O Ensino Da História Como Responsabilidade Social

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O ensino da História como responsabilidade social Ana Maria Pereira Segundo muitos pensadores contemporâneos, vivemos na pós-Modernidade. Não cabe discutir este conceito aqui, mas constatamos que pelo menos num aspecto, todos os pós-modernos concordam: atravessamos uma crise de paradigmas. Contexto em que o conhecimento é sistematicamente colocado à prova, ao mesmo tempo em que se afirma o relativismo das verdades historicamente construídas pela Modernidade. É nessa configuração, que discutimos o ensino de História. O ensino dessa disciplina, até a década de 70, centrava-se na concepção diríamos, positivista e reprodutivista da História. Positivista pela crença de que o desenvolvimento histórico e resultante de uma "ordem" e de um "progresso" naturais, desdobrando-se numa sucessão de fatos explicados para uma relação lógica de causas e efeitos, cujos atores são sempre os grandes nomes da História política. Reprodutivista porque tal modelo, ao destituir o aspecto dialético e crítico dessa disciplina, serviu como instrumento de reprodução ideológica do Estado Militar. A penetração da análise econômica da História, nos níveis Fundamental e Médio, sobretudo a partir da década de 80, subverteu esse modelo, abrindo o campo da explicação social para uma visão de totalidade histórica. Sob influência do Marxismo, da Nova História e da Historiografia Inglesa, alguns livros didáticos se renovaram e outros surgiram, incorporando avanços acadêmicos que contribuíram para maior criticidade na abordagem histórica. Outro fator determinante para a mudança no ensino de História foi a própria exigência do Vestibular. Desde os anos oitenta, principalmente nas Universidades públicas, por meio dos Exames Seletivos dos Vestibulares, passou-se a exigir do aluno maior capacidade crítica na interpretação da História, minimizando, cada vez mais, a necessidade de memorização dos tradicionais nomes, datas e fatos isolados de seus contextos sócio-econômicos. Esse fator, certamente somou-se aos esforços que ajudaram até certo ponto, a romper com o ensino alienado de História em sala de aula. Dessa forma, muitos professores ao incorporarem uma visão crítica de sua disciplina, deixaram de ser meros reprodutores para assumirem o papel de pesquisadores do conhecimento histórico. O aluno por sua vez, também se modificou. Em razão das mudanças internas do país, dos avanços pedagógicos e das consequências do contexto da revolução informacional mundial (era da informação), perdeu seu caráter de receptor passivo, na medida em que pelas mesmas razões, o professor perdia o monopólio absoluto do saber (se é que de fato o possuía). Evidentemente, não significa que o professor desaprendeu ou que não conhece mais o suficiente para ensinar. Ao contrário, o professor

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O ensino da História como responsabilidade socialAna Maria Pereira

Segundo muitos pensadores contemporâneos, vivemos na pós-Modernidade. Não cabe discutir este conceito aqui, mas constatamos que pelo menos num aspecto, todos os pós-modernos concordam: atravessamos uma crise de paradigmas. Contexto em que o conhecimento é sistematicamente colocado à prova, ao mesmo tempo em que se afirma o relativismo das verdades historicamente construídas pela Modernidade. É nessa configuração, que discutimos o ensino de História.

O ensino dessa disciplina, até a década de 70, centrava-se na concepção diríamos, positivista e reprodutivista da História. Positivista pela crença de que o desenvolvimento histórico e resultante de uma "ordem" e de um "progresso" naturais, desdobrando-se numa sucessão de fatos explicados para uma relação lógica de causas e efeitos, cujos atores são sempre os grandes nomes da História política. Reprodutivista porque tal modelo, ao destituir o aspecto dialético e crítico dessa disciplina, serviu como instrumento de reprodução ideológica do Estado Militar.

A penetração da análise econômica da História, nos níveis Fundamental e Médio, sobretudo a partir da década de 80, subverteu esse modelo, abrindo o campo da explicação social para uma visão de totalidade histórica. Sob influência do Marxismo, da Nova História e da Historiografia Inglesa, alguns livros didáticos se renovaram e outros surgiram, incorporando avanços acadêmicos que contribuíram para maior criticidade na abordagem histórica.

Outro fator determinante para a mudança no ensino de História foi a própria exigência do Vestibular. Desde os anos oitenta, principalmente nas Universidades públicas, por meio dos Exames Seletivos dos Vestibulares, passou-se a exigir do aluno maior capacidade crítica na interpretação da História, minimizando, cada vez mais, a necessidade de memorização dos tradicionais nomes, datas e fatos isolados de seus contextos sócio-econômicos. Esse fator, certamente somou-se aos esforços que ajudaram até certo ponto, a romper com o ensino alienado de História em sala de aula. Dessa forma, muitos professores ao incorporarem uma visão crítica de sua disciplina, deixaram de ser meros reprodutores para assumirem o papel de pesquisadores do conhecimento histórico.

O aluno por sua vez, também se modificou. Em razão das mudanças internas do país, dos avanços pedagógicos e das consequências do contexto da revolução informacional mundial (era da informação), perdeu seu caráter de receptor passivo, na medida em que pelas mesmas razões, o professor perdia o monopólio absoluto do saber (se é que de fato o possuía).

Evidentemente, não significa que o professor desaprendeu ou que não conhece mais o suficiente para ensinar. Ao contrário, o professor aprendeu mais, exatamente pela consciência que adquiriu sobre suas próprias limitações e pela complexidade que se revelou o conhecimento histórico com os novos estudos e enfoques. Entretanto, a História foi destituída de seu status de consolidadora do passado, tomando-se o que de fato ela é: uma ciência em construção.

Nesse sentido, o papel do professor de História (e das outras disciplinas) extrapola o conteúdo de sua disciplina, levando-o à condição de mestre e de aprendiz. A lousa não deixa de existir, as provas continuam a ser cobradas, o livro didático permanece como ferramenta de aprendizado, mas o conhecimento, pela dinâmica transdisciplinar adquirida na contemporaneidade, não se limita a esses elementos.

Ocorre de certa forma, uma desterritorialização do espaço de aprendizado, visto que, sem eliminar a aula expositiva e os exercícios de sala de aula, aprende-se e ensina-se História em muitos espaços e por muitos meios: pela ida ao museu ou exposição de arte, pelo uso de um vídeo, por uma pesquisa ou um programa em multimídia, por leituras paradidáticas ou de revistas e jornais, etc. Práticas que têm se tornado cada vez mais comuns no cotidiano das aulas de História em nossa escola.

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Neste novo cenário, ensinar História significa impregnar de sentido a prática pedagógica cotidiana, na perspectiva de uma escola-cidadã. Vale dizer, que a escola é reprodutora, na medida em que trabalha com determinados conhecimentos produzidos e acumulados pelo mundo científico, mas transformadora, visto que promove uma apropriação crítica desse mesmo conhecimento tendo em vista a melhoria da qualidade de vida da sociedade global.

O Ensino da História e as Novas Competências para Ensinar

Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/theory-criticism/1666470-ensino-da-hist%C3%B3ria-novas-compet%C3%AAncias/#ixzz2EUDxffcU

No século XVIII, duas tradições foram unificadas: a do discurso enciclopédico e a da elaboração metodológica. Esta última, no século XIX remodelou, de maneira mais orgânica, pela adoção do método científico, dado pela concepção positivista que adotando a linguagem das ciências naturais, estabeleceu um novo sentido da história. No Brasil, a constituição da história ocorreu no interior dos mesmos movimentos de organização do discurso laicizado sobre a história universal. A História se apresenta como uma das disciplinas fundamentais no processo de formação de uma identidade comum na obra de organização da nação brasileira. Depois da Segunda Guerra Mundial este movimento se deu, tanto pelas modificações intrínsecas à constituição do próprio discurso histórico, quanto pelas modificações que alteram a feição e a natureza da escola secundária. O ensino da história, portanto é um processo em contínua transformação e adaptação à realidade dos alunos e da sociedade como um todo. Neste processo, é indispensável que o professor acompanhe as transformações e procure continuamente se adaptar as novas demandas do ensino. Par isto o professor deve procurar desenvolver Novas Competências para Ensinar. Existem dez grandes famílias de competências que tenta apreender o movimento da profissão. 1. Organizar e dirigir situações de aprendizagem. É manter um espaço justo para tais procedimentos. E, sobretudo despender energia e tempo e dispor das competências profissionais necessárias para imaginar e criar outros tipos de situações de aprendizagem, que as didáticas contemporâneas encaram como situações amplas, abertas, carregadas de sentido e de regulação. 2. Administrar a progressão das aprendizagens. Todo ensino deveria ser concebido em uma perspectiva em longo prazo. A progressão das aprendizagens não deveria se limitar ao ano letivo, às atividades em andamento e ao capítulo aberto do programa. Os movimentos rumo à individualização dos percursos de formação e à pedagogia diferenciada levam a que se pense a progressão de cada aluno. 3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação. Para que cada aluno progrida rumo aos domínios visados, não basta que a situação de aprendizagem tenha sentido, o envolva e mobiliza. Deve também solicitá-lo em sua zona de desenvolvimento próximo. Diferenciar é romper com a pedagogia frontal e criar uma organização do trabalho e dos dispositivos didáticos que coloquem cada um dos alunos em uma situação ótima, priorizando aqueles que têm mais a aprender. 4. Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho. Ter mais tempo é uma das condições necessárias para envolver mais os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho, porém a competência requerida é de ordem didática, epistemológica, racional. São competências específicas: Suscitar o desejo de aprender; Instituir e fazer funcionar um conselho de alunos; Oferecer atividades opcionais de formação; Favorecer a definição de um projeto pessoal do aluno. 5. Trabalhar em equipe. A cooperação é um meio que

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deve apresentar mais vantagens do que inconvenientes. As competências mais precisas enumeradas neste referencial são: Elaborar um projeto em equipe; Dirigir um grupo de trabalho; Formar e renovar uma equipe pedagógica; confrontar e analisar em conjunto situações complexas; Administrar crises ou conflitos interpessoais. 6. Participar da administração da escola. Quatro componentes são escolhidos para formularem uma resposta à questão da participação dos professores na administração da escola: Elaborar, negociar um projeto da instituição; Administrar recursos da escola; Coordenar, dirigir uma escola com todos os seus parceiros; Organizar e fazer evoluir, no âmbito da escola, a participação dos alunos. 7. Informar e envolver os pais. O diálogo com os pais, antes de ser um problema de competências, é uma questão de identidade, de relação com a profissão, de concepção do diálogo e de divisão de tarefas com a família. Informar e envolver os pais são, portanto, palavras de ordem e, ao mesmo tempo, uma competência. O referencial retém três componentes: Dirigir reuniões de informação e de debate; Fazer entrevistas; Envolver os pais na construção dos saberes. 8. Utilizar novas tecnologias. A escola não pode ignorar as novas tecnologias da informação e da comunicação que transformam espetacularmente não só nossas maneiras de comunicar, mas também de trabalhar, de decidir, de pensar. Porém, colocar as novas tecnologias no centro da evolução do ofício do professor, particularmente na escola de ensino fundamental, seria desproporcional em relação aos outros aspectos em jogo. 9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão. É preciso que se criem situações que facilitem verdadeiras aprendizagens, tomadas de consciência, construção de valores, de uma identidade moral e cívica. Cinco competências específicas são fixadas: Prevenir a violência; Lutar contra os preconceitos e a discriminações; Participar da criação de regras de vida comum; Analisar a relação pedagógica; Desenvolver o senso de responsabilidade, a solidariedade e o sentimento de justiça. 10. Administrar sua própria formação contínua. Saber administrar sua formação contínua requer cinco componentes principais distintos: Saber explicitar as próprias práticas; Estabelecer seu próprio balanço de competências e seu programa pessoal de formação contínua; Negociar um projeto de formação comum com os colegas; Envolver-se em tarefas em escala de uma ordem de ensino ou do sistema educativo; Acolher a formação dos colegas e participar dela. As competências adquiridas devem ser aplicadas até mesmo na construção de competências novas. Ajudar a formular e a estabilizar uma visão clara do ofício e das competências é uma das principais funções dos referenciais de competências, pois é um meio para os profissionais construírem uma identidade coletiva.

Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/theory-criticism/1666470-ensino-da-hist%C3%B3ria-novas-compet%C3%AAncias/#ixzz2EUDryMU7

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O ENSINO DE HISTÓRIA NA SALA DE AULA UMA VISÃO IDEALIZADORA E TRANSFORMADORA DA

Elza Nadai e Circe Bittencourt

DHIOGO JOSÉ CAETANO

GRADUANDO DA UEG-UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

Palavras-Chave: História, Educação, Atualidade, Aula, Professor, Idealização, Ensino, Visão e transformação.

Podemos notar no texto que a história de outros povos era passada através dos dirigentes, que relatavam em suas viagem como era a cultura de outros povos.O texto cita a carta de Pero Vaz de Caminha, mostrando os relatos dele sobre os índios encontrados aqui na América Latina, colocando tais como povos selvagens e sem cultura, que praticavam antropofagia, onde não havia uma organização social entre eles. Porém não só Pero Vaz que vai fazer essa observação, mais outros autores também vão fazer esse julgamento da sociedade indígena.

Com o passar do tempo vai mudar essa visão sobre o índío, tirando a ideia de que eles praticavam a antropofagia, afirmando a existencia da cultura, de uma organização social; só que diferente da cultura Européia, pois naquela época o modelo de civilização era da Europa.

O autor Vanhagem vem discutir essa ideia de criação da nação idealizada, pois para ele quem constitui uma nação são os homens livres, da raça branca, que agem mais como um cidadão, tirando o negro dessa constituição de nação. Pois a escravidão para ele foi um "erro histórico", o negro não tem essa capacidade de formar uma nação. Com isso vemos que o ideal de nação para ele é aquele feito por brancos, que lutam por algo na sociedade, como os holandeses que expulsa os portugueses de suas terras, mostrando que eles estão lutando por sua sociedade, por uma nação.

Na aurora do estudos notamos que nos livros didáticos os negros e os índios são colocados como bárbaros, sem cultura. Mas com a colonização os colonizadores ajudaram esses povos a terem uma cultura; introduzindo a religião católica, pois eles cultuavam outros deuses, outras religiões que eram desconsideradas pelos europeus. Mas na verdade essa colonização não trouxe beneficio para eles, pois os indíos foram expulsos de suas terras, tirando todos seus direitos. Os livros didáticos não mostram o outro lado da colonização destruidora, ele visa mostra as partes de conquistas, dos momentos grandiosos e gloriosos, a miscigenação que houve depois do contato como o negro e o índio no período de escravidão.

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É possível ver a influência dos marxistas na história, através de suas correntes teóricas que levou a sociedade a refletir os espaços existentes a sua volta, algo que permaneceu ao longo dos séculos. Percebemos a presença do ensino positivista e tecnicista que visa um ensino objetivo, direto de formação rápida de pessoas que se preparam para as demandas dos mercados de trabalhos.

Portanto na atualidade poucas mudanças ocorreram, pois cada vez mais as pessoas se preparam para a competição e qualificação das demandas existente de trabalho, buscando o capital, fator primordial da realidade social, política e economia da nossa sociedade.

Na atualidade podemos notar que a escola é um meio de construção de identidades sociais, que se destina ao propósito de colocar os valores principais de uma sociedade em ênfase. No entanto notamos dificuldades na implantação de tais ideias nas escolas; pois não percebemos o desejo dos alunos na busca da concretização dos valores nacionais.

Assim fica claro á importância da história, nas transferências de informações, um fator primordial no desenvolvimento da sociedade, que consegui se orientar através de dados políticos, sociais e religiosos, um estudo de comportamentos do passado, os quais são reflexos na vida cotidiana.

O ensino de história é favorável para construção de uma sociedade crítica e construtiva, que consegui identificar as rupturas e quebra de paradigmas em ao processo de desenvolvimento da sua nacionalidade, do meio social onde vive, de fatos que devem ser considerados relevantes na manutenção da ordem de grupo social. A partir deste fato notamos a importância da história como algo de grande valor na transformação do espaço cultural.

Em meio à construção histórica o historiador tem o papel de transferir e fixar as identidades, através de métodos pedagógicos e didáticos; tornando-se essenciais na formação de indivíduos que no mínimo tem a noção de cidadania; tendo a consciência dos seus deveres e direitos os quais posteriormente contribuíram para a identificação de sua pátria ou nação que por ventura permanece como reflexo através dos tempos.

Porém o tempo não é algo fundamental, neste processo, assim notamos que não precisamos preocupar com os espaços cronológicos o colocando em exagero, como algo vital na história que está presente na sua evolução e construção de uma identidade permanente.

Portanto é visível que os marcos históricos e as metamorfoses que as sociedades sofreram ao longo dos séculos; é algo fundamental na construção e formulação da nossa nação, do estado e da educação escolar presente na atualidade.