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GLOBAL INVESTMENT OUTLOOK FRANKLIN TEMPLETON THINKS TM O caminho para a recuperação: O que vem a seguir? Foco no quadro geral – China: saindo do COVID-19 Choques econômicos sem precedentes repercutirão por vários trimestres. Conexão política para a normalização As coisas mudam rapidamente em tempos de COVID ... ABRIL 2020

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GLOBAL INVESTMENT OUTLOOKFRANKLIN TEMPLETON THINKSTM

O caminho para a recuperação: O que vem a seguir?

Foco no quadro geral – China: saindo do COVID-19

Choques econômicos sem precedentes repercutirão por vários trimestres.

Conexão política para a normalização

As coisas mudam rapidamente em tempos de COVID ...

ABRIL 2020

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Olhando para as perspectivas econômicas e de mercado para 2020, apenas alguns meses atrás, não há dúvida de que os tempos mudaram. A disseminação do coronavírus causou um choque grave e inesperado que afetou as pessoas - e mercados - em todo o mundo. Muitos inves-tidores estão se perguntando como lidar com os choques de oferta e demanda e questionando o que devem fazer agora. Embora o escopo e o alcance da crise do coronavírus seja claramente sem precedentes, nossos líderes seniores em investimentos têm experiência de sobra em períodos de incerteza e volatilidade. Eles descrevem como imaginam uma recuperação ganhando forma após o final da crise e oferecem algumas idéias de investimento.

Introdução

NADA ALÉM DE EVENTOS RÁPIDOS E VOLATILIDADE DE MERCADO EM 2020 31 de dezembro de 2019 a 27 de março de 2020

Índice MSCI World

Índice MSCI Emerging Markets

110

Índice

90

100

80

31/12/19OMS divulgou casos de pneumonia de causa desconhecida na China

Primeiro caso con�rmado nos EUA

Banco Popularda China anuncia medidas �nanceiras

16/1/20Primeiro caso

con�rmado no JapãoOMS declarou

emergência mundial de

saúde

30/1/20

18/3/20

Banco Central Europeu anuncia

EUA aprovaram

projeto de lei de

estímulo de US$ 2 trilhões

para coronavírus

alívio

27/3/20

21/1/20

15/3/20Corte

emergencial da taxa de juros

pelo FED

2/2/20 20/3/20Vários bancos centrais

expandem linhas de liquidez (Estados Unidos, Japão,

Inglaterra, Banco Central Europeu, Suíça)

11/3/20OMS declara pandemia. Itália anuncia plano de

estímulo de $28 bilhões

Fontes: Organização Mundial de Saúde, Bloomberg. Franklin Templeton Capital Market Insights Group, MSCI, Macrobond. Os índices não são administrados e não é possível investir diretamente em um índice. Performance passada não é indicativo ou garantia de ganhos futuros. Observações importantes e termos do provedor de dados disponíveis em www.franklintempletondatasources.comPara �ns ilustrativos apenas. Não é representativo da composição da carteira ou do desempenho de qualquer fundo Franklin Templeton.

7 Jan. 2020

14 Jan. 21 Jan. 28 Jan.31 Dez. 2019

4 Ev. 11 Ev. 18 Ev. 25 Ev. 3 Mar. 10 Mar. 17 Mar. 24 mar.

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3O caminho para a recuperação: O que vem a seguir?

Stephen H. Dover, CFA Head of Equities

Michael Hasenstab, Ph.D. Chief Investment Officer

Templeton Global Macro

Edward D. Perks, CFA Chief Investment Officer

Franklin Templeton

Multi-Asset Solutions

Manraj Sekhon, CFA Chief Investment Officer

Franklin Templeton

Emerging Markets Equity

Sonal Desai, Ph.D. Chief Investment Officer

Franklin Templeton

Fixed Income

Apresentado por diretores seniores

de investimento

Principais perspectivas• Desmembramos nosso cenário base em dois componentes.

O primeiro é o coronavírus e suas consequências imediatas. O segundo são os fundamentos subjacentes que sustentam a economia. Nosso cenário base mudou agora para o de uma recessão, com base em nossa interpretação sobre impactos profundos, reações do mercado e, globalmente, a diminuição significativa da atividade econômica. Acreditamos que a diversificação é realmente importante nesse tipo de ambiente incerto, e estamos lentamente começando a reposicionar nossas carteiras para aproveitar esse deslocamento extremo, porque achamos que as pers-pectivas de médio e longo prazo são mais positivas.

• Aparentemente a China obteve êxito em conter interna-mente o coronavírus. No geral, os casos diminuíram consideravelmente e a atividade econômica está em reto-mada. O foco do governo agora mudou da contenção para a normalização econômica, com o gradual relaxamento das restrições para melhorar a facilidade para fechar negócios, embora sejam inúmeras e abrangentes as diferenças de comportamento por todo o país.

• Em nossa visão, a magnitude total do choque da demanda agregada em decorrência do coronavírus ainda pode ser subestimada pelos mercados. Países, regiões e continentes inteiros estão com suas economias paralisadas. Mesmo os modelos econômicos mais sofisticados não estão total-mente preparados para calcular o impacto gerado quando as pessoas em todo o mundo não podem deixar suas casas, não podem ir trabalhar e não podem ir a lojas, restau-rantes, eventos esportivos, férias ou qualquer outra atividade por meses a fio. Esses são choques massivos sem precedentes para a economia, que provavelmente repercu-tirão por vários trimestres.

• A grande questão que está na cabeça de todos agora é quão ruim será a crise econômica e que tipo de recupe-ração está por vir. Não há nenhuma dúvida que a atividade sofrerá uma contração muito grave em março e em abril. A boa notícia, entretanto, é que a resposta por meio de políticas monetária e fiscal parece ser rápida, decisiva e bem desenhada. Uma combinação coordenada de apoio fiscal e monetário pode atuar como uma ponte para ajudar indivíduos e empresas a enfrentar a crise e preparar o cenário para uma recuperação robusta.

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Claramente estamos no meio de uma grande pandemia global e estamos enfrentando os impactos e as conse-quências em tempo real. Em tempos como este, somos lembrados da impor-tância de focar no quadro geral quando falamos sobre a composição de nossas carteiras. Mesmo nesses tempos incertos, nosso time busca construir carteiras bem diversificadas e “pouco vulneráveis”.

Neste momento, desmembramos nosso cenário base em dois componentes. O primeiro é o coronavírus e suas conse-quências imediatas. O segundo são os fundamentos subjacentes que sustentam a economia. Vamos começar com o coronavírus. Nosso cenário base mudou agora para o de uma recessão (que está em linha com o consenso geral) com base em novas interpreta-ções sobre impactos profundos, reações do mercado e, globalmente, a dimi-nuição significativa da atividade econômica. No momento da redação deste artigo, o vírus continua a se espa-lhar e pode atingir o pico no meio do ano. Isso pode levar a uma desacele-ração econômica global acentuada e significativa.

No entanto, na China, à medida que o número de novos casos começa a

desacelerar e se estabilizar, houve uma pequena retomada na atividade econô-mica. No entanto, isso não tem acontecido com a mesma intensidade no setor de serviços, já que muitas pessoas ainda não retomaram suas atividades totalmente.

A resposta política econômica: O que devemos fazer agora?Em relação a resposta política econô-mica, certamente vimos vários bancos centrais globais adotando medidas agres-sivas, incluindo a redução das taxas de juros para quase zero. Há uma conver-gência em torno de quais são os limites inferiores eficazes para taxas de juros e política monetária. E o que queremos dizer com isso é que os bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa em particular, começaram a cortar as taxas que já estavam em um patamar baixo e chegaram até seus limites mais baixos. As taxas de juros na Europa já estavam próximas de zero antes da crise, então havia ainda menos espaço de manobra.

A boa notícia é que estamos vendo a aplicação de outras ferramentas, como ocorreu em 2008-2009 durante a crise financeira global, incluindo programas de compra de ativos e outras medidas de liquidez.

Em relação à recuperação dos mercados, muitas pessoas têm falado sobre a correção se parecer com algumas letras do alfabeto. Em nossas análises, nosso cenário base é em forma de U - com declínio e recuperação graduais e sem um caminho claro. Nosso cenário otimista é em forma de V - um declínio econômico acentuado, mas breve, com um caminho claramente definido. Em nosso cenário pessimista, esperamos um cenário em forma de L, com eventual recuperação no futuro.

Preferimos um cenário em forma de U, mas provavelmente com alguns altos e baixos significativos durante a fase de recuperação. A demora para a recupe-ração se dá em decorrência da probabilidade do choque de demanda provavelmente levar tensões a empresas e famílias que, por sua vez, elevam o desemprego e a inadimplência. Isso cria pressão descendente “mais rígida” na demanda agregada na fase de recupe-ração. No lado positivo, nosso cenário base é que experimentaremos o pior do vírus (em termos de taxas de pico de crescimento, medicamentos antivirais aprimorados, suporte sazonal etc.) antes do final do segundo trimestre de 2020. Poderemos ter um cenário em U, com uma retomada lenta à direita, o que provavelmente seria turbulento. O que tem sido interessante observar, e é completamente típico dos mercados, é que eles tendem a se mover com base nas emoções no curto prazo mas aos fundamentos no médio e longo prazo.

Foco no quadro geralEd Perks, CFA Chief Investment Officer, Franklin Templeton Multi-Asset Solutions

Gene Podkaminer, CFA

Head of Multi-Asset Research Strategies, Franklin Templeton Multi-Asset Solutions

Wylie Tollette

Head of Client Investment Solutions, Franklin Templeton Multi-Asset Solutions

Mesmo nestes tempos de incerteza, nossa equipe procura construir carteiras bem diversificadas e “pouco vulneráveis”.”“

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5O caminho para a recuperação: O que vem a seguir?

Notavelmente, os valuations de mercado de ações foram estendidos na crise - algumas diziam “precificados à perfeição” e você tende a ver reações significativas, tanto para cima quanto para baixo, para qualquer mudança importante de sentimento quando valua-tions são estendidos.

Separando as emoçõesOlhando para o quadro geral, está claro que experimentamos uma maior volatili-dade do mercado. Vemos essa crise de coronavírus como um choque para o

crescimento, que pode ser observado tanto no lado da demanda quando da oferta. O que estamos dizendo é que a diversificação realmente importa nesse tipo de ambiente incerto.

Estamos começando lentamente a repo-sicionar nossas carteiras para aproveitar esse deslocamento extremo, porque achamos que as perspectivas de médio e longo prazo são mais positivas. A curto prazo, naturalmente, esperamos mais alguns poucos meses da volatili-dade enquanto a crise do coronavirus se desenrola.

Tentamos separar o lado emocional com fatores econômicos básicos de rentabilidade. E, ao fazer isso, queremos realmente focar no pano de fundo macroeconômico. É assim que queremos posicionar nossas carteiras. Olhe além do impacto emocional, olhe para onde achamos que existem oportu-nidades a longo prazo. Busque por diversificação, mesmo nas classes de ativo que pareciam pouco favoráveis por um tempo.

A China parece ter conseguido conter internamente o coronavírus, com o número de casos caindo consideravel-mente e a atividade econômica sendo retomada, mesmo em Hubei, a província no centro do surto.

A China pagou um preço muito elevado no curto prazo para conter o vírus, que agora entra em uma nova fase com a maioria de casos novos vindos do exte-rior. Medidas draconianas, que inicialmente pareciam extremas, agora parecem justificadas e necessárias em outras partes do mundo. O foco do governo agora mudou da contenção para a normalização econômica, com o gradual relaxamento das restrições para melhorar a facilidade de fazer negócios, embora hajam inúmeras e abrangentes diferenças de comportamento por todo território.

Dados econômicos: Preparado para a recuperação?Os dados econômicos chineses de curto prazo são os piores em tempos modernos. Para o período de janeiro a fevereiro, em relação ao ano anterior, os números de vendas no varejo foram

-20%, as exportações -17%, o investi-mento em ativos fixos -25% e a produção industrial em -13%. Enquanto muitos investidores globais podem não se concentrar atualmente nesses dados, dada a volatilidade global, isso é um indi-cativo do que virá de outros lugares.

Apesar dos terríveis dados econômicos até agora este ano, esperamos que a recuperação comece no segundo trimestre e o crescimento do produto interno bruto (PIB) seja inferior a 5% em 2020. O governo chinês já abandonou sua meta de dobrar o PIB a partir dos níveis de 2010 (que precisaria de um crescimento de aproximadamente 6% este ano) para priorizar o emprego.

Um impulso bem-vindo é a queda nos preços do petróleo, que beneficia a China como importadora líquida (aproximada-mente 60% do petróleo é importado), fornecendo um estímulo direto aos consumidores, à maioria das empresas e ao governo central. Preços de petróleo abaixo de US$ 40/barril forneça uma receita inesperada, e com os preços entre US$20-$30/barril, nós prevemos entre US$ 20 bilhões a US$ 40 bilhões em receita extra.

Política de estímuloO foco da liderança chinesa está agora no emprego e não no PIB. É provável que os dados econômicos permaneçam fracos por algum tempo e, portanto, esperamos mais anúncios de políticas à medida que o governo economiza sua munição.

A política monetária já foi afrouxada por meio de cortes nos índices de exigência de reserva, ajudando a liquidez e os mercados financeiros. O Banco Popular da China definiu uma taxa de juros baixa, um fundo especial de refinanciamento para apoiar indústrias impactadas, à medida que os bancos comerciais também diminuíram suas taxas de juros para companhias afetadas. Além disso, o Ministério das Finanças está fornecendo subsídios de juros para pequenas e médias empresas (PMEs), bem como apoio aos governos locais em seus esforços de controle.

Em nossa opinião, as PMEs provavel-mente precisarão de mais assistência, dado seu papel agregado como emprega-dores primários na China, especialmente no setor de serviços.

China: Saindo do COVID-19Manraj Sekhon, CFA Chief Investment Officer, Franklin Templeton Emerging Markets Equity

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Acreditamos em políticas direcionadas à folha de pagamento para ajudar o emprego, incluindo reduções de impostos, de taxas e outros tipos de apoio ao crédito.

Também esperamos que o investimento em infraestrutura aumente este ano, tanto em setores “antigos” (rodoviários, ferroviários etc.) quanto em “novos” (5G, relacionados à tecnologia). Também podemos ter mais suporte de políticas regionais, com foco em neces-sidades locais específicas.

No mercado imobiliário, a reforma de longo prazo permanece intacta enquanto a flexibilidade de curto prazo é necessária. As vendas de terrenos são críticas para a renda do governo local, a construção ajuda o crescimento do emprego, e preços flutuantes da propriedade aumentam o consumo. Incorporadores podem precisar de apoio financeiro (ou alterações nas regulamen-tações), pois atualmente estão restritos a fontes de financiamento bancário paralelo.

O governo chinês tem mais ferramentas políticas disponíveis e substancialmente mais poder de fogo - por exemplo, um déficit fiscal menor de 2,9% no nível do governo central, e taxas de juros mais altas fornecem mais espaço para corte. Até agora, os líderes da China estão empregando uma abordagem paciente, baseada em dados e direcionada.

Otimismo de negócios‘’A China tem sido relativamente resi-liente, refletindo tanto uma visão dos desafios atuais quanto o apoio do

governo. Entre as principais econo-mias, a China pode ser uma das menos afetadas pelo COVID-19. Estamos nos concentrando principal-mente nas empresas impactadas principalmente pela demanda domés-tica, já que acreditamos que a recuperação doméstica será mais acentuada do que as mais depen-dentes de ganhos estrangeiros, como exportadores.

Em fevereiro, depois do confinamento, o foco mudou para fazer com que as pessoas voltem ao trabalho, ainda que com algumas restrições de quarentena. Em março, houve um incremento na capacidade, com várias fontes alterna-tivas de dados de alta frequência sugerindo que os níveis de produção se recuperaram para acima de 80%. Em abril, esperamos que a produção possa estar normalizada.

O primeiro trimestre foi dominado por questões relacionadas a cadeia de suprimentos na China, mas acreditamos que o segundo trimestre será de desa-fios no lado externo da demanda, gerados pela atividade incerta no Ocidente. Relativamente poucas empresas revisaram as diretrizes para 2020, com a maioria aguardando os dados do primeiro trimestre. Podemos esperar rebaixamentos provavelmente em abril e meses a seguir. A maioria das empresas se ajustou ao ambiente do COVID-19, mas algumas terão uma queda de demanda maior em mercados desenvolvidos. A receita, o lucro líquido e as expectativas do mercado provavel-mente precisarão ser revistos para baixo.

Embora a realocação de capacidade de curto prazo de volta à China seja possível à medida que outros países da Ásia entrarem em isolamento, acredi-tamos que isso provavelmente será compensado no longo prazo com a mudança das cadeias de suprimentos globais de volta ao Ocidente e outros lugares. É provável que tenhamos uma maior localização global com o impacto ainda a ser sentido.

A economia chinesa, entretanto, é diri-gida agora primeiramente pela demanda doméstica, e acreditamos em compa-nhias voltadas para o mercado interno. Muitos estoques de produtos de primeira necessidade podem sofrer no curto prazo - a demanda em muitas áreas foi adiada, e não destruída. Da mesma forma, esperamos que enti-dades financeiras e cimenteiras tenham um primeiro trimestre negativo, com recuperação no final do ano, embora os bancos estatais possam ser obrigados a se envolver em “serviço nacional” para apoiar a economia às custas dos lucros. Os negócios mais afetados serão aqueles que dependem da demanda externa ou de viagens/lazer.

Também vimos exemplos notáveis de resiliência e adaptabilidade de empresas. Milhões de estudantes em todo o país tiveram suas aulas extracur-riculares alteradas para on-line em questão de dias. Os fornecedores de equipamentos médicos não apenas fabricaram rapidamente ventiladores e equipamentos de unidades de terapia intensiva em resposta à crise domés-tica, bem como agora estão na vanguarda do fornecimento para outros países afetados - como a Itália. As empresas de Internet e de computação em nuvem viram um grande cresci-mento de usuários e dados, sem as limitações impostas por uma infraestru-tura antiquada de internet em muitos países ocidentais.

Implicações para as carteiras• Primeiro que entra primeiro que sai:

o vírus foi contido na China. Agora, maiores riscos econômicos vêm da

A China tem sido relativamente resiliente, refletindo tanto uma visão dos desafios atuais quanto o apoio do governo. Entre as principais economias, a China pode ser uma das menos afetadas pelo COVID-19.”

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7O caminho para a recuperação: O que vem a seguir?

destruição da demanda no Ocidente e da liquidez e estresse corporativo relacionados.

• Esperamos uma forte recuperação da atividade doméstica durante o segundo semestre, impulsionada pela demanda reprimida e pelo estí-mulo do governo, com risco para essa perspectiva criada principal-mente pela atividade nos mercados desenvolvidos.

• Perspectivas de crescimento: espe-ramos que a China tenha um desempenho melhor em relação a outros mercados. Os enormes pacotes monetários e fiscais divul-gados globalmente podem, no entanto, conter o impacto econômico da rápida disseminação do vírus nos mercados desenvolvidos. Ainda não se sabe se isso se traduz na recupe-ração em forma de V que esperamos ver na China.

• O desempenho recente do mercado de ações da China resultou em um aumento da ponderação no MSCI Emerging Markets Index para entre 35% a 41% desde o final do ano.1 Os investidores precisarão reco-nhecer essa crescente importância.

• As questões de longo prazo em que estamos focados agora incluem:

• O grau e a duração da destruição da demanda no ocidente. No curto prazo, é provável que vejamos um choque deflacio-nário. É fundamental que o sistema financeiro não sofra excesso de tensão.

• O impacto nas cadeias de supri-mentos de tecnologias fundamentais, assistência médica e produtos industriais e nível de preço que clientes finais estão dispostos a pagar por uma maior garantia de oferta.

• Empresas que poderiam se bene-ficiar de quaisquer mudanças permanentes de comportamento, uma vez que a tecnologia prova-velmente será mais fortemente adotada, para por exemplo, ampliação do e-commerce e computação em nuvem. Há também umas oportunidades dentro de e-learning, cuidado de saúde online, bem como negó-cios que facilitam o trabalho remoto.

Em nossas carteiras, estamos posicio-nados em temas de longo prazo, incluindo a evolução do consumo, digi-talização, assistência médica e tecnologia. No curto prazo, o COVID-19 está acelerando a adoção de produtos ou comportamentos dos quais alguns desses temas de longo prazo se benefi-ciam. Portanto, até agora, as alterações em nossas carteiras foram limitadas.

Não é preciso dizer que o mundo inteiro está enfrentando atualmente circunstân-cias extraordinárias, não somente em mercados financeiros mas em nossas vidas diárias. Nossos pensamentos primordiais está no bem-estar de nossas famílias, amigos, clientes e colegas em todo o mundo. Infelizmente, os riscos para o nosso bem-estar coletivo e indivi-dual não terminam somente na crise da saúde - estamos enfrentando choques econômicos e financeiros sem prece-dentes que podem ser mais extremos que a crise financeira global de 2008 e mais perturbadores do que qualquer choque anterior na era pós-guerra.

Além da complexidade do momento, temos o estado precário do mundo que existia antes da pandemia do COVID-19. A escalada de riscos geopolíticos, tensões comerciais, polarizações políticas, deficit irrestrito de gastos em países desenvol-vidos, taxas de juros perpetuamente baixas nas principais economias e setores de crédito muito alavancados criaram um ambiente altamente vulnerável a um choque econômico ou financeiro do mercado. Estávamos preocupados com esses riscos há vários trimestres e, portanto, reposicionamos nossas estraté-gias em 2019, adicionando investimentos considerados como porto seguro e

ajustando o risco de várias exposições em mercados emergentes. Embora não esti-véssemos antecipando explicitamente a crise do COVID-19 ou o recente colapso dos preços do petróleo, estávamos preo-cupados que esses tipos de gatilhos desconhecidos pudessem levar um sistema frágil à beira do abismo.

Tragicamente, já passamos dessa fase, com uma abrupta e maciça ruptura da atividade econômica global. A magnitude total do choque da demanda agregada ainda pode ser subestimada pelos mercados, em nossa opinião, mesmo com as substanciais vendas ocorridas até o

Choques econômicos sem precedentes provavel-mente reverberarão por vários trimestres.Michael Hasenstab, Ph.D. Chief Investment Officer, Templeton Global Macro

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momento e intervenções políticas sem precedentes. No passado, os números do PIB dos EUA ocasionalmente têm sido afetados por eventos como uma semana longa de tempestade de neve no nordeste do país. A crise do COVID-19 é centenas de vezes mais perturbadora, pois países, regiões e continentes inteiros chegam a um impasse econômico. Mesmo os modelos econômicos mais sofisticados não estão totalmente preparados para calcular o impacto quando as pessoas em todo o mundo não podem deixar suas casas, não pode ir trabalhar e não pode ir a lojas, restaurantes, eventos esportivos, férias ou qualquer outra atividade por meses a fio. Esses são choques massivos sem precedentes para a economia, que provavelmente repercu-tirão por vários trimestres.

As respostas fiscais e monetárias foram igualmente sem precedentes, mas é improvável que sejam suficientes, em nossa avaliação. Em muitos países, as taxas de juros chegaram a zero, enquanto os balanços dos bancos centrais explodiram. O impacto marginal da flexibilização monetária diminuiu bastante em uma década de acomo-dação contínua. No lado fiscal, o objetivo do pacote de estímulo dos Estados Unidos não incentiva o consumo, mas atua como uma barreira econômica para políticas de distancia-mento social. O multiplicador fiscal será pequeno, com impacto limitado na economia. Além disso, é provável que demissões em massa alterem o compor-tamento do consumidor, pois os gastos são reduzidos em favor da segurança e da economia. A história indica que são necessários anos para que o emprego retorne aos níveis pré-crise - foram necessários mais de seis anos após a crise financeira global de 2008.

Os esforços para prestar assistência social durante uma crise são certamente importantes, no entanto, é improvável que sejam suficientes para cobrir o lado da demanda. Não há comparação histó-rica para a magnitude da demanda agregada que está sendo destruída atualmente, nem a magnitude das perdas de empregos em uma escala de tempo tão curta.”

Do ponto de vista do investimento, achamos que é muito cedo para tomar riscos adicionais, pois o mundo ainda está nos estágios iniciais das repercus-sões econômicas. Atualmente, estamos nos concentrando em investimentos considerados como porto seguro, enquanto enfatizamos um conjunto seleto de mercados emergentes de maior rendi-mento que possuem economias domésticas relativamente resilientes. Nosso objetivo é gerar alfa de fontes dife-rentes do que os mercados de renda fixa desenvolvidos com rendimento baixo a negativo, que têm um potencial de alta limitado à medida que os rendimentos atingem níveis mínimos históricos. Nosso objetivo é posicionar nossas estratégias para não se correlacionarem com classes de ativos vulneráveis, ao mesmo tempo em que geram alta renda e defesa do capital. Também enfatizamos níveis elevados de caixa e títulos do Tesouro dos EUA de curto prazo para poder buscar oportunidades rapidamente à medida que

elas surgirem. Empregamos um manual semelhante durante a crise financeira global, à medida que construímos uma postura defensiva no auge da crise e depois passamos para uma busca oportu-nista de distorções de preços nas fases iniciais da eventual recuperação.

Algumas áreas dos mercados parecem esperar uma recuperação em forma de V, como tivemos após a crise de 2008, que é possível, mas não provável em nossa visão.

Esperamos uma eventual recuperação em forma de U, com algumas incertezas sobre o quão grande será esse U. Ainda não se sabe quanto tempo durará a pandemia, quão prolífica será e quanto tempo de confinamento será necessário. Há também incertezas sobre como será a sociedade quando a pandemia acabar, dado o elevado desemprego, as dificul-dades econômicas significativas e intervenção fiscal sem precedentes. O aumento da desigualdade econômica nos EUA já era fonte de conflitos sociais com baixos níveis de desemprego (3,5%) antes da crise - uma economia em deterioração acentuada apenas exacerbaria o problema. Resta ver se as pessoas se unirão pela adversidade, ou ficarão ainda mais polarizadas. Todas essas preocupações moldarão os mercados financeiros na era pós-COVID-19.

Não há comparação histórica para a magnitude da destruição da demanda agregada que está ocorrendo atualmente, nem a magnitude das perdas de empregos em uma escala de tempo tão curta.”

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9O caminho para a recuperação: O que vem a seguir?

A grande questão que está na cabeça de todos agora é quão ruim será a crise econômica e que tipo de recuperação está por vir. Não há nenhuma dúvida que a atividade sofrerá uma contração muito severa em março e em abril, como consequência do isolamento de grande parte da economia. A boa notícia, entre-tanto, é que a resposta por meio de políticas monetária e fiscal parece ser rápida, decisiva e bem desenhada.

O Federal Reserve (Fed) lançou flexibili-zação quantitativa ilimitada (QE), estendendo suas compras a títulos corpo-rativos e fundos negociados em bolsa (ETFs), e lançou um novo conjunto de facilidades para apoiar o crédito a empresas e famílias. O projeto de lei de estímulo fiscal aprovado esta semana nos Estados Unidos inclui transferências em dinheiro para pessoas afetadas, benefí-cios de desemprego prolongados, apoio a pequenas empresas e corporações, bem como a hospitais e centros de saúde.

Esta combinação coordenada de apoio fiscal e monetário pode atuar como uma ponte para ajudar indivíduos e empresas a enfrentar a crise e preparar o cenário para uma recupe-ração robusta. Eu observaria que chamar esse pacote de resgate não é correto - o estresse que os indivíduos e as empresas enfrentam agora é causado por um choque exógeno ines-perado, e não por um comportamento imprudente da parte deles. Nenhuma estratégia comercial viável poderia ter protegido as empresas de seu impacto. Agora, muito depende de quanto tempo a paralização atual permane-cerá em vigor. As restrições atuais devem permanecer em vigor por vários meses ou mais, os danos em termos de perda de empregos e pedidos de

falência levarão mais tempo para serem reparados. Mas se nas próximas semanas houver um avanço no relaxa-mento das medidas atuais para trazer a economia de volta ao normal, então, na minha opinião, uma recuperação em forma de V continua sendo o cenário mais provável. Por enquanto, acredito que preocupações com um cenário em U ou em L, com o último representando uma depressão, são mais um risco de cauda do que um cenário base.

É importante observar aqui que outros países também estão lançando estí-mulos políticos decisivos. O Banco Central Europeu (BCE), após uma aparente ambivalência inicial, deixou clara sua determinação em apoiar a economia da zona do euro e garantir sua estabilidade financeira. A Alemanha abandonou seu compromisso de longa data com um orçamento equilibrado. E a maioria dos governos da zona do euro já concordou em apoiar uma emissão comum de Eurobonds para financiar uma resposta à crise - outro passo sem precedentes. Houve muita controvérsia sobre a incapacidade do Grupo dos Sete (G7) 2 de criar uma resposta global coordenada. Mas a natu-reza comum do choque agora de fato garante uma resposta simultânea que terá o mesmo efeito. Enquanto isso, a Ásia, um participante crucial do cres-cimento econômico parece estar se recuperando e isso deve ajudar a recu-peração global, inclusive restaurando gradualmente a funcionalidade das cadeias de suprimentos globais.

Vou mencionar outro fator que acredito ser importante ao avaliar as perspectivas para a recuperação pós-crise.

A lição das crises anteriores é que recessões profundas podem causar danos duradouros em termos de produção perdida, mas que os danos são substancialmente reduzidos quando a recessão não é acompanhada por uma crise bancária. Quando o coronavírus apareceu, a economia dos EUA estava forte, o desemprego em mínimas recorde e o setor financeiro bem sólido. Com o apoio rápido e direcionado forne-cido pelo Fed, uma crise bancária parece altamente improvável, e isso deve reduzir os danos e facilitar a recuperação.

À medida que a recuperação se inicia, ela revelará importantes oportunidades de investimento. Alguns mercados de renda fixa foram muito impactados pela liquidez e pelo estresse do mercado, com um aumento substancial do spread que não reflete uma deterioração propor-cional na qualidade fundamental do crédito. Portanto, é um bom momento para começar a procurar nomes especí-ficos com fundamentos atraentes, especialmente entre os melhores nomes, tanto em Investment Grade quanto no universo High Yield. No universo de Investment Grade, existem alguns nomes que foram negociados com spreads de 10 pontos base (bps) em fevereiro e que foram negociados recen-temente perto de 300 bps. Claramente o deslocamento atual do mercado gera oportunidades. A grande redução de alavancagem no mercado de títulos municipais também está expondo algum valor atraente, e espero que vejamos o mesmo no espaço hipotecário. Observe que o foco tradicional de nosso time de títulos municipais está em rendimento e a qualidade de seus papéis foi muito útil neste período.

Conexão política para a normalizaçãoSonal Desai, Ph.D. Chief Investment Officer, Franklin Templeton Fixed Income

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O caminho para a recuperação: O que vem a seguir?10

Estamos todos na “Era COVID”. Nunca vimos uma mudança tão rápida em nossa sociedade, cultura e economia como agora. Dado que não sabemos a duração ou a gravidade dessa pandemia, é difícil prever as oportuni-dades e ameaças de investimento que os investidores têm pela frente.

É notável que, em apenas algumas semanas, passamos de uma alta histó-rica de ações nos EUA (19 fev), com dados econômicos relativamente fortes e aprimorados e taxa de desemprego baixa recorde - para um congelamento econômico global à medida que a economia é obrigada a quase parar. Globalmente os mercados acionários tiveram correções de mais de 35% e depois se recuperaram acentuadamente.

As discussões econômicas parecem centrar-se sobre se estamos cami-nhando para uma depressão ou se a forma da recuperação será em V, U ou L. Não concordo com as comparações com a Grande Depressão, dada a grande diferença nas respostas das polí-tica fiscal e monetária. Durante a Grande Depressão, os formuladores de políticas apertaram a política monetária, direcionaram mal a ajuda fiscal, levan-taram barreiras comerciais e aumentaram a carga tributária sobre os bancos e a indústria. Eles aprenderam com o erro. A resposta global atual tem sido o oposto. Nós, como investidores, estamos focados na contenção e cura do vírus, nas respostas fiscais e mone-tárias dos governos e no impacto nas empresas em que investimos.

Observações GeraisOs investidores estão enfrentando incer-teza mais que risco em suas carteiras: os mercados mostraram volatilidade recorde diária para cima e para baixo. Ao mesmo tempo, movimentos diferentes nos preços de classes de ativos (exceto títulos do tesouro) e certamente os preços das ações estão altamente correlacionados. Isso ocorre porque os mercados estão lidando com a incerteza: a duração e a gravidade desconhecidas do vírus e seu impacto econômico. Normalmente, os investidores profissionais se concentram no risco, navegando na probabilidade de resultados conhecidos com probabilidade mensurável. Essa incerteza que estamos enfrentando é diferente na incapacidade de avaliar a duração e magnitude da atual pandemia. à medida que podemos avaliar melhor a duração, as consequências à saúde e os custos causados pelo vírus, é provável que a volatilidade dos mercados diminua.

Previsão de lucros das empresas na névoa da guerra: muitas empresas hesitam em prever seus ganhos ao longo dos próximos dois trimestres. O lucro de muitas empresas será significativamente menor nos próximos dois trimestres. No entanto, a avaliação das empresas deve basear-se nas perspectivas de ganhos de longo prazo, na força do balanço e na qualidade de seus fluxos de caixa.

“O dinheiro é rei” para empresas e investidores: A pandemia do medo está afetando muito o mercado de capitais,

pois os ativos são vendidos indiscrimina-damente para gerar caixa. Trata-se de uma corrida sem precedentes por dinheiro, pois indivíduos e empresas antecipam que precisarão de caixa para sobreviver à queda livre de sua renda e fluxo de caixa. Os investidores usaram os mercados de ações mais líquidos como fonte primária de dinheiro rápido. Os ativos de fundos money market estão sendo negociados nos níveis mais altos de todos os tempos.

As empresas estão fortalecendo seus balanços e o resultado pode ser que elas necessitarão de um balanço mais forte daqui em diante e os investidores, espe-cialmente pessoas físicas, precisarão ter um “colchão de segurança” maior.

As recompras de ações diminuirão: empresas, especialmente nos EUA, aproveitaram as baixas taxas de juros e os benefícios fiscais para recomprar suas próprias ações. A recompra aumenta o lucro por ação de uma empresa, porque há menos ações em circulação. As recompras têm sido grande propulsor dos fluxos de recursos para o mercado acionário, em média em torno de 40% do fluxo americano em 2019. Por causa das recompras, o número de ações em circulação nos EUA está no nível mais baixo de todos os tempos. Nos últimos 20 anos, as empresas do Índice S&P500 gastaram também uma quantia equivalente ao seu lucro total líquido em dividendos e recompras. Recompras de ações não

As coisas mudam rapidamente em tempos de COVID ...Stephen Dover, CFA Head of Equities

Nós, como investidores, estamos focados na contenção e cura do vírus, nas respostas fiscais e monetárias dos governos e no impacto nas empresas em que investimos.”

Page 11: O caminho para a recuperação: O que vem a seguir? · perfeição” e você tende a ver reações significativas, tanto para cima quanto para baixo, para qualquer mudança importante

11O caminho para a recuperação: O que vem a seguir?

são tão comuns fora dos Estados Unidos - eu prevejo uma grande desaceleração nas recompras nos próximos dois anos - também pode haver uma desaceleração no crescimento de dividendos. O novo pacote de estímulo fiscal dos EUA limita as empresas que recebem apoio na recompra de ações por dois anos. Até agora, pelo menos 15 empresas anun-ciaram independentemente suspensões de recompra. A desaceleração nas recompras provavelmente reduzirá a taxa de crescimento de lucro por ação nos próximos anos.

Deficits fiscais, até onde a vista alcança: Em um dia, o Congresso americano aprovou uma lei de gastos que dobra os gastos federais - e provavelmente há mais por vir. O mesmo vale para muitos outros países. O coronavírus serviu como um catalisador para políticas no estilo da Teoria Monetária Moderna que não se preocupa com o tamanho dos deficits fiscais. O problema é que uma vez que estas política “temporárias” são

introduzidas é provável que se tornem permanentes. Quando a economia começa a se recuperar, é provável que haja aumento de impostos, incluindo impostos sobre ganhos de capital. Os investidores devem levar em conside-ração os baixos níveis de impostos atuais e também taxas mais elevadas em suas decisões sobre alocação de carteira.

Agora o cenário para ações: em um mundo em que os bancos centrais dimi-nuem o rendimento dos títulos do governo para zero ou, em alguns casos, abaixo de zero, e estão adicionando gastos fiscais maciços, as ações devem ter um desempenho superior em termos relativos. O rendimento de dividendos sobre ações está em suas máximas recordes em comparação com os títulos do Tesouro dos EUA, atraindo aqueles que buscam rendimento. Também espero algum suporte às ações, à medida que investidores institucionais e de varejo, especialmente em fundos

balanceados, revejam suas alocações. A natureza indiscriminada das vendas de ações em março deixou espaços de valor relativo para os investidores.

O cenário para Investimentos em Ações Globais: ações chinesas apresentaram boa performance este ano, assim como as ações asiáticas em geral. O recente aumento do dólar americano também tornou as ações estrangeiras relativa-mente menos caras. As empresas de tecnologia globais devem ver ainda mais posicionamento competitivo em seus mercados, fortalecidos pela atual parali-zação, à medida que o mundo inteiro aprende a trabalhar e a viver remota-mente. Isso inclui o setor de internet chinês.

Não quero ignorar os reais impactos na saúde humana e econômicos da crise em curso. Desejo saúde a você e à sua família durante este período difícil.

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