O Ensino e a Prática No Planejamento - Experiência Acadêmica

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II FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU 25 a 28 de junho de 2008 Foz do Iguaçu Paraná Brasil O ENSINO E PRÁTICA DO PLANEJAMENTO: Experiência Acadêmica THE TEACH AND PRACTICAL OF PLANNING: Academic Experience Flávia Thaís de Oliveira 1 Jaime Fernando Nogueira 2 Leandro Baptista 3 Simone Bauer 4 Orientadora: Prof. Ms. Márcia Maria Dropa 5 Co-orientador: Prof. Ms. Luiz Fernando Souza 6 RESUMO Partindo de uma prática executada na disciplina de Planejamento e Organização do Turismo II, durante o terceiro ano do curso de Bacharelado e Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, um roteiro histórico-cultural urbano foi formatado para a região central da cidade. Para essa formatação, a equipe de trabalho, composta por sete acadêmicos, executou uma série de etapas do planejamento da atividade turística. Buscando na bibliografia a metodologia pela qual foi desenvolvido o trabalho, foram implementadas estratégias de inventário, diagnóstico e prognóstico, permitindo aos acadêmicos o levantamento de dados para analisar a situação turística atual da região estudada e vislumbrar as possibilidades do desenvolvimento do turismo histórico-cultural. Esse segmento foi escolhido devido à presença notória de edificações com esse caráter no centro da cidade. O inventário proporcionou dados que avaliados na fase de diagnóstico permitiram à equipe conhecer as potencialidades turísticas da região. A partir do estudo, foram propostos programas e projetos que visam o desenvolvimento da atividade turística na região central de Ponta Grossa. Por 1 Acadêmico do curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, residente na Rua Sete de Setembro, n° 1707, ap 31, Centro, CEP: 84010-350. E-mail: [email protected]. 2 Acadêmico do curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, residente na rua Engenheiro Schamber, 928, ap 07, Centro, CEP: 84010-340. E-mail: [email protected]. 3 Acadêmico do curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, residente na rua... Ponta Grossa PR. E-mail: [email protected]; 4 Acadêmico do curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, residente na Rua Theodoro Rosas, 841, ap 24, Centro, CEP: 84010-180 Ponta Grossa PR. E- mail: [email protected]. 5 Professora de Planejamento e Organização do Turismo do Departamento de Turismo da UEPG. E-mail: [email protected]. 6 Professor de Planejamento e Organização do Turismo e Teoria Geral do Turismo do Departamento de Turismo da UEPG. E-mail: [email protected].

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  • II FRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU 25 a 28 de junho de 2008

    Foz do Iguau Paran Brasil

    O ENSINO E PRTICA DO PLANEJAMENTO: Experincia Acadmica

    THE TEACH AND PRACTICAL OF PLANNING: Academic Experience

    Flvia Thas de Oliveira1

    Jaime Fernando Nogueira2

    Leandro Baptista3

    Simone Bauer4

    Orientadora: Prof. Ms. Mrcia Maria Dropa5

    Co-orientador: Prof. Ms. Luiz Fernando Souza6

    RESUMO

    Partindo de uma prtica executada na disciplina de Planejamento e Organizao do Turismo II, durante o terceiro ano do curso de Bacharelado e Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, um roteiro histrico-cultural urbano foi formatado para a regio central da cidade. Para essa formatao, a equipe de trabalho, composta por sete acadmicos, executou uma srie de etapas do planejamento da atividade turstica. Buscando na bibliografia a metodologia pela qual foi desenvolvido o trabalho, foram implementadas estratgias de inventrio, diagnstico e prognstico, permitindo aos acadmicos o levantamento de dados para analisar a situao turstica atual da regio estudada e vislumbrar as possibilidades do desenvolvimento do turismo histrico-cultural. Esse segmento foi escolhido devido presena notria de edificaes com esse carter no centro da cidade. O inventrio proporcionou dados que avaliados na fase de diagnstico permitiram equipe conhecer as potencialidades tursticas da regio. A partir do estudo, foram propostos programas e projetos que visam o desenvolvimento da atividade turstica na regio central de Ponta Grossa. Por

    1 Acadmico do curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa,

    residente na Rua Sete de Setembro, n 1707, ap 31, Centro, CEP: 84010-350. E-mail: [email protected]. 2 Acadmico do curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa,

    residente na rua Engenheiro Schamber, 928, ap 07, Centro, CEP: 84010-340. E-mail: [email protected]. 3 Acadmico do curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa,

    residente na rua... Ponta Grossa PR. E-mail: [email protected]; 4 Acadmico do curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa,

    residente na Rua Theodoro Rosas, 841, ap 24, Centro, CEP: 84010-180 Ponta Grossa PR. E-mail: [email protected]. 5 Professora de Planejamento e Organizao do Turismo do Departamento de Turismo da

    UEPG. E-mail: [email protected]. 6 Professor de Planejamento e Organizao do Turismo e Teoria Geral do Turismo do

    Departamento de Turismo da UEPG. E-mail: [email protected].

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    ltimo, foi elaborado um projeto de roteirizao turstica, criando-se um folder auto-explicativo com uma rota e dois roteiros formatados pela equipe de trabalho.

    Palavras-chaves: Planejamento, Turismo Cultural e Roteiros Tursticos

    ABSTRACT

    Trough a practical activity executed on Tourism Planning and Organizing II subject, during the third year of State Univerity of Ponta Grossa Tourism Course, one urban historic-cultural itinerary was formated in downtown city area. For this formatting seven academics staff executed series of steps from the planning of tourism activity. Looking on the bibliography, the methodology used on works development was implemented by inventory, diagnosis and prognosis estrategies, allowing to the academics the data survey to analise the actual touristic situation of the studied region and glimpse the possibility of develop on it the historic-cultural tourism. This tourism segment was choosed because the large presence of buildings with this character. The inventory provided datas that been analised on the diagnosis step allowed to the staff know about the region touristic capability. The prognosis programs and projects were proposed looking for the development of touristic activity on the downtowns Ponta Grossa region. For the last step, one Itinerary Project was prepared, creating a self -explanatory folder with one route and two ititnerary formated trhough the work staff.

    Key-words: Planning; Culture Tourism; Touristics Itineraries.

    Com o crescente desenvolvimento da atividade turstica, h a

    necessidade de que planejadores do setor atuem de forma dinmica para que

    uma destinao possa tornar-se competitiva e que consiga se destacar dentro

    do amlgama de opes para melhor atender s expectativas de um turista.

    Segundo Teles apud Ruschumann (2006, p. 46), as mudanas tecnolgicas,

    cientficas, econmicas e sociais ocorridas desde a segunda metade do sculo

    XVIII e que se acentuaram no sculo XIX, a partir da Segunda Guerra Mundial,

    forneceram ao turismo as condies adequadas para o seu desenvolvimento

    como atividade econmica, seja no que diz respeito infra-estrutura e a

    equipamentos necessrios ou aos servios de transporte e comunicao.

    A ocorrncia de tais mudanas contribuiu de maneira decisiva para o

    desenvolvimento da atividade em todo o mundo, uma vez que foram

    responsveis pela crescente mobilidade do homem. Devido a esses fatores, o

    homem passou a se locomover de um lugar para outro com mais velocidade e

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    comodidade, e em conseqncia disso com maior freqncia. Sair da Europa

    rumo s Amricas exigia muito tempo na era das navegaes, e vale lembrar

    que como ressalta Lockwood e Medlik (2003 p. 24) hoje o tempo a

    mercadoria mais valiosa do mundo.

    De acordo com Pelizzer (2005, p. 4), a cada ano que passa, torna-se

    maior o fluxo de correntes tursticas em todas as direes. Essas correntes so

    movidas por diversos fatores, tais como: lazer, frias, viagens comerciais,

    congressos, feiras, exposies, excurses religiosas ou esportivas, treinamento

    e atualizao profissional. Com este constante aumento das viagens,

    independente das motivaes dos turistas e a complexidade inerente

    atividade turstica, torna-se fundamental o planejamento voltado ao setor.

    Segundo Mario Petrocchi (2000, p. 19), planejamento a definio de

    um futuro desejado e de todas as providncias necessrias sua

    materializao. O autor ainda salienta que no mbito da atividade (p. 72) a

    finalidade do planejamento definir as decises bsicas que articulam as

    polticas pblicas de um estado, regio ou organizao, ou seja, estabelecer as

    diretrizes que orientaro as decises para o desenvolvimento do turismo, o tipo

    de turismo que se quer promover, os mercados que sero atingidos, a posio

    que se deseja ter nesses mercados, as metas a alcanar e as estratgias dos

    programas de aes.

    Analisando Petrocchi entende-se que o processo de planejamento de

    turismo deve ser norteado pelas polticas pblicas que regem o setor. Dessa

    forma o planejador deve estruturar seus planos de acordo com os pressupostos

    de uma poltica voltada atividade turstica. Nesse sentido, no caso do Brasil, o

    Plano Nacional de Turismo 2007/2010, se apresenta como um instrumento de

    planejamento e gesto que coloca o turismo como indutor do desenvolvimento

    e da gerao de emprego e renda de um pas. o mecanismo norteador ao

    planejamento do turismo no espao brasileiro, realizado e sendo executado

    pelo Ministrio do Turismo, em parceria com as diferentes regies tursticas

    brasileiras.

    O Plano Nacional de Turismo 2007/2010 compromete-se a apresentar

    ao pas, de forma sistmica, a Poltica Nacional de Turismo. Destaca-se que

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    poltica de Turismo o conjunto de fatores condicionantes e diretrizes bsicas

    que expressam os caminhos para atingir os objetivos globais para o turismo no

    pas. (BENI apud RUSCHMANN; SOLHA, 2006 p. 91). O fator preponderante

    ligado estruturao de um plano que visa desenvolver certo produto turstico

    a sinergia entre as esferas pblica e privada.

    Dessa forma, quanto maior o envolvimento de ambas as partes, cada

    uma desempenhando seu papel de forma eficaz, maiores sero as chances do

    sucesso do produto. Cabe ao setor pblico estabelecer de maneira racional as

    polticas pblicas, analisar e promover a oferta e demanda para um destino

    turstico e verificar se h a vocao turstica para cada espao.

    Por sua vez, conforme trabalhado por Garcia e Ashton (2006), a

    iniciativa privada deve concentrar seus esforos no investimento em melhorias

    e desenvolvimento de equipamentos que daro melhor suporte atividade.

    Planejar a atividade turstica no tarefa fcil e exige o envolvimento

    de profissionais de diversas reas do conhecimento. Para se planejar um

    roteiro cultural, por exemplo, no centro histrico de uma localidade, h a

    necessidade de comprometimento de especialistas em legislao,

    geoprocessamento, histria, turismo, entre outros.

    O uso dos planos de desenvolvimento turstico pode ser representado

    pelo planejamento de roteiros, para o uso de atrativos existentes em

    determinada regio, agregando assim valor para comunidade local.

    Baseado no disposto tem-se ento como principal objetivo deste artigo,

    a demonstrao de instrumentos metodolgicos e prticos para a formatao

    de um roteiro cultural urbano na cidade de Ponta Grossa PR, partindo de

    uma prtica que foi executada na disciplina de Planejamento e Organizao do

    Turismo II, ministrada no terceiro ano do curso de Bacharelado em Turismo da

    Universidade Estadual de Ponta Grossa.

    O presente artigo tem como metodologia o estudo descritivo da

    realizao da prtica desenvolvida tanto em sala de aula como in loco na

    disciplina de POT II, pois se acredita no potencial para se desenvolver o

    turismo histrico-cultural no local, visto que o mesmo possui uma

    representatividade nos inmeros edifcios existentes no centro da cidade

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    estudada. Entende-se ainda que, a articulao entre a teoria aprendida em sala

    de aula com a prtica desenvolvida a partir de um estudo de planejamento em

    uma determinada regio, so condicionantes especficos e fundamentais na

    formao do turismlogo na rea de planejamento.

    Planejar turisticamente uma regio da cidade de Ponta Grossa foi a

    proposta elaborada, com o intuito de fomentar o processo ensino-

    aprendizagem, buscando o aperfeioamento prtico, no campo da atividade do

    planejamento. A partir da definio das equipes de trabalho, os acadmicos

    delimitaram regies a serem planejadas sendo que a atividade a ser descrita a

    seguir, delimitou como a zona de trabalho a regio central do municpio e como

    centro turstico a Paisagem Urbana da Rua XV de Novembro.

    A definio de zona turstica e centro turstico pautaram-se nas

    orientaes de Boulln onde destaca, respectivamente, a maior unidade de

    anlise e estruturao do universo espacial turstico de um pas, e todo

    aglomerado urbano que conta em seu territrio ou dentro de seu raio de

    influncia com atrativos tursticos de tipo e hierarquia suficientes para motivar

    uma viagem turstica. (2002, p. 80, 84). No trabalho desenvolvido, considerou-

    se zona turstica como a maior regio trabalhada, ou seja, o centro urbano; e

    como centro turstico, a regio que possui a melhor infra-estrutura de apoio

    atividade turstica.

    Para a realizao desta prtica, optou-se por desenvolver um roteiro

    turstico histrico-cultural no centro da cidade, embasados na anlise de Bahl

    (2004) que destaca assim os Roteiros tursticos consistem em processos onde

    os elementos intervenientes na efetivao de uma viagem so organizados de

    modo a se estabelecerem diretrizes para posteriormente desencadear a

    circulao turstica, seguindo determinados trajetos, criando fluxos e

    possibilitando o aproveitamento racional dos atrativos que compem

    determinados roteiros.

    Ainda a respeito das afirmaes do autor supracitado, roteiros

    tursticos podem ser dirigidos a um determinado pblico-alvo, tornando-se um

    produto passvel de consumo e altamente motivador. Quando os roteiros

    apresentam contedo relacionado s caractersticas histricas, geogrficas,

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    sociais, econmicas, urbansticas, culturais, religiosas e folclricas entre outras,

    possibilitam uma temtica ampla e acabam por preencher as necessidades de

    evaso e deslocamentos do homem moderno, que por sua vez sente-se

    atrado pelos diferentes roteiros disponveis no mercado.

    Dessa forma, os roteiros tursticos podem ser apresentados conforme

    as caractersticas que cada regio apresenta. Sendo assim, a regio central de

    Ponta Grossa por apresentar um nmero significativo de edificaes que

    possuem carter histrico-cultural e com potencial turstico, pode-se aplicar a

    prtica dos roteiros. Segundo Beni (2001, p. 302) consideram-se os atrativos

    tursticos histrico-culturais como manifestaes sustentadas por elementos

    materiais que se apresentam sob a forma de bens imveis ou mveis. Tendo

    isso em vista, foi realizada uma pesquisa acadmica que tinha como objetivo

    analisar, avaliar, propor aes e desenvolver propostas para que a rea em

    estudo possa se tornar um atrativo turstico.

    O trabalho foi desenvolvido atravs das etapas do planejamento,

    propostas pelos diferentes autores da rea, como inventrio, diagnstico e

    prognstico.

    Seguindo as orientaes da Gesto Municipal do Turismo, o processo

    de inventariao pode ser conceituado como uma etapa do planejamento que

    busca o levantamento de dados da oferta turstica, demanda turstica, projetos

    setoriais, mo-de-obra, legislao pertinente e envolvimento da comunidade; o

    diagnstico uma anlise dos dados levantados na etapa anterior; e

    prognstico a elaborao de estratgias e metas, com base no diagnstico,

    para projees futuras.

    Para Molina (2001, p. 91) os planos analisam a situao do objeto de

    planejamento, estabelecem objetivos e metas em relao ao seu

    desenvolvimento no futuro e propem as formas e instrumentos que devero

    ser empregadas para se alcanar os objetivos colocados. Portanto, os planos

    cumprem funes exclusivas de diagnstico, prognstico, estabelecimento de

    fins, e meno e determinao de estratgias e instrumentos de

    desenvolvimento do objeto de planejamento.

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    A partir da fundamentao terica dos autores citados anteriormente,

    deu-se incio realizao prtica do trabalho, sendo que a primeira parte foi a

    inventariao das edificaes realizada pelos acadmicos, os quais fizeram o

    levantamento da histria de cada patrimnio, buscando as informaes

    necessrias na Secretaria de Cultura de Ponta Grossa e outras entidades

    ligadas ao setor pblico. Alguns deles so tombados pelo Conselho Municipal

    do Patrimnio Cultural (COMPAC) e outros pelo Conselho Estadual do

    Patrimnio Histrico e Artstico (CEPHA).

    Aps o levantamento e estudo dos patrimnios percebeu-se que alguns

    tinham maior representatividade a outros, por isso alguns foram estudados e

    avaliados individualmente, j outros, agrupados em paisagens urbanas por

    apresentarem caractersticas semelhantes e por estarem em uma mesma rea.

    Neste momento foram utilizadas as orientaes de Boulln apud Petroni,

    Kenigsberg (2002, p. 118), quando se destaca que paisagem urbana: conjunto

    de elementos plsticos naturais e artificiais que compem a cidade: colinas,

    rios, edifcios, ruas, praas, rvores, focos de luz, anncios, semforos etc;

    assim, numa paisagem os elementos formam um conjunto, o qual passam a

    exercer um papel de destaque.

    Desta maneira, o inventrio foi dividido em quatro atrativos individuais:

    Casa dos Anjos, Manso Vila Hilda, Museu poca e Prdio do Centro de

    Cultura. E os que foram agrupados em paisagens urbanas: Paisagem Urbana

    Complexo Ferrovirio, Paisagem Urbana Praa Baro do Rio Branco,

    Paisagem Urbana Praa Marechal Floriano Peixoto, Paisagem Urbana Rua

    Augusto Ribas, Paisagem Urbana Rua Santos Dumont e Paisagem Urbana

    Rua XV de Novembro.

    Ao trmino da etapa de inventariao, a prxima foi o diagnstico dos

    atrativos realizado por meio de fichas avaliativas propostas pela Gesto

    Municipal de Turismo e que serviram de base para hierarquizar de acordo com

    o grau de conservao e representatividade turstica. Essas foram realizadas

    por cinco avaliadores, sendo os prprios acadmicos. Durante essa etapa,

    tambm foram avaliadas as condies de infra-estrutura necessria aos

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    turistas, como hospedagem, alimentao, transporte, entretenimento, sade,

    comunicao e segurana.

    A hierarquizao um processo que permite ordenar os atrativos

    tursticos identificados na inventariao, de acordo com o seu grau de

    importncia. Essa anlise contribui na formatao de roteiros (para incluso ou

    excluso do atrativo no roteiro turstico), na identificao dos pontos fortes e a

    melhorar, na identificao do pblico-alvo do atrativo avaliado, na priorizao

    de aes, na promoo turstica, entre outros subsdios que possam pautar as

    tomadas de decises dos governantes, administradores, gestores e

    empreendedores. (ORIENTAO PARA GESTO MUNICIPAL DE TURISMO,

    2005, p. 43).

    Durante o processo de hierarquizao, decidiu-se avaliar alguns

    atrativos isoladamente devido a sua singularidade e representatividade,

    qualidade do acervo, valor histrico, entre outros. Desta forma, o turista pode

    ter liberdade de escolha fora dos roteiros propostos. Com base nos clculos foi

    possvel classific-los em vinte e duas colocaes.

    Aps anlise da classificao obtida, percebeu-se que de acordo com as

    caractersticas relevantes avaliadas, os atrativos isolados alcanaram as

    primeiras colocaes, enquanto as paisagens, classificaram-se abaixo dessas.

    Devido ao fato de que nas paisagens os atrativos juntos agregam mais valor,

    os acadmicos optaram por organizar uma nova hierarquizao, deixando

    assim, as paisagens nas primeiras colocaes.

    Terminada a etapa do diagnstico, iniciou-se a parte do prognstico,

    ou seja, a parte de apresentar os programas que podem vir a ser implantados

    na regio central de Ponta Grossa para que a mesma seja desenvolvida

    turisticamente. Foram propostos quatro programas, com seus respectivos

    projetos, sendo que apenas o Projeto de Elaborao de um folder auto-

    explicativo de uma Rota e dois Roteiros foi efetivamente desenvolvido pelos

    acadmicos visto que foi uma exigncia da disciplina de POT II para aliar a

    teoria com a prtica. Deste modo, tem-se:

    PROGRAMA DE VALORIZAO DO PATRIMNIO CULTURAL DA

    REGIO CENTRAL DE PONTA GROSSA

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    Projeto de Revitalizao: busca revitalizar os patrimnios que esto

    em mal estado de conservao;

    Projeto de Despoluio Visual: busca despoluir os patrimnios que

    esto encobertos por placas publicitrias;

    Projeto de Sensibilizao Patrimonial: busca mostrar a populao a

    importncia dos patrimnios e como eles podem ser utilizados

    turisticamente.

    PROGRAMA DE SINALIZAO

    Projeto de Sinalizao Turstica: busca sinalizar turisticamente a

    regio central de Ponta Grossa que inexistente;

    Projeto de Sinalizao Urbana: busca sinalizar melhor a regio

    central de Ponta Grossa, visto que faltam placas informativas,

    conforme analisado na avaliao.

    PROGRAMA DE QUALIFICAO

    Projeto de Capacitao Profissional: busca capacitar as pessoas

    que estaro prestando atendimento aos turistas;

    Projeto de Sensibilizao da Comunidade para com o Turista:

    busca mostrar comunidade a questo da hospitalidade para com

    os turistas.

    PROGRAMA DE ROTEIRIZAO

    Projeto de Elaborao de um folder auto-explicativo de uma Rota e

    dois Roteiros: busca propor roteiros para que o turista mesmo

    realize sem compromisso com guia ou horrio;

    Projeto de Elaborao de Roteiro com o acompanhamento de um

    Guia de Turismo especializado: busca apresentar um roteiro no

    qual o guia pode explicar com detalhes e apresentar toda a histria

    dos patrimnios da regio central de Ponta Grossa;

    Projeto de Elaborao de Roteiros Temticos: busca apresentar

    roteiros especficos para determinados grupos como estudantes de

    arquitetura, turismo, histria, entre outros.

    A ltima etapa do trabalho foi o desenvolvimento do Projeto de

    Elaborao de um folder auto-explicativo de uma Rota e dois Roteiros na

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    Regio Central de Ponta Grossa PR que teve como referncia o modelo

    proposto pela Secretaria de Estado de Turismo do Paran (SETU)7. O projeto

    foi elaborado com objetivo de buscar patrocnio para a confeco do folder para

    que o turista possa ter opes de alguns atrativos da cidade de Ponta Grossa,

    sendo que esse seria ofertado pelo trade turstico. Pois, segundo Boulln

    (2002, p. 194) ...os turistas necessitam do apoio de um sistema de informao

    eficiente para que possam conhecer os centros tursticos que visitam....

    Portanto o folder foi desenvolvido com intuito de oferecer ao turista um

    material de apoio que conta com uma rota, e a mesma dividida em dois

    roteiros, levando em considerao a proximidade entre os atrativos. Buscou-se

    mostrar como diferencial no folder as cores para indicao dos trajetos nos

    roteiros, tendo-se o verde para que a pessoa siga em frente; o amarelo, para

    uma caminhada lenta apreciando o entorno; e o vermelho como parada para

    visualizao mais detalhada do atrativo.

    A escolha do trade turstico para essa intermediao, se justificou na

    medida em que esse possui contato direto com o turista. Com a oferta do

    material, proporcionaria ao cliente mais uma opo de lazer, o qual poderia ser

    visto por ele como um diferencial ao empreendimento, contribuindo para o

    prprio marketing.

    Tendo-se como viso que a elaborao de roteiros tursticos na regio

    central da cidade de Ponta Grossa possibilitar que o patrimnio histrico-

    cultural existente no local seja valorizado, uma vez que atravs deles,

    possvel compreender-se um pouco do que se passou, todavia, nossa misso

    passou a ser elaborar roteiros tursticos de carter histrico-cultural na regio

    central da cidade de Ponta Grossa, visando a valorizao dos patrimnios

    existentes no local.

    Atravs da formatao desses roteiros, tambm ser possvel difundir

    informaes sobre o Patrimnio Cultural atravs da utilizao turstica dos

    mesmos e permitir a sensibilizao quanto importncia desses atrativos

    para a comunidade ponta-grossense.

    7 Manual de Orientao para Elaborao de Projetos Tursticos - Secretaria de Estado do

    Turismo - SETU.

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    Pode-se concluir que o planejamento algo indispensvel para o

    desenvolvimento da atividade turstica, pois, atravs de suas etapas possvel

    identificar qual seu potencial. E, devido a presena significativa de edificaes

    de interesse histrico-cultural na regio central da cidade de Ponta Grossa que

    houve o interesse dos integrantes da equipe em elaborar um planejamento com

    fins tursticos, aliando a teoria com a prtica.

    No decorrer do trabalho, percebeu-se que possvel basear-se nos

    modelos de planejamento apresentados por diversos autores, mas que nem

    sempre eles so totalmente aplicveis, pois depende das caractersticas da

    regio que est sendo planejada. E que um processo que sempre se faz

    necessrio, a avaliao e reestruturao, revisando as parcerias pblico-

    privadas

    Portanto com a proposta da disciplina de POT II foi possvel refletir

    sobre a prtica do planejamento, alm de propiciar um conhecimento claro da

    realidade local e desenvolver um projeto que, acredita-se que, se efetivamente

    aplicado, poder contribuir para o crescimento da atividade turstica local, visto

    que possui certa demanda turstica.

    Referncias Bibliogrficas:

    BAHL, Miguel. Viagens e Roteiros Tursticos. Curitiba: Protexto. 2004.

    BENI, Mrio Carlos. Anlise Estrutural do Turismo. So Paulo: SENAC. 2001.

    BOULLN, Roberto C. Planejamento do espao turstico. Bauru: EDUSC. 2002

    GARCIA, Roslaine Kovalczuk de Oliveira; ASHTON, Mary Sandra Guerra.

    Gesto Pblica em Turismo: a necessidade de uma viso estratgica para o

    planejamento e a conduo da atividade turstica de forma sustentvel.

    Disponvel em:

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    Foz do Iguau Paran Brasil

    arios/seminario_4/arquivos_4_seminario/GT14-2.pdf>Acesso em: 17 mai.

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