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O estresse no trabalho como fator de absenteísmo na função de motoristas de uma empresa de transporte urbano de Manaus Dezembro/2018 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018 O estresse no trabalho como fator de absenteísmo na função de motoristas de uma empresa de transporte urbano de Manaus Juliana Thaís da Silva Sarraff de Rezende - [email protected] Avaliação Psicológica Instituto de Pós-Graduação - IPOG Manaus, Amazonas, 18 de dezembro de 2017. Resumo Abordando os estresses ocasionados pela função de Motoristas urbanos de uma empresa de transporte urbano da cidade de Manaus. A função de motorista classifica-se como uma tarefa de vigilância, devido às elevadas sobrecargas do organismo humano. Essa pesquisa tem como objetivo geral: Investigar os fatores que ocasionam o estresse no trabalho e geram o índice elevado de absenteísmo para motoristas de uma empresa de transporte urbano de Manaus, onde dividiu em três objetivos específicos sendo: Classificar fatores que ocasionam o estresse no trabalho; Identificar o grau de estresse que este colaborador se encontra; Verificar se o absenteísmo está associado com o estresse. Para responder esses objetivos a pesquisa caracteriza- se como qualitativa, quantitativa, documental e bibliográfica, contando com amostra de 273 motoristas, estes responderam o questionário contendo 10 perguntas fechadas e 01 pergunta aberta e o teste psicológico LIPP que tem objetivo de avaliar o grau de estresse de cada entrevistado, é uma pesquisa de campo, descritiva, explicativa que possibilitou identificar as categorias em análise. Os objetivos foram respondidos partindo da realidade apresentada através do questionário, possibilitando identificar o grau de estresse desses motoristas tendo maior índice para a fase de resistência onde o índice elevado de absenteísmo associa-se às sintomatologias do estresse. Palavras - chave: Motorista urbano. Estresse no trabalho. Absenteísmo. 1. Introdução Os automóveis trouxeram inúmeros benefícios a população como a facilidade de locomoção, mas também trouxe grandes prejuízos como a poluição do ar e os inúmeros congestionamentos que agravaram a vida da população tornando as pessoas mais estressadas, com o crescimento dos automóveis que se tornou um objeto de consumo e status social, por outro lado as vias não se adaptaram a grande demanda de veículos nas vias aumentando o número de congestionamentos, aumento do tempo do percurso contribuindo como um dos fatores para o maior índice de acidentes e motoristas mais agressivos. O tema foi escolhido pelo fato desses problemas de infraestrutura do trânsito e o risco que esses profissionais motoristas urbanos sofrem, já que estes ficam expostos em grande parte do tempo do seu dia a ambientes estressante, e a mercê das injúrias, ameaças e agressões por parte dos usuários desse sistema e a assaltos.

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O estresse no trabalho como fator de absenteísmo na função de motoristas de uma empresa de

transporte urbano de Manaus

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

O estresse no trabalho como fator de absenteísmo na função de

motoristas de uma empresa de transporte urbano de Manaus

Juliana Thaís da Silva Sarraff de Rezende - [email protected]

Avaliação Psicológica

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Manaus, Amazonas, 18 de dezembro de 2017.

Resumo

Abordando os estresses ocasionados pela função de Motoristas urbanos de uma empresa de

transporte urbano da cidade de Manaus. A função de motorista classifica-se como uma tarefa de

vigilância, devido às elevadas sobrecargas do organismo humano. Essa pesquisa tem como

objetivo geral: Investigar os fatores que ocasionam o estresse no trabalho e geram o índice

elevado de absenteísmo para motoristas de uma empresa de transporte urbano de Manaus, onde

dividiu em três objetivos específicos sendo: Classificar fatores que ocasionam o estresse no

trabalho; Identificar o grau de estresse que este colaborador se encontra; Verificar se o

absenteísmo está associado com o estresse. Para responder esses objetivos a pesquisa caracteriza-

se como qualitativa, quantitativa, documental e bibliográfica, contando com amostra de 273

motoristas, estes responderam o questionário contendo 10 perguntas fechadas e 01 pergunta

aberta e o teste psicológico LIPP que tem objetivo de avaliar o grau de estresse de cada

entrevistado, é uma pesquisa de campo, descritiva, explicativa que possibilitou identificar as

categorias em análise. Os objetivos foram respondidos partindo da realidade apresentada através

do questionário, possibilitando identificar o grau de estresse desses motoristas tendo maior índice

para a fase de resistência onde o índice elevado de absenteísmo associa-se às sintomatologias do

estresse.

Palavras - chave: Motorista urbano. Estresse no trabalho. Absenteísmo.

1. Introdução

Os automóveis trouxeram inúmeros benefícios a população como a facilidade de locomoção,

mas também trouxe grandes prejuízos como a poluição do ar e os inúmeros congestionamentos

que agravaram a vida da população tornando as pessoas mais estressadas, com o crescimento dos

automóveis que se tornou um objeto de consumo e status social, por outro lado as vias não se

adaptaram a grande demanda de veículos nas vias aumentando o número de congestionamentos,

aumento do tempo do percurso contribuindo como um dos fatores para o maior índice de

acidentes e motoristas mais agressivos.

O tema foi escolhido pelo fato desses problemas de infraestrutura do trânsito e o risco que esses

profissionais motoristas urbanos sofrem, já que estes ficam expostos em grande parte do tempo

do seu dia a ambientes estressante, e a mercê das injúrias, ameaças e agressões por parte dos

usuários desse sistema e a assaltos.

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Milosevic (1997) classificou a profissão de motorista como uma tarefa de vigilância, porque este

mantém atenção contínua por tempo prolongado. Por isso é chamada de vigilância e é

considerada uma das maiores sobrecargas do organismo humano. Verifica-se, ainda, que esses

trabalhadores têm a sua qualidade de vida extremamente afetada, seja pela falta de tempo, seja

pela indisposição que o trabalho cansativo lhes proporciona.

Atualmente as populações brasileiras utilizam do transporte público para sua locomoção, onde

esses profissionais do trânsito ficam longas horas expostos a fatores de riscos, atenção redobrada,

expostos a ameaças de assaltos, desafio mental, claridade excessiva do reflexo do sol no vidro de

outros veículos, mudanças constantes de temperatura, excesso de ruídos, conforto e higiene,

mesma posição por tempo prolongado, contato humano constante, problemas com o sono,

bancos sem regulagem. Os principais problemas desencadeados pelo trabalho dos motoristas de

ônibus urbano são os estresses e suas sintomatologias como mudança de apetite, alteração da

pressão, dificuldade para dormir, tensão muscular, emotividade, agressividade, psoriases,

problemas gastrointertinais, ansiedade, dentre outros. (CORASSA, 2006).

Diante dessa realidade apresentada por essa categoria de motorista urbano em nossa atualidade,

pode-se afirmar que este trabalho tem relevância científica porque é um problema real que pode

ser discutido a solução para reduzir o nível de estresse que esses profissionais vêm sofrendo, tem

relevância social porque é um problema que atinge a população como um todo, dessa maneira

influenciará na melhora da comunicação com a sociedade, tem relevância para a vida

profissional, pois a partir do momento que tiver uma atenção para o problema de fato que atacam

esses profissionais, muitos problemas podem ser evitados, que são adquiridos com o passar dos

anos exercendo essa profissão e esses impactos refletem-se nos trabalhadores, na empresa e na

sociedade.

Segundo Dejours (2001), a organização do trabalho exerce impacto sobre o aparelho psíquico do

trabalhador, decorrente do choque entre a sua história de vida pessoal e a relação com o exercício

de suas tarefas dentro das empresas, que, de maneira geral ignoram esses anseios.

Diante deste exposto o trabalho é exequível, pois trabalhar o estresse como fator de absenteísmo

favorecerá conhecer os fatores, classificar o grau de estresse e dar continuidade nessa temática

que vem comprometendo a saúde de muitos trabalhadores na categoria de motorista urbano e dar

continuidade ao trabalho no lócus da pesquisa promovendo acompanhamento psicoterápico e

uma atenção mais ampla aos profissionais tanto motoristas quanto cobradores urbanos e verificar

a possibilidade de promoção de campanhas de respeito ao próximo na sociedade.

Buscando responder essa hipótese, a pesquisa inicia-se a partir da questão problema: O estresse

no trabalho é um fator para o índice elevado de absenteísmo na função de motorista de uma

empresa de transporte urbano de Manaus? Partindo dessa pergunta surgiu o interesse em

entender o que acontece, como é esse ambiente, como se configuram e a condição social que

esses motoristas vivenciam durante seu percurso de trabalho para que venham desenvolver o

estresse e descrever também se esse fator estresse está associado com o índice elevado de

absenteísmo. A pesquisa é composta por 273 colaboradores de uma empresa de transporte

urbano de Manaus. Para responder esse problema proposto, a pesquisa dividiu-se em objetivo

geral que está em Investigar os fatores que ocasionam o estresse no trabalho e geram o índice

elevado de absenteísmo para motoristas de uma empresa de transporte urbano de Manaus que se

subdividiu em 03 objetivos específicos sendo: Classificar os fatores que ocasionaram o estresse

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no trabalho; Identificar o grau de estresse que este colaborador se encontra e Verificar se o

absenteísmo está associado com o estresse. Seguindo da estrutura metodológica, é composta

como pesquisa de campo, bibliográfica e documental, tendo sua natureza qualitativa e

quantitativa, caracterizada como descritiva e explicativa, é pesquisa de campo porque vou a

campo investigar meu problema apresentado. É documental porque vou utilizar informações da

empresa para verificar a quantidade de funcionários motoristas que irá compor minha amostra da

pesquisa.

Os instrumentos utilizados foram um questionário contendo 10 perguntas fechadas e 01 aberta,

elaborado a partir da realidade vivenciada e um teste psicológico LIPP onde se identificou o grau

de estresse de cada participante, é composto de sintomatologias fisiológicas e psicológicas,

através dos comportamentos que foram vivenciados nas últimas 24h, durante 01 semana e

durante 01 mês.

Diante dos objetivos propostos, pode ser respondido diante dos instrumentos utilizados para

coleta de dados. Foi possível classificar os fatores através do questionário aplicado com

perguntas voltadas para situações do dia a dia, tendo como fatores as condições dos veículos,

fatores familiares e particulares, ameaças, agressões por parte dos usuários, assaltos, entre outros,

foi possível também identificar o grau de estresse tendo maior índice para a fase de

resistência/quase exaustão seguido a fase de alerta para a fase de exaustão. E por fim conclui-se

que o estresse esta associado ao índice elevado de absenteísmo devido as sintomatologias do

estresse que apresentam os motoristas pesquisados.

5. Desenvolvimento

5.1 Os impactos oriundos da função de motorista urbano

A organização do trabalho exerce impacto sobre o aparelho psíquico do trabalhador, decorrente

do choque entre a sua história de vida pessoal (projetos, esperanças e desejos) e a relação com o

exercício de suas tarefas dentro das empresas, que, de maneira geral ignoram esses anseios, no

entanto isso reflete nos trabalhadores, na empresa e na sociedade Dejours (2001).

É válido destacar que os problemas físicos também podem afetar o psicológico, e o contrário

também ocorre.

Alguns problemas de ordem mental/psicológica podem afetar a saúde e a integridade do

trabalhador como:

Estresse: trata-se do estado causado pelas mudanças maléficas nos hábitos de vida e na interação

com o meio ambiente, no qual se perde a naturalidade das reações de estresse.

Ansiedade: A ansiedade é a sensação de estar sempre fora do horário ou fora do lugar. Quando a

pessoa está num lugar, tem a sensação de que deveria estar em outro (CORASSA, 2006, p. 100).

Problemas neurológicos: devido à exposição a situações desagradáveis, solidão, preocupações,

fadiga, estresse, os motoristas podem desenvolver problemas neurológicos. Estes problemas

podem ser neurose, atitudes psicóticas, problemas com o sono, dentre outros. Problemas com o

sono: referem-se a problemas como insônia, pesadelos, interrupções do sono, os quais resultam

do medo de acidente, assalto e medo de demissão, e outros que podem ser classificados como

problemas neurológicos.

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Agressividade: pode surgir no indivíduo como uma forma de extravasar o estresse, afadiga ou

outros problemas psicológicos resultantes do seu trabalho.

Fadiga: uma espécie de cansaço permanente que acompanha certas doenças como estresse e

esgotamento, e pode ser proveniente de uma má distribuição entre as horas de trabalho e as de

descanso.

Angústia: segundo Corassa (2006): é uma sensação de extremo desconforto psicológico, que aos

poucos passa a exercer um desconforto físico. É como se a alma estivesse doendo, pois tudo

incomoda e não se sabe por que.

Na ocorrência de alguns problemas físicos podem ser identificados:

Obesidade: surge em função da idade, extensão da jornada, inexistência ou duração das pausas

de descanso, inexistência ou pouco tempo de pausa para refeição, bem como o sedentarismo.

Pressão alta: Almeida (1999) coloca que o fato de se alimentar na rua, com alimentos gordurosos

e salgados, é uma causa. O estresse das viagens e das preocupações com o sustento da família

também favorecem o quadro.

Problemas gastrointestinais: causados principalmente pela extensão da jornada, a ausência de

pausas de descanso, falta de pausa para refeição, o medo de assalto, medo de demissão, e

consumo de bebida alcoólica.

Problemas osteomusculares: englobam dores nos ombros, braços, pernas e problemas de coluna,

e também varizes.

Problemas renais: tem como principais causas a hipertensão arterial, diabetes mellituse

antecedentes familiares de doenças renais.

Problemas auditivos: decorrem, na maioria dos casos, da presença de muitos ruídos dentro dos

veículos, principalmente nos motoristas de ônibus urbano.

Vista irritada: problema pode resultar a emanação de gases tóxicos dentro do ônibus, a

inexistência ventilação ou ventilação inadequada e o hábito de fumar.

Problemas respiratórios: variações de temperatura ao qual estão sujeitos os motoristas são causas

de doenças do aparelho respiratório, além da emanação de gases tóxicos e a ventilação

inadequada.

5.2 Lei do motorista e convenção coletiva do trabalhador rodoviário

O objetivo central da lei 12.619/2012 foi o de regular e disciplinar a jornada de trabalho e o

tempo de direção do motorista profissional, ao qual se restringe aos motoristas no transporte

rodoviários de passageiros e de cargas, tais motoristas passaram a ter direito de direção, daí a

importância de se analisar a questão da validade do tacógrafo como meio de controle de jornada,

tomando como ponto de partida o altíssimo número de acidentes e adoecimentos ocupacionais no

setor dos transportes, fruto, dentre outras causas, das excessivas jornadas de trabalho neste setor

(SILVA 2012).

A justificativa principal era o alardeado índice de acidentes de transito e as exorbitantes cargas

horárias dos motoristas, que lhes proporcionavam já aquela época, um elevado desgaste físico e

mental, isso em 1988 onde PL n. 1.113 que visava regulamentar a profissão de motorista de

transportes coletivos urbanos e interurbanos (SILVA 2012).

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A finalidade social da lei é oferecer proteção aos trabalhadores e por extensão a toda população

contra a quantidade excessiva de acidentes de transito e em regra caracteriza-se também como

acidente de trabalho (SILVA 2012).

A jornada de trabalho do motorista profissional no art. 235-C acrescido a consolidação pela lei n.

12.619 não traz, nesse ponto, grandes novidades, pois a jornada de trabalho será a prevista na CR

(Constituição da República) ou nos instrumentos convencionais da categoria. Os limites

constitucionais de tempo de trabalho não poderiam mesmo ser contrariados, em regra os

motoristas não poderiam trabalhar mais de 8h diárias ou 44 horas semanais em turnos fixos, a

exceção fica por conta de acordos e convenções coletivas de trabalho, como ressalvado nas

próprias normas ora comentadas, as quais podem prever a compensação de horários ou até

mesmo a redução dessas jornadas de trabalho. No entanto surge a primeira inconstitucionalidade

da lei, pois a regra se admite a prorrogação da jornada de trabalho em até 02 horas

extraordinárias (SILVA 2012).

De acordo com a convenção coletiva de trabalho da categoria dos rodoviários – CCT do período

de 2013/2014 de Manaus/AM no que tange o parágrafo 10° referente a jornada de trabalho onde

diz que os trabalhadores do sistema ininterrupto de revezamento essencial trabalharão 06 dias

por semana, com jornada diária de 7h 20min podendo ser acrescida de até 2h extraordinárias por

dia, na forma da lei.

Parágrafo segundo diz que as empresas abrangidas por esta convenção que utilizarem os sistemas

de carros em turno único “TU” ou turno extra “TE” de segunda a sexta-feira, poderão fixar

jornadas de trabalho de forma a atender as peculiaridades do serviço público prestados, tais como

os horários de pico de movimento no início da manhã e no final da tarde, garantindo o mínimo

diário de duas horas de intervalo intrajornada, podendo superar tal patamar por razões

operacionais. O intervalo de tempo Inter jornada de trabalho, a mesma forma e pelas mesmas

razões operacionais, poderá ser reduzido do mínimo legal sem que tal se caracterize como tempo

de serviço a disposição da empresa. Aos empregados que trabalharem sob esse regime de jornada

será garantida folga aos sábados e domingos.

No parágrafo terceiro, no que compete a jornada de trabalho na CCT, diz que esse controle será

obrigatoriamente efetuado através de relógio de ponto, cartão de ponto ou sistema eletrônico

tecnologicamente mais avançado, no início e no fim da jornada.

Hoje esse controle de tempo de serviço é controlado através do Sistema de Bilhetagem

Eletrônica do Sinetram, esse programa registra o início, o termino e o intervalo de trabalho de

cada colaborador seja motorista ou cobrador urbano através dos validadores e do GPS, onde seu

turno é finalizado quando o cobrador chega na empresa para prestar conta e é emitido um

holerite através do passe livre onde descarrega numa maquina gerando informações do valor

arrecadado da dupla que trabalhou e o fim da sua jornada de trabalho diário.

5.3 Procedimento metodológico

Neste momento da pesquisa será descrito os procedimentos metodológicos utilizados para o

desenvolvimento do estudo. Começa organizando-se a partir do problema acompanhado da

seguinte pergunta: O estresse no trabalho é um fator para o índice elevado de absenteísmo na

função de motorista de uma empresa de transporte urbano de Manaus? Partindo dessa pergunta,

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surgiu o interesse em entender o que acontece, como é esse ambiente, como se configuram e a

condição social que esses motoristas vivenciam durante seu percurso de trabalho para que

venham desenvolver o estresse e descrever também se esse fator estresse está associado com o

índice elevado de absenteísmo. Para responder esse problema proposto, a pesquisa utilizou-se

das seguintes estruturas que será descrito passo a passo todos os processos de investigação,

visando justificar a escolha da classificação de pesquisa quanto aos procedimentos utilizados

optou-se como pesquisa de campo, bibliográfica e documental, tendo sua natureza qualitativa e

quantitativa, tendo sua classificação quanto aos objetivos como descritiva e explicativa.

Segundo Vergara (2007) a pesquisa de campo é a investigação empírica realizada no local onde

ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo incluindo

entrevistas, aplicação de questionários, teste e observação participante ou não. Por outro lado

Minayo (2006) retrata a importância do trabalho de campo, afirma que a pesquisa deve ser

pensada a partir dos referencias teóricos e por aspectos operacionais que envolvam questões

conceituais, ou seja, não se pode pensar em um trabalho de investigação de caráter neutro.

A pesquisa documental, chamada também como fontes primaria devido à coleta de informações

da empresa para verificar a quantidade e outras informações a respeito desses profissionais. E a

pesquisa bibliográfica, são pesquisas desenvolvidas a partir de material já elaborado por outros

pesquisadores (GIL, 2008).

Para tanto, o tipo de pesquisa escolhida quanto à classificação dos objetivos foi descritiva,

porque vou descrever os sintomas apresentados, estudar as características de um grupo. Para

(VERGARA, 2007) a pesquisa descritiva procura descrever características de determinada

população ou de determinado fenômeno. Quanto que a pesquisa explicativa propõe explicar o

fenômeno apresentado, ou seja, identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a

ocorrência dos fenômenos.

Para analisar os resultados obtidos, foi proposto a pesquisa qualitativa porque vou descrever os

fatores que ocasionam o problema apresentado. A pesquisa qualitativa preocupa-se, com

aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e

explicação da dinâmica das relações sociais, valores e significados. (GERHARDT E SILVEIRA,

2009).

Segundo (MINAYO, 2001, p. 14)

A pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações,

crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações,

dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de

variáveis.

Quanto que a abordagem quantitativa, por possibilitar transformar em dados quantitativos para

uma leitura mais clara desses resultados. São dados estatísticos que se destina a descrever as

características de uma determinada situação, medindo numericamente as hipóteses levantadas a

respeito de um problema de pesquisa. As informações são colhidas através de um questionário

estruturado com perguntas claras e objetivas, isto garante a uniformidade de entendimento dos

entrevistados. A análise de dados quantitativos e do cruzamento entre as diversas informações

coletadas vão produzir algo qualitativo. (VERGARA, 2007).

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A pesquisa é composta de 396 motoristas de uma empresa de transporte urbano de Manaus

totalizando 389 homens e 07 mulheres, onde foram utilizados um questionário com 10 perguntas

fechadas representando a realidade vivenciada e 01 pergunta aberta para que pudesse acrescentar

algo a mais que não tinha sido citado nas perguntas fechadas e Teste psicológico LIIP: é um

questionário que fornece uma medida objetiva da sintomatologia do estresse em jovens acima de

15 anos e adultos. Sua aplicação leva aproximadamente 10 minutos e pode ser realizada

individualmente ou em grupos de até 20 pessoas. Não é necessário ser alfabetizado, pois os itens

podem ser lidos para a pessoa. O Instrumento é formado por três quadros referentes às fases do

estresse.

O primeiro quadro, composto de 15 itens refere-se aos sintomas físicos ou psicológicos que a

pessoa tenha experimentado nas últimas 24 horas.

O segundo, composto de dez sintomas físicos e cinco psicológicos, está relacionado aos sintomas

experimentados na última semana.

E o terceiro quadro, composto de 12 sintomas físicos e 11 psicológicos, refere-se a sintomas

experimentados no último mês.

Alguns dos sintomas que aparecem no quadro 01 voltam a aparecer no quadro 3, mas com

intensidade diferente. No total, o teste apresenta 37 itens de natureza somática e 19 psicológicas,

sendo os sintomas muitas vezes repetidos, diferindo somente em sua intensidade e seriedade.

5.4 Análise dos resultados

Partindo do pressuposto para o tipo de pesquisa caracterizada como qualitativa, quantitativa,

documental e de campo, descrevendo e explicando os resultados conforme a coleta dos dados.

Para a pesquisa documental a qual se deu o ponto de partida para o fornecimento de informações

para compor a população da pesquisa de campo buscando responder os objetivos propostos e o

que possibilitou a tabulação dos mesmos. De acordo com Abramo apud Marconi e Lakatos

(2002, p.144) “a tabulação é a arrumação dos dados em tabelas, de maneira a permitir a

verificação das relações que eles guardam entre si”.

A partir desses instrumentos foi possível produzir 03 tabulações para responder os objetivos

propostos, vale ressaltar que a aplicação da pesquisa de campo se deu no período de fevereiro

a abril de 2017. O primeiro quadro representa a quantidade total de colaboradores desta

empresa pesquisada.

ORDEM SITUAÇÃO QUANTIDADE

01 Quantidade total de motoristas 396

02 Motoristas participantes 273

03 Motoristas de férias 20

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04 Motoristas que recusaram a pesquisa 64

05 Motoristas que retiraram sua participação 39

Tabela 1 – Tabulação dos dados da pesquisa de campo – quantidade de participantes.

Fonte: Dados produzidos pelo autor, 2017

Ao analisar os resultados obtidos nesse quadro 01, que compete à quantidade de

colaboradores que participaram da pesquisa, esse total de 396 representa todos os

colaboradores ativo no sistema, durante o período de fevereiro a abril, período em que ocorreu

a aplicação da pesquisa de campo, tivemos o total de 273 participantes até o fechamento desta

pesquisa realizada, durante a aplicação do questionário e do teste psicológico obtive alguns

contratempos devido a 20 colaboradores estarem de férias e ao retornarem não consegui

contato e fazer que estes participassem da pesquisa, também aqueles que recusaram a

participar da pesquisa informando que não teriam tempo para responder devido o horário de

trabalho, como também colaboradores que participaram da pesquisa, mas como consta no

termo de consentimento livre e esclarecido que em qualquer momento da pesquisa poderiam

retirar sua participação, tivemos 39 que retiraram sua participação, não houve uma

justificativa, somente informaram que não queriam mais fazer parte da pesquisa, por conhecer

a vivencia desses colaboradores, analiso que seja devido acreditarem que a pesquisa tinha

haver com a empresa e que poderiam prejudicá-los no trabalho, já que na pesquisa consta

fatores da realidade vivenciada durante suas jornadas de trabalho, e de certa forma tinha essa

certeza que teria esse resultado, mas decidi arriscar.

No 2° quadro mostra o resultado da pesquisa de campo, onde os 273 motoristas responderam

o questionário pontuando os fatores que lhes causam estresse de acordo com a realidade

vivenciada, o questionário é composto por 10 perguntas fechadas e 01 aberta, onde se tem a

opção de responder entre SIM, NÃO e AS VEZES, optou-se em colocar a opção “as vezes”

devido depender de como a situação se desenvolve, que pode ou não gerar estresse, no quadro

02 que segue abaixo, poderá ser observado a análise quantitativa dos dados obtidos.

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Tabela 2 – Tabulação dos dados da pesquisa de campo – questionário (n=273).

Fonte: Dados produzidos pelo autor, 2017

O resultado questionário aplicado aos colaboradores, representa a realidade vivenciada de

acordo com o que é mais frequente no dia a dia, no que competem as perguntas, foi um

desafio que escolhi ariscar, devido já saber que muitos iriam recusar-se ou retirariam sua

participação devido os tipos de perguntas formuladas, mesmo com o resultado mostrando que,

pequenas partes dessa população optaram em não participar da pesquisa, obtive um bom

resultado, o gráfico abaixo mostra que na primeira pergunta: Sente-se motivado ao trabalho,

foi uma das perguntas desafiadora, tendo a sinceridade dos participantes onde 130 dessa

população pesquisada responderam SIM, 58 participantes responderam NÃO e 85

participantes responderam ÀS VEZES, há situações do seu dia a dia que desmotivam o

colaborador, seja um simples deixar de ouvir um problema ou dificuldade, à uma medida

administrativa.

PERGUNTAS Marque a opção que mais se adequa a sua resposta.

f i

SIM %

f i

NÃO %

f i

ÀS

VEZES %

Sente-se motivado ao trabalho? 130 48 % 58 21 % 85 31 %

Σ % =

100%

As mudanças de temperatura são fatores para o

estresse? 127 46 % 51 19 % 95 35 %

As condições do veículo são fatores para o

estresse? 148 54,2 % 42 15,4 % 83 30,4 %

As ameaças dos usuários são fatores para o

estresse? 137 50 % 82 30 % 54 20 %

O tempo de percurso são fatores para o

estresse? 126 46 % 87 32 % 60 22 %

Os acidentes de transito são fatores para o

estresse? 129 47 % 17 6 % 127 47 %

Os assaltos são fatores para o estresse? 183 67 % 69 25 % 21 8%

Os assuntos particulares/familiares influenciam

como fator para o estresse? 123 45 % 122 45 % 28 10 %

A falta de informação empresa/funcionário são

fatores para o estresse? 169 62 % 13 5 % 91 33 %

O estresse é um fator para o não cumprimento

da jornada e ausência ao trabalho? 50 18,3 % 173 63, %4 50 18,3 %

Σ f i = 273

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Figura 1 – Representa em porcentagens o questionário aplicado aos motoristas

Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2017)

A segunda pergunta está em saber, se as mudanças de temperaturas são fatores para o estresse,

Manaus sofre diariamente mudanças de temperaturas dificultando o desenvolvimento do

trajeto devido a problemas de saúde e os transtornos decorrentes do transito em períodos de

chuvas como pode ser observado na figura 02 onde mostra que 127 desses motoristas

respondem que SIM que essas mudanças de temperaturas são fatores para o estresse, entre os

que responderam NÃO foram 51 motoristas e entre os que responderam ÀS VEZES

corresponde a 95 motoristas, que corresponde a porcentagem abaixo apresentada no gráfico.

De acordo com a pesquisa realizada pelo (MOTA, 2003) apresentado ao congresso brasileiro

de defesa do meio ambiente, mostra que em relação às temperaturas, na Região Norte do

Brasil observa-se temperaturas elevadas, com pouca variabilidade durante o ano,

caracterizando o clima quente nesta Região. Nas médias latitudes a variação da temperatura

no decorrer do ano é muito importante para a definição do clima. No período de inverno há

maior penetração de massas de ar frio de altas latitudes, o que contribui para a predominância

de baixas temperaturas.

A temperatura elevada foi destacada como fator de desconforto, decorrente da

localização do motor na parte dianteira do veículo, sendo agravada pela vedação deficiente.

Outros fatores que contribuem para a elevação da temperatura são a má circulação de ar no

interior dos veículos, o acúmulo de passageiros em horários de pico e a própria temperatura

externa (MENDES, 1997).

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Figura 2 – Representa em porcentagens o questionário aplicado aos motoristas

Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2017)

A terceira questão está em avaliar se as condições dos veículos são fatores para o estresse,

essa realidade compete ao fato das condições dos veículos, aos problemas mecânicos que são

recorrentes nos mesmos carros, e onde temos outros fatores em que são feitos fichas dos

problemas apresentados, mas nem sempre o setor de manutenção faz o reparo, às vezes por

falta de peça, hoje a realidade desta empresa pesquisada apresenta carros com os anos de

2004, 2005, 2006, 2011 e 2012, como pode ser observado no gráfico abaixo, temos os

seguintes resultados, 148 motoristas responderam SIM, 42 responderam que NÃO e 83

motoristas responderam que ÀS VEZES esses problemas causam estresse, conforme pode ser

observada a representação em porcentagem no gráfico 03. (DADOS DA EMPRESA

PESQUISADA, 2015).

Figura 3 – Representa em porcentagens o questionário aplicado aos motoristas

Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2017)

A quarta questão busca avaliar se as ameaças dos usuários são fatores para o estresse, nossa

realidade mostra que a população está cada vez exigente de situações que atendam suas

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necessidades, gosto sempre de frisar, que por conhecer a realidade pesquisada e por trabalhar

diretamente com o atendimento desses colaboradores, tenho domínio para abordar essa

questão da problemática apresentada, trata-se de uma população com baixo nível educacional,

que não tem conhecimento das normas e procedimentos da empresa, não tem conhecimento

do CTB (código de transito brasileiro) sendo que temos usuários que querem descer em

qualquer parte da via o que pode ocasionar acidentes com vítimas fatais, são usuários que

querem ficar em conversas paralelas com o motorista, usuários e principalmente crianças

sentadas no capo, usuários que não se seguram de forma adequada e numa freada brusca para

evitar uma batida ou um acidente de natureza grave o usuário vem a machucar-se, são fatores

para que usuários do sistema de transporte urbano ameacem e em alguns casos chegam as vias

de fatos, agredindo-os fisicamente o motorista e o cobrador urbano que também não esta fora

desta realidade, como pode ser observado abaixo, mostra que 137 motoristas responderam

SIM, 82 responderam NÃO e 54 responderam AS VEZES.

Figura 4 – Representa em porcentagens o questionário aplicado aos motoristas

Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2017)

A quinta questão pesquisada investiga se o tempo de percurso são fatores para o estresse,

atualmente a prefeitura de Manaus contratou uma empresa terceirizada para ficar responsável

pela questão de logística de todas as empresas de transporte urbano de Manaus, conhecida

como ACOP que é Acordo Operacional, esta empresa por meio do sistema de bilhetagem do

sinetram via GPS controla o tempo de percurso e o tempo que os carros ficam parados, e

principalmente monitora os horários de saída, chegada, e os percursos onde cada carro tem

pontos chaves para passar nesses horários, o lado positivo é atendem a população com a

demanda de carros necessários para cada bairro e fazer com que todos saiam nos seus horários

programados sem o fato de deixar a população sem transporte. O lado negativo é que de certa

maneira acaba sobrecarregando o colaborador porque as vezes devido o transito acabam

chegando atrasados tendo que sair novamente sem uma breve pausa para ir ao banheiro e

beber uma água, mas a frequência disso é muito mínima, temos também linhas que fazem

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mais de 03 horas em cada viagem, temos os TU´s que são os turnos únicos escalados para

atender as demandas em horários de pico, esse novo sistema da ACOP também favorece o

colaborador porque tem mais tempo de intervalo e reduziram a quantidade de viagens de

algumas linhas. (DADOS DA EMPRESA PESQUISADA, 2016) diante das respostas

obtivemos os seguintes resultados, entre os que responderam SIM foram 126, entre os que

responderam NÃO foram 87 e 60 motoristas responderam que ÀS VEZES o tempo de

percurso causa estresse, como pode ser observado a porcentagem no gráfico abaixo.

Figura 5 – Representa em porcentagens o questionário aplicado aos motoristas

Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2017)

A sexta questão está em pesquisar se os acidentes de transito são fatores para o estresse, todo

acidente de transito que envolve batida ou vítima lesionada, os restantes das viagens são

interrompidas para procedimentos, primeiramente, dependendo da gravidade, é esperar

perícia, fazer boletim de ocorrência para apresentar na empresa, quando o carro recolhe para a

garagem passa por vistoria e dependendo da situação o motorista paga os danos causados no

veículo, temos também os acidente externos, ou seja, outros acidentes que congestionam o

transito e acaba-se perdendo muito tempo nas viagens com o transito parado, podemos usar

como exemplo um dos últimos acidentes que tivemos, onde uma carreta tombou na passagem

de nível da Avenida Paraíba e parou toda a cidade, colaboradores que estavam desde a

madrugada acordados conseguiram retornar para o final de linha já no início da noite e

também pôde ser acompanhado nas mídias, muito dos pontos de ônibus super lotados.

De acordo com o Portal do Holanda postado no dia 21/05/2015, uma carreta transportando

contêiner tombou na passagem de Nível Antônio Simões na avenida Umberto Calderaro, - antiga

Paraíba - próximo à Shinzen, no bairro Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul, o cavalo-

mecânico Mercedes Benz, tombou na curva, deixando o condutor e o trânsito ficou

congestionado, mesmo com a intervenção do Manaustrans.

Sousa (2005, apud IGNÁCIO, 2011 p.10):

[...] relata que as situações de maior incômodo referiam-se, aos prejuízos financeiros

por ter que assumir despesas por multas de trânsito, peças quebradas do ônibus e

consertos resultantes de acidentes ou colisões com ônibus.

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Figura 6 – Representa em porcentagens o questionário aplicado aos motoristas

Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2017)

A sétima questão, está em pesquisar, se os assaltos são fatores para o estresse, de acordo com

os atendimentos realizados a esses colaboradores na ocorrência dos assaltos, muitos ficam

transtornados com a forma como foram abordados, de janeiro a julho deste ano que segue, os

assaltos são geralmente provocados por mais de um integrante, estão visualmente sobre efeito

de drogas, são jovens e na maior parte menores de idade, agem com crueldade, ameaçam,

engatilham armas na cabeça das pessoas, roubam seus objetos pessoais, esses colaboradores

ficam afastados por tempo provisório e com acompanhamento ambulatorial e psicológico para

que possam reestabelecer sua integridade física e mental ou são afastados pelo INSS (Instituto

Nacional do Seguro Social) devido não conseguirem retomar suas atividades. Segundo

Kompier (1996 apud TAVARES, 2010), alguns dos problemas enfrentados pelos motoristas

de ônibus são as exposições a risco constante de assaltos e agressões físicas.

Figura 7 – Representa em porcentagens o questionário aplicado aos motoristas

Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2017)

A oitava questão está em investigar se além dos fatores relacionados a função de motoristas,

buscamos investigar se os assuntos particulares e familiares são fatores influentes para o

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estresse. A realidade da população pesquisada, mostra que temos muitos colaboradores que

transmitem os problemas particulares para o desenvolvimento das atividades que refletem

também para a ação de outros fatores, esse tipo de problema pode ocasionar acidentes de

transito, e conflito com usuários.

Figura 8 – Representa em porcentagens o questionário aplicado aos motoristas

Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2017)

A nona questão está em investigar se as faltas de informação da empresa para com o

colaborador causam estresse, a realidade vivenciada mostra que muitos dos colaboradores são

chamados na empresa para resolver alguma pendencia, e quando estes chegam à empresa, as

pessoas não sabem ou não mostram qualquer interesse em informar qual setor deve procurar,

esse tipo de ação causa certa irritabilidade, devido à ação de ficarem “jogando de setor em

setor” como eles usam a expressão para saber por que foram chamados a empresa, logo esse

tipo de situação pode gerar um estresse, entre os que responderam SIM foram 169, entre os

que responderam NÃO foram 13 e entre os que responderam ÀS VEZES foram 91 motoristas.

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Figura 9 – Representa em porcentagens o questionário aplicado aos motoristas

Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2017)

A décima questão está em avaliar se o estresse é um fator para o não cumprimento da jornada

e ausência ao trabalho, entre os que responderam SIM foram 50 motoristas, entre os que

responderam NÃO foram 173 e entre os que responderam ÀS VEZES foram 50, diante desta

pergunta houve um pouco de ousadia e também a dúvida se seriam sinceros em suas

respostas, como realizei a aplicação com todos, tive a sinceridade de suas respostas através de

uma breve conversa realizada com a amostra pesquisada.

De acordo com Neri et al 2005 apud Ignácio p15, 2011 conforme ilustração apresentada no

texto da Ignácio e explicando essa ilustração de Neri, fala que existe 03 consequências

devido as condições do trabalho, a primeira sendo para os condutores com as consequências

por distúrbios emocionais e físicos, segundo é as consequências para a empresa que ocorre o

aumento do absenteísmo, aumento da rotatividade, e aumento dos conflitos e por terceiro

ocorre as consequências para a sociedade tendo a diminuição da qualidade do serviço,

aumento do número de acidentes e aumento do custo do serviço.

Figura 10 – Representa em porcentagens o questionário aplicado aos motoristas

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Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2017)

O quadro 03 mostra o resultado da aplicação do Inventário de sintomas de stress para adultos

de LIPP, esse inventário tem por objetivo identificar através das sintomatologias físicas e

psicológicas o nível de estresse, de acordo com a autora Marilda LIPP (2000), podem

apresentar sintomatologia no modelo quadrifásico do estresse sendo as fases de alerta, fase de

resistência, fase de quase exaustão e fase de exaustão. Trata-se de um inventário validado

utilizado para o diagnóstico de estresse em adultos e jovens acima dos 15 anos de idade. A

escala é composta de três quadros que se referem às quatro fases do estresse. No primeiro

quadro, composto de 12 sintomas físicos e 03 psicológicos, o respondente assinala os

sintomas que tenha experimentado nas últimas 24 horas. No segundo, composto de 10

sintomas físicos e 05 psicológicos, o sujeito marca aqueles que experimentaram na última

semana. E no quadro três, composto de 12 sintomas físicos e 11 psicológicos, devem ser

assinalados os sintomas vivenciados no último mês. Totalizando 37 itens de natureza somática

e 19 de natureza psicológica, alguns sintomas se repetem em mais de um quadro, porém

diferindo em sua intensidade e seriedade. Para o diagnóstico correto da presença do estresse,

da fase e da predominância de sintomatologia física ou psicológica não basta utilizar o

número total de sintomas assinalados, sendo necessário consultar as tabelas de avaliação. O

resultado é obtido da seguinte maneira, primeiro somam-se por quadro as respostas Físicas (F)

e Psicológicas (P) separadamente, a fim de se obter três escores de sintomas físicos e três de

sintomas psicológicos. Essas notas são utilizadas para responder se a sintomatologia mais

presente é de ordem somática ou psicológica. O segundo passo, somam-se os escores P + F

por quadro, de modo a encontrar três escores, um para cada quadro do inventário. Essas notas

são utilizadas para responder se a pessoa apresenta sintomas significativos de estresse e em

que fase a pessoa se encontra. E o terceiro passo da avaliação da sintomatologia e da fase

estresse, utilizam-se as tabelas de correção. Para a soma dos escores brutos P + F de cada

parte do Inventário, deve-se comparar com os escores definidos por Lipp (2000). Esses

escores são valores obtidos através de uma tabela criada de acordo com as pesquisas e a

criação do inventário onde sua aplicação é permitida somente por profissionais da área de

psicologia.

SINTOMATOLOGIA DO ESTRESSE

Propensão

para Fase de

alerta

Fase de

alerta

Propensão para

Fase de

resistência /

quase exaustão

Fase de

resistência /

quase

exaustão

Propensão

para Fase de

Exaustão

Fase de

exaustão

Não apresenta

nenhuma fase do

estresse

86 75 103 169 19 02 27

Tabela 03 – Tabulação dos dados da pesquisa de campo – teste LIPP (n=273)

Fonte: Dados produzidos pelo o autor (2017)

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Ao analisar essas sintomatologias apresentadas, vale ressaltar que diante das fases

apresentadas, sendo as fases de alerta, fases de resistência quase exaustão, faze de exaustão e

aqueles que não apresentam nenhuma das sintomatologias do estresse compete ao total de 273

motoristas que corresponde à amostra pesquisada, no que compete as propensões utilizadas na

tabela 03, refere-se ao ato de somente parte dessa amostra pesquisada estavam propensos a

desenvolver estresse, optou-se em colocar as propensões, devido o participante apresentar

uma das fases ou não apresentar estresse, mas está propenso para desenvolver algum desses

modelos quadrifásico do estresse, no entanto, como nem todos apresentaram essa propensão, é

relevante explicar para que não haja dúvidas quanto a leitura e interpretação dos resultados.

Conforme tabela abaixo mostra que esses motoristas apresentam estresse com maior

porcentagem na fase de resistência quase exaustão que representa 169, na fase de alerta com

75, na fase de exaustão 02 e os que não apresentaram nenhum grau de estresse e nenhuma

propensão para desenvolver o estresse foram 27 motoristas.

Fase de alerta Fase de resistência

/ quase exaustão

Fase de

exaustão

Não apresenta nenhuma

fase do estresse

27,4 % 62 % 0,8 % 9,8 %

Tabela 04 – Resultado no modelo dradrifásico do inventário de sintomas de stress para adulto de LIPP

Fonte: Dados produzidos pelo o autor na pesquisa de campo, através do inventário LIPP (2017)

Para Lipp (2001) a fase de alerta é a fase positiva do estresse, o ser humano se energiza

através da produção da adrenalina, a sobrevivência é preservada e uma sensação de plenitude

é frequentemente alcançada.

Entre os participantes da pesquisa nesta primeira fase de alerta, podemos identificar

predominância maior para as sintomatologias físicas que corresponde a 95% apresentando

mãos e pés frios, nó no estômago, aumento de sudorese, tensão muscular, diarreia passageira,

insônia, hipertensão súbita e passageira e predominâncias psicológicas a 05% apresentando

vontade súbita de iniciar novos projetos.

Nessa fase, o organismo se prepara para a reação de luta ou fuga, que é essencial para a

preservação da vida. Os sintomas presentes nesta fase de alerta, se referem ao preparo do

corpo e da mente para a preservação da própria vida.

Na segunda fase, que é a fase da resistência, a pessoa automaticamente tenta lidar com os seus

estressores de modo a manter sua homeostase interna.

Entre a amostra pesquisada, essa fase foi a que mais atingiu o percentil, identificou-se a

predominância maior para as sintomatologias físicas que corresponde a 70% apresentando

problemas com a memória, formigamento das extremidades, sensação de desgaste físico

constante, mudança de apetite, hipertensão arterial, cansaço constante, tontura/sensação de

estar flutuando e predominâncias psicológicas a 30% apresentando sintomatologia como

sensibilidade emotiva excessiva, pensar constantemente em um só assunto, irritabilidade

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excessiva e diminuição da libido. No quadro 03 pode ser observada uma propensão para a

fase de exaustão, isso ocorre como Marilda Lipp, 2001 menciona que, se os fatores

estressantes persistirem em frequência ou intensidade, há uma quebra na resistência da pessoa

e ela passa a fase de quase exaustão. Nesta fase, o processo de adoecimento se inicia e os

órgãos que possuírem uma maior vulnerabilidade genética ou adquirida passam a mostrar

sinais de deterioração, em não havendo alivio para o stress através da remoção dos estressores

ou através do uso de estratégias de enfrentamento, no entanto, a pessoa que está nessa fase do

estresse de quase exaustão, embora apresentando desgaste e outros sintomas, a pessoa ainda

consegue trabalhar e atuar na sociedade.

A quarta fase do modelo quadrifásico que é a fase de exaustão, a fase final do stress, podem

ocorrer doenças graves, como enfarte, úlceras e psoríase, dentre outros, essa fase do estresse a

pessoa não consegue lidar com suas obrigações diárias, podendo aparecer problemas

fisiológicos como o aparecimento de ulceras, cardíacos, gastrointestinais, musculares e

problemas psicológicos como apatia, depressão, desanimo, sensação de desalento, e

hipersensibilidade emotiva até raiva, ira irritabilidade e ansiedade além de ter potencial para

desencadear surtos psicótico e crises neuróticas em pessoas predispostas. (LIPP, 2001)

Diante da pesquisa somente 02 motoristas apresentaram esse quadro de estresse de exaustão,

no entanto os mesmo apresentam bastante ausência ao trabalho por diversos fatores,

principalmente para as sintomatologias físicas. No quadro 03, mostra também as propensões para desenvolver um dos modelos quadrifásico,

ou seja, o motorista apresenta ou não uma das quatro fases e tem propensão para desenvolver

outra fase do estresse.

6. Conclusão

O trabalho dos motoristas de ônibus urbano de Manaus tem grande importância social, pela

necessidade de locomoção de grande parte da população, o que os possibilita suas atividades

cotidianas, no entanto essa profissão exige grande concentração em um ambiente hostil,

perigoso e de agentes estressores. A pesquisa possibilitou conhecer como o estresse se

desenvolve no ambiente de trabalho com motoristas, considerando que se trata de uma

profissão de vigilância.

Nessa fase da pesquisa é valido informar que os objetivos foram respondidos quando optou-se

em classificar esses fatores, a partir do questionário respondido pelos motoristas onde através

da realidade vivenciada apresentamos fatores do seu dia a dia que ocasionam o estresse ou da

maneira como é vivenciada, pode acorrer ou não o estresse, a partir do momento que

classificaram a situação em SIM e AS VEZES para a ocorrência do estresse. Pensou-se nesse

modelo de perguntas no questionário, devido ser uma realidade vivenciada, que podem gerar

um transtorno a esse profissional.

Quando optou-se em identificar o grau de estresse, foi pensado no Inventario de sintomas de

estresse LIPP, que é voltado para a identificação do estresse, diante da aplicação foi possível

identificar os quatro modelos quadrifásico sendo fase de alerta, fase de resistência / quase

exaustão e fase de exaustão onde o índice maior ocorreu na fase de resistência, seguindo da

fase de alerta e a fase de exaustão.

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Respondendo ao ultimo objetivo, concluímos que o estresse está associado com o índice

elevado de absenteísmo, partindo da realidade das sintomatologias físicas e psicológicas

apresentadas pelo inventário LIPP e dos fatores decorrentes do dia a dia investigado através

do questionário, ocorre o índice elevado de ausências ou carga horária incompleta de trabalho.

É importante salientar que tal situação não ocorre com motoristas que não apresentam estresse

e nem propensão ao estresse e quando da ausência dos mesmos ao trabalho a situação é

sempre antecipada.

O impacto proveniente das condições de trabalho obtém um reflexo na vida dos trabalhadores,

em seu convívio com a sociedade e na empresa onde trabalha. Com isso não podemos apontar

diretamente as condições de trabalho como causa do surgimento de distúrbios na saúde dos

trabalhadores, são muitos os componentes sociais e psico-biológicos, existentes que podem

interferir também neste processo.

Finalizamos informando que este trabalho é apenas um complemento para futuros trabalhos a

serem desenvolvidos na empresa diante da realidade vivenciada.

7. Referências

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Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

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