O Enfrentamento da Crise Ambiental a Partir das Ações Tomadas pela Secretaria de Mobilidade e...
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CENTRO UNIVERSITÁRIO LA SALLE DO RIO DE JANEIRO
Unilasalle
AMANDA T. O. LUIZ; ANA CAROLINA NASCIMENTO, JOANNA DUTRA CAMARA,
LUIZ MIGUEL KLEN E PATRICIA C. DE OLIVEIRA
O enfrentamento da crise ambiental a partir das ações tomadas pela Secretaria de
Mobilidade e Urbanismo de Niterói, por Amsterdã e pela Marcopolo S.A.
NITERÓI2014
INTRODUÇÃO
O trabalho pretende, ao longo de sua extensão, abordar a iniciativa dos Transportes.
Baseado nisso, foram escolhidos como atores e material de análise a empresa Marcopolo
S.A.; a cidade de Amsterdã, participante do C40; e a Secretaria de Urbanismo e Mobilidade
da cidade de Niterói.
A COMPANHIA MARCOPOLO S.A.
O primeiro ator a ser analisado será a companhia Marcopolo S.A., que é uma empresa
brasileira do ramo dos transportes que está no mercado desde 1949
(MARCOPOLO.COM.BRa). Hoje, a Marcopolo conta com indústrias em 8 países – China;
Egito; África do Sul; Argentina; México; Colômbia; Índia e Austrália, além do Brasil
(MARCOPOLO.COM.BRb), mas seus produtos são vendidos para mais de 100 países
(MARCOPOLO.COM.BRc).
A Marcopolo demonstra conscientização e interesse pela preservação do meio
ambiente, tendo isso embutido em seus valores e, inclusive, na visão da empresa: “Ser um
grupo empresarial relevante nos negócios e geografias em que estiver atuando e de sólida
imagem socioambiental e econômica.” (MARCOPOLO.COM.BRd). A companhia investe em
treinamento e em tecnologias que ajudam no controle/minimização dos impactos ambientais
advindos de sua produção. Um exemplo disso é a promoção de programas como o de
“Reciclagem com Reuso”, que permite a reutilização de resíduos de papéis utilizados no
processo de pintura dos ônibus. Esse programa foi iniciado em 2001 e, inclusive, ganhou os
prêmios “Expressão de Ecologia 2002” e “Top de Ecologia ADVB 2002”.
(MARCOPOLO.COM.BRe).
Antes deste programa, em 1999, a empresa implementou o programa “Gerenciamento
Continuado de Resíduos Sólidos”, que recupera um terço dos materiais que seriam
descartados, além de reduzir em até 4 vezes o passivo ambiental1. Esse programa tem vários
passos, iniciando-se com a coleta seletiva, passando pelo processamento de resíduos e,
posteriormente, pela venda, reaproveitamento ou acondicionamento daquilo que não for
reciclável (idem).
Além desses programas, a Marcopolo realiza monitoramento anual de suas emissões
atmosféricas e ainda tem um laboratório próprio que trata os efluentes de seu processo
produtivo (idem).Um outro ponto que corrobora com a consciência da empresa sobre a
preservação do meio ambiente é o fato de ela possuir diversas das certificações mais
importantes ligadas ao tema, como a ISO 14.001, OHSAS 18001 e SA 8000 (idem).
1 O “passivo ambiental” representa os custos de uma empresa no tocante da manipulação e tratamento de resíduos, multas, custos com o ambiente e etc.
Sua produção, ativa desde 1949, também demonstra preocupação com o meio
ambiente. A Marcopolo produz ônibus para diversos sistemas rodoviários do Brasil,
produzindo ônibus convencionais e bi/articulados. Seu diretor de operações comerciais, Paulo
Corso, destaca a importância de adotar, por exemplo, sistemas BRT nas médias e grandes
cidades brasileiras, já que eles trazem grandes benefícios à mobilidade urbana
(MARCOPOLO.COM.BRf). Além disso, quanto mais ônibus - em detrimento de carros
particulares - e melhorias no transporte, menor será a quantidade de emissões de poluentes na
atmosfera, o que beneficia o meio ambiente e a vida das pessoas.
O CASO DE AMSTERDÃ
Esta sessão introduzirá o segundo estudo de caso selecionado. A escolha por
Amsterdã, cidade parte do C40, se deu por conta de sua destacada atuação em garantir um
desenvolvimento sustentável, que segundo a própria definição do Environment and Building
Department2, inclui processos de produção e consumo, planejamento urbano e ambiental,
além do âmbito social (CITY OF AMSTERDAM, 2009, p.5). Esse posicionamento garantiu
à cidade fama pelas suas políticas ambientais, sendo uma das mais famosas a utilização da
bicicleta como transporte alternativo.
Nesta sessão, dada a pluralidade de projetos desenvolvidos por Amsterdã,
apresentaremos alguns deles, tanto passados quanto atuais, sejam eles desenvolvidos pela
cidade ou que contem com sua participação, focando-se no âmbito de iniciativas de
transporte e mobilidade urbana. Também incluiremos alguns prêmios recebidos pela cidade,
relativos a estas iniciativas. Em sessões posteriores, abordaremos as similaridades entre este
projeto e os outros dois abordados e os resultados produzidos pela sua iniciativa em termos de
enfrentamento da crise ambiental nos últimos cinco anos.
Transporte e Mobilidade Urbana - Projetos Desenvolvidos
Com uma população de aproximadamente 811 mil pessoas, Amsterdam possui uma
média de mais de uma bicicleta por pessoa, chegando ao número estimado de 881 mil
bicicletas na cidade; a porcentagem de pessoas que andam de bicicleta diariamente na cidade
chega a 58% da população. Mas não é só de bicicletas que se conformam as iniciativas de
transporte e mobilidade urbana em Amsterdã. A cidade possui também mais de 2 mil pontos
para recarga de veículos elétricos em 2010 (número que está em constante aumento), quatro
2 “Departamento de Meio Ambiente e Urbanismo” (tradução livre).
linhas de metrô — com uma quinta em construção —, 216 bondes elétricos e uma política
de desencorajamento de veículos de passeio, que se mostra mais forte no entorno dos círculos
de canais (AMSTERDAM, 2014).
A União Europeia possui diversos projetos voltados especificamente para o tema.
Alguns deles, dos quais a cidade de Amsterdã é parte, incluem PLUME, NETMOBIL,
SPUTNIC, eCOMPASS e NODES, desenvolvidos pela Serviço Comunitário de Informação
para Pesquisa e Desenvolvimento (CORDIS)3. Como exemplo, o projeto PLUME, acrônimo
de Planning and Urban Mobility in Europe, foi desenvolvido de 2002 a 2005 e tratou de
questões de uso de terra e planejamento de mobilidade, envolvendo governos nacionais,
usuários e especialistas independentes para identificar e elaborar soluções, análise de última
geração, benchmarking4, disseminação e desenvolvimento e implementação de Planos de
Exploração (EUROPEAN COMMISSION b).
Outro programa do qual Amsterdã faz parte, o Emission Database for Global
Atmospheric Research5 (EDGAR) é um projeto em conjunto do Centro Comum de Pesquisa
da Comissão Europeia com a Agência de Avaliação do Meio Ambiente da Holanda (PBL6),
e fornece dados sobre emissões de gases de efeito estufa e substâncias poluidoras do ar
provenientes da ação humana, oferecendo análise histórica e atual (EUROPEAN
COMMISSION a).
Os incentivos para transportes alternativos em Amsterdã são antigos. Porém, desde
2009 a cidade vem investido em veículos elétricos. A iniciativa, que prevê que até 2040
quase todos os carros serão movidos à eletricidade verde7, foi posta em prática em 2009,
com todos os trens e carros de metrô passando a ser movidos por energia verde, pontos de
recarga gratuitos para veículos elétricos e incentivos para que as empresas da cidade passem a
utilizar veículos elétricos, entre outros que não estão relacionados com o tema de transporte
e mobilidade. Parte da iniciativa, voltada para o longo prazo, previa um aumento da frota de
carros elétricos para 10 mil em 2010, 40 mil em 2020 e 200 mil em 2040 (AMSTERDAM a).
Outro exemplo é o Amsterdam Smart Cities, uma iniciativa que abrange toda a região
da Área Metropolitana de Amsterdã e busca a colaboração conjunta da população, empresas
3 Para mais informações sobre os projetos do CORDIS e seus programas, estão disponíveis na bibliografia o caminho para acessar informações sobre todos os programas citados. Também é possível visitar o site oficial, disponível em: <http://cordis.europa.eu>.4 O conceito de benchmarking significa avaliar um objeto em comparação com um padrão definido (benchmark).5 “Base de Dados de Emissões para Pesquisa Atmosférica Global” (tradução livre).6 A sigla é proveniente do nome em holandês “Planbureau voor de Leefomgeving”.7 A chamada “eletricidade verde” é proveniente de fontes de energia como eólica, solar e da biomassa de plantas.
e governos, financiado pelo Fundo Europeu para Desenvolvimento Regional da Comissão
Europeia (AMSTERDAM SMART CITY e). Na área de mobilidade, existem atualmente oito
projetos ativos, que são: Orangegas; Ring-Ring; Smart Parking; The Digital Road Authority -
Air Quality; The Digital Road Authority - IJburg; The Digital Road Authority - Incident Man-
agement; Vehicle2Grid; e WEGO Car Sharing (AMSTERDAM SMART CITY b).
Além dos projetos ativos, existem também quatro projetos já finalizados: E-Harbours
- ReloadIT; Moet je Watt - Charging System; Ship to Grid; e Smart Traffic Management.
Como o propósito deste artigo inclui uma análise posterior dos resultados, serão
aprofundados apenas os projetos finalizados feitos na cidade de Amsterdã. O Moet je Watt -
Charging System é uma bateria elétrica inteligente para automóveis com um medidor
inteligente para evitar desperdício de energia e sobrecarga da bateria (AMSTERDAM
SMART CITY a). O projeto Ship to Grip é composto por quase 200 estações de energia ao
longo dos canais de Amsterdã, garantindo energia verde para as embarcações
(AMSTERDAM SMART CITY d). Finalmente, o Smart Traffic Management busca integrar
os sistemas nacional, provincial e municipal (de Amsterdã) de tráfego, otimizando o fluxo, a
segurança e a viabilidade (AMSTERDAM SMART CITY c).
Em novembro de 2012, Amsterdã foi escolhida a vencedora do Prêmio Cidade na
segunda edição do Smart City Expo World Congress8, realizado nesta edição em Barcelona,
na Espanha. A inscrição que levou a vitória da cidade foi do considerado inovador Open
Data Program, para transporte e mobilidade. O programa tem como objetivo ampliar a
acessibilidade da cidade e é parte da abordagem do Amsterdam Smart City (C40CITIES,
2012).
Mais recentemente, em 2014, Amsterdã recebeu o prêmio de Finanças e
Desenvolvimento Econômico pelo C40. Apesar de não estar diretamente relacionado a
mobilidade e transporte, este projeto obteve sucesso ao incorporar iniciativas de proteção
econômica e ambiental na estratégia de desenvolvimento da cidade. O instrumento
desenvolvido pela cidade consistiu em um financiamento de 103 milhões de dólares —
equivalente a aproximadamente 260 milhões de reais9 — para serem investidos em projetos
de energia sustentável (C40CITIES, 2014). O fundo contribui para a redução da taxa de
emissão de CO2, que é um dos principais objetivos de políticas de transporte.
As emissões de CO2 de Amsterdã chegam atualmente a 5,09 milhões de toneladas por
ano, e a cidade tem como objetivo chegar a 40% do valor das emissões no ano de 1990 até
8 “Congresso e Feira Mundial de Cidades Inteligentes” (tradução livre).9 Conversão feita com base na cotação do Banco Central do Brasil em 23 de outubro de 2014.
2025; em 1990, as emissões eram da ordem de 4,1 milhões de toneladas por ano, fazendo
com que o valor no ano final tenha que ser 2,5 milhões de toneladas por ano para alcançar a
meta. Apesar do valor geral ter aumentado, os transportes são responsáveis por apenas 16%
das emissões de CO2 em Amsterdam (C40CITIES).
A SECRETARIA DE URBANISMO E MOBILIDADE DE NITERÓI
A prefeitura da cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, tem dois importantes projetos de
mobilidade urbana junto à secretaria de mobilidade urbana, que beneficiarão diretamente o
setor de transportes. Os projetos visam locais distintos da cidade, mas estão relacionados à
otimização do transporte em massa e de ciclovias. A seguir serão abordados os projetos da
TransOceânica e da requalificação do Centro da cidade.
A TransOceânica
Esse é um projeto antigo que levou quase 40 anos para sair do papel. A
TransOceânica, que terá mais de 9km de extensão, ligará os bairros da Região Oceânica ao
bairro de Charitas através de um túnel. O corredor contará com uma via expressa para ônibus
num sistema inovador na América do Sul, o BHLS (Bus of High Level of Service), além de
uma ciclovia ao longo de toda a sua extensão (NITERÓIa). A TransOceânica, que tem um
gasto estimado de R$310 bilhões, tem como previsão de entrega das obras o ano de 2016 e
espera-se que possa beneficiar cerca de 80 mil pessoas todos os dias (idem).
O benefício também se estenderá ao meio ambiente, já que a ideia é melhorar,
quantitativa e qualitativamente, a oferta de transportes para a região, fazendo com que as
pessoas reduzam o uso de automóveis particulares e, consequentemente, reduzam a emissão
de gases poluentes. Essa ideia é resumida pelo vice-prefeito de Niterói, Axel Grael, quando
diz que “essa é uma região robusta da cidade e a ideia é fazer um meio de transporte
competitivo e confortável para que as pessoas deixem o carro em casa”
(NITEROIMAIS.COM.BR).
O projeto de requalificação do Centro de Niterói
O projeto de requalificação do Centro da cidade ainda é um projeto de lei (143/2013)
que ainda tramita na câmara de vereadores da cidade, mas que, quando aprovado, atuará nos
mais diversos campos (NITEROIb). Haverá renovação nas redes de saneamento, na
iluminação, nos cabos e no transporte, que é uma das prioridades para que o projeto possa ser
bem sucedido (NITEROIc).
Parte do projeto tem por objetivo a criação de longas rotas caminháveis e cicloviárias,
as quais irão se ligar à futura estação intermodal da área central, que integrará barcas, ônibus,
bicicletas e os (ainda projetos de) bonde VLT (veículos leves sobre trilhos) e metrô linha 3.
Ciclistas e pedestres terão prioridades em algumas partes desse trajeto, que contará com a
criação de 16km de ciclovias. O que se pretende com isso é a otimização do trânsito na área
central da cidade e a redução do uso de veículos, assim como o faz a TransOceânica (idem).
A COMPARAÇÃO
As similaridades entre as iniciativas da Marcopolo e da cidade de Niterói, por meio
de sua Secretaria de Urbanismo e Mobilidade, são evidentes. Em ambos os casos, se pode
notar a ênfase, ainda que pequena, dada à questão do transporte coletivo como forma de ação
em prol do meio ambiente.
Consideradas as similaridades, é possível afirmar, ainda, que as iniciativas das duas
instituições são, inclusive, complementares, levando-se em conta o papel central relegado ao
transporte coletivo como forma de ação socioambiental. É importante notar que a utilização
dessa modalidade de condução apresenta importantes vantagens em relação a veículos
particulares, já que contribui para a diminuição de gases poluentes e, consequentemente,
impacta positivamente na qualidade de vida das populações, notadamente aquelas que
habitam grandes cidades.
Para além dos projetos de transporte de massas, ambas as instituições têm outras
iniciativas para a questão ambiental. A requalificação do Centro da cidade de Niterói, por
exemplo, se constitui em um conjunto de medidas que se traduzirão na modernização dessa
região, diminuindo não só a poluição ambiental, mas também visual, já que inclui a
modernização das redes de iluminação e de cabos do Centro.
Por outro lado, a ampliação da malha cicloviária vai ao encontro das medidas de
fortalecimento e modernização da opção pelos transportes de massa ou pelos individuais não
motorizados. A opção pela bicicleta pode representar uma importante ferramenta no
enfrentamento da questão de poluição ambiental, já que se constitui como opção
ambientalmente eficiente se comparada com a utilização do carro, por exemplo. O caso de
Amsterdã é emblemático nesse sentido. Como já apontado acima, a cidade tem na utilização
da bicicleta como meio de transporte um de seus principais instrumentos na execução de seus
projetos ambientais.
As práticas adotadas pela Marcopolo em relação ao controle de resíduos de sua
produção, bem como a reutilização de materiais sempre que possível poderiam ser tomadas
pela Prefeitura da Cidade de Niterói como modelo para a produção ambientalmente correta.
Assim, levanta-se a questão sobre a possibilidade da criação de incentivos àquelas empresas
que seguissem o referido exemplo.
Um outro ponto a ser analisado, e aqui se toma como exemplo a cidade de Amsterdã,
seria a questão da conscientização da população sobre a utilização de alternativas ao
transporte individual, como os coletivos e bicicletas. Esse tema ganha importância se se
considera que a simples ampliação da estrutura existente para as referidas modalidades de
transporte pode não ter o impacto esperado se a população de uma dada cidade não tiver
consciência da importância e vantagens de sua utilização.
Em suma, as iniciativas de ambos, tanto da Secretaria de Urbanismo e Mobilidade da
Cidade de Niterói, como da Marcopolo S.A., são complementares, mas ainda assim, não é
possível dizer que as medidas sejam suficientes no que diz respeito ao enfrentamento das
emissões de gases poluentes.
O ENFRENTAMENTO DA CRISE AMBIENTAL E SEUS INDICADORES
Levando em consideração as informações apresentadas acerca dos atores estudados
nesse trabalho é possível notar que, à exceção da cidade de Amsterdã, as iniciativas para
enfrentar a crise ambiental são ainda em grande medida incipientes. As consequências
negativas deste estado inicial e insuficiente ainda são sentidas, inclusive, no cotidiano da
cidade de Niterói.
A empresa Marcopolo investiu, em 2012, R$ 5.438.997,00 em proteção ambiental,
com destaque para transporte e destinação de resíduos, tratamento de efluentes,
monitoramento de emissões atmosféricas, dentre outros. Em seu relatório anual de meio
ambiente, a companhia detalha o trabalho realizado com o descarte de resíduos, a captação e
tratamento da água utilizada durante o processo industrial além de abordar o uso de material
reciclado em alguns modelos de ônibus (MARCOPOLO.COM.BRe).
Essas são iniciativas importantes em se tratando de diminuição dos impactos
ambientais durante a fabricação dos ônibus. No entanto, é importante salientar que a poluição
atmosférica é um fator de risco e intrinsecamente ligado aos meios de transportes e à
industrialização. Em relação à isso, a Marcopolo diz realizar um monitoramento atmosférico
mas não dá detalhes de como isso é feito ou quais são os resultados desse monitoramento.
A Secretaria de Urbanismo e Mobilidade de Niterói, por sua vez, não desenvolveu
nenhum projeto de grande escala para combater a crise ambiental nos últimos 5 anos, aliás,
essa falta de engajamento é algo recorrente na prefeitura municipal. No que se refere à
questão ambiental e a mobilidade urbana, há apenas projetos iniciados entre 2013 e 2014,
como as ciclovias que foram espalhadas pela cidade, ainda que de forma precária, e o já
citado projeto Transoceânica, previsto para ter suas obras iniciadas até o fim de 2014.
A Transoceânica se é um projeto que, quando implementado, trará resultados nunca
antes alcançados na cidade, tanto em relação à mobilidade, quanto em relação a poluição, já
que a expectativa é de que esse novo “corredor” tenha capacidade para movimentar 80.000
passageiros por dia. Serão 9,3 quilômetros, atendendo a 11 bairros da região oceânica do
município, com uma expectativa de que o trecho Engenho do Mato – Charitas seja realizado
em 25 minutos. Além disso, será implantado, pela primeira vez na América do Sul, o sistema
BHLS (Bus of High Level of Service) um sistema europeu que se difere do BRT (Bus of Rapid
Transit) por ser associado principalmente à regularidade, frequência, velocidade, qualidade e
integração com o ambiente urbano, e não apenas à elevada capacidade de transporte que é a
principal característica do BRT (TRANSPORTEEMREVISTA.COM).
Esse novo sistema de transporte público é importante, porém é apenas o primeiro
passo em uma cidade que há muito está defasada, tanto no que se refere à mobilidade urbana,
quanto no que se refere à questão ambiental.
O interesse pela questão ambiental em Niterói é um fenômeno recente, mais ainda
quando se refere à mobilidade urbana sustentável. Tanto que apenas em 2012 promulgou-se
uma lei voltada para a questão da poluição atmosférica: a lei nº 2913 que cria o Programa de
Prevenção, Redução e Compensação de Emissões de Dióxido De Carbono (CO2) e demais
gases veiculares de efeito estufa, e determina a criação de um fundo municipal para a redução
de CO2 e demais gases veiculares de efeito estufa e dá outras providências
(LEISMUNICIPAIS.COM.BR).
Em busca de informações sobre os indicadores ambientais de Niterói, foram
contatados diversos órgãos municipais e estaduais que não apresentam informações, dentre
eles: Prefeitura de Niterói (inclusive o e-mail da prefeitura está desabilitado e pessoalmente
não dão qualquer informação), Instituto Estadual do ambiente (INEA), SMARH - Secretaria
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Niterói, Conselho Municipal de Meio Ambiente –
COMAN, NitTrans - Niterói Transporte e Trânsito, Fetranspor – Federação das Empresas de
Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro, além da própria Secretaria de
Urbanismo e Mobilidade de Niterói.
Isso demonstra que, apesar da existência de órgãos estaduais e municipais voltados
para a questão ambiental em Niterói, seu trabalho ainda é incipiente e, de forma geral, não há
monitoramento dos resultados, e, quando há, esses não são divulgados para a população.
Nesse sentido, a busca pela mobilidade urbana sustentável em Niterói, ao contrário do que
ocorre em Amsterdã, não é uma preocupação nem das autoridades, nem da população.
Tendo por base a ideia de que desenvolvimento sustentável abrange as dimensões
sociais, econômicas e ambientais, e levando em consideração o conceito criado pelo Relatório
Brundtland (1987) de desenvolvimento sustentável como “o desenvolvimento capaz de suprir
as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades
das futuras gerações”, Campos argumenta que:
De acordo com as dimensões do desenvolvimento sustentável, pode-se considerar que a mobilidade dentro da visão da sustentabilidade pode ser alcançada sob dois enfoques: um relacionado com a adequação da oferta de transporte ao contexto socio-econômico e outro relacionado com a qualidade ambiental. No primeiro se enquadram medidas que associam o transporte ao desenvolvimento urbano e a equidade social em relação aos deslocamentos e no segundo se enquadram a tecnologia e o modo de transporte a ser utilizado (CAMPOS, 2004).
A autora usa como referência de indicadores aqueles desenvolvidos pelo Projeto
Propolis no âmbito da Comunidade Europeia, cujo relatório procura integrar “uso do solo e
políticas de transportes, ferramentas e metodologias de avaliação com o objetivo de encontrar
estratégias urbanas de longo prazo e verificar seus efeitos em cidades europeias” e seus
indicadores são distribuídos dentro das três dimensões da sustentabilidade: social, econômica
e ambiental, com foco nos transportes, como mostra a tabela a seguir (CAMPOS, 2004).
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável
Fonte: Campos (2004)
Utilizando alguns desses indicadores pretende-se fazer uma breve análise sobre a
situação da mobilidade urbana sustentável em Niterói, focando nos ônibus (que além de serem
o principal meio de transporte coletivo da cidade, é o produto da empresa Marcopolo,
utilizada no trabalho) a despeito da falta de informações das autoridades responsáveis pelo
tema. Os dados serão retirados de reportagens, de alguns sites oficiais e da experiência dos
pesquisadores enquanto moradores da cidade.
Dos indicadores ambientais, a poluição atmosférica e o consumo de recursos naturais
são questões latentes no município. Nos últimos 5 anos, a frota de carros aumentou em média
16,8%. Com uma população estimada em 495.470 pessoas em 2014, segundo o IBGE, a frota
de carros em 2013 é impressionante, são 177.527 veículos, principalmente se for levado em
consideração que o número de ônibus e micro-ônibus que circularam pela cidade no mesmo
ano soma apenas 4.206 (IBGE.GOV.BR).
Meio de
transporte
Anos
2009 2010 2011 2012 2013
Automóveis
151.88
2 158.873 164.450 171.958 177.527
Ônibus e Micro-
ônibus 3.173 3.338 3.621 3.969 4.206
Outros N/D* 1.834 1.981 2.168 2.369
Fonte: IBGE cidades, Formulação própria
*Dados de 2009 não incluíam a categoria
Em se tratando de bicicletas, o número é ainda menor. Na pesquisa do IBGE, esse
meio de transporte está inserido na categoria outros e, em 2013, eram 2.369, ou seja, pouco
mais da metade da frota de ônibus. Com tamanha disparidade entre o número de veículos
individuais e o número de transportes coletivos, não é de estranhar que o trânsito na cidade
seja caótico e esteja piorando a cada dia, ainda mais com a média de 1 carro por 2,7
habitantes.
É importante salientar que os ônibus são o principal meio de transporte público
utilizado dentro do município e para viagens intermunicipais. Somente quando a viagem é
Niterói-Rio é que as barcas ocupam o papel de destaque. Juntos, carros, ônibus e micro-
ônibus somaram, em 2013, 183.733 veículos utilizando combustíveis fósseis rodando na
cidade, o que, em relação aos indicadores apresentados, se traduz em utilização de recursos
naturais e poluição do ar.
Em relação ao uso de recursos naturais, nesse caso, uso de derivados do petróleo como
o diesel e a gasolina, um ônibus consome em média 1 litro de diesel para cada 2,3 km rodados
ao passo que um automóvel roda cerca de 9,4 km com o mesmo litro, conforme o quadro a
seguir:
Fonte: AYROZA (2011)
A relação km/l do carro é menor, mas há que se levar em consideração que o carro
carrega de uma forma geral, em Niterói, um ou dois passageiros por viagem ao passo que o
ônibus tem capacidade para carregar uma média de 100.
A partir disso, para ter uma ideia do consumo desses combustíveis no município, será
usado como amostra o trecho Unilasalle-Centro, passando pela praia de Icaraí (trecho muito
utilizado por alunos da universidade e também por moradores). Esse pequeno percurso,
quando realizado pela linha de ônibus 53, operada pela Viação Fortaleza, possui cerca de
5,6km de ida e 6,9 km de volta, totalizando 12,5 km, aproximadamente. Se percorrido por um
ônibus, com base no consumo de diesel da tabela apresentada, seriam necessários 5,4 litros de
diesel, se percorrido por um carro, precisaria de cerca de 1,3 litros de gasolina.
A princípio, o consumo parece pequeno, no entanto, se, hipoteticamente, toda a frota
de ônibus e micro-ônibus de Niterói fizesse esse mesmo percurso apenas uma vez, o consumo
de diesel aumentaria para 22.712 e os números são ainda mais alarmantes para os automóveis:
230.785 litros de gasolina.
É importante levar em consideração que nem todos os automóveis e ônibus rodam
todos os dias e nem fazem esse mesmo percurso. O número de veículos privados ou públicos
e suas rotas variam diariamente. Ainda assim, para um município relativamente pequeno
como Niterói o consumo de combustível é alarmante, ainda mais pelo fato de o número de
automóveis aumentar a cada dia.
Toda essa movimentação tem consequências, o engarrafamento na cidade é algo
constante e, é claro, ainda há a questão da poluição atmosférica. A queima de combustíveis
fósseis gera a concentração de gases poluentes no ar, alguns deles causadores do efeito estufa
e nocivos à saúde humana, como explícito no quadro abaixo:
Efeitos nocivos dos principais poluentes veiculares na atmosfera
Fonte: IPEA (2011).
Não é novidade que esses gases têm se acumulado sobre a cidade e o mais fácil de ser
notado é Ozônio (O3), porque ele é o responsável pela formação de uma “névoa” bem visível
de poluição (IPEA, 2011). Não há indicações de projetos oficiais que visem o controle ou o
monitoramento da poluição atmosférica em Niterói.
No estado do Rio de Janeiro, o órgão responsável pelo monitoramento da poluição
atmosférica é o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), que possui uma estação na cidade de
Niterói, mais precisamente no Estádio Caio Martins. O INEA disponibiliza um boletim diário
da qualidade do ar no site, porém só estão disponíveis os anos de 2012, 2013 e 2014 e ainda
sim com muitos dias em branco (INEA.RJ.GOV.BR).
A fim de ilustração, foram levantados os dados disponíveis no site dessa instituição
nos meses de junho a outubro de 2014, ou seja, o atual semestre letivo. O primeiro fator
observado é que o único gás monitorado, ou pelo menos divulgado pelo INEA em Niterói é o
O3, e, além disso, em 40 dos 153 dias levantados, a qualidade do ar não foi informada. A
qualidade do ar nesses meses foi considerada boa, com uma concentração média de O3 de
21,39. O mês com o pior registro foi outubro, quando em 9 dos 29 dias em que foram
disponibilizados dados, a qualidade do ar foi regular, com a concentração de O 3 variando
entre 56 e 91.
Uma vez que o INEA não mede a quantidade de CO2 em Niterói e levando em
consideração os dados do IPEA, disponíveis no quadro abaixo, pode-se calcular a quantidade
de CO2 que seria jogada na atmosfera caso toda a frota de ônibus, micro-ônibus e carros do
município fizessem o mesmo trecho UNILASALLE-Centro, de 12,5 km: seriam cerca de
5.385kg de CO2 por km despejados pelos ônibus e 33.730kg/km pelos automóveis, o que
daria um total de 67.287kg e 421.625kg de CO2 despejados pelos ônibus e pelos carros nos
12,5 km.
Em relação aos indicadores sociais, sem dados oficiais e abrangentes sobre a poluição
atmosférica, não é possível saber exatamente os danos que eles têm causados à saúde da
população niteroiense, nem mesmo se a população é exposta a esses poluentes da mesma
forma. Já o ruído e o tráfego são questões mais visíveis e igualmente incômodas para a
população. Dependendo do trecho a ser percorrido e do horário, pode-se levar entre 40
minutos a duas horas para se chegar ao destino final (mesmo que a distância seja
relativamente curta, como os 5,6 km só de ida entre o centro da cidade e a Unilasalle).
Quanto aos indicadores econômicos, a população de Niterói está nitidamente
insatisfeita com os valores cobrados pelo transporte público e por sua má qualidade, exemplo
disso, foram as manifestações de junho de 2013 que também ocorreram na cidade
(GLOBO.COM).
CONCLUSÃO
Apesar de apresentar alternativas positivas para alguns dos problemas de transporte,
Niterói ainda se mostra em um estágio bastante inicial, principalmente se comparada a
Amsterdã, uma das cidades mais preocupadas com a questão da mobilidade urbana e questões
ambientais de forma geral. A cidade Holandesa é uma das mais referenciadas quando se trata
do assunto e se mantém ativa em buscar sempre iniciativas novas para melhorar as questões
estudadas. Além das iniciativas, apresenta indicadores importantes, fácil acesso às
informações e diversos métodos de incentivo ao apoio popular.
A multinacional Marcopolo também apresenta um nível de desenvolvimento de
políticas ambientais, conforme apresentado na sua sessão, ainda que também sejam
incipientes. Mesmo sendo necessário implementar meios alternativos aos ônibus - não só pela
questão de poluição ambiental, mas também pela questão da mobilidade urbana - atualmente
não é possível descartar completamente o uso de ônibus como um importante meio de
transporte coletivo. Desta forma, a modernização e adequação das frotas, de certa forma
propostas e aplicadas pela Marcopolo, é um processo de extrema importância e alto impacto
para a mobilidade urbana.
O caso de Niterói apresenta uma boa oportunidade de estudo, já que se encontra no
caminho da ampliação de suas iniciativas de mobilidade urbana e transporte (como também
de meio ambiente), ainda que seja em seus primeiros estágios. Conforme apresentado ao
longo deste estudo, encontramos grande dificuldade em analisar dados de Niterói e da
Marcopolo sobre seus indicadores. Esta dificuldade se deu pela falta de acesso a esses dados,
que ou não estavam disponíveis ou não se encontravam abertos ao público.
Existe ainda muito espaço para melhorias em Amsterdã, o que apresenta uma
possibilidade exponencialmente maior tanto para a empresa Marcopolo e ainda maior para a
cidade de Niterói. Ainda não é possível sentir, em Niterói, os efeitos das iniciativas
apresentadas; muito incipientes, estas medidas devem ser aprofundadas e ampliadas, tanto no
âmbito ambiental - diminuindo a poluição - quanto no âmbito do transporte - melhorando a
qualidade de vida das pessoas ao proporcionar meios de transporte mais adequados. A
Marcopolo, inserida neste contexto - além do contexto nacional e internacional -, também
enfrenta problemas em se fazer sentir os impactos de suas melhorias. Em seu estágio de
desenvolvimento, tanto a cidade quanto a empresa possuem poucas iniciativas, o que
minimiza ainda mais os benefícios das mudanças positivas.
Ainda que as críticas se façam necessárias, é também necessário olhar para o lado
positivo dos casos estudados. Se abordados de forma geral, os três exemplos abordados
apresentam melhorias com relação a seu passado, além de manter em seu futuro o objetivo de
aprimoramento da situação. Amsterdã pode ser vista tanto como um exemplo a ser alcançado
por Niterói, como um exemplo de cooperação entre a cidade e as empresas que nela atuam.
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