O BEM OU O MAL? - rl.art.br fileO BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 2 Maria Clara — Eu não to nem...

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Recanto das Letras Central de Produção Capítulo 027 O BEM OU O MAL? Novela de MATHEUS RICCAZ Colaboração de OTÁVIO SARTI Personagens deste capítulo AGENOR ALBERTO FERNANDO GABRIELE LUCAS LUÍSA MANUELA MARIA CAMILLA MARIA CLARA MARIANA MARÍLIA MARISA PEDRO RENATO RICARDO HENRIQUE VERÔNICA

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Recanto das Letras

Central de Produção Capítulo 027

O BEM OU O MAL?

Novela de

MATHEUS RICCAZ

Colaboração de

OTÁVIO SARTI

Personagens deste capítulo

AGENOR

ALBERTO

FERNANDO

GABRIELE

LUCAS

LUÍSA

MANUELA

MARIA CAMILLA

MARIA CLARA

MARIANA

MARÍLIA

MARISA

PEDRO

RENATO

RICARDO HENRIQUE

VERÔNICA

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 1

CENA 1/PONTA VERDE/PRAIA/EXTERIOR/DIA.

CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO

ANTERIOR. MARIA CLARA CHEGA À PRAIA E ENCONTRA

FERNANDO, MARIANA, MARIA CAMILLA E RICARDO HENRIQUE

VENDENDO CACHORRO QUENTE E RESOLVE PROVOCÁ-LOS.

Fernando — O que você tá fazendo aqui sua víbora?

Maria Clara — Nada! Me falaram que vocês estavam aqui ven-

dendo cachorro quente, e olha... Eu nunca imaginei

que vocês chegariam a essa situação decadente.

Ricardo Henrique — Cala essa boca Maria Clara! A sua cara nem

arde pra vir aqui e falar essas coisas, afinal você é a

responsável por tudo isso!

Maria Clara — (se faz de inocente) Eu? Jamais querido!

Fernando — Você sim! E sabe por que? Por que foi você

quem explodiu aquele restaurante!

Maria Clara — Olha aqui! Mais respeito com a minha pessoa! Eu

sou uma mulher fina! E eu nunca que colocaria meus

dedinhos num artefato! Mas de qualquer forma eu

tenho pena de vocês! Vou querer um cachorro quen-

te!

MARIA CLARA PEGA UMA NOTA DA BOLSA E DÁ PRA

MARIANA.

Maria Clara — Coloca tudo viu querida!

Maria Camilla —(Sussurra para Ricardo) Mas ela vai comer mes-

mo, ou tá só zoando com a nossa cara?

Ricardo Henrique —(Sussurra) Eu não sei! Basta só esperar e ver!

MARIANA DÁ O CACHORRO QUENTE A MARIA CLARA. ELA

PEGA, O OLHA, ABRE O PÃO, OBSERVA. TEMPO. MARIA CLARA

JOGA O CACHORRO QUENTE NO CHÃO E COMEÇA A PISOTEÁ-

LO. MARIANA E MARIA CAMILLA FICAM ASSUSTADAS COM A

ATITUDE, MAS NÃO SURPRESAS. FERNANDO AINDA NA DELE,

COM RAIVA. APÓS TERMINAR DE PISOTEAR O CACHORRO

QUENTE, MARIA CLARA SE VOLTA PRA ELES. FERNANDO SE

CORROENDO DE RAIVA, LOGO SE PRONUNCIA.

Fernando — Você sabia que esse cachorro quente deu um tre-

mendo trabalho pra fazer?

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 2

Maria Clara — Eu não to nem aí pra isso! Por mim vocês conti-

nuariam na miséria! Eu só não comi esse cachorro

quente por que eu tenho nojo! Nojo! Eu não queria

dar uma mordida e encontrar um fio de cabelo, ou

qualquer outra coisa. Vai ver que até um inseto, ou

uma barara, até uma verme eu poderia ter encontra-

do aqui! Eu dei o dinheiro por pena e desprezo! E

pode ficar com o troco, pois é assim que eu faço com

gentinha em situações humilhantes!

Fernando —(rosna) Eu só lhe aviso de uma coisa: Você com-

prou o cachorro quente! Agora você vai comer!

FERNANDO PUXA MARIA CLARA PELOS CABELOS E A

ARRASTA PRO CHÃO, FAZENDO-A LAMBER O QUE RESTOU DO

CACHORRO QUENTE QUE ELA AMASSOU. DIÁLOGOS JUNTO À

BRIGA.

Maria Clara — Me solta!

Fernando —(berra) Lambe! Lambe sua ordinária!

Maria Clara —(grita) Me solta! Socorro, ele tá louco!

Fernando — Cala a boca sua ordinária!

FERNANDO FINALMENTE CONSEGUE FAZER MARIA CLARA

LAMBER O CACHORRO QUENTE. QUANDO VÊ QUE CONSEGUIU

ELE A LEVANTA PELOS CABELOS.

Maria Clara — Olha o que você fez comigo seu desgraçado!

Fernando — Isso foi pouco, perto do que você realmente está

merecendo! Nós estamos comendo o pão que o dia-

bo amassou, e ainda lambendo a panela e os dedos!

Você acabou de comer o pão que você mesma amas-

sou, pra que sinta na pele o que estamos vivendo! E

agora você vai tomar um bom banho!

FERNANDO PEGA UM CALDEIRÃO QUE MARIA CAMILLA ESTÁ

SEGURANDO E JOGA TODO O MOLHO EM MARIA CLARA.

MARIANA, RICARDO E CAMILLA DANDO RISADA À PARTE.

Maria Clara —(com raiva) Olha o que você fez seu ridículo!

Fernando — Ridícula aqui é você, sua baranga véia! Agora

sai, vaza daqui antes que eu te bote embaixo do chu-

veiro e aí sim você verá o que é comer sabão!

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 3

MARIA CLARA SE LEVANTA E ENCARA FERNANDO ANTES DE

IR.

Maria Clara — Eu só te aviso de que isto não vai ficar assim!

MARIA CLARA VAI EMBORA

Fernando — Isso vai ameaçando... A lei da vida é cumprida

sempre... Hoje você pisa em mim, amanhã eu pisarei

em você!

CENA 2/CASA DE VERÔNICA/ FRENTE/ EXTERIOR/DIA.

MARISA SAI DE SEU CARRO E VAI EM DIREÇÃO À PORTA DE

VERÔNICA. ELA COLOCA O DEDO NO NARIZ E FAZ CARA DE

NOJO PRO LUGAR ONDE ESTÁ. MARISA VAI ATÉ A PORTA DA

CASA DE VERÔNICA E BATE NA PORTA. MANUELA ABRE.

Manuela — Eu posso saber quem é você?

Marisa — Sou a sogrinha da sua filha!

Manuela — Sogra? Que conversa é essa? (T) Olha aqui minha

senhora se você veio aqui inventar historinhas sobre

minha filha/

Marisa —(corta) Olha aqui você! Você acha mesmo que

vim até aqui nesse muquifo cheirando a mofo pra

inventar historinhas? Me poupe querida, nem pro

meu filho eu inventava histórias, que dirás pra você.

(T) Não vai me convidar pra entrar?

ANTES QUE MANUELA DÊ AS ORDENS, MARISA JÁ VAI

ENTRANDO.

CENA 3/CASA DE VERÔNICA/INTERIOR/DIA.

ABRE EM MARISA SENTADA NO SOFÁ. MANUELA ACABA DE

FECHAR A PORTA.

Manuela — Você aceita alguma coisa? Uma água, um café?

Marisa — Não obrigada! Serei curta e grossa!

Manuela — Você disse que era sogra da minha filha... Eu

posso saber qual das duas?

Marisa — Pode não! Deve! (T) Eu sou sogra da sua filha

Marília. Ela namora meu filho Alberto escondido...

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 4

Manuela — Pois é... Já proibi esse namoro, mas a Marília tem

sido muito desobediente comigo!

Marisa — Eu ainda não terminei!

Manuela — Ah sim, me desculpe! Prossiga!

Marisa — Como eu estava dizendo, a sua filha é a minha

nora. Como nora ela estava se envolvendo demais

com meu filho... E acho que a senhora pode ter per-

cebido a sua filha enjoada de uns dias pra cá, certo?

Manuela — Isso, ela reclamou muito de enjoos, mas ainda

não consigo entender aonde a senhora quer chegar...

Marisa — Minha senhora, nós sabemos que você não é ne-

nhuma idiota! Você sabe muito bem do que eu estou

falando... (T) Hoje eu descobri que a sua filhinha es-

tá grávida do meu filho!

Manuela —(sem acreditar) O quê? Eu não acredito nisso!

Marisa — Se você não acredita em mim, pelo menos acredi-

te no tempo. Quando a barriga da sua filhota crescer,

me chame pra termos uma conversinha.

MARISA SE LEVANTA E SAI. MANUELA ALI, PASMA, SEM

ACREDITAR NO QUE ACABOU DE OUVIR, COM O CHORO

ENTALADO. ELA SE LEVANTA E VAI EM DIREÇÃO AO QUARTO

DE MARÍLIA. AO CHEGAR LÁ ELA ABRE O GUARDA ROUPA E

VASCULHA, MAS NÃO ACHA NADA. ELA ABRE ALGUMAS

GAVETAS DA CÔMODA E VASCULHA POR BAIXO DAS ROUPAS

E ACHA UM ENVELOPE. ELA ABRE E COMEÇA A LER. É O

EXAME QUE CONFIRMA A GRAVIDEZ DE MARÍLIA.

Manuela — Meu Deus, então minha filha está mesmo grávi-

da!

ELA FICA ALI PASMA. CLOSE.

CENA 4/PONTA VERDE/PRAIA/EXTERIOR/DIA.

LUÍSA ESTÁ CAMINHANDO NA AREIA, COM O CESTO DE

CACHORRO QUENTE NA MÃO. ELA ESTÁ OFEGANTE. ALGUMAS

PESSOAS CHEGAM PRA COMPRAR. ELA VENDE E CONTINUA

CAMINHANDO. SEU CELULAR COMEÇA A TOCAR. ELA ATENDE.

DO OUTRO LADO DA LINHA ESTÁ MARIANA.

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 5

Luísa —(cel) Fala Mariana.

Mariana —(cel) Luísa vem pro ponto que combinamos de nos

encontrar.

Luísa — Eu já vou! Só estou esperando o Lucas pra irmos

juntos!

Mariana — Tá ok! Estou esperando!

ELA DESLIGA. LUÍSA BOTA O CELULAR NO BOLSO E CONTINUA

CAMINHANDO. ELA SOFRE COM O CALOR TERRÍVEL E DECIDE

PARAR.

Luísa —(pra si) Nossa que calor... Acho que tomar um ba-

nho de mar enquanto o Lucas vem, não vai fazer mal

pra ninguém.

LUÍSA OLHA EM VOLTA E CAMINHA EM DIREÇÃO AO MAR. ELA

TIRA SUAS ROUPAS E FICA SÓ DE BIQUINI. ELA COLOCA AS

ROUPAS DENTRO DO CESTO E VAI EM DIREÇÃO AO MAR. ELA

MERGULHA NA ÁGUA E ACABA INDO CADA VEZ MAIS PRO

FUNDO. CORTA PARA LUCAS QUE CAMINHA NA AREIA

PROCURANDO POR LUÍSA. LUÍSA MERGULHA E FICA PRESA

NUM PEDAÇO DE REDE DENTRO DA ÁGUA. ELA COMEÇA A SE

AFOGAR.

Luísa —(grita) Socorro! Socorro! Eu tô me afogando! So-

corro! Alguém me ajuda!

LUCAS QUE CONTINUA A PROCURAR POR LUÍSA OUVE OS

GRITOS E CORRE PRO MAR AO VÊ-LA SE AFOGANDO.

Lucas —(grita, correndo) Luísa, calma... Eu já tô indo!

ELE PULA NA ÁGUA E COMEÇA A NADAR EM DIREÇÃO A ELA

QUE HÁ ESSA ALTURA ESTÁ DESACORDADA. LUCAS

CONSEGUE LOCALIZÁ-LA E MERGULHA. ELE ARRANCA A REDE

DA PERNA DELA E A LEVA PRA AREIA. LUCAS DEITA LUÍSA NA

AREIA E COMEÇA A FAZER MASSAGEM CARDIORESPIRATÓRIA

NELA, EM SEGUIDA A RESPIRAÇÃO BOCA A BOCA. APÓS

VÁRIAS TENTATIVAS, LUÍSA COSPE TODA A ÁGUA E VOLTA A

RESPIRAR. LUCAS SORRI ALIVIADO.

Luísa — O que aconteceu?

Lucas — Menina, você quer me matar de susto? Você qua-

se morreu afogada...

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 6

Luísa — Eu fui tomar um banho, tava muito calor, eu me

prendi em alguma coisa, quando eu vi eu estava me

afogando. Fiquei com muito medo!

LUCAS ABRAÇA LUÍSA.

Lucas — Calma, não precisa sentir mais medo. Eu to aqui.

Vou te proteger.

LUÍSA RETRIBUI O ABRAÇO.

Luísa — Ninguém nunca me tratou tão bem assim.

Lucas — Pois agora você tem a mim... Pode contar comigo

sempre que você quiser.

ELES SE ABRAÇAM. TEMPO. DEPOIS DE UM LONGO ABRAÇO

SEUS ROSTOS SE ENCONTRAM E ELES SE BEIJAM. CLOSE.

CENA 5/ AP ALBERTO/ INTERIOR/ TARDE.

VERÔNICA ESTÁ NA MESA DE JANTAR DEVORANDO TUDO

COMO UMA MORTA DE FOME. ALBERTO ENTRA EM CASA E SE

DEPARA COM ELA.

Alberto — Eu posso saber o que você tá fazendo aqui?

Verônica — Comendo, não tá vendo não?

Alberto — Comendo na minha mesa, a minha comida!

Verônica — Que sua comida nada! Minha comida!

Alberto —(revoltado) Mas é muito cara de pau mesmo né?

Sai daqui! Nada aqui é seu! Cai fora.

ALBERTO ARRASTA VERÔNICA PELO BRAÇO E A LEVA EM

DIREÇÃO A PORTA. ELE ABRE A PORTA E A JOGA PRA FORA DO

APARTAMENTO.

Alberto — E nunca mais volte aqui!

Verônica — O seu suco de morango e seu sorvete acabou!

ALBERTO FECHA A PORTA NA CARA DELA. VERÔNICA ALI,

SOZINHA.

Verônica —(pra si) Pelo menos eu tirei a barriga da miséria...

Agora só falta ver se meu plano deu certo.

CENA 6/ PONTA VERDE/ PLANOS GERAIS/ EXT/ TARDE.

CORTA PARA:

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 7

CENA 7/ CASA DE VERÔNICA/ INTERIOR/ TARDE.

VERÔNICA ENTRA EM CASA. MANUELA E AGENOR ESTÃO

TENSOS. VERÔNICA JÁ SABE QUAL O MOTIVO, MAS FINGE QUE

NÃO SABE.

Verônica — Cheguei! Posso saber o que está acontecendo

aqui?

Manuela — Você não vai acreditar filha!

Verônica — O que aconteceu mãe?

Agenor — A sua irmã está grávida! Daquele riquinho metido

a besta!

Manuela — Eu a avisei tanto pra ela não se misturar com ele,

mas ela como sempre, me desobedecendo.

Agenor — Mas quando ela chegar, vou dar o dela!

MARÍLIA ENTRA EM CASA E PERCEBE LOGO DE CARA O CLIMA

TENSO.

Marília — O que aconteceu gente? Por que vocês estão com

essas caras?

Manuela — Você pode me explicar o que é isso aqui?

MANUELA MOSTRA O EXAME DE GRAVIDEZ DE MARÍLIA.

MARÍLIA FICA BOQUIABERTA.

Manuela — Como você pôde ter mentido pra mim esse tempo

todo filha?

Marília — Mas mãe/

Manuela —(corta) Eu te avisei tanto pra você tomar cuidado

minha filha.

Marília —(para Verônica) Foi você não foi? Sua miserável!

Verônica —(se faz de inocente) Eu? Imagine!

Marília —(grita) Para de se fazer de inocente!

Verônica — Inocente? Você foi a inocente, quando transou

com o Alberto num motel!

Agenor —(pasmo) O quê?

Marília — É mentira! É mentira gente. Essa louca não sabe

o que diz/

Agenor —(dá um tapa na cara de Marília) Sua vagabunda!

MARÍLIA FICA PASMA. VERÔNICA TENTA CONTER O RISO.

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 8

Agenor — Como você pode ter se vendido a um cara como

se fosse um pedaço de carne? Sabe qual foi o resul-

tado disso? Uma péssima educação! Eu e sua mãe

nunca te educamos da forma correta...

Manuela — Para Agenor...

Agenor —(continua) Nós nunca fomos rígidos com você!

Você sempre foi nossa princesinha, mas na verdade

você sempre foi uma sem vergonha... Isso foi erro

meu... por que eu nunca te dei uma surra, e se eu ti-

vesse feito isso há muito tempo atrás, você não esta-

ria nessa situação... nós não estaríamos nessa situa-

ção... Mas vou corrigir esse erro agora!

AGENOR TIRA O CINTO. MARÍLIA CHORANDO. AGENOR PARTE

PRA CIMA DELA COM O CINTO. MANUELA SEGURA AGENOR.

Manuela — Para Agenor! Pelo amor de Deus!

AGENOR SE CONTÉM.

Agenor — Você vai embora dessa casa! Eu não vou ficar

sustentando uma ordinária dentro da minha própria

casa!

Marília —(chora) Não faz isso comigo pai...

Agenor — E tem outra coisa: Não me chama mais de pai! Eu

não tenho mais filha! Eu tenho vergonha de ser seu

pai.

MARÍLIA CHORA BASTANTE.

Agenor — Agora sai da minha casa! Sai senão vou te jogar

lá fora.

AGENOR PEGA MARÍLIA PELOS CABELOS E A JOGA NA RUA.

ELE ENTRA EM CASA. LOGO DEPOIS ELE APARECE NA JANELA

E JOGA TODAS AS ROUPAS DE MARÍLIA.

Agenor —(grita) Toma! Leva todas essas porcarias! Não

quero nenhum vestígio seu aqui! Agora se vira!

ELE FECHA A JANELA. CORTA PARA O INTERIOR DA CASA:

VERÔNICA EM SEU QUARTO COMEMORA O SUCESSO DO SEU

PLANO MALÉFICO.

Verônica — Finalmente me livrei desse encosto! Graças a

Deus!

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 9

CLOSE NELA.

CENA 8/ RUAS/ EXTERIOR/ TARDE.

MARÍLIA CAMINHA PELA RUA, CHORANDO, SEM RUMO.

Marília — Meu Deus, aonde vou ficar agora? O Alberto não

pode saber o que aconteceu... E agora?

ELA CONTINUA CAMINHANDO.

CENA 9/ AP VILLANUEVA/ INTERIOR/ TARDE.

PEDRO, RICARDO, CAMILLA, MARIANA E FERNANDO NA SALA.

PEDRO REAGE. CONVERSA A MEIO.

Pedro — Como assim o Fernando deu um banho de molho

na Maria Clara?

Fernando — Foi na hora da raiva. Não consegui me conter.

Pedro — Você está certíssimo... Saiba se você continuar

assim, com o fogo saindo pelas ventas, vamos acabar

no nada.

Maria Camilla — Me perdoe Pedro, mas aquela cobra bem que es-

tava merecendo.

Ricardo Henrique — Eu também acho! Eu já estava me irritando

com as ironias dela.

MARIANA SE APROXIMA DE PEDRO.

Mariana — Calma meu amor. Esse só foi o primeiro dia.

Vamos conseguir sair da estaca zero! É só você pa-

rar de se estressar atoa e começar a acreditar que po-

de vencer.

Pedro — Eu bem que estou tentando, mas não consigo... O

que mais falta acontecer?!

NESSE MOMENTO LUÍSA ENTRA EM CASA COM LUCAS.

Mariana — Eu posso saber aonde vocês estiveram?

Lucas — Demoramos por que a Luísa se afogou e eu tive

que salvar ela.

Maria Camilla — Meu Deus e como foi isso?

Fernando — A Luísa deve ter ido afogar as mágoas por causa

do toco que levou do Renato e acabou afogando tu-

do.

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 10

Luísa — Olha aqui Fernando, eu exijo que você não pro-

nuncie o nome dessa criatura dentro desta casa.

Além do mais agora que... que...

LUÍSA OLHA PRA LUCAS.

Fernando — Além do mais agora que?

Luísa — Que nada! Vou subir e tomar um banho.

LUÍSA SOBE CORRENDO.

Lucas — Eu também preciso de um banho... Estou muito

cansado, depois nos falamos.

LUCAS SOBE TAMBÉM.

Fernando — Isso está me cheirando a romance...

Ricardo Henrique — Eu acho que não viu Fernando. A Luísa disse

que não quer se envolver com mais ninguém.

Fernando —(ri) Haha, eu duvido!

Pedro — O dia foi muito corrido hoje. Mas pelo menos

conseguimos vender todos os cachorros quentes e

conseguimos um bom dinheiro.

Ricardo Henrique — Já é um resultado positivo né mano?

Pedro — Isso mesmo!

NESSE MOMENTO A CAMPAINHA TOCA. MARIA CAMILLA SE

LEVANTA.

Maria Camilla — Deixa que eu atendo.

ELA VAI EM DIREÇÃO A PORTA E ABRE. ELA ENCONTRA

MARÍLIA CHORANDO E COM UMA MOCHILA NAS COSTAS.

Maria Camilla — Marília? O que houve?

MARÍLIA ABRAÇA MARIA CAMILLA.

Marília —(chorando) Meus pais descobriram tudo amiga!

Tudo por culpa daquela víbora da Verônica.

ELAS SE SOLTAM.

Maria Camilla — E que mochila é essa amiga?

Marília — Eles me expulsaram de casa! E agora eu não te-

nho aonde ficar. Nem posso pedir ajuda pro Alberto

por que aquela mãe dele vai infernizar minha vida.

Ela me odeia.

Maria Camilla — Realmente a dona Marisa é o cão chupando man-

ga. Fica aqui amiga! Pode ficar o tempo que você

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 11

quiser. Se você quiser até morar você pode. Eu ia

adorar ter você aqui.

ELAS SE ABRAÇAM. FERNANDO SE APROXIMA E PEGA A

MOCHILA DAS MÃOS DE MARÍLIA.

Fernando — Fica à vontade Marília. Amiga da minha irmã, é

minha amiga também.

Marília — Muito obrigado Fernando.

Fernando — Vem, vou te mostrar o seu quarto.

Marília — Mas tem certeza de que não vou incomodar gen-

te?

Mariana — Que nada! Se sinta como se estivesse em sua pró-

pria casa.

Fernando — Vem Marília.

ELES SOBEM. CORTA PARA O ANDAR DE CIMA DO

APARTAMENTO. FERNANDO, MARIANA E MARÍLIA ENTRAM

NO QUARTO. NESSE MOMENTO LUÍSA SAI DO SEU QUARTO

COM UM ROUPÃO E LUCAS DO BANHEIRO SÓ DE TOALHA.

LUÍSA SE ASSUSTA.

Luísa — Nossa, que susto que você me deu.

Lucas — Poxa, sou tão feio assim?

Luísa —(baixo) Não, você é perfeito!

Lucas — É o que?

Luísa — Nada não! Ainda bem que você apareceu. Eu pre-

ciso falar contigo!

Lucas — Pode falar.

Luísa — Eu só queria te agradecer pelo que fez por mim

hoje... Ninguém nunca tinha se preocupado comigo

assim.

Lucas — Não precisa agradecer. E como eu já te disse:

Você pode contar comigo sempre!

Luísa — Será que... que...

Lucas — Será que? Pode falar!

Luísa — Será que eu poderia te dar um abraço?

LUCAS SE APROXIMA DE LUÍSA E LHE ABRAÇA FORTE. ELA

FICA ENVERGONHADA, MAS RETRIBUI O ABRAÇO. CLOSE NOS

DOIS.

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 12

CENA 10/ AP VILLANUEVA/QUARTO VISITAS/INT/TARDE.

MARIA CAMILLA, FERNANDO E MARIANA MOSTRAM A

MARÍLIA SEU QUARTO.

Marilia — Nossa, eu não sou merecedora disso tudo!

Maria Camilla — Pode ter certeza que sim!

Fernando — Você não quer tomar um banho e relaxar?

Marília — Quero sim!

FERNANDO A LEVA PRO BANHEIRO AONDE TEM UMA

BANHEIRA COM ÁGUA QUENTE.

Mariana — Fique à vontade.

Marília — Muito obrigado gente.

Fernando — Vamos sair agora, pra que você se sinta à vonta-

de.

TODOS SAEM. MARIA CAMILLA CONTINUA NO QUARTO.

Maria Camilla — Iai gostou do quarto?

Marília — Eu adorei amiga, mas é sério, eu não quero dar

trabalho.

Maria Camilla — Eu já disse que você não vai dar trabalho ne-

nhum. É uma honra ter você aqui na minha casa.

Marília — Camilla, você promete que não vai falar pro Al-

berto que estou aqui?

Maria Camilla — prometo!

CENA 11/ PONTA VERDE/ PLANOS GERAIS/ EXTERIOR/ NOITE.

ANOITECE. CORTA PARA:

CENA 12/ AP MARIA CLARA/ QUARTO/ INTERIOR/ NOITE.

MARIA CLARA ESTÁ PENTEANDO O CABELO COM UM PENTE.

SEU CABELO ENCONTRA-SE EMBARAÇADO E DURO. VERÔNICA

A PARTE.

Maria Clara — Que ódio do Fernando, aquele desgraçado me pa-

ga! Olha o que ele fez com o meu cabelo.

Verônica — Nossa, sempre desconfiei que você usava chapi-

nha.

Maria Clara — Para de debochar de mim Verônica, e me ajuda.

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 13

Verônica — Te ajudar em quê criatura? Por um acaso tenho

cara de cabelereira?

Maria Clara — Não é com o cabelo sua idiota! É com o plano de

vingança contra o Fernando e aquela matilha de ca-

chorro dele.

Verônica — Não vem não! Já estou cansada dessas suas vin-

ganças que não levam em nada.

Maria Clara — Ah, você vai me ajudar sim! Em troca eu te dou

tudo o que você quiser!

Verônica — Tudo bem! Mas depois você me conta.

Maria Clara — Por que? Você tem algo de mais importante pra

fazer agora?

Verônica — Eu vim te chamar pra irmos comemorar comigo!

Maria Clara — Comemorar o que?

Verônica — A vitória do meu plano contra Marília. Finalmen-

te aquele encosto foi embora da minha vida!

Maria Clara — Ah não posso ir! Não irei lá com esse cabelo!

Verônica — Então tá! Vou indo! Quem sabe eu não encontro

meu marido rico lá...

VERÔNICA SAI.

Maria Clara —(olha no espelho) Mas o Fernando não perde por

esperar.

CENA 13/ OPEN-BAR/ INTERIOR/ NOITE.

VERÔNICA CHEGA E SE SENTA NO BALCÃO. ELA CHAMA UM

HOMEM QUE ESTÁ ATRÁS DO BALCÃO.

Verônica — Ei cara, me serve uma vodka!

RENATO CHEGA POR TRÁS.

Renato — Duas!

ELE SE SENTA NO BANCO ENQUANTO O HOMEM SERVE AS

BEBIDAS, EM SEGUIDA ELES TOMAM ENQUANTO CONVERSAM.

Renato — Iai, você é daqui?

Verônica — Sou... Sempre fui! Graças a Deus! E você?

Renato — Eu não! Nasci no Rio, mas quando eu era peque-

no eu fui pra Nova York e voltei pro Brasil recente-

mente. Prazer, sou Renato.

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 14

Verônica — Prazer, Verônica.

Eles se cumprimentam.

Verônica — Tem namorada?

Renato — Acabei de ter uma desilusão amorosa com duas.

Verônica — Duas? Nossa você não é fácil não hein?

Renato — Claro que não! Sou dificílimo!

Verônica — Pois eu sou facílima.

Renato — É mesmo? Acho até que posso te dar uma colher

de chá.

Verônica — Pode é?

Renato — Posso não... eu devo!

ELES SE AGARRAM E SE BEIJAM.

CENA 14/ FLAT RENATO/ INTERIOR/ NOITE.

VERÔNICA E RENATO ENTRAM SE BEIJANDO, E VÃO TIRANDO

A ROUPA ENQUANTO CAMINHAM PRO QUARTO. ELES CAEM

NA CAMA E FAZEM AMOR.

CENA 15/ AP ALBERTO/ INTERIOR/ NOITE.

ALBERTO SENTADO NO SOFÁ. MARISA LENDO UM LIVRO.

Alberto — Você não vai acreditar quem eu vi sentado em

nossa mesa comendo. A Verônica, ela mesma! Posso

saber o que ela tava fazendo aqui?

Marisa — Eu a chamei pra almoçar aqui comigo!

Alberto — Ah é? Eu posso saber o por que? Já que a senhora

não suporta ela...

Marisa — Ela tinha um segredo pra me revelar.

Alberto — Que segredo? Eu posso saber?

Marisa — Que a sua namoradinha tá grávida.

MARISA ESTÁ TÃO CONCENTRADA NO LIVRO QUE ACABA

REVELANDO TUDO SEM NEM PERCEBER. ALBERTO FICA

PASMO.

Alberto — O quê?

Marisa — É e eu contei tudo pros pais dela que há essa hora

já devem ter expulsado ela de casa, já que eles ainda

são a moda antiga.

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 15

Alberto — A senhora contou tudo pros pais da Marília?!

MARISA PARA DE LER.

Marisa — Quem falou?

Alberto — Você!

Marisa — Não falei não senhor!

Alberto — Você acabou de dizer... Mãe a senhora ficou ma-

luca? E agora? Aonde será que a Marília se meteu

meu Deus?!

Marisa — Não sei por que essa preocupação toda... Tá afim

de sustentar o filho dela?

Alberto — Tô... Sou responsável nas coisas que faço. Acho

que já tenho ideia de onde ela possa ter ido.

CENA 16/AP VILLANUEVA/ INTERIOR/ NOITE.

O TELEFONE TOCA. FERNANDO VAI ATENDER.

Fernando — Alô?!

Alberto —(off) Oi Fernando, eu queria saber se a Marília tá

ai?

Fernando — Tá sim Alberto, mas ela já tá dormindo.

Alberto — Tudo bem... Amanhã dou uma passadinha ai!

Fernando — Tá certo! Tchau!

CENA 17/ AP ALBERTO/ INTERIOR/ NOITE.

ALBERTO DESLIGA O TELEFONE.

Alberto — Olha aqui mamãe, a Marília vem pra cá amanhã e

se a senhora tentar impedir de alguma forma eu saio

de casa e fujo com ela!

SAI REVOLTADO PRO QUARTO.

CENA 18/ AP VILLANUEVA/ SALA/ INTERIOR/ NOITE.

MARIANA APARECE.

Mariana — Quem era no telefone?

Fernando — O Alberto. Queria falar com a Marília, mas eu

não chamei... Não quero acordá-la. (T) E o Pedro?

Mariana — Tá animadíssimo com a venda! Eu vou na cozi-

nha pegar uma xícara de café pra ele. Você quer?

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 16

Fernando — Não, não! Vou assistir minha novela, começa da-

qui a pouco.

Mariana — Vai lá noveleiro.

FERNANDO SOBE. MARIANA VAI NA COZINHA.

CENA 19/ AP VILLANUEVA/ QTO MARIANA/ INTERIOR/ NOITE.

MARIANA ENTRA NO QUARTO SEGURANDO UMA BANDEJA

COM A XÍCARA DE CAFÉ. ELA COLOCA SOBRE A CAMA E

SENTA AO LADO DE PEDRO.

Pedro — Nossa, a venda teve um crescimento positivo lo-

go no primeiro dia. Se continuarmos nesse mesmo

ritmo todos os dias, vou sair da estaca zero rapidi-

nho.

Mariana — É só lutar meu amor! Lutar e acreditar.

Pedro — Só de você estar aqui, do meu lado, me dando

apoio, amor e carinho já é um bom começo.

ELES SE BEIJAM E EM SEGUIDA SE ABRAÇAM.

CENA 20/ PONTA VERDE/ EXTERIOR/ AMANHECE.

CORTA PARA:

CENA 21/ AP VILLANUEVA/ SALA DE JANTAR/ INTERIOR/ DIA.

TODOS TOMAM CAFÉ.

Maria Camilla — Iai Marília dormiu bem ontem?

Marília — Como nunca havia dormido. Mas eu ainda não

consigo esquecer o que aconteceu ontem... Foi hor-

rível!

Maria Camilla — Tenha calma amiga. O tempo é o melhor remédio

pra qualquer rebu.

Pedro — Mas tem vezes que o tempo é sacana com a gen-

te. (t) Vocês não sabem quanto tempo eu esperei pra

me declarar pra Mariana.

Ricardo Henrique — Ah, mas nesse caso não foi por falta de tem-

po... Foi por falta de coragem mesmo.

TODOS RIEM.

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 17

Pedro —(baixo) Para Ricardo! Quer me deixar sem graça

na frente da visita?

Marília — Não fique assim Pedro... Isso é normal! No início

sempre dá aquela vergonha mesmo.

Luísa — Falando em amores me lembro de quando o Fer-

nando teve a sua primeira decepção amorosa.

Fernando — Ah não! Pelo amor de Deus Luísa, não me vem

com essa história de novo não!

Pedro — E o Fernando teve decepção com quem?

Luísa — Com a Glória Sapatão.

Lucas — Glória Sapatão? Mas que diabo de nome é esse?

Luísa — Não é nome... ela era chamada assim. O Fernan-

do se apaixonou por ela, sem saber que a criatura era

sapata.

TODOS RIEM.

Fernando —(não acha graça) Muito engraçadinha né?

Luísa — Apenas estou me vingando de você que ontem

mexeu naquela história que eu tive com o Renato.

FERNANDO TRATA LOGO DE MUDAR DE ASSUNTO.

Fernando — Ah, sabe quem ligou ontem Marília?

Marília — Quem?

Fernando — O Alberto!

Marília —(reage) O Alberto? Mas como assim? Como ele

sabe que eu tô aqui? Você contou a ele?

Fernando — Mas é claro que eu não contei nada! Relaxa. Ele

deve ter tido uma intuição... sei lá. Mas ele mandou

avisar que vai dar uma passada aqui hoje!

NESSE MESMO MOMENTO, A CAMPAINHA TOCA. MARIANA VAI

ATENDER. É ALBERTO. ELE VAI ENTRANDO.

Fernando — Nossa quem é vivo sempre aparece!

Alberto —(direto) Marília, eu vim te buscar... Você vai se

mudar lá pra casa hoje ainda!

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 18

CENA 22/ FLAT DE GABRIELE/ INTERIOR/ DIA.

GABRIELE E AGENOR ESTÃO SENTADOS NA CAMA. GABRIELE

BEIJA AGENOR ENQUANTO FALA.

Gabriele — Vamos meu amor... Vamos aproveitar que você

tá aqui pra...

ELA PARA DE FALAR QUANDO PERCEBE QUE AGENOR NÃO

ESTÁ NEM AI PRA ELA.

Gabriele — O que foi? Por que você está assim?

AGENOR SE LEVANTA DA CAMA AGITADO.

Agenor — Hoje não estou muito com vontade de brincar

minha manga rosa.

Gabriele — E por quê não? O que eu te fiz?

Agenor — Você não me fez nada! Não foi você... Fui eu! Eu

estou muito arrependido do que fiz.

Gabriele — Mas o que você fez de tão sério pra estar assim?

Agenor — Eu descobri que a Marília tá grávida e...

Gabriele — E?

Agenor — Eu acabei expulsando-a de casa.

NUM IMPULSO, GABRIELE SE LEVANTA DA CAMA REVOLTADA.

Gabriele —(reage) O quê? Como assim expulsou?

Agenor — Eu não pensei na hora... Fiquei muito revoltado

com ela.

Gabriele —(revoltada) E você a expulsou por que ela engra-

vidou... Pois sabe quem eu acho que deveria ter sido

expulsa daquela casa? A Verônica! Garotinha insu-

portável! (t) Mas como não podia imaginar, você

expulsou sua própria filha de casa no momento que

ela mais precisava de você... Quer saber de uma coi-

sa? Agora quem não quer mais brincar sou eu! Eu

estou fazendo greve de sexo.

Agenor — O quê? Você só pode estar de brincadeira comigo

né?!

GABRIELE DEITA NA CAMA E DORME. AGENOR FICA ALI,

PASMO. CLOSE NELE.

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 19

CENA 23/ AP VILLANUEVA/ SALA DE JANTAR/ INTERIOR/ DIA.

CONTINUAÇÃO DA CENA 21. MESMOS PERSONAGENS. MARÍLIA

ESTÁ INDO EMBORA. SUAS MALAS JÁ ESTÃO FEITAS NA SALA.

Marília — Nossa amiga, não precisava se incomodar comigo

me dando suas malas.

Maria Camilla — Não tem problema Marília! Você chegou aqui

com uma mochila. E agora que você vai morar com

o Alberto, talvez malas sejam coisas mais sofistica-

das.

Marília — Eu nem sei como te agradecer.

Maria Camilla — Quer me agradecer? Eu te digo como: Sendo feliz

sempre! E nunca deixar ninguém tirar esse sorriso

lindo que você tem no rosto.

ALBERTO SE APROXIMA.

Alberto — Vamos?!

Marília — Vamos sim!

Alberto — Gente, muito obrigado por terem cuidado muito

bem dela.

Mariana — Não tem de quê! E qualquer coisa que você preci-

sar Marilia, estaremos aqui de braços abertos.

Marília — Muito obrigado gente! De verdade. Vocês são um

exemplo de uma família verdadeiramente unida! (t)

Bom, agora tenho que ir. Tchau!

Alberto — Tchau!

Todos — Tchau!

ELES SAEM.

Pedro — Bom, vamos pra praia vender cachorro quente,

por que a vida continua!

Fernando — Vamos sim! Aliás, hoje estou naquela animação...

Pedro — Tá, mas vê se não faz besteira.

TODOS SE PREPARAM PRA SAIR. CORTA.

CENA 24/ AP ALBERTO/ INTERIOR/DIA.

ALBERTO ACABA DE CHEGAR COM MARÍLIA. MARÍLIA ENTRA,

ENQUANTO ALBERTO COLOCA AS MALAS PRA DENTRO.

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 20

MARISA SE LEVANTA PRA RECEBER MARÍLIA, ABRINDO OS

BRAÇOS.

Marisa — Minha querida seja muito bem vinda a minha lu-

xuosa residência.

ELA ABRAÇA MARÍLIA QUE NÃO RETRIBUI O ABRAÇO. MARISA

SOLTA MARÍLIA.

Marisa — Sinta-se à vontade. A partir de hoje a casa agora é

sua! O Alberto me contou que você está grávida. Vai

ser ótimo ter uma criança aqui... Cuidar de crianças é

uma coisa que relaxa a gente.

Alberto —(para Marília) Vem meu amor, vou te levar no

quarto pra você tomar um banho.

Marília — Tudo bem.

MARÍLIA VAI PRO QUARTO COM ALBERTO, ENQUANTO

MARISA ACENA PRA ELA SORRINDO. QUANDO ALBERTO E

MARÍLIA ENTRAM NO QUARTO, MARISA DESFAZ O SORRISO E

RAPIDAMENTE PEGA O TELEFONE E COMEÇA A DISCAR

ENQUANTO FALA.

Marisa — Você pensa que vai ficar de boa nessa casa, está

muito enganada norinha!

ELA BOTA O TELEFONE AO OUVIDO.

Marisa —(tel) Alô! Você não havia me dito que viria pro

Brasil? Então! Eu faço questão que você se hospede

aqui em casa. Meu filho Alberto principalmente.

NESSE MOMENTO MARISA DÁ UM SORRISO E CAM DÁ CLOSE

NELA.

CENA 25/ PASSAGEM DE TEMPO.

MÚSICA ANIMADA. PASSA UMA SEQUÊNCIA DE IMAGENS.

IMAGEM 1: MOSTRA PEDRO E OS VILLANUEVAS VENDENDO

CACHORRO QUENTE E LUCRANDO MUITO COM AS VENDAS.

IMAGEM 2: MOSTRA ALBERTO COM MARÍLIA QUE FARÁ O

EXAME DE ULTRASSONOGRAFIA. JÁ NA SALA DO EXAME,

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 21

MARÍLIA SE EMOCIONA AO VER A IMAGEM DO SEU FILHO NA

TELA DO COMPUTADOR. ELA E ALBERTO SE ABRAÇAM.

IMAGEM 3: MOSTRA AGENOR DANDO FLORES A GABRIELE E

OS DOIS FAZENDO AS PAZES.

IMAGEM 4: MOSTRA VERÔNICA SE PEGANDO COM RENATO.

IMAGEM 5: MOSTRA NOVAMENTE PEDRO E OS VILLANUEVAS

VENDENDO OS CACHORROS QUENTES E LUCRANDO COM ISSO.

IMAGEM 6: TAKES DA PRAIA DE PONTA VERDE, E SUA

TRANSIÇÃO DO TEMPO. LETREIRO: 3 MESES DEPOIS.

CENA 26/ RESTAURANTE PEDRO/ EXTERIOR/ DIA.

O NOVO RESTAURANTE DE PEDRO ESTÁ SENDO INAUGURADO.

HÁ MUITA GENTE. PEDRO E OS VILLANUEVAS ESTÃO EM

FRENTE AO RESTAURANTE.

Pedro — É com muita honra que inauguro esse restaurante,

que surgiu após muita luta... E sem eles... (aponta

pros Villanuevas) Eu nunca teria essa conquista.

COM UMA TESOURA, PEDRO CORTA A FAIXA VERMELHA.

TODOS APLAUDEM E ENTRAM NO RESTAURANTE.

VILLANUEVAS ENTRAM ENQUANTO PEDRO FICA SOZINHO

COM MARIANA.

Pedro — Nem acredito que consegui recuperar tudo o que

eu havia perdido.

Mariana — Eu estou muito orgulhosa de você!

ELES SE BEIJAM.

Pedro — Eu não teria conseguido sem você, e sem a nossa

família. Vocês acreditaram e lutaram junto comigo,

como uma verdadeira família unida faz.

Mariana — A inauguração estará em todos os jornais?

Pedro — Sim! Mandei estampar a noticia em todos os jor-

nais. Eu quero que meu restaurante obtenha bastante

sucesso e lucro.

O BEM OU O MAL? CAPÍTULO 27 Pag.: 22

CENA 27/ CASA DE VERÔNICA/ SALA/ INTERIOR/ DIA.

VERÔNICA ESTÁ SOZINHA, SENTADA NO SOFÁ LENDO O

JORNAL.

Verônica —(lendo) Hoje inaugurado um novo restaurante de

luxo na Ponta Verde.

ELA PARA DE LER QUANDO VÊ A FOTO DE PEDRO ESTAMPADA

NO JORNAL.

Verônica — Mas esse aqui é o Pedro! (t) Peraí... Esse restau-

rante é dele? E está inaugurando hoje?! Acho que

tem gente que vai adorar saber dessa notícia.

CENA 28/ AP MARIA CLARA/ SALA/ INTERIOR/ DIA.

JÁ ABRE EM MARIA CLARA FALANDO COM VERÔNICA.

Maria Clara — Mas como assim está sendo inaugurado hoje?

Verônica — É o que está dizendo ai no jornal, não tá vendo?

Maria Clara — Eu sei o que diz o jornal sua anta. Eu quero saber

é como ele conseguiu sobressair. Por que pelo que

eu saiba ele tava na miséria.

Verônica — É mas aí, já sabe né?! Ele teve aquele apoio dos

Villanuevas, que são ricos... Teve aquele emprésti-

mo, junto com o lucro da venda dos cachorros quen-

tes.

MARIA CLARA ANDA DE UM LADO PRO OUTRO, ENQUANTO

PENSA. ELA PARA E ENCARA VERÔNICA.

Maria Clara — Tá aí... Esse jornal veio bem a calhar. Eu acabei

de ter uma ideia... Já sei como vou me vingar daque-

les miseráveis...

CAM DÁ CLOSE NO ROSTO DE CLARA E CORTA.

FIM