O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão. (Mc 13,24-32)
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O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão.
(Mc 13,24-32)Angelus do Papa Bento XVI.
“Jesus não descreve o fim do mundo”, na passagem do Evangelho que a liturgia proclama neste domingo: observou Bento XVI, na alocução do
meio-dia, na Praça de São Pedro, com os peregrinos e romanos ali congregados, como habitualmente, para a recitação da oração mariana.
Este discurso “escatológico” de Jesus, sobre “os últimos tempos” – observou o Papa – “é provavelmente o texto mais difícil dos Evangelhos”.
“Essa dificuldade deriva tanto do conteúdo como da linguagem: fala-se de fato de um futuro que ultrapassa as nossas categorias e é por isso que Jesus utiliza imagens e palavras retomadas do Antigo Testamento, mas – sobretudo – insere um novo centro, que é Ele próprio, o mistério da sua pessoa e da sua morte e ressurreição”.
De fato, o “Filho do homem” de que fala o Evangelho, retomando a profecia de Daniel, é o próprio Jesus, que põe em ligação o presente
com o futuro. “As antigas palavras dos profetas encontraram finalmente um centro na pessoa do Messias nazareno. É Ele o
verdadeiro acontecimento que, nos meios dos abalos e perturbações do mundo, permanece como o ponto firme e estável”.
Bento XVI pôs em realce a afirmação de Jesus “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”, observando que na
Bíblia é a Palavra de Deus que está na origem da criação… “Esta potência criadora da Palavra divina concentrou-se em Jesus Cristo,
Verbo feito carne, e passa também através das suas palavras humanas, que são o verdadeiro firmamento que orienta o pensamento e o
caminho do homem sobre a terra”.
Foi neste contexto que o Papa fez notar que “Jesus não descreve o fim do mundo e, quando usa imagens apocalípticas, não se comporta como
um vidente. Pelo contrário, Ele quer subtrair os seus discípulos de todos os tempos à curiosidade pelas datas e previsões, fornecendo-lhes isso sim uma chave de leitura profunda, essencial, e sobretudo
indicar a via justa sobre como caminhar, hoje e amanhã, para entrar na vida eterna”.
“Tudo passa – recorda-nos o Senhor – mas a Palavra de Deus não muda e perante essa cada um de nós é responsável pelo seu próprio
comportamento… Também nos nossos tempos não faltam calamidades naturais, e infelizmente, não falta também guerras e violências. Também hoje em dia temos necessidade de um fundamento estável para nossa
vida e para a nossa esperança, por maioria de razão por causa do relativismo em que estamos imersos.”
“Que a Virgem Maria nos acolha neste centro na Pessoa de Cristo
e na sua Palavra”.
“Celebrar Jesus Cristo Rei do Universo é proclamar diante do mundo que somente Cristo é o sentido último de tudo e de todos, que somente Cristo é definitivo e absoluto. Proclamá-lo Rei é dizer que não nos submetemos a nada nem a ninguém, a não ser ao
Cristo; é afirmar que tudo o mais é relativo e menos importante quando confrontado com o único necessário, que é o Reino que Jesus veio trazer. Num mundo que deseja
esvaziar o Evangelho, tornando Jesus alguém inofensivo e insípido, um deus de barro, vazio e sem utilidade, proclamar Jesus como Rei é rejeitar o projeto pagão do mundo
atual e proclamar: “O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele a glória e poder através dos séculos”.
Amém (Ap 5,12; 1,6). (do site: www.domhenrique.com.br )
Texto - Angelus do Papa Bento XVI. 18.11.2012 - Cidade do Vaticano.
Parte final sobre Cristo Rei: www.domhenrique.com.br
Imagem – Google
Música – Cordeiro de Deus – Agnus Dei
Formatação - Graziela