O decesso de Ayrton Senna!

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Parte da mensagem recebida, em 03/05/1994, por um médium do Grupo Dom Bosco da Comunhão Espírita de Brasília.

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  • 1. Mensagem( parte )recebida em03/05/94 por um mdium do Grupo D.Bosco da Comunho Esprita de Braslia Com Som

2. No escutando a voz da minha conscincia, deixando-me levar pela euforia do meu instinto, antecipei, 01 de maio deste ano de 1994 , o meu retorno ao mundo dos espritos. No culpo outros. Vrias foram s vezes em que fui alertado na minha trajetria, nas pistas de competio automobilstica, principalmente nos ltimos tempos. 3. simples pensamentos, que me falavam constantemente para abandonar as corridas at a falta de velocidade, e eu achando que era defeito do carro, o que na verdade no era. A falta de coragem em correr mais, s vezes deixava-me sem entender tal comportamento. A falta de rendimento deixava-me muitas vezes irritado, tinha os meus compromissos, tinha um contrato, um pblico. Tinha coragem sim. 4. No, no poderia aceitar um fracasso. No era muito, bastava apertar um pouco mais o acelerador e ganhar mais velocidade. A cada dia que passava, cobrava mais o meu rendimento. No respeitei o meu limite, achava muito pouco, no dei ouvidos a minha conscincia, chamando e alertando para o momento de parar. Somente agora, neste momento, percebo a realidade. 5. A fortuna bem cedo chegou a minha porta como prometido. Era o momento de parar e seguir o outro caminho j traado e planejado por mim e meus preparadores espirituais no plano espiritual. Menos perigoso, mas com muitos compromissos com esta grande e rica nao, que sofre por ser bero de tantos irmos em provas que aqui aportam, vindo de outras velhas e sofridas naes a quem tanto mal causaram. 6. Vozes outras, como disse anteriormente, chamavam-me para esses compromissos, mas fiz-me de surdo e cego para o alerta que recebia a todo o instante. Sem dvida, foi a vaidade interior que falou mais alto dentro de mim. Foi o meu orgulho. Sair em busca de uma velocidade maior, querendo mais, uma coisa que no estava mais ao meu alcance, mas que eu queria a todo preo. Este foi o meu erro. 7. Por vrias vezes, eu e Frank Williams discutimos reservadamente sobre o meu limite de velocidade. Percebia a minha falta de rendimento para correr mais, facilitando assim outras escuderias a subirem ao podium, o que me deixava sem ponto neste campeonato. Isto me chateava, e ultimamente sentia uma certa frustrao, no vendo um resultado satisfatrio que fizesse jus ao meu contrato com a Williams. O senhor Frank me dizia que temia eu no conseguir acompanhar a potncia do motor do novo carro, to bem preparado para mim, temendo chegar ao final da temporada com um baixo resultado. 8. a voz da minha conscincia falava mais forte dentro de mim, alertando-me para o perigo que bem prximo estava. O acidente de Rubinho, a morte do companheiro da ustria, foram, sem dvida, um forte aviso. Senti um abalo terrvel, senti uma agonia muito grande, era tudo muito estranho. Lutei, debati, denunciei. Mas no parei, no voltei atrs, no voltaria, nunca voltei. Provaria com a minha coragem, a minha equipe, que ns ramos os melhores. Provaria, era s esperar. 9. Frank cobrou-me um resultado positivo, pois o meu contrato estava ficando ameaado. Pensativo e preocupado fui para o Box onde estava o meu carro, fiquei apoiado pensando por alguns segundos, quando veio a memria, como num filme, tudo quanto j tinha conquistado. Se eu quisesse poderia, naquele momento, jogar tudo para o alto e desfazer o contrato, mesmo com grandes prejuzos. Tive vontade de voltar e dizer a ele que naquelas atuais circunstncias no poderia correr e, assim, deixaria a equipe naquele momento. Seria o certo?... Apoiado ainda no carro, em estado de meditao, relembrei, no sei o porqu, da minha famlia 10. De novo no grid, motores roncando, passa-se algum tempo, nova largada dada, os motores roncam mais forte, tomo o meu lugar, os demais buscando o seu melhor lugar, disparamos veloz. Passados alguns momentos algo estranho domina-me. Ouvi a voz de Frank Williams ao meu lado dizendo-me: corra! Corra! Homem! Este o momento!... No, no poderia ser verdade, alm de ouvir a sua voz, ele estava ali ao meu lado. Como poderia? Estava sentado junto de mim! Estaria ficando louco?... 11. Olho o retrovisor para me certificar do que estava acontecendo ao meu redor. No vejo os companheiros retardatrios e sim a imagem fixa dos cavalos correndo em alta velocidade, como querendo alcanar-me. Volto o olhar para frente, tambm no vejo nada familiar, s uma grande reta. De repente, um silncio me invade, s um estrondo percebo. Olho para ambos os lados, estou s. Olho o retrovisor, no vejo mais ningum, nem cavalos nem bigas. 12. falou-me a voz, a voz da minha conscincia, agora mais do que nunca viva, frente a frente, sem esperar para depois a cobrana dos meus atos. Era como um porteiro de teatro a s deixar passar para o outro lado quando da apresentao do ingresso. Assim estava me sentindo e ouvindo a sua quase sentena. A reta continuava sem fim, sentia-me sonolento, no ouvi mais a voz, fui sentindo um adormecimento. Uma voz foi acalentando-me, tudo foi se tornando em um silncio profundo. Queria falar, mas no tinha foras, estava anestesiado. S ouvia agora um canto suave... dormi... AIRTON SENNA