O caso do voo 302
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OS CASOS ABSURDOS DO DETETIVE SHARNEL GABRIEL
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CASO DO VOO 302
O Homem encontrava-se no assento 14 em um
avião da primeira classe. Seu companheiro
dormia tranquilamente ao seu lado.
De repente, num fio transparente, uma grande
gota liquida caiu sobre a perna do homem.
_O que é isso? –ele gritou, fazendo algumas
pessoas do avião olhá-lo.
Seu companheiro que dormia acordou assustado.
_Por que o grito, caro amigo?
_Algo pingou em mim!
_Mas nem está chovendo!?
_Nem se estivesse, estamos dentro de um avião
seu imbecil.
Alguns segundos depois o avião balançou
fazendo os passageiros se assustarem.
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_Por favor, senhores passageiros, isto não foi
nada, o piloto apenas cochilou. –disse a
aeromoça tranqüila fazendo as unhas.
Neste instante, fazendo um barulho assustador, a
porta do bagageiro acima do assento 13-14 se
abriu, deixando á vista o rosto pálido de um
homem aparentemente morto.
_Sentem-se todos! –gritou o homem do assento
18, ele usava um casaco marrom que escondia
quase todo seu corpo.
_Se este homem está morto, então sabem que
tem um assassino neste avião? –ele gritou.
_Percebemos isso! –gritou a velha do assento 21.
_Cale-se sua velha inútil que fede a passas.
_Quem é você para mandar minha mãe se calar!?
–gritou o homem do assento 22.
_A pessoa mais importante dessa espelunca que
vocês chamam de primeira classe, sou o detetive
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Sharnel Gabriel IV.
_Alguém já ouviu falar desse aí!? –perguntou a
aeromoça que agora retocava a maquiagem.
_Cale-se sua vadia desempregada! –disse
Sharnel.
_Como se atreve a me chamar de desempregada,
eu tenho um emprego! –reclamou a aeromoça.
_Tudo bem então, cale-se sua vadia que tem
emprego! –concertou Sharnel.
_Assim está melhor. –disse a aeromoça satisfeita.
_Bom, eu não vou perguntar duas vezes: _Quem
matou esse homem do bagageiro 13-14?
E mais uma vez o avião balançou assustando os
passageiros.
_Só um minuto! –disse Sharnel dirigindo-se a
cabine do piloto.
_Posso explicar. –o piloto disse assustado quando
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percebeu que Sharnel o viu agarrado ao co-
piloto.
_Cala boca sua bicha miserável!
_Mas, eu não sou...
_Não me importa se você é frutinha ou não, mas
se eu tiver que voltar aqui outra vez, eu juro que
enfio a cabeça de seu amiguinho dentro da sua...
Bom, você sabe onde!
_Tudo bem, mas não conte a ninguém o que viu,
eu tenho uma esposa! –implorou o piloto.
_E ela é gostosa?
_Sim, por quê?
_Seu imbecil! –Sharnel disse saindo da cabine.
_Problema resolvido, tive apenas que
interromper um acasalamento. –Sharnel disse ao
voltar à atenção aos passageiros.
_Quero saber quem matou este infeliz? –ele disse
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voltando ao assunto inicial.
Segundos se passaram e um homem levantou a
mão.
_Então foi você!? –Sharnel perguntou e antes que
o homem respondesse pegou sua arma e atirou.
O homem disse gemendo com a bala no peito:
_Eu só queria ir ao banheiro!
_Tudo bem, alguém pode levá-lo ao banheiro!?
_Se não foi ele, quem foi? –Sharnel perguntou
impaciente.
_Se ninguém falar vou ser obrigado a atirar num
por um nessa bagaça1!
_Tudo bem, mas não atira! –disse o home do
assento 15.
1 Refere-se a um local ou objeto. Termo usado
costumeiramente entre amigos, provavelmente combinando
algo, no bar.
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_Então foi você? –Sharnel disse apontando a
arma para o homem magricela.
_Calma, ele não está morto!
De repente o avião tornou a balançar.
_Puta Merda! _Será que esses gays não podem
esperar o avião pousar! –Sharnel disse coçando a
cabeça com o cano da arma.
Mas quando o avião voltou ao normal, o homem
aparentemente morto no bagageiro, soltou um
ronco deixando uma poça de saliva cair sobre o
assento 14 que agora se encontrava vazio, pois o
homem decidiu mudar de lugar.
_Realmente ele não está morto, então porque
você o colocou no bagageiro?
Neste momento um garoto de aproximadamente
oito anos e meio foi até Sharnel.
_Moço, me dá um autógrafo!?
_Claro rapazinho.
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_Este é um garoto que reconhece um bom
detetive! –Sharnel disse levantando o garoto com
apenas uma mão.
_Detetive? –Mas... Você não é o moço da Disney?
–o garoto disse suspenso pelas mãos de Sharnel.
Sharnel sem graça abaixou o menino e disse
entre dentes:
_Vou contar até meio pra você pegar essa bunda
grande e voltar pro lugar de onde não deveria ter
saído!
_Já estou perdendo a paciência! –disse Sharnel
zangado com a demora do esclarecimento do
caso.
_Tudo bem deixe me contar. –disse o homem do
assento 15 caminhando entre os assentos.
_Todos dormiam tranquilamente, exceto uma
pessoa; eu! _Este homem no bagageiro estava
sentado ao meu lado...
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Neste momento todos olharam para o assento 16
e perceberam que agora quem o ocupava era o
antigo passageiro do assento 14.
_... o infeliz roncava feito um porco não
desmamado, então peguei um comprimido pra
dormir e enfiei na boca dele.
_E porque o enfiou no bagageiro? –perguntou o
homem do assento 11.
_Ora, por quê? _O filho sem mãe além de roncar
começou a babar em mim.
_Tudo bem, está tudo resolvido, agora eu preciso
ir! –Sharnel disse impaciente.
_Como, ir?
_Vocês acham que só acontecem casos a serem
desvendados nesta bagaça voadora!?
Sharnel Gabriel pegou sua mochila, dirigiu-se até
a porta do avião e entregou um cartão para a
aeromoça.
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_Pode pedir ás cadelas no cio para abrirem a
porta!?
_Claro.
Segundos depois a porta do avião se abriu
fazendo o avião tremer e uma chuva de vento se
espalhar.
_Até logo seus meros seres insignificantes. –
Sharnel disse saltando pela porta que se fechou
em seguida.
FIM