O Caminho Estreito - perse.com.br fileMesmo sendo uma história fictícia, o leitor poderá tirar...

15
Celso Valentim O Caminho Estreito BELO HORIZONTE – 2014 IMPRESSO NO BRASIL - PRINTED IN BRAZIL

Transcript of O Caminho Estreito - perse.com.br fileMesmo sendo uma história fictícia, o leitor poderá tirar...

Celso Valentim

O Caminho Estreito

BELO HORIZONTE – 2014IMPRESSO NO BRASIL - PRINTED IN BRAZIL

Valentim, CelsoO Caminho Estreito / Celso ValentimBelo Horizonte. 2014.

Estaéumaobradeficção.Qualquersemelhançacomlugares,nomesousituações,terásidomeracoincidência.

Contato:[email protected]

Estaobranãopodeserreproduzida,notodoouemparte,porqualquerformaoumeio,semaexpressaautorizaçãodoautor.

Agradeço a Deus, meu Refúgio e minha Fortaleza, socorro bem presente em todos os momentos, à minha esposa, Rosa, inspiração e apoio constantes e aos meus filhos Gabriel e Giovanna, a quem amo profundamente.

Dedico esta obra a todosos que amam sinceramente a Jesus Cristo

Celso Eustáquio Valentim é natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, onde nasceu em 26 de fevereiro de 1967. É casado com Rosa Helena e pai de Gabriel e Giovanna.

Converteu-se a Jesus Cristo em 1983.Este é seu segundo livro publicado. O primeiro chama-

se “Pode Acontecer com a Gente” e é um livro de histórias fictícias sobre casamento, com fundamentos bíblicos, lançado em dezembro de 2009.

Em 2008, graduou-se em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais.

O autor

Com os ouvidos eu ouvira falar de ti; mas agora te vêem os meus olhos.(Jó 42:5)

Em um mundo onde impera o hedonismo, que prega que prazer e o bem estar estão acima de qualquer coisa, e onde o sofrimento é descartado e sempre classificado como negativo, o livro de Jó aparece como uma história enigmática e fora dos padrões.

Como entender que o próprio Deus, Aquele que nos ama com um amor perfeito, permitiu que um de seus mais fiéis servos, experimentasse tanto sofrimento? Afinal, é o próprio Deus quem aponta Jó para Satanás e Ele mesmo dá permissão ao diabo para causar tantos danos ao seu servo.

Porém, quando chegamos ao final da história e vemos a exclamação de Jó sobre ter alcançado um conhecimento superior de Deus, precisamos meditar sobre se há ou não propósito no sofrimento, pois Jó se torna um novo homem à medida em que descobre quem ele mesmo é e quem Deus é, e isso através do seu martírio.

Como uma parábola de Jó é a história de Joel, o personagem deste livro que experimenta o sofrimento e a dor, aparentemente sem motivos, mas com um fim proveitoso: o de conhecer melhor a Deus e a si mesmo. Ao final, quando Joel e Lia, sua esposa, olham para trás, veem um caminho de sofrimento, porém de bênçãos, as quais não seriam possíveis em outro contexto, além de experimentarem um conhecimento mais profundo do seu Salvador.

Este livro foi escrito com a finalidade de mostrar aos cristãos que todas as situações que enfrentamos têm como objetivo nos levar a um conhecimento maior e mais profundo do Pai Celeste, que nos ama e que deu Seu único Filho para nos salvar.

Prefácio

Mesmo sendo uma história fictícia, o leitor poderá tirar lições importantes dela e entender, através dos versículos colocados no rodapé e a semelhança com suas próprias histórias e de outros que conhece, a explicação do porquê de tantos cristãos verdadeiramente devotados ao seu Mestre, passarem por situações de conflito, humilhação e dor.

“Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo; Ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso; Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas.” (1 Pedro 1:6-9)

“Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” (Hebreus 12:2)

“Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão.

Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si.

Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores. (Isaías 53:10-12)

A Deus, toda a glória!

SumárioAgradecimento ................................................................ 03Dedicatória ..................................................................... 04O autor ............................................................................ 05Prefácio ........................................................................... 07Capítulo 1 - Incidentes .................................................... 11Capítulo 2 - O vídeo ........................................................ 17Capítulo 3 - Princípio das dores ..................................... 23Capítulo 4 - Apoio, publicação e decisões difíceis ......... 31Capítulo 5 - A casa também ............................................ 35Capítulo 6 - Novos ares ................................................... 45Capítulo 7 - Primeiros contatos ...................................... 49Capítulo 8 - Abordagem errada ...................................... 51Capitulo 9 - Tentativas sem sucesso ............................... 55Capítulo 10 - Problemas com Jonas ................................ 57Capítulo 11 - Lia balança ................................................ 59Capítulo 12 - Deus manda um recado ............................ 61Capítulo 13 - A “perda” e a “recuperação” de Jonas ...... 65Capítulo 14 - Borges começa a ceder .............................. 71Capítulo 15 - Milagre no supermercado ......................... 75Capítulo 16 - Mais apertos .............................................. 85Capítulo 17 - Salvação na vila .......................................... 89Capítulo 18 - Boas novas ................................................. 95Capítulo 19 - O dia vai raiando ....................................... 103Capítulo 20 - Mais salvação ............................................ 107Capítulo 21 - Aparece o autor do vídeo ........................... 111Capítulo 22 - Alegria completa ....................................... 123

Celso Valentim

11

Celso Valentim O Caminho Estreito

Capítulo 01

Incidentes

PASSAVA DAS DEZ HORAS DA NOITE, quando o culto terminou. À entrada da pequena congregação, Joel, um evangelista que morava em uma cidade próxima e que sempre visitava os irmãos daquele lugar levando a Palavra de Deus, cumprimentava os irmãos.

Ele havia acabado de pregar sobre o livro de Jó, que era seu favorito na Bíblia, enfatizando o trabalho que Deus fez até que Jó O conhecesse melhor.

Lena, uma jovem que há pouco mais de seis meses havia crido no Senhor através das pregações de Joel, aproximou-se e cumprimentou o evangelista. A seriedade com que a moça havia abraçado o evangelho dava muita alegria a Joel. Agora havia uma novidade que ela queria contar-lhe.

– Irmão, aconteceu algo.Joel assentou-se próximo à porta. Outros irmãos e irmãs

ainda conversavam no interior do local de reuniões.– Pois não! – falou Joel.– O senhor sabe minha história, não é? Sabe que eu me

casaria daqui a três meses com Rodrigo.– O fotógrafo, não é? Sim, eu sei.– Não, na verdade, ele não é apenas fotógrafo, faz vídeos

de festas e casamentos, corrigiu ela, sorrindo. Depois continuou:

12

Celso Valentim

– Pois é, eu orei muito nestes últimos dias e pensei no que o senhor me disse da última vez que esteve aqui sobre os riscos de um casamento com uma pessoa que não crê em Jesus, como eu cri. Tem sido muito dolorido mas, depois de tentar várias vezes levar Rodrigo ao Senhor e ele sempre dizendo que não precisa converter-se, terminei o noivado.

– Pois fez uma coisa muito sábia, irmã! – falou Joel, feliz pela escolha da moça.

– É, mas não tem sido fácil, irmão. Eu ainda gosto dele. Tenho sofrido bastante.

– Ninguém disse que seria fácil, Lena. Mas a sua escolha foi a certa, pode ter certeza disso, exortou Joel.

– É. E tenho essa convicção muito forte. Sinto muita paz, mas ainda gosto dele, afinal foram quatro anos de relacionamento. Preciso que o senhor ore por mim, pediu ela.

– Pode ter certeza!, respondeu Joel.A conversa terminou com os dois unindo-se aos líderes

daquela congregação e orando juntos por aquela situação.Joel saiu feliz naquela noite, não só porque Deus o havia

usado na pregação da Sua Palavra para aquelas pessoas naquela noite, mas também por ter visto a obediência de Lena a Deus. Isso o confortou e animou muito.

Embora os irmãos insistissem para que ainda permanecesse com eles naquela noite e partisse no dia seguinte, Joel não aceitou. Sentia saudades da esposa, Lia e dos três filhos, Jonas, Davi e Rute, a quem não via há duas semanas. Como era evangelista, Joel vivia pregando em cidades daquela região, ajudando os irmãos com a Palavra de Deus. Era sustentado pelos irmãos da cidade onde vivia, que viam que Deus o havia chamado para aquele serviço. Agora era hora de voltar para casa.

Sua cidade não ficava longe dali. Estava a aproximadamente cento e cinquenta quilômetros. Calculou que logo estaria em casa. Ao chegar ao carro, que ficara estacionado em uma rua

13

Celso Valentim O Caminho Estreito

ao lado da congregação, notou que a porta estava fechada, porém destrancada. Estranhou, pois tinha certeza de que a havia trancado. Como não faltava nada no interior do carro, não deu muita atenção ao caso. Porém, ao dar a partida no motor, notou algo estranho. Parecia que não havia força suficiente. Como não era um carro novo, pensou que podia ser porque estava frio. Dirigiu por alguns quilômetros, sem perceber que, a partir de um determinado ponto da estrada, passara a ser seguido por um outro carro, que mantinha uma distância segura a fim de não ser notado. Como o carro não estava normal, Joel resolveu parar para tentar identificar o problema, aproveitando que era noite de lua cheia, havendo, então alguma luz natural.

Estacionou no acostamento e, quando saiu do carro, o veículo que o seguia aumentou a velocidade e veio em sua direção e, por muito pouco não o atingiu. Joel, que pulou para salvar-se, permaneceu caído por alguns segundos, mas ainda viu o carro passando o teto num galho de árvore que descia sobre a estrada, e, na mesma velocidade, entrando em uma curva e desaparecendo.

Joel, assustado, entrou no carro e dirigiu até que encontrou um pequeno hotel à beira da estrada, onde havia um posto de gasolina e uma lanchonete. Decidiu passar o resto da noite ali, com medo de que tivesse mais problemas com o carro durante a noite.

Assim que pegou suas coisas e ia em direção à porta, foi abordado por uma mulher. Era uma jovem de não mais que 19 anos, embora aparentasse ser mais velha. Vestia roupas muito curtas e Joel identificou imediatamente que era uma prostituta de beira de estrada. Tentou passar por ela, mas foi abordado. Neste instante, o carro que o seguia parou no acostamento no outro lado da estrada. Joel viu o carro e o identificou imediatamente. Saiu, andando a passos largos em direção a ele, para tentar saber a razão de ele quase tê-lo atropelado.

O homem, vendo que ele se aproximava, ligou o carro e

14

Celso Valentim

começou a sair. Mesmo assim, Joel ainda conseguiu ver o estrago causado pelo galho da árvore acima da porta do passageiro. Foi um grande risco, quase abrindo a lataria e um trincado no parabrisa, que também foi danificado. Porém, como os vidros eram escuros, Joel não conseguiu identificar a pessoa, que tomou a estrada e foi embora.

Voltando ao hotel, a mulher, que esperava sem saber o que estava acontecendo, começou a falar com Joel, que resolveu parar para ouvi-la:

– Senhor, não quer se divertir um pouco? – perguntou ela.– Não, filha. Só quero descansar um pouco e continuar

viagem amanhã.A mulher insistiu:– Por que não, senhor? eu...Joel cortou:– Não, eu realmente não estou interessado.– Senhor, por favor, eu preciso ganhar algum dinheiro esta

noite, pois tenho dois filhos e preciso comprar comida para eles.A história contada pela moça poderia ser inventada. Joel

tinha muita experiência. Sabia que podia não ser verdade. No entanto, achou que seria uma boa oportunidade para falar sobre Cristo para aquela moça.

– E onde estão seus filhos? – perguntou ele.– Com minha mãe. Ela pensa que trabalho como garçonete.

Ela não sabe que vivo na estrada, ganhando dinheiro desta forma.– Não posso te dar dinheiro, filha, mas, se quiser, te pago

um sanduíche naquela lanchonete. A moça aceitou e os dois saíram juntos.

Assim que virou as costas, Joel não notou que o carro que o seguia voltou vagarosamente, parando debaixo de umas árvores. Sem ser notado, o motorista começou a filmar Joel e a prostituta usando uma câmera profissional. Quando entraram na lanchonete, o misterioso motorista desligou o equipamento e

15

Celso Valentim O Caminho Estreito

ficou esperando. Daí a pouco os dois voltaram.Joel falava sobre Cristo com a moça, que não demonstrava

muito interesse. O homem do carro voltou a filmar, dando closes no evangelista, parando de novo, quando um caminhão chegou ao posto e a mulher, deixando Joel falando sozinho, correu para abordar o motorista.

Joel entrou no hotel, que não era um lugar sofisticado. Não precisou sequer registrar-se. Pediu um quarto e a chave lhe foi entregue, com o pagamento sendo feito adiantado. Daí a pouco entrou a mulher e o caminhoneiro e foram para um outro quarto. Depois de um pouco de tempo, o motorista misterioso entrou também. Perguntou qual era quarto de Joel, dizendo ser seu amigo. O recepcionista, sem pensar no que poderia estar acontecendo, falou o número do quarto e o motorista pediu um quarto próximo, no que foi atendido.

Depois de uns vinte minutos, mais ou menos, a mulher e o caminhoneiro saíram do quarto. O homem dirigiu-se para seu caminhão e ela ficou assentada à porta, onde começou a chorar. Não era aquela vida que queria. Sentia-se suja depois de ter sido usada pelo homem. Sempre se sentia mal depois que se prostituía. A sua história era verdadeira. Engravidou aos quatorze anos e foi morar com o pai de sua filha. Logo depois que a menina nasceu, engravidou-se de novo e foi abandonada pelo companheiro. Passou fome e foi para a rua, onde buscava sustento para os filhos, pois o seu pai não a aceitou de volta. O máximo que faziam por ela era tomar conta dos netos enquanto ela trabalhava. Morava de favor num cômodo único numa cidadezinha próxima daquele hotel.

De repente, ela lembrou-se de algo que Joel havia falado durante a conversa.

– Ele disse que Deus me conhece e se preocupa comigo. Será verdade? Quero saber mais sobre isso, falou para si mesma.

Num pulo, levantou-se e correu para dentro do hotel.