O Estado Verde - Edição 22441 - 03 de fevereiro de 2015

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ANO VI - EDIÇÃO N o 375 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 3 de fevereiro de 2015 Página 3 APAGUE A LUZ Vem aí mais uma “Hora do Planeta” Três capitais brasileiras são finalistas no “Desafio das Cidades da Hora do Planeta”, todas do Sudeste. Ganha quem mostrar avanços no processo de transição em direção a uma economia de baixo carbono. Página 10 AGENDA PÓS-2015 Ban Ki -moon apresenta prévia Documento “O Caminho para a Dignidade até 2030: Acabando com a Pobreza, Transformando Todas as Vidas e Protegendo o Planeta” é resultado de um trabalho de dois anos e mobilizou milhares de pessoas em todos os países do mundo. COGERH/DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO Infraestrutura hídrica faz diferença em tempos de estiagem SECA Depois dos açudes, muita coisa mudou, mas a água ainda não é suficiente para atender a todas as demandas. O sertão é sacrificado para abastecer Fortaleza e Pecém e, nos perímetros irrigados, a piscicultura e produção de frutas, também, sofrem. Páginas 6, 7, 8 e 9

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Jornal O Estado (Ceará)

Transcript of O Estado Verde - Edição 22441 - 03 de fevereiro de 2015

ANO VI - EDIÇÃO No 375FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Página 3

APAGUE A LUZ Vem aí mais uma “Hora do Planeta”Três capitais brasileiras são finalistas no “Desafio das Cidades da Hora do Planeta”, todas do Sudeste. Ganha quem mostrar avanços no processo de transição em direção a uma economia de baixo carbono. Página 10

AGENDA PÓS-2015Ban Ki -moon apresenta préviaDocumento “O Caminho para a Dignidade até 2030: Acabando com a Pobreza, Transformando Todas as Vidas e Protegendo o Planeta” é resultado de um trabalho de dois anos e mobilizou milhares de pessoas em todos os países do mundo.

COGERH/DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

Infraestrutura hídrica faz diferença em tempos

de estiagem

SECA

Depois dos açudes, muita coisa mudou, mas a água ainda não é suficiente para atender a todas as demandas. O sertão é sacrificado para abastecer Fortaleza e Pecém e, nos perímetros irrigados, a

piscicultura e produção de frutas, também, sofrem.Páginas 6, 7, 8 e 9

O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Rafael F. Gomes. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Elisangela Alves. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCILIA [email protected]

A CARLOS NOBREO climatologista disse durante recen-

te entrevista na Globo News que a mu-dança climática já é uma grande reali-dade, provoca bloqueios atmosféricos, e como tudo tá conectado no clima, principalmente da Amazônia, impacta diretamente sobre São Paulo. Ele aler-tou que o desmatamento causa gran-des alterações no clima.

PEGA NA MENTIRAPerguntada sobre a refi naria Premium

II, a presidente Dilma respondeu: “eu só posso garantir que ela será feita”. A men-tira foi dita dia 18/07/2013, durante a so-lenidade de formatura de 3,2 mil alunos no programa Pronatec - Brasil sem Misé-ria, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. Na ocasião, a então candidata estava em plena campanha para a reelei-ção. Pega na mentira. Mais uma.

APAGUE A LUZ...... a água está sumindo e a energia

está fi cando cara, ou melhor, impagável. Fevereiro, assim como janeiro, vem com bandeira vermelha. As termelétricas estão trabalhando a todo vapor a favor do Go-verno e quem continua pagando a conta, de novo, somos nós. O único caminho, por enquanto, é economizar.

VALEU!A concentração de vias para bicicletas

está indo mais além do eixo Aldeota--Meireles-Varjota. No último sábado a Prefeitura inaugurou 6 km de ciclofaixas na Granja Portugal e no Conjunto Ceará. Demorou um pouco, mas é bom saber que o projeto chegou lá. Sem dúvidas, quem mais pedala em Fortaleza são os moradores das regiões periféricas da Ci-dade. Valeu!

MIMO AOS CLIENTESQuem estacionar no pátio interno do

Shopping Benfi ca poderá ganhar porta lixo para câmbio. A sacolinha é confec-cionada com lona usada nos banners de divulgação de eventos e são reutilizáveis e mais resistentes. A produção acontece na Fábrica do Bem, projeto do shopping que incentiva o público a reutilizar mate-riais. Este semestre acontecem ofi cinas com garrafas PET, as vagas são limita-das, e para participar basta doar 1 kg de alimento. Mais informações: 3243-1000.

REFLEXÃO: “Em decorrência do fl age-lo, até os anos 1970, em Fortaleza, pes-soas morriam de fome no meio da rua”. Pedro Eymard, coordenador de Pesca e Aquicultura do Centro de Pesquisa em Aquicultura do Dnocs.

O Ceará, assim como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais enfrenta uma crise hídrica. A nossa situação só não é pior graças ao Castanhão. Tudo bem, uma obra incrível, um sistema confi ável de engenharia, feito na medida certa e ainda com água sufi ciente para abastecer a Capital até o ano de 2017. Mas, todos especialistas com quem tenho conversado, alertam que isso só será possível se iniciarmos “ontem” um grande programa de uso racional da água.

Sim, racional, porque, insisto, enquanto o sertanejo não tem água para beber, mui-tos aqui estão curtindo as piscinas “bacanas” dos condomínios, residências e hotéis. Simplesmente não podemos continuar a desperdiçar água como fi zemos no passado e não podemos ignorar o fato de que a água que consumimos aqui no litoral vem do Sertão, e que enquanto isso o sertanejo sofre com a falta dela. A sociedade como um todo deve estar disposta a mudar essa lógica, não é justa.

Outro ponto: a obrigação do poder público é garantir água com segurança hídrica. É preciso entender, em especial, o Governo, que é premissa repensar esse modelo de vender água visando lucro, lucro, é claro, incentiva consumo. É preciso mudar a forma de gerir esse recurso, sem esquecer a questão da adaptação às mudanças climáticas relacionadas ao mesmo que acredito, já deve ser parte integrante dos planos de ges-tão de recursos hídricos do Estado.

ÁGUA: MODELO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Coluna Verde

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 3 de fevereiro de 2015

VERDE

5 DE FEVEREIRO DE 2015Seminário: Melhorias no manejo da arborização e jardins do campus do Pici • O Movimento Pró-Árvore promove seminário Melhorias no manejo da arboriza-ção e jardins do campus do Pici, dia 05 de fevereiro às 09h30minh, no auditório do Departamento de Fitotecnia, Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal do Ceará (UFC), Campus do Pici.O Pró-Árvore reúne pessoas que amam o verde, com o propósito de preservar e es-timular a arborização na cidade de Fortaleza e no Estado do Ceará.

6 DE FEVEREIRO DE 2015Dia do Agente de Defesa Ambiental 

• Dedicado ao profi ssional que está cada vez mais valorizado pelo mercado de traba-lho, o dia 6 homenageia o Agente de Defesa Ambiental. Ele é um dos profi ssionais que trabalham para prevenir, mitigar e ou reverter, os impactos ambientais. Fisca-liza o cumprimento da legislação ambiental, assim como propõe atividades para a conservação e preservação do meio ambiente por meio de vistorias, estudos técnicos e avaliação de impactos, e dedica-se também, à promoção da educação ambiental orientada aos diversos públicos, tendo como foco o desenvolvimento sustentável.É mais um profi ssional que trabalha, pensando não apenas nas gerações atuais, mas, também, nas futuras, para que todas possam viver de forma harmônica com o meio ambiente natural.

15, 16 E 17 DE FEVEREIRO DE 2015É Carnaval no Brasil • A origem da palavra car-naval está no latim, carnis levale; signifi ca retirar a carne. Está relacionado com o jejum que deveria ser rea-lizado durante a quaresma e também com o controle dos prazeres mundanos. Essa foi a forma da Igreja Ca-tólica enquadrar uma festa pagã. Sim, o carnaval, a festa popular mais celebrada no Brasil e um dos mais sig-nifi cativos elementos da cultura nacional, não é invenção brasileira, nem tampouco acontece, apenas aqui. É uma festa de origem pagã, remonta à antiguidade, tanto na Mesopotâmia quanto na Grécia e em Roma. No Brasil iniciou-se no período colonial. Uma das primeiras manifestações carna-valescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que na colônia era praticada pelos escravos. Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e as escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus também passaram a fazer parte da tradição cultural carnavalesca brasileira.

AGENDA VERDE

O secretário-geral da Organiza-ção das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, apresentou

aos Estados-membros um rela-tório-síntese sobre o trabalho desenvolvido até agora para a defi nição e ne-gociação da agenda pós-2015, que inclui os Objetivos de Desen-volvimento Sustentável (ODS), que guiarão o desenvolvimento global depois do fi m do prazo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

“Estamos prestes a aden-trar o ano mais importante para o de-senvolvimento desde a criação das Nações Unidas. Nós devemos dar sig-nifi cado para a promessa desta organi-zação, a fi m de reafi rmar a fé na digni-dade e no valor do ser humano”, disse Ban Ki-moon, na ocasião. “Temos uma oportunidade histórica e o dever de agir vigorosamente para tornar a dignidade uma realidade para todos, sem deixar ninguém para trás.”

Intitulado O caminho para a dignida-de até 2030: acabando com a pobreza,

transformando todas as vidas e prote-gendo o planeta, o relatório aborda os

desafi os pós-2015 e pós-ODM e a construção da nova agenda de

desenvolvimento a ser seguida pela ONU.

De acordo com o secretário-geral, nunca houve uma consulta tão ampla e profunda sobre desenvolvimento. O do-cumento, que começou a ser elaborado na Rio+20, contou com o apoio e com a colaboração de governos, de empresá-rios, de todo o Sistema ONU e de mi-lhares de pessoas ao redor do mundo, por meio de consultas presenciais e on-line com a utilização da plataforma MY World (MEU Mundo, em português). Veja em www.myworld2015.org.

Além disso, o relatório lembra os pro-gressos Conquistados pelo esforço para cumprir os ODM, como a redução da

pobreza em vários países, a universali-zação da educação, a expansão da tec-nologia sustentável e a reconstrução de nações após confl itos. Esses casos, de acordo com o relatório, são exemplos de que a vulnerabilidade e a exclusão podem, certamente, ser superados nos próximos anos.

Entretanto, Ban Ki-moon falou sobre o que ainda falta ser feito e pediu

para que os governos, o setor privado, a sociedade

civil organizada e as comunidades se empenhassem para reduzir a extrema

pobreza e a fome, combater as doenças

e, melhorar a educação, especialmente para as mulheres e meninas, até 2015, prazo fi nal para o cumprimento dos ODM. O secretário-geral pediu ainda que os governos fossem inovadores, in-clusivos, ágeis e determinados ao nego-ciar a nova agenda de desenvolvimento. Tomar medidas para combater a mu-dança climática e seus impactos é um dos eixos da nova agenda.

CONSTRUÇÃO DA NOVA AGENDA Os ODS propostos estão sendo cons-

truídos sobre as bases estabelecidas pelos ODM, procurando completar o

trabalho inacabado referente a eles e responder a novos desafi os. Esses obje-tivos constituem um conjunto integrado e indivisível de prioridades globais para o desenvolvimento sustentável. Veja no portal do Estado Verde (www.oestado-ce.com.br/o-estado-verde), os 17 Obje-tivos de Desenvolvimento Sustentável propostos.

No total, são 17 objetivos e 169 me-tas sobre questões de desenvolvimento sustentável apresentados no documen-to, que irão pautar a nova agenda de desenvolvimento das Nações Unidas. Um dos objetivos se refere aos meios de implementação e fi nanciamento da sus-tentabilidade. Já os outros 16 objetivos são temáticos, e procuram aumentar a ambição dos ODM (pobreza, saúde, educação, gênero) e promover a sus-tentabilidade econômica (crescimento inclusivo, empregos e infraestrutura) e a sustentabilidade ambiental (mudança do clima, oceanos e ecossistemas, con-sumo e produção sustentável). Tudo isso aliado às sociedades pacífi cas e in-clusivas (agenda de governança, Estado de direito, violência).

Em setembro, a comunidade interna-cional deve chegar a um acordo sobre os ODS, em dezembro, as autoridades de-vem chegar a um consenso nas negocia-ções sobre o clima.

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 3 de fevereiro de 2015

VERDE

Documento começou a ser elaborado na Rio+20. A mudança climática e seus impactos é um dos eixos da nova agenda de desenvolvimento

Secretário – geral da ONU apresenta relatório sobre os desafi os pós-2015

DESENVOLVIMENTO GLOBAL

4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 3 de fevereiro de 2015

VERDE

DIVULGAÇÃO

Um bom exemplo que vem do Movi-mento Proparque. Todo primeiro do-mingo do mês, de 9 às 12h, acontece no Parque Rio Branco, na Avenida Pontes Vieira, São João do Tauape, anima-da manhã de caminhadas, atividades culturais e muita música, sempre com Grupo Rytmos tocando chorinho e ou-tros estilos musicais. Um verdadeiro “piquenique no parque”. Quem quiser, leva lanche para compartilhar – ou não.

No próximo primeiro domingo de março (1º/3), os visitantes do local vão contar, também, com o Projeto Livro em Movimento. A iniciativa consiste no empréstimo de livros, desburocratizado e grátis, com retorno só quando a pes-soa termina de ler. Mais de 100 títulos de livros e revistas – ciência, literatura e entretenimento, para crianças e adultos, além de uma exposição de artesanato.

As peças artesanais expostas serão comercializadas com o objetivo de an-gariar recursos para ajudar a manter as atividades da Associação Benefi cen-te São João do Tauape que funciona na Rua Monsenhor Salazar, ao lado da Ma-triz de São João, naquele bairro.

OFICINA DO SABERNo Parque Rio Branco, também acon-

tecem encontros para estudos. Foi o que ocorreu no último dia 15 de janeiro, quando, através do Projeto Ofi cina do Sa-ber, Eleazar Teixeira, que apresentou “A pessoa na sociedade atual, segundo A Re-pública, de Platão” e Maria do Céu Lima que falou sobre a zona costeira do Ceará.

Foram duas aulas magnas com os dois intelectuais: o professor de línguas clás-sicas, aposentado, Eleazar Teixeira, da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e da Universidade Federal do Ceará (UFC), mostrou a atualidade da concepção de re-pública, de Platão, para a sociedade atual. A seguir, a professora doutora da Maria do Céu, da UFC, relatou as lutas das co-munidades da zona costeira do Ceará.

Presentes estudantes, pessoas que caminham o parque, convidados de outros bairros e técnicos do Projeto Cidadania em Rede, que funciona no Parque Rio Branco. Segundo os orga-nizadores, cerca de 20 pessoas partici-param do evento, o que é um grande êxito, considerando ter acontecido em um dia de semana (quinta-feira).

Rio Branco: além doverde você encontraarte, cultura e diversão

JORNALISTA E ESCRITOR

 MEIO AMBIENTE Alguns conceitos e defi nições orientam a

aplicação das normas que positivam o Direito Ambiental. Eles devem ser utilizados quando da análise de sua aplicabilidade em casos concretos. Os conceitos entendidos como fundamentais dentro do contexto ambiental, sem olvidar a importância dos demais, estão listados pela própria norma legal. O artigo 3º, inciso I, da Lei 6938/81 defi ne: “MEIO AM-BIENTE é o conjunto de condições, leis, infl u-ências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

RISCO AMBIENTAL E POLUIÇÃO

Consoante o que está assentado no ar-tigo. 3°, inciso III, da Lei n° 6.938/81, o RIS-CO AMBIENTAL pode ser defi nido como a possibilidade de ocorrência de degradação ambiental em virtude da atividade antrópica no meio ambiente, ou seja, a possibilidade de alteração adversa das características do meio ambiente. Já, POLUIÇÃO consiste na degradação da qualidade ambiental re-sultante de atividades que, direta ou indi-retamente, prejudiquem a saúde, a segu-rança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem ma-térias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

AGENTE POLUIDOR

AGENTE POLUIDOR é a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, res-ponsável, direta ou indiretamente, por ativi-

dade causadora de degradação ambiental, de acordo com a defi nição legal contida no artigo 3°, IV, da Lei n° 6.938/81. Quanto ao DANO AMBIENTAL, o inciso III do artigo 3º da lei antes mencionada, defi ne como sendo “qualquer alteração das proprieda-des físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das ativida-des humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança, o bem estar da população; as atividades sociais e eco-nômicas; a biota (fauna e fl ora de uma de-terminada região); as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e, enfi m, a qualidade dos recursos ambientais.

CONTRIBUIÇÃO DA SOCIEDADE

Para a consecução desses avanços na área do Direito Ambiental é importante ressaltar a ação dinâmica da sociedade e o consequente surgimento do Movimento Ambientalista, concretizado, basicamente, na mobilização da sociedade civil em vá-rias regiões do planeta. Esses movimentos encetaram lutas históricas denunciando o risco do uso da energia nuclear e do dano generalizado ao meio ambiente. O bra-ço político do movimento ambientalista, na década de 70, desembocou nos cha-mados Partidos Verdes, pois levantavam a defesa do verde e a busca da paz, em rejeição à guerra e à destruição ambien-tal. Organizações Não Governamentais como o Greenpeace e o WWF (World Wide Found), que atuam em âmbito global, tam-bém ainda hoje dão grande contribuição ao à formação do ordenamento jurídico no que diz respeito às questões ambientais.

INTERCÃMBIO DO DIREITO AMBIENTAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO

O Direito Ambiental tem ampliado sobremodo o raio de atuação e, consequen-temente, o intercâmbio necessário com os demais ramos do direito. Inserto no rol de direitos fundamentais, o estudo do Direito Ambiental exige essa aproxima-ção com outros ramos do Direito. O conhecimento dos princípios que norteiam esse imbricamento se faz importante e necessário para que os operadores do Direito possam atuar com segurança. O Direito Ambiental pode ser classifi cado como uma espécie de Direito Administrativo, não fosse a interferência que re-cebe de outras disciplinas, como o Direito Constitucional, o Direito Tributário, o Direito Civil, o Direito Processual Civil, o Direito Penal e o Direito Processual Pe-nal. Todavia, é esta condição plural que valoriza o estudo do Direito Ambiental.

O melhor acesso para a entrada no Parque Rio Branco é pela Rua Capitão Gus-tavo, continuação da Rua Ildefonso Albano. Mais informações sobre o Parque e o Movimento em:

• http://movimentoproparque.blogspot.com.br/ • https://www.facebook.com/pages/Movimento-Proparque

SAIBA MAIS

DOMINGO NO PARQUE

5FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 3 de fevereiro de 2015

VERDE

Educadora Ambiental*

POR TARCILIA REGO*

Educação ambiental, também, é sustentabilidade

OPINIÃO

Qual a cara da nossa cidade? Quais os elementos que garan-tem esta imagem? Parece-me

que os elementos naturais e urbanos que garantem esta imagem, na grande maioria, estão abandonados. Veja o que está acontecendo com a Praia de Irace-ma: deixou de ser uma praia de areais branca e passou a ser o principal palco de Fortaleza para festas, shows e espe-táculos esportivos.

Quem não lembra as claras areias de Iracema? Hoje, de tão sujas, estão fi -cando escuras, fazendo-me lembrar da terra cinzenta e estranha da Praia de Santos, no litoral paulista. Caminhar descalço no Aterro e Aterrinho virou um risco: o solo está repleto de cacos de vi-dros e outras sujeiras.

Na verdade, o abandono da Praia de Iracema é um assunto que eu gostaria muito de tratar, mas fi cará para outro momento, hoje, mais uma vez, vou es-crever sobre lixo. Segundo o dicionário Aurélio, lixo signifi ca “qualquer material sem valor ou utilidade, detrito oriundo de trabalhos domésticos, industriais etc.” ou “todo e qualquer resíduo proveniente das atividades humanas ou gerado pela natureza em aglomerações urbanas”.

Pronto, cheguei onde eu queria: aglo-meração. O Pré-Carnaval que está acon-tecendo em vários recantos da Capital, resulta em grandes aglomerações de pessoas que buscam a diversão. É fato, que graças ao empenho da gestão ante-rior e da atual, Fortaleza está virando uma cidade de muitos pré-carnavais. E isso é bom? Não sei.

Sexta-feira (30), aconteceu no Mer-cado dos Pinhões, na Praia de Iracema, mais um baile de Pré-Carnaval sob o aus-pício da Prefeitura Municipal. Animados pelo bloco Luxo da Aldeia, muitos foliões dançaram e brincaram no , que virou um salão, e em seu entorno. Mas, na manhã de sábado, o luxo se foi, e o que fi cou mesmo, foi muito “Lixo na Aldeia”.

As centenas de pessoas aglomeradas, além de pular carnaval, consumiram mui-to e geraram muitos resíduos. A Praça Pe-lotas e as ruas Nogueira Acioli e Gonçal-ves Ledo amanheceram encobertas pelo lixo: plásticos, vidros, latinhas, papéis... Um dos garis, que limpava e coletava a “sujeira”, disse que “a cada fi nal de sema-na aumenta a quantidade de lixo”.

Nas redes sociais, eu li vários comen-tários sobre a festa. Todos refl etiam muita alegria pela animação do baile, e alguns, até mesmo, empolgados com as casinhas Locaban disponíveis aos foliões. Alguém postou: “Usem os ba-nheiros químicos. Vamos respeitar a vi-zinhança, pois ninguém gosta de cheiro de xixi na porta de casa, né?”.

Realmente, “ninguém gosta de cheiro de xixi na porta de casa, né?”. Mas, tam-bém, ‘ninguém gosta de lixo na porta de casa, né?”. Quando vamos parar de “rebolar lixo no mato”? Quando a gestão pública vai, efetivamente, investir em Educação Ambiental? Quando vamos aproveitar o público dos grandes even-tos para falar sobre o crime ambiental que é descarte de lixo nos logradouros públicos? E quando o poder público vai disponibilizar lixeiras, com qualidade e em quantidade, sufi cientes, para aten-der a população assim como disponibi-liza banheiros químicos? Eu acabo me

perguntando, sempre: quem ganha com isso? Tantos banheiros e tão poucas li-xeiras. Quem perde com isso?

Certamente, a produção exacerbada de lixo não é um fenômeno local, mas, também, global. A sociedade atual é muito consumista, e o mercado, em nome da geração de riqueza e renda, incentiva cada vez mais o consumo e, consequentemente a produção de mais lixo. Porém, para a grande maioria das pessoas, lixo e nada, são as mesmas coi-sas. Tanto é que “ele” é largado, à toa, de qualquer jeito e em qualquer lugar, como acontece em Fortaleza e em ou-tras localidades.

Nos tempos atuais, o descarte, a qual-quer hora, de qualquer jeito e em qual-quer lugar, é desperdício. Muito do que vem sendo descartado pela população como lixo, na realidade, são recursos que foram extraídos da natureza para satisfazer nossas necessidades de con-sumo mas que devem voltar ao ciclo produtivo através da reciclagem e da reutilização, economizando recursos naturais, energia e gerando riqueza.

Dados de 2013 do Compromisso Em-presarial para a Reciclagem (Cempre) mostram que 98% das latinhas de alu-mínio usadas no Brasil são recicladas, e no total, apenas 3% do lixo produzido no País são reciclados. Esse é um dos

problemas que a Política Nacional de Re-síduos Sólidos (Lei 12.305/10) tenta re-solver. A expectativa é alcançar índice de reciclagem de resíduos de 20% em 2015.

Entretanto, chegamos ao ano de 2015 e longe de alcançar tal índice. Os lixões se-quer foram fechados e o descarte indevido ainda é grande. Ninguém me disse: eu vi e vejo, diariamente, nas ruas de Fortale-za, nos logradouros e passeios, muito lixo descartado indevidamente. Sem exceção, da periferia ao luxo da Aldeota, do Centro à Praia do Futuro, o lixo está presente.

Lixo descartado indevidamente sig-nifi ca, além de falta de educação, mais custo para a sociedade e menos dinheiro para aplicar no crescimento sustentável de Fortaleza. É perder nas três dimen-sões: econômica, social e ambiental. Signifi ca, também, que a cidade não conta com um bom, amplo e efetivo programa de coleta seletiva. Não estou falando de ações pontuais, custam caro e geram poucos resultados.

De acordo com o Instituto de Pesqui-sa Econômica Aplicada (Ipea), a falta de gerenciamento correto dos resíduos sólidos representa perda anual de cerca de R$ 8 bilhões. Ou seja, signifi ca jo-gar dinheiro fora, ou melhor, na lata do lixo. Os resíduos que nós geramos são matérias - primas da melhor qualidade e deveriam estar sendo processados nos ciclos de produção industrial do nosso Estado e de outros, também.

Para mudar o quadro é preciso a mu-dança de hábito, mas a mudança de há-bito passa pela conscientização e a cons-cientização pela educação ambiental. Esta exige e precisa, além de vontade política, de recursos fi nanceiros, pois, só assim, poderá ser planejada e aplica-da de modo efi caz.

Assim com os bailes de Carnaval, os réveillons, os eventos culturais e etc., a educação ambiental, também, necessita de apoio fi nanceiro, isto é sustentabili-dade. O problema é que quase nunca so-bra ou nunca tem dinheiro para a edu-cação ambiental.

TARCILIA REGO

6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 3 de fevereiro de 2015

VERDE

POR TARCILIA [email protected]

SECA

Infraestrutura faz diferença em tempos de estiagem no CearáDepois dos açudes, a história dos longos períodos sem chuva no Estado, começa a mudar. Hoje, muita coisa mudou, mas o sertão, ainda sofre por causa da cidade grande

Se a implantação de um Sistema de Gestão de Recursos Hídricos efi ciente representa, nos dias de

hoje, a maior contribuição que a técnica e a ciência da hidrologia poderão dar à solução do problema da seca. Imagine o que representa o Açude Castanhão em termos de contribuição ao garantir água, até 2017, apesar da estiagem que assola o Ceará pelo quarto ano seguido.

Segundo o coordenador de Pesca e Aquicultura do Centro de Pesquisa em Aquicultura do Departamento Nacio-nal de Obras Contra as Secas (Dnocs), Pedro Eymard Mesquita, apesar de es-tarmos vivendo mais um ano de seca, a atual reserva hídrica do Castanhão é suficiente para abastecer Fortale-za por mais dois anos. “Este é quarto sem chuvas: 2012, 2013, 2014 e ago-ra 2015. É mais um ano do Castanhão sem recarga satisfatória”, disse.

“Isso é resultado de uma política de acumulação de água, por parte do Dnocs, principalmente com a construção de re-servatórios estratégicos como: o Orós, Castanhão e Pentecoste. Bem diferente do que aconteceu em anos como 1915, 1932 e 1958. Já não se tem notícias de êxodo rural, fl agelo e nem da morte de pessoas por desabastecimento ou fome.”

Mesmo com estiagem, os números dos quatro projetos do Dnocs, voltados à piscicultura, superam as expectati-vas: as estações do Complexo Casta-nhão (Nova Jaguaribara), Pedro Aze-vedo (Icó), Osmar Fontenele (Sobral) e Amanari (Maranguape) produziram 23.449.850 espécimes para repovoa-mento de 66 açudes públicos e coleções de água do Estado, totalizando a distri-buição de 23.236.650 alevinos. As esta-ções são administradas pela Coordena-doria Estadual do Ceará (CEST/CE) e tiveram papel de destaque na produção e distribuição de alevinos em 2014.

Mas, o engenheiro de pesca alerta que, mesmo com números tão expressivos relacionados à produção de peixe em ca-tiveiros, a refl exão e a preocupação, ain-da são grandes . Afi nal, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), este, talvez, seja o ano que chova menos no Ceará, desde 2012. “As reservas hídricas já estão muito abaixo de desejável e este fato, certamente, vai impactar na pisci-cultura, na agricultura”...

A preocupação do coordenador do Dnocs é pertinente, afinal, a água, como recurso limitado que desempe-nha importante papel no processo de desenvolvimento econômico e social, impõe custos crescentes para a sua ob-tenção, tornando-se um bem econômi-co de expressivo valor. Segundo a Or-ganização das Nações Unidas (ONU), aproximadamente 70% de toda a água potável disponível no mundo é utiliza-da para irrigação, enquanto as ativida-des industriais consumem 20% e o uso doméstico 10% .

E ainda de acordo com a ONU, o uso da água tende a crescer a uma taxa duas vezes maior do que o crescimento da população ao longo no último século. As estimativas são de que o gasto seja ele-vado em até 50% até o ano de 2025 nos países em desenvolvimento e, em 18%, nos países desenvolvidos.

ÁGUAS DO SERTÃO SUSTENTAM AS GRANDES CIDADES

Outro aspecto importante levantado pelo engenheiro Eymard, nos leva a uma refl exão: praticamente, todo o litoral re-cebe água do interior. O Ceará é um dos maiores exportadores de fruta do Brasil, o Ceará é um os maiores produtores de camarão cultivado do Brasil, o Ceará é um dos maiores produtores de Tilápia cultivada do Brasil , no entanto, está sen-do necessário diminuir nossas piscicul-turas e cortar pela metade, a produção de frutas nos perímetros irrigados,

BETH DREHER

Para o coordenador de Pesca e Aquicultura do Dnocs, Pedro Eymard, o sertão fi ca no prejuizo para atender as grandes cidades

7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 3 de fevereiro de 2015

VERDE

O que é mais caro?

Uma usina de sinalização

ou deixar de produzir, deixar de empregar?

para abastecer Fortaleza e o Pecém. “E essa água do interior está sendo

transferida para cá para atender a de-manda da Capital sacrifi cando a produ-ção. Se dessalinização é caro, imagino o que vai acontecer com a nossa produção. A partir de agora vamos reduzir as áreas de plantio. É caríssimo! Valeria a pena implantação das Usinas de dessaliniza-ção. Com a água indo para Fortaleza e o Pecém, o Tabuleiro de Russas pode ir para o Brejo.”

O que é mais caro? Uma usina de sina-lização ou deixar de produzir, deixar de empregar? Segundo o poder público, o processo de dessalinização de água do mar é muito caro. Mas se comparado as pos-síveis perdas na economia, é uma questão que vale a pena ser pensada. Os árabes vi-vem no deserto graças à água dessaliniza-da; os Estados Unidos, a Espanha. “O que estamos esperando? Mais uma seca?”

Praticamente, todo litoral brasileiro é formado por grandes cidades, e o litoral “toma a água do sertão”. É o sertão sus-

tentando as grandes cidades. Á água é a vida e esta vida está sendo tirada do ser-tão. O Castanhão assegura, mesmo em anos críticos, o abastecimento de água da Região Metropolitana de Fortaleza e da população do Baixo Vale.

Segundo o Dnocs, atualmente, a Bar-ragem do Castanhão é o principal com-plexo hídrico responsável pelo abaste-cimento humano da Capital cearense e sua Região Metropolitana. Cerca de 3,8 milhões de pessoas dependem das águas represadas na região jaguariba-na, tornando o açude uma das mais im-portantes ferramentas estratégicas de controle da seca e das cheias sazonais do Vale do Jaguaribe.

EDUCAÇÃOPara Eymard, uma das grandes pre-

ocupações a cerca da questão dos re-cursos hídricos passa pela educação e não tem como fazer paralelos. “Hoje, o problema é bem diferente de 1915 e ou-tros anos. Sabe por quê? Devido à falta

de educação no uso do recurso. Isso é generalizado desde as camadas mais elitizadas até as mais pobres. Todo mundo gasta o precioso líquido sem necessidade”, reclama.

“Considero todo mundo culpado: po-der público, imprensa, os mais cultos...Ademais não temos infraestrutura de re-úso de água , praticamente nada é reuti-lizado, vai tudo esgoto abaixo e daí para o mar. E acumular água de chuva, nem pensar.” O reúso e a educação ambiental são dois pontos que, se aplicados, podem impactar positivamente na redução do consumo e priorização da água potencial-mente tratada para uso humano.

O engenheiro defende, também, o uso de cisternas. Se cada edifício, se cada casa construída tivesse uma cis-terna, a água de chuva poderia ser acu-mulada. Ao invés disso, vai para o ralo. Isso acontece por toda a cidade. “Eu pergunto, qual a estrutura de Fortale-za para guardar água? Agua de chuva toda para o mar”.

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Livro de autoria de Lara de Castro

“Os poderes públicos têm conhecimento do fenômeno da seca desde o período colonial, mas foi somente na segunda metade do século XIX que a questão ga-nhou repercussão nacional como um problema. Com a seca de 1877, cenas de tragédias e horrores foram descortinadas: fome, falência, migrações vultosas, furto, prostituição, peste e morte compuseram esse quadro. A estiagem prolongada mobilizou o Império no sentido de realizar uma ação para conter as posteriores secas.”

DE RETIRANTES A OPERÁRIOS: TRABALHO, RESISTÊNCIA E CONFLITOS NAS OBRAS CONTRA AS SECAS (1915-1919)

Castanhão: Maravilha Hídrica NordestinaUma obra hídrica de proporções

nunca antes realizada no semiárido brasileiro. O açude Castanhão, ide-alizado ainda nos primórdios do sé-culo XX, teve seu apogeu em 2004, quando 5,5 bilhões de metros cúbi-cos, dos 6,7 bilhões de capacidade máxima, foram cheios em apenas

40 dias, contrariando a previsão de vários

e s p e c i a l i s t a s . Alguns ga-

rantindo

até que a obra nunca seria vista em seu pleno de água. Ledo engano.

Localizado no Médio Jaguaribe, abrangendo as cidades de Alto San-to, Jaguaribara e Jaguaretama, os 325 km quadrados do lago que some à vista de quem o visita modifi-cou paradigmas. Também alterou a conjectura socioeconômica de toda região e mostrou, a um continen-te inteiro, que é possível conviver, de forma digna e produtiva, com os percalços causados pela natureza.

A Barragem do Castanhão, conce-bida como reservatório

interanual

de usos múltiplos, tem por objetivos o controle de cheias do Baixo Vale do Jaguaribe e a constituição de um reservatório pulmão que, através da interligação com outras bacias, pu-desse ampliar a oferta de água para outras áreas do Estado do Ceará.

Além do abastecimento urbano, os 60.000 ha de área inundada em sua cota cheia máxima vêm trazendo grandes benefícios ao setor agrícola e da piscicultura, fomentando ainda mais o desen-volvimento sustentável do Estado e da região do Vale do Jaguaribe. Estima-se que a população bene-ficiada com a implementação do

Complexo é da ordem de 3,5 mi-lhões de habitantes, envolvendo 12 municípios. O Castanhão está viabilizando a irrigação de cerca de 40.000 ha de solos irrigáveis.

Atividades produtivas também fo-ram alavancadas com a construção da barragem. O potencial de pro-dução de pescado é estimado em 3.800 toneladas/ano. A geração de 22,5 megawatts de energia também é uma das características do espe-lho d’água, além da constituição de um polo turístico e de lazer que atende a toda a região.

Fonte: Dnocs

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DADOS CASTANHÃOReservatório Açude Castanhão Nome ofi cial Açude Público Padre Cicero Bacia Hidrográfi ca Estadual BACIA DO MÉDIO JAGUARIBE Finalidade Irrigação, transposição, abastecimento, usos múltiplos. Transposição: Reservatório Pulmão e canal

adutor da transposição de águas da Bacia do Rio São Francisco Estado CE

Município Alto Santo Ano início construção 1995Ano conclusão construção 2003Capacidade (1.000 m3) 6.700.000 Volume Morto (1.000 m3) 250.000 Cota soleira sangradouro/vertedouro (m) 106,00 Cota do coroamento (m) 111,00 Bacia Hidráulica (m2) 441.000.000,00

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HORA DO PLANETA 2015

Três capitais brasileiras são fi nalistasVencerá a concorrente que apresentar ações mais concretas rumo a uma economia verde. Este ano, oevento marca o nono ano da campanha, que acontece no dia 28 de março das 20h30 às 21h30

• A Hora do Planeta é um movimento global que une as pessoas para proteger o plane-ta. No fi nal de março de cada ano, a Hora do Planeta reúne comuni-dades de todo o mundo que celebram um com-promisso com o plane-ta, desligando luzes por uma hora designada.

Este ano, a atual capital nacional da Hora do Planeta, Belo Horizon-te (BH), luta pelo bicampeonato,

mas terá que superar o Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). As três são fi na-listas concorrem, novamente, a segunda edição brasileira do “Desafi o das Cidades da Hora do Planeta”, organizado pela Rede WWF. Elas terão que mostrar o quanto estão avançando no processo de transição em direção a um futuro de cli-ma mais ameno para o planeta.

O objetivo da iniciativa, resultado de uma parceria da WWF com o Iclei - Go-vernos Locais pela Sustentabilidade, é reconhecer esforços para o desenvolvi-mento de baixo carbono, as ações em an-damento, por que e como relatar os com-promissos. Vencerá a concorrente que apresentar ações mais concretas rumo a uma economia verde.

Na disputa, as três capitais do Sudes-te foram avaliadas por uma consultoria especializada e venceram Fortaleza, Porto Alegre, Manaus, Campo Gran-de, Maceió e Recife. Entre os critérios avaliados estão iniciativas urbanas nos setores de energia, transportes, gestão de resíduos e construções para a transi-ção a uma economia de baixo carbono e com 100% de energias renováveis nas próximas décadas. Os planos de miti-gação das mudanças climáticas, tam-

bém, são considerados.Ao todo, são 44 cidades de 17 países as

fi nalistas mundiais do Desafi o. O certame anual é um reconhecimento internacio-nal e às cidades que inovam e inspiram o combate ao aquecimento global, tema da maior relevância neste ano em que os países tentarão um acordo para conter as mudanças climáticas, na Conferência do Clima da ONU, a COP21, em Paris.

Desde 27 de janeiro, as pessoas de todo o mundo já estão votando podem votar em suas cidades favoritas no site do We Love Cities (Nós Amamos Cida-des) www.welovecities.org , ou então enviar comentários, fotos e vídeos so-bre o que mais amam nelas. Há ainda um espaço para sugestões de como tor-nar as cidades ainda mais sustentáveis. As capitais mais votadas participarão

da disputa mundial. Eu já votei e torço por uma Capital brasileira.

JÚRIUm corpo de jurados internacional irá

defi nir as Capitais Nacionais da Hora do Planeta dos 17 países participantes du-rante os primeiros meses deste ano. Eles se baseiam nas informações reportadas no Registro Climático Carbonn (cCR), coordenado pelo Iclei ao lado do Grupo C40 de Grandes Cidades para a Lideran-ça Climática – 40 e a coalizão Cidades e Governos Locais Unidos – CGLU.

As delegações de cada cidade se en-contrarão na Cidade do Cabo, África do Sul, onde ocorrerá eleição para defi nir a nova Capital Global da Hora do Planeta, posto que atualmente pertence à anfi -triã do evento. O júri também defi nirá um representante de cada país para o National Earth Hour Capital Awards, a

ser realizado no dia 9 de abril, em Seul, na Coréia do Sul.

Na edição 2013/2014 do Desafi o, a primeira a ser realizada pelo WWF--Brasil, Belo Horizonte foi eleita a Ca-pital Nacional da Hora do Planeta e seus representantes estiveram em Van-couver, no Canadá, para concorrer na disputa mundial.

HORA DO PLANETA 2015A Hora do Planeta 2015 marcada

para acontecer no sábado, 28 de mar-ço, das 20h30 as 21h30, horário local, vai marcar o nono ano da campanha. Em 31 de março de 2007, o WWF- Aus-trália inspirou os moradores de Sydney a mostrar seu apoio ao combate às mu-danças climáticas. Mais de 2,2 milhões de pessoas e 2.000 empresas apaga-ram as luzes por uma hora no primeiro evento Hora do Planeta.

O QUE É A HORA DO PLANETA?O que a Hora do Planeta pede paraas pessoas fazerem?

A Hora do Planeta incentiva pes-soas, empresas e governos para mostrar liderança em soluções ambientais através de suas ações, usando a Hora do Planeta como uma plataforma para mostrar ao mundo o que eles estão tomando medidas para reduzir seu impacto ambiental. A Hora do Planeta pede a todos para terem responsabilida-de pessoal por seu impacto sobre

o planeta e fazer mudanças com-portamentais para facilitar um esti-lo de vida sustentável. Dar o primei-ro passo é tão fácil como desligar as luzes. Desligando suas luzes na Hora do Planeta você está reco-nhecendo e celebrando o seu com-promisso de fazer algo mais para o planeta que vai além da hora.

Fonte: http://www.earthhour.org/

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FLORESTAS TROPICAIS

MMA apresenta o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg) do Brasil, na Conferência Anual sobre Florestas Tropicais, da Universidade de Yale, nos EUA

Conferência debatepaisagens e biodiversidade

Em tempos de estiagem, notícias so-bre conservação de fl orestas é sem-pre bom. Durante a “21ª Conferência

Anual sobre Florestas Tropicais”, promovi-da pela Universidade de Yale, o Brasil apre-sentou o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg). O objetivo do encontro foi debater a conservação da biodiversidade e das paisagens por meio da governança do uso da terra no planeja-mento estratégico.

O Planaveg, elaborado e implementado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), foi apresentado pelo diretor do Departa-mento de Conservação da Biodiversidade do MMA, Carlos Alberto de Mattos Scar-amuzza. O Ministério elaborou plano di-ante do desafi o da implementação da Lei n° 12.651/0 2012, novo Código Florestal.

O secretário executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), o brasileiro Bráulio Dias, na presença de rep-resentantes do setor privado, organizações não governamentais, órgãos de governo, fundações e universidades, a responsabi-lidade, fez a palestra de abertura da Con-ferência que aconteceu entre 29 e 31 de ja-neiro, em New Haven, Estados Unidos. Ele fez considerações sobre o tema paisagens e biodiversidade

Especialistas convidados apresentaram painéis sobre tema diversos: como conciliar

a conservação com diferentes usos da

terra; as formas de se desenvolver mecanis-mos de governança efi cazes; como melho-rar a sustentabilidade fi nanceira na conser-vação da paisagem; e as possibilidades de se aproveitar dados, tecnologias e ferramentas de planejamento da paisagem.

DESDE 1989 O Capítulo da Sociedade Interna-

cional de Florestas Tropicais de Yale

(ISTF, na sigla em inglês) dedica-se ao avanço dos estudos sobre conservação das fl orestas tropicais na Escola de Estudos Florestais e do Meio Ambiente da universi-dade. A Conferência Anual sobre Florestas Tropicais é promovida pela Universidade de Yale desde 1989 e integra uma rede de profi ssionais de recursos naturais relacio-nados com a gestão dos recursos tropicais.

CONSERVAÇÃOO ISTF é considerado um fórum para

estudantes com interess-es e experiências ligadas

à conservação dos recursos na-turais e à gestão do desenvolvimento econômi-co. O tema escolhido para a conferência deste ano, paisagens e biodiversidade, decorreu do aumento da taxa de perda da biodiversidade, a partir de rápida conversão do uso da terra nos trópicos, e da necessidade urgente de se adotar uma nova abordagem sobre conserva-ção da paisagem.

A estratégia consiste em reunir múlti-plos esforços para adoção de mecanis-mos de governança e planejamento do uso do solo. O objetivo é facilitar a con-servação da biodiversidade em todas as paisagens de uso múltiplo dominadas pelo homem.

SOBRE O PLANAVEG O objetivo do Planaveg é ampliar

e fortalecer as políticas públicas, in-centivos fi nanceiros, mercados, boas práticas agropecuárias e outras medi-das necessárias para a recuperação da vegetação nativa de, pelo menos, 12,5 milhões de hectares, nos próximos 20 anos. Terão prioridades áreas de Reserva Legal (RL), Áreas de Proteção Permanente (APP) e áreas degradadas com baixa produtividade.

DIVULGAÇÃO

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