O DICIONÁRIO DE POLÍTICA E SAÚDE MENTAL DO CAPITÃO PINHEIRO

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O DICIONÁRIO DE POLÍTICA E SAÚDE MENTAL DO CAPITÃO PINHEIRO GUSTAVO HENRIQUE DE AGUIAR PINHEIRO 2008

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O DICIONÁRIO DE POLÍTICA E SAÚDE MENTAL DO CAPITÃO PINHEIRO GUSTAVO HENRIQUE DE AGUIAR PINHEIRO - 2008

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O DICIONÁRIO DE POLÍTICA E SAÚDE MENTAL DO CAPITÃO PINHEIRO

GUSTAVO HENRIQUE DE AGUIAR PINHEIRO

2008

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Asta su abuelo, Obra de Francisco de Goya (1746-1828), artista espanhol.

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À saúde mental dos políticos, ou ao que resta dela.

A Francisco Pinheiro Alves e Francisco Soares Pinheiro, por

ensinarem a seus filhos uma única sentença: “Se preciso for: morrer

de amor”.

A José Ivo Magalhães, José Silva, LôLô, Nabor Soares e

Francisco de Castro.

A Luiz Gonzaga e Zé Dantas.

ÀAssociação Amigos Construindo Cidadania – AMICCI.

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A O que é um jumento? Ou quem é um jumento?

CAPITÃO

“Enquanto o pobre é geralmente vítima das flutuações nos

preços, porque está sempre tão atarefado em seu trabalho que

não tem tempo ou meios de se proteger, os entendidos, os

negociadores de dinheiro, cuidam de sua riqueza e até mesmo

lucram nessas ocasiões”.

(Leo Huberman, História da Riqueza do Homem, Tradução de

Waltensir Dutra, 21 ed, LTC Editora, 1986, p, 79).

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B Esse bicho põe ovo, Capitão?

CAPITÃO

Põe, sim! “Sempre que a riqueza seja transmitida por herança,

existirão ricos e pobres de nascimento. As condições morais de

nossa vida social são tais que as sociedades não poderão se

manter a não ser que as desigualdades exteriores, dentro das

quais os indivíduos estão situados, foram cada vez mais se

nivelando. È preciso não entender, por isso, que os homens

devem tornar-se iguais entre eles; ao contrário: a desigualdade

interior, aquela que deriva do valor pessoal de cada um, irá

sempre aumentando, sem que este valor seja exagerado ou

diminuído por alguma causa exterior. Ora, a riqueza hereditária

é uma dessas causas. Ela fornece a qualquer um vantagens que

não derivam de seus próprios méritos e que, portanto, lhe

conferem essa superioridade sobre os outros. Esta injustiça,

que nos parece crescentemente intolerável, torna-se cada vez

mais inconciliáveis com as condições de existência de nossas

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sociedades. Tudo concorre então para demonstrar que o direito

sucessório, mesmo sob a forma testamentária, está destinado a

desaparecer progressivamente”.

(Durkeheim apud Tânia Quintaneiro, Maria Lígia de Oliveira

Barbosa e Márcia Gardênia Monteiro de Oliveira, in Um Toque

de Clássicos: Marx, Durkheim, Weber, 2 ed, Editora UFMG,

2003, p. 92).

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C E canta?

CAPITÃO

Canta que é uma beleza, nunca vi o bicho relinchar por nada:

“Quando olhei a terra ardendo

Qual fogueira de São João

Eu preguntei a Deus do céu, uai

Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia

Nem um pé de prantação

Por farta d'água perdi meu gado

Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca

Bateu asas do sertão

"Intonce" eu disse adeus Rosinha

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Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas léguas

Numa triste solidão

Espero a chuva cair de novo

Para eu voltar pro meu sertão

Quando o verde dos teus olhos

Se espalhar na prantação

Eu te asseguro não chore não, viu

Que eu voltarei, viu

Meu coração”

(Asa Branca, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira).

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D Então o jumento é sertanejo?

CAPITÃO

Do mesmo verde das Oliveiras que receberam Jesus.

“Existe um acordo sobre o fato de que o Conflito é uma forma

de interação ente os indivíduos, grupos, organizações e

coletividades que implica choques para o acesso e a distribuição

de recursos escassos(...) Obviamente o Conflito é apenas uma

das possíveis formas de interação... Uma outra possível forma

de interação é a cooperação”

(Noberto Bobbio e Nicola Matteucci, Dicionário de Política, vol

I, 13 ed, Editora UNB, 2007, p. 225).

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E E cobra tem asa?

CAPITÃO

“Arte de Ouvir

O Sábio Saadi de Shiraz caminhava por uma rua com seu

discípulo, quando viu um homem tentando fazer com que sua

mula andasse. Como o animal se recusasse sair do lugar, o

homem começou a insultá-lo com as piores palavras que

conhecia.

- Não sejas tolo – disse Saadi de Shiraz – O asno jamis

aprenderá tia linguagem. O melhor será que te acalmes e

prendas a linguagem dele.

E afastando-se, comentou com o discípulo:

- Antes de entrar numa briga com um asno, pensa bem na cena

que acabaste de ver”.

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(Arte de Ouvir, Histórias pata Pais, Filhos e Netos, Editora

Globo, 2001, p. 31).

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F Então o elefante pesa?

CAPITÃO

“Aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é

grande” (Lucas, 9-48).

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G Não entendo suas metáforas, Capitão!

CAPITÃO

Então, relinche!

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H HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........Realmente me sinto

aliviado! Ôiie!!!

CAPITÃO

“Ao constituir-se um governo – integrado por homens que terão

autoridade sobre outros homens – a grande dificuldade está em

que se deve primeiro habilitar o governante a controlar o

governado e, depois, obrigá-lo a controlar-se a si mesmo”.

(Madison, O Federalista, apud Os Clássicos da Política, vol 1,

Editora Ática, 2006, p. 249, in “O Federalista: Remédios

Republicanos para Males Republicanos, Fernando Papaterra

Limongi).

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I E agora, qualquer jumento pode se governar?

CAPITÃO

“No agir social, esconde-se outra dimensão do processo de

dominação que não pode ser descartada. O capitalismo impõe-se

e mantém-se não pela permanência das relações capitalistas,

mas pelo fato de nele os indivíduos agirem para preservá-las.

Esse é o nó da questão. A manutenção do modo de produção se

deve à existência de mecanismos psíquicos nos sujeitos que

conservam elementos inconscientes capitalistas, mesmo quando

externamente atuam de forma anticapitalista. Wilhelm Reich

levantou esse problema com muita propriedade em duas obras

(Psicologia de massas do fascismo e O que é consciência de

Classe). Se u erro foi não continuar nessa pesquisa, na busca de

delineamento de uma ”economia política do inconsciente””.

(Ciro Marcondes Filho, A Produção Social da Loucura, Editora

Paulus, 2003, p. 19).

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J Já pode então todo mundo ornejar?

CAPITÃO

Não se confunda, querido, eu nunca enlouqueci sem razão!

“Afinal de contas, é um dos pressupostos mais imediatos e mais

radicais de todo discurso jurídico, político, crítico, o de que

existe uma pertinência essencial entre o enunciado da verdade

e a prática da justiça.

Ora, acontece que, no ponto em que vêm se encontrar a

instituição destinada a administrar a justiça, de um lado, e as

instituições qualificadas para enunciar a verdade, do outro,

sendo mais breve, no ponto em que se encontram o tribunal e o

cientista, onde se cruzam a instituição judiciária e o saber

médico ou científico em geral, nesse ponto são formulamos

enunciados que possuem o estatuto de discursos verdadeiros,

que detêm efeitos judiciários consideráveis, e que têm, no

entanto, a curiosa propriedade de ser alheios a todas as regras,

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mesmo as mais elementares, de formação de um discurso

científico; de ser alheios também às regras do direito e de ser,

no sentido estrito”.

(Michel Foucault, Os Anormais, Tradução: Eduardo Brandão,

Martins Fontes, 2002, p. 14).

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K E na política, quem tem razão?

CAPITÃO

O alfabeto e o dicionário:

“Quando eu vim do sertão,

seu môço, do meu Bodocó

A malota era um saco

e o cadeado era um nó

Só trazia a coragem e a cara

Viajando num pau-de-arara

Eu penei, mas aqui cheguei (bis)

Trouxe um triângulo, no matolão

Trouxe um gonguê, no matolão

Trouxe um zabumba dentro do matolão

Xóte, maracatu e baião

Tudo isso eu trouxe no meu matolão”.

(Pau de Arara, Luiz Gonzaga e Guio de Moraes).

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L Mas, como distinguir o médico do monstro?

CAPITÃO

Aquele que estiver preocupado com a letra da lei é o monstro,

enquanto que aquele que se preocupa com o intérprete é o

médico.

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M E o Prefeito serve para que?

CAPITÃO

Para perfeitamente prefeitar o imperfeito, que é o único que

pode administrar o que eternamente se quebrou sem querer

buzinar no juízo alheio a mentira da perfeição.

“Quem, portanto, se tornar príncipe com o favor do povo deve

conservá-lo seu amigo; e isto não lhe será difícil, já que o povo

só deseja ser livre da opressão”.

(Maquiavel, O Príncipe, apud Os Clássicos da Política, vol 1,

Editora Ática, 2006, p. 33, in “Nicolau Maquiavel: o cidaddão

sem fortuna, o intelectual de Virtù, Maria Tereza Sadek).

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N E o Vice?

CAPITÃO

O perigo não está na Prefeitura, mas sim na Vice-Prefeitura,

que pode ocupar dois pólos ao mesmo tempo, um potencial e

outro real.

“O problema consiste em explicar os ciclos de envolvimento na

participação política, nos quais as fases de intensa actividade,

individual ou de grupo, se seguem fases de retração, de refluxo;

as fases de empenhamento na esfera pública seguem-se de

regresso à esfera privada(...) A oscilação entre a prossecução

dos próprios interesses pessoais e o empenhamento nas

actividades públicas, que parece verificar-se tanto nos

indivíduos como nos sistemas políticos globalmente

considerados, explica-se precisamente pela desilusão de não se

conseguir obter a felecidade”.

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(Gianfranco Pasquino, Curso de Ciência Política, Principia, 2005,

p. 74).

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O E o Governador se Governa?

CAPITÃO

“Meu Deus, meu Deus

Setembro passou

Outubro e Novembro

Já tamo em Dezembro

Meu Deus, que é de nós,

Meu Deus, meu Deus

Assim fala o pobre

Do seco Nordeste

Com medo da peste

Da fome feroz

Ai, ai, ai, ai

A treze do mês

Ele fez experiênça

Perdeu sua crença

Nas pedras de sal,

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Meu Deus, meu Deus

Mas noutra esperança

Com gosto se agarra

Pensando na barra

Do alegre Natal

Ai, ai, ai, ai

Rompeu-se o Natal

Porém barra não veio

O sol bem vermeio

Nasceu muito além

Meu Deus, meu Deus

Na copa da mata

Buzina a cigarra

Ninguém vê a barra

Pois barra não tem

Ai, ai, ai, ai

Sem chuva na terra

Descamba Janeiro,

Depois fevereiro

E o mesmo verão

Meu Deus, meu Deus

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Entonce o nortista

Pensando consigo

Diz: "isso é castigo

não chove mais não"

Ai, ai, ai, ai

Apela pra Março

Que é o mês preferido

Do santo querido

Sinhô São José

Meu Deus, meu Deus

Mas nada de chuva

Tá tudo sem jeito

Lhe foge do peito

O resto da fé

Ai, ai, ai, ai

Agora pensando

Ele segue outra tria

Chamando a famia

Começa a dizer

Meu Deus, meu Deus

Eu vendo meu burro

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Meu jegue e o cavalo

Nóis vamo a São Paulo

Viver ou morrer

Ai, ai, ai, ai

Nóis vamo a São Paulo

Que a coisa tá feia

Por terras alheia

Nós vamos vagar

Meu Deus, meu Deus

Se o nosso destino

Não for tão mesquinho

Ai pro mesmo cantinho

Nós torna a voltar

Ai, ai, ai, ai

E vende seu burro

Jumento e o cavalo

Inté mesmo o galo

Venderam também

Meu Deus, meu Deus

Pois logo aparece

Feliz fazendeiro

Page 27: O DICIONÁRIO DE POLÍTICA E SAÚDE MENTAL DO CAPITÃO PINHEIRO

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Por pouco dinheiro

Lhe compra o que tem

Ai, ai, ai, ai

Em um caminhão

Ele joga a famia

Chegou o triste dia

Já vai viajar

Meu Deus, meu Deus

A seca terrívi

Que tudo devora

Ai,lhe bota pra fora

Da terra natal

Ai, ai, ai, ai

O carro já corre

No topo da serra

Oiando pra terra

Seu berço, seu lar

Meu Deus, meu Deus

Aquele nortista

Partido de pena

De longe acena

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Adeus meu lugar

Ai, ai, ai, ai

No dia seguinte

Já tudo enfadado

E o carro embalado

Veloz a correr

Meu Deus, meu Deus

Tão triste, coitado

Falando saudoso

Com seu filho choroso

Iscrama a dizer

Ai, ai, ai, ai

De pena e saudade

Papai sei que morro

Meu pobre cachorro

Quem dá de comer?

Meu Deus, meu Deus

Já outro pergunta

Mãezinha, e meu gato?

Com fome, sem trato

Mimi vai morrer

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Ai, ai, ai, ai

E a linda pequena

Tremendo de medo

"Mamãe, meus brinquedo

Meu pé de fulô?"

Meu Deus, meu Deus

Meu pé de roseira

Coitado, ele seca

E minha boneca

Também lá ficou

Ai, ai, ai, ai

E assim vão deixando

Com choro e gemido

Do berço querido

Céu lindo e azul

Meu Deus, meu Deus

O pai, pesaroso

Nos fio pensando

E o carro rodando

Na estrada do Sul

Ai, ai, ai, ai

Page 30: O DICIONÁRIO DE POLÍTICA E SAÚDE MENTAL DO CAPITÃO PINHEIRO

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Chegaram em São Paulo

Sem cobre quebrado

E o pobre acanhado

Percura um patrão

Meu Deus, meu Deus

Só vê cara estranha

De estranha gente

Tudo é diferente

Do caro torrão

Ai, ai, ai, ai

Trabaia dois ano,

Três ano e mais ano

E sempre nos prano

De um dia vortar

Meu Deus, meu Deus

Mas nunca ele pode

Só vive devendo

E assim vai sofrendo

É sofrer sem parar

Ai, ai, ai, ai

Se arguma notíça

Page 31: O DICIONÁRIO DE POLÍTICA E SAÚDE MENTAL DO CAPITÃO PINHEIRO

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Das banda do norte

Tem ele por sorte

O gosto de ouvir

Meu Deus, meu Deus

Lhe bate no peito

Saudade de móio

E as água nos óio

Começa a cair

Ai, ai, ai, ai

Do mundo afastado

Ali vive preso

Sofrendo desprezo

Devendo ao patrão

Meu Deus, meu Deus

O tempo rolando

Vai dia e vem dia

E aquela famia

Não vorta mais não

Ai, ai, ai, ai

Distante da terra

Tão seca mas boa

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Exposto à garoa

A lama e o paú

Meu Deus, meu Deus

Faz pena o nortista

Tão forte, tão bravo

Viver como escravo

No Norte e no Sul

Ai, ai, ai, ai”.

(A Triste Partida, Luiz Gonzaga, Composição: Patativa do

Assaré)

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P E pode ser Presidente sem nunca ter partido?

CAPITÃO

Pode não, passarinho que não deixa o ninho não aprende a voar.

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Q E quem partiu pode voltar?

CAPITÃO

“Já faz três noites

Que pro norte relampeia

A asa branca

Ouvindo o ronco do trovão

Já bateu asas

E voltou pro meu sertão

Ai, ai eu vou me embora

Vou cuidar da prantação

A seca fez eu desertar da minha terra

Mas felizmente Deus agora se alembrou

De mandar chuva

Pr'esse sertão sofredor

Sertão das muié séria

Dos homes trabaiador

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Rios correndo

As cachoeira tão zoando

Terra moiada

Mato verde, que riqueza

E a asa branca

Tarde canta, que beleza

Ai, ai, o povo alegre

Mais alegre a natureza

Sentindo a chuva

Eu me arrescordo de Rosinha

A linda flor

Do meu sertão pernambucano

E se a safra

Não atrapaiá meus pranos

Que que há, o seu vigário

Vou casar no fim do ano”.

(A volta da asa branca, Luiz Gonzaga e Zé Dantas).

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R Mas não é loucura andar por um caminho que desapareceu?

CAPITÃO

“A depressão econômica unida às raízes de uma diminuição de

legitimidade e de uma crise de representatividade constitui, até

hoje, o melhor veículo da revolução”

(Noberto Bobbio e Nicola Matteucci, Dicionário de Política, vol.

II, 13 ed, Editora UNB, 2007, p. 225).

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S E O Senhor não está sozinho em sua Política?

CAPITÃO

“Olho por olho dente por dente”. “Para todo mundo é natural

odiar os seus inimigos; mas os filhos de Deus devem vencer o

mal com o bem, devem lutar em seus corações contra o

sentimento de vingança. Não só. Devem desejar o bem daqueles

que os ofendem. Esta é uma tarefa bastante ousada, um modo

de manifestar uma força interior autêntica, uma maneira de vir

a ser cada vez mais semelhantes ao próprio Criador”.

(Aleksandr Mien, Jesus: Mestre de Nazaré – A História que

desafiou 2.000 anos, Cidade Nova, 1998, p. 96).

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T Ornejo de novo?

CAPITÃO

Você é que sabe! Ou não sabe! Isso não posso decidir por você.

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U HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........

CAPITÃO

“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,

garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à

redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso

universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,

proteção e recuperação”.

“Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da

família, será promovida e incentivada com a colaboração da

sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu

preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o

trabalho”. (Artigos da Constituição da República Federativa do

Brasil).

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V HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........

CAPITÃO

“Lá no meu sertão pros caboclo lê

Têm que aprender um outro ABC

O jota é ji, o éle é lê

O ésse é si, mas o érre

Tem nome de rê

Até o ypsilon lá é pissilone

O eme é mê, O ene é nê

O efe é fê, o gê chama-se guê

Na escola é engraçado ouvir-se tanto "ê"

A, bê, cê, dê,

Fê, guê, lê, mê,

Nê, pê, quê, rê,

Tê, vê e zé”.

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(ABC do Sertão, Zé Dantas / Luiz Gonzaga).

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W Agora entendi, Até o ypsilon lá é pissilone!

CAPITÃO

Isso, o segredo não está na Norma, mas sim em quem por ela diz

ter se apaixonado só para ganhar o seu voto. É o intérprete da

lei que tudo afunda ou redime.

Page 43: O DICIONÁRIO DE POLÍTICA E SAÚDE MENTAL DO CAPITÃO PINHEIRO

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X E a sua saúde mental?

CAPITÃO

Os mortos não têm título de eleitor!

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Y Mas , o Senhor tem certeza disso para sempre?

CAPITÃO

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........

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Z

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN????? .........

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN????........

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN????.......

CAPITÃO

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........

HIiiiiiiiiinnnnnÔÔÔÔÔÔÔNN!!!! .........