletadas nas matas, ambientes naturais, é

cultivada nos fundos de quintais. Para que seja garantida sua preservação e o uso

correto, é necessário que sejam identificadas, estudadas e cultivadas.

Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), o uso da Fitoterapia passou a

ser defendido com mais ênfase por profissionais dos serviços de saúde, pelos seus

usuários, por pesquisadores e por gestores (BRASIL, 2006).

Palestras sobre plantas aromáticas e medicinais foram realizadas nos centros

sociais da cidade de Amaporã e observou-se inúmeras dúvidas da população sobre o uso

correto destas plantas. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi resgatar o conhecimento

popular sobre plantas aromáticas e medicinais, incentivando o seu cultivo e repassar

informações sobre as indicações e contra-indicações das plantas e ervas existentes em

Amaporã-PR.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Plantas Medicinais

As plantas pelas suas propriedades terapêuticas ou tóxicas adquiriram

fundamental importância na medicina popular. A flora brasileira é riquíssima em

exemplares que são utilizados pela população como plantas medicinais. Toda planta que

é administrada de alguma forma e, por qualquer via ao homem ou animal exercendo

sobre eles uma ação farmacológica qualquer é denominada de planta medicinal.

Segundo Chevalier (1996) o uso de plantas medicinais para o tratamento das

pessoas remonta aos primórdios da civilização. As plantas medicinais sempre

desempenharam um papel significante na vida do ser humano, seja pelo valor místico que

certas culturas lhe atribuem, seja pelo seu uso terapêutico, bastante difundido em todas

as culturas e povos. Contudo, ainda hoje elas são largamente usadas, principalmente por

populações que têm mais dificuldade de acesso ao medicamento sintético (WHO, 2002).

O antigo desejo de entender e utilizar a natureza como recurso terapêutico para

diversas doenças tem sido uma manifestação do ser humano, que vê nos vegetais, fontes

curativas.

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MARTINS (1998) ensina que a utilização das plantas medicinais é uma das mais

antigas armas empregadas para o tratamento das enfermidades humanas e muito já se

conhece a respeito de seu uso por parte da sabedoria popular. Com os avanços

científicos, esta prática milenar perdeu espaço para os medicamentos sintéticos,

entretanto, o alto custo destes fármacos e os efeitos colaterais apresentados contribuíram

para o ressurgimento da fitoterapia.

O conhecimento popular sobre as plantas medicinais é geralmente repassado e

trocado entre familiares e habitantes de uma mesma região, segundo Olguin et al. (2007),

esse conhecimento popular vem de muito antes, e é repassado para as novas gerações

pela fala ou pela escrita, favorecendo o homem a descobrir novos medicamentos e curar

para diversas enfermidades.

O resgate desses conhecimentos e as técnicas terapêuticas são formas de

resgatar um modo de aprendizagem informal que valoriza a medicina popular (PILLA,

AMOROZZO e FURLAN, 2006)

Durante muito tempo as pessoas recorreram às plantas medicinais para amenizar

dores, incômodos e para tratar de doenças, sendo as mesmas usadas pelos povos

antigos, ainda são valorizadas nos dias de hoje (OLGUIN et al., 2007). Para alguns, por

questão financeira existe uma grande preferência pela utilização de plantas medicinais

(MENDONÇA e MENEZES, 2003). Segundo Pinto, Amorozzo e Furlan (2006), o uso de

plantas medicinais é a alternativa de alguns povos para tratar doenças ou manter sua

própria saúde.

No Brasil, a utilização de plantas como meio de curativo é uma atividade

altamente difundida e popular, às vezes, empregada de maneira equivocada e até mesmo

malévola, afinal muitas plantas possui princípios tóxicos e o seu uso indiscriminado pode

causar sérios problemas (BRASIL, 2001).

As plantas medicinais são importantes fontes de princípios ativos com os quais se

produzem medicamentos eficazes e seguros na cura das doenças. Considerando que o

Brasil é detentor de uma das maiores biodiversidades do mundo, muitas plantas que

compõem sua flora têm atraído a atenção das indústrias farmacêuticas e, por isso, vêm

sendo avaliadas a partir de estudos etnofarmacológicos, pré clínicos e clínicos que

estudam sua composição química, sua ação farmacológica e sua indicação terapêutica

(LORENZI, 2002).

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Os vegetais não apresentam uma concentração uniforme de princípios ativos

durante seu ciclo de vida, variando esta concentração de acordo com o habitat, a colheita

e a preparação (TESKE e TRENTINI, 2001). Daí, a necessidade de tomar certos cuidados

ao cultivar o vegetal como verificar época e local de plantio, horário de colheita, cuidados

na adubação, tipos de solo, temperatura ideal, métodos de secagem e armazenamento de

cada erva, sempre obedecendo às características e às necessidades particulares de cada

espécie (PEREIRA e DEFANI, 2009).

O Brasil sempre foi um país de amplo uso de plantas medicinais, devido à riqueza

de sua flora, à falta de acesso aos serviços de saúde e à tradição de uso da Fitoterapia

por pessoas de baixo poder aquisitivo e por aquelas com um maior convívio com o meio

rural.

Acompanhando o crescimento desta demanda, no aparelho estatal, iniciativas

foram tomadas no sentido da construção de uma política para o setor. Na realidade, a

primeira iniciativa neste sentido, ocorreu antes da criação do SUS, com a Resolução nº

04/88 da CIPLAN que disciplinou o uso da Fitoterapia nos serviços de saúde. No mesmo

momento, outras resoluções disciplinaram o uso de outras terapêuticas integrativas e

complementares, com a Acupuntura e a Homeopatia (FIGUEREDO, 2008).

Embora essa prática de utilização das plantas como meio de cura de doenças

aconteça desde os tempos mais remotos e tenha sofrido quase nenhuma mudança, nem

todas as pessoas, nos dias de hoje, sabem utilizar as plantas para o consumo próprio por

falta de informações.

Está em curso no âmbito do Ministério da Saúde, a elaboração de um formulário

nacional contendo as formulações sugeridas para o uso de mais de 70 plantas, bem como

as suas indicações. Mesmo quando isto ocorrer, o manual será um instrumento

importante, pois ele traz informações que não constam em um formulário tradicional. Com

o formulário, espera-se que seja incrementado o uso seguro das plantas medicinais.

Embora o uso de plantas medicinais pela população seja muito frequente, o seu ensino

não o é no âmbito dos cursos de graduação ou de pós-graduação. Por isto, o graduado

não tem informações suficientes para que ele possa prescrever e/ou orientar este uso. O

conhecimento popular, por mais importante que ele seja, não é suficiente para basear

uma prescrição médica, exceto em casos específicos. Dessa forma, o profissional de

saúde fica temeroso de usar as plantas medicinais (BRASIL, 2009).

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A elaboração da relação supre, em parte, esta deficiência, pois chancela o uso das

plantas nela contidas. Todavia, para a prescrição, o profissional necessita de outras

informações como a ação farmacológica, as indicações terapêuticas, as partes usadas, o

modo de preparar e usar, os efeitos adversos (PHILLIPP, 2004) e as contra-indicações de

cada uma das plantas. O manual fornece estas informações, bem com traz fotos que

facilitarão a identificação das plantas.

Quem trabalha com plantas medicinais sabe que uma mesma espécie vegetal tem

apenas um nome científico, mas tem diversos nomes populares, que variam de um lugar

para outro. Além disto, um mesmo nome popular pode designar mais de uma planta. Isto

pode induzir ao erro de se usar uma espécie por outra, podendo acarretar danos ao

paciente. Para evitar erro na identificação, é necessário verificar mais de uma foto para

cada planta, isso pode ser visto em manuais (PHILLIPP, 2004).

Segundo Chevallier (1996) um grande avanço na terapia foi dado por Paracelso,

que defendia a teoria da “assinatura dos corpos”, segundo o qual as plantas e animais

apresentavam uma “impressão divina” que indicava suas virtudes curativas. De acordo

com essa teoria, a semelhança da forma das plantas aos órgãos humanos determina o

seu efeito curativo sobre estes como, por exemplo, algumas hepáticas, apresentando do

formato parecido a um fígado, eram utilizadas para curar moléstias de tais órgãos.

Segundo Boarim (1992) o conhecimento sobre o uso de plantas medicinais, tem

demonstrado sua eficácia e validades em muitos casos. No entanto, no seu entender,

nem todas as práticas e receitas populares são eficazes, “ao contrário, muitos podem ser

altamente danosas à saúde”. Muitas pessoas substituem a receita do seu médico, sem

qualquer orientação, por remédios à base de plantas medicinais. Embora se reconheça a

legitimidade do conhecimento tradicional, uma planta para ser usada deve ser

cientificamente validada.

Boarim (1992) pesquisou nossas florestas e classificou 7.500 plantas novas. Além

de outras inúmeras ervas e plantas medicinais declara: “as plantas medicinais não apenas

curam, mas fazem milagres”.

Martins (1998) ensina que a utilização das plantas medicinais é uma das mais

antigas armas empregadas para o tratamento das enfermidades humanas e muito já se

conhece a respeito de seu uso por parte da sabedoria popular. Com os avanços

científicos, esta prática milenar perdeu espaço para os medicamentos sintéticos,

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entretanto, o alto custo destes fármacos e os efeitos colaterais apresentados contribuíram

para o ressurgimento da fitoterapia.

Segundo Martins (1998) com a revolução da Ciência e da Pesquisa e decorrente

descoberta de fórmulas químicas, a humanidade atraída pelos resultados e impelida pela

publicidade e estratégias de interesses econômicos, tem deixado em segundo plano a

tradição milenar do uso de plantas medicinais.

O Homem deve integrar e usufruir gratuitamente dessa grande e diversificada

farmácia onde, com certeza, existe um remédio, para prevenir ou curar qualquer tipo de

doença, sem deixar de procurar também ajuda de profissionais (CIRILO, 1996).

2.2 Plantas Aromáticas:

Segundo Biazzi (2003), as ervas aromáticas ou ervas-de-cheiro são plantas,

normalmente de pequenas dimensões, cujas folhas e outras partes verdes soltam aromas

que as tornam muito procuradas na culinária e outros usos domésticos e industriais. A

hortelã, e principalmente a variedade hortelã-pimenta, além de ser utilizada como tempero

de pratos salgados, é também consumida para aromatizar o chá e o seu extrato usado no

fabrico de balas ou rebuçado, creme dental, entre outros produtos.

Normalmente, na cozinha, as ervas aromáticas são utilizadas frescas, mas são

também comercializadas secas, embora percam algumas propriedades. De qualquer

modo, não devem confundir-se com as especiarias, que são em geral utilizadas secas e,

muitas vezes, reduzidas a pó.

Ainda segundo Biazzi (2003) as plantas aromáticas são utilizadas desde tempos

imemoriais e, segundo alguns investigadores, acompanharam as migrações e a evolução

dos povos que as utilizavam, inclusivamente protegendo a sua saúde, devido às suas

propriedades antimicrobianas que, não só evitam algumas infeções, como a própria

deterioração dos alimentos frescos. Além disso, muitas destas plantas têm propriedades

medicinais, principalmente na facilitação dos processos digestivos.

No entanto, para manterem as suas propriedades, as ervas só devem ser

adicionadas aos alimentos no fim da sua preparação, uma vez que o calor prejudica-as.

A maioria das ervas verdes que ainda hoje se utilizam são originárias da região do

Mediterrâneo.

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Um jardim aromático é o orgulho de qualquer jardineiro que, para além de

desfrutar de uma horta verde e vibrante, beneficia ainda dos seus poderes olfativos e de

sabores frescos, a utilizar na cozinha produtos diretamente da terra. Existem dezenas de

ervas aromáticas que podem ser cultivadas, algumas mais tradicionais do que outras

segundo Biazzi (2003), sendo ela: cebolinho (Allium schoenoprasum); coentros

(Coriandrum sativum); erva-cidreira (Melissa officinalis); funcho (Foeniculum vulgare);

hortelã-pimenta (Mentha piperita); manjericão (Ocimum basilicum); orégão (Origanum

vulgare); pimenta malagueta (Capsicum frutescens); salsa (Petroselinum sativum) e

tomilho (Thymus sp).

3. DESENVOLVIMENTO

O referido estudo foi desenvolvido com alunos do 8º ano do Colégio Estadual

Olavo Bilac – EFM da cidade de Amaporã, Estado do Paraná. O projeto foi apresentado à

direção e a equipe pedagógica, fato que abriu um espaço para a articulação dos

conteúdos estruturantes com os conteúdos específicos.

Em seguida, foi apresentado a todo corpo docente como intuito de mostrar que

com a aplicação deste Projeto de Intervenção, o professor da Escola Pública poderá

redirecionar um novo olhar para sua prática pedagógica, com o intuito de buscar novas

metodologias de ensinar e conhecer as limitações do nosso aluno, também controlar o

que é necessário para que a prática do aprender e do ensinar se torne mais significativa,

fazendo com que os participantes desta proposta superem suas dificuldades tornando-se

cidadãos cônscios e melhores para uma sociedade mais justa e efetiva.

Após o conhecimento por parte da direção, equipe pedagógica, o mesmo foi

apresentado aos alunos que participaram da pesquisa, ou seja, os alunos da 7ª série (8º

ano). Ação necessária para que os alunos tenham conhecimento do referido projeto e

percebam que são os maiores beneficiados desta proposta onde sua aprendizagem

compreende procedimentos cognitivos, afetivos, emocionais, culturais, econômicos,

biológicos, e que tais procedimentos vão ajudá-los a serem cidadãos cônscios dos seus

direitos e deveres para com a sociedade.

Foi realizada uma pesquisa de campo junto à população urbana e rural de

Amaporã, num total de 100 famílias, sendo 20 rurais e 80 urbanas com o objetivo de

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colher informações sobre os tipos de plantas aromáticas e medicinais cultivadas pela

população e quais as finalidades do uso das mesmas e os resultados estão contidos na

figura 1. As 20 residências rurais visitadas representam quase a totalidade, visto que

Amaporã é um município pequeno.

O questionário a seguir foi aplicado na forma de entrevista em numa amostra de 100 famílias do município de Amaporã.

1. Na sua casa, quando alguém fica gripado ou resfriado:

( ) vai logo à Farmácia e pede um remédio;

( ) vai ao médico, consulta e depois vai a farmácia;

( ) toma um chazinho caseiro

2. Em que situações os familiares recorrem às plantas medicinais:

( ) sempre que aparece uma dor

( ) somente nos casos já conhecidos como cólicas, gripes e resfriados;

( ) nunca recorrem às plantas medicinais

3. Além de vocês ( caso usem ), quem mais usa plantas medicinais:

( ) seus pais;

( ) seus avós;

( ) seus vizinhos

4. Quais as plantas medicinais que eles conhecem e para que a usam:

a)_________________________________________________

b)_________________________________________________

c)_________________________________________________

d)_________________________________________________

5. Já teve caso na família em que as plantas foram usadas incorretamente, ou por alguém que conheça? E o que aconteceu após o uso indevido?

6. O que eles entendem por ervas aromáticas e quais delas usam no dia a dia?

7. Você participaria de palestras para ter noções do uso adequado das plantas medicinais e ervas aromáticas?

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8. Possui livros denominados “As plantas curam” ou Medicina de A a Z? Fazem uso constantes destes manuais?

9. Em qual medicina eles tem mais confiança, para as doenças consideradas fracas?

Das 80 residências urbanas visitadas e pesquisadas 12 delas encontrou-se algum

tipo de ervas medicinais; em 10 residências foram encontradas plantas aromáticas; em 08

residências foram encontrados os dois tipos pesquisados e em 15 destas residências

apesar de não ser encontradas nem ervas medicinais, nem plantas aromáticas os

moradores afirmaram fazer uso das mesmas.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

Possuem apenas plantasmedicinaisPossuem apenas plantasaromáticasPossuem plantas medicinais earomáticasNão tem, mas usam

não tem e não usam

Figura 1. Residências visitadas com objetivo de verificar o uso de plantas aromáticas e medicinais, no município de Amaporã PR, 2011.

Observa-se na figura 1 que apesar da porcentagem dos que não tem e não usam

(43,75%) ser a maior na pesquisa realizada, chama a atenção de que a somatória de

todas as residências dos que tem ou usam plantas medicinais é de 56,25%, ou seja, mais

que a metade da população entrevistada.

Fato relevante em nossa pesquisa de campo foi a visita nas 20 residências rurais,

onde, absolutamente, em todas as residências havia de dois a três tipos de ervas

medicinais e, ainda plantas aromáticas, sendo que todos os moradores de tais residências

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fazem uso das ervas medicinais e das planta aromáticas e, ainda afirmaram haver um

“intercâmbio entres os vizinhos.”

Através dos trabalhos dos alunos (pesquisa de campo com questionários a

população), após análise dos questionários, foram realizados trabalhos em grupos com os

alunos da 6ª série B e 7ª série A, os quais catalogaram as plantas mais consumidas pela

população. Entre elas estão: camomila, erva doce, capim santo, erva cidreira, hortelã,

poejo, pata de vaca, boldo, alecrim, citronela, babosa, arnica, picão, gerânio, erva de

santa maria, erva doce, gengibre e quebra pedra.

De acordo com Granadier (2010) que estudou a etnobotânica de plantas medicinais

na vila rural nova vida em Paranavaí, PR, as cinco plantas mais utilizadas pela população

estudada foram: Boldo (Coleus barbatus Benth), Guaco (Mikania glomerata Spreng), Erva

doce (Foeniculum vulgare Mill), Erva cidreira (Melissa officinalis) e Hortelã (Mentha sp.).

Estes resultados evidenciam que as plantas medicinais e aromática utilizadas pela

população de Paranavaí é semelhante as plantas utilizadas pela população de Amaporã.

O Boldo, Coleus barbatus Benth, é um subarbusto aromático perene com caule

piloso, e com suas folhas ovais e pilosas, vem sido utilizadas em muitos países por suas

propriedades analgésicas, antidiarréicas e anti-hipertensivas (COELHO NETTO e ASSIS,

2002). Foi a espécie mais citadas pelos moradores e tem por eles, sua forma de uso a

infusão e maceração utilizando para isso suas folhas, para tratamentos de diarréia e

estômago.

O guaco apresenta ramos cilíndricos, lenhoso com folhas pecioladas (PIO-

CORREA, 1984 apud JUNIOR et al., 2009). É utilizada para gripe, na forma de decocção

e infusão.

A Melissa officinalis, popular erva cidreira segundo Ferreira et al., (2003) é bastante

conhecida no Brasil para o tratamento de problemas digestivos e respiratórios. Uma

herbácea, perene com os caules ramificados desde a base com altura de 30 a 60 cm

(BIASI et al., 2009).

Após a catalogação, foram feitas pesquisas científica sobre essas e comparações

com as informações empíricas. De acordo com a pesquisa, percebemos que a maioria da

população usava as plantas de maneira incorreta, e não conseguindo o objetivo esperado

pois tomavam os chás sem uma finalidade específica. Em decorrência, poderiam estar

colocando sua saúde em risco, por falta de conhecimento de que as plantas medicinais

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possuem os princípios ativos dos medicamentos e que existem plantas medicinais muito

parecidas uma com as outras por se tratar de espécies diferentes, onde algumas são

tóxicas. Além de não trazer o resultado esperado, algumas pessoas, possuem reações

alérgicas e adversas. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, as plantas medicinais

podem ter contra-indicações, como por exemplo, o boldo, quando usado de forma

incorreta, pode até causar AVC.

Muitas vezes se confundem ervas aromáticas com plantas medicinais, e acabam

ingerindo ervas que não pode ser ingerida. A citronela é uma erva que se usada de

maneira correta, é um repelente poderoso de insetos e fungicida de carrapatos e pulgas,

como também o chá que pode ser usado para o tratamento da caspa. Porém, deve-se

sempre tomar cuidado quanto os princípios ativos.

Uma visita de campo foi realizada com os alunos à Estação Ecológica existente

em nosso município, ciceroneados pelo funcionário do Instituto Ambiental do Paraná

(IAP). O objetivo desta visita foi de mostrar aos alunos os mais diversos tipos de plantas

aromáticas e medicinais que este tipo de reserva ecológica tem, tornando-se um

manancial para os moradores do município que, conforme pesquisa realizada tem hábito

de consumo deste tipo de vegetação.

Tais visitas, além de sondagem para quantificação de nossa pesquisa teve, ainda,

o objetivo de catalogar as ervas medicinais e plantas aromáticas cultivadas e utilizadas

pela população de Amaporã onde pode-se catalogar as seguintes ervas medicinais:

arnica, babosa, boldo, gengibre, pata de vaca, picão, poejo, quebra-pedras, pinhão do

mato, sendo que, dentre as plantas aromáticas encontrou-se: alecrim, erva-doce, erva-de-

santa-maria, erva-cidreira, capim santo, hortelã, camomila.

Tal catalogação foi relevante pois forneceu dados necessários aos palestrantes

para que os mesmos pudessem prestar esclarecimentos sobre os benefícios e malefícios

do uso de tais plantas e, ainda sugerir algumas de valores e cuidados ainda

desconhecidos, através de seminário realizado na Semana Cultural e Desportiva do

Colégio Estadual Olavo Bilac – EFM – de Amaporã – PR.

É certo que com essa ação a aprendizagem torna-se significativa quando

vivenciamos a teoria na prática. Com atividades que levaram o aluno a apropriar-se do

ensino-aprendizagem. Colocando estes alunos como foco central dessa interação, e

tornando-os capaz de construir seu conhecimento a partir da observação e discussão

desta atividade buscando entender a finalidade e utilidade dessa atividade pedagógica e

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quais os objetivos de aprendizagem propostos, estimulando-os a expandir estes

conhecimentos à comunidade local.

Na Semana Cultural e Desportiva realizada na primeira quinzena de Setembro de

2011 foi ministrada uma palestra com a professora PDE sobre o uso incorreto das plantas

aromáticas e medicinais das quais podem causar danos à saúde. No mesmo evento,

houve uma palestra com um profissional da saúde no município sobre o uso correto

destas plantas e na prevenção de doenças, afim de conscientização de que o tratamento

médico não deve ser deixado de lado.

Muito importante a interação entre profissionais da saúde e escola, somados aos

conhecimentos empíricos associados ao conhecimento cientifico e construção de

conhecimento, valorizando dessa forma a saúde dos alunos e consequentemente da

população e, ainda percebeu-se o enriquecimento do processo pedagógico de forma a

abandonar abordagens fragmentadas, como se os conteúdos de ensino existissem em

patamares distintos e sem vínculos para construir conhecimentos contextualizados

valorizando assim o trabalho de pesquisa em grupo e do professor de ciências.

Através da pesquisa e leitura, os alunos sob a orientação da professora PDE

confeccionaram folders informativos que posteriormente foram distribuídos à população

durante semana cultural e desportiva. Nestes folders foram inseridos informações sobre o

uso correto das plantas aromáticas e medicinais catalogadas na pesquisa de campo.

Trabalho este que não desmerecia o valor medicinal do uso de tais plantas, mas os

cuidados em fazê-lo de modo seguro e correto para não trazer complicações devido aos

efeitos colaterais.

Durante a Semana Cultural e Desportiva foram realizadas oficinas sobre o cultivo,

preparo, indicação e contra-indicação, que ficaram expostas à toda comunidade valendo-

se da presença habitual dos pais e membros da comunidades inerentes a este tipo de

atividade que anualmente acontece na Escola.

Os conceitos tiveram embasamento teórico, fundamentados em pesquisas e

proporcionaram ensinamentos; graças aos alunos que conseguiram expor ao público

visitante que as plantas medicinais são ervas que apresentam determinados compostos

químicos que podem aliviar, curar ou auxiliar no tratamento de doenças, denominados

princípios ativos. E que existem muitas formas de utilização das plantas medicinais e não

apenas em chás. Elas podem ser utilizadas em forma de xaropes, pomadas, cataplasmas,

entre outras. Porém, ressaltaram o cuidado com a sua utilização, pois algumas ervas

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podem apresentar compostos químicos que podem ser prejudiciais, podendo causar

efeitos tóxicos e por vezes até a morte. Portanto, para a correta utilização dessas ervas,

alguns cuidados são necessários, como conhecer a planta cientificamente, bem como a

hora de coleta, partes usadas e local de plantio.

No período em que ocorreu a implementação do projeto foi realizada uma

organização de mural na escola sobre plantas aromáticas e medicinais, contendo

informações e fotos; Ação importante para mostrar aos demais alunos do colégio e a

população a importância do uso correto das plantas aromáticas e medicinais através dos

trabalhos realizados pelos alunos participantes da implementação do projeto no colégio,

onde todos ficam sabendo o que vem sendo realizado durante os encontros entre alunos

e professora PDE.

A satisfação pela participação efetiva dos alunos em todas as fases do

desenvolvimento do trabalho, além da movimentação que o mesmo trouxe à comunidade,

desde o corpo docente e equipe administrativa como membros da comunidade foi

avaliada e o resultado está representado na figura 2. O resultado indica que o trabalho foi

de grande relevância, pois atingem as partes intrínsecas e extrínsecas do projeto ao

realizar uma prática baseada na liberdade de expressão das idéias pelos educando, da

importância do trabalho em grupo, na integração entre as diferentes áreas do

conhecimento e na historicidade do conhecimento cientifico sobre as ervas aromáticas e

medicinais, para que a população possa consumir de forma correta e sem causar danos à

saúde, valorizando o trabalho de pesquisa dos educandos, tornando-os protagonistas da

própria aprendizagem e, automaticamente interessados na disseminação dos resultados

alcançados.

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10%

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40%

50%

60%

EXCELENTE

BOM

REGULAR

Figura 2. Grau de satisfação dos alunos participantes do projeto.

A satisfação dos pais após conhecer o projeto está demonstrada na figura 3.

Segundo comentários realizados pelos pais durante a Semana Cultural com a professora

PDE e com a equipe administrativa do Colégio, deu para perceber que o projeto serviu

para valorizar o conhecimento empírico e explorar o conhecimento cientifico assim

construindo novos saberes, onde depois estes resultados foram aprofundados à medida

que foi esclarecido sobre os benefícios e malefícios do uso de tais plantas, visando

melhorar a qualidade de vida da comunidade, prevenindo e ensinando ao mesmo tempo.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

EXCELENTE

BOM

Figura 3. Grau de satisfação dos pais dos alunos participantes do estudo.

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A figura 4 retrata a satisfação da comunidade geral após a participação das palestras

e exposição sobre plantas medicinais e condimentares.

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5%

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20%

25%

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35%

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45%

50%

excelente

bom

regular

Figura 4. Grau de satisfação em relação ao projeto de pessoas da comunidade que participaram da exposição e das palestras:

A satisfação da comunidade foi averiguada e confirmada nos depoimentos abaixo:

O projeto ervas aromáticas e medicinais, mostrou várias possibilidades para a sistematização do conhecimento, levando em consideração a mediação reflexiva e crítica quanto a utilização das mesmas em nosso dia a dia, sem deixar de despertar o interesse para o uso dessas ervas e plantas na culinária e também para potencializar a saúde.

Achei interessante a ideia do folheto explicativo elaborado pelos alunos após a devida pesquisa destas plantas, para o uso correto no preparo das mesmas, este folheto será de grande valia para todos que deles utilizarem. A realização de palestras sobre o assunto é de suma importância para que os alunos identifiquem e saibam as propriedades das plantas estudadas e seus devidos cuidados.

Por tudo isso, concluo que este projeto apresenta um tratamento teórico-metodológico adequado, há uma vinculação entre os conteúdos científicos e pedagógicos, onde a teoria e a prática promoverá um conhecimento construtivista, dinâmico e interativo.

(Diretora da Escola)

O desenvolvimento do projeto plantas aromáticas e medicinais, alerta a comunidade escolar de forma geral aos princípios ativos, terápicos, aromáticos e tóxicos que as plantas podem estar propiciando as pessoas que as utilizam de forma errônea. Este projeto desperta o interesse desde o conhecimento popular até o conhecimento científico e fitoterápico das plantas. As informações passadas através de palestras e de panfletos informativos, são de fundamental importância, pois assim a comunidade aprende os cuidados que devem ter com as plantas que utilizam

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principalmente em seu dia-a-dia conhecendo as que são tóxicas, venenosas e prejudiciais a nossa saúde. Outro item importante deste projeto refere-se as técnicas de manejo, conservação e utilização das plantas. Este projeto com certeza está dentro das propostas metodológicas e curriculares p/o ensino de ciências havendo ampla interação entre professor/aluno na busca e aprimoramento do conhecimento.

(Professor GTR)

Gostei do projeto por tratar de um assunto polêmico, mas importante, muitas pessoas não possuem informação de como cultivar as plantas medicinais e muito menos a forma correta de preparar, por isso cabe a nos educadores orientá-lo da forma mais correta possível e certamente essas informações será através deles repassada para seus familiares e comunidade, principalmente na forma em que foi proposta, com palestra, folhetos informativos, coleta de plantas e parceria com a comunidades, além das oficinas apresentando para a comunidade os benefício que o tema pode conter trazendo as informações fitoterápicas.

(Médico palestrante)

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Em reuniões pedagógicas contatou-se que as divergências entre o conhecimento

da escola e o conhecimento do público que a frequenta vem provocando, entre outras

coisas, o distanciamento entre a escola e a comunidade.

Uma das formas de encurtar esta distância é a valorização dos saberes

populares, o que ficou provado na implementação deste projeto, onde os alunos puderam

observar que a escola poderia oferecer mais que o ensino formal e que, uma vez na

escola, o aluno poderá também desenvolver-se por meio de atividades de pesquisa que

colaborem com uma formação cidadã.

Além de ser um grande estímulo à pesquisa e fugir da rotina diária da sala de aula

esse tipo de trabalho enfoca a participação do aluno no qual deixa de ser apenas um

observador, para tornar-se um agente transmissor do conhecimento produzido.

Na semana cultural houve o envolvimento de todos os segmentos da escola:

direção, administração, pedagogos, supervisores, funcionários e principalmente, alunos e

professores, que estiveram à frente das atividades que foram socializadas com o público

visitante.

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Observou-se que este tipo de evento (Feira de Ciências) pode ser utilizada como

instrumento para aperfeiçoamento, enriquecimento e também como caminho para

transformar conhecimentos empíricos em conhecimentos científicos.

Percebeu-se ainda que houve um aprendizado significativo sobre a utilização das

plantas medicinais. Os educandos conseguiram transformar conceitos prévios em

conceitos que passaram a ter significado, podendo aplicá-los no cotidiano.

Diante deste contexto, a implementação deste projeto pode contribuir para a

formação dos educandos, não apenas no desenvolvimento intelectual e na apreensão dos

conteúdos, mas também lhes dando suporte e oportunidade de interagir com as

comunidades e colocar em prática os conhecimentos adquiridos.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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