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o BALNEÁRIO DO CASSINO: UMA INSPIRAÇÃO EUROPÉIA JOÃO BARCELLOS' De acordo com o historiador francês Alain Corbin, o costume dos banhos de mar na Europa teve início no século XVII e se firmou nos séculos XVIII e XIX. Na segunda metade do século XVIII o hábito dos banhos de mar foi associado a uma nova concepção medicinal que colocava o banho marítimo no receituário para as moléstias humanas. Desse momento em diante a praia torna-se um espaço social utilizado pelas elites. As estações balneárias e os banhos terapêuticos chegaram em Rio Grande como um marco da "modernidade" pleiteada por nossa elite. O balneário do Cassino é comprovadamente o primeiro do sul do Brasil. Projetado, estruturado e fundado em fins do século XIX, é resultante de uma realidade econômica, mas também cultural deste período. Os últimos anos do século XIX são marcados em Rio Grande por intenso debate sobre a construção do porto e das indispensáveis obras dos molhes da barra, possibilitando um acesso seguro ao porto. Outro fator econômico importante foi a construção do então maior trecho ferroviário da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, a Estrada de Ferro Rio Grande-Bagé, inaugurada em 1884. Somando-se a isto, Rio Grande contava com uma elite industrial e comercial fortemente capitalizada. Percebendo esta realidade positiva para investimentos, um grupo de industriais e comerciantes do Rio Grande, liderados nesse momento pelo empresário Antonio Cândido Sequeira, mas seguido por homens de porte financeiro como o comerciante Antonio Manoel de Lemos Júnior e o industrial Carlos Guilherme Rheingantz, projetaram o futuro balneário. Inspirados na fama dos balneários de Oieppe, Oeauville e Biarritz, precursores dos banhos de mar com finalidade medicinal, arrojaram-se em busca do capital indispensável para a concretização do empreendimento. Antonio Sequeira era o incorporador da Companhia Carris Urbanos do Rio Grande, fundada em 1876 com a finalidade de explorar o transporte urbano. A concessão foi assinada em 23 de maio pelo governador da Província, Or. Carlos Augusto Flores, e autorizava o transporte urbano, nesse momento realizado por tração animal. O projeto apresentado em 1885 pela Companhia, basicamente foi fundamentado na extensão da ferrovia da • Professor, bacharel, pós-graduado em História do Rio Grande do Sul BIBlOS. Rio Grande, 12: 43-48, 2000. 43

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o BALNEÁRIO DO CASSINO: UMA INSPIRAÇÃO EUROPÉIA

JOÃO BARCELLOS'

De acordo com o historiador francês Alain Corbin, o costume dosbanhos de mar na Europa teve início no século XVII e se firmou nos séculosXVIII e XIX. Na segunda metade do século XVIII o hábito dos banhos demar foi associado a uma nova concepção medicinal que colocava o banhomarítimo no receituário para as moléstias humanas. Desse momento emdiante a praia torna-se um espaço social utilizado pelas elites. As estaçõesbalneárias e os banhos terapêuticos chegaram em Rio Grande como ummarco da "modernidade" pleiteada por nossa elite.

O balneário do Cassino é comprovadamente o primeiro do sul doBrasil. Projetado, estruturado e fundado em fins do século XIX, é resultantede uma realidade econômica, mas também cultural deste período. Osúltimos anos do século XIX são marcados em Rio Grande por intensodebate sobre a construção do porto e das indispensáveis obras dos molhesda barra, possibilitando um acesso seguro ao porto. Outro fator econômicoimportante foi a construção do então maior trecho ferroviário da Provínciade São Pedro do Rio Grande do Sul, a Estrada de Ferro Rio Grande-Bagé,inaugurada em 1884. Somando-se a isto, Rio Grande contava com umaelite industrial e comercial fortemente capitalizada.

Percebendo esta realidade positiva para investimentos, um grupo deindustriais e comerciantes do Rio Grande, liderados nesse momento peloempresário Antonio Cândido Sequeira, mas seguido por homens de portefinanceiro como o comerciante Antonio Manoel de Lemos Júnior e oindustrial Carlos Guilherme Rheingantz, projetaram o futuro balneário.Inspirados na fama dos balneários de Oieppe, Oeauville e Biarritz,precursores dos banhos de mar com finalidade medicinal, arrojaram-se embusca do capital indispensável para a concretização do empreendimento.Antonio Sequeira era o incorporador da Companhia Carris Urbanos do RioGrande, fundada em 1876 com a finalidade de explorar o transporte urbano.A concessão foi assinada em 23 de maio pelo governador da Província, Or.Carlos Augusto Flores, e autorizava o transporte urbano, nesse momentorealizado por tração animal. O projeto apresentado em 1885 pelaCompanhia, basicamente foi fundamentado na extensão da ferrovia da

• Professor, bacharel, pós-graduado em História do Rio Grande do Sul

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cidade até o futuro balneário, um hotel e uma linha telefônica. Estruturainexistente em qualquer praia do sul do país, neste momento.

A escolha do local foi realizada de acordo com os interesses do RioGrande do Sul, Santa Catarina e do Uruguai. Nove praias foramrelacionadas nos estudos preliminares à execução do projeto: a praia pordetrás do farol da Atalaia no pontal da barra; a praia que fica atrás de SãoJosé do Norte; a de Cidreira, a de Tramandaí, Chuí, a praia de Fora na ilhade Santa Catarina, as de Pocitos e Ramirez, em Montevidéu, e a praia daMangueira, em nosso município. Mangueira era o nome de um distrito assimdenominado por ter sido usado como mangueiras, ou seja, locais dedescanso do gado, junto ao canal sul da cidade, o Saco da Mangueira.

O apoio do poder público deu-se através das concessões dasmarinhas e das desapropriações, medida garantidora do investimento,comprovado pela Lei Provincial 1551, de 17 de dezembro de 1885. O passoseguinte foi a realização da Assembléia Geral de acionistas da Cia. CarrisUrbanos do Rio Grande, em 26 de março de 1886, na qual Antonio CândidoSequeira solicitou autorização para angariar Rs. 250.000$000 com afinalidade de construir até a costa da Mangueira uma ferrovia, de acordocom a concessão obtida do Governo provincial.

Continuando o processo, em 14 de outubro de 1888 foi assinado umcontrato com a Câmara Municipal do Rio Grande. A cláusula 10ª do contratopossibilitava a desapropriação de uma área de 3000 metros de extensão nacosta do mar por 2400 de fundos até a localidade do Bolaxa.

A ferrovia contribuiu para o desenvolvimento da produção de leite daregião do Senandes e Bolaxa. Prevendo esse ganho, os proprietáriosvenderam amigavelmente a área, que não chegou a ser desapropriada. Acláusula 20ª definia o uso das marinhas: "A Câmara cede gratuitamente,durante o privilégio da Cia. em favor da mesma, o uso das marinhas junto àcosta do Oceano, na extensão de 3km em sentido longitudinal com o fundolegal de 33 metros contados da preamar mais alta ..."

Criadas as condições necessárias, o balneário do Cassino foiinaugurado oficialmente com a abertura definitiva do tráfego ferroviário em20 de janeiro de 1890 e entregue ao público em 26 de janeiro do mesmoano. Tracionado por locomotivas a vapor, o trem trouxe conforto, rapidez esegurança na viagem da cidade ao balneário. De início a Companhiacontava com duas locomotivas: uma grande, chamada "Andorinha", e outrapequena, denominada "Formiga"; mais tarde foi comprada outra máquinaque tinha a denominação de "Borboleta". Além do transporte dos veranistas,, o trem também oferecia o transporte de cereais, pasto verde, leite,carneiros, porcos, aves, caça, couros vindos do Albardão, gêneros deconsumo, materiais para construção, areia, pescado fresco e salgado e sal.

O Hotel Cassino, hoje denominado Atlântico, inaugurado na mesmadata, de acordo com artigo publicado no jornal Diário do Rio Grande em 28de janeiro de 1890, contava com apenas quatorze quartos concluídos, com

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assoalhos e cobertos, e sem as necessárias janelas. Nesse mesmo ano, aCia. Estrada de Ferro Rio Grande-Costa do Mar, sucessora da Cia. BondsSuburbanos da Mangueira, publicava um informativo sobre o balneáriooferecendo as seguintes comodidades: 100 camarotes para homens de 1ªclasse, 100 camarotes para mulheres de 1ª classe, 20 camarotes parahomens de 2ª classe, 20 camarotes para mulheres de 2ª classe, 50barracas sobre rodas, 1 restaurante à Ia carte, leitaria, rouparia e cocheira.Esse impresso, chamado Guia dos Banhistas, salientava que essasinstalações seriam suficientes para atender a 500 banhistas ao mesmotempo e que eram as melhores do Brasil e do Rio da Prata, como pode-seperceber no seguinte texto encontrado no Guia do Banhistas: "Podemosafoutamente asseverar que estas instalações cujo custo monta aRS.25.000$000, não tem rivaes em todo o Brasil e Rio da Prata."

A Companhia em sua publicação coloca à disposição dos usuários dapraia um hotel denominado Cassino, com 136 quartos, 8 lojas, salões dejantar, salões de festa, banheiros e water-c/osets. Na sala de festas haviadois pianos, sendo um para a dança e o outro para os concertosinstrumentais e vocais. No salão de jogos eram oferecidos, bilhares, jogo debagatella, damas, dominó, xadrez, mesas para cartas, sala para leitura esala para fumantes. A Companhia administradora também garantia opoliciamento diurno e noturno e a iluminação exterior. O transporte do hotelà praia era realizado por um bond de tração animada ao preço de 50 réispara os adultos e 25 réis para as crianças. O serviço funcionava das 4 horasda manhã às 10 horas da noite.

Em outro documento, uma correspondência da Cia. Viação Rio-Grandense, então administradora do balneário, endereçado ao CoronelAugusto Leivas e datado de 4 de outubro de 1898, a Companhia oferecia aoCoronel Leivas a disponibilidade de 136 quartos, grandes salões deconcertos, baile, bilhar, tiro ao alvo, bagatella, ciclismo, atletismo e corridasde cavalo, 200 camarotes ao longo da praia e 36 barracas para banhistas.Observe-se que a maioria destes serviços era oferecida aos veranistas pelaCia. Estrada de Ferro Rio Grande-Costa do Mar, administradora nomomento da fundação do balneário, em seu informativo denominado Guiados Banhistas, em 1890. Conclui-se, então, que o Hotel Cassino, hojechamado Atlântico, só foi finalizado em 1898.

Não encontramos até este momento documentos que comprovem aexist6encia do jogo de roleta no balneário ainda no século XIX. Entretanto,depoimentos levam a crer na existência da roleta Cassino na primeira décadado século XX. Sobre o jogo, o Sr. Denis Lawson declara o seguinte: "Ali nocentro onde tem aquele hall de entrada do Atlântico, ali se entrava com ascharretes, carruagens, para as pessoas fazerem a volta com a carruagem edescer ali no salão onde tinha a roleta. Foi a primeira roleta do Estado",

O divertimento no balneário não se limitava aos jogos do hotel. Eramcomuns os passeios na praia, as serenatas, os concertos musicais, os

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bailes. Quanto às serenatas a Srª Helena Outra Duhá relembra: "Os rapazesfaziam a serenata, nós ficávamos espiando por trás da veneziana. Noavarandado se deixava uma garrafa de vinho do Porto, bombons, passas depêssego e outras coisas. Depois de comer, cantavam uma música deagradecimento e iam embora". Hábito que demonstra limpidamente apresença marcante da cultura européia no Cassino era o hasteamento, noschalés, de bandeiras de nacionalidade de seus proprietários. Aos domingoso Cassino ficava repleto de bandeiras da Espanha, Itália, Alemanha,Portugal, Inglaterra e outras. Fato também comprovante do "Cassinoeuropeu" encontramos em um artigo publicado no Diário do Rio Grande de21 de outubro de 1898, reproduzindo artigo veiculado no Jornal doCommércio de Porto Alegre, assinado pelo Dr. Germano Hasslacher. Eis umpequeno trecho: "Querem fazer de um modesto estabelecimento balneáriouma cidade de águas à moda da Europa, como se o nosso povo fosse igualaos millionários que se vão exibir nesses lugares ..."; mais adiante arrematadesta forma: "os homens envergam a casaca, abotoando gravata de sedanuma etiqueta tola ridícula, desfrutável". O autor, em seu texto, criticava ouso de casacas e gravatas de seda no cotidiano do balneário.

Vários fatos e evidências nos mostram a influência européia noCassino. Ainda hoje é possível ver os chalets, como eram chamadas ascasas particulares desse período no balneário. A maioria dessasconstruções começou a partir de 1895. As casas eram construídas emterrenos de quadra inteira, na rua onde passava o trem. Assim foi formadosa "avenida", chalés dos dois lados e o centro arborizado por eucaliptos.

O primeiro chalé foi da família Raffo, com cobertura em duas águas etelhas francesas. Os lambrequins nos beirais e varandas conservam seuestilo. A primeira construção em alvenaria foi de George Lawson, em estiloneocolonial, entre 1892 e 1895, com ferragens trazidas da Inglaterra. OsLawson foram os responsáveis pelos primeiros cataventos na cidade. Umficou em uma propriedade urbana e o outro foi instalado no Cassino. A VillaFrancisca, no estilo enxaimel, é da segunda década deste século. Foipropriedade de Fernando Osório.

Na avenida Rio Grande encontramos também duas casassimetricamente iguais, uma de madeira e a outra de alvenaria. Foramconstruídas pelo Coronel Augusto Leivas, comprador do Cassino em 1909.A casa de madeira foi a primeira sede da SAC, entre 1950 e 1951. O atualHotel Cassino foi um chalé de propriedade da família Luchsinger.

Pela natureza deste trabalho, não citamos alguns prédios que otempo e interesses imobiliários destruíram, mas de alguns ficaram asfotografias como memória. Por último é preciso falar do "Quadro", quarentacasas geminadas, construídas para alugar. De construção baixa, portas ejanelas, com um corredor de serviços no meio, sua construção causoumuita discussão e indignação entre a elite local, que considerava um erroconstruir "cortiços" no balneário. O jornal Diário do Rio Grande, em editorial

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intitulado "A suburbana", escreve o seguinte texto: "ouvimos que quanto ainstalações há projetos de edificar casinhas de porta e janela, fundos comfundos, com um corredor de permeio.

Pelo amor de Deus, não façam semelhante coisa!Cortiços numa praia é o maior dos absurdos, a maior de todas as

faltas de bom gosto."O "Quadro" é o quarteirão delimitado pelas ruas Lisboa, Alfredo

Rodrigues, Osvaldo Cruz e Avenida Rio Grande.A administração do balneário foi marcada por várias sucessões desde

a sua inauguração em 1890. Em 1892 a Cia. Carris e Estrada de Ferro àCosta do Mar sucedeu a Cia. Estrada de Ferro à Costa do Mar. Por sua vez,em 1895 a Cia. Riograndense tornou-se proprietária do balneário, posse queteve a duração de cinco anos, pois em 1900 a Southern Brazilian Rio Grandedo Sul Railway adquiriu o ramal ferroviário, ficando o restante do patrimôniode posse da Cia. Riograndense. Por fim, em 1909 estas propriedades foramvendidas em leilão para o Coronel Augusto Leivas Otero por 80 contos deréis. Este administrou suas posses até o ano de 1926, quando veio a falecer,ficando como herdeira universal sua sobrinha e filha de criação, a Sr.ª MariaJosé Leivas Otero, conhecida como a "Dona Zoquinha". Esta comercializouseus terrenos por 30 anos e após transferiu os bens para os seus seis filhos.Em 1957 os herdeiros contrataram uma empresa imobiliária denominadaComercial e Construtora América S.A., que criou o projeto Cidade Balneáriado Cassino, alterando o traçado das ruas e o perfil paisagístico.

CONCLUSÃO E PERSPECTIVAS

A fundação do Balneário do Cassino, em 1890, ocorre em um períodode transição do Brasil Império para um Brasil República (1889). Isto trazobrigatoriamente o fortalecimento das idéias liberais para o nosso país.Inspirados nos balneários europeus, os capitalistas locais resolveraminvestir neste empreendimento considerado bastante caro, naquelemomento. Do Estado obtiveram o apoio através de concessões edesapropriações, o que garantiu o risco do investimento.

O Balneário do Cassino foi projetado, construído e usufruído por umaelite industrial comercial do Rio Grande capitalizada e influente junto aopoder provincial. Hábitos, vestuário, comidas e bebidas moldaram umcenário europeu no sul do Brasil. As festas no Hotel, nas residênciasparticulares, os jogos, os eventos culturais tornaram o Cassino um dosbalneários mais famosos e concorridos do Brasil e do Rio da Prata, desdesua fundação até a eclosão da Segunda Guerra Mundial, fato que gerou umgrande constrangimento aos italianos, alemães e seus descendentes aquiestabelecidos, iniciando a sua "popularização". O Cassino foi em seuapogeu um espaço de convivência social das elites não só da cidade do Rio

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Grande como também do restante da Província, depois denominada Estadodo Rio Grande do Sul. Nos jornais de época encontramos notícias sobre apresença no balneário de políticos como o senador Ramiro Barcellos, quepossuía residência no Cassino, ou do governador Getúlio Vargas, queficava hospedado no sobrado da Viação Férrea do Rio Grande do Sul.

Este trabalho se justifica pela necessidade de resgatar a memória e ahistória da cidade do Rio Grande, sem contudo pretender fechar qualquerquestão, muito pelo contrário, é intenção premeditada despertar a atençãopara o objeto. Diversos são os enfoques que um historiador poderá buscarno Cassino: as elites, a cultura, a arquitetura, a pesca, os trabalhadores, otransporte, os costumes, a ocupação do solo, etc. Por exemplo, sabemosque existiu no Cassino um galpão de bailes somente para os negros. Algunsdepoimentos afirmam que a vida no balneário era monótona, não existindonada para fazer. Só restava o galpão de bailes. Por outro lado, a elite tevecertamente uma atividade de lazer e cultura bastante satisfatória. Apesquisa concorda com outros trabalhos que colocam Rio Grande, noperíodo estudado, no nível de cidades européias quanto ao consumo dacultura e da moda. A cidade respirava o teatro, a música, a moda daEuropa. A fundação do balneário aos moldes europeus está rigorosamentedentro desta atitude comportamental.

BIBLIOGRAFIA

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JORNAIS PESQUISADOS:DIÁRIO DO RIO GRANDE, 1890, 1898._ECHO DO SUL, 1890

DEPOIMENTOSDENIS LAWSON, 21.12.98DAOIZ DE LA ROCHA, 05.02.99HELENA DUTRA DUHÁ, 21.01.99IRACEMA LEAL, 28.12.98RAMIRO JOSÉ MACHADO, 04.01.99

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