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JORNAL O CABISTÃO
| NOVEM
BRO DE 2008
JORNAL O CABISTÃO
| NOVEM
BRO DE 2008
Arraial d
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ovembro de 2008
Ano I Nº 01
Um
jornal dinâmico feito por jovens de Arraial do Cabo
Arraial éhabitada há 7m
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eiros e fo
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Entrevistacom
ReinaldoFialho P. 3
NESTA EDIÇÃO:
Rendeirassão patrim
ôniodo Cabo P. 5
Como prevenir
a gravidezna adolescênciaP. 6
RE
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Logo que chegou à Marina dos Pescado-
res de Arraial do Cabo, o grupo encon-
trou Luciano Menezes. O seu barco pas-
seio tem capacidade para 24 pessoas. De-
vido ao fraco movim
ento nessa época doano, ele estava saindo com
apenas seispessoas. Seu barco tem
seu sobrenome:
Sezenem, M
enezes ao contrário.A
lém de barcos de passeios, existem
no cais homens que com
pram peixes para
limpar e revender. Luiz Carlos é um
de-les. Cabista, no m
omento m
ora em Cabo
Frio. Seu apelido é índio (por parecer eter um
a avó indígena). Ele trabalha emA
rraial do Cabo com o Gilson ou Burun-
ga, que, no mom
ento da nossa visita,tam
bém lim
pava peixes do lado opostoda m
esa. Burunga veio da África do Sul
sozinho e em A
rraial fez uma fam
ília.– A
qui é bom dem
ais, eu não saiodaqui, diz Gilson.
Os dois limpavam
peixes conhecidoscom
o olho de Cão, roncador e outros.U
m com
prador de Cabo Frio esperava ospeixes serem
limpos.
Pesquisadores de universidadesfederais no cais
Gabriela Azevedo tam
bém estava no
cais. Ela conta que frequenta Arraial por
causa da pesquisa que realiza em seu
mestrado em
biologiam
arinha, na Universida-
de Federal Fluminense
(UFF). Ela m
ergulha napraia do Forno, no pon-to de Fortaleza. Sua pes-quisa é sobre o peixe sa-bonete verde (peixe sa-bão). Está há um
ano nessa busca pelacom
paração entre os estudos referentesà espécie no Brasil e no Caribe. Trabalhaobservando o com
portamento alim
entar, aconservação e as fases etárias do peixe.
É com Valm
ir de Carvalho ou Piú-m
a, que Gabriela sai à procura da es-pécie. Piúm
a conduz o barco Poupee,que n
ão é dele. Além
de conduzir oPoupee, ele tam
bém m
ora nele, lá temcam
a, fogão, pia.
Gente vinda de vários lugares
que mora até em
barcoValm
ir é natural de Piúma, Espíri-
to Santo, por isso o sobrenome. Ele
Mora em
Arraial h
á dez anos e tem
várias histórias emocionantes de suas
aventuras. Já levou um
a família de
barco para passar o carnaval na Bahia.Conheceu m
uitos lugares viajando debarco a trabalho e so-zin
ho, às vezes du-
rante dias.O grupo que visi-
tou o cais na parte datarde encontrou entreos turistas que vinhamde seus passeios, o
professor Carlos Ernesto, da Universi-
dade Federal de Viçosa (UFV).
Ele estava com um
grupo de 25 alu-nos pós-graduandos, aos quais havia m
i-nistrado o estudo de pedogeom
orfolo-gia, revelando as belezas geológicas pre-dom
inantes nas ilhas.
Restaurante flutuantee Pontal do A
talaiaA
driana também
era uma das turis-
tas no final da tarde no cais.M
oradora de Campo Grande, Rio de Ja-
neiro, ela ficou deslumbrada com
o res-taurante flutuante e o M
orro do Atalaia,
que proporciona uma visão fascinante
da região. A tu
rista ressaltou a pre-
ocupação com
a suposta chegada da
Petrobras, que afetaria a beleza do
lugar.A
o sair, verificamos a construção
de um cercado de peixe, onde os pes-
cadores poderão comercializar o pes-
cado. Mas tam
bém constatam
os a pre-sen
ça de lixo em lugares inapropria-
dos do cais.O cais fica dentro do centro históri-
co de Arraial do Cabo e tem
três piers:um
para embarcações turísticas e os ou-
tros dois para embarcações pesqueiras.
Um
lugar simples, m
as cheio de his-tórias. Várias etnias reunidas vivendo emum
mar rico em
belezas e diversida-des de peixes.
Para uns, é arte, é prazer; para ou-tros, é estudos; e, para m
uitos, é tra-balho, sobrevivência.
Mas, acim
a de tudo, amor pela natu-
reza que os cerca.
No
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O pescador P
iúma e a pesquisadora V
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árias etniasreunidas em
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ar ricode diversidades de peixes.
8Arraial do C
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coradouro ab
riga de navios salin
eiros a plataform
as petrolíferas
Desde que a Companhia Nacio-
nal de Álcalis faliu, surgiram
co-m
entários em A
rraial do Cabo deque a Petrobras viria para a cida-de, ocupando o terreno da antigaem
presa. Será que os boatos sãoverdadeiros?
O presidente do Porto do For-no, Á
tila Szabos Angerm
ann, dizque não é bem
assim. Ele fala que
a Petrobras já está em A
rraial doCabo por m
eio de uma em
presa ter-ceirizada que presta serviços à es-tatal e que não passará disso. Om
otivo seria o fato de a Petrobrasjá ter esgotado todas as expan-sões em
Macaé.
Segundo Átila, o Porto do For-
no já está recebendo trabalhos dosquais M
acaé não está dando con-ta, devido ao excesso. Ele consi-dera que o Porto já esta trabalhan-do para a em
presa, mas sem
usar onom
e da Petrobras.
O que diz a PetrobrasD
e acordo com A
ssessoria deIm
prensa da Petrobras, existe apossibilidade de um
a plataforma
ser construída no alto mar de A
r-raial do Cabo. Entretanto, aindanão há nada de concreto. No m
o-m
ento, há apenas estudos sobreesta possibilidade.
Os pescadores se dividem quan-
to a uma futura presença da em
-presa na cidade. Para alguns, a ins-talação de um
a empresa desse por-
te traria mais oportunidades e não
afetaria a pesca.‘’A
plataforma ficaria longe da
principal área de pesca (...). Arrai-
al do Cabo tem tanta gente desem
-pregada e isso dará m
uito mais
oportunidade para a nossa popu-lação”, diz um
pescador.Para outros, além
desses pon-tos positivos há tam
bém os nega-
tivos. ‘’Por mais que se criem
em-
pregos, a área de exclusão de pes-ca atrapalharia o nosso trabalho”,sustenta. vem
?E a Petrobras,
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JORNAL O CABISTÃO
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JORNAL O CABISTÃO
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2O C
abistão: um jornal jovem
EDITORIAL
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End.: Praça da Independência, 25 - Centro - Arraial do Cabo - RJ // Tel. (21) 2622-1341
Historinhas reais do C
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“ – Alô, eu poderia falar com o Ruand?
- Oi, é o Ruand.- Tudo bem
, Ruand? Aqui é do Projeto Res-surgência. Estam
os te ligando para falarsobre um
curso de comunicação com
uni-tária que vam
os iniciar na próxima se-
mana aqui em
Arraial.- Ah, sim
. Tudo bem. M
as como é isso?
- A idéia é possibilitar aos alunos conhe-cim
entos teóricos e práticos em jornal
impresso, rádio e vídeo para que poten-
cializem a com
unicação em Arraial. U
ma
comunicação que seja feita pelos própri-
os moradores da cidade. Que fale sobre a
realidade daqui, sobre a Reserva Extrati-vista M
arinha, as manifestações culturais,
a vida da cidade e tudo o que quiseremdivulgar. O curso é gratuito. O que acha?- Ah, tá. Legal.- Estam
os convidando os jovens interes-sados para um
a reunião amanhã, às 19h,
no Centro Cultural Manoel Cam
argo para ex-plicarm
os melhor o curso. Você pode ir?
-Posso sim, estarei lá.
-Ótimo, então nos vem
os lá.Foi m
ais ou menos assim
que come-
çou a divulgação do curso de comunica-
ção comunitária do Projeto Ressurgência,
no mês de agosto.
Na noite marcada, cerca de 30 jovens
atenderam ao cham
ado e participaram da
reunião. Na semana seguinte, outro en-
contro, com outros 30 jovens. E assim
aturm
a foi formada.
Esse jornal que apresentamos à po-
pulação de Arraial do Cabo é um
dos re-sultados dos três prim
eiros meses de au-
las. Os assuntos, os textos, as fotos sãoproduções dos alunos. Inclusive o nom
e,O Cabistão, foi aprovado por eles em
uma
calorosa votação, na qual outros cinconom
es concorreram.
O curso de Comunicação Com
unitárianasceu para isso. Para gerar m
obiliza-ção, debate, e, sobretudo, divulgação dopensam
ento e da realidade da cidade deA
rraial do Cabo. Nasceu também
para serum
espaço de troca de idéias sobre o meio-
ambiente da cidade, e sobre com
o podemos
gerenciar com qualidade nossa Reserva
Extrativista Marinha. A
edição nº 1 de OCabistão é a prim
eira expressão do es-forço de cerca de 60 alunos do curso parapensar e divulgar as diversas realidadesde A
rraial do Cabo.
Nosso m
uito obrigadaA
proveitamos esse editorial para
agradecermos a todos que colaboraram
com o curso até o m
omento. E para agra-
decermos tam
bém ao Colégio M
unicipalFrancisco Porto, que carinhosam
enteabriu as portas para que as aulas do Cur-so de Com
unicação Comunitária sejam
realizadas lá.O Projeto Ressurgência conta com
re-cursos do Program
a Petrobrás Am
bien-tal. A
té a próxima edição!
• Equip
e:
Ad
riana
F.
Silva
/ A
lessand
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Toza
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/Alessandra Koblischek / Alexandro C
. Viana /A
linne Kristine S. de França / Ana Karen C
.Silva / Analice Karoline S. de C
ézar / AndrelleM
otta de F. Melo / Anita Raim
undo de Mello /
Ayron P. Freixo / C
amila da Silva M
outinho /C
láudio Henrique de F. M
elo / Clebio Julio
Rodrigues / Daniela V. dos Santos / D
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liveira / Déborah dos S. C
arvalho / Dora B.
Barreiros / Fabiano Felix (Feliz) / Gabriel N
eves/ G
abriel Novaes / G
isele Mendonça / G
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ustavo Filardis / Hiram
Jethro B. Moyano /
Isabela N. Abel / Izabelle C
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. Miranda / Jéssica Q
ueiroz /Jéssica de Jesus / Jéssica M
iranda / JoãoH
enrique Oliveira / Jonatas S. Ribeiro / Joel
Santiago / Juliana Aguida de Andrade / KeylaM
aylaine G. Vieira /
Leandro Rhian R. da Silva / Leilane Noem
e R.de Souza / Levi Ribeiro de Britto/ Ligia Barreto F.da Silva / Livia R. C
avalcanti / Lorena do N.
Santos / Lorena Brites / Luis Carlos / M
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Casarões / M
aria Gabriela V. Sá e Benevides /
Mayara de L. M
endonça / Natalia Regina de
S. Brito / Olívia de O
. Vidal / Otávio das N
.Azevedo / Pâm
ella M. da Silva / Paula G
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. Pereira / Paulo Vitor Mureb / Pedro
Henrique A
. Oliveira / Pedro M
. Andrade / RafaelElias B. e M
iranda / Rafael Otávio F. L. D
ias /Reginalice Félix / Renan C
astro / Ruand PortoFelix / Rubens de O
liveira / Sabriny Lúcia dosSantos Ferreira / Sheila da Silva Francisco / TalithaSilva de França / Tayron C
arlos Alvarenga / Thiagode Azevedo / Thiago Ram
alho Batista Franco /Vinicius Fonseca / Vinicius de S. Pereira / Viviannede Azevedo L. de Souza W
ellyson V. Côrtes da
Silva / Yuri Luis B. Moyano / Yuri V. G
aldino
Prod
ução: N
úcleo P
iratinin
ga de C
omunicação
Jornalista resp
onsável: Claudia Santiago • D
iagramação: José C
arlos Bezerra• A
ssistentes: Raquel Junia / Sheila Jacob
• Realização: Sage / Coppe / U
FRJ • Novembro de 2008
• Patrocínio:
7
Convênios e parcerias geralmente
são firmados entre órgãos públicos ou
entre estes e órgãos privados com ob-
jetivo de realizar uma ação de com
uminteresse. Essas parcerias beneficiamo m
unicípio conveniado oferecendocursos, especializações, palestras, en-tretenim
ento, conhecimento, lazer, e
até mesm
o oportunidades de empre-
go para a população.Diversas instituições, universida-
des e empresas brasileiras com
o Pe-trobras, SENA
I, SESI, CEFET, UFRJ
e outras, apostam nessa ação com
oform
a de ajudar a proteger o meio
ambiente, form
ar cidadãos consci-
Co
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O bairro Prainha, um dos m
ais antigosde Arraial do Cabo, é um
“prato cheio” paraquem
deseja curtir um dia de praia. O local
oferece ótimas opções quando se trata de
gastronomia. O único problem
a que afetaum
melhor rendim
ento dos quiosques é afalta de infra-estrutura básica com
o: ilu-m
inação e segurança, que ajudariam a pro-
mover eventos noturnos na orla da praia.
À beira mar há quiosques com
o o da“Tina e Gil”, onde é possível se alim
entarcom
qualidade e pouco custo. Apesar da
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roveite n
ossas d
icas e con
fira o m
enu
do
Ca
bo
especialidade da casa ser frutos do mar, o
cardápio apresenta comidas caseiras, boli-
nhos de aipim e petiscos. A bebida vai ao
gosto do cliente, cervejas, sucos, caipifru-tas, entre outras bebidas geladas.
Para aqueles que procuram um
ambi-
ente diferente dos que geralmente se en-
contra nas cidades praianas, vale a pena vi-sitar os dois restaurantes orientais – Hissãoe Yoshiaki.
Alguns dos alimentos são im
portados doJapão: o arroz, as algas e o salm
ão, por exem-
plo. Alguns cozinheiros têm descendência
chinesa e japonesa. Os pratos mais pedidos
são sushi, sorvete frito.Os donos sugerem
macarrão com
legumes
para quem vai experim
en-tar a culinária oriental.
Na tabela de preçosestão: panhaque: R$30,00; rolinho prim
ave-ra (5 unidades): R$ 8,00;sushis: R$ 4,50. O saquêé a bebida que acom
pa-nha quase todos os pra-tos.M
ais adiante na mes-
ma rua, encontram
os diversos bares quecham
am m
uita atenção por estarem sem
-pre lotados. Um
deles é o bar da “Tia Iva”,
Por A
lessandra Tozatto
entes e aptos a atenderem o m
erca-do de trabalho.
Programa de Leitura
traz bibliotecas volantesNa Região dos Lagos há diversos
projetos realizados por meio de con-
vênios e parcerias. U
m exem
plo é o Programa de
Leitura da Petrobrás, que incentivaos alunos das escolas públicas m
u-nicipais ao hábito da leitura atravésda biblioteca volante – um
cami-
nhão adaptado – que leva os livrosaté eles. Isso ocorre em
Arraial do
Cabo, Cabo Frio, São Pedro d´Aldeia,
Araruam
a e Búzios.Outro bom
exemplo é a vinda
do CEFET Campos, por m
eio da Uni-
dade de Ensino Descentralizada
(UNED LA
GOS), para Cabo Frio e oCEFET Quím
ica de Nilópolis em A
r-raial do Cabo. A
mbos oferecem
en-sino técnico gratuito de qualidadepara jovens e adultos.
No início deste ano, o SESI, compatrocínio da Petrobras, qualificou emArraial cerca de 100 pessoas no Pro-gram
a Cozinha Brasil. No curso foidiscutido o aproveitam
ento total dosalim
entos nas escolas municipais, a
fim de que os alunos pudessem
rece-ber alim
entação mais nutritiva.
Destacam-se tam
bém os cursos já
realizados de Imperm
eabilização e Ins-talação Elétrica Predial oferecidos pelo
SENAI, curso de eletrônica na Unida-de M
óvel do Cefet Campos, Pós gra-
duação em adm
inistração escolar eEducação Infantil, pela UCAM
.H
á alguns anos, Arraial tem
in-vestido esforços nesse tipo de par-ceria, já que a m
aior parte não geracustos para os cofres públicos m
u-nicipais e atende toda a sociedade.Esse ano, na área de Educação, fo-ram
firmadas parcerias im
portantes,com
o o “Projeto Ressurgência”, pa-trocinado pela Petrobrás e gerenci-ado pela Coppe – U
FRJ. O Ressur-gência está trazendo novas oportu-nidades a jovens e adultos, ofere-cendo cursos, com
o o de comuni-
cação e o de pós-graduação.
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Brites
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riteso
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Brites
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Lanchonete Só Delíciasalgados (variedades) e refrigeranteDe R$ 1,00 a R$ 1,20 (salgados)De R$ 0,60 a R$ 2,00 (bebidas)Cia dos CaldosRefeição: Prato feito R$ 7,00Anchova: R$ 50,00 para 4 pessoasRestaurante M
eu XodóRefeição: A La carteM
assas e saladas: R$10,00Frutos do M
ar: R$ variado
Praia dos Anjos
. QuitutesFrutos do m
ar, frango e carneR$ 21,00 o kilo. Água na bocaFrutos do m
ar e ChurrascoR$ 29,00 o kilo. Ki - Bum
BumPF - R$ 5,00Petiscos - de R$ 7,50 aR$ 22,00 Caldos - R$ 5,50. Shan’s (m
assas)Preços variados. Casa dos AnjosCom
ida caseiraem
torno de R$ 8,00
. Nosso BarCarnes, Petiscos, Frutos do m
arPreços variados. Pensão Bom
ApetiteCom
ida caseira e quentinhaPrato feito: R$ 4,99. Casa da vovó (Pizzaria)Preços variados. Prazeres da terraPratos caseiros -de R$ 8,00 a R$ 15,00Pratos infantis - R$ 4,00. Viagem
dos saboresPrincipalm
ente frutos do mar
Preços variados
. Trem do cabo
comida m
ineiraR$ 19,90 o kilo. Chateau du m
ondRestaurante, pizzariae chopperia carne,frango, frutos dom
ar, massas, saladas
e sobremesas
. Saint Tropezm
assas, carne, frutos dom
ar, petiscos, bebidas -Preços variados. Garrafa de Nansencarnes, saladas, frutos
do mar, m
assas, aves,sobrem
esas
Praia Grande
Bar e Restaurante do IdenirRefeição: R$ 18,00Quentinha: R$ 7,00Bacalhau do TudoCom
ida portuguesa A La CarteValores: variadosBolinho de bacalhau: R$ 2,50Lom
bo de porco imperial: R$ 45,00
FO
TO C
LAU
DIA S
AN
TIA
GO
considerado o ponto de encontro dos mo-
radores, do pessoal da “pelada” no fim da
tarde. Pausa para descanso dos
repórteres de O C
abistão
MA
RC
US O
LIVE
IRA
,tem
17 anos. Seu padrinhoe seu pai são atuantes navida política da cidade.
Seu padrinho foi candidatoem
Arraial do Cabo e seu paiem
Cabo Frio, no ano de 2008.A
mbos queriam
seu voto,m
as para não tomar um
parti-do, preferiu não votar.
Indo à Cabo Frio acompa-
nhar sua avó que iria votar,pediu para irem
a um condo-
mínio de am
igos. Lá ela con-seguiu um
voto para seu pa-drinho, que não se elegeu porum
voto.Agora, se M
arcus votasse emArraial, sua avó não iria ao lo-cal, assim
, não conseguiria umvoto extra. Seu padrinho per-deria de qualquer jeito.
YU
RI G
ALD
INO
,tem
18 anos. Ele não per-
deu a oportunidade de noscontar a sua história.
Um atropelam
ento sofrido aos8 anos de idade, em
Arraial doCabo, por sorte, não m
udou suavida.Ao se perder dos pais em
umchurrasco, Yuri resolveu ir paracasa com
um am
igo e de bicicle-ta. Na estrada principal foi atro-pelado por um
carro vermelho,
sofreu pequenas escoriações semconseqüências graves.
Este relato mostra a necessi-
dade de atenção dos pais nos mo-
mentos de descontração.Histórias com
o a do Yuri de-vem
ser prevenidas, pois podemter um
fim trágico e, até m
esmo,
retirar vidas de forma precoce.
Culin
ária: restauran
tes para todos os b
olsos e paladares
Educação: da u
niversidade às b
ibliotecas
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ov
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eraçõ
es.
acabou, acabou a brincadeira de roda, depeão. Não se vê m
ais os biblioquês, os con-tadores de história. O m
aior contador dehistória que tinha era o Leonel Vieira deAguiar. Ele lia aqueles rom
ances e era cha-m
ado pelas casas para ele contar as histó-rias. Organizava tam
bém as festas, com
oas pastorinhas, que era um
grupo de ho-m
ens e mulheres que cantavam
. Era uma
homenagem
ao nascimento de Jesus Cris-
to. Era sempre um
casal que dizia um ver-
so e o outro respondia.Tinha um
versinho de um padeiro e um
acostureira assim
: “Minha barba tem
pio-lho, eu não sei quem
vem catar. Nem
que-ro arranjar um
a cabrocha para ser meu
par.” E a moça respondia: “ sai daí ô ve-
lho, velho impertinente. Vem
fazer ver-gonha no m
eio da gente.” Eram esses ver-
sinhos, uma brincadeira boa.
Aqui tinha tam
bém um
programa de ca-
louros. Tinha sempre um
divertimento, o
futebol era muito concorrido. Tudo isso aca-
bou. A cultura aqui em
Arraial do Cabo ago-
ra? Aquele jogo ali de cartas que tem
napraça, o passeio de barco, pescaria.
As procissões que tinham
aqui das ima-
gens de Santo não se vêem m
ais. Dificil-m
ente. Todo santo, no dia dele, saía em
Reinaldo Fialho preserva um acervo
histórico em sua própria casa.
Muitos dizem
que ele tem um
museu,
mas Reinaldo diz que não chega a tanto.
Nesta entrevista, ele fala
sobre as manifestações culturais
tradicionais em Arraial do Cabo.
Um
a destas era a Folia de Reis.“Eles dançavam
em frente às casas
citando versinhos como: senhor dono
desta casa, faça sua gentileza, abrelogo sua porta...”, recorda.Para Reinaldo, o povo de Arraial, hoje,não é m
ais interessado em cultura
como era antes.
procissão. Era sempre acom
panhado deNossa Senhora.
O Cabistão: As pessoas te pro-
curam para saber da cultura do
local ou só quando precisam para
um trabalho?R
einaldo - Só quando precisa fa-zer algum
trabalho.
O Cabistão: Dizem que você tem
umm
useu...R
einaldo - Para um m
useu não estáorganizado. Eles dizem
que é museu, m
aseu não. Porque eu trabalhei no Rio de Ja-neiro, conheço m
uitos museus. Estive m
ui-tas vezes no Teatro M
unicipal, então eusei o que é. M
as estou com 78 anos de
idade, não dá mais pra eu ficar lim
pando.M
as eu tenho um acervo m
uito grande. OPríncipe Dom
João de Bragança, bisnetoda Princesa Isabel esteve aqui na m
inhacasa, veio conhecer o m
eu ‘museu’. Eu dis-
se: “Excelência, minha casa não é digna
de receber uma personalidade com
o o Se-nhor. M
inha casa é simples”. A
í ele disse:“Não, m
as eu quero conhecer o seu mu-
seu. Eu sou simples tam
bém”. Levei-o até
lá, ele adorou e disse que vai fazer umlivro sobre a exploração de petróleo.
O Cabistão: A renda tam
bém era
uma cultura aqui em
Arraial?
Reinaldo - Consta que a m
elhor ren-deira daqui era m
inha avó. Ela ensinouas filhas todas. Elas faziam
renda e ven-diam
para Cabo Frio. Não d
ava pra
vend
er aqui. O
meu
filho R
onaldo
andou in
centivan
do muitas m
ulheres afazer renda.
O Cabistão: Hoje ainda existem
pessoas que fazem a renda?
Reinaldo - Hoje tem
a Dodoca e ou-tra m
enina. Não sei se tem m
ais alguma.
“Todo Santo, no dia dele, saía em
procissão. Era sem
pre acompanhado de N
ossa Senhora”
FO
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LA
UD
IA SA
NT
IAG
O
Reinaldo Fialho conta que oVóga, prim
eiro jornal editadon
essa região foi feito porfuncionários da Em
presa Álcalis.
Outra cultura característicade A
rraial do Cabo é a restinga.Dela se tirava quase tudo: m
adeirapra fazer o casebre, palha paracobrir a casinha, barro para cobrir acasa, ranso para fazer travesseiro,cupim
pra fazer colchão. Tinham
uitos frutos, muitas plantas
ornamentais, tinha plantas pra
fazer chá contra doenças. Tinham
uita caça, caça pequena, otatu, o tam
anduá, o cachorro dom
ato. Tinha m
uitas aves, am
arreca irerê, o jassanam.
O Cabistão: Os jovens são interes-sados por cultura atualm
ente aqui emA
rraial do Cabo?Reinaldo - Eu acho que não. O povo
de Arraial do Cabo no passado era diferen-
te do povo de hoje. A cultura do passado
PP PPPor Alessandra K
or Alessandra K
or Alessandra K
or Alessandra K
or Alessandra K
oblischek,oblischek,oblischek,oblischek,oblischek,
Cam
ila Moutinho, D
éboraC
amila M
outinho, Débora
Cam
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amila M
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Cam
ila Moutinho, D
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arvalho, Lívia Cavalcanti,
Carvalho, Lívia C
avalcanti,C
arvalho, Lívia Cavalcanti,
Carvalho, Lívia C
avalcanti,C
arvalho, Lívia Cavalcanti,
Clebio Rodrigues
Clebio Rodrigues
Clebio Rodrigues
Clebio Rodrigues
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e Sab
riny Ferreirae Sa
briny Ferreira
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briny Ferreira
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Muitas H
istórias
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LAU
DIA S
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TIA
GO
6
A saúde dos hospitais públicosanda m
al. O município de Arraial do
Cabo não fugiu a esta regra. A cida-de convive há m
uito tempo com
umdoente agonizante, em
estado decom
a induzido chamado H
GAC.O H
ospital Geral de Arraial do
Cabo permanece na fila à espera de
um bom
médico que não lhe im
putea extrem
a unção e, sim, exam
ine oseu estado com
sensibilidade e ad-m
inistre um tratam
ento correto queo restabeleça.
Este mesm
o profissional precisapossuir as devidas qualidadestécnicas e adm
inistrativas param
udar o quadro deste paci-ente tão nobre e tão queridoe que já fez tanto por estem
unicípio.Agora ele anda desanim
a-do e desacreditado, m
as con-tinua buscando forças para so-breviver.
A gravidez precoce é cada vez mais co-
mum
. Dados do IBGE mostram
que o nú-m
ero de casos de adolescentes que engra-vidam
aumentou consideravelm
ente nosúltim
os anos. Estima-se que o núm
ero giraem
torno de 700 mil os casos de gravidez
na adolescência, entre 12 e 19 anos, a cadaano no Brasil. M
uitas dessas jovens aca-bam
passando por problemas em
ocionaise sociais, devido às difi-culdades que surgem
e aopreconceito.
Alguns fatores expli-cam
o aumento desse nú-
mero. O principal deles é
a pouca informação so-
bre o uso correto dem
étodos contraceptivose a falta de dinheiro paraconsegui-los.
Especialistas dizemainda que um
bom diálogo entre adoles-
centes e seus pais é fundamental para di-
minuir a probabilidade de um
a gravidezprecoce, e tam
bém reduzir o índice
de doenças sexualmente transm
issíveis.
O papel da escolaAlém
do ambiente fam
iliar, a escola tempapel im
portante na conscientização de jo-vens, pois oferece inform
ações sobre pre-venção e o tem
po certo em que o corpo
está pronto para gerar um filho.
Para Suely Osório, da Secretaria de Saú-de de Arraial do Cabo, o tem
a da gravidezprecoce envolve questões sérias, com
o abaixa auto-estim
a, as famílias desestrutu-
radas, a falta de perspectivas, pouco inte-resse e com
prometim
ento da escola emrelação ao universo dos adolescentes, e afalta de políticas públicas e form
ação da
rede social para prevenção. Além disso,
“não adianta só dar informação. Os ado-
lescentes precisam dialogar com
outraspessoas”, afirm
a.Dados da Unesco e do M
inistério daSaúde m
ostram que a gravidez precoce e
as dificuldades que se seguem respon-
dem pela terceira causa de óbitos entre
as mulheres jovens do Brasil. Perde ape-
nas para homicídios e acidentes de trans-
porte. A Unesco também
identificou quea gravidez é responsável pelo abandono
dos estudos de 25% de m
e-ninas entre 15 e 17 anos, oque a torna principal causade evasão escolar.
Nossa cidade
Em A
rraial do Cabo, aquantidade de jovens queengravidam
precocemente
também
é preocupante. Re-latos com
o o de A.L., de 15anos, ilustram
as dificulda-des por que passam
essas jovens. “Eum
orava numa república e estava fazen-
do faculdade. Tive que voltar para a mi-
nha cidade, pois o pai da minha filha não
quer assumir. Para com
pletar, minha m
ãenão quer m
ais falar comigo”.
É importante que a adolescente co-
mece o pré-natal assim
que diagnosticara gravidez. Tam
bém receber apoio da fa-
mília e auxílio de um
profissional da áreade psicologia. De acordo com
Suely Osó-rio, as seis unidades de Program
a de Saú-de da Fam
ília e Policlínicas do município
de Arraial do Cabo estão sensibilizadas eprontas para acolherem
as adolescentes grá-vidas. Para prevenir a gravidez precoce, a Se-cretaria de Saúde de Arraial do Cabo ofereceàs jovens m
étodos contraceptivos gra-tuitos. Suely lem
bra que o uso da cami-
sinha é sempre o m
ais indicado.
A saúde dos nossos hospitais
Afin
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lica sã
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com
plex
a?
O paciente HGAC está na UTI, m
ascontinua sendo m
onitorado graçasa valorosos e corajosos profissionaisda saúde do m
unicípio que se man-
têm confiantes no seu pronto resta-
belecimento.
Esses profissionais apostam que
o paciente saia desta situação do“com
a” burocrático administrativo,
receba alta e volte, o mais breve pos-
sível, a atender os seus usuários.Assim
, proporcionará aos profis-sionais oportunidade de am
pliar seusserviços oferecendo um
a melhor qua-
lidade de saúde à população do nos-so m
unicípio.
Maternidade precoce, problem
a real
Hospital sub-utilizado em
Arraial
Co
mo
preven
ir gravid
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lescência
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s Pereiraereiraereiraereiraereira
Para obter informações
sobre os programas
relacionados à gravidezprecoce em
Arraialdo Cabo, ligue para
o Programas de Saúde
da Família
(22) 2622-1650.
Por Joel Santiago
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Entrevista: R
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Saúde: falta de edu
cação sexual e in
fluên
cia da mídia
JORNAL O CABISTÃO
| NOVEM
BRO DE 2008
JORNAL O CABISTÃO
| NOVEM
BRO DE 2008
4 Em 1503 aportou a prim
eira ex-pedição da Coroa Portuguesa ao Bra-sil, na Praia do Cabo da Ram
a, atual-m
ente conhecida como Praia dos A
n-jos, em
Arraial do Cabo. Lá foi cons-
truída a primeira feitoria do país com
o objetivo de povoar e proteger essaárea do litoral.
Engana-se, porém, quem
acreditaque essas foram
as primeiras pesso-
Arraial é habitada
Cid
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Moyano, Jessica M
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as a pisarem em
solo cabista. A re-
gião já fora habitada por índios Ta-m
oios e por Tupis, que tinham suas
aldeias nos altos dos morros e só des-
ciam em
busca de alimentos. Estim
a-se que essa população possa ter che-gado a 50 m
il habitantes.Entretanto, ainda é errôneo afir-
mar que esses foram
os primeiros
povos a ocupar nossa região. Há cer-
ca de 7 mil anos, sedentários aqui
viviam em
comunidades que, segun-
do vestígios encontrados em escava-
ções, já dominavam
o fogo e dividi-
am as tarefas por gênero. Ou seja, já
tinham um
início de sociedade. Oshom
ens caçavam (geralm
ente pássa-ros, répteis, entre outros) e pesca-vam
; as mulheres coletavam
os fru-tos da restinga.
Uso
s e costu
mes
Essa mesm
a sociedade tinha o cos-tum
e de depositar em um
mesm
o lu-gar os restos de com
ida, artefatos decerâm
ica – quebrados ou inteiros -,enfeites que usavam
pelo corpo, etudo m
ais. Nesses amontoados, eram
enterrados também
os habitantes fa-lecidos. Em
um ritual próprio, enter-
ravam as pessoas em
posições parti-culares. Tem
-se o registro de um es-
queleto adulto encontrado na posi-ção de nascim
ento.Nesses rituais, os corpos, antes de
serem enterrados, eram
enfeitadoscom
colares feitos com conchas e den-
tes de animaise e objetos de cerâm
i-ca. M
esmo em
milhares de anos, eles
se mantêm
conservados o suficientepara serem
estudados e hoje são co-nhecidos com
o Sambaquis.
Os sambaquis são depósitos orgâni-
cos construídos há cerca de 5.000 anos,constituídos basicam
ente por conchas(algum
as gigantes, se comparadas às atu-
ais), mariscos, adornos feitos de dentes
de animais e carvão de fogueiras – o que
sugere que já usavam o fogo para se pro-
teger do frio e cozinhar seus alimentos –
além de esqueletos de diversos anim
ais.Os sam
baquis eram feitos pelos sam
-baquieiros – povos sedentários que seestabeleceram
na Região dos Lagos háaproxim
adamente 7 m
il anos e se ex-tinguiram
há 2 mil anos.
Não se sabe ao certo o motivo que
levou ao fim da existência dos sam
ba-quieiros. Eles podem
ter sido mortos
ou expulsos por indígenas Tupis e Jêsvindos do norte.
Alguns arqueólogos supõem
queos sam
baquis tinham caráter religi-
oso. Que eram pontos de encontro
entre grupos familiares, com
o se fos-se um
a praça. Eram tam
bém locais de
rituais e sepultamentos.
Vida em sociedade
Os sambaquieiros viviam
em so-
ciedade. Estima-se que um
a mesm
acultura ocupava as áreas que hojeconhecem
os como Restinga de M
as-sam
baba, Pontal do Atalaia e Ilha
do Farol. Essa ultima abriga os sam
-baquis con
siderados mais an
tigosda região, datando de, aproxim
ada-m
ente 5.500 anos.Lá estava estabelecida um
a dasm
aiores comunidades sam
baquiei-
ras do litoral, com cerca de 300
pessoas.
O Instituto de Estudos do Mar Alm
i-rante Paulo M
oreira (IEAPM), em
par-
ceria com a M
arinha, com o
Museu Nacional e o M
useude Arqueologia e Etnogra-fia da U
SP são os respon-sáveis pelas pesquisas nes-ses sítios arqueológicos.
A M
arinha controla oacesso à ilha. Na praia – porvezes eleita a m
ais bela doBrasil – só se pode ancorarcom
autorização, a fim de prote-
ger as áreas de escavação – uma vez que
cerca de 90% dos sam
baquis do litoraljá foram
alterados ou destruídos.Os sam
baquis são quebra-cabeçaspré-históricos capazes de nos dar m
ui-tas inform
ações sobre o ambiente e os
humanos de sua época.
Sua preservação é de suma im
por-tância para o resgate histórico danossa identidade, en
quanto cida-
Sítio
s arq
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lóg
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te desco
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ecido
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ção
Ossos m
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Conheça nossos sam
baquis
História m
ilenar: nas areias das nossas praias, vestígios de uma civilização esquecida
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há 7 mil anos
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do
Ca
bo
Arra
ial é cid
ad
e arteira
Dodoca recebeu os alunos do Cursode Com
unicação em sua casa. Ela conta
que havia pessoas em Arraial do Cabo
que faziam rendas, porém
, quem as
compravam
era de fora. A renda eravendida no m
unicípio de Cabo Frio.“Não tinha quem
comprasse, em
Arraial”, diz Dodoca. A
rendeiraafirm
a que hoje não trabalha mais com
renda por questões de saúde, mas
conta que ainda vai pegar trabalhosantigos para term
inar,pois ela diz que sedistrai. H
oje, Dodocaestá fazendo m
uitocrochê.
Durante a entrevistaela m
ostra as produçõesde sua época m
ais ativa.“Segura hein. Vai deixar cair? Ficabonitinho”, diz, m
uito cuidadosa comseus trabalhos. Para Dodoca, desde quecom
eçou a trabalhar, nada mudou na
renda em si. M
as confessa que inovouos pontos. “Era tudo estreitinho assim
Da
trad
icion
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da
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inia
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róis e tra
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artesa
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uista
ma
is turista
s estran
geiro
s do
qu
e bra
sileiros
mosaicos, casas em
miniaturas, res-
tauração de móveis antigos, páti-
na, pintura artística de paredes e ar-tesanatos em
geral.Eunice conta que o artesanato lo-
cal é, na maioria das vezes, vendi-
do a estrangeiros que vêm visitar a
cidade, já que os produtos mais pro-
curados pelos brasileiros são as ar-tes vindas de fora, com
o bruxinhas,fadas e etc.
Na loja dela há apenas artesana-
tos produzidos na região. De cada
produto vendido na loja, a Artesar-
te, Eunice fica com 20%
do valor. “As
vezes nem cobro para incentivar os
artistas”, conta. As obras m
aisvendidas são os abajures em
for-m
ato de farol feitos de madeira, os
imãs de geladeira e os chaveiros. Ela
destaca as bonecas feitas de papel ma-
chê, os panos de prato, as porcela-nas e os faróis. “D
ezembro e janei-
ro são os melhores m
eses para a ven-da, turista do carnaval quase nãocom
pra”, diz. Em 2008 as vendas
foram m
uito fracas.Se você se interessa por arte
vale a pena visitar a Artesarte do
cabo localizada no centro históri-co- Praia dos A
njos, na rua SantaCruz n° 7 loja 1.
Do
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ca é u
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em 75 a
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s de id
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Eunice de Lima trabalha há oito
anos com artesanato em
Arraial do
Cabo. Ela diz que o povo de Arraial
mostra-se desm
otivado quando o
assunto é cultura, por isso montou
a sua loja. É assim que ela pretende
manter viva a cultura cabista.A
o lado da loja de Eunice, n
aPraia dos A
njos, há outra loja de ar-tesanato. O trabalho das duas lojasé coordenado por ela e outros doisartesãos: Leonardo M
urebi e JuarezSardou. Eles trabalham
com prata,
e eu emendei a argola. Fui aum
entandopara trás”.
Dodoca aprendeu a rendar com um
asenhora cham
ada Otólia, já falecida. Aprofessora era um
a simples conhecida
que fez sua paixão por essa arte serdespertada.
Ela comenta que nunca fez renda
com a intenção de vender, m
as sempre
pelo fato de gostar. “Nunca fiz não,m
inha filha. Mas, naquela época, havia
pessoas que faziam aqui no Cabo pra
viver, pra comer”, com
enta.A
rendeira já ensinou muitas
pessoas na região,
porém, afirm
a que seucorpo não perm
ite mais
dar aulas de renda. Mas
lembra que há um
aescola de renda naColônia dos Pescadores.
Dodoca conta que,antigam
ente, as mulheres eram
proibidas de ensinar porque osportugueses, ainda na época doAm
érico Vespúcio, se aproximavam
para paquerá-las, com a desculpa de
aprender a fazer renda.
Os oito filhos da rendeiratam
bém não ficaram
de fora,até hoje seguem
a carreira dam
ãe. “São oito meninos. São
oito pulos. Por oito mil gados
bonitos que eu dou”, cantarola.M
esmo form
ados em outras
profissões eles se identificamcom
a arte da renda.
Conselho de Dodoca
Dodoca termina a entrevis-
ta com conselhos de vida, afi-
nal, além de rendeira ela é um
asenhora m
uito vivida e pre-ocupada com
essa nova ge-ração. “A
idade vai chegandoe eu tam
bém vou m
e emba-
lando devagar. Fui caindo mi-
nha filha”. Canta.“H
oje vocês têm um
mun
dom
aravilhoso. Tenha cuidado minha
filha. Goste da sua mãe, goste do
seu pai. Procure arranjar umas
pessoas que elas gostem tam
bém”,
Dodoca se despede com um
a dasgargalhadas m
ais suaves e cativantesda história.
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“A idade vai chegando
e eu também
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embalando devagar.
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Por A
lessandra Koblischek, D
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arvalho e Sabriny Ferreira
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Obra produzida
pelo senhor Lafayete
FOTO: CLAUDIA SANTIAGO
dãos, enquanto humanos, enquan-
to espécie animal do m
undo. A his-
toria da região, do país e do mun-
do está impressa nas rochas sob os
nossos pés.
Fontes: O Globo Ciência (28/04/2002,29/04/2002, 16/12/2006, 24/04/2008).
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Resistên
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ral: trabalh
o e arte são riquezas dos p
ovos