O Estado Verde - Edição 22363 - 14 de outubro de 2014

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ANO VI - EDIÇÃO N o 359 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 14 de outubro de 2014 Págs. 9 e 10 Págs. 5 e 6 Na pauta, o futuro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Estima- se que sejam necessários US$ 3,9 trilhões/ano, para que os países possam cumprir as metas. CIÊNCIA E TECNOLOGIA Semana discute e populariza tema Começa em todo o Brasil a Edição 2014 da SNCT, menos no Ceará, que só realizará o evento oficial em novembro, após período eleitoral. O Crato manteve as datas e a programação. SUSTENTABILIDADE FOTO: DIVULGAÇÃO Página 3 RESÍDUOS Pesquisa radiografa a coleta seletiva no País O número mais que dobrou, mas apenas 13% dos brasileiros são contemplados com este tipo de programa. Ainda é pequeno o número de cidades que adotam a prática. Começou o Fórum Mundial de Investimentos 2014 FOTO: DIVULGAÇÃO

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Jornal O Estado (Ceará)

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ANO VI - EDIÇÃO No 359FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Terça-feira, 14 de outubro de 2014

Págs. 9 e 10

Págs. 5 e 6

Na pauta, o futuro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Estima-se que sejam necessários US$ 3,9 trilhões/ano, para que os países possam cumprir as metas. CIÊNCIA E

TECNOLOGIASemanadiscute epopularizatema Começa em todo o Brasil a Edição 2014 da SNCT, menos no Ceará, que só realizará o evento oficial em novembro, após período eleitoral. O Crato manteve as datas e a programação.

SUSTENTABILIDADE

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Página 3

RESÍDUOSPesquisa radiografa a coleta seletiva no PaísO número mais que dobrou, mas apenas 13% dos brasileiros são contemplados com este tipo de programa. Ainda é pequeno o número de cidades que adotam a prática.

Começou o Fórum Mundial de Investimentos 2014

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O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Rafael F. Gomes. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Jessica Fortes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCILIA [email protected]

É TRISTEO Brasil ocupa o 58º lugar no ranking

de qualidade de vida para os integrantes da terceira idade, entre os 96 avaliados. Como sempre, países nórdicos estão na frente, a Noruega ocupa o primeiro lugar, seguida de Suécia e Suíça. Os da-dos estão no relatório Global Age Watch 2014, divulgado por ocasião do Dia In-ternacional do Idoso, comemorado em 1º de outubro.

Anualmente a classifi cação é elabora-da pela organização britânica de ajuda à velhice Help Age (http://www.helpa-ge.org/). Os dados são gerados após análise e combinação de vários docu-mentos de instituições internacionais e de fatores como renda, saúde, trabalho, educação e segurança.

ATIVIDADE REPETITIVATramita na Câmara dos Deputados

projeto que limita ao máximo de seis horas a jornada de trabalho dos ope-radores de máquinas fl orestais e dos trabalhadores de viveiros de mudas. A proposta (Projeto de Lei 7160/14), do deputado Amauri Teixeira (PT-BA), alte-ra a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT – Decreto-Lei 5452/43).

A mudança levou em conta documento técnico do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cesat), o qual afi rma , com base na análise realizada nas atividades desenvolvidas no viveiro (cole-ta das estacas, estaquia, preparação de bandejas, seleção e expedição de mudas) e nas máquinas de colheita Harvester e Forwarder (operação de corte e processa-

mento de árvore, e coleta de tora de ma-deira), que fi cam evidenciadas situações que se caracterizam como fatores de risco ergonômico e determinantes de agravos relacionados à saúde dos trabalhadores.

ACESSIBILIDADE Foi concluída a reforma do Plenário da

Câmara dos Deputados, que atendeu a demandas de acessibilidade para parla-mentares cadeirantes. Foram instaladas duas rampas de acesso à mesa, situadas dos lados esquerdo e direito da mesa. As rampas atendem aos padrões de declivi-dade defi nidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O espaço foi reinaugurado dia 7.

EM SINTONIA COM O MEIO AMBIENTE... A BSPAR Incorporações lança, ainda

este ano, o BS Design Corporate Towers que traz a Pré-Certifi cação LEED – selo que orienta e atesta o comprometimento de uma edifi cação com os princípios in-ternacionais da sustentabilidade para a construção civil. O empreendimento, que segue os moldes de sustentabilidade, é voltado para negócios e está localizado no coração da Aldeota fi nanceira e comercial.

Refl exão: “É triste constatar que a Fe-deração está doente, enfraquecida e de-bilitada. Padece de centralismo excessivo na esfera federal, fi cando os poderes lo-cais à mingua dos recursos e desprovidos de competências para enfrentarem os pro-blemas e melhorar a qualidade de vida de suas comunidades”. Aécio Neves.

A economia global pode perder, anualmente, 1 trilhão de dólares até o fi nal do século caso não sejam tomadas medidas urgentes para impedir a acidifi cação dos oceanos, fenômeno que está ocorrendo em níveis sem precedentes, amea-çando a biodiversidade marinha e, consequentemente, a humanidade.

O número refl ete somente a perda econômica das indústrias ligadas aos arre-cifes de coral, uma das espécies mais vulneráveis ao fenômeno da acidifi cação que consiste na diminuição do pH dos oceanos da Terra, causada por um aumen-to das emissões de dióxido de carbono devido à atividade humana.

A afi rmação está no relatório elaborado por uma equipe de 30 especialistas lançado dia 8/10, durante a 2ª Conferência das Partes sobre Convenção da Diver-sidade Biológica – COP12, em Pyeongchang (Coreia do Sul).

ACIDIFICAÇÃO

Coluna Verde

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 14 de outubro de 2014

VERDE

15 DE OUTUBRODIA DO EDUCADOR AMBIENTAL• Segundo o físico Fri-tjof Capra, Educação Ambiental (EA), tendo por base a alfabetiza-ção ecológica, assimila princípios para o enten-dimento e a solução dos problemas ambientais, podendo ser considera-da uma das principais ferramentas para a atual busca pela sustentabili-dade planetária.

15 DE OUTUBRODIA DO CONSUMO CONSCIENTE

• Instituída pelo Ministério do Meio Ambiente, em 2009, com a proposta de despertar nos consumidores brasileiros a consciência sobre os problemas sociais, ambientais e políticos, causados pelos padrões de produção e consumo, excessi-vos e insustentáveis, praticados, atualmente.

16 DE OUTUBRODIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO

• A celebração é promovida em todo o mundo pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). “Preço dos alimentos – da crise à estabilidade” é o tema escolhido para 2014, visa esclarecer o assunto e o que pode ser feito para atenuar seu impacto sobre populações mais vulneráveis. No Brasil, todos os anos a data é celebrada pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) juntamente com parceiros, órgãos públicos e privados e entidades da sociedade civil.

17 DE OUTUBRO DIA MUNDIAL DA ERRADICAÇÃO DA POBREZA

DE 21 E 27 DE OUTUBRO SNCT 2013 - CIÊNCIA, SAÚDE E ESPORTE

• “Ciência e tecnologia para o desenvolvimento social” é o tema da 11ª edição da Se-mana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT – 2014), que começou ontem e segue até o dia 19 (domingo). O tema é uma oportunidade para vincular produção científi ca aos desafi os sociais e visa estimular as instituições a abordar a C&T na dimensão so-cial, como instrumento de inclusão, transformação social e desenvolvimento huma-no. Mais informações em http://semanact.mcti.gov.br/pt/web/snct2014/a-semana.

DIA 22 DE OUTUBRO VII ENCONTRO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL

• O Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), por meio do Instituto Fiec de Responsabilidade Social (Fireso), promove dia 22 de ou-tubro, o VII Encontro de Responsabilidade Social no Ensino Superior, uma parceria entre o Programa Formação Cidadã do Fireso e 25 instituições de ensino superior. As inscrições podem ser feitas pelo link http://www.sfi ec.org.br/fi reso/encontrors/.

AGENDA VERDE

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POR TARCILIA [email protected]

Os chefes de dezenas de corpo-rações transnacionais e outras partes interessadas do setor

privado estão reunidos com chefes de Estado e autoridades governamentais em Genebra, Suíça. Desde ontem, acon-tece o Fórum Mundial de Investimentos 2014 (WIF, sigla em inglês) da Confe-rência das Nações Unidas para o Co-mércio e Desenvolvimento – UNCTAD, com o objetivo de lançar novas e impor-tantes iniciativas na área de investimen-tos para o desenvolvimento . Na pauta do encontro que acontece até o dia 16 (quinta-feira): As Metas de Desenvolvi-mento Sustentável (MDS).

“Diante de desafi os econômicos, so-ciais e ambientais globais comuns, a comunidade internacional está bus-cando defi nir um conjunto de metas de desenvolvimento sustentável para subs-tituir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) quando expirarem no ano que vem”, disse o secretário ge-ral da UNCTAD, Mukhisa Kituyi. “Uma parte importante das novas metas será um quadro de fi nanciamento robusto.”

Para o secretário, Kituyi , há um papel claro para o setor privado quanto aos esforços para honrar os novos objetivos, que não podem ser satisfeitos apenas com o dinheiro público. “O propósito central deste ano do WIF é reunir um

público de líderes empresariais para ampliar a discussão sobre o envolvi-mento do setor no atingimento do ODS. O Fórum Mundial da UNCTAD preen-che uma lacuna importante na gover-nança econômica global e na ausência de qualquer outra plataforma interna-cional para discutir essa questão.”

“O encontro está sendo considerado único e espera receber mais de 2.000 representantes do setor público e priva-do de países em desenvolvimento e os desenvolvidos para discutir os desafi os, oportunidades e soluções políticas para atender o investimento em níveis nacio-nais e globais de forma a enfrentar os de-

safi os do desenvolvimento sustentável.” Edições anteriores do WIF reuniram cerca de 4.000 participantes de mais de 140 países em todo o mundo. Até quin-ta, acontecerão cerca de 40 eventos, in-cluindo sessões conduzidas pelo setor privado, mesas-redondas ministeriais e os líderes de cimeiras mundiais de in-vestimento. Entre os participantes de alto nível estão: o presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta; o primeiro-ministro da Jamaica, Portia Simpson-Miller; o pri-meiro-ministro de Madagascar, Roger Kolo; o presidente das Seychelles , James Michel; o Presidente da Suíça, Didier Burkhalter; o primeiro-ministro interino

da Tunísia, Mehdi Jomaa. O evento está sendo copresidido pelo secretário geral das Nações Unidas Ban Ki-moon e o che-fe do UNCTAD, Mukhisa Kituyi .

A atualidade do tema do Fórum - ODS - para as comunidades de investimento e de desenvolvimento internacional re-fl ete-se no grande número de organiza-ções que têm parceria com a UNCTAD para o evento, como: Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), Organização Internacio-nal do Trabalho (OIT), Programa das Nações Unidas sobre HIV / AIDS (Unai-ds), Programa das Nações Unidas para o Meio (Unep), Organização Mundial do Comércio (OMC) e Banco Mundial. Como o Fórum está ocorrendo em Ge-nebra, pela primeira vez, a participação também inclui um grande número de líderes do setor privado suíço.

US$3,9 TRILHÃOSegundo os resultados do Relatório

Global de Investimento 2014 da UNC-TAD, recentemente lançado, “estima--se que 3,9 trilhões de dólares por ano são necessários para que os países em desenvolvimento possam cumprir com os futuros Objetivos de Desenvolvi-mento Sustentável (ODS) – um novo compromisso global que substituirá os Objetivos do Milênio (ODM) a partir de 2016. No entanto, os atuais níveis de in-vestimento deixam uma lacuna de 2,5 trilhões de dólares”.

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 14 de outubro de 2014

VERDE

Começou o Fórum Mundial deInvestimentos 2014, em Genebra

DESENVOLVIMENTO

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VERDE

Hoje, às 9 horas no Paço Muni-cipal, será dado o passo deci-sivo para o início do Programa

Cresça com Seu Filho. A Universidade Federal do Ceará/IPREDE entrega à primeira-dama e aos representantes de Secretarias, o material com as orienta-ções para os agentes comunitários que vão atuar no Programa.

O material é o resultado fi nal de um processo que reuniu profi ssionais das áreas de psicologia, assistência social, enfermagem, terapia ocupacional, pe-diatria e pedagogia e vai promover o de-senvolvimento de crianças na faixa etária de 0 a 3 anos de idade que moram em áreas de vulnerabilidade social. O kit completo é composto de um Guia de Formação com orientações para as visitas domiciliares, brinquedos educativos e livros infantis. Todo material vai ser usado gradual-mente conforme as orientações do guia, para cada faixa etária de criança encontrada na casa e em cada atividade sugerida.

Na primeira fase, o guia será entregue a 21 enfermeiras e 300 agentes de saúde durante a fase de capa-citação. Com o material, os agentes vão fazer três visitas diferenciadas, por sema-na, em cada casa que tenha renda abaixo de R$ 70,00. Inicialmente nos bairros da Regional VI - Jangurussu, Barroso e Pal-meiras. Vale ressaltar que no fi nal da

visita, o agente preenche um formulário de acom-

panhamento, já deixa agendada a próxima visita e uma atividade de estímulo desenvol-vimento infantil nas di-mensões socioafetiva, de linguagem, motora e cognitiva, que deve ser realizada até lá para que a família toda se envolva.

O Cresça com Seu Filho é inédito no Brasil e está sendo acompanhado pelo Ban-co Interamericano de Desen-volvimento (BID) e Ministério da Saúde

como programa piloto para fazer a avaliação de impacto através

da coleta de dados apresen-tados pelos agentes de saú-de e, a partir dos resulta-dos, expandir o Programa

para todo País. “Queremos ser reconhecidos no Brasil como só como a Terra da

Luz, mas também como Forta-leza, Cidade Amiga da Criança”, reforça Carol Bezerra, primeira-

dama. O investimento inicial do Programa é de 3 milhões

de reais e o fi nanciamento é uma par-ceria entre Prefeitura Municipal de Fortaleza com apoio do Ministério da Saúde (MS) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O Programa vai funcionar de forma in-tersetorial com a participação das, Secre-taria Municipal de Trabalho, Desenvolvi-mento Social e Combate à Fome (Setra),

Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Secretaria Municipal de Educação

(SME) e Secretaria de Cida-dania e Direitos Humanos

(SCDH) e a articulação do Gabinete da Primei-ra-Dama de Fortaleza.

Primeira-dama recebeguia do Programa

CRESÇA COM SEU FILHO

JORNALISTA E ESCRITOR

Estudo esclarecedor Sobre o tema da poluição em tem-

pos eleitorais há um trabalho escla-recedor publicado pela Dra. Karina Marcos Bedran, intitulado “Processo eleitoral brasileiro: impactos ambien-tais e o direito ao meio ambiente eco-logicamente equilibrado.” Segundo a autora, “É possível verifi car os impac-tos ambientais gerados pelo proces-so eleitoral na ocorrência de várias formas de poluição, decorrentes prin-cipalmente da propaganda eleitoral: poluição visual, sonora, atmosférica, eletrônica, geração de resíduos sóli-dos e poluição do solo, além do con-sumo de recursos naturais”.

Estragos ambientais Normalmente toda a papelada

distribuída pelos candidatos, a partir dos milhões de santinhos e de ou-tros apetrechos propagandísticos, vai para o meio da rua. Ninguém se preocupa em recolhê-los nem depois da eleição. Sem falar nos estragos precedentes. Para cada tonelada de papel produzido, são consumidos aproximadamente 20 árvores e 100 mil litros de água. A constatação dos estragos é visível e dolorosa. A Dra. Bedran lembra que, conforme infor-mações do Tribunal Superior Eleito-ral-TSE, nas eleições municipais de 2012, foi necessária a derrubada de aproximadamente 600 mil árvores e o consumo de 3 bilhões de litros de água no país para a produção desse material.

Poluição atmosférica De igual modo, constata-se uma

crescente poluição atmosférica em períodos eleitorais, com o aumento de CO2 na atmosfera. “Nas Eleições de 2012, o valor declarado na prestação de contas dos candidatos referente ao consumo de combustível e lubrifi cante equivaleria a mais de 110 milhões de litros de gasolina, que, consumida, geraria cerca de 250 mil toneladas de CO2 equivalente”, registra a Dra. Be-dran em seu trabalho, resultante de acurada pesquisa. Apesar de tudo o que se tem observado, não se vê a ne-cessária preocupação da sociedade, especialmente dos agentes públicos e dos governos, no que diz respeito aos impactos ambientais causados pelas eleições.

Revisão da leiEntende a Dra. Bedran que a maior

responsabilidade para fi scalizar e coi-bir cabe exatamente aos governantes. Diante do problema, urge que os pode-res do Estado providenciem uma mu-dança na norma eleitoral para que esse impacto seja minimizado. A revisão da legislação eleitoral é uma necessidade. Segundo a especialista “para que haja uma regulamentação mais adequada sobre a propaganda eleitoral, que limi-te o consumo de recursos naturais e exija medidas mitigadoras ou compen-satórias, assim como está previsto na legislação ambiental para atividades potencialmente poluidoras ou degra-dadoras do meio ambiente”.

POLUIÇÃO EM TEMPOS ELEITORAISDurante o período eleitoral crescem como que naturalmente os abusos em rela-

ção ao meio ambiente em razão da propaganda eleitoral. O barulho nesta época aumenta substancialmente e quase sempre a lei do silêncio é desrespeitada a cada esquina. Comícios, veículos para um lado e para outro, com autofalantes com volume de som elevado, chuvas de papel poluindo o ambiente, além da poluição visual com fotos de candidatos em postes, muros e outros locais, nem sempre autorizados. Estas atitudes causam inegável impacto no meio ambiente e os mecanismos legais devem ser acionados com maior pressurosidade, caso contrário as cidades se transformam em uma verdadeira babel de poluição em todos os níveis. Nem sempre a Justiça Eleitoral dá conta do recado arrimada na legislação pertinente e é necessário que os órgãos de defesa do ambiente usem a legislação específi ca para coibir os abusos.

Entrega de Guias de Formação do Programa Cresça com Seu FilhoDia: 14 de outubroHora: 9hLocal: Paço Municipal - Rua São José,1, Centro

SERVICO:

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Começou ontem (13) e segue até domingo (19), a Semana Na-cional de Ciência e Tecnologia

(SNCT), que em sua 11º edição traz a te-mática “Ciência e tecnologia para o de-senvolvimento social”. Coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ino-vação (MCTI), por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis), a SNCT, tem por objetivo demo-cratizar o acesso ao conhecimento cientí-fi co e aproximar a população da ciência e da tecnologia, promovendo e estimulan-do atividades de educação científi ca.

ATITUDE CIENTÍFICASegundo o coordenador-geral da Sema-

na de Ciência e Tecnologia, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Douglas Falcão, além de popularizar a ciên-cia e mostrar sua importância no desenvol-vimento do país, e de incentivar a atitude científi ca e a inovação, este ano, a proposta é estimular as instituições a abordarem a ciência e a tecnologia numa dimensão so-cial, como instrumento de inclusão, trans-formação e desenvolvimento humano.

“O compromisso é incentivar as institui-ções de pesquisa e de ensino, a discutirem com a sociedade, a ciência e a tecnologia que pode melhorar a vida dos cidadãos. Neste sentido temas como agricultura fa-miliar, tecnologia social, cidades inteligen-tes, entre outros projetos acabam ganhan-do uma importância muito grande, nesta edição”, lembra. O evento foi aberto pelo ministro do MCTI, Clelio Campolina, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cida-de, em Brasília.

PARTICIPAÇÃOQualquer pessoa interessada pode par-

ticipar das atividades da SNCT, que são promovidas por universidades e insti-

tuições de pesquisa; escolas públicas e privadas; institutos de ensino tecnoló-gico, centros e museus de C&T; entida-des científi cas e tecnológicas; fundações de apoio à pesquisa; além de secretarias estaduais e municipais de C&T e de edu-cação; empresas públicas e privadas; meios de comunicação; órgãos gover-namentais; ONGs e outras entidades da sociedade civil.

Estas instituições podem propor ativi-dades, que devem ser cadastrados no site do evento, pois é o cadastramento que dá a visibilidade nacional. “A instituição faz o cadastramento, nós analisamos, apro-vamos e isso entra respectivamente na programação nacional do respectivo ano. O cadastro é importante, pois permite mais tarde, a realização de um mapea-mento do impacto da SNCT e um estudo da distribuição de recursos, apoios e a tomada de decisões a cerca de políticas

públicas na área de divulgação de ciência e tecnologia no Brasil”, orienta o coorde-nador geral.

O prazo para inscrever atividades ainda está ativo e conta, atualmente, com mais de 16 mil atividades cadastradas, em 357 municípios brasileiros. A organização do evento espera triplicar o número de ati-vidades, e duplicar o número de cidades envolvidas. “O site da SNCT está aberto e todas as instituições são muito bem vin-das a escrever suas atividades e convidar a população a participar”, reitera.

Na ultima edição, em 2013, mais de mil instituições participaram coordenando outras centenas de instituições, conta-bilizando 34 mil atividades cadastradas, em 742 municípios de todo o país.

RESULTADOSFalcão lembra que um dos principais

resultados observados, ao longo destes

11 anos de SNCT, é o amadurecimento das instituições em divulgar a ciência. “Hoje, nós temos atividades em diversos locais do Brasil, as instituições estão se unindo, trabalhando em parceria e de-senvolvendo estratégias cada vez mais diversas, que buscam traduzir o conhe-cimento científi co para a população em geral”, comenta.

Outro mérito da SNCT é alimentar o interesse do brasileiro por ciência e tec-nologia. Em 2013, cerca de 13 milhões de brasileiros participaram das ativi-dades. O coordenador também destaca como legado importante, o estímulo para que municípios e estados criem sua própria rede local para divulgação de ciência.

“Nós precisamos envolver os jovens em ações que promovam ciência e tec-nologia. Pois o Brasil está passando por um processo de evolução e a carência é

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VERDE

Discute e populariza ciência e tecnologia

SEMANA NACIONAL

Começa em todo o Brasil a Edição 2014 da SNCT, menos no Ceará que só realizará o evento ofi cial em novembro, após período eleitoral

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VERDE

SNCT CARIRI

13 e 14/10 Minicurso: Básico de GPS, com professor José Vidal

(IFCE) de 14h às 18h.

14/10 Debate: Preconceito, Intolerância e Mídias Sociais,

com professor Edwin Carvalho (UFCA) às 8h.Oficina: Produção de Sorvete (rapadura, capim santo

e macaxeira) às 9h30min.

15/10Palestra: Tecnólogo em Saneamento Ambiental e seu

espaço de atuação, com Francisco Gilberto (Coordena-dor da Cagece e egresso do curso de Saneamento Am-biental) às 8h.

Oficina: Produção de bebidas às 9h30min.Palestra: Ciano bactérias: Importância Ambiental e

muito grande por novos profi ssionais, por cientistas, na área da tecnologia e o jovem precisa ser sensibilizado para isso”, ressalta Falcão.

PROGRAMAÇÃOAs ações incluem palestras, debates,

simpósios, seminários, exposições, fei-ras e mostras científi cas, sessões de pla-netário, caravanas itinerantes, visitas orientadas a laboratórios, museus e ins-tituições de pesquisa, apresentação de

vídeos, atividades acadêmicas, interati-vas e voltadas ao público escolar, além de eventos culturais, esportivos e de uti-lidade pública. Oito temas principais se-rão abordados ao longo da SNCT 2014: segurança alimentar e nutricional, tec-nologia, biodiversidade, tecnologia da informação e da comunicação, energia renovável, centros e museus, difusão e popularização da ciência e centros voca-cionais tecnológicos.

Empenhados na missão de aproximar

o conhecimento científi co da sociedade, diversos parceiros estarão mobilizados, na realização de milhares de atividades em todas as regiões do país. No entanto, existem eventos que ocorrem também fora do período ofi cial em algumas lo-calidades, para atender as necessidades regionais e o calendário escolar. É o caso do Ceará, que realizará sua semana ofi cial, apenas em novembro, por conta do período eleitoral. Apenas a Faculda-de de Tecnologia Centec (Fatec) Cariri,

terá atividades durante a SNTC.

SERVIÇOSA programação de todas as insti-

tuições cadastradas, as informações sobre a semana e o contato com as coordenações estaduais podem ser obtidos no site do evento (http://se-manact.mcti.gov.br).

Aplicações na Saúde Pública, com professora Elaine Cristina (FATEC-CARIRI) de 9h45 min às 10h45min.

Minicurso: Autocad 2DE3D, com professor Cícero Lima (Fatec Cariri) às 14h (também no dia 16).

Oficina de Reciclagem: 19 ho-ras.

Apresentação de Projetos Eletrôni-cos: 19 horas.

16/10Palestra: Escassez de Água, com

professora Claire Anne (COGERH) de 8h às 9h.

Palestra: Desperdício de Alimen-tos, com alunos do 4º semestre do curso superior de Tecnologia em Ali-mentos de 9h45min às 10h45min.

Palestra: Foto interpretação apli-cada à análise ambiental, com pro-fessor Michel Beserra (Fatec - Cariri) às 19 horas.

17/10Gincana Educativa: Direcionada

aos cursos, acontecerá durante toda a manhã.

Conheça as atividades da Fatec Cariri na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2014

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7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 14 de outubro de 2014

VERDE

Empresa realiza atividades deeducação ambiental nas escolas

RESPONSABILIDADE SOCIAL

A programação ensina às crianças, de maneira divertida, a reaproveitar resíduos e como obedecer aos horários da coleta domiciliar e como acondicionar corretamente o lixo

O próximo 15 de outubro, além de ser o Dia do Professor, é também o Dia do Educador

Ambiental. A diferença entre os dois profi ssionais é que o educador ambien-tal prioriza a ação efetiva dos alunos em relação ao meio ambiente e prega com os educandos, atitudes coerentes para a harmoniosa relação entre o ser humano e a natureza.

Conscientes da importância deste pro-fi ssional e da aplicação dos cuidados com o meio ambiente no dia a dia das pesso-as, um projeto tem levado informação e divertimento a crianças e adolescentes de escolas públicas, em Fortaleza. Rea-proveitamento de resíduos, acondicio-namento correto do lixo e os dias e ho-rários da coleta domiciliar, são algumas das ações levadas às escolas, pelo Projeto Ecofor Ambiental, do Grupo Marquise.

A ação de responsabilidade social empresarial alcançará mais de dez mil crianças, do 1º ao 5º ano escolar e até o mês de novembro, 25 escolas, nos tur-nos manhã e tarde, serão atendidas pelo Programa Ecocidadão. Na programação, jogos educativos e um show de mágica, elaborados a partir do lixo.

A escolha das escolas se deu em parce-ria com Secretaria de Educação de Forta-leza e a Ecofor Ambiental, que a partir de um levantamento, apontou as regiões da cidade que apresentam maior acúmulo de lixo e pontos irregulares de descarte de resíduos. Por isso, a empresa destaca a importância de atuar preventivamente junto àqueles que podem transformar o presente e construir um futuro mais cui-dadoso com o meio ambiente.

“Nós acreditamos que as crianças são mais fáceis de serem educadas, aprendem mais rápido e passam a ser

agentes de difusão da mensagem. Uti-lizando ações como essa, podemos re-duzir os impactos causados pela dispo-sição inadequada dos diferentes tipos de resíduos e contribuir para o desen-volvimento socioambiental no meio urbano”, defende João Júlio, superin-tendente da Ecofor.

DIVERSÃO E APRENDIZAGEMNa última sexta–feira (10), os alunos

da Escola EMEF Fernanda Maria de Alencar, na Lagoa Redonda, receberam o personagem Capitão Ecocidadão e sua turma, para um momento de aprendi-

zagem bem animado. Através das brin-cadeiras e dos números de mágica, eles aprenderam como reaproveitar os re-síduos, como obedecer aos horários da coleta domiciliar e como acondicionar o lixo que produzem, de forma correta.

A diretora da escola Hadassa Barros, parabenizou a iniciativa e agradeceu as dicas de educação ambiental. “É um tra-balho muito interessante, que já começa com o cenário utilizado, que é feito com o reaproveitamento de caixas de leite. O jogo gigante colocado no pátio da esco-la, também garante o aprendizado das crianças, enquanto brincam, pois ele

tem dicas de cuidado com o lixo do iní-cio ao fi m. O show de mágica também é maravilhoso, as crianças fi cam vidra-das, ele foi todo elaborado com mate-riais que jogamos no lixo e prende ainda mais a atenção dos alunos, ao mesmo tempo em que ensina lições importan-tes”, ressalta.

Ao fi nal da apresentação, os alunos receberam a cartilha do Capitão Eco-cidadão, que conta, em quadrinhos, a história das crianças, Pepê, Gabi e Fa-biano e de suas famílias. Eles moram na fi ctícia Rua dos Cajueiros, um local sujo e descuidado, que se transforma em um

POR JESSICA [email protected]

FOTOS: ELISABETE

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Amanhã é o Dia do Educador Ambiental. Não por acaso é comemorado no mesmo dia

em que homenageamos os professores, 15 de outubro. Não é por menos, o edu-cador ambiental, também é um pro-fessor, especialmente dentro do atual contexto de forte pressão exercida pelo ser humano sobre os recursos naturais, é clara a necessidade de um guia , um farol, para orientar a necessária mu-dança de comportamento do homem em relação à natureza.

E a responsabilidade de movimentar esse farol, cabe ao educador ambiental. Ele é quem promove a compatibiliza-ção das práticas econômicas e conser-vacionistas, sob a ótica de um modelo de desenvolvimento sustentável (pro-cesso que assegura uma gestão respon-sável dos recursos do planeta de forma a preservar os interesses das gerações futuras e, ao mesmo tempo, atender as

necessidades das gerações atuais). A ele, cabe fazer educação ambiental.

E no que se constitui a educação ambiental? Constitui-se numa forma abrangente de educação, que se pro-põe atingir todos os cidadãos, através de um processo pedagógico, parti-cipativo e permanente que procura incutir no educando uma consciência crítica sobre o complexo relaciona-mento da humanidade com a nature-za. Uma tarefa árdua.

Como já dizia, o professor, Aziz Ab’Saber, que considerava-se, muito mais um educador ambiental, do que propriamente geógrafo, educação am-biental para ele constituía-se em um “processo que envolve um vigoroso esforço de recuperação de realidades e que garante um compromisso com o futuro. Uma ação entre missionária e utópica, destinada a reformular com-portamentos humanos e recriar va-lores perdidos ou jamais alcançados. Trata-se de um novo ideário compor-tamental, tanto no âmbito individual como coletivo”.

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POR TARCILIA REGOEducadora e gestora ambiental

Dia do Educador Ambiental

Ambiente limpo e agradável depois da mudança de atitude que começa com as crianças e com os ensinamentos do Capitão Ecocidadão.

PROGRAMAÇÃOA escola Mozart Pinto, no Benfica,

receberá no dia 17, às 10h e às 16h, a equipe do Eco-c i d a d ã o .

Quem também receberá as ações de educação ambiental será a Escola Ha-roldo Jorge Braun Vieira, localizada no bairro Vila União, no dia 23 de ou-tubro, às 8h50 e às 14h50.

PROGRAMA ECOCIDADÃOLançado em 2005, o Programa Eco-

cidadão é realizado pela Ecofor Am-biental, em parceria com a Prefeitura

Municipal de Fortaleza. É formado por atividades que têm como ob-

jetivo conscientizar a popula-ção sobre a correta destina-

ção dos resíduos sólidos e a importância de reduzir a incidência de lixo solto nas áreas mais carentes da cidade. Desde então, já foram realizadas ações como: orientação porta a porta e ações de educação

sobre o procedimento de coleta; sensibilização lúdica

através de cortejos e peças de teatro, bem como a implanta-

ção do projeto Gari Comunitário.

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POR TARCILIA [email protected]

Apenas 13% dos brasileiros têm acesso à coleta seletiva. Mesmo assim, desde que a

Política Nacional de Resíduos Sóli-dos (PNRS) foi aprovada em 2010, o número de cidades do Brasil que ado-taram a prática mais que dobrou, com um aumento de 109%. O dado consta da Pesquisa Ciclosoft 2014, divulga-da em setembro, pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cem-pre). O levantamento é realizado a cada dois anos e traça um panorama da prática da coleta seletiva nos mu-nicípios brasileiros.

Ainda é pequeno o número de ci-dades com este tipo programa. Se-gundo o estudo, atualmente, 927 municípios, de um total de 5.570, têm algum tipo de coleta, o que rep-resenta 17% do total de cidades em

todo Brasil, onde apenas 28 milhões de pessoas conseguem usar o serviço específico. Em 2010, o número era de 443 municípios, mais do que dobrou o número de cidades que adotaram a sistemática, porém, apenas 13% dos cidadãos brasileiros têm acesso a esse modelo de destinação de resíduos.

FATORESVontade política, capacidade técnica

e recursos fi nanceiros podem ser alguns dos fatores que impedem a expansão da prática nos municípios, assim como, po-dem potencializar, também. Segundo o diretor executivo do Cempre, André Vil-hena, a questão não passa pela falta de recursos econômicos, tem dinheiro dis-ponível. “É preciso mais vontade e capac-itação técnica, para que um município tenha um programa institucionalizado de segregação de resíduos”, destaca.

De acordo com a pesquisa, 80% das cidades adotaram o modelo de coleta porta-a-porta e 45% delas

possuem Postos de Entrega Volun-tária (PEV). Além disso, 76% dos municípios contratam cooperativas de catadores para auxiliar na coleta. “O município só entra na lista do Ciclosoft, caso tenha um programa institucionalizado de coleta seletiva atendendo a no mínimo 10% da pop-ulação”, encerra Vilhena.

O Ciclosoft aponta que as regiões Sud-este e Sul representam 81% do total de municípios com programas de coleta, enquanto o Nordeste é responsável por 10% do total, o Centro-Oeste representa 7% e a Norte tem a menor taxa de adesão ao programa, com apenas 2% do total. A res ponsabilidade pela destinação fi nal do lixo é da prefeitura, mas nem sempre a coleta seletiva surge de iniciativa da administração municipal.

EUSÉBIOEusébio, na Região Metropolitana

de Fortaleza, por exemplo, partici-pou do estudo e conta com um pro-

grama de coleta seletiva na Cidade, “iniciado a partir de uma parceria com a Associação Amigos da Nature-za, entidade privada sem fins lucra-tivos e onde se buscou implantar a coleta de forma segmentada, em zo-nas específicas, para posteriormente ampliarmos para todo o Município”, como explica o presidente da Autar-quia Municipal de Meio Ambiente (Amma), Celso Rodrigues.

“Atualmente. a Prefeitura está estim-ulando a criação de uma cooperativa de catadores, fornecendo todo o suporte necessário como: consultoria, galpões de reciclagem, caminhões, equipamen-tos e capacitação dos cooperados, bem como o trabalho fundamental de con-scientização da população por meio de uma política municipal de educação ambiental”. De forma recorrente a Pre-feitura tem disponibilizado recursos para a Amma que investe, também, em educação ambiental, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação.

O número mais que dobrou, mas apenas 13% dos brasileiros são contemplados com este tipo de programa. Ainda é pequeno o número de cidades que adota a prática

Pesquisa Ciclosoft radiografa a Coleta Seletiva no País

RESÍDUOS

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GUAIÚBA DESENVOLVE PROJETO DE COLETA SELETIVA

Com o objetivo de conscientizar a população do mu-nicípio, o projeto Coleta Seletiva de Guaiúba visa ressal-tar a cultura de sustentabilidade. A iniciativa conta com a participação de estudantes, catadores e funcionários das secretarias municipais, com cami- nhada de conscientização pelas ruas da cidade através da entre-ga de panfl etos aos moradores com dicas e orientações para que essa ação continue sendo realizada.

A ação, promovida pela Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, Coordenação Municipal do Meio Am-biente e Associação de Coletadores Ecológicos, foca no incentivo ao fortalecimento de associações coopera-tivas, além de evitar a poluição do solo, da água e do ar através do aproveitamento e comercia-lização de produ-tos recicláveis.

Segundo o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Francisco Paulino, o projeto traz melhoria para os inte-grantes da Associação de Catadores Ecológicos que, an-teriormente, tinham que se submeter às condições precá-rias dos lixões, competindo com urubus e o mau cheiro. “O catador ao invés de realizar a coleta no lixão, está pas-sando nas casas e ainda conta com a colaboração dos moradores que separam o lixo seco e molhado”, conta.

Já para o coordenador de meio ambiente, Alan Meira, a Coleta Seletiva é fator estimulante para agregar valores à educação, saúde, economia e cultura local. “A partir de um projeto como este você apresenta uma proposta efetiva de saúde pública e de infl uência social no aspec-to ambiental, inse-rindo nas pessoas responsabilidade social”, ressalta.

Na saúde, o coordenador relata que a diminuição no quadro de dengue no município deu-se através da re-dução no número de reservatórios de água parada em estabelecimentos comerciais e nos quintais das casas. “O refl exo foi imediato e a Secretaria de Saúde já nos repassou a diminuição do mosquito causador da den-gue, já que não temos tanto lixo acumulado”, relata. A economia também cresce, tendo em vista que os “rejei-tos” passam a ser úteis quando reciclados e voltam a ter valor para a sociedade.

Alan ainda lembra que a Coleta Seletiva de Guaiúba planeja sair da condição de projeto para programa de gestão, substituindo os lixões. “O primeiro passo é mo-bilizar os catadores e a população em prol disso. E isso nós já estamos fazendo”, aponta.

A coleta mobilizou cidadãos, estudantes, catadores e secretários municipais de Guaiúba.

COLETA SELETIVA A defi nição de coleta seletiva pode

ser encontrada no inciso V do art. 3º da PNRS: “coleta seletiva: coleta de resídu-os sólidos previamente segregados con-forme sua constituição ou composição.”

SOBRE A PESQUISA CICLOSOFT Desde 1994, o Cempre reúne infor-

mações sobre os programas de coleta seletiva desenvolvidos por prefeituras, apresentando dados sobre composição do lixo, custos de operação, participação de cooperativas de catadores e parcela de população atendida. A Pesquisa Ci-closoft tem abrangência geográfi ca em escala nacional, e possui periodicidade bianual de coleta de dados.

Mais informações: http://www.cempre.org.br .

FOTOS: PREFEITURA DE GUAIUBA

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INDICAÇÃO DE LEITURA

Manual sobre programas de geração de renda e formas de captação de recur-sos para gestores municipais. A Organi-zação Internacional do Trabalho (OIT) através do Programa Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil (IPEC) e do Instituto Aliança com o Adolescente disponibiliza de forma gratuita, através da internet, “Manual sobre programas de geração de renda e formas de captação de recursos com informações básicas para gestores municipais”.

O objetivo da publicação é subsidiar os gestores municipais e estaduais e equipes técnicas com vistas à prospec-ção e acesso a recursos oriundos de órgãos de fomento e/ou de programas

voltados para o aumento da qualidade de vida das famílias de crianças e ado-lescentes que se encontrem em situação de vulnerabilidade social e de trabalho infantil, sobretudo aquelas abrangidas pelo Projeto Catavento.

SOBRE A OITA OIT é a agência das Nações Unidas

que tem por missão promover oportu-nidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. O Trabalho Decente, conceito formalizado pela OIT em 1999, sintetiza a sua missão histórica de promover oportunidades

para que homens e mulheres possam ter um trabalho produtivo e de qualidade, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas, sendo considerado condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da go-vernabilidade democrática e o desenvol-vimento sustentável.

Fonte: http://www.oit.org.br

SERVIÇO:O leitor pode fazer o download do

Manual Sobre Programas de Geração de Renda através do link: http://www.oit.org.br/content/manual-sobre-progra-mas-de-geracao-de-renda-e-formas-de-

-captacao-de-recursos-informacoes-basi.

Manual apresenta formas de captação de recursosINDICAÇÃO DE LEITURA

O Instituto Ekko Brasil (IEB) em parceria com o Grupo de Pesquisa Estratégica em Ener-

gia Solar (www.fotovoltaica.ufsc.br) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com fi nanciamento do CNPq, acaba de lançar o primeiro barco brasileiro que usa energia solar, limpa e renovável a ser utilizado para trabalhos de pesquisas, mobilização social e educação ambiental na Lagoa do Peri.

A embarcação do tipo Catamarã foi uma solicitação do IEB, que precisava de uma embarcação não poluente e silenciosa para monitorar as lontras na Lagoa do Peri (SC). Ela auxiliará no trabalho dos pesquisadores do Instituto em estudos da biodiversidade

e conservação de ecossistemas e espécies ameaçadas da região. A Lagoa é uma Uni-dade de Conservação (UC) municipal onde é proibida a navegação de embarcações movi-das a motores de combustão.

“Esse tipo de embarcação dará maior efi ciência e segurança às equipes de pes-quisa do IEB”, afi rma Carvalho Júnior, ge-rente de Pesquisas do Instituto Ekko Brasil/Projeto Lontra. Em parceria, a Fundação do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram) também fará uso do barco para pesquisas.

O IEB possui uma base de pesquisa situa-da na lagoa do Peri que abriga o Refúgio Animal, um criadouro científi co, onde pes-quisas com lontras e iraras são desenvolvi-das, além de abrigar um Centro de Visitação

e Educação Ambiental, e um Centro de Re-cuperação e Conservação de Animais Selva-gens, único no Brasil.

COMO FUNCIONAAo longo do dia, a embarcação fi cará ex-

posta ao sol enquanto os módulos solares fotovoltaicos, que servem também de cobe-rtura do barco, carregam as baterias que fazem funcionar quatro motores elétricos instalados na popa da embarcação.

A embarcação será utilizada na Lagoa do Peri, localizada na região sudeste da Ilha de Santa Catarina, inserida em um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica. Com cer-ca de 20 km² a UC abriga a maior lagoa de água doce da costa catarinense, que totaliza

uma área de 5 km² de superfície de água.

INSTITUTO EKKO BRASILCriado em 2004, em Santa Catarina, o

IEB é uma organização não governamen-tal cujo objetivo é coordenar e apoiar pro-jetos que tenham como foco a conservação da biodiversidade e o turismo de conser-vação. A abrangência do Instituto é nacio-nal, atuando em biomas como Amazônia, Mata Atlântica e Pantanal. Fazem parte dos projetos desenvolvidos: Projeto Lon-tra, Refúgio Animal, Pró-Lontrinha, Pro-jeto Tucano, Projeto Ariranha e Programa de Ecovoluntário. Além dos próprios pro-jetos, o IEB desenvolve outros em parce-rias com outras instituições.

Desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) embarcação tipo Catamarã auxiliará pesquisas e receberá turistas na região da Lagoa do Peri

Barco movido à energia solar écriado em Santa Catarina

CURIOSIDADE

Título: Manual sobre progra-mas de geração de renda e formas de captação de recursos para ges-tores municipais.

Autor: Organização Internacio-nal do Trabalho (OIT). Programa Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil (IPEC); Instituto Aliança com o Adolescente.

Fonte: Brasília/OITPáginas: 108Edição: 1Ano: 2012

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POR JÚLIA MANTA**Integrante do Movimento Pró-Árvore

Floresta branca é o signifi cado da palavra de origem indíge-na caatinga, do tupi kaa’tinga.

Este que é um dos maiores biomas bra-sileiros, leva este nome por apresentar, durante boa parte do ano, um aspecto esbranquiçado ou acinzentado. A paisa-gem fi ca embranquecida porque suas ár-vores e arbustos perdem suas folhas, nos tempos de estio, além de suas cascas se-rem na maior parte claro acinzentadas, o que diminui o aquecimento do tecido condutor vivo da planta.

O botânico alemão Carl von Martius, que no século XIX por estas paragens passou e chamou a caatinga de silva horrida (fl oresta feia), parece não ter captado o essencial, invisível aos olhos, desta mata. Mais apropriado seria, a meu ver, se ao invés de associá-la à feiura, o renomado botânico a tivesse adjetivado de resistente, brava ou até guerreira, como também os animais e povos que por ela passaram há muitos anos atrás até os dias de hoje.

A caatinga possui uma imensa força e capacidade de adaptação às condições adversas de seu meio, pulsando de forma orquestrada e garantindo a sobrevivência de todos os seres. A pesquisadora Gerda Maia, em seu livro “Caatinga – árvores, arbustos e suas utilidades”, aponta al-gumas importantes características desta capacidade de resistir, como a proteção do solo. Nos meses de secura, as plantas perdem suas folhas, formando um man-to de proteção ao calor lancinante e, por sua vez, os galhos da mata fechada que se entrelaçam evitam que o vento leve as folhas. Protegido, o solo se mantém fértil, com seus milhares de organismos vivos.

Algumas raízes superfi ciais, além de ab-sorverem qualquer pequena humidade, por estarem próximas da superfície, se-guram também a terra, evitando a erosão.

Outra característica importante é a ca-pacidade de armazenamento de água nos tecidos. Há as que armazenam a água em suas raízes, como os umbuzeiros e os

pacotês, há os que retém a água em suas partes verdes, como os cactos.

Há ainda a soberana da fl oresta bran-ca, que armazena água em seu tronco. É a barriguda (Ceiba glaziovii), que leva este nome devido a este reservatório de água em seu tronco, formando uma saliência que lembra uma barriga.

Antonio Sérgio Farias, nosso mestre e botânico criador do Movimento Pró--Árvore, descreve esta árvore majestosa: “é uma árvore de 10-18 m em altura. Seu tronco e galhos são revestidos fartamen-te por vigorosos acúleos (“espinhos”) em forma de funil, que difi cultam a escala-da de mamíferos e répteis, garantindo segurança às aves que fazem ninhos em sua copa. Folhas com 4-7 folíolos e fl ores grandes (7 cm) brancas com pétalas pelu-das e estrias longitudinais avermelhadas. Fruto em forma de pêra com cerca de 10 cm e sementes imersas em uma paina (“algodão”), chamada lã de barriguda, dispersas pelo vento. Madeira branca e mole, talvez por isto a árvore seja pouco cortada. A lã serve para encher travessei-ros, colchões e selas. A casca é utilizada no tratamento de hérnias, reumatismo, infl amação do fígado, problemas car-díacos e pressão alta. A barriguda, pelo menos no Ceará, está associada à parte seca das serras, à retaguarda dos ventos costeiros, nas matas secas, uma forma-ção fl orestal que difere da caatinga pro-priamente dita, que ocorre preferencial-mente nas planícies”. Antonio Sérgio, um privilegiado por já ter plantado uma barriguda na UECe, quando a encontra beija-a e abraça-a como fi lha.

Quem avista esta bela árvore, seja imersa numa paisagem da floresta branca, seja num fortuito e raro encon-tro na cidade, não esquece e se emo-ciona. Eu, posso dizer que tive o grato prazer de adormecer sob a sombra de uma frondosa barriguda, num ponto alto da Serra Redonda, em Canindé. De tão cansada do calor e da subida, cochilei ali, por entre suas raízes. So-nhei com um mundo de mais respeito e amor pelas árvores, com barrigudas repletas de flores e beija-flores.

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 14 de outubro de 2014

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Barriguda e a floresta branca