O Destino de Uma Nação - PerSe - Publique-se · Karine, Yasmin e Sabrina, obrigada pela amor que...

15
O Destino de Uma Nação

Transcript of O Destino de Uma Nação - PerSe - Publique-se · Karine, Yasmin e Sabrina, obrigada pela amor que...

O Destino de Uma Nação

2

Marcia Pimentel

O Destino De Uma Nação 2ª Parte

3

Copyright © 2012 By Marcia Pimentel

Diagramação e revisão Marcia Pimentel

Capa Marcia Pimentel

Revisoras Sabrina Pimentel da Silva Yasmin Pimentel da Silva

1º Edição Marcia Pimentel 1974 - Nome do livro: O Destino de Uma Nação 2ª Parte Editora Perse – 2012

1. Romance Histórico – Escócia – Revolta Jacobita 1745-1746 – Ficção

Todos os direitos autorais reservados a autora

4

“Uma rebelião é quando está rebelando-se contra algo legal. E uma Revolta, é quando

você luta contra algo ilegal.”

James Francis Edward Stuart era o rei legítimo, portanto, a Revolta Jacobita de 1745-1746, foi uma forma de revolta contra algo que era ilegal.

5

6

DEDICATÓRIA:

Esse livro é dedicado a todos que desejam conhecer a história de uma revolução que mudou o modo de vida de um povo. Conhe-ça os heróis dessa revolução e como tudo aconteceu a base de mui-tas pesquisas e de um pouco de intuição.

AGRADECIMENTOS:

Karine, Yasmin e Sabrina, obrigada pela amor que vocês me de-dicam todos os dias. Vocês sabem que tudo o que faço, são para vocês ou pensando em vocês. Fico muito feliz quando termino um livro e vejo que vocês vibram junto comigo com mais essa minha conquista. Vocês três sabem que todos os meus livros também são dedicados a vocês e sempre vou agradecer pelo incentivo que vo-cês me deram para que eu publicasse o meu primeiro livro. E con-tinuam me incentivando. Obrigada, filhas.

7

8

A Partida Para Inglaterra

25 de Outubro de 1745

cordei naquela manhã fria, e fui para mais um Conse-lho. Ao acordar, Edric não estava mais ao meu lado, per-

cebia que a cada dia que passava, Edric ficava ainda mais impacien-te. Ao entrar na sala, olhei para o príncipe e vi como ele estava an-sioso para partir para a Inglaterra. O príncipe também andava mui-to impaciente naqueles últimos dias.

A

Já ficamos tempo demais em Edimburgo, o exército está pa― -rado há muito tempo. Temos que partir para a Inglaterra.

Alteza disse o Sr. Lochiel. Espere mais um pouco― ― ― pelo retorno dos homens que foram para casa após a batalha, logo teremos mais homens.

Já esperei tempo demais, Lochiel disse com todo o res― ― -peito que tinha pelo Sr. Lochiel.

Temos que avançar para Inglaterra disse o Sr. O'Sullivan.― ― As forças do governo se concentram ao norte da Inglaterra e esse―

números já supera ao exército do príncipe. Eles só não entram na Escócia por não saberem o número exato do exército do príncipe Charles.

O Sr. O'Sullivan está certo. Eu temo que se os homens fica― -rem parados por mais tempo começarão a desertar.

Temos que preparar os homens para essa viagem, Alteza ― ― disse Edric. Alguns homens nunca pegaram em armas, nunca ti― -veram em uma batalha, eles ainda precisam ser treinados.

Então meu amigo, comece logo com esse treinamento. Nos― -sa partida não tardará.

Logo depois do Conselho, Edric voltou para o acampamento para começar a treinar os homens que havia recrutado.

9

Ao passar por uma das salas do castelo, vi lorde George olhan-do para alguns mapas que estavam em cima de uma mesa.

Com licença, lorde George.―Olhou para mim e sorriu.

Por favor, Sra. Jennifer me convidou a entrar.― ― Não quero incomodá-lo.― A senhora nunca incomoda. Só estava olhando alguns ma― -

pas. O príncipe está muito preocupado com as deserções no―

exército. Deserções são frequentes em um exército parado. Sem nada―

para fazer os homens começam a pensar em suas famílias e pensar nas dificuldades em entrar em uma terra estrangeira. Já perdemos muitos homens.

Eu posso entendê-los. Eu já estou entediada de ficar nesse― Palácio.

Gostaria de estar costurando algum ferido? disse brin― ― -cando.

Não, lorde George. Mas, gostaria de estar sendo útil em al― -gum lugar.

À tarde o príncipe me convidou para passear no jardim do Pa-lácio.

O que o está incomodando, Alteza?― Há outro motivo por eu estar com pressa de marchar para a―

Inglaterra, ma chérie. E qual é o motivo?― Minhas reservas de dinheiro estão se esgotando. E sem di― -

nheiro fica impossível manter o exército junto. Já temos poucos ho-mens, se perdermos mais, perderemos a oportunidade de ir para a Inglaterra e recuperar o trono para meu pai.

Mas, o embaixador não trouxe dinheiro?― Trouxe ― ma chérie, mas quando partirmos para a Inglaterra

tenho que ter uma reserva guardada. Por isso estou guardando esse dinheiro.

Alteza, o senhor tem certeza do apoio dos ingleses? Alguns― homens acreditam que os ingleses não o apoiarão.

Eu tenho certeza, ― ma chérie. Enquanto estava na França, re-

10

cebi várias mensagens de garantias de apoio da nobreza inglesa. Te-remos muito apoio dos ingleses Jacobitas quando chegarmos na In-glaterra.

Eu tinha meus receios quanto a isso, já não tinha mais certeza se ele teria o apoio dos ingleses. O príncipe não tinha um exército francês, talvez os ingleses não fossem apoiar um exército das High-lands. Quando ainda estava em Londres, muitos dos amigos do meu pai sempre diziam que o príncipe tinha que chegar com um exército francês para que eles pudessem apoiá-lo.

Eu já estava mais do que entediada de ficar naquele Palácio. Edric não tinha voltado a noite para o Palácio, ficou no acampa-mento treinando os homens até de madrugada. Pela manhã fui até o escritório do príncipe. Ao entrar, o vi sentado em frente à sua mesa escrevendo uma carta. Assim que me viu parou de escrever e sorriu.

Bom dia, ― ma chérie. Bom dia, Alteza. Não quero incomodá-lo.― Você nunca incomoda, ― ma chérie. Sente-se, já estou termi-

nando. Assim que terminar poderemos dar nosso passeio.Sentei na cadeira em frente à sua mesa. Olhei para a carta que

estava em cima da mesa. O nome me chamou atenção, Henry Stu-art, era o irmão do príncipe que estava na França.

Pode ler se quiser.―Sorri e peguei a carta. Era mesmo uma carta para Henry Stu-

art. O príncipe lhe escrevia dizendo como estava seu exército. Ao ler que ele tinha 12.000 mil homens e que mais 4.000 chegaria e que tinha mais de 1.000 de cavalaria e que mais também chegaria, tirei o olhar da carta e olhei para o príncipe. Ao perceber meu olhar, parou de escrever e olhou para mim. Adivinhando a parte que eu tinha lido, disse encostando na cadeira:

É uma mentirinha de nada.―Sorri e voltei a ler. Continuando, o príncipe dizia ao seu irmão

que seus homens estavam bem armados e equipados, o que também não era verdade. Muitos só tinham uma foice ou um machado. Suas roupas estavam sempre rasgadas, eu sabia muito bem disso, pois estava sempre costurando as roupas dos homens de Edric. Eu já não tinha mais o que vender para poder ajudar aos homens com

11

suas roupas. Já tinha vendido todas as joias que tinha levado comi-go, às vezes comprava comida para os homens no acampamento, às vezes comprava ervas para fazer remédios. Me preocupava vê-los ras-gados e com seus sapatos furados, mas não podia fazer nada sem dinheiro. Voltei a ler a carta, no final o príncipe escrevia que em re-lação a Inglaterra o povo o receberia de braços abertos. Mas que ele deveria aparecer com um exército apoiado pela França. O príncipe queria que seu irmão apressasse as coisas na França.

Comecei a me preparar para a nossa partida para a Inglaterra. Eu e Alexander passávamos quase o dia todo entrando e saindo dos boticários a procura das ervas para fazer remédios, eu queria ter um grande estoque quando partíssemos. Naquela noite, subi para meu quarto assim que o jantar terminou. A noite estava fria e eu estava preocupada com Edric, enquanto eu dormia naquele quarto quente, em uma cama macia, Edric dormia dentro de uma tenda que mal o protegeria do frio. Fui até a lareira e sentei no tapete que ficava em frente à ela, ele era macio e grosso, o que me impedia de sentia a friagem do chão. Olhei para o fogo e fechei os olhos. Queria poder levar aquele calor para Edric com o meu pensamento.

De repente a porta se abriu, virei, e para minha felicidade era Edric.

Estava aqui tentando levar o calor do fogo até você disse― ― sorrindo.

Eu vim pegá-lo pessoalmente.―Em poucos passos Edric chegou perto de mim e abaixou-se, me

abraçou e me beijou com fúria. Era maravilhoso estar novamente em seus braços, sentindo o gosto dos seus lábios.

Dormirá comigo? perguntei assim que ele se afastou.― ― Foi para isso que eu vim. Mas antes eu preciso de um ba― -

nho. Não, antes eu preciso de você.―

Nos amamos no tapete, em frente a lareira que nos aquecia. É tão bom ficar assim depois de amá-la. Sinto uma paz tão―

grande quando estou com você, Jen. Escute, Edric.―

Olhou para cima e esforçou-se para ouvir. Não estou ouvindo nada!―

12

É isso. Está tudo tão silencioso. Parece que o mundo não― existe lá fora.

Só nós dois aqui dentro beijou-me.― ― Como está o treinamento dos homens?― Eu precisaria de mais tempo para treiná-los, mas pelo o que―

sei não temos muito tempo. Alexander me disse que você também está se preparando para a viagem para a Inglaterra. Quero lhe pedir uma coisa levantei a cabeça e o olhei séria.―

Não me peça para ficar, Edric.― Eu não pediria isso, Jen sorriu. Já foi difícil ficar sem― ― ―

você nos dias que fui para Lochaber, imagine por meses. Então o que é?― Sei que os dias estão frios e às noites ainda mais. Mas, eu―

queria lhe pedir que passasse alguns dias comigo no acampamento. É isso que você quer? estava feliz com aquele pedido.― ― Mas, não é só pela sua companhia que a quero comigo no―

acampamento. E para que também?― Quero treiná-la a lutar com um punhal.― Vai me ensinar a lutar, Edric? fiquei surpresa ao saber.― ― Precisa aprender a se defender com um punhal. Você tem o―

dom de atrair problemas. Não tenho não disse zangada e sentei.― ― Venha abriu os braços. Não fique zangada comigo ― ― ― ―

voltei a deitar em seu peito. Não estou. Estou feliz que esteja aqui e mais ainda porque―

ficaremos juntos nos próximos dias. Quando irei para o acampa-mento.

Amanhã.― Alexander disse que o príncipe dividiu o exército em vários―

acampamentos. Foi ideia de lorde George, assim não saberão que temos―

poucos homens. Lorde George é um ótimo estrategista militar.― É sim, todos os escoceses gostam dele.― Nem todos. O Sr. John Murray não gosta de lorde George,―

e cada dia isso fica mais visível.

13

Ele não gosta de lorde George porque ele pode atrapalhar― seus planos.

Ele não se importa com os escoceses, tudo o que ele quer é― ganhar essa guerra para o príncipe, não se importa em sacrificar os escoceses. Lorde George é diferente, ele sempre pensa no bem estar do exército, de todo o exército.

Nossa! É mesmo uma defensora de lorde George.― Gosto de como ele comanda o exército. Lorde George é―

muito inteligente. É uma pena que o príncipe acredite nas mentiras do Sr. John.

Eu ouvi dizer que o príncipe já disse várias vezes que se ar― -rependeu de tê-lo feito seu comandante general.

Se ele demitir lorde George fará uma grande burrada.― É o que eu também acho. Ele só não faz isso porque sabe―

que pode perder muitos chefes importante e também o regimento Atholl, que tem um grande número de homens. Pelo príncipe quem ficaria no comando do exército é o Sr. O'Sullivan.

Também não gosto do Sr. O'Sullivan.― Venha, defensora de lorde George disse sorrindo. Va― ― ― -

mos dormir.No dia seguinte fui para o acampamento com Edric. Mas, an-

tes fui me despedi do príncipe que não gostou de saber que eu pas-saria uns dias no acampamento, principalmente quando eu disse que Edric me ensinaria a lutar com um punhal.

Apesar do frio que fazia durante o dia, eu gostava de estar no acampamento junto com Edric e o clã MacLeod de Harris. Tinha sempre muita animação entre os homens. Eu nunca ficava sozinha. Quando Edric estava treinando os homens, eu ficava com Leslie, às vezes ficava com o Sr. Lochiel, a quem a cada dia eu admirava mais. O Sr. Lochiel era conhecido como Lochiel, o gentil. E cada dia que passava ao seu lado eu podia entender porque o chamavam assim. Ele era realmente muito gentil. Não era um homem de gritar suas ordens, mas quando dizia alguma coisa todos se calavam para ou-vir, e obedeciam sem protestar. Ele era gentil com seus homens, ou-vindo sempre suas queixas e tentando resolvê-las, era gentil até com as amantes dos seus homens. Edric me lembrava muito o Sr. Lochi-el. Apesar de Edric não ser o chefe do seu clã, ele era muito respei-

14

tado por todos os MacLeod de Harris, principalmente pelos seus homens. Alguns dos seus homens diziam que quando o Sr. MacLe-od morresse Edric que tomaria seu lugar, porque seu filho era um fraco. Uma vez conversei sobre isso com Edric. Ele disse que jamais tomaria o lugar de John MacLeod, não importasse se ele era fraco ou não, ele era o herdeiro do seu tio. Isso me fez sentir mais orgu-lho do homem com quem me casei.

A noite Edric me ensinava a lutar com o punhal. O punhal com que lutávamos era de madeira, ele mesmo tinha feito. Nos pri-meiros dias Edric sempre me matava: cortava minha garganta, enfi-ava o punhal em minha barriga, nas minhas costas. Todas as noites eu levava uma surra de Edric. Vários homens vinham assistir ao treinamento. No começo eles se divertiam com as minhas derrotas. Quando mais Edric me vencia mais eu ficava furiosa. Os homens começaram a sentir pena de mim e começaram a me dar várias di-cas de como me movimentar, de como enganar Edric e de como me defender. A noite, durante o treinamento, consegui me desvenci-lhar dele e o acertei na barriga. Quando os homens viram que eu ti-nha conseguido, uma grande gritaria tomou conta do local. Edric olhou para trás sem acreditar no que estava acontecendo. Eu estava tão feliz por ter conseguido que comecei a pular de alegria. De re-pente, todos ficaram em silêncio. Olhei em direção aos homens e vi o príncipe parado sorrindo. Alguém já tinha lhe dito o que tinha acontecido. O príncipe se aproximou, e nos cumprimentou.

Essa alegria toda é porque conseguiu matar seu marido? ― ― disse brincando.

Se Vossa Alteza tivesse visto como ele ficava quando tirava o― meu punhal e cortava minha garganta. Iria entender minha felicida-de.

Madame Jennifer é uma guerreira. Agora tenho que voltar― para Edimburgo, vejo vocês amanhã no Palácio.

O príncipe sempre visitava os acampamentos durante noite, às vezes jantava no acampamento com os seus oficiais. Depois que o príncipe foi embora, ficamos sozinhos.

Acho que seu marido está ferido colocou a mão onde eu― ― o ataquei. Acho que vou precisar de cuidados.―

Além de ser boa com um punhal, também sou boa cuidan― -

15