O Encontro - A Luz no Caminho · O Encontro Ao abrir nossos olhos, a cada dia, começamos nossa...

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O Encontro Ao abrir nossos olhos, a cada dia, começamos nossa busca da plena realização, planejando a solução de nossos problemas pessoais e profissionais. Esse é o homem comum, o perfil que se encaixa em cada um de nós, ao vincular o êxito de cada situação à intervenção da nossa vontade, de nossos de- sejos e de nosso real empenho. Sabemos, entretanto, que, nem sempre os fatos se desen- rolam em linha com nosso dire- cionamento e envolvimento, mas mesmo assim, procuramos fazer o melhor, homens de bem que somos. Se a cada passo, porém, es- tivermos conscientes de que não somos os fazedores da ação e mantivermos a unidade com o SER, ou seja, abandonando nos- so ego e nossa mente, vamos aprendendo que milagres acon- tecem e que nós mesmos somos responsáveis por eles. A força da realização faz parte integrante do SER e não da nos- sa mente ou do nosso ego. Por- tanto, se estivermos conscientes disso, poderemos repetir o dito popular da maneira que melhor define essa premissa: “Diga-me com quem andas que direi do que és capaz”. Já repararam que os Mestres não assumem a autoria de suas realizações? O próprio Cristo dizia Milagres existem, mas dependem de nós Novembro de 2010 A Luz no Caminho - Associação Espiritualista - Distribuição gratuita Agenda Editorial Karthikai No Ashram de Bhagavan, as festividades de Kartikai tem início no dia 12 de novembro. E nunca é demais falarmos sobre isso, pois assim nos diz a canção: Rastros de luz que incendeiam a manhã. / Não há mais porque se temer caminhar / O monte se estende em minha direção / Sou pedra daquele lugar. E o que seria Kartikai? É uma festa móvel, que dura dez dias. Comemora a aparição do senhor Shiva sob a forma de uma coluna de luz. Após os dez dias de come- moração, durante os quais a cân- fora é queimada constantemente, os sacerdotes, seguidos por in- contável quantidade de devotos, sobem ao cume do monte Aru- nachala onde um grande reci- piente de cobre, cheio com ghee (manteiga clarificada) e peças de roupas foram colocadas. Então o fogo é aceso; sendo que a cha- ma pode ser vista a uma distân- cia de muitas milhas. Neste momento o mantra Arunachala Shiva é entoado com muita devoção. Fogo no cume – Arunachala / Direção – pedra de Arunachala / Silêncio sobre Arunachala / Can- ção de incendiar os véus! “...os milagres não sou eu que os faço, mas o Pai que está em mim...” Já notaram que o silêncio de Bhagavan transmuda tudo e nos leva às realizações mais perfeitas de nossa vida? Ramana jamais assumiu qualquer milagre, em- bora sua presença até hoje nos faça vivenciar os mais lindos e sagrados momentos. É imprescindível que mante- nhamos a unidade com o SER, com o Mestre, com o Cristo, com Deus, com a grande e inesgotá- vel Força que a tudo trespassa para que nos tornemos agentes dessa fonte de realizações e de esperança. Essa é a nossa tarefa, nos- so exercício para aprendermos a “fazer milagres”. Queridos irmãos, queremos compartilhar com vocês nossa grande alegria de poder levar às suas mãos nosso novo Jornalzi- nho, mais atualizado, com um novo formato, levando até você os ensinamentos de Ramana, fru- to da entrega e do amor de muitos devotos. Testemunha do grande amor de Bhagavan Sri Ramana Mahar- shi, nosso jornalzinho é mais um grande milagre de nossas vidas e que certamente será o veículo do aprendizado de muitos e de inúmeras bênçãos. Por Nelson Lara, presidente de A Luz no Caminho - Associação Espiritualista Por Vera Carolina de Melo Bhagavan Sri Ramana Maharshi

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O Encontro

Ao abrir nossos olhos, a cada dia, começamos nossa busca da plena realização, planejando a solução de nossos problemas pessoais e profissionais.

Esse é o homem comum, o perfil que se encaixa em cada um de nós, ao vincular o êxito de cada situação à intervenção da nossa vontade, de nossos de-sejos e de nosso real empenho.

Sabemos, entretanto, que, nem sempre os fatos se desen-rolam em linha com nosso dire-cionamento e envolvimento, mas mesmo assim, procuramos fazer o melhor, homens de bem que somos.

Se a cada passo, porém, es-tivermos conscientes de que não somos os fazedores da ação e mantivermos a unidade com o SER, ou seja, abandonando nos-so ego e nossa mente, vamos aprendendo que milagres acon-tecem e que nós mesmos somos responsáveis por eles.

A força da realização faz parte integrante do SER e não da nos-sa mente ou do nosso ego. Por-tanto, se estivermos conscientes disso, poderemos repetir o dito popular da maneira que melhor define essa premissa: “Diga-me com quem andas que direi do que és capaz”.

Já repararam que os Mestres não assumem a autoria de suas realizações? O próprio Cristo dizia

Milagres existem, mas dependem de nós

Novembro de 2010 A Luz no Caminho - Associação Espiritualista - Distribuição gratuita

Agenda Editorial

KarthikaiNo Ashram de Bhagavan, as

festividades de Kartikai tem início no dia 12 de novembro.

E nunca é demais falarmos sobre isso, pois assim nos diz a canção:

Rastros de luz que incendeiam a manhã. / Não há mais porque se temer caminhar / O monte se estende em minha direção / Sou pedra daquele lugar.

E o que seria Kartikai?

É uma festa móvel, que dura dez dias. Comemora a aparição do senhor Shiva sob a forma de uma coluna de luz.

Após os dez dias de come-moração, durante os quais a cân-fora é queimada constantemente, os sacerdotes, seguidos por in-contável quantidade de devotos, sobem ao cume do monte Aru-nachala onde um grande reci-piente de cobre, cheio com ghee (manteiga clarificada) e peças de roupas foram colocadas. Então o fogo é aceso; sendo que a cha-ma pode ser vista a uma distân-cia de muitas milhas.

Neste momento o mantra Arunachala Shiva é entoado com muita devoção.

Fogo no cume – Arunachala / Direção – pedra de Arunachala / Silêncio sobre Arunachala / Can-ção de incendiar os véus!

“...os milagres não sou eu que os faço, mas o Pai que está em mim...”

Já notaram que o silêncio de Bhagavan transmuda tudo e nos leva às realizações mais perfeitas de nossa vida? Ramana jamais assumiu qualquer milagre, em-bora sua presença até hoje nos faça vivenciar os mais lindos e sagrados momentos.

É imprescindível que mante-nhamos a unidade com o SER, com o Mestre, com o Cristo, com Deus, com a grande e inesgotá-vel Força que a tudo trespassa para que nos tornemos agentes dessa fonte de realizações e de esperança.

Essa é a nossa tarefa, nos-so exercício para aprendermos a “fazer milagres”.

Queridos irmãos, queremos compartilhar com vocês nossa grande alegria de poder levar às suas mãos nosso novo Jornalzi-nho, mais atualizado, com um novo formato, levando até você os ensinamentos de Ramana, fru-to da entrega e do amor de muitos devotos.

Testemunha do grande amor de Bhagavan Sri Ramana Mahar-shi, nosso jornalzinho é mais um grande milagre de nossas vidas e que certamente será o veículo do aprendizado de muitos e de inúmeras bênçãos.

Por Nelson Lara, presidente de A Luz no Caminho - Associação EspiritualistaPor Vera Carolina de Melo

Bhagavan Sri Ramana Maharshi

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O Encontro novembro, 2010

O MahabharataCírculo de Estudos

O Mahabharata, um dos mais antigos poemas épicos da Índia, é a história de duas famílias reais inimigas, ambas descendentes do grande Rei Bharata, da Dinastia Lu-nar da Índia, as quais disputavam entre si o trono. Essa disputa ori-ginou a famosa batalha que deu nome a esta obra. Mahabharata significa, em tradução livre, “Histó-ria dos Grandes Descendentes de Bharata”. Este poema, que inclui como um de seus principais episó-dios a Bhagavad Gita, bem como um esboço do também famoso poema “O Ramayana”, é provavel-mente o mais extenso do mundo, com 220.000 versos divididos em 18 livros ou “parvas”.

A obra discute as três metas da vida humana (tri-varga): kama, ou

desfrute sensorial; artha, ou desen-volvimento econômico; e dharma, a religiosidade mundana que se re-sume em códigos de conduta mo-ral e rituais obrigatórios para quem deseja o desfrute sensorial e o desenvolvimento econômico. Além dessas metas, o Mahabharata trata de moksha, a liberação do ciclo de tri-varga, e a saída do samsara, ciclo de nascimentos e mortes. Em outras palavras, é uma obra que visa o conhecimento da natureza do “Eu” e a sua relação eterna com toda a criação e aquilo que a transcende.

O Mahabharata estabelece os métodos de desenvolvimento espi-ritual conhecidos como karma, jna-na e bhakti, firmemente adotados pelo hinduísmo moderno. A obra,

assim com todos os demais textos sagrados hindus, possui um aspecto externo mitológico. Mas o sentido, de certa forma oculto, versa so-bre o objetivo mais importande da existência, moksha, e as atividades da alma liberada no seu relacio-namento com a dualidade desta criação e a harmonia não-dual do Absoluto.

Próxima palestra

Tema: A definir

Palestrante: Nelson Lara

Data: 27 de novembro, às 19h

Mantras (Man - pensar; Tra - instrumento) são palavras, frases ou versos sagrados retirados das escrituras védicas. O idioma sâns-crito tem a capacidade de, por sua estrutura fonética, criar vibrações e mobilizar energias. São geralmente compostos do nome de Deus em algum dos seus inúmeros aspec-tos.

O Maha Mantra (O Grande Man-tra), Pai de todos os mantras, é o sagrado mantra OM. OM é con-siderado a essência dos Vedas, o corpo sonoro de Deus, o Verbo, a síntese de todos os mantras. Sua entoação séria e respeitosa coloca-

Mantras: cânticos devocionais

nos em sintonia com Deus, e para tal, devemos manter uma postura ereta, os olhos fechados, respiração tranquila, mente serena. Inspiramos, e expirando emitimos o mantra...

O mantra deve ser entoado com respeito e com o intuito de desper-tar a consciência para Deus. Cada mantra tem sua energia e muitos são utilizados para propósitos es-pecíficos. Portanto, devemos dire-cionar consciente e amorosamente as nossas práticas de canto devo-cional.

Fonte: Música Devocional - Do oriente e do

ocidente, de Dharmendra.

OM NAMAH SHIVAYA

OM NAMAH SHIVAYA

OM NAMAH SHIVAYA

OM NAMAH SHIVAYA

OM NAMAH SHIVAYA

OM NAMAH SHIVAYA

OM NAMAH SHIVAYA

OM NAMAH SHIVAYA

(Eu saúdo Shiva!)

Símbolos

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O Encontronovembro, 2010

03Filosofia

Todos os caminhos são igualmente bonsTrechos do livro ‘Dia a Dia com

Bhagavan’, de A. Devaraja Muda-liar.

2-11-45

Manhã

Dilip Kumar Roy leu outro po-ema composto por ele sobre Bha-gavan. Em seguida, cantou algumas canções e, então, perguntou a Bha-gavan, “Qual é a melhor maneira de destruir o ego?”

Bhagavan: Para cada pessoa, o melhor caminho é aquele que pa-rece mais fácil ou de mais apelo. Todos os caminhos são igualmente bons, uma vez que conduzem ao mesmo objetivo, que é o desapa-recimento do ego no Ser. O que o bhakta (devoto) chama de rendição, o homem que faz vichara chama de jnana (conhecimento). Ambos estão apenas tentando levar o ego de volta para a fonte da qual bro-tou e fazê-lo imergir nela.

Roy: Mas qual é a melhor ma-neira para mim? Bhagavan deve saber.

Bhagavan não respondeu. [Bha-gavan deixa que cada devoto des-cubra qual sadhana (caminho) pare-ce ser mais fácil para ele].

Tarde

Sr. Roy novamente cantou algu-mas canções e, no final, perguntou a Bhagavan, “A música também aju-da a desenvolver bhakti, não é?”

Bhagavan: Sim. Sim.

Quando Sr. Roy estava indo em-bora, perguntou a Bhagavan se o bhakti marga (caminho da devoção)

poderia ser seguido com proveito e se ele levaria ao jnana.

Bhagavan: Sim. Sim. Bhakti é jna-na mata, ou seja, a mãe do jnana.

8-11-45

Manhã

Quando (em 2-11-45) Sr. Roy perguntou a Bhagavan a melhor maneira de destruir o ego, este disse: “Pedir à mente para matar a mente é o mesmo que fazer do ladrão o policial. Ele vai com você e finge pegar o ladrão, mas nada será obtido. Portanto, você deve se voltar para dentro e ver de onde a mente surge e então ela deixará de existir”.

Em referência a esta resposta, o Sr. Thambi Thorai de Jaffna (que tem vivido em Palakothu há mais de um ano) me perguntou se, ao

pedir à mente que retorne para dentro e procure sua fonte, não a estaria empregando.

Então, eu expus essa dúvida a Bhagavan e ele disse: “Claro que estamos empregando a mente. É bem sabido e aceito que somente com a ajuda da mente ela será destruída. Mas, em vez de dizer que existe uma mente e eu quero destruí-la, você começa a procurar a fonte da mente e descobrirá que ela não existe. A mente, voltada para o exterior, resulta em pen-samentos e objetos. Voltada para dentro, ela se torna o Ser. Tal mente é, às vezes, chamada manas arupa ou manas suddha”.

Hoje, a porta ao sul do assento de Bhagavan foi fechada e uma janela foi construída em seu lugar; e a janela do meio da parede ao norte foi substituída pela porta re-movida da parede ao sul. Passando por essa porta, Bhagavan não pre-cisa subir todos os degraus.

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O Encontro novembro, 2010

Associação Espiritualista A Luz no Caminho | Rua Maxwell, 145 - Vila Isabel - Rio de Janeiro, RJ - CEP 20541-100 | (21) 2208 5196 | Horário de funcionamento (inclusive dias santos e feriados): segundas e quartas, das 14h30 às 20h30 - terças e quintas, das 14h30 às 21h00 - sábados, das 14h00 às 20h00 | Mais informações no site: www.aluznocaminho.org.br | Site da Casa de Ramana: www.casaderamana.org.br | Notícias da Casa: www.casaderamana.blogspot.com

RAZB A

Bazar deNatal

28 e 29/11das 15h às 19h

Casa de RamanaRua Juiz de Fora, 55 - Grajaú

Renda em benefício da obra social Casa de Ramana.

Doações em dobro Presentes garantidos Bazar de Natal

Casa de Ramana

Excepcionalmente neste mês, a Casa de Ramana promoverá dois dias de distribuição de cestas bási-cas e atendimento médico e social a cerca de 30 idosos não asilados. As ações estão marcadas para os sábados, dias 13 e 27 de novem-bro, a partir das 10h, na sede da obra social, no Grajaú. Mais infor-mações sobre como ajudar podem ser obtidas pelos números 2238-0087 ou 2571-0816.

Os presentes entregues durante a Festa de Natal são garantidos graças aos padrinhos. Estes deve-rão entregar as doações de rou-pas, calçados e brinquedos novos até 13 de novembro, sábado, na sede da associação espiritualista A Luz no Caminho, em Vila Isabel. Os itens não precisam ser embru-lhados. Mais detalhes pelo telefone 2208-5196, às terças e quintas, a partir das 14h30.

O tradicional Bazar de Natal já tem data marcada. Ele acontecerá nos dias 28 e 29 de novembro, das 15h às 19h, na Casa de Ramana. Presentes de qualidade a valores acessíveis são a marca registra-da do evento e a melhor opção para agradar familiares e amigos neste Natal. Aquele que participar, também estará contribuindo para a manutenção e continuidade da obra social.