O BEM OU O MAL? 03/10/2014 - Recanto das...
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Recanto das Letras
Central de Produção Capítulo 036
O BEM OU O MAL?
Novela de
MATHEUS RICCAZ
Colaboração de:
OTÁVIO SARTI
Personagens deste capítulo
AGENOR
ERNESTO
FERNANDO
LUCAS
LUÍSA
MAÍRA
MARIA CAMILLA
MARIA CLARA
MARIANA
PEDRO
RICARDO HENRIQUE
VERÔNICA
Participação especial
GARÇOM, ADVOGADO
03/10/2014
O BEM OU O MAL? Capítulo 36 Pag.: 2
CENA 1/MANSÃO VILLANUEVA/COZINHA/INTERIOR/NOITE.
Continuação imediata da última cena do capítulo anterior. Fernando
conversa com Pedro.
PEDRO — Me casar com a Maíra? Ficou maluco?
FERNANDO — Mas essa é a única forma que eu tenho de recupe-
rar minha fortuna.
PEDRO — Tá, mas, quando eu já estiver casado com ela, se
eu me casar com ela... De que forma você vai re-
cuperar sua fortuna?
Fernando fica em silêncio. Tempo. Até que ele fala:
FERNANDO — Simples: No dia do seu casório com a Maíra, o
meu advogado, disfarçado de juiz, vai mandar ela
assinar os papéis do contrato pré-nupcial... quan-
do na verdade ela estará passando toda a fortuna
pro meu nome. E assim eu ficarei rico novamente
e ela perderá tudo o que conquistou nos rouban-
do.
PEDRO — Mas isso é loucura Fernando! Não posso casar
com a Maíra. Não posso e não vou!
FERNANDO — Mas você precisa me ajudar. Ajudar todo mundo!
PEDRO — Mas e a Mariana?
FERNANDO — Não tem problema! Nem casados vocês são ain-
da!
PEDRO — Mas eu a amo!
FERNANDO — Se você não se casar com a Maíra, a Mariana vai
continuar trabalhando feito uma escrava pra ela.
É isso que você quer? É dessa forma que você vai
demonstrar o seu amor por ela?
Pedro fica em silêncio, pensativo, até que fala:
PEDRO — Não! Não quero deixar nem vocês, nem a Maria-
na vivendo essa vida miserável. Não quero ver
vocês aqui trabalhando, enquanto a Maíra tá lá
em cima, esbanjando o dinheiro que ela tirou de
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vocês. (T) Eu vou falar com a Mariana, e depois
eu trato de falar com a Maíra... Eu vou me casar
com ela, Fernando!
Close em Fernando sorridente.
CENA 2/MANSÃO VILLANUEVA/JARDINS/EXTERIOR/NOITE.
Pedro e Mariana estão caminhando nos jardins da mansão, sempre de mãos
dadas, enquanto conversam.
MARIANA — O jantar estava divino. Eu esperei você pra co-
mer, mas teve uma hora que a fome estava me
matando.
PEDRO — Mas não ia ter condições de jantar mesmo. Estava
sem fome.
MARIANA — Você voltou tão estranho pra sala depois de ter
ido à cozinha buscar o vinho. Você e o Fernando
conversaram?
PEDRO — Conversamos sim! Ele me contou uma coisa que
me deixou meio grilado.
MARIANA — O Fernando falou algo que você não gostou?
PEDRO — Mais ou menos. Ele me contou o plano que ele
bolou pra recuperar a fortuna de vocês.
MARIANA — (feliz) Ah que maravilha! Mas isso é uma ótima
notícia, você também deveria estar feliz, já que
você também faz parte da família.
PEDRO — Por um lado a notícia é até boa. Mas a parte ruim
é que pro plano acontecer eu teria que me casar
com a Maíra.
MARIANA — O quê? Se casar com a Maíra? O Fernando en-
louqueceu? E a gente?
PEDRO — Calma meu amor! Eu não vou me casar de verda-
de com a Maíra.
MARIANA — Como assim Pedro, eu não estou entendendo.
PEDRO — Venha, eu te explico.
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Eles continuam caminhando pelo jardim e a conversa vai rolando.
CENA 3/MANSÃO VILLANUEVA/SALA DE ESTAR/INT/NOITE.
Fernando, Maria Camilla, Ricardo Henrique, Luísa e Lucas conversam.
FERNANDO — Eu fui lá em cima verificar... A Maíra e a apren-
diz de bruxa já estão dormindo!
MARIA CAMILLA — Ótimo! Assim poderemos conversar em paz,
sem aquelas cadelas nos ouvindo.
LUÍSA — Nossa, Fernando, foi loucura da sua parte criar
um plano tão horrendo como esse.
LUCAS — Eu quero só ver como a bruxa vai cair nesse pla-
no.
R HENRIQUE — De onde a Maíra vai tirar que o Pedro está apai-
xonado por ela?
FERNANDO — É simples: Eu descobri mais cedo que a Maíra é
caidinha pelo Pedro.
Todos reagem pasmos.
LUÍSA — A Maíra... Apaixonada pelo Pedro? Conta outra,
Nando.
FERNANDO — Estou falando sério! A Maíra é apaixonada pelo
Pedro sim!
R HENRIQUE — E como você pode ter tanta certeza?
FERNANDO — Eu ouvi uma conversa entre a Maíra e a Maria
Clara mais cedo hoje, antes do jantar. A Maíra
dizia que tinha que ficar linda e gostosa pra jan-
tar. Só que depois de tanto enrolation, a Maíra fi-
nalmente disse que tinha que ficar bonita pro Pe-
dro, por que estava apaixonada por ele.
MARIA CAMILLA — Gente que babado! Tô passada!
FERNANDO — Se o Pedro for carinhoso com a Maíra e disser
que também está apaixonado por ela, podem ter
certeza de que vai haver casamento aqui nessa ca-
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sa, e o mais rápido possível. A Maíra é do tipo de
pessoa que odeia esperar.
LUCAS — Mas e a Mariana? Pelo que eu sei a Mariana nun-
ca vai concordar com o Pedro se casando com a
Maíra.
FERNANDO — E quem disse que o Pedro vai se casar com a Ma-
íra?
LUCAS — O Pedro vai ou não vai se casar com a Maíra? Eu
não estou entendendo mais nada.
R HENRIQUE — Nem eu!
FERNANDO — No dia do casamento da Maíra e do Pedro, ela vai
pensar que está assinando um documento pré-
nupcial, quando na verdade estará assinando ou-
tro documento, e assim ela passará toda a fortuna
que me roubou pro meu nome. Esse plano tem
99,9% de dar certo. E pelo jeito que eu vi a Maíra
falando do Pedro, com aquela voz doce e apaixo-
nada, com certeza não me restam mais dúvidas.
CENA 4/MANSÃO VILLANUEVA/JARDINS/EXTERIOR/NOITE.
Continuação da cena 2: Mariana e Pedro.
MARIANA — É esse o plano? Você não vai se casar com a Maí-
ra de verdade então.
PEDRO — É claro que não meu amor. Isso é só uma arma-
ção contra a Maíra. Eu te amo, Mariana, e eu
nunca que ia concordar em participar de um plano
maluco desses sem antes te comunicar.
MARIANA — (carinhosa) Eu também te amo, Pedro. Eu só te-
nho medo desse plano dar errado e a Maíra fazer
alguma besteira.
PEDRO — Não vai dar nada errado. Vou fazer com que a
Maíra queira se casar comigo o mais rápido pos-
sível pra concluirmos logo esse plano.
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MARIANA — Eu sei... Mas vai ser difícil ter que olhar pra você
e a Maíra juntos nessa casa, se abraçando.
PEDRO — Mas não se preocupa com isso não. Vai ser por
uma boa causa. No final dessa história nós vamos
estar juntos e você vai estar com essa casa toda
pra você. Ela é sua... É um direito seu tê-la pra si,
um direito que a Maíra te tirou mas que eu vou
ajudar você a reconquistar.
Eles se beijam, e fazem carícias.
CENA 5/PONTA VERDE/PLANOS GERAIS/EXTERIOR/DIA.
Belos planos gerais do amanhecer.
CENA 6/HOTEL/SUÍTE ERNESTO/INTERIOR/DIA.
Ernesto acaba de tomar café. Ele ouve batidas na porta e vai atender. É
Agenor.
ERNESTO — Oi Agenor, entra!
Agenor entra apressado, se senta na cama. Ernesto fecha a porta e volta pra
cama.
ERNESTO — Você parece nervoso... Por que está assim? Des-
cobriu mais alguma coisa sobre a Maíra?
AGENOR — Descobri sim! Eu ia te contar ontem, mas acabei
me esquecendo.
ERNESTO — Então fala o que é!
AGENOR — Outro dia... Faz um tempinho já. Eu vi a Maíra
andando na rua com uma menina que parecia ter
mais ou menos uns 20 anos.
Entra aqui um insert da cena 12 do capítulo 035:
Agenor acaba de sair do prédio. Ele caminha pelas ruas. De repente Agenor
fica paralisado ao ver Maíra e Maria Clara caminhando juntas do outro lado
da rua. CAM foca em Maíra.
AGENOR — (pra si) Meu Deus... É a Maíra! Ela voltou!...
Fecha em Agenor, paralisado e surpreso.
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Fim do insert.
ERNESTO — A Maíra com uma menina na rua? E o que tem
demais?
AGENOR — Aí é que está: Eu reconheci a menina. Ela é ami-
ga da minha filha. E se chama Maria Clara.
ERNESTO — Maria Clara? A menina que estava com a Maíra
se chama Maria Clara?
AGENOR — É isso mesmo! A Manuela chegou a me dizer que
a Maria Clara poderia ser filha da Maíra, mas eu
ainda não tenho certeza.
ERNESTO — (se lembra) Mas é isso mesmo meu amigo. Essa
Maria Clara é mesmo filha da Maíra! E minha fi-
lha também.
AGENOR — Como assim sua filha?
ERNESTO — A Maíra engravidou de mim na época em que era
garota de programa. Quando a menina nasceu ela
deu o nome de Maria Clara. Eu assumi a criança
e fui obrigado a colocar ela no meu testamento.
AGENOR — E logo depois ela cometeu um atentado contra
você, eu me lembro muito bem dessa parte. Mas
o que eu quero dizer é que a Maria Clara pode
não ser sua filha. Pode ser que toda essa história
tenha sido um plano da Maíra pra ficar com sua
fortuna.
ERNESTO — Do que você está falando?
AGENOR — Estou dizendo que a Maíra inventou que a Clara
era sua filha por interesse. Pensa comigo: Só eu e
você transávamos com a Maíra naquela boate. A
Maíra tinha mais interesse em ficar com você do
que comigo, já que você era cheio da grana e eu
era um pobretão vagabundo, o que aumenta a
chances de acharmos que ela inventou essa histó-
ria toda por interesse no seu dinheiro.
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ERNESTO — Eu também acho essa história muito estranha. Em
todas as noites que eu passei com a Maíra eu
nunca deixei de usar preservativos, o que impedia
que eu tivesse qualquer filho com ela.
AGENOR — O que quer dizer que estou falando a verdade
quando eu digo que você não é o pai da Maria
Clara e que a Maíra te enganou por causa da sua
grana.
ERNESTO — Desde o dia em que a Maíra tentou me matar eu
tive minhas dúvidas de que tudo isso fora uma
armação dela. Agora eu já tenho a certeza.
AGENOR — Tem mais uma coisa: Há a possibilidade da Clara
ser minha filha.
ERNESTO — É isso que eu não entendo Agenor. Tudo bem que
ela pode não ser minha filha, já que eu sempre
usei preservativos com a Maíra. Mas de que for-
ma a Maria Clara poderia ser sua filha?
AGENOR — Você sempre andava protegido com a Maíra, mas
eu nunca na minha vida usei preservativos com
ela. E como só nós dois tínhamos “posse” sobre a
Maíra...
ERNESTO — Eu já entendi tudo! Você acha que a Maria Clara
é sua filha, por que você não usava preservativos
com a Maíra. Mas ainda não temos provas disso,
não que eu esteja desconfiado de você meu ami-
go, longe disso, mas de qualquer forma, precisa-
mos de provas pra afirmar tal coisa.
AGENOR — A única prova que vou ter é fazendo um exame
de DNA com a Clara pra comprovar se sou mes-
mo pai dela. Mas como vou convencer ela a fazer
isso?
ERNESTO — Não se preocupe meu amigo. No dia em que eu
aparecer para a Maíra, você aproveita e faz tudo o
que tem que fazer. O cerco está se fechando con-
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tra a Maíra e eu posso sentir isso. E saiba que eu
nunca erro quando tenho um sexto sentido.
CENA 7/MANSÃO VILLANUEVA/SALA/INTERIOR/DIA.
Os Villanuevas estão trabalhando. De repente, Maíra entra em casa, acom-
panhada de Maria Clara.
MAÍRA — Aquele café no restaurante estava muito melhor
do que a comida envenenada do Fernando.
Fernando se aproxima.
FERNANDO — (cínico) Saiba querida, que minha comida é me-
lhor do que a de muito restaurante que tem por ai.
Devia se orgulhar de ter um cozinheiro de mão
cheia trabalhando em sua casa.
MAÍRA — Eu iria me orgulhar mesmo se colocasse você e
sua família de toupeiras pra fora de minha casa.
Mas como sou uma ótima pessoa, não farei isso...
Por enquanto!
Maíra se aproxima de Mariana, que limpa uma bancada. Ela passa o dedo
sobre a bancada e se dirige a Mariana.
MAÍRA — Limpe isso direito menina, isso aqui está mais su-
jo do que a casa da família Adams! Você é uma
péssima empregada, e se continuar assim, terei
que colocar você pra fora daqui!
MARIANA — Sim senhora!
MAÍRA — (para Fernando) Algo aconteceu enquanto estive
fora?
FERNANDO — Nada aconteceu senhora!
MAÍRA — Ótimo! Continuem limpando. Estou em meu es-
critório. Quando eu sair quero ver essa casa bri-
lhando, entenderam?
FERNANDO — Sim senhora!
MARIANA — Sim senhora!
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Maíra caminha em direção ao escritório e se tranca lá dentro com Maria
Clara.
MARIANA — (sussurra p/ Fernando) Eu odeio essa mulher. Não
vejo a hora de recuperar a nossa fortuna.
FERNANDO — Pro plano andar pra frente, só falta o Pedro ir fa-
lar com aquela bruxa.
Nesse momento Pedro aparece na sala.
PEDRO — A Maíra, onde está?
FERNANDO — Se trancou lá dentro. Já vai falar com ela?
PEDRO — Vou! Precisamos concluir esse plano o mais rápi-
do possível. (se aproxima de Mariana) Saiba meu
amor que você é a única que ocupa um espaço
maior dentro do meu coração.
MARIANA — Eu sei Pedro! Pode ficar tranquilo... Tudo o que
você está fazendo é pra uma boa causa.
Pedro beija Mariana e em seguida vai até a porta do escritório. Ele bate.
CENA 8/MANSÃO VILLANUEVA/ESCRITÓRIO/INTERIOR/DIA.
Maria Clara ouve as batidas e vai abrir a porta. Ela abre e Pedro entra.
PEDRO — Maíra, eu preciso conversar com você. (olha pra
Clara) Às sós.
Maíra abre um largo sorriso.
MAÍRA — (para Clara) Agora saia você da minha sala. Não
viu que o rapaz quer conversar às sós comigo?
MARIA CLARA — Tudo bem! Se ele tentar alguma coisa...
MAÍRA — (em cima, rígida) Sai Maria Clara!
Maria Clara sai, batendo a porta. Maíra e Pedro ficam às sós.
MAÍRA — Pode falar querido! Conte-me tudo, não me es-
conda nada!
PEDRO — (se senta) Eu vim aqui, Maíra, pra te dizer que
não estava aguentando mais esconder o jogo por
muito tempo. (finge) Desde a primeira vez que te
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vi, eu fiquei completamente encantado pela sua
beleza.
Maíra começa a ficar felicíssima ao ouvir isso.
PEDRO — (finge) Eu fiquei encantado pelos seus cabelos
negros como o ébano dessa janela... Eu estou
completamente apaixonado por você, Maíra!
Nesse momento Maíra chora de emoção. Está muito feliz e nem acredita no
que acabou de ouvir.
MAÍRA — (emocionada) Meu Deus, eu nunca pensei que
ouviria isso! (sem acreditar) Você está apaixona-
do por mim, Pedro? É isso mesmo?
PEDRO — (finge) É isso mesmo, Maíra. Estou louquinho
por você! Eu já larguei a Mariana... Ela não signi-
fica mais nada pra mim! (toca na mão de Maíra)
Eu descobri que o verdadeiro amor da minha vida
está aqui, na minha frente!
Pedro agarra Maíra e a beija. Ela se entrega nos braços dele. (Obs: Lem-
brando que tudo isso é um “teatrinho” de Pedro. Ele nunca estará falando a
verdade pra Maíra.) Eles continuam se beijando até que param, e ficam a se
olhar.
PEDRO — Eu quero me casar com você! O mais rápido pos-
sível!
MAÍRA — Concordo com você meu amor! Precisamos unir
nossos laços e logo...
Maíra olha pra Pedro, apaixonada.
MAÍRA — Eu te amo!
Pedro não fala nada, apenas responde com um beijo.
CENA 9/MANSÃO VILLANUEVA/SALA DE ESTAR/INT/DIA.
Pedro e Maira saem de mãos dadas. CAM vai pegar Fernando que está
atrás de uma cortina, na janela, escutando a conversa.
MAÍRA — Eu vou falar com meu advogado/
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PEDRO — (corta em cima) Não precisa meu amor. Deixa
que eu falo com o meu advogado. Vai ser melhor
assim.
MAÍRA — Bom... Você quem sabe querido! Eu vou tomar
um banho agora! Mais tarde conversamos! (su-
bindo) Vou morrer de saudades.
PEDRO — (doce) Eu também vou morrer de saudades!
Maíra sobe. Pedro se joga no sofá, enojado com tudo que disse. Fernando
sai de trás da cortina.
FERNANDO — Nossa você foi um excelente ator. A globo tá te
perdendo.
PEDRO — Não acredito que falei aquilo tudo praquela bru-
xa. Estou com nojo de mim mesmo.
FERNANDO — Para com isso, Pedro! Você estava ótimo no pa-
pel de hominho apaixonado. Está até na cara que
você realmente tá apaixonado de pela Maíra.
PEDRO — (tom) Nunca mais repita isso, Fernando!
FERNANDO — Calma estou só brincando. (sério) Agora o que eu
tenho que fazer é telefonar pro meu advogado. E
vocês arranjarem uma data qualquer pra “se casa-
rem”.
PEDRO — Mais tarde vou lá em cima falar com a Maíra. Por
mim eu casaria amanhã.
FERNANDO — Não! Não vá tão rápido, ela pode desconfiar de
alguma coisa.
PEDRO — Tudo bem! Bom, agora tenho que ir pro restau-
rante. E não se esqueça de que vocês não podem
fazer nenhuma besteira por aqui. Eu soube que a
Maíra colocou câmeras aqui dentro.
FERNANDO — Câmeras? A Maíra colocou câmeras aqui dentro?
PEDRO — Colocou! Por isso tomem muito cuidado com
elas... Vê lá o que vocês vão fazer viu.
FERNANDO — Tudo bem pode deixar.
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Pedro vai embora. Fernando fica ali, sozinho.
FERNANDO — (pra si) Câmeras... Era só o que faltava.
CENA 10/MANSÃO VILLANUEVA/SUÍTE MAÍRA/INTERIOR/DIA.
Maíra e Maria Clara conversam.
MARIA CLARA — Como é que é? O Pedro disse que estava apai-
xonado por você?
MAÍRA — (encantada) Disse... Ele é o homem da minha vi-
da!
MARIA CLARA — Era só o que faltava mamãe. Vai cair na
mentira do Pedro é?
MAÍRA — Que mentira garota, tá maluca? O Pedro tava fa-
lando a verdade. Eu vi isso nos olhos dele. Ele me
ama.
MARIA CLARA — Só espero que a senhora não se decepcione,
por que se alguma coisa de errado acontecer nes-
sa casa, a culpa vai ser sua!
MAÍRA — Fica quieta garota. Para de cacarejar no meu ou-
vido, já estou ficando irritada!
MARIA CLARA — Sabe por que está assim? Por que falei a ver-
dade!
MAÍRA — Você não fala verdade, Maria Clara. Você é uma
anta, e antas só abrem a boca pra falar merda!
(sem paciência) Agora me dá licença que vou ver
se a família de toupeiras está trabalhando mesmo.
(áspera) Vai logo, sai daqui Maria Clara!
Maria Clara sai do quarto. Maíra pega o controle remoto e liga a TV e co-
meça a observar as imagens capturadas pelas câmeras da casa.
CENA 11/MANSÃO VILLANUEVA/COZINHA/INTERIOR/DIA.
Está havendo uma reunião entre os Villanuevas. Todos estão presentes.
Eles falam cochichando.
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FERNANDO — Eu soube que a bruxa instalou câmeras em todos
os cantos da casa. Acho que só não instalou aqui
na cozinha. Deve ter esquecido.
MARIA CAMILLA — Graças a Deus. Pelo menos aqui, poderemos
conversar em paz sem a Maíra fungando em nos-
so calcanhar.
R HENRIQUE — E ai, como anda o plano?
FERNANDO — Está indo. O Pedro já falou com a Maíra... Até
agora têm dado certo. Já falei com o nosso advo-
gado e ele disse que está tudo em ordem e que já
está preparando os papéis.
LUÍSA — Mas e agora? Vamos ficar aqui parados sem fazer
nada?
MARIANA — Não gostei nada, nada desse negócio da Maíra
colocar câmeras pela casa pra nos vigiar. Até o
dia em que colocarmos nossas mãos no dinheiro,
ela vai infernizar nossas vidas.
FERNANDO — Mas nem morto vou deixar aquela bruxa inferni-
zar minha vida. Precisamos aprontar com ela. Ela
vai aprender a parar de se meter com a gente.
R HENRIQUE — Eu tenho um plano!
FERNANDO — (animado) Então fala aí... O que é?
Eles começam a falar entre si. Corta o áudio da conversa dos dois.
CENA 12/SHOPPING/RESTAURANTE PEDRO/INTERIOR/DIA.
Bastante movimento no restaurante. Pedro trabalha. O garçom se aproxima.
GARÇOM — O movimento tá excelente hoje seu Pedro.
PEDRO — Isso é ótimo! Continua servindo aí... Se o movi-
mento tá indo bem, é por que o serviço aqui é de
primeira.
GARÇOM — Com certeza!
De repente Pedro leva sua mão ao bolso, e nota que está sem o celular.
PEDRO — Droga!
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GARÇOM — Aconteceu alguma coisa seu Pedro?
PEDRO — Aconteceu! Eu tinha que ligar pra casa, pra saber
como estão as coisas por lá... Mas esqueci meu
celular, rapaz.
GARÇOM — Se quiser pode ir lá buscar, seu Pedro. Eu cuido
de tudo aqui!
PEDRO — Valeu! Toma conta de tudo ai...
GARÇOM — Pode deixar!
Pedro sai.
CENA 13/MANSÃO VILLANUEVA/SALA DE ESTAR/INT/DIA.
Luísa vem trazendo uma caixa de som pra sala. Ela liga e sai uma música
de funk. Ela, Maria Camilla e Mariana começam a dançar na frente da câ-
mera. Lucas dança com Luísa. Fernando amarra a ponta de uma corda nu-
ma pilastra da escada, enquanto Ricardo amarra a outra ponta da corda nou-
tro lado da escada. As meninas continuam dançando.
CENA 14/MANSÃO VILLANUEVA/SUÍTE MAÍRA/INTERIOR/DIA.
Maíra está recostada na cama, assistindo as imagens transmitidas pela câ-
mera. Ela presta atenção em uma das imagens. CAM detalha na TV em
uma das imagens, Luísa com Lucas, Maria Camilla e Mariana dançando
funk. Maíra fica possessa.
MAÍRA — Mas o que significa isso? Eles enlouqueceram de
vez? Vou dar um jeito nisso agora!
Ela se levanta da cama e sai correndo do quarto.
CENA 15/MANSÃO VILLANUEVA/SALA DE ESTAR/INT/DIA.
As meninas continuam dançando. Ricardo e Fernando na dele. De repente
Maíra aparece no alto da escada.
MAÍRA — Posso saber o que está acontecendo aqui?
Ela desce as escadas e tropeça na corda amarrada por Fernando e Ricardo
Henrique, soltando um grito de susto. Maíra caí, rolando escada abaixo. Ela
fica caída no chão. CAM foca no rosto de Maíra. De repente ela cospe um
dente.
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MAÍRA — (fala com dificuldade) Ai meu dente, eu perdi
meu dente... Meu Dente.
Todos riem da cara de Maíra, que se levanta com dificuldade do chão e ao
mesmo tempo tentando colocar o dente de volta no lugar... Pedro entra em
casa e fica paralisado com o que vê. Ele se aproxima de Mariana.
PEDRO — (sussurra) O que aconteceu aqui?
MARIANA — (rindo) A Maíra acabou de cair da escada. Ela
perdeu um dente.
Mariana continua rindo. Maíra nota a presença de Pedro.
MAÍRA — (fala com dificuldade) Meu amor, não vai fazer
nada?
Pedro vira pros Villanuevas, piscando com um olho, cúmplice.
PEDRO — (finge, repreende) Vão trabalhar... Vão cuidar de
suas vidas... Vão logo!
Eles vão pra cozinha, sem parar de rir. Pedro e Maíra ficam às sós na sala.
PEDRO — Vem, vou te levar ao médico... (fala do dente
quebrado de Maíra) Ele vai cuidar disso aqui.
Pedro e Maíra saem. Maíra sendo sempre amparada por ele.
CENA 16/PONTA VERDE/PLANOS GERAIS/EXTERIOR/NOITE.
Belos planos gerais do anoitecer.
CENA 17/MANSÃO VILLANUEVA/EXTERIOR/NOITE.
Plano de localização da casa.
CENA 18/MANSÃO VILLANUEVA/SALA DE JANTAR/INT/NOITE.
Fernando janta. De repente, Pedro aparece.
FERNANDO — Voltou Pedro?
PEDRO — Voltei sim! Demorei na rua, tive que resolver uns
problemas... A bruxa subiu, estava muito cansa-
da.
FERNANDO — E como ficou o dente da criatura?
O BEM OU O MAL? Capítulo 36 Pag.: 17
PEDRO — Ficou melhor do que antes. Tá parecendo gente
agora. (nota) Cadê os outros? Não vieram jantar
junto com você?
FERNANDO — Não. Eles já foram dormir. Ficaram cansados de-
pois de termos destruído todas as câmeras da ca-
sa. Mas me conta: Você aproveitou que saiu com
a bruxa e fez aquilo que combinamos?
PEDRO — Fiz sim, Fernando! Já falei com ela... Foi difícil,
mas consegui convencê-la de nos casarmos aqui
mesmo, na mansão.
FERNANDO — Ótimo. E já marcaram a data?
PEDRO — Já. Convenci a Maíra de que teríamos que nos ca-
sar o mais rápido possível. Então decidirmos nos
casar amanhã à noite.
Fernando fica super feliz.
FERNANDO — (feliz) Ah que ótima notícia. Vou comunicar meu
advogado agora mesmo!
CENA 19/APARTAMENTO/SALA/INTERIOR/NOITE.
O advogado fala com Fernando no telefone.
ADVOGADO — (tel) Ok, Fernando. (T) Já preparei todos os do-
cumentos, amanhã mesmo estarei passando aí na
mansão. (T) Tudo bem! (T) Tchau!
CENA 20/MANSÃO VILLANUEVA/SALA DE ESTAR/INT/NOITE.
Fernando acaba de desligar o telefone. Pedro à parte.
PEDRO — Falou com ele?
FERNANDO — Falei! Amanhã à noite, se Deus quiser, a Maíra e
a aprendiz de bruxa estarão fora da minha casa e
eu vou recuperar minha fortuna, finalmente!
Close em Fernando, feliz e confiante.
O BEM OU O MAL? Capítulo 36 Pag.: 18
CENA 21/MANSÃO VILLANUEVA/SUÍTE M. CLARA/INT/NOITE.
Maria Clara no celular, falando com Verônica.
Edição: Alternar cena entre Maria Clara e Verônica em seu aparta-
mento.
MARIA CLARA — (cel) A minha mãe é uma louca mesmo. Ela
está completamente apaixonada pelo Pedro e não
consegue ver que está caindo numa cilada.
VERÔNICA — (cel) Mas como você pode ter tanta certeza disso,
Clarinha?
MARIA CLARA — (cel) É simples: Aquela família de antas sem-
pre aprontaram contra mim, e não vai ser agora
que um componente deles vai chegar pra minha
mãe e dizer que está completamente apaixonado
por ela. É a mesma coisa que dizer que o gato tá
apaixonado pelo rato. Com certeza tem armação
nessa história toda. Hoje mesmo ela perdeu um
dente por causa daqueles nojentos.
VERÔNICA — (cel) Nossa, que tenso hein...
MARIA CLARA — (cel) Agora eles marcaram a data do casamen-
to, acredita nisso? Marcaram pra amanhã à noite.
VERÔNICA — (cel) Eles mal se declararam um pro outro e já
vão se casar?
MARIA CLARA — (cel) Mais um motivo pra eu desconfiar de que
o Pedro tá armando alguma contra minha mãe. E
eu sei muito bem que se ela cair, eu caio junto!
VERÔNICA — (cel) Mas fica tranquila, Clarinha. Sua mãe é es-
perta... Se ela perceber algo estranho com certeza,
esse casamento não vai acontecer.
MARIA CLARA — (cel) Assim espero. Vou ter que desligar ago-
ra.
Do outro lado da linha, em seu apartamento, Verônica termina a ligação.
Ela está assistindo tevê com Agenor.
AGENOR — Quem era no telefone filha?
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VERÔNICA — Era a Maria Clara. Ela me ligou contando as no-
vidades, e tudo o que acontece naquela mansão.
Disse que a mãe dela perdeu um dente...
AGENOR — (ri) A Maíra/ (se corrige) Digo, a mãe da Maria
Clara perdeu um dente?
VERÔNICA — Perdeu sim, mas já colocou um implante, pois ela
tem que ficar muito bonita pra se casar amanhã!
AGENOR — (reage) A Mãe da Maria Clara vai se casar ama-
nhã?
VERÔNICA — Vai sim!
Nisso, Agenor se levanta.
VERÔNICA — Aonde o senhor vai?
AGENOR — Tenho que voltar pra casa. A Gabriele já deve ter
sentido minha falta lá. Não vai ser nada legal se
ela sair pra me caçar.
Agenor dá um beijinho em Verônica e sai. Ela continua lá assistindo a TV.
CENA 22/PRÉDIO AGENOR/FRENTE/EXTERIOR/NOITE.
Agenor entra em seu carro e sai.
CENA 23/HOTEL/SUÍTE ERNESTO/INTERIOR/NOITE.
Ernesto e Agenor. Conversa já iniciada.
ERNESTO — (pasmo) A Maíra vai se casar amanhã? Na man-
são?
AGENOR — Vai sim!
ERNESTO — Ótimo! Um bom evento pra se fazer um escânda-
lo! Acho que já chegou a hora de darmos o bote
meu amigo!
AGENOR — Mas assim tão rápido?
ERNESTO — Mas é claro! Precisamos apressar o passo e o ca-
samento dela é o único dia perfeito pra nós agir-
mos com sucesso. Amanhã vai ser o dia em que o
inferno na vida da Maíra vai começar.
O BEM OU O MAL? Capítulo 36 Pag.: 20
Close em Ernesto confiante.
CENA 24/PONTA VERDE/TRANSIÇÃO DO TEMPO.
Clipe mostrando os belos planos gerais do bairro em todas as horas do dia.
No final do clipe, mostra os planos gerais do bairro à noite.
CENA 25/MANSÃO VILLANUEVA/EXTERIOR/NOITE.
Plano de localização.
CENA 26/MANSÃO VILLANUEVA/SUÍTE PEDRO/INT/NOITE.
Pedro se arruma pro casamento. Fernando à parte conversa com ele.
PEDRO — (animado) É hoje, Fernando! É hoje!
FERNANDO — Finalmente. Espero que dê tudo certo.
PEDRO — Vai dar tudo certo, Fernando! Já falou com seu
advogado?
FERNANDO — Já falei. Ele já deve estar chegando.
Nesse momento, alguém bate na porta. Fernando abre. É Ricardo Henrique.
R HENRIQUE — Eu vim pra avisar, que o tal advogado já está lá
em baixo.
FERNANDO — Ótimo. Maravilha! (para Pedro) Vamos?
PEDRO —(confiante) Vamos!
Eles saem do quarto.
CENA 27/MANSÃO VILLANUEVA/SALA DE ESTAR/INT/NOITE.
Os Villanuevas estão reunidos na sala, junto com o advogado e Pedro que
está à espera de Maíra. De repente ela desce com um lindo vestido branco
(não muito longo) seguida de Maria Clara. Ela se aproxima de Pedro. Am-
bos dão as mãos e ficam de frente pro advogado. A cerimônia começa.
CENA 28/MANSÃO VILLANUEVA/FAIXADA/EXTERIOR/NOITE.
O carro de Agenor para em frente à mansão. Ele e Ernesto descem.
ERNESTO — É aqui.
AGENOR — (se adianta) Vamos entrar.
O BEM OU O MAL? Capítulo 36 Pag.: 21
ERNESTO — (em cima) Pela porta da frente não, Agenor!
Vamos pelo fundo.
Ambos caminham até os fundos da casa.
CENA 29/MANSÃO VILLANUEVA/SALA DE ESTAR/INT/NOITE.
Continuação da cena 27: Pedro finge assinar o documento. Logo depois
Maíra assina o documento. CAM foca em Fernando que sorri vitorioso.
FERNANDO — (sussurra p/ Mariana) Ela assinou o documento!
MARIANA — (sussurra) Finalmente!
CAM foca em Pedro e em Maíra, que acaba de assinar todos os documen-
tos.
ADVOGADO — E assim eu os considero casados.
Maíra vai beijar Pedro, mas Agenor aparece, impedindo que isso aconteça.
AGENOR — Esperem!
FERNANDO — Agenor?
AGENOR — Olá Fernando! Desculpe interromper a festinha
de vocês, mas eu tive que vir aqui por que tenho
algo de muito importante pra falar... e pra mostrar
também.
MAÍRA — (alterada) O que você faz aqui?
FERNANDO — (p/Maíra) Você o conhece?
AGENOR — (em cima) Claro que sim... Nós nos conhecemos
há muito tempo.
MAÍRA — Eu posso saber o que faz aqui, Agenor?
AGENOR — Vim tirar satisfações com você Maíra. Depois de
muitos anos sem nos ver, acho que será muito
proveitosa à longa conversa que teremos aqui.
FERNANDO — Eu posso saber o que está acontecendo aqui?
AGENOR — Nós já vamos explicar.
FERNANDO — Nós? Nós quem?
AGENOR — Eu... (aponta) e ele!
O BEM OU O MAL? Capítulo 36 Pag.: 22
Nesse momento, todos se viram pra ver quem é. Nisso, Ernesto vem cami-
nhando da cozinha, deixando os Villanuevas e Maíra boquiaberta.
ERNESTO — Boa noite a todos! (para Maíra) Olá Maíra! Quan-
to tempo, não?
MAÍRA — (surpresa, sem acreditar) Ernesto?!...
Fernando se aproxima de Ernesto, surpreso e boquiaberto. Ambos ficam
cara a cara.
FERNANDO — (sem acreditar) Papai?...
ERNESTO — Quanto tempo... Meu filho!
Mariana, Luísa e Maria Camilla também se aproximam boquiabertas. Close
em Fernando emocionado e em Ernesto. Ambos ficam cara a cara. Corta.
FIM