O emprego doméstico

download O emprego doméstico

of 52

Transcript of O emprego doméstico

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    1/52

    O Emprego Domstico: uma ocupaotipicamente feminina

    Departamento Intersindical de Estat stica

    e Estudos Socioeconmicos DIEESE

    Secretaria Internacional do Trabalho

    Brasil

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    2/52

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    3/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    3

    Esta publicao foi produzida no mbito do Projeto RLA/ 03/ M52/

    UKM Polticas de erradicacin de la pobreza, generacin de empleos

    y promocin de la igualdad de gnero dirigidas al sector informal en

    Amrica Latina, financiado pelo Department for International

    Development (DFID), do Governo Britnico.

    Organizao Internacional do Trabalho (OIT)Diretora do Escritrio da OIT no Brasil

    Las Abramo

    Programa de Fortalecimento Institucional para a Igualdade deGnero e Raa,Erradicao da Pobreza e Gerao de Emprego (GRPE)

    Coordenadora Nacional do GRPESolange Sanches

    Oficial de ProjetoMarcia Vasconcelos

    Oficial de ProjetoQuenes Gonzaga

    Assistente de ProjetoAndra Snchez

    Projeto de Desenvolvimento de uma Poltica Nacionalpara Eliminar a Discriminao no Emprego e na Ocupao e

    Promover a Igualdade Racial no BrasilCoordenadora Nacional

    Ana Cludia FarranhaOficial de ProjetoQuenes Gonzaga

    Assistente de ProjetoRafaela Egg

    Coordenao Executiva do GRPESecretaria Especial de Polticas de Promoo da Igualdade Racial

    Ministra Matilde Ribeiro

    Secretaria Especial de Polticas para as MulheresMinistra Nilca Freire

    Ministrio do Trabalho e EmpregoMinistro Luiz Marinho

    Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate FomeMinistro Patrus Ananias

    EdioMarcia Vasconcelos e Rafaela Egg

    RevisoBia Abramo

    Projeto GrficoPQAS Comunicao

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    4/52

    4

    GRPE OIT

    A Organizao Internacional do Trabalho (OIT)

    A Organizao Internacional do Trabalho foi fundada em 1919, com o objetivode promover a justia social e, assim, contr ibuir para a paz universal e permanente.A OIT tem um a estrutu ra tr ipartite nica entre as Agncias do Sistema das NaesUnidas, na qual os representantes de empregadores e de trabalhadores tm a mesmavoz que os representantes de governos.

    Ao longo dos anos, a OIT tem lanado, para adoo de seus Estados-membros,convenes e recomendaes internacionais do trabalho. Essas normas versamsobre liberdade de associao, emprego, poltica social, condies de trabalho,previdncia social, relaes industriais e admin istrao do trabalho, entre out ras.A OIT desenvolve projetos de cooperao tcnica e presta servios de assessoria,capacitao e assistncia tcnica aos seus Estados-membros.

    A estrutura da OIT compreende: Conferncia Internacional do Trabalho,Conselho de Administrao e Secretaria Internacional do Trabalho. A Conferncia um frum mundial que se rene anualmente para discutir questes sociais etrabalhistas, adotar e rever normas internacionais do trabalho e estabelecer aspolticas gerais da Organizao. composta por representan tes de governos e deorganizaes de empregadores e de trabalhadores dos 178(*) Estados-membros daOIT. Esses trs constituintes esto tambm representados no Conselho deAdministrao, rgo execut ivo da OIT, que decide sobre as polticas da OIT. ASecretaria Internacional do Trabalho o rgo permanente que, sob o comandodo Diretor-Geral, constituda por diversos departamentos, setores e por extensarede de escritrios instalados em m ais de 40 pases, mantm contato com governose representaes de empregadores e de trabalhador es e marca a presena da OITem todo o mundo do trabalho.

    Publicaes da OIT

    A Secretaria Internacional do Trabalho tambm in stncia de pesquisa e editorada OIT. Seu Departamento de Publicaes produz e distribui material sobre asprincipais tendncias sociais e econmicas. Publica estudos sobre polticas equestes que afetam o trabalho no mundo, obras de referncia, guias tcnicos,livros de pesquisa e monografias, repertrios de recomendaes prticas sobrediversos temas (por exemplo, segurana e sade no trabalho), e manuais detreinamento para trabalhadores. tambm editora da Revista Internacional doTrabalho em ingls, francs e espanhol, que publica resultados de pesquisasoriginais, perspectivas sobre novos temas e resenhas de livros.

    O Escritrio da OIT no Brasil edita seus prprios livros e out ras publicaes, bemcomo traduz para o portugus algumas publicaes da Secretaria Internacional

    do Trabalho.

    As publicaes da OIT podem ser obtidas no Escritrio da OIT no Brasil: Setorde Embaixadas Nor te, lote 35, Braslia - DF, 70800-400, tel (61) 2106-4600, ou nasede da Secretaria Internacional do Trabalho: CH-1211, Genebra 22, Sua.Catlogos e listas de novas publicaes esto disponveis nos endereos acima oupor e-mail: [email protected]

    Visite nossa pgina na Internet: www.oitbrasil.org.br

    (*) Atualizado em maro de 2006.

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    5/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    5

    ndice

    Prlogo

    Apresentao

    Introduo

    I. O Emprego Domstico

    II. O Emprego Domstico: Uma Alternativa OcupacionalFeminina

    III. Caractersticas da Contratao das TrabalhadorasDomsticas

    IV. Condies de Trabalho e Perfis das Empregadas DomsticasMensalistas com e sem Carteira de Trabalho Assinada4.1 Condies de trabalho

    4.2 Caractersticas pessoais das trabalhadoras Mensalistas

    V. Condies de Trabalho e Perfil das TrabalhadorasDomsticas Diaristas5.1 Condies de trabalho

    5.2 Caractersticas pessoais das trabalhadoras Diaristas

    VI. Condies de Trabalho e Perfis das Empregadas DomsticasNegras e No-Negras6.1 Condies de trabalho

    6.2 Caractersticas pessoais das trabalhadoras negras e

    no-negras

    VII. Sntese dos Principais ResultadosVIII. Referncias Bibliogrficas

    7

    9

    11

    15

    19

    23

    2727

    32

    3737

    41

    4444

    46

    4951

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    6/52

    6

    GRPE OIT

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    7/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    7

    Ao longo da ltima dcada, o debate sobre os temas da igualdade de

    gnero e raa, da superao da pobreza e da gerao de emprego e trabalhodecente tm adquirido grande destaque nas agendas de organizaes

    governamentais, de trabalhadores, de empregadores, organizaes no-

    governamentais e de organismos internacionais, evidenciando em diversos

    mbitos a necessidade e o desafio de estabelecer um novo acordo entre

    prioridades econmicas e sociais.

    Para a Organizao Internacional do Trabalho (OIT), o trabalho a

    via fundamental para a superao da pobreza e da excluso social. E no

    qualquer trabalho, mas sim um Trabalho Decente, entendido como uma

    ocupao produtiva adequadamente remunerada, exercida em condiesde liberdade, eqidade, segurana e que seja capaz de garantir uma vida digna.

    Nos ltimos anos, tem se fortalecido a compreenso de que a pobreza

    e a excluso social possuem diferentes dimenses e que se tornam mais

    dramticas quando considerados os padres de desigualdade presentes em

    cada sociedade. Ao mesmo tempo, aumenta o reconhecimento de que as

    condies e causas da pobreza so diferentes para mulheres e homens, negros

    e brancos e que as dimenses de gnero e raa so fatores que determinam,

    em grande parte, as possibilidades de acesso ao emprego, assim como as

    condies em que ele exercido.

    A Declarao dos Direitos e Princpios Fundamentais no Trabalho

    e a Agenda do Trabalho Decente da OIT tm, na promoo da igualdade

    Prlogo

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    8/52

    8

    GRPE OIT

    de oportunidades e na eliminao de todas as formas de discriminao,

    alguns de seus elementos centrais. Visando contribuir para a consolidao

    desses princpios, a OIT desenvolve mundialmente o Programa de

    Fortalecimento Institucional para a Igualdade de Gnero, Erradicao da

    Pobreza e Gerao de Emprego GPE. Na Amrica Latina, o Programa

    GPE implementado em nove pases: Argentina, Bolvia, Equador, Chile,Honduras, Nicargua, Paraguai, Peru e Uruguai.

    No Brasil, o Programa foi ampliado para incorporar tambm a

    dimenso racial, devido importncia desse fator na determinao da

    situao de pobreza e na definio dos padres de emprego e desigualdade

    social no pas, passando a denominar-se Programa de Fortalecimento Institucional

    para a Igualdade de Gnero e Raa, Erradicao da Pobreza e Gerao de Emprego

    (GRPE). O Programa GRPE desenvolvido em estreita colaborao com o

    Projeto Desenvolvimento de uma poltica nacional para a eliminao da discriminao

    no emprego e na ocupao e promoo da igualdade racial no Brasil (Projeto

    Igualdade Racial).

    As atividades do Programa GRPE e do Projeto Igualdade Racial so

    desenvolvidas a partir da concepo de que as desigualdades de gnero e

    raa so eixos estruturantes das desigualdades e dos padres de excluso

    social no Brasil. Levam em conta, ainda, que a desigualdade e a discriminao

    de gnero e raa no so fenmenos que esto relacionados a grupos

    especficos da sociedade, mas maioria da populao. O esforo pela

    eliminao das desigualdades sociais no Brasil passa necessariamente pelo

    enfrentamento das desigualdades e discriminaes de gnero e raa.

    A Srie Cadernos GRPEse insere no conjunto de atividades e aesdesenvolvidas no mbito do Programa GRPE e do Projeto Igualdade Racial

    e tem como principal objetivo contribuir para a ampliao da base de

    conhecimento sobre a articulao entre gnero, raa, pobreza e emprego.

    Busca estimular o debate sobre temas fundamentais na abordagem das

    questes referentes ao emprego e pobreza como a negociao coletiva, a

    informalidade, o trabalho domstico, o trabalho a domiclio, as dimenses

    e caractersticas da pobreza no pas sempre articulados com as dimenses

    de gnero e raa. Dessa forma, esta Sriepretende contribuir para fomentar

    iniciativas criativas e inovadoras e, principalmente, para consolidar efortalecer tanto as estratgias sindicais e empresariais como as polticas

    pblicas capazes de promover, a um s tempo, a erradicao da pobreza, a

    gerao de emprego e trabalho decente e a igualdade de gnero e raa no

    Brasil.

    Las Abramo

    Diretora do Escritrio da OIT no Brasil

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    9/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    9

    Apresentao

    A promoo da igualdade de oportunidades e a eliminao de todas

    as formas de discriminao so alguns dos elementos fundamentais daDeclarao dos Direitos e Princpios Fundamentais no Trabalho e da Agenda

    de Trabalho Decente da OIT. Uma condio para que o crescimento

    econmico se traduza em menos pobreza e maior bem-estar e justia social

    melhorar a situao relativa de mulheres, negros e outros grupos

    discriminados da sociedade e aumentar a sua possibilidade de acesso a

    empregos capazes de garantir uma vida digna.

    Considerando esta realidade, em 2003 a OIT passou a desenvolver

    no Brasil o Programa de Fortalecimento Institucional para a Igualdade de

    Gnero e Raa, Erradicao da Pobreza e Gerao de Emprego (GRPE),que tem como principal objetivo apoiar a incorporao das dimenses de

    gnero e raa nas polticas e programas de combate pobreza e excluso

    social e de gerao de emprego e renda. Com isso, pretende contribuir para

    aumentar as oportunidades de mulheres e negros de se inserirem no mercado

    de trabalho e melhorar a qualidade de seus empregos e atividades produtivas,

    com o objetivo de reduzir a incidncia da pobreza, diminuir as desigualdades

    sociais, de gnero e raa, assim como os deficits de trabalho decente

    atualmente existentes no pas.

    A Srie Cadernos GRPE faz parte do conjunto de aes do Programa

    GRPE no Brasil, e se insere em sua estratgia de apoiar o desenvolvimento

    da base de conhecimento sobre as relaes existentes entre a pobreza, o

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    10/52

    10

    GRPE OIT

    acesso ao emprego e as condies em que este se exerce e as dimenses de

    gnero e raa.

    O Programa GRPE, ao longo de seu desenvolvimento no Brasil,

    vem apoiando aes especficas na rea do trabalho informal e do trabalho

    domstico. A equipe tcnica do Programa tem participado ativamente da

    Concertao Social sobre o Trabalho Domstico, uma iniciativa do Ministriodo Trabalho e Emprego (MTE), por meio do Departamento de Qualificao.

    Essa iniciativa vem sendo desenvolvida em estreito dilogo com a Secretaria

    Especial de Polticas de Promoo da Igualdade Racial (SEPPIR), a Secretaria

    Especial de Polticas para as Mulheres e a Federao Nacional das

    Trabalhadoras Domsticas (FENATRAD). Seu principal objetivo elaborar

    e implementar o Plano Setorial de Qualificao Trabalho Domstico

    Cidado, lanado em 8 de novembro de 2005. O Plano almeja implementar

    um conjunto de aes integradas de qualificao social e profissional,

    incluindo a elevao da escolaridade, o fortalecimento da representao

    sindical e a ampliao da proteo social das trabalhadoras domsticas.

    A partir desse contexto e necessidades, neste terceiro nmero so

    apresentados os resultados de um estudo sobre trabalho domstico, realizado

    a partir da parceria entre a OIT e o Departamento Intersindical de Estatstica

    e Estudos Scioeconmicos (DIEESE). Esse estudo representa mais um

    esforo de reunir informaes relevantes sobre a igualdade de gnero e raa

    no mundo do trabalho no Brasil. Tendo como foco um grupo importante

    de mulheres trabalhadoras negras em sua maioria revela sua situao de

    acentuada desvantagem em alguns dos principais indicadores do mercado

    de trabalho, tanto no que se refere aos direitos trabalhistas, aos nveis derendimento e cobertura da prividncia social.

    O estudo est dividido em quatro captulos. O primeiro traa um

    perfil dos trabalhadores ocupados segundo sexo e cor/ raa. O captulo 2

    dedica-se a apresentar as principais caractersticas do emprego domstico

    segundo a forma de sua contratao com carteira e sem carteira assinada.

    O captulo 3 est focado na apresentao das principais caractersticas das

    empregadas domsticas que trabalham como diaristas. O captulo 4 volta-se

    para os indicadores levantados pela pesquisa para as empregadas domsticas

    segundo o atributo de cor/ raa.Agradecemos ao DIEESE e a toda equipe do Escritrio da OIT no

    Brasil que colaborou para tornar possvel a concretizao desse trabalho

    Ana Cludia Farranha, Marcia Vasconcelos, Andra Sanchez, Rafaela Egg,

    Quenes Gonzaga e Joslia Oliveira e a todos os parceiros governamentais,

    das organizaes sindicais e empresariais que vm apoiando as iniciativas

    do Programa GRPE no Brasil.

    Solange Sanches

    Coordenadora Nacional

    Programa de Fortalecimento Institucional para a Igualdade de Gnero

    e Raa, Erradicao da Pobreza e Gerao de Emprego

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    11/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    11

    A categoria trabalho domstico, neste texto, deve ser entendida

    como sinn imo de emprego domstico, aquele realizado por uma/ umtrabalhadora/ or no mbito de um domiclio que no seja o de sua

    unidade familiar. Esta/ e trabalhadora/ trabalhador se responsabiliza

    pelos chamados afazeres domsticos, cujas atividades correspondem

    geralmente guarda e aos cuidados pessoais de crianas, limpeza dos

    domiclios, cuidados com as roupas familiares, preparo de alimentos,

    entre outras.

    Do ponto de vista contratual, o emprego domstico se caracteriza

    pela interao entre um comprador e um vendedor de fora de trabalho,

    para a realizao de servios, por meio de uma relao mercantil, atravsde contrataes formalizadas ou no formalizadas.

    Dessas caractersticas do emprego domstico resultam processos

    de trabalho que apresentam pouca conformidade quanto durao e

    composio da jornada, ao ritmo e in tensidade do trabalho, s formas

    de pagamento, ao padro das relaes de trabalho mediado por relaes

    interpessoais, aos tipos de atividades a serem desempenhadas, entre

    outras. Alm dessas caractersticas, evidenciam-se outras, decorrentes

    de tipos de contratao como diaristas e mensalistas.

    No Brasil, o intenso processo migratrio do campo para as

    cidades, e dessas para as metrpoles, ocorrido especialmente a partir

    dos anos 50, resultou numa grande oferta de fora de trabalho

    Introduo

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    12/52

    12

    GRPE OIT

    masculina e feminina nos centros urbanos, sem que a economia gerasse

    postos de trabalhos de qualidade em quantidade suficiente para fazer

    frente a esse movimento. Na fase de crescimento econmico (at os anos

    60), verificou-se uma relativa incorporao da fora de trabalho, que

    resultou na ampliao do segmento de renda mdia. Observou-se ao

    mesmo tempo um forte processo de concentrao e desigualdade derenda, o que possibilitou a ampliao do mercado de trabalho do

    emprego domstico nesse perodo.

    Nas dcadas seguintes, especialmente na de 90, observam-se taxas

    de crescimento econmico inexpressivas. Os resultados foram a

    intensificao do desemprego e o aprofundamento da desigualdade

    distributiva.

    Frente a esse quadro macroeconmico restritivo, de desigualdade

    distributiva, de piora na oferta de empregos formais e de qualidade para

    o conjunto da populao, uma parte significativa da fora de trabalho

    encontra alternativas de sobrevivncia nos segmentos de servios, entre

    os quais o domstico, que desponta como alternativa s trabalhadoras

    cujas famlias tm baixo poder aquisitivo. Para compor a renda familiar,

    elas se lanam nesse segmento do mercado de trabalho. Em muitos casos,

    combinam uma dupla jornada: no seu prprio lar e no de outrem.

    Paralelamente a essas determinaes macroeconmicas, uma

    mudana ocorrida na prpria composio do mercado de trabalho vem

    reforar a importncia do emprego domstico na nossa sociedade.

    Especialmente nas dcadas de 70 e 80, ocorre uma entrada macia de

    mulheres no mercado de trabalho brasileiro. Ao sair de seus lares paradesempenhar funes profissionais, parte das mulheres deixou de poder

    realizar certas tarefas e afazeres domsticos, que na sociedade brasileira

    so consideradas como tipicamente femininas. Houve assim a

    necessidade de contratao de profissionais para a execuo desses

    servios.

    Segundo o Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE), empregado

    domstico aquele maior de 16 anos que presta servios de natureza

    contnua (freqente, constante) e de finalidade no-lucrativa pessoa

    ou famlia, no mbito residencial. Essa ocupao diferencia-se peloseu carter no-econmico de atividade, exercida no mbito residencial

    do empregador. Nesses termos, para o MTE integram a categoria os

    seguintes trabalhadores: cozinheiro, governanta, bab, lavadeira,

    faxineiro, vigia, motorista particular, jardineiro, acompanhante de

    idosos, entre outros. O caseiro tambm considerado empregado

    domstico quando o stio ou local onde exerce a atividade no tem

    finalidade lucrativa.

    A atividade, desenvolvida no mbito dos domiclios, tambm

    limita as relaes com outros membros de sua categoria profissional. A

    relao com o empregador fortemente interpessoal e familiar, o que

    descaracteriza profissionalmente a ocupao. Alm disso, trata-se de um

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    13/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    13

    emprego de baixa sindicalizao e de acesso limitado aos direitos

    trabalhistas plenos, mesmo para quem tem carteira de trabalho assinada,

    com recolhimento opcional do Fundo de Garantia por Tempo de Servio

    (FGTS), ou pagamento da multa rescisria1.

    No Brasil, em 2004, 6,5 milhes de pessoas identificaram-se como

    trabalhadores domsticos. Desses, 6 milhes eram mulheres, o quecorrespondeu a 93,3% do total de ocupados, conforme os dados da

    Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD). Apenas 25%

    dessas mulheres tinham carteira de trabalho assinada. As outras 75%

    declararam no possuir vnculo formal de trabalho.

    Os dados da PNAD indicaram tambm que 18% do total de

    mulheres ocupadas no Brasil desempenhavam o trabalho domstico.

    Nos mercados metropolitanos, segundo a Pesquisa de Emprego e

    Desemprego (PED), essa proporo se elevava para 20%, revelando a

    importncia dessa ocupao tanto para a dinmica das regies quanto

    para a insero feminina no mercado de trabalho.

    1 O funcionamento da atividade domstica como relao de trabalho no regulado pela Consolidao das Leis Trabalhistas (CLT), mas

    sim por uma legislao especfica, desde 1972. Os trabalhadores domsticos no tm direito ao Fundo de Garan tia por Tempo de Servios(FGTS), seguro-desemprego, estabilidade provisria no emprego (gestante), salrio-famlia, horas extras, adicional noturno, jornada detrabalho de 44 horas semanais e outras garantias trabalhistas.

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    14/52

    14

    GRPE OIT

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    15/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    15

    Na PED, classificam-se como empregados domsticos os indivduos

    que trabalham em casa de famlia, contratados para realizar serviosdomsticos, inclusive jardinagem, segurana, conduo de veculos. Tanto

    podem ser mensalistas, diaristas ou receber s em espcie ou em benefcios.

    O primeiro caso refere-se ao empregado que recebe salrio mensal; o segundo,

    pessoa que trabalha em casa de uma ou mais famlias recebendo

    remunerao por dia; o ltimo agrega o indivduo que realiza trabalhos

    domsticos em casa de uma famlia e tem como pagamento por seus servios

    apenas alimentao, alojamento, vestimenta ou outro tipo de remunerao

    em espcie ou benefcio.

    Ao examinar a posio dos ocupados no mercado de trabalho, aPED trata o emprego domstico como uma ocupao especfica,

    distinguindo-a da do assalariado tpico. Entende-se por assalariados quem

    tm vnculo empregatcio caracterizado pela legislao trabalhista vigente,

    com ou sem carteira de trabalho assinada. Sua jornada de trabalho prefixada

    pelo empregador e sua remunerao normalmente fixa. Por suas

    especificidades, o emprego domstico classificado como um caso particular

    de categoria de trabalho assalariado.

    No conjunto das regies metropolitanas investigado pela PED, as

    propores de trabalhadores domsticos na parcela da populao ocupada

    no apresentam grandes diferenas. Varia entre 9% e 10%. A menor proporo

    observada na regio metropolitana de Porto Alegre (6,9%) (tabela 1).

    I. O Emprego Domstico

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    16/52

    16

    GRPE OIT

    Nessas regies, a forma de insero ocupacional predominante o

    assalariamento, que, em geral, absorve em torno de 60% dos trabalhadores

    ocupados. Em seguida, aparece o trabalho autnomo, cuja proporo varia

    entre 14,7% (Distrito Federal) e 25,3% (Recife). O emprego domstico figura

    como uma das alternativas ocupacionais mais importantes nos espaos de

    trabalho metropolitanos.

    TABELA 1Distribuio dos ocupados por posio na ocupaoRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e Desemprego

    Elaborao: DIEESENota: 1) Empregador, trabalhador familiar e outras ocupaes

    Posio na ocupao Distrito Federal e regies metr opolitanas

    Belo Hor izon te Dist rit o Feder al Porto Alegr e Recife Salvador So Pau lo

    Ocupados 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

    Assalariados 63,0 67,8 65,3 57,9 60,3 62,3

    Autnomos 20,6 14,7 18,2 25,3 23,3 21,6

    Empregos Domsticos 9,3 10,1 6,9 8,8 9,9 8,8

    Outros1 7,1 7,4 9,6 8,1 6,5 7,4

    Segundo as informaes da pesquisa, nas regies analisadas, mais

    de 93% do total de empregados domsticos so mulheres. A menor presena

    foi detectada em Salvador e Recife (93,0% e 93,2% respectivamente) (tabela 2).

    TABELA 2Proporo dos ocupados e das ocupadas no emprego domsticosegundo sexoRegies metropolit anas e Dist rit o Federal 2004

    Fonte: Convnio DIEESE/SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa de Emprego

    e Desemprego

    Elaborao: DIEESE

    Nota: 1) A amostra no comporta desagregao para a categoria

    Regies metropolitanas e Dist rito Federal Est imat iva total(em mil pessoas) Total Homens Mulheres

    Belo Horizonte 177 100,0 4,4 95,6

    Distrito Federal 94 100,0 5,6 94,4

    Porto Alegre 100 100,0 (1) 96,6

    Recife 102 100,0 6,8 93,2

    Salvador 122 100,0 7,0 93,0

    So Paulo 703 100,0 4,8 95,2

    (em %)

    (em %)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    17/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    17

    Os rendimentos mdios dos empregados domsticos so os menores

    pagos no mercado de trabalho, quando comparados aos dos assalariados em

    geral e ao dos autnomos. Em Recife, Salvador e Belo Horizonte, o

    rendimento mdio percebido foi inferior ao salrio mnimo (R$ 300). Em

    So Paulo, regio onde o custo de vida mais alto, foi apurado o maior

    rendimento mdio: R$ 383,00. Em seguida vem Porto Alegre, com R$ 352,00, e o Distrito Federal, com R$ 321,00 (tabela 3).

    TABELA 3Rendimento mdio real dos ocupados por posio na ocupaoRegies metropolit anas e Dist rit o Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa de

    Emprego e DesempregoElaborao: DIEESE

    Nota: 1) Empregador, trabalhador familiar e outras ocupaes.Obs.: a) Exclusive os assalariados e os empregados domsticos assalariados que no tiveramremunerao no ms, os trabalhadores familiares sem remunerao salarial e os

    trabalhadores que ganharam exclusivamente em espcie ou benefcio;b) Inflatores utilizados: IPCA/ BH/ IPEAD; INPC-DF/ IBGE; IPC-IEPE/ RS; INPC-RMR/

    IBGE/ PE; IPC-SEI/ BA; ICV-DIEESE/ SP

    Posio na Ocupao Distrito Federal e regies metropolitanas

    Belo Horizonte Distrito Federal Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

    Ocupados 781 1.266 877 561 701 1.043

    Assalariados 822 1.452 901 643 803 1.108

    Autnomos 596 666 697 361 436 726

    Empregos Domsticos 291 321 352 228 222 383

    Outros1 2.078 2.353 1.579 1.303 1.863 2.962

    O salrio mnimo tende a ser uma referncia para a determinao

    da remunerao do trabalho domstico. Entre 1998 e 2004, sua trajetria

    diferenciou-se da apresentada pela renda mdia do conjunto dos ocupados,

    pois o salrio mnimo teve sucessivos aumentos reais. Nesse perodo, assistiu-

    se a uma expressiva reduo da renda mdia do trabalho dos ocupados, emtodas as regies. Para os trabalhadores domsticos, porm, essa reduo no

    se fez sentir com a mesma intensidade. Pelo contrrio, chegou mesmo a

    haver ligeiro crescimento real da renda mdia do emprego domstico em

    Salvador e em Belo Horizonte. Apenas em So Paulo, onde se encontram os

    maiores salrios da categoria, seu valor acompanhou a diminuio observada

    para a mdia dos ocupados (tabela 4).

    (em r eais de maio de 2005)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    18/52

    18

    GRPE OIT

    TABELA 4Rendimento mdio real dos ocupados e dos empregadosdomsticosRegies metropolit anas e Dist rit o Federal 1998 e 2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa de

    Emprego e DesempregoElaborao: DIEESEObs.: a) Exclusive os empregados domsticos assalariados que no tiveram remunerao no

    ms, os trabalhadores familiares sem remunerao salarial e os trabalhadores queganharam exclusivamente em espcie ou benefcio;

    b) Inflatores utilizados: IPCA/ BH/ IPEAD; INPC-DF/ IBGE; IPC-IEPE/ RS; INPC-RMR/IBGE/ PE; IPC-SEI/ BA; ICV-DIEESE/SP

    Total de ocu pados e em pregados dom sticos 1998 2004 Variao r elativa (2004/ 1998) (%)

    Belo HorizonteTotal de ocupados 925 776 -16,1

    Empregados domsticos 294 298 1,4

    Distrito Federal

    Total de ocupados 1.547 1.258 -18,7

    Empregados domsticos 347 319 -8,1

    Porto Alegre

    Total de ocupados 1.071 898 -16,2

    Empregados domsticos 398 359 -9,8

    RecifeTotal de ocupados 775 549 -29,2

    Empregados domsticos 232 227 -2,2

    Salvador

    Total de ocupados 851 709 -16,7

    Empregados domsticos 216 223 3,2

    So Paulo

    Total de ocupados 1.492 1.050 -29,6

    Empregados domsticos 543 380 -30,0

    (em reais de maio de 2005)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    19/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    19

    Uma vez que mais de 93% do total de empregados domsticos so

    mulheres, a anlise apresentada neste trabalho refere-se unicamente sempregadas domsticas. O contingente masculino, pouco presente neste

    segmento do mercado de trabalho, foi excludo.

    Em todas as regies analisadas, o emprego domstico caracteriza-se

    por ser tipicamente feminino. No conjunto das regies, cerca de um quinto

    das mulheres encontrava no emprego domstico uma alternativa de trabalho.

    A exceo ficava com Porto Alegre, onde a participao era de 15,4%. No

    caso das trabalhadoras negras, essa presena era maior. As taxas apresentam

    variaes de 22% a 32%, conforme a regio (grfico 1).

    Porto Alegre tem a menor taxa (15,4%) referente ao total de mulheresocupadas como empregadas domsticas. O Distrito Federal registra a maior

    porcentagem: 20,2%. No DF detectou-se ainda a maior renda mdia familiar.

    O mercado de trabalho local tambm absorve parcela expressiva do

    contingente feminino em postos de trabalho no setor pblico. Tudo isso faz

    com que exista maior demanda para o trabalho de domsticas. Em Porto

    Alegre, por sua vez, as taxas de desemprego so menores e os indicadores de

    mercado de trabalho mais favorveis. Com isso, o percentual de mulheres

    empregadas como domsticas menor, o que sugere a existncia de outros

    espaos para o trabalho feminino em outros setores da economia.

    II. O Emprego Domstico: Uma Alternat ivaOcupacional Feminina

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    20/52

    20

    GRPE OIT

    GRFICO 1Proporo das empregadas domsticas em relaoao total das mulheres ocupadas segundo corRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa de

    Emprego e DesempregoElaborao: DIEESE

    O emprego domstico tem sido uma alternativa de trabalho maior

    para as mulheres negras. Comparativamente, em todas as regies, a proporode mulheres negras ocupadas nessa atividade superou, em mdia, em 10

    pontos percentuais a de mulheres no-negras. Em Porto Alegre, 32,1% das

    negras da capital gacha eram domsticas no binio 2003-2004, enquanto

    o percentual de no-negras ficou em 13,3%. A diferena de 18,8 pontos

    percentuais. Salvador chama a ateno pelo fato de a taxa de participao

    da mulher negra no emprego domstico superar em trs vezes a da mulher

    branca (grfico 1).

    A maior parte das mulheres que trabalha como empregada domstica

    estava na faixa de 25 a 39 anos de idade em todas as regies analisadas. O

    percentual oscilou entre 35,8% (Porto Alegre) e 46,3% (Recife). Os nmeros

    revelam que a atividade inclui um contingente significativo de mulheres em

    idade de maior capacidade produtiva e no apenas as mais velhas ou que

    recentemente ingressaram no mercado de trabalho. Foi observada, ainda,

    uma proporo equivalente a 18,4% de mulheres com 40 a 49 anos no

    Distrito Federal, percentual que se elevou para 30,1% em Porto Alegre. Em

    todas as regies, mais de 63% das mulheres no emprego domstico tinham

    entre 25 e 49 anos. Na capital gacha, foi verificado o maior percentual de

    mulheres com 50 anos ou mais trabalhando na ocupao: 22,8%. A menor

    proporo de domsticas nessa faixa etria, 8,6%, foi observada no Distrito

    Federal (grfico 2).

    (em %)

    19,6

    24,7

    12,3

    20,2

    24,3

    12,3

    15,413,3

    19,1

    22,3

    11,6

    19,822,1

    6,2

    19,0

    29,5

    13,1

    32,1

    0,0

    5,0

    10,0

    15,0

    20,0

    25,0

    30,0

    35,0

    Mulheres Mulheres negras Mulheres no negras

    Belo Horizonte Distrito Federal Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    21/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    21

    GRFICO 2Distribuio das empregadas domsticas segundo faixa etriaRegies metropolit anas e Dist rit o Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa de

    Emprego e Desemprego(em reais de maio de 2005)Elaborao: DIEESEObs.: A amostra no permitiu desagregao para a categoria de 10 a 17 anos para PortoAlegre

    Cabe destacar que o emprego domstico serve de porta de entradaa muitas jovens para o mercado de trabalho. Em quase todas as regies, h

    crianas e adolescentes de 10 a 17 anos nessa tarefa. A proporo de crianas

    e adolescentes que trabalhavam como domsticas oscilou entre 2,7% e 3,9%

    nas regies pesquisadas. Alm disso, o emprego domstico abrigou mais de

    20% de jovens de 18 a 24 anos em Salvador e no Distrito Federal. Em Porto

    Alegre foi encontrado o menor percentual: 9,6%.

    Em sua maioria, as trabalhadoras que exercem atividades relacionadas

    ao emprego domstico tm baixa escolaridade. Mais de 75% tinham, no

    mximo, o ensino fundamental completo (at oito anos de estudo). A maior

    concentrao (mais da metade) tinha o nvel fundamental incompleto, fato

    observado em todas as regies. Distrito Federal (24,2%) e Salvador (22,7%)

    destacam-se entre as regies onde foram encontradas empregadas domsticas

    com escolaridade mais elevada e com os maiores percentuais de trabalhadoras

    com instruo superior ao fundamental completo (grfico 3). A anlise do

    nvel de escolaridade das trabalhadoras domsticas revelou que essa atividade

    era a principal fonte de emprego das mulheres que tinham opes limitadas

    de insero no mercado de trabalho. Para elas, eram reservadas atividades

    que constituam extenso do trabalho realizado no interior dos seus prprios

    domiclios, uma vez que, culturalmente, o trabalho domstico uma

    responsabilidade da mulher, definida como dona-de-casa.

    (em %)

    2,9

    18,1

    39,8

    24,4

    14,9

    3,2

    24,3

    45,4

    18,4

    8,6

    9,6

    35,8

    30,1

    22,8

    2,7

    13,6

    46,3

    23,6

    13,8

    3,9

    21,4

    44,4

    19,6

    10,7

    2,9

    12,2

    42,3

    25,8

    16,7

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    Belo

    Horizonte

    Distrito

    Federal

    Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

    10 a 17 anos 18 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 49 anos 50 anos e mais

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    22/52

    22

    GRPE OIT

    GRFICO 3Distribuio das empregadas domsticas segundo escolaridadeRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e Desemprego

    Elaborao: DIEESENota: 1) Inclui os alfabetizados sem escolaridadeObs.: Para o nvel superior, a amostra no comportou a desagregao

    (em %)

    4,8

    63,3

    12,8

    6,2

    12,7

    4,5

    56,1

    15,2

    8,8

    15,2

    3,1

    64,7

    16,7

    5,4

    9,6

    14,2

    61,0

    9,9

    5,3

    9,5

    8,6

    57,2

    11,5

    9,0

    13,7

    7,8

    61,3

    14,1

    5,4

    10,9

    0%

    20 %

    40 %

    60 %

    80 %

    100%

    Belo Horizonte Distrito

    Federal

    Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

    Analfabeto Ensino Fundamental Incompleto (1) Ensino Fundamental Compl

    Ensino Mdio Incompleto Ensino Mdio Completo

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    23/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    23

    As domsticas eram contratadas, majoritariamente, como mensalistas

    nas regies investigadas. A parcela que trabalhava como diaristaera bemmenos relevante e, em geral, no alcanava um quarto dessas trabalhadoras.

    Entre as regies pesquisadas, a contratao com pagamento mensal era maior

    em Salvador (86,9%) e no Distrito Federal (80,7%), enquanto a maior

    proporo de diaristas foi verificada em Porto Alegre (27,3%).

    O registro do contrato na carteira de trabalho era mais freqente

    em Porto Alegre (44,8%) e Belo Horizonte (42,1%). Nas demais regies, a

    contratao de mensalista margem da legalidade apareceu com mais

    intensidade. Destacam-se Salvador, onde 56,3% das empregadas domsticas

    eram mensalistas sem carteira de trabalho assinada, e Recife, com 48,2%(Grfico 4).

    III. Caracterst icas da Contratao dasTrabalhadores Domsticas

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    24/52

    24

    GRPE OIT

    GRFICO 4Distribuio das empregadas domsticas segundo formas decontrataoRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e Desemprego

    Elaborao: DIEESE

    Distrito Federal

    34,2%

    46,5%

    19,3%

    Porto Alegre

    27,3% 27,9%

    44,8%

    Recife

    21,5%

    48,2%

    30,4%

    Salvador

    30,7%

    13,1%

    56,3%

    So Paulo

    23,8%

    31,7%

    44,4%

    Belo Horizonte

    33,5%

    24,4%

    42,1%

    Mensalista com carteira de trabalho assinada

    Mensalista sem carteira de trabalho assinada

    Diarista

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    25/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    25

    Menos da metade das empregadas domsticas em todas as regies

    contribua para a previdncia social. Em Porto Alegre, verificou-se a maior

    proporo de domsticas que pagavam o INSS (49,4%), e, em Recife, a

    menor (32,9%). A no-contribuio previdncia tem conseqncias para

    essas mulheres. Uma delas o fato de que a aposentadoria por tempo de

    servio atrasada ou impossibilitada, o que faz com que permaneam maistempo no mercado de trabalho. Alm disso, agrega-se insegurana prpria

    da atividade a excluso aos direitos previdencirios mais urgentes como

    licena-maternidade, auxlio-doena, entre outros (grfico 5).

    GRFICO 5Proporo das empregadas domsticas que contribuempara a Previdncia socialRegies metropolit anas e Dist rit o Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e Desemprego

    Elaborao: DIEESE

    46,0

    35,6

    49,4

    32,9

    33,1

    35,8

    0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0

    Belo Horizonte

    Distrito Federal

    Porto Alegre

    Recife

    Salvador

    So Paulo

    As longas jornadas de trabalho configuram-se como um dos

    problemas dessa ocupao, contribuindo para isso a dificuldade do controle

    e de fiscalizao desse tipo de atividade. O nmero de horas semanais

    trabalhadas pelas empregadas domsticas apresenta grande disparidade

    regional. A pesquisa apurou que as regies metropolitanas do Recife e de

    Salvador se caracterizaram por ter as jornadas mdias mais extensas, 47 e 43

    respectivamente. Por outro lado, no Sudeste e no Sul o tempo de trabalho

    semanal mdio das empregadas domsticas foi menor, como ocorreu em

    Porto Alegre (36 horas), So Paulo (37 horas) e Belo Horizonte (38 horas).

    Tambm, regionalmente, houve grande diferena na proporo de

    empregadas domsticas que trabalharam (ou no) alm da jornada legal de

    44 horas semanais. Nas localidades analisadas do Nordeste, mais da metade

    (em%)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    26/52

    26

    GRPE OIT

    das empregadas trabalharam alm das 44 horas: Recife (61,4%), Salvador

    (57,9%). J em Porto Alegre, 45,2% das empregadas fizeram jornada entre

    20 e 40 horas e 28,2%, mais de 44 horas (tabela 5).

    TABELA 5

    Distribuio das empregadas domsticas segundo classes dehoras trabalhadasRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e Desemprego

    Elaborao: DIEESE

    Regies

    metropolitanas e

    Distrito Federal

    Belo Horizonte

    Distrito Federal

    Porto Alegre

    Recife

    Salvador

    So Paulo

    Jornada mdia

    semanal

    (em horas)

    38

    41

    36

    47

    43

    37

    Classes de horas

    Total

    100,0

    100,0

    100,0

    100,0

    100,0

    100,0

    At 20 horas

    18,6

    13,6

    22,1

    15,7

    13,7

    23,2

    Mais de 20 a

    40 horas

    38,3

    30,1

    45,2

    20,1

    24,5

    40,1

    Mais de 40 a

    44 horas

    2,9

    12,4

    4,5

    2,8

    3,9

    2,9

    Mais de 44 horas

    40,3

    43,8

    28,2

    61,4

    57,9

    33,8

    (em %)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    27/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    27

    4.1 Condies de trabalho

    Em todas as regies analisadas, o percentual de empregadas

    domsticas mensalistas ou seja, que trabalham durante todo o ms apenas

    para um empregador trs vezes maior que o de diaristas, isto , mulheres

    que podem estar, a cada dia, trabalhando em uma residncia diferente ou

    de forma intermitente em uma unidade familiar.

    O trabalho como mensalista, porm, no garante registro na carteira

    de trabalho, como j foi assinalado anteriormente. Em Porto Alegre e Belo

    Horizonte foram detectadas as maiores taxas de formalizao do emprego

    domstico. Nas demais regies, as empregadas domsticas mensalistas, emsua maioria, no possuam carteira de trabalho assinada (grfico 4).

    Considerando o total de empregadas domsticas mensalistas,

    verificou-se, em todas as regies metropolitanas, que a maior parcela estava

    h mais de dois anos no mesmo emprego. O Distrito Federal registrou a

    menor proporo (32,7%) e Porto Alegre a maior (46,8%). Expressivo foi,

    tambm, o montante das empregadas que estavam, no mximo, at seis

    meses no emprego: 35,4% do total de mensalistas no Distrito Federal e

    33,0% em Salvador.

    As mensalistas com e sem carteira de trabalho assinada, quando

    observadas separadamente, apresentavam diferenas expressivas no tempo

    de permanncia no emprego que mantinham no momento da pesquisa. No

    IV. Condies de Trabalho e Perf is dasEmpregadas Domsticas Mensalistas come Sem Carteira de Trabalho Assinada

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    28/52

    28

    GRPE OIT

    caso das primeiras, com carteira de trabalho assinada, mais da metade

    trabalhava havia mais de dois anos no mesmo emprego, fato constatado em

    todas as regies metropolitanas. Entre as sem carteira assinada, verificou-se

    situao inversa. Quase metade estava no trabalho havia, no mximo, seis

    meses. Uma parcela inferior a 29% trabalhava havia mais de dois anos no

    emprego (tabela 6).O tempo de trabalho pode ser visto como uma varivel importante

    na construo da relao entre empregador e empregado. A durao pode

    indicar a superao das dificuldades impostas pelo espao domstico como

    local de trabalho. A formalizao contratual representaria um indicador de

    maior confiana e menos precariedade.

    TABELA 6Distribuio das empregadas domsticas mensalistas por formas

    de contratao segundo tempo de permanncia no emprego atualRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e Desemprego

    Elaborao: DIEESE

    Mensalista

    Com carteira

    Sem carteira

    Belo Horizonte Distrito Federal

    Total

    100,0100,0100,0

    At 6meses

    27,6

    12,3

    46,7

    Mais de6 a 12meses

    15,0

    13,9

    16,3

    Mais de1 a 2anos

    15,8

    19,0

    11,9

    Mais de2 anos

    41,6

    54,8

    25,1

    Forma deContratao

    Total

    100,0100,0100,0

    At 6meses

    35,4

    15,0

    50,4

    Mais de6 a 12meses

    15,6

    15,5

    15,7

    Mais de1 a 2anos

    16,3

    19,4

    14,0

    Mais de2 anos

    32,7

    50,1

    19,8

    Mensalista

    Com carteira

    Sem carteira

    Recife Salvador

    Total

    100,0100,0100,0

    At 6meses

    30,6

    10,7

    43,2

    Mais de6 a 12meses

    13,9

    12,2

    15,0

    Mais de1 a 2anos

    15,1

    18,1

    13,3

    Mais de2 anos

    40,4

    59,0

    28,5

    Forma deContratao

    Total

    100,0100,0100,0

    At 6meses

    33,0

    10,5

    45,3

    Mais de6 a 12meses

    14,4

    11,8

    15,8

    Mais de1 a 2anos

    14,9

    16,9

    13,8

    Mais de2 anos

    37,7

    60,8

    25,2

    Mensalista

    Com carteira

    Sem carteira

    Porto Alegre So Paulo

    Total

    100,0100,0100,0

    At 6meses

    25,7

    14,3

    43,8

    Mais de6 a 12meses

    13,3

    11,6

    16,1

    Mais de1 a 2anos

    14,2

    15,3

    12,6

    Mais de2 anos

    46,8

    58,8

    27,5

    Forma deContratao

    Total

    100,0100,0100,0

    At 6meses

    29,7

    10,3

    43,4

    Mais de6 a 12meses

    13,3

    10,9

    15,0

    Mais de1 a 2anos

    15,5

    16,2

    15,0

    Mais de2 anos

    41,5

    62,6

    26,6

    (em %)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    29/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    29

    A carteira assinada garante a essas trabalhadoras o acesso a direitos

    e benefcios trabalhistas. Em todas as regies, mais de 97% das mensalistas

    com carteira assinada contribuam para previdncia. J entre as trabalhadoras

    sem carteira, a proporo observada de contribuintes para a previdncia foi

    muito pequena. Apenas em So Paulo e em Belo Horizonte registraram-se

    ndices prximos a 5,5% do total.As jornadas de trabalho cumpridas pelas empregadas domsticas

    mensalistas com e sem carteira so muito maiores do que as das diaristas.

    Entre as mensalistas do Nordeste, a jornada semanal mdia chegou a 47

    horas em Salvador, e a 54 horas em Recife. No Distrito Federal, a mdia

    semanal tambm superou em duas horas as 44 horas determinadas por lei.

    A jornada mdia semanal foi inferior em Porto Alegre (41 horas), So Paulo

    (42 horas) e Belo Horizonte (44 horas).

    A formalizao do contrato de trabalho parece estar associada a

    jornadas mais extensas. Jornadas longas acontecem mais entre as que dormem

    no emprego 2, o que expe a dificuldade de fiscalizao do trabalho domstico.

    Em todas as regies analisadas, a jornada mdia semanal das mensalistas

    com carteira de trabalho assinada superou a das sem carteira. A maior

    distncia aconteceu em So Paulo: as com carteira trabalharam, em mdia,

    sete horas a mais que as sem carteira (grfico 6).

    2 Conforme estudo da CONLACTRAHO

    GRFICO 6Horas semanais mdias de trabalho das empregadas domsticas

    mensalistas segundo forma de contrataoRegies metropolit anas e Dist rit o Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa de

    Emprego e DesempregoElaborao: DIEESE

    46 4742

    4651

    57

    4144

    39 39

    45

    52

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    Belo Horizonte Distrito

    Federal

    Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

    Mensalistas com carteira Mensalistas sem carteira

    (em horas semanais)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    30/52

    30

    GRPE OIT

    A anlise da jornada de trabalho por grupo de horas trabalhadas

    evidencia a proporo de empregadas domsticas que realizam servios alm

    da jornada legal. Isso indica que esse tipo de ocupao se caracteriza por

    extensas jornadas, em especial para as mulheres com carteira de trabalho

    assinada.

    Mais da metade das trabalhadoras mensalistas com carteira detrabalho assinada realizou jornadas acima das 44 horas legais, exceo de

    Porto Alegre (36,9%), onde a maioria (51,1%) trabalhou entre 20 e 40 horas.

    As mensalistas com contrato formal de trabalho fizeram mais de 44 horas

    semanais nas regies do Nordeste: 77,6% em Salvador e 85,2% em Recife.

    Para as que no possuam carteira de trabalho assinada, as regies

    registraram percentuais bastante diferenciados. Em Recife, 70,3% dessas

    empregadas trabalharam acima de 44 horas semanais. Em Salvador, o

    percentual foi bem menor: 58,8%. Em So Paulo, 43,0% das mensalistas

    sem carteira fizeram entre 20 e 40 horas semanais e 36,8%, alm das 44

    horas. Em Porto Alegre, houve o maior percentual entre as que cumpriram

    de 20 a 40 horas (46,3%) e, no Distrito Federal, registrou-se o maior nmero

    das que trabalharam mais de 44 horas (50,8%). Em Belo Horizonte, a situao

    foi semelhante: 41,1% trabalharam entre 20 e 40 horas e 44,2%, mais de 44

    horas (tabela 7).

    TABELA 7Distribuio das empregadas domsticas mensalistas por formasde contratao segundo classe de horas trabalhadasRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa de

    Emprego e DesempregoElaborao: DIEESENota: 1) A amostra no comporta desagregao para esta categoria

    Belo Horizonte

    Distrito Federal

    Porto Alegre

    Recife

    SalvadorSo Paulo

    Classes de horas

    Total At 20 horasMais de 20a 40 horas

    Mais de 40a 44 horas

    Mais de 44horas

    Regies metr opolitanase Distrito Federal

    100,0100,0100,0100,0

    100,0100,0

    Mensalista com carteira

    1

    1

    5,21

    11

    36,6

    24,0

    51,1

    10,6

    16,042,4

    1

    20,1

    6,81

    1

    4,5

    57,2

    55,1

    36,9

    85,2

    77,649,8

    Belo Horizonte

    Distrito Federal

    Porto Alegre

    Recife

    Salvador

    So Paulo

    100,0100,0100,0100,0100,0100,0

    Mensalista sem carteira

    11,91

    15,0

    5,6

    9,9

    17,1

    41,1

    31,3

    46,3

    20,9

    27,4

    43,0

    1

    12,01

    1

    1

    3,0

    44,2

    50,8

    34,0

    70,3

    58,8

    36,8

    (em %)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    31/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    31

    O rendimento mdio real das domsticas mensalistas com carteira

    sempre superior ao das sem carteira. No Distrito Federal onde as

    empregadas sem carteira tm salrio 23,1% menor que as com carteira e

    em Porto Alegre com percentual de diferena de 24,6% - foram verificadas

    as menores distncias entre as remuneraes mdias das mensalistas com e

    sem carteira. So Paulo, apesar de ser a regio que paga os maiores salriosmdios para mensalistas com e sem carteira assinada (R$ 506 e R$ 314

    respectivamente) foi onde se observou a maior diferena: -37,9% (tabela 8).

    TABELA 8Rendimento mdio real mensal das empregadas domsticasmensalistas por forma de contrataoRegies metropolit anas e Dist rit o Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e DesempregoElaborao: DIEESEObs.: a) Exclusive as empregadas domsticas assalariadas que no tiveram remunerao no ms;

    b) Inflatores utilizados: IPCA/ BH/ IPEAD; INPC-DF/ IBGE; IPC-IEPE/ RS; INPC-RMR/IBGE/ PE; IPC-SEI/ BA; ICV-DIEESE/ SP

    Regies metropolitanas e Distrito Federal

    Belo Horizonte

    Distrito Federal

    Porto Alegre

    Recife

    Salvador

    So Paulo

    Rendimento m dio real

    Com Cart eira (A)

    359

    376

    406

    292

    284

    506

    Sem Carteira (B)

    244

    289

    306

    204

    195

    314

    -32,0

    -23,1

    -24,6

    -30,1

    -31,3

    -37,9

    Diferena

    B/A (%)

    Desconsiderando-se as jornadas, os rendimentos mdios por hora

    revelaram que as diferenas entre as mensalistas com e sem carteira de

    trabalho assinada variaram entre -17,9% (Porto Alegre) e -26,8% (So Paulo)

    (tabela 9).

    (em r eais de maio de 2005)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    32/52

    32

    GRPE OIT

    TABELA 9Rendimento mdio real por hora das empregadas domsticasmensalistas por forma de contrataoRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e DesempregoElaborao: DIEESE

    Obs.: a) Devido ao arredondamento, os valores da diferena esto aproximados;b) Exclusive as empregadas domsticas assalariadas que no tiveram remunerao no ms;

    c) Inflatores utilizados: IPCA/ BH/ IPEAD; INPC-DF/ IBGE; IPC-IEPE/ RS; INPC-RMR/IBGE/ PE; IPC-SEI/ BA; ICV-DIEESE/SP

    Regies metropolitanas e Distrito FederalBelo Horizonte

    Distrito Federal

    Porto Alegre

    Recife

    Salvador

    So Paulo

    Rendimento mdio real por hora

    Com CarteiraA1,82

    1,87

    2,26

    1,20

    1,30

    2,57

    Sem CarteiraB1,39

    1,53

    1,83

    0,92

    1,01

    1,88

    -23,7

    -17,9

    -18,8

    -23,4

    -22,2

    -26,8

    Diferena

    B/A(%)

    4.2 Caractersticas pessoais das trabalhadoras mensalistas

    Quando se leva em conta o atributo cor e se analisa cada regio

    separadamente, percebe-se que entre as mensalistas negras, as propores

    daquelas com e sem carteira de trabalho assinada foram semelhantes s das

    no-negras. Apenas em So Paulo e em Porto Alegre o percentual de negras

    com carteira em relao ao total de negras ocupadas na categoria foi

    ligeiramente superior ao de no-negras (tabela 10).

    Forma de contrataoMensalista

    Com carteira

    Sem Carteira

    Belo Horizonte

    Negra100,0

    55,4

    44,6

    No-negra100,0

    55,8

    44,2

    Distrito Federal

    Negra100,0

    42,6

    57,4

    No-negra100,0

    41,7

    58,3

    Porto Alegre

    Negra100,0

    66,3

    33,7

    No-negra100,0

    59,4

    40,6

    Forma de contratao

    Mensalista

    Com carteira

    Sem Carteira

    Recife

    Negra

    100,0

    38,9

    61,1

    No-negra

    100,0

    39,6

    61,5

    Salvador

    Negra

    100,0

    35,4

    64,6

    No-negra

    100,0

    (1)

    66,1

    So Paulo

    Negra

    100,0

    42,7

    57,3

    No-negra

    100,0

    39,4

    59,6

    TABELA 10Proporo das empregadas domsticas mensalistascom carteira e sem carteira de t rabalho assinada segundo corRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa de

    Emprego e DesempregoElaborao: DIEESENota: (1) A amostra no comportou desagregao para esta categoria

    (em reais de maio de 2005)

    (em %)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    33/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    33

    Por faixa etria, foram verificadas algumas peculiaridades entre as

    mensalistas segundo a forma de contratao. Entre as com carteira de

    trabalho assinada, houve maior concentrao na faixa dos 25 a 39 anos em

    todas as regies analisadas, exceto Porto Alegre, onde o percentual entre as

    mulheres dessa faixa (36,9%) foi semelhante ao daquelas entre 40 a 49 anos

    (32,4%). A parcela de jovens entre 18 e 24 anos variou entre 7,9% (PortoAlegre) at 23,3% (Distrito Federal).

    Em relao contratao fora dos padres legais, houve uma

    distribuio mais homognea entre todas as idades. Verificou-se um

    contingente expressivo de meninas de 10 a 17 anos nessa ocupao, que

    oscilou entre 5,1% (Recife) e 7,0% (Belo Horizonte) em todas as regies,

    exceto Porto Alegre. Ressalte-se que a legislao probe a contratao de

    menores. J a parcela de trabalhadoras entre 25 e 39 anos sem carteira

    assinada foi relativamente menor do que a com carteira. Em Belo Horizonte,

    Porto Alegre e So Paulo, o percentual de domsticas com mais de 50 anos,

    sem registro em carteira, foi superior ao verificado entre as com carteira

    (grfico 7).

    A anlise da distribuio da atividade domstica segundo a idade

    mostra que a formalizao da atividade domstica est atrelada ao fato de as

    trabalhadoras jovens participarem menos nessa atividade. Como

    conseqncia, verifica-se o aumento da influncia das mulheres maduras.

    Sabe-se que as trabalhadoras muito jovens tm maior tolerncia ao trabalho

    informal pelo fato de estarem entrando no mercado de trabalho. As mulheres

    mais velhas, ao contrrio, permanecem mais tempo no emprego e buscam

    maior segurana atravs da contratao formal.

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    34/52

    34

    GRPE OIT

    Sem carteira de trabalho assinada

    7,0

    26,2

    34,1

    18,1

    14,6

    6,3

    32,1

    41,7

    13,9

    15,7

    30,2

    24,1

    24,9

    5,1

    18,1

    43,9

    21,1

    11,9

    6,2

    26,4

    42,6

    15,5

    9,3

    5,6

    15,8

    39,0

    23,2

    16,4

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    Belo

    Horizonte

    Distrito

    Federal

    Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

    10 a 17 anos 18 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 49 anos 50 anos e mais

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e Desemprego

    Elaborao: DIEESEObs.: A amostra no comportou desagregao para:

    a) categoria 50 anos e mais com e sem carteira no DFb) categoria 10 a 17 anos, sem carteira em Porto Alegre

    c) categoria 10 a 17 anos com carteira em todas as RM

    A proporo de mensalistas analfabetas, com e sem carteira de trabalho

    assinada, foi semelhante na regio do Recife e de So Paulo. Entre as mensalistas

    com carteira, o percentual de mulheres com o ensino fundamental incompleto

    superou o de mensalistas sem carteira nas regies de Belo Horizonte, Distrito Federal,

    Porto Alegre e So Paulo. Mais da metade das empregadas mensalistas, com e sem

    carteira, possua esse nvel de escolaridade. No se pode afirmar, contudo, que o

    nvel de escolaridade influi no tipo de contratao, uma vez que no houve um

    padro definido entre as regies. Pode-se dizer apenas que esse segmento do mercado

    de trabalho se caracteriza por abrigar mulheres com baixa escolaridade, uma vezque

    mais da metade delas no concluiu o ensino fundamental (grfico 8).

    GRFICO 7Distribuio das empregadas domsticas mensalistassegundo forma de contratao e faixa etriaRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    17,2

    45,6

    25,1

    11,5

    23,3

    50,8

    17,9

    7,9

    36,9

    32,4

    22,6

    9,9

    51,0

    26,7

    12,1

    17,0

    48,0

    23,4

    11,1

    11,6

    48,2

    26,1

    13,9

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    Belo Horizonte Distrito Federal Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

    18 a 24 anos 25 a 39 anos 40 a 49 anos 50 anos e mais

    (em %)Com carteira de trabalho assinada

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    35/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    35

    GRFICO 8Distribuio das empregadas domsticas mensalistassegundo forma de contratao e escolaridadeRegies metropolit anas e Dist rit o Federal 2003-2004

    Com carteira de trabalho assinada

    62,1

    13,9

    5,2

    14,6

    55,6

    14,8

    9,0

    16,6

    64,9

    18,9

    4,7

    8,6

    13,2

    59,6

    11,7

    9,6

    56,3

    12,4

    15,3

    7,3

    62,4

    14,4

    11,6

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    Belo Horizonte Distrito Federal Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

    Analfabeto Ensino Fundamental Incompleto (1) Ensino Fundamental Completo

    Ensino Mdio Incompleto Ensino Mdio Completo

    Sem carteira de trabalho assinada

    58,8

    12,9

    9,1

    14,3

    54,0

    15,9

    9,4

    16,1

    59,6

    16,0

    12,5

    13,3

    61,7

    8,5

    5,6

    10,7

    8,5

    56,5

    11,1

    10,0

    13,7

    7,7

    58,4

    14,5

    7,2

    11,6

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    Belo Horizonte Distrito Federal Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

    Analfabeto Ensino Fundamental Incompleto (1) Ensino Fundamental Completo

    Ensino Mdio Incompleto Ensino Mdio Completo

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e Desemprego

    Elaborao: DIEESENota: 1) Inclui os alfabetizados sem escolaridadeObs.: a) A amostra no comportou desagregao para as analfabetas com carteira de Belo

    Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre e Salvador e para o ensino mdio incompleto dascom carteira do Recife, Salvador e So Paulo;

    b) A amostra no comportou desagregao para as analfabetas sem carteira de BeloHorizonte, Distrito Federal e Porto Alegre e para o ensino mdio incompleto das sem

    carteira de Porto Alegre;c) Entre as mensalistas com e sem carteira foi possvel desagregao da amostra para oensino superior

    (em %)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    36/52

    36

    GRPE OIT

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    37/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    37

    5.1 Condies de trabalho

    A parcela de empregadas domsticas diaristas no total das mulheres

    ocupadas variou entre 2,6% (Salvador) e 4,8% (Belo Horizonte) nas seis

    regies metropolitanas analisadas.

    No total das mulheres ocupadas no emprego domstico, a proporo

    de diaristas variou entre as regies. A menor participao foi encontrada

    em Salvador (13,1%) e a maior em Porto Alegre, 27,3% (grfico 4).

    Por no ter um vnculo formal de contratao, grande parte das

    diaristas no contribuiu para a previdncia social. Do total de diaristas, o

    maior percentual de contribuio, 11,9%, foi verificado em Porto Alegre,seguido de Belo Horizonte, 8,8%, e So Paulo, 7,1%. Nas demais regies, os

    dados no foram relevantes. Grande parte destas mulheres no ter acesso

    aposentadoria e, provavelmente, ficar mais tempo no mercado de trabalho

    nessa atividade.

    Mais de 40% das diaristas de Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto

    Alegre e So Paulo estava havia mais de dois anos no trabalho no momento

    da pesquisa, parcela superior a observada entre as mensalistas sem registro

    em carteira, embora menor que a das mensalistas com carteira assinada.

    Essa estabilidade relativamente maior da diarista em relao mensalista

    sem carteira est, possivelmente, associada a sua forma de trabalho, que lhe

    permite prestar servio em vrias residncias e, portanto, garantir menor

    V. Condies de Trabalho e Perfil dasEmpregadas Domsticas Diaristas

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    38/52

    38

    GRPE OIT

    descontinuidade de perodos sem trabalho. Nas regies do Nordeste, cerca

    de 30% das diaristas estavam h, no mximo, seis meses no trabalho e pouco

    mais de 37%, h mais de dois anos na mesma residncia (tabela 11).

    TABELA 11Proporo de empregadas domsticas diaristassegundo tempo de permanncia no trabalho atualRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    Regies Metropolitanase Distrito Federal Total At 6 meses Mais de 6 a 12 meses Mais de 1 a 2 an os Mais de 2 an os

    Belo Horizonte 100,0 28,1 16,1 11,8 44,0

    Distrito Federal 100,0 29,5 1 1 42,4Porto Alegre 100,0 24,3 15,4 13,4 46,9

    Recife 100,0 34,4 14,7 13,4 37,5

    Salvador 100,0 31,5 1 1 37,2

    So Paulo 100,0 32,6 13,1 13,8 40,6

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e Desemprego

    Elaborao: DIEESENota: 1) A amostra no comportou desagregao para as categorias

    Por outro lado, cabe considerar que as diaristas no trabalharam

    todos os dias teis da semana. A jornada mdia delas no ultrapassou 22

    horas semanais, valor registrado no Distrito Federal. Em todas as regies

    analisadas, a mdia foi muito parecida, variando entre 20 e 21 horas semanais.

    Esse valor foi verificado at mesmo nas regies do Nordeste, onde asmensalistas trabalharam em mdia, cerca de 50 horas semanais (grfico 9).

    GRFICO 9Jornada semanal mdia de trabalho das empregadasdomsticas segundo forma de contrataoRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    4642

    51

    46

    4144

    52

    45

    21 22 21 21 20 20

    57

    47

    3939

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    Belo Horizonte Distrito Federal Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

    Mensalista com carteira Mensalistas sem carteira Diarista

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e DesempregoElaborao: DIEESE

    (em %)

    (em horas semanais)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    39/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    39

    A baixa jornada mdia de trabalho das diaristas pode ser explicada.

    Apesar do menor nmero de horas em atividade por semana, o ritmo de

    trabalho dessas mulheres tende a ser, em geral, mais intenso que o das

    mensalistas. Mais de 55% das diaristas trabalharam at 20 horas semanais.

    Esse percentual subiu para 60% em So Paulo e nas regies do Nordeste.

    Entre 31% e 38% das diaristas trabalharam entre 20 e 40 horas por semana.Na capital paulista, apenas 6,2% das diaristas realizaram jornadas acima de

    44 horas semanais (grfico 10).

    GRFICO 10Distribuio das empregadas domsticas diaristassegundo classe de horas trabalhadasRegies metropolit anas e Dist rit o Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa de

    Emprego e DesempregoElaborao: DIEESEObs.: A amostra no comportou desagregao para mais de 44 horas em Belo Horizonte,

    Distrito Federal, Porto Alegre, Recife e Salvador e para 40 a 44 horas em todas as regiesanalisadas

    O rendimento mdio mensal das diaristas foi o menor observado

    entre as empregadas domsticas, uma vez que suas jornadas semanais foram

    inferiores s das demais. Os maiores valores pagos aconteceram em So

    Paulo (R$ 296) e Porto Alegre (R$ 292). Em Recife, ocorreu o menor

    rendimento mdio (R$ 145). Comparado ao salrio mnimo de R$ 3003, o

    rendimento das diaristas prximo a esse piso apenas em So Paulo e Porto

    Alegre. No Distrito Federal, as diaristas receberam, em mdia, 83,7% do

    salrio mnimo; em Belo Horizonte, 71,3%; e, em Salvador e no Recife,

    48,3%, ou seja, menos de meio salrio mnimo (tabela 12).

    3 Os rendimentos mensais mdios tiveram seu valor real atualizado para maio de 2005, sendo comparados com o salrio mn imo vigente apartir de 01/ 05/ 2005.

    (em %)

    57,4

    37,2

    55,0

    38,0

    57,9

    34,2

    61,0

    32,4

    60,9

    31,9

    62,0

    31,2

    6,2

    0 %

    10 %

    20 %

    30 %

    40 %

    50 %

    60 %

    70 %

    80 %

    90 %

    100%

    Belo Horizonte Distrito Federal Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

    At 20 horas De 20 a 40 horas Mais de 44 horas

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    40/52

    40

    GRPE OIT

    1,391,53

    1,83

    0,921,01

    1,881,821,87

    2,26

    1,201,30

    2,572,38

    2,67

    3,25

    1,61 1,69

    3,46

    0,00

    0,50

    1,00

    1,50

    2,00

    2,50

    3,00

    3,50

    4,00

    Belo Horizonte Distrito Federal Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

    Mensalista sem carteira Mensalista com carteira Diarista

    TABELA 12Rendimento mdio real das diaristas e proporo do salrio mnimoRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa de

    Emprego e DesempregoElaborao: DIEESE

    Obs.: a) Exclusive as empregadas domsticas assalariadas que no tiveram remunerao no ms;b) Inflatores utilizados: IPCA/BH/ IPEAD; INPC-DF/ IBGE; IPC-IEPE/ RS; INPC-RMR/

    IBGE/ PE; IPC-SEI/ BA; ICV-DIEESE/SP

    Regies metropolitanas e Distrito Federal Diaristas Salrio mnimo Proporo (%)

    Belo Horizonte 214 300 71,3Distrito Federal 251 300 83,7

    Porto Alegre 292 300 97,3

    Recife 145 300 48,3

    Salvador 145 300 48,3

    So Paulo 296 300 98,7

    Apesar de obterem menores rendimentos mdios por ms, as

    diaristas ganham mais, quando se analisa o rendimento por hora. O maior

    rendimento mdio por hora, pago em So Paulo, foi de R$ 3, 46, ou 34,6%

    maior que o das mensalistas com carteira e 84,0% maior que o das sem

    carteira. Entre as regies, a maior diferena entre o rendimento mdio por

    hora das mensalistas com vnculo formal e das diaristas foi observada em

    Porto Alegre: 43,8%. Na comparao com as que trabalham sem carteira, a

    maior distncia entre as remuneraes mdias por hora ocorreu na Grande

    So Paulo (grfico 11).

    GRFICO 11Rendimento mdio real por hora das trabalhadoras domsticassegundo forma de contrat aoRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa de

    Emprego e DesempregoElaborao: DIEESE

    Obs.: a) Exclusive as empregadas domsticas assalariadas que no tiveram remunerao no ms;b) Inflatores utilizados: IPCA/BH/ IPEAD; INPC-DF/ IBGE; IPC-IEPE/ RS; INPC-RMR/IBGE/ PE; IPC-SEI/ BA; ICV-DIEESE/ SP

    (em reais de maio de 2005)

    (em reais de maio de 2005)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    41/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    41

    5.2 Caractersticas pessoais das trabalhadoras diaristas

    Em So Paulo, Recife e Porto Alegre, h mais diaristas no-negras

    do que entre as negras. No Distrito Federal e em Belo Horizonte, o resultado

    foi o oposto, com maior representao de diaristas entre as trabalhadoras

    negras. Em Salvador, as diaristas negras perfazem 13,1% do total dedomsticas negras. Para as no-negras, no se pode inferir nenhum resultado

    relevante, o que indica que esta ocupao foi predominantemente

    desempenhada pelas mulheres negras (grfico 13).

    GRFICO 13Proporo das diaristas negras e no-negrassobre o total de trabalhadoras domsticasRegies metropolit anas e Dist rit o Federal 2003-2004

    24,7

    20,2

    24,3

    21,1

    13,1

    23,1

    22,8

    16,3

    27,8

    21,6

    24,4

    0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

    Belo Horizonte

    Distrito Federal

    Porto Alegre

    Recife

    Salvador

    So Paulo

    Negras No Negras

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa de

    Emprego e DesempregoElaborao: DIEESEObs.: A amostra no comportou desagregao para as diaristas no-negras em Salvador

    Por faixa etria, percebeu-se que a atividade de diarista no era muito

    presente entre as trabalhadoras jovens. O nmero de diaristas de 10 a 17

    anos, assim como o de jovens de 18 a 24 anos, no apresentou participao

    relevante nos resultados da pesquisa. Grande parte das empregadas

    domsticas diaristas tinha entre 25 e 39 anos, com variao de 37,7% (Belo

    Horizonte) a 44,9% (Recife). Outra parcela expressiva foi observada na faixa

    etria de 40 e 49 anos, que variou de 25,0% no Recife a 32,8% em Porto

    Alegre. Em todas as regies, exceto em Salvador, cerca de 20% das diaristas

    tinham mais de 50 anos (grfico 14).

    (em %)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    42/52

    42

    GRPE OIT

    Em mdia, a escolarizao das diaristas foi semelhante verificada

    entre todas as trabalhadoras do segmento do trabalho domstico. Grandeparte delas no concluiu o ensino fundamental. Recife mostrou-se a regio

    com a menor proporo de diaristas com o ensino fundamental incompleto,

    61,4%, e tambm apresentou uma parcela expressiva de trabalhadoras

    analfabetas, 17,5%. Em So Paulo, 8,9% das diaristas eram analfabetas e

    65,2% no terminaram o ensino fundamental. Entre as que concluram o

    ensino fundamental, o percentual variou entre 10,5% (Recife) e 13,6% (Porto

    Alegre). Apenas em So Paulo (8,7%) e na capital gacha (8,3%) detectou-

    se um nmero relevante de diaristas com o ensino mdio completo (grfico 15).

    GRFICO 14Distribuio das empregadas domsticas diaristas segundo faixaetriaRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    37,7

    31,9

    21,0

    45,0

    29,9

    17,3

    39,8

    32,8

    20,9

    44,9

    25,0

    20,8

    43,8

    28,1

    40,7

    30,5

    21,1

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    Belo Horizonte Distrito Federal Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

    25 a 39 anos 40 a 49 anos 50 anos e mais

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa de

    Emprego e DesempregoElaborao: DIEESEObs.: A amostra no comportou desagregao para 50 anos ou mais em Salvador, e para

    10 a 24 anos, em todas as regies

    (em %)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    43/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    43

    GRFICO 15Distribuio das empregadas domsticas diaristas segundoescolaridadeRegies metropolit anas e Dist rit o Federal 2003-2004

    71,9

    10,7

    62,1

    69,6

    13,6

    8,3

    17,5

    61,4

    10,5

    62,1

    8,9

    65,2

    12,9

    8,7

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    100%

    Belo Horizonte Distrito Federal Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

    Analfabeto Ensino Fundamental Incompleto (1)

    Ensino Fundamental Completo Ensino Mdio Completo

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e Desemprego

    Elaborao: DIEESE.Nota: 1) Inclui os alfabetizados sem escolaridadeObs.: a) A amostra no comportou desagregao para as analfabetas de Belo Horizonte,

    Distrito Federal, Porto Alegre e Salvador. Tambm no houve desagregao para aquelas

    que concluram o ensino fundamental no Distrito Federal e em Salvador. No houvedesagregao para aquelas com o ensino mdio completo em Belo Horizonte, no DistritoFederal, Recife e Salvador;b) Entre as diaristas no foi possvel a desagregao da amostra para o ensino superior

    (em %)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    44/52

    44

    GRPE OIT

    6.1 Condies de trabalho

    A anlise comparativa entre mulheres ocupadas no segmento do

    mercado de trabalho do emprego domstico, quando se considera o atributo

    cor e raa, evidencia que a proporo de ocupadas negras que trabalham

    como domsticas supera a de no-negras. Em Porto Alegre e So Paulo, a

    parcela de ocupadas negras que trabalha como mensalista atingiu 24,3% e

    22,7%, respectivamente. Entre as no-negras, o percentual foi inferior a

    11% em todas as regies analisadas. Como diaristas, as maiores parcelas

    tambm foram verificadas para as mulheres negras em Porto Alegre e em

    So Paulo, com participao de 7,8% e 6,8%, respectivamente. Para astrabalhadoras no-negras, esta forma de trabalho representou apenas 3,7%

    e 3,2%, nestas regies.

    Destaca-se que, em Salvador, o emprego domstico mensalista

    (19,2%) tem sido alternativa de trabalho mais freqente para as negras

    baianas. Alm disso, 2,9% destas so diaristas. Entre as ocupadas no-negras,

    5,6% eram mensalistas.

    No houve diferenas expressivas entre a jornada das domsticas

    negras e no-negras. As diaristas no-negras do Distrito Federal trabalharam

    trs horas a mais do que as negras. Por sua vez, as negras sem registro em

    carteira no Distrito Federal e em So Paulo trabalharam duas horas a mais

    na semana, em mdia. Dessa forma, no se pode fazer nenhuma correlao

    VI. Condies de Trabalho e Perfisdas Empregadas DomsticasNegras e No-negras

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    45/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    45

    especial entre cor e jornada de trabalho com base nos resultados da pesquisa

    (tabela 13).

    TABELA 13Diferena da jornada semanal mdia das empregadasdomsticas negras e no-negras, por forma de contrataoRegies metropolit anas e Dist rit o Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. Pesquisa de Empregoe Desemprego (PED)Elaborao: DIEESE

    Nota: 1) A amostra no comportou desagregao para as categorias.

    Regio metropolitana e

    Distrito FederalBelo Horizonte

    Distrito Federal

    Porto Alegre

    Recife

    Salvador

    So Paulo

    Empregada domstica

    Mensalista

    Total0

    -1

    1

    -1

    0

    1

    Com carteira0

    -1

    -1

    -1

    1

    0

    Sem carteira1

    2

    0

    -2

    1

    2

    Diarista0

    -3

    1

    0

    1

    0

    Os dados do rendimento mdio por hora (ou seja, descontada a

    jornada de trabalho) indicaram um padro bastante semelhante quando

    analisados regio por regio. Observam-se pequenas variaes positivas em

    favor das trabalhadoras no-negras, independentemente do tipo de contrato.

    As maiores diferenas entre os rendimentos mdios por hora das

    empregadas domsticas no-negras e negras foram de 4,7% em Porto Alegre

    e 3,3%, em So Paulo. Ainda em So Paulo, as domsticas mensalistas sem

    carteira no-negras receberam 9,0% a mais do que as negras e no Distrito

    Federal 8,3% (tabela 14).

    (em horas semanais)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    46/52

    46

    GRPE OIT

    TABELA 14Rendimento mdio hora das empregadas domsticasnegras e no-negras, por posio na ocupaoRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e Desemprego

    Elaborao: DIEESENota: 1) A amostra no comportou desagregao para as categorias

    Empregada domstica

    Mensalista

    Com carteira

    Sem carteira

    Diarista

    Belo HorizonteEmpregodomstico

    Negras (A)

    1,75

    1,64

    1,82

    1,38

    2,35

    No-negras (B)

    1,79

    1,68

    1,83

    1,431

    DiferenaB/A (%)

    2,1

    2,7

    0,8

    3,31

    Distrito Federal

    Negras (A)

    1,77

    1,67

    1,87

    1,49

    2,61

    No-negras (B)

    1,78

    1,71

    1,81

    1,611

    DiferenaB/A (%)

    0,4

    2,9

    -3,4

    8,31

    Empregada domstica

    Mensalista

    Com carteira

    Sem carteira

    Diarista

    Porto Alegre

    Empregodomstico

    Negras (A)

    2,23

    2,06

    2,261

    1

    No-negras (B)

    2,33

    2,11

    2,28

    1,86

    3,27

    DiferenaB/A (%)

    4,7

    2,5

    0,81

    1

    Recife

    Negras (A)

    1,08

    1,03

    1,19

    0,93

    1,59

    No-negras (B)

    1,10

    1,051

    1

    1

    DiferenaB/A (%)

    20,

    0,71

    1

    1

    Empregada domstica

    Mensalista

    Com carteira

    Sem carteira

    Diarista

    SalvadorEmprego

    domstico Negras (A)

    1,18

    1,13

    1,30

    1,01

    1,69

    No-negras (B)

    1

    1

    1

    1

    1

    DiferenaB/A (%)

    1

    1

    1

    1

    1

    So Paulo

    Negras (A)

    2,34

    2,19

    2,54

    1,80

    3,47

    No-negras (B)

    2,41

    2,27

    2,61

    1,97

    3,45

    DiferenaB/A (%)

    3,3

    4,0

    2,4

    9,0

    -0,7

    6.2 Caractersticas pessoais das trabalhadoras negras e

    no-negras

    No se registraram diferenas marcantes das propores mdias por

    faixa etria entre as trabalhadoras negras e no-negras que atuam no emprego

    domstico. Cerca de dois teros do total das trabalhadoras, portanto a grande

    maioria, tm idade entre 25 e 49 anos. Em So Paulo, a parcela de no-

    negras com idade de 40 anos ou mais no emprego domstico (44,8%) foi

    superior participao das trabalhadoras negras (40,7%). Isto tambm

    (em reais de maio de 2005)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    47/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    47

    ocorreu em Belo Horizonte: 40,6% das trabalhadoras domsticas no-negras

    tinham 40 anos ou mais, enquanto entre as negras, 38,8% estavam nessa

    faixa etria. Chama ateno o registro de que a maioria das trabalhadoras

    com 50 anos ou mais se encontra em Porto Alegre, tanto brancas como no-

    brancas, superando um quinto do total das observaes (tabela 15).

    TABELA 15Proporo das empregadas domsticas negras e no-negrassegundo faixa etriaRegies metropolit anas e Dist rit o Federal 2003-2004

    Idade e Cor Belo Horizonte Distrito Federal Porto Alegre Recife Salvador So Paulo

    Negras 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

    10 a 17 anos 3,0 1 1 2,7 3,9 2,9

    18 a 24 anos 18,2 24,4 8,7 13,8 21,4 12,9

    25 a 39 anos 40,0 45,2 33,0 46,0 44,5 43,4

    40 a 49 anos 24,2 18,4 31,5 23,5 19,6 25,4

    50 anos ou mais 14,6 8,6 25,2 14,0 10,6 15,3

    No-negras 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

    10 a 17 anos 1 1 1 1 1 2,9

    18 a 24 anos 17,6 23,9 9,9 12,4 1 11,3

    25 a 39 anos 39,4 46,2 36,7 47,4 1 41,0

    40 a 49 anos 25,0 18,0 29,7 24,4 1 26,3

    50 anos ou mais 15,61

    22,1 13,01

    18,5

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e Desemprego

    Elaborao: DIEESENota: 1) A amostra no comportou desagregao para as categorias

    A anlise por escolaridade revela que as empregadas domsticas no-

    negras tinham um nvel ligeiramente superior ao das mulheres negras. O

    percentual de negras com o ensino fundamental incompleto superou o de

    no-negras, exceto em algumas categorias e regies.

    Em Porto Alegre, a parcela de empregadas domsticas no-negras

    que no terminou o ensino fundamental foi superior de negras. A mesma

    situao se repetiu com as mensalistas de carteira de trabalho assinada. Em

    Recife, a proporo de diaristas no-negras com o fundamental incompleto

    foi maior que de negras. Em So Paulo, o mesmo aconteceu com as

    mensalistas de carteira assinada. Percebe-se nessa situao a dificuldade de

    acesso dos negros ao banco escolar (tabela 16).

    (em %)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    48/52

    48

    GRPE OIT

    Regio metropolitana eDistrito Federal

    Belo Horizonte

    Distrito Federal

    Porto Alegre

    Recife

    Salvador

    So Paulo

    Empregada dom sticaMensalista

    Total

    63,9

    61,6

    56,4

    54,7

    64,5

    64,7

    61,2

    60,357,3

    1

    62,2

    60,1

    Com carteira

    62,7

    60,2

    55,8

    54,7

    62,4

    65,9

    60,4

    56,257,0

    1

    61,7

    63,3

    Sem carteira

    59,2

    57,5

    54,5

    52,0

    64,5

    58,3

    61,8

    61,456,5

    1

    60,5

    55,9

    Diarista

    72,3

    70,5

    61,91

    69,8

    69,1

    60,9

    64,061,4

    1

    66,1

    64,1

    Cor

    Negra

    No-negra

    Negra

    No-negra

    Negra

    No-negra

    Negra

    No-negraNegra

    No-negra

    Negra

    No-negra

    TABELA 16Proporo das empregadas domsticas negras e no-negras como ensino fundamental incompleto segundo posio na ocupaoRegies metropolit anas e Distri to Federal 2003-2004

    Fonte: Convnio DIEESE/ SEADE, MTE/ FAT e entidades regionais. PED - Pesquisa deEmprego e DesempregoElaborao: DIEESE

    Nota: 1) A amostra no comportou desagregao para as categorias

    (em %)

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    49/52

    CADERNO GRPE [3]

    O EmpregoDomstico: umaocupaotipicamentefeminina

    49

    VII. Sntese dos Principais Resultados

    ?O emprego domstico aparece como alternativa de ocupao

    significativa para as mulheres. Representa cerca de 10% dos postosde trabalho na maioria das regies pesquisadas. Essa funo

    ocupada predominantemente por mulheres, cuja presena atinge

    expressivas taxas de, no mnimo, 93%.

    ?H maior proporo de trabalhadoras negras ocupadas no emprego

    domstico, superior a 20% em todas as regies analisadas. Para as

    no-negras, esse percentual foi inferior a 15%.

    ?Mais de 35% das trabalhadoras domsticas tm idade entre 25 e 39 anos.

    ?O grau de instruo das trabalhadoras geralmente baixo. Em torno

    de 60% no completou o ensino fundamental (menos de oito anosde estudo). Em Recife observou-se o maior percentual de analfabetas

    (14,2% das trabalhadoras domsticas).

    ?Entre as trabalhadoras domsticas, 72% so mensalistas nas regies

    analisadas. Uma parcela expressiva no tem carteira assinada. Em

    Salvador, so 57%. Uma proporo menor trabalha como diarista

    (menos de 28%).

    ?O tempo de permanncia mdio de mais de dois anos no emprego

    foi mais freqente para as mensalistas com carteira de trabalho

    assinada. Para as sem carteira, houve maior concentrao no perodo

    de at seis meses.

    ?Um pouco mais da metade das ocupadas no emprego domstico

  • 8/2/2019 O emprego domstico

    50/52

    50

    GRPE OIT

    no contribui para a previdncia social. Isso pode significar que

    uma parcela considervel no ter acesso aposentadoria e

    provavelmente ficar mais tempo no mercado de trabalho. Quase a

    totalidade das que tm carteira de trabalho assinada faz o recolhimento da

    contribuio (ndice superior a 97% em todas as regies).

    ?

    Em Recife, a jornada mdia semanal das empregadas domsticas superior estabelecida legalmente, sendo inferior nas demais regies

    metropolitanas. As mensalistas com carteira de trabalho assinada

    tm, em mdia, jornadas mais extensas do que as sem carteira, e

    superam a jornada mdia legal em algumas regies. Isso pode ser

    em parte explicado pelo fato de muitas dormirem no local de

    trabalho.

    ?As diaristas trabalham, em sua maioria, at 20 horas por semana, o

    que no explicita o intenso ritmo de trabalho dessas mulheres.

    ?Mais da metade das mensalistas das regies do Nordeste e do Distrito

    Federal faz jornadas semanais superiores a 44 horas.

    ?O rendimento mdio real mensal dos empregados domsticos

    homens e mulheres , na mdia, 60% inferior ao dos assalariados e

    ao dos autnomos. No Distrito Federal, a proporo sobe para 78%.

    ?O rendimento mdio real mensal percebido pelas men