O Arauto Leopoldinense OFICINA DE HISTÓRIA E MEMÓRIA … · famosa igreja no alto de uma pedra. E...

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Vamos resgatar um pouco da história da Região da Leopoldina que é composta por mais de 10 bairros. E ainda ressaltar regiões, muitas delas, famosas por sua arte e encanto como o Bairro de Ramos com o Bloco carnavalesco Cacique de Ramos, que existe desde 1961. Além disso, abriga locais de tradição religio- sa como o Bairro da Penha que tem cerca de 8o mil habitantes e se destaca por sua famosa igreja no alto de uma pedra. E que pode ser vista de vários pontos da cidade. LEOPOLDINA : O RESGATE DA SUA IDENTIDADE O PORTO DE INHAÚMA C E N T R O UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA Junho 2011 6 º edição Igreja da Penha e Bloco carnavalesco de Ramos Confira nesta edição! 1. O resgate da história da Leopoldina 2. O Porto de Inhaúma 3.A festa da Igreja da Penha O Arauto Leopoldinense OFICINA DE HISTÓRIA E MEMÓRIA DA LEOPOLDINA Estamos na Web! historiaunisuam.wordpress.com

Transcript of O Arauto Leopoldinense OFICINA DE HISTÓRIA E MEMÓRIA … · famosa igreja no alto de uma pedra. E...

Vamos resgatar um

pouco da história da

Região da Leopoldina

que é composta por mais

de 10 bairros. E ainda

ressaltar regiões, muitas

delas, famosas por sua

arte e encanto como o

Bairro de Ramos com o

Bloco carnavalesco

Cacique de Ramos, que

existe desde 1961. Além

disso, abriga locais

de tradição religio-

sa como o Bairro

da Penha que tem

cerca de 8o mil

habitantes e se

destaca por sua

famosa igreja no

alto de uma pedra.

E que pode ser

vista de vários

pontos da cidade.

LEOPOLDINA : O RESGATE DA SUA IDENTIDADE

O PORTO DE INHAÚMA

C E N T R O

UNIVERSITÁRIO

AUGUSTO MOTTA

Junho 2011 6º edição

Igreja da

Penha e Bloco

carnavalesco

de Ramos

Confira nesta

edição!

1. O resgate da

história da

Leopoldina

2. O Porto de

Inhaúma

3.A festa da

Igreja da Penha

O Arauto Leopoldinense

OFICINA DE HISTÓRIA E MEMÓRIA DA LEOPOLDINA

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*Rubenita Vieira____ O Arauto Leopoldinense convida todos os seus

leitores a recordar a his-tória e a memória da regi-

ão da Leopoldina, uma vez que o intenso fenômeno da

urbanização e da globaliza-ção reduziu o patrimônio

material e imaterial da região, visualizada no

desaparecimento quase total dos monumentos e

das experiências individu-

ais e coletivas acumuladas ao longo do tempo. É imperioso

reconhecer e resgatar a identidade das comunidades

locais da Leopoldina. Em um primeiro momento é importante

identificar a região: ela é for-mada pelos Bairros de Bonsu-

cesso, Manguinhos, Ramos, Olaria, Penha, Maré, Complexo

do Alemão, Brás de Pina, Cordo-

vil, Del Castilho ,Engenho da Rainha, Higienópolis, Inhaúma,

Jardim América, Maria da Gra-ça, Parada de Lucas, Tomás

Coelho e Vigário Geral (CENSO do IBGE, 2000). A história da

região da Leopoldina ,colocada no contexto da sociedade brasi-

leira em que está inserida, so-freu, principalmente a partir

dos anos 50 e 60 do século XX mudanças impulsionadas em

grande parte por uma economia

crescentemente internacionali-zada hoje com o nome de

―globalizada‖, absorvendo nela novos papéis no decorrer do

processo histórico e geográfi-

co. Os espaços onde a coletivi-

dade criava e promovia suas

práticas de lazer e cultura sem fins comerciais ,foram reduzi-

dos e não substituídos nas últi-mas cinco décadas ,fato agra-

vado pelo arrocho salarial sem

precedentes no período e pela falta de acesso ao que o merca-

do oferece em troca

(SANTOS,2002 ,p.110). Portanto, é imperioso re-conhecer as comunidades da

região da Leopoldina e o resga-te da sua memória como heran-

ça material e imaterial no pro-cesso de construção da cidade

do Rio de Janeiro ,na formação da identidade carioca e tam-

bém criar um acervo público

que possa servir à comunidade da região. Acreditamos que o

morador da Leopoldina, ao to-mar conhecimento da sua me-

mória descobrirá sua verdadei-ra identidade e sem dúvida tal

fato permitirá um melhor de-sempenho da sua cidadania. Por

outro lado, colaborar para a preservação da memória local,

passa a ser um fato de grande

relevância, uma vez que esta terá mais sentido para os seus

moradores ao se incluírem nela. Torna-se necessário, portanto,

a construção de espaços de informação onde sejam valori-

zadas a história e as tradições da região. O conceito de bairro

tem sido associado à ideia de

―pertencimento‖ que um grupo

de moradores possa ter em

relação ao seu ambiente social. É um domínio do ambiente

social, pois ele constitui para o usuário uma parcela conhecida

do espaço urbano no qual, posi-

tiva ou negativamente, ele se sente reconhecido. Pode-se

portanto apreender o bairro como‖ esta porção do espaço

público em geral (anônimo de todo o mundo) em que se insi-

nua pouco a pouco um espaço privado particularizado pelo

fato do uso quase cotidiano desse espaço‖ (Mayol,

1996,p.40). Portanto, os mora-dores de um bairro se identifi-

cam a uma determinada parte

da cidade devido ao seu uso cotidiano, ou seja, o lugar em

que se mora adquire uma espe-cificidade em relação às demais

regiões da cidade. A convivência em um bairro implica em certos

comportamentos e benefícios decorrentes de tais práticas. A

identidade de alguém é posicio-nada a partir da necessidade.de

se opor ao diferente e tal fato é

inerente aos grupos humanos. A identidade é construída através

da necessidade de afirmação

diante do outro.

LEOPOLDINA : O RESGATE DA SUA IDENTIDADE

“ Portanto, é

imperioso

reconhecer as

comunidades da

região da Leopoldina

e o resgate da sua

memória como

herança material e

imaterial no

processo de

construção da

cidade do Rio de

Janeiro ,na

formação da

identidade carioca ”

Página 2

Complexo do Alemão

A memória é um elemento cons-

tituinte do sentimento de identi-dade tanto individual como cole-

tiva e é também um fator extre-mamente importante do senti-

mento de continuidade e de

coerência de uma pessoa ou de um grupo em sua reconstrução

de si.(POLLAK,1992) Na região da Leopoldina, os antigos usos que davam vida

à criatividade, à solidariedade e à identidade social e cultural

das pessoas do lugar perderam

muito de suas características como o ponto de encontro

freqüente e gratuito dos vizi-nhos, pela transformação das

ruas em vias de passagem para veículos e das calçadas em

estacionamentos .A história do subúrbio carioca tem adquirido

importância nas últimas produ-ções acadêmicas voltadas para

a ―história do lugar‖ fato ob-

servado nas obras de diversos autores que têm se dedicado ao

tema da história e da memória. O método ―história do lugar‖ foi

utilizado pela primeira vez por Joaquim Justino dos Santos

com o objetivo de buscar um maior interesse pelo estudo da

história nos alunos do ensino médio, fundamental e superior

no Rio de Janeiro. É uma ne-cessidade cada dia mais visível,

principalmente nas ultimas

décadas ,nas escolas ,nas ru-as ,nas famílias ,nas comunida-

des de que fazem parte, nos lugares onde se situam com

suas particularidades. (SANTOS J.J,2002).Conhecer a história e

preservar a memória dos bair-ros leopoldinenses é uma ne-

cessidade de seus habitantes e não só dos que o estudam por-

que as gerações que partilha-

ram toda a riqueza material

embutida na música, nas festas, nos hábitos e costumes popula-

res caracterizadores do dia a dia e do modo de ser típico das

populações suburbanas cario-

cas até pelo menos as décadas de 1950 e 1960 vêem hoje essas

práticas populares como ultra-

passadas e sem importância. O processo de constru-

ção de memórias implica esco-lhas entre os fatos do passado,

que determinado grupo consi-

dera que devam ser lembra-dos/rememorados... Ao fazer

escolhas, o grupo também es-quece e faz esquecer outros

acontecimentos.(MOTTA,1998,

pág.80) A memória só se explica

pelo presente, e é deste pre-

sente que ela recebe incentivos para se consagrar enquanto um

conjunto de lembranças de um determinado grupo. São assim

os apelos do presente que nos explicam porque a memória

retira do passado apenas al-guns dos elementos que possam

lhe dar uma forma ordenada e sem contradições. As memórias

retiram do passado alguns

fatos escolhendo-os para res-ponder as demandas do presen-

te e isso significa afirmar que elas não são meras fantasias.

(NORA,1993,pág.9). Antigos moradores do bairro de Bonsu-

cesso, narrando suas memó-rias , contam que em 1949 no

bairro de Bonsucesso não havia calçamento. O chão da

Praça era de terra. Quando chovia formava uma imensa

lagoa que servia de piscina para

as brincadeiras das crianças. Quando a Praça foi aterrada foi

uma tristeza para a garotada. A

escola onde as crianças estuda-

vam era a Bahia e só havia uma pista que era a Variante. O Mor-

ro do Adeus, em frente á Praça das Nações, já serviu para a

prática de alpinismo para a

garotada(....) Aos sábados as crianças colhiam no morro, o

chuchu e o maracujá para ven-derem e ganhar uns trocados

para ir ao cinema(...). Na Praça existia um ponto de táxi e deste

local saía todos os sábados o carro que levava as noivas até a

porta da igreja‖. No caso dos habitantes da região da Leopol-

dina, a economia de consumo gerada nas últimas décadas e

introduzida em suas casas pe-

los meios de comunicação de massas os leva a esquecer sua

história e a pensar que sua vida sempre foi da forma como

acontece nos dias de hoje. Não cabe ,nos limites estrei-

tos deste artigo ,analisar as mudanças sociais políticas e

econômicas regionais que trou-xeram a descaracterização das

práticas culturais, hábitos e costumes da região que esta-

mos enfocando. Entretan-to ,resgatar a memória das

pessoas; o conhecimento dos imóveis, monumentos e outras

formas materiais e imateriais construídas no passado e re-

produzir esse conhecimento em

forma de cursos, artigos em revistas ou jornais ,reuniões

com antigos moradores torna-se a cada dia uma tarefa urgen-

te. A Dra. Vera Dias, Diretora da Fundação Parques e Jardins

(SECONSERVA) em entrevista realizada no dia 25/10/2010 ao

aluno Elizeu Fernandes Gonçal-ves ,um dos articulistas do

Arauto Leopoldinense

LEOPOLDINA: O RESGATE DA SUA IDENTIDADE

“A memória só se explica pelo

presente, e é deste presente

que ela recebe incentivos para

se consagrar enquanto um

conjunto de lembranças de um

determinado grupo”

Página 3 6º edição

( Dezembro-2010,Ano 3,nº 5)

foi enfático ao afirmar que ―o patrimônio histórico compreen-

de a criação arquitetônica que dá testemunho de uma civiliza-

ção, de uma evolução significa-

tiva ou de um acontecimento histórico que com o tem-

po adquirem uma significação cultural. Preservar os monu-

mentos significa deixar para as gerações futuras o legado do

nosso passado bem como dar identidade a cada cida-

dão .Oferecer folhetos aos mo-radores da região da Leopoldi-

na( insistentemente) com o

nome, localização dos monu-mentos da área até mesmo em

sacolas de supermercado ou folhetos nas residências ajuda-

ria na conscientização dos mo-

radores da Leopoldina.‖ O intenso processo de

transformações ocorridas na

economia e na sociedade brasi-leiras enquanto parte do capita-

lismo internacional- trouxe mudanças significativas que

afetaram a vida da maioria das pessoas nos lugares onde vive-

ram e ainda vivem. Os efeitos desse processo ainda são visí-

veis nas relações, nos valores, nos comportamentos, nas

perspectivas de vida e no grau

de interesse da realidade. Por outro lado, na cidade do Rio de

Janeiro(...)a maioria da popula-ção vem estreitando progressi-

vamente, os seus tempos e espaços existenciais, na tentati-

va de dar conta de suas neces-sidades e anseios de ordem

pessoal e econômica(CUNHA,1999). As novas gera-

ções locais formadas em uma cultura consumista e de massa

desconhecem as antigas práti-

cas cotidianas e vivem as con-dições introduzidas nos lugares

onde moram como se sempre tivessem existido. A economia

de consumo gerada nas últimas décadas foi introduzida em suas

casas, principalmente pela televisão e ampliada pela globa-

lização econômica. É presença constante em suas vidas e dis-

tante por não explicar os efei-

tos negativos e imprevisíveis que pode exercer sobre a vida

das comunidades no seu cotidi-ano doméstico, local e profissi-

onal. Filmes, videoclipes, noti-ciários veiculados por agências

estrangeiras e outras, novelas e programas de rádio e televisão

raramente citam o papel que as populações pobres e trabalha-

doras têm na geração da rique-

za da sociedade. Houve uma grande redução na diversidade

e condições de lazer e cultura dos habitantes locais nos últi-

mos decênios. Os campos de futebol e demais áreas livres

são hoje quase inexistentes. Foram tomadas por grandes,

médias e pequenas indústrias, favelas, conjuntos habitacionais,

lojas comerciais, vias públicas e outras formas de ocupação

urbana. Músicas, festas, hábitos

e costumes populares caracte-rizadoras do dia a dia e o modo

de ser típico das populações trabalhadoras leopoldinenses

estão sendo esquecidos.

(SANTOS,2002, pag.107). A humanidade que toma consciência a cada dia da unida-

de dos valores humanos, consi-dera- as obras monumentais

dos povos - como um patrimô-nio comum e, face às gerações

futuras se reconhece solidaria-mente responsável pela sua

preservação. O patrimônio de uma nação- ou de um lugar é

constituído de testemunhos, grandes ou pequenos. Nossa

responsabilidade é saber reco-

nhecê-los em sua autenticidade, mas também preservá-los para

as futuras gerações.

(HARTOG,2006:269).•

“As novas

gerações locais

formadas em

uma cultura

consumista e de

massa

desconhecem as

antigas práticas

cotidianas”

Página 4

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1.Definição de bairros dada pela Coleção de Estudos da Cidade do Rio de Janeiro,e fundamentada a partir de consulta ao Censo do IBGE 2000 e ao

Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro. CUNHA,Marize e LAVAL,Vicente.Conhecendo a Região da Leopoldina:algumas iniciativas sociais.FIOCRUZ/CEPEL,Rio de Janeiro:1999.Série Cader-

nos de Assessoria Popular

HARTOG,François.Tempo e Patrimônio.VARIA HISTÓRIA,Belo Horizonte, vol.22,nº 36,jul/Dez,2006.

MAYOL,Pierre.Morar.Michel de Certeau et al.A invenção do cotidiano:2.Morar,Cozinhar.RJ:Vozes,1996,p.35-185

MOTTA,Márcia Maria Menendes.História e Memórias.IN:História-Pensar e Fazer.RJ:LDF,UFF,1998.

NORA,Pierre.Entre Memória e História.A problemática dos lugares.Projeto História:São Paulo,nº 10,dez.1993

POLLAk,Michael. Memória e Identidade Social. IN: Estudos Históricos, Rio de Janeiro,vol.5 nº 10,1992. SANTOS,Joaquim Justino dos.História do Lugar:um método de ensino e pesquisa para as escolas de nível médio e fundamen-

tal.História,Ciências,Saúde .vol.9(1):105-24-jan-abril 2002

_______________________

Rubenita Vieira –Mestre em História Social do Brasil-Professora do Curso de História da UNISUAM

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LEOPOLDINA : O RESGATE DA SUA IDENTIDADE

*Verônica L. e Silva___

O desenvolvimento da região da Leopoldina se deveu muito pela

importância econômica de suas Freguesias, de seus rios e particu-

larmente do Porto de Inhaúma,

responsável pelo transbordo de produtos agrícolas entre os Enge-

nhos da região e o Porto Carioca. Procuraremos mostrar neste

artigo como esta região se tornou importante para o abastecimento

da cidade do Rio de Janeiro, pois acreditamos que não podemos

falar de seu desenvolvimento sem pensar nos meios de transportes

e nas micro relações econômicas,

políticas e sociais que permitiram que a mesma pudesse contribuir

de alguma forma para o cresci-mento econômico e urbano desta

cidade .É nosso objetivo mostrar a questão desde a criação do refe-

rido porto até o surgimento do subúrbio da Leopoldina em fins

dos séculos XIX e inicio do XX com a criação da Estrada de Ferro da

Leopoldina em 1886, marco impor-tante para o crescimento urbano

do Rio de Janeiro e conseqüente-

mente transformador da estrutura fundiária nas consideradas até

aquela época como Freguesias Rurais, que aos poucos foram

sendo fragmentadas e cedendo lugar às pequenas propriedades.

A importância histórica desta região remonta à abertura

de caminhos, aos rios navegáveis e particularmente á criação do

Porto de Inhaúma no século

XVI, logo após a concessão destas terras aos Jesuítas pelo

então Provedor Cristovão de Barros. Segundo Dias da Cruz,

no Almanaque Suburbano, os

Jesuítas rasgando a floresta abriram três caminhos dentro

da cidade: um, passando por Bonsucesso que ligava o Porto

Carioca à Santa Cruz, posteri-ormente conhecida como Estra-

da Real, hoje Avenida Dom Hel-der Câmara. Um segundo para a

Rua Matacavalos, hoje Rua do Riachuelo até o Engenho Velho

(atual bairro de São Francisco

Xavier). E finalmente um tercei-ro, do Castelo para o Flamengo

e Botafogo indo até a atual Lagoa Rodrigo de Freitas. Esses

caminhos permitiam a comuni-cação de suas sesmarias com o

centro do Rio de Janeiro, por onde eram escoadas toda a

produção de açúcar, aguarden-te, gêneros alimentícios em

geral assim como tijolos e ma-deiras provenientes dos Enge-

nhos, que se faziam chegar a

pé ou a cavalos ou ainda pelos inúmeros rios que cortavam

essas regiões, onde eram transportados por canoas,

barcos e barcaças até o Porto de Inhaúma e deste para o Por-

to Carioca. Servia também este Porto de comunicação com as

varias ilhas existentes na Baia da Guanabara, Interligando-se

aos portos do Caju, São Cristovão,

porto de Maria Angu e Irajá, sendo responsável não só pelo transpor-

te de produtos agrícolas mas tam-bém pelo de passageiros das pe-

quenas propriedades e granjas

localizadas em torno da Enseada de Inhaúma assim com no interior

das freguesias. ―Inhaúma foi uma grande zona agrícola, das primei-ras estabelecidas nas terras suburbanas. Iniciou-se sua história em 1687‖. (Almanaque suburbano, ano I nº I, p.50, 1941)

Hoje, observando o final da Avenida Maxwell e seu cruza-

mento com a Rua Praia de Inhaúma na atual comunidade da Maré já

não é mais possível encontrar

vestígios do que outrora fora o Porto de Inhaúma. Criado ainda no

século XVI, este Porto teve sua importância econômica para o

abastecimento da cidade do Rio de Janeiro durante o ciclo do açúcar,

do ouro e do café, sendo funda-mental para o desenvolvimento do

subúrbio da Leopoldina tal qual a conhecemos hoje. Os transportes

hidroviários e terrestres existen-

tes nos séculos XVI, XVII e XVIII, foram sendo substituídos ao longo

do século XIX e XX pelas ferrovias mais rápidas e seguras, diminuindo

gradativamente a importância deste porto na região. Então, pas-

sou a abrigar a colônia de pesca-dores Z 6 no fim do século XX, e

posteriormente desaparecendo

“Esses caminhos

permitiam a

comunicação de

suas sesmarias

com o centro do Rio

de Janeiro, por

onde eram escoada

toda a produção de

açúcar”

Página 5

“A memória, onde cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir o

presente e o futuro.” (LE GOFF, 1994, p.477)..

“É de concluir-se que Inhaúma teria sido uma aldeia de Tamoios, pelo que se chamará antes

“Tapéra”,aliás, figurando, assim, na carta de sesma-

ria concedida a jesuítas, em 1555,por Estácio de Sá, - “cem braças ao longo do mar e mil pela terra a den-

tro da tapera de Inhaúma”. Havia vários portos. Nas

cartas se vêm, no litoral, o nome da grande freguesia varias vezes repetido :”Porto de Inhaúma ”,Saco de

Inhaúma ”,Bonsucesso de Inhaúma”,etc. Para o mar,

logo os Jesuítas abriram caminhos. Seis anos depois, - o de freguesia, antes Inhaúma, e que passando por

Bonsucesso, ia ter ao porto principal. Outro rasgo na

floresta, - para a grande estrada que ia à cidade, - a de Santa Cruz. conservou esse caminho longos

anos”.(Almanaque Suburbano, ano I nº I,p.50,1941)

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por completo com os constan-

tes aterros em meados do sé-culo XX. Hoje, ele existe apenas

na memória de antigos morado-res da comunidade da Maré.

No século XVII o Rio de

Janeiro já era o porto mais importante da colônia. Uma das

primeiras transformações des-ta região ocorreu na crise do

açúcar brasileiro no mercado internacional uma vez que o

nosso produto não conseguia competir com o açúcar produzi-

do nas Antilhas pelos holande-ses a partir da metade do sécu-

lo referido(1ª grande crise). Para compensar os prejuízos,

as Fazendas desta região pas-

saram a investir na produção de café e quando este migra

para o vale do Paraíba ,as Fre-guesia Rurais, principalmente a

de Inhaúma por ser a Freguesia rural mais próxima do centro

passa a ser a responsável pelo abastecimento interno da cida-

de. No século XVIII o

Brasil dependia economicamen-

te do ouro das Minas Gerais. O Rio de Janeiro, por sua localiza-

ção geográfica e pela proximi-dade com as Minas torna-se em

1763 a capital da Colônia e resi-dência dos vice-reis, para maior

controle do ouro e dos diaman-tes .Durante o governo de Go-

mes Freire abre-se o Caminho novo (Antigo Caminho Re-

al),para ligar o Rio de Janeiro às cidades mineradoras. Assim,

com a abertura do ―caminho

novo‖, encurta-se a distância entre o Rio e as Minas Gerais,

aumentando dessa forma o escoamento e o abastecimento

deste minério no Porto Carioca, tornando este porto cada vez

mais importante a nível nacio-

nal. Ao longo desse caminho surgiram fazendas onde a pro-

dução de gêneros de subsistên-cia e mesmo de cana de açúcar

destinava-se ao abastecimento

da cidade e dos viajantes e suas tropas. A nova condição da

cidade do Rio de Janeiro como capital da Colônia provocou um

considerável aumento de pesso-as e negócios na cidade e

quando o ouro das minas entra em decadência, cresce no inte-

rior do Rio de Janeiro uma economia voltada para o mer-

cado interno, baseada na cria-ção de gado, na produção de

laticínios e de outros gêneros

como feijão, mandioca, madeira da mata atlântica, café, arroz,

feijão, frutas variadas.―A Fre-guesia de Inhaúma foi desmem-brada em 27 de janeiro de 1743.(SANTOS, p.80.). A partir do seu

desmembramento da freguesia de Irajá,torna-se a freguesia

rural mais próxima do centro do Rio passando a ser a responsá-

vel pelo abastecimento de gêne-

ros alimentícios para o merca-do interno e seu porto essencial

para o escoamento de produtos agropecuários. A abertura dos

portos em 28 de janeiro de 1808 às Nações Amigas proporcionou

não só o comercio com a Ingla-terra, de onde chegavam inú-

meros navios abarrotados de tecidos, porcelanas, fer-

ro ,chumbo, pólvora, mantei-ga ,mas também dos Estados

Unidos que forneciam trigo.

Posteriormente, os franceses enviavam jóias, mo-

veis ,medicamentos, relógios e principalmente objetos de moda

e toilletes. O porto carioca amplia sua rede portuária e

vários trapiches e pequenos

portos foram criados ao longo do mar de Inhaúma servindo de

entrepostos com o porto cario-ca, para atender o escoamento

da importação de produtos

europeus e o grande volume de produtos brasileiros para ex-

portação: café, algodão, fumo, milho, peças de couro e madei-

ras principalmente. Os trans-portes a partir dos portos do

interior da cidade, principal-mente o de Inhaúma, passaram

a garantir o suprimento de inúmeros produtos requeridos

pela nova Capital do Império. A partir de 1830 a 1840, com a

necessidade de escoamento da

produção de café desenvolvem-se as ferrovias na região su-

deste para atender a demanda de exportação deste produto.

Em 1886 inauguram-se as esta-ções ferroviárias de Amorim,

Bonsucesso, Ramos e Penha contribuindo para o desenvolvi-

mento econômico e industrial, principalmente no atual bairro

de Bonsucesso. Para Mauricio

de Abreu foi a região comercial mais próspera nesse período.

Até cerca de 1870, a Freguesia de Inhaúma manteve seu

caráter rural, mas já possuía núcleos suburbanos

importantes. Dois deles se destacaram como estratégicos

para o crescimento de toda a região: Inhaúma, por causa do

florescente porto criado ainda no século XVI e Bonsucesso.•

O PORTO DE INHAÚMA

Bbliografia do artigo

Revista O Almanaque Suburbano IHGB

http://www.portosrio.gov.br/node/4

SANTOS,JJ, Contribuição ao estudo da história

do subúrbio do Rio de Janeiro: as freguesias de

Inhaúma e Irajá, FRIDMAN,Fama. Os donos do Rio

em nome do Rei: uma história fundiária do Rio de

Janeiro:2ªEd.Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed.

Giramond,1999. FAZENDA,José Vieira. Antiqualhas

e Memórias do Rio de Janeiro.Revista do

IHGB.Série Coisas do outro tempo.(1904) 28 de

abril de 1874/1917. Berger,Paulo. Dicionário das

Ruas do Rio de Janeiro. I e II Regiões

Administrativas – Centro. Rio de Janeiro: Gráfica

Olímpia. Editora, 1974. Santos,Francisco Agenor

de Noronha.As Freguesias do Rio Antigo.Vistas

por Noronha Santos.Rio de Janeiro:O Cruzeiro

1965. Barreiros,Eduardo Canabrava,Atlas da

Evolução Urbana do Rio de Janeiro. Rio de

Janeiro:IHGB,Ensaio.1565-1965.prancha 5.p.10.

Almanaque Administrativo, Mercantil e industrial

do Rio de Janeiro (Almanaque Laemmert).Anos

1848 – 1861. http://www.crl.edu/content/

almanak2.htm. Arquivo Nacional. Livro de

Registro de Terras da Freguesia de São Tiago de

Inhaúma 1855-1861.Fundo/Coleção: Registro de

Terras – Corte de Apelação.Seção de Guarda:

CODES; Cód. de Fundo 20. LE GOFF, Jacques

―Memória‖.In: Historia e Memória. Campinas:

Ed.UNICAMP,1994.P.477. O Porto de

Inhaúma.Artigo José Vicente Falcão. Relação

das sesmarias da capitania do rio de janeiro.

Livro das sesmarias e Registros do Cartório do

tabelião Antonio Teixeira de Carvalho, de 1565 a

1796 In: Revista do IHGB, vol.63,p93-153.E

Vol.264,p.331-53 jul/set.1964.CAVALCANTI, Nireu,

O Rio de Janeiro Setecentista: A vida e a

construção da cidade da invasão francesa até a

chegada da corte, Rio de Janeiro, Jorge

Zahar.Ed.2004.

Página 6

―essas freguesias pouco mudaram sua forma-aparência continuando a ter um caráter rural e pouco cresceram em popu-lação muitas tinham inten-sa atividade econômica como atestam a instalação de olarias e curtumes em Inhaúma e os pequenos portos de transbordo de mercadorias‖.(SANTOS,

2008,ps.46,50).

Pequena faixa de terra na Baía

de Guanabara, onde o mar desagua-

va formando o porto de Maria angu

Verônica Lima e Silva. Aluna do curso

De História da Unisuam

*Cintia Rodrigues _

O bairro da Penha foi criado

oficialmente em 22 de julho de

1919. Entretanto, as festividades

em torno da Igreja já existiam

no calendário religioso desde o

período colonial, quando a pro-

priedade daquelas terras ainda

era do capitão Baltazar Abreu

Cardoso. Ele tem uma origem

lendária: numa tarde no ano de

1635, enquanto retornava à sua

fazenda, foi surpreendido no

caminho por uma serpente. Este

ficara sem ação perante o

ataque repentino da cobra.

Percebendo que iria sofrer um

bote fulminante, clamou pela

Virgem, mãe de Deus. Como por

milagre, a serpente foi mordida

por um grande lagarto que

aparecera na mata. E assim,

Baltazar saiu são e salvo, e não

esqueceu a sua dívida com a

Santa. Próximo à sua fazenda

havia um penhasco que se er-

guia setenta metros acima do

nível do mar, onde existia um

singelo santuário de Nossa

Senhora do Rosário, e foi neste

local que o capitão ordenou que

fosse construída uma ermida

em intenção de Nossa Senhora

da Penha da França. Essa

construção data de 1655. Em

1728 foi criada a Irmandade de

Nossa Senhora da Penha para

cuidar da ermida que vinha se

tornando uma igreja. Essa Irm-

andade era também re-

sponsável pelo atendimento aos

romeiros e cuidava da festa

anual da santa, que inicialmente

ocorria na data de oito de

setembro, dia da Virgem. Mais

tarde, a festa passou a ocorrer

no mês de outubro. A

Festa da Penha era um

evento religioso de

grande importância no

contexto da cidade do

Rio de Janeiro e a sua

realização causava,

nos primeiros anos da

República no Brasil,

um grande descontentamento nas

elites sociais da época, pois reunia

num mesmo espaço, a grande

massa da população considerada

desordeira, e os abastados de

boas famílias. A festa era de

tradição portuguesa e possuía

como seu maior público os portu-

gueses, com suas romarias e

representações culturais tais

c o m o m ú s i c a , c o m i d a s ,

jogos ,barraquinhas e cerimônias

religiosas. O evento era organiza-

do pela comissão de festejos da

Irmandade da Penha e tinha como

rituais a missa solene e o espe-

táculo do cumprimento de

promessas que se traduzia em

subir os 365 degraus que levam

ao santuário. Com o passar dos

anos, a festa se popularizou e na

metade do século XIX já contava

com a presença maciça de negros.

Em 1728 foi criada a

Irmandade de Nossa

Senhora da Penha

para cuidar da

ermida que vinha se

tornando uma

igreja.

Página 7 6º edição

FESTA DA PENHA: LOCAL DE COMUNICAÇÃO

ENTRE CLASSES DISTINTAS

Escadaria da Igreja da

Penha

Com isso, o

ritual festivo

começou a se

modificar e

assumir cos-

tumes diferentes, somando-se

as rodas de samba, as batuca-

das, danças, capoeiristas e

também as barracas montadas

pelas chamadas tias (negras

baianas) que passavam a com-

por essa festividade. Na festa

da Penha, as barracas das tias

eram consideradas ponto de

encontro e de identidade cultur-

al. ―Nos nomes das barracas

fica evidente a ideia de

―espacialização‖: Gruta do

Pedaço, Reino da África, Sultana

da Bahia, Flor da Cidade Nova,

Cabana do Pai Tomás‖ (Velloso,

1990). Vivenciava-se simboli-

camente a trajetória espacial

da cultura negra. A festa abriria

uma oportunidade inédita de

socialização entre classes so-

ciais totalmente distintas, num

espaço mais informal. É possível

verificar que, na cidade do Rio

de Janeiro, a cultura podia ter

um papel agregador e ao mes-

mo tempo ser um canal de

comunicação. As rodas de sam-

ba e capoeira, nas festas da

Igreja da Penha tornaram-se

cada vez mais atraentes e iam

reunindo mais simpatizantes.

Contudo, a imprensa da época

atribuía a esses rituais o estig-

ma de ―batuques sertanejos‖ e

―samba quilombado‖. A festa

evoluía para grandes bebedei-

ras, uma orgia campestre, na

expressão de Raul Pompéia,

com muita música, misturando-

se ritmos portugueses, brasilei-

ros e africanos: o fado, o sam-

ba, a tirana, a caninha-verde.

Era comum ocorrer conflito

entre as forças policiais e do

Exército, pois policiar a festa

era quase uma operação de

guerra.(CARVALHO,1987). Toda

essa desordem incomodava a

atmosfera cosmopolita que

pairava sobre a cidade que

neste momento precisava de

estética e embelezamento devi-

do à sua condição de capital da

nova República, pois não era

fácil calar os costumes e fes-

tejos que ocorriam no meio

urbano. O objetivo do governo

nesse período era justamente,

mostrar que o Brasil era um

país civilizado e europeizado, e

esta civilidade não incluía a

grande maioria da população

carioca. Para que a cidade do

Rio de Janeiro se tornasse uma

vitrine da modernidade, era

necessário acabar com a

tradição que envergonhava o

país. As elites davam importân-

cia somente aos ideais de com-

portamento e civilização

franceses. Para alguns litera-

tos da época como Olavo Bilac,

a festa era qualificada de bar-

bara, mas despertava a curio-

sidade por parte daqueles que

defendiam a civilidade. Era

possível desarticular a rigidez

da segregação social que mui-

tos desejavam conservar. Ape-

sar dos problemas que ocorri-

am durante a festa da Penha e

da constante repressão policial

que esta sofria, a cada ano mais

pessoas eram atraídas para o

evento. Para o cronista Bilac a

festa perdeu o seu sentido re-

ligioso: a santa era apenas uma

desculpa para a prática da

desordem e das orgias. Na sua

visão, a festividade era algo

barulhento, sujo, atrasado e

bárbaro não havendo mais es-

paço para trabalhadores negros

e mestiços ou portugueses e

seus descendentes.•

“Para que a cidade

do Rio de Janeiro se

tornasse uma

vitrine da

modernidade, era

necessário acabar

com a tradição que

envergonhava o

país.“

Página 8 FESTA DA PENHA: LOCAL DE COMUNICAÇÃO ENTRE

CLASSES DISTINTAS

muitos sambistas e grupos

musicais continuavam a fre-

quentar o local. Dentre os par-

ticipantes das comemorações,

podemos destacar artistas da

música popular como Sinhô,

Heitor dos Prazeres, Donga,

Pixinguinha e João da Baiana.

Nos dias atuais, em virtude dos

graves problemas sociais e a

intervenção do Estado na

região onde a igreja está in-

serida, as festas populares

ficaram ofuscadas.•

Dizia que eles

haviam ficado no passado, no

tempo colonial e que era

necessário proibir a escan-

dalosa e selvagem romaria. Em

1918, o padre José Maria Mar-

tins Alves da Rocha, conser-

vador, tornou-se capelão da

Irmandade. Este resolveu re-

tirar o caráter popular da festa,

pois considerava que os sambas

e as batucadas transformavam

a religiosidade em orgia. Entre-

tanto, apesar das proibições,

Permanecem, contudo, as

festas religiosas, missas e

procissões no mês de outubro,

onde ainda é possível ver os

fiéis pagando promessas e

subindo de joelhos a grande

escadaria do santuário.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CARVALHO, José Murilo de. Os

Bestializados: o Rio de Janeiro

e a República que não foi. 3. ed.

São Paulo: Companhia das Let-

ras,1987. VELLOSO, Mônica Pimenta.

―As tias baianas tomam conta do

pedaço: Espaço e identidade cul-

tural no Rio de Janeiro.” In: Estu-

dos Históricos. Rio de Janeiro, 1990.

SOUZA, Luana Mayer de. ―A tradição

na modernidade: a Festa da Penha

pelas letras de Olavo Bilac.” In XIV

Encontro Regional da ANPUH-RIO.

Julho de 2010.

www.museudapessoa.net/sescrio/

artigos_penha.shtml

* Cíntia Rodrigues F. Ferreira é

aluna do 6º período de História da

UNISUAM.

FESTA DA PENHA: LOCAL DE COMUNICAÇÃO

ENTRE CLASSES DISTINTAS

Igreja Nossa Senhora da Penha

CENTRO

UNIVERSITÁRIO

AUGUSTO MOTTA

Expediente

JORNAL O ARAUTO LEOPOLDINENSE - Nº 6 / Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM / Curso de Graduação em

História / Coordenador: Profª Drª Adriana Patrícia Ronco/ Oficina de História e Memória da Região Leopoldina /

Coordenador do projeto: Profª Mrs Rubenita Vieira / Edição Visual: Rosilene Ricardo / /Diagramação:Rosilene Ricardo.

Alunos colaboradores: Cíntia Rodrigues F.Ferreira e Verônica Lima e Silva / site:historiaunisuam.wordpress.com

Distribuição Gratuita / Tiragem 2000 Exemplares / Edição Semestral — Ano 2011

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