O ANTIIMPERIALISMO

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    O ANTIIMPERIALISMO, ASPOLTICAS

    DA SOCIEDADE CIVIL ENOSSAS TAREFAS

    TKP/ML (Partido Comunista da Turquia/Marxista-Leninista)

    1. O que entendemos por lutaantiimperialista?

    O capitalismo um sistema mundial e o imperialismo podeser descrito como o ltimo estgio do capitalismo, ou dodomnio do capital financeiro, ou mais ainda do capitalismomonopolista. Como pode ser entendido por esta definio,

    toda luta antiimperialista consistente implica em lutaanticapitalista em seu sentido geral.

    Lutar contra o imperialismo parte de nossa luta pelarevoluo de nova democracia. Por causa da existncia dosemifeudalismo e do semicolonialismo em nosso pas,nosso programa mnimo de revoluo a revoluo de novademocracia. O primeiro dever dessa revoluo o deresolver as contradies de natureza antifeudal eantiimperialista. Este dever requer que lutemos e

    derrotemos trs grandes inimigos em nosso pas.Este dever tambm requer que expulsemos o imperialismode nosso pas e acabemos com a hegemonia dos burguesescompradores e dos grandes latifundirios. Este o objetivo principal de nossa luta antiimperialista. Na poca doimperialismo e das revolues proletrias, os objetivosconcretos e o estilo da luta antiimperialista em pasessemifeudais e semicoloniais no so os mesmos dos pasescapitalistas avanados. A razo para isto a lei imutvel do

    capitalismo que coloca os pases em diferentes estgioseconmicos, sociais e de desenvolvimento.

    Consequentemente os pases atravessam diferentesrevolues e perodos histricos.

    Nos pases capitalistas avanados a luta antiimperialista diretamente anticapitalista, enfrentando os burguesesmonopolistas e visando uma revoluo socialista. Todavia,nos pases semicoloniais e semifeudais, a lutaantiimperialista visa uma revoluo de nova democraciaque acaba com a hegemonia do burgus comprador e dosgrandes latifundirios.

    Embora seus contextos histricos sejam diferentes, essasduas revolues so componentes da revoluo socialistamundial e visam estabelecer a ditadura do proletariado. Arevoluo socialista, estabelecendo a ditadura do proletariado, direta e suas alianas so estreitas. Arevoluo de nova

    democracia, estabelecendo a ditadura do proletariado, indireta e suas alianas so mais amplas. Embora suasmaneiras de suceder sejam diferentes, ambas visam o fimda opresso de classe feita pela burguesia, criam ahegemonia do proletariado e a sociedade sem explorao declasse, e, finalmente, o comunismo.

    No mundo de hoje, aqueles que fazem a luta real contra oimperialismo e persistem em faz-la so as organizaescomunistas que aspiram atingir o comunismo para destruiro poder poltico das classes reacionrias, mudar a sociedadeeconomicamente de forma revolucionria, e realizar arevoluo de nova democracia com a perspectiva dosocialismo.

    As foras nacionalistas pequeno-burguesas que fazem aslutas de libertao social e nacional contra o imperialismo eseus lacaios so antiimperialistas e revolucionrias. Masseu entendimento de ser antiimperialistas limitado eestreito. Essas foras podem causar danos srios

    hegemonia imperialista e podem conseguir importantessucessos. Podem at realizar uma revoluo nacionalista

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    pequeno-burguesa. Mas no podem levar a revoluo,realizada por eles, a um estgio de terminar com adominao da burguesia por causa de sua ausncia decaracterstica e de ideologia proletrias.

    Da experincia anterior ns aprendemos que essesmovimentos em um certo estgio de progresso encontramum lugar dentro do sistema capitalista imperialista e seintegram a ele. No entanto, j que mantm sua naturezarevolucionria, essas foras so nossas aliadas maisprximas na luta antiimperialista revolucionria.

    Se elas no lutam contra o imperialismo e seus lacaios, emuma via revolucionria, visando o poder poltico, se noatacam o corao do problema e no criam alianas com asforas revolucionrias, ento no importa quais benefciossuas atividades tragam - elas no podem ser consideradasantiimperialistas.

    A fonte de todo e qualquer tipo de explorao, crueldade,pobreza e injustia o sistema imperialista-capitalista e osproprietrios desse sistema reacionrio que so a burguesiaimperialista e seus colaboradores e lacaios. Portanto, no possvel se ter liberdade, paz e solidariedade verdadeirassem acabar com a hegemonia econmica, social,ideolgica, poltica, cultural e militar desse poderreacionrio, destruindo o Estado, e criando a ditadura dosexplorados e oprimidos.

    Hoje em dia, h outras organizaes que tentam se mostrarcomo antiimperialistas e democrticas exercendo muitasatividades. Mas em nossa opinio, os critrios para serantiimperialistas so: apoiar e dar como vlidas as lutasrevolucionrias dos movimentos sociais e nacionais delibertao, observando a fonte dos problemas econmicos esociais, e levando todas essas questes para os nveisdemocrticos a partir do ponto de vista de se avanar a lutade classes.

    2. Conceitos de Sociedade Civil e sua importnciapara o burgus

    Ns j mencionamos nossa perspectiva geral. Agoraanalisaremos em detalhe aquelas organizaes e sua polticas que cresceram globalmente, tais como: osambientalistas, antisexistas e organizaes pacifistas. Estas

    organizaes so as contra a guerra e instituies como aOTAN, FMI, BM, OMC, MAI, MIGA, G-8, UE, APEC eNAFTA.

    Com a restaurao do capitalismo na URSS, depois do 20 o

    Congresso do Partido Sovitico, em 1956, e na China eAlbnia, depois da morte de Mao, em 1976, as teoriasrevisionistas modernas ganharam o poder.Consequentemente, a crise econmica dentro do sistemaimperialista se aprofundou e seus ataques contra as classes

    trabalhadoras se intensificaram.Com o aumento do revisionismo moderno e aintensificao dos ataques ideolgicos pelos neoliberais,houve um crescimento de idias tais como: a classeoperria perdeu seu papel revolucionrio histrico, acolaborao de classes substituiu a luta de classes e a lutapor uma sociedade sem classes e sem explorao perdeusua viabilidade.

    Obviamente, esses ataques so compreensveis. Mas nesteartigo ns nos concentraremos nos ataques ideolgicos viaONGs que so tambm parte importante dos ataques feitospelos neoliberais. Comearemos mencionando os nomes eatividades de tais organizaes na ltima dcada em todo omundo. Sua presena aumentou muito atravs de umaenorme gama de grupos. Cabe a ns denunciar a naturezareal dessas organizaes.

    Os comunistas esto cientes de que necessitam se organizarat dentro das organizaes mais reacionrias. Isto nosignifica que essas organizaes no so parte do sistemareacionrio. Devemos distinguir entre essas duas

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    afirmativas. Primeiramente, nem todas as ONGs, em nossaopinio, esto contra a revoluo. Elas contm pessoas progressistas e democrticas que acreditam na luta declasses e ajudam a implement-la. No entendermos essadiferena s pode ser explicado por uma ingenuidadepoltica. Ns entendemos essa diferena e estamos cientesdessa realidade.

    Quando os comunistas e revolucionrios tratam essasorganizaes com a perspectiva de fazer avanar a luta declasses e se beneficiam delas habilidosamente, e se essasorganizaes so usadas da maneira acima mencionada,elas podem oferecer certas contribuies na formao deuma oposio de massa ao sistema e s classes reacionrias,mobilizando o povo dentro de uma estrutura dos prprios problemas populares. Se tomarmos essa perspectiva declasse, veremos que essas contribuies podero sercanalizadas de uma maneira contundente para dentro daluta pelo poder poltico. Portanto, ns acreditamos que oscomunistas devero se estabelecer dentro dessas espcies deorganizaes.

    Ns no impomos s ONGs, ou a quaisquer outrasorganizaes democrticas, (embora possam estar prximasdo movimento revolucionrio) liderar a luta de classes ourealizar a luta pelo poder poltico. Aqueles que tm umentendimento contrrio ao do exposto acima, nocompreendem totalmente a luta pelo poder poltico ou osinstrumentos que conduzem essa luta, e, mais importanteainda, eles no entendem o papel da liderana do PartidoProletrio. Para ns seria suficiente dizer que, com respeito luta de classe, ns tratamos cada instrumento apenas deacordo com os deveres e responsabilidade com o qual secomprometem.

    A questo que consideramos nesta parte : a importnciadas ONGs e o conceito de sociedade civil para a burguesiae o papel poltico e ideolgico que a burguesia quer que

    esses tipos de organizao joguem. A direo a ser tomadasobre esta questo de como a burguesia encarrega as

    ONGs de enfraquecer a luta da classe operria, comodestruir e dividir a solidariedade da classe operria esolapar o movimento revolucionrio. Em outras palavras, oconceito de sociedade civil fortalece a teoria e a prtica dacolaborao de classes ao invs de revelar que h umantagonismo inerente entre as classes.

    Nosso foco aqui no se os comunistas e revolucionriosesto organizados dentro dessas espcies de organizaes,nem se essas organizaes realizam aes para proveito darevoluo, mas denunciar a misso que o imperialismocoloca nessas organizaes para combater a luta de classes.Por causa disto nosso objetivo de no falar sobre cadaONG individualmente, mas denunciar algumas ONGsfamosas quando for apropriado faz-lo.

    Neste campo haver muitos perigos e armadilhas esperando pelos comunistas e revolucionrios. A menos quedecifremos a face real dessas espcies de movimentos e amisso que a burguesia coloca sobre seus ombros, e amenos que ns tambm denunciemos o objetivo das aesrealizadas por eles, poderemos enfrentar muitasdificuldades no futuro. Estamos cientes de que estamosenfrentando no momento uma onda de liqidacionistas e dereformistas que se fortalecem de uma forma cada vez maisdissimulada.

    Se as ONGs tm uma forte influncia no pas, algumasexcees parte, isto significar que as foras comunistas erevolucionrias so fracas, considerando que os reformistasso fortes e a luta de classes, visando o poder poltico, estaqum do movimento da sociedade civil que trabalha comos problemas sociais.

    Inicialmente, esta avaliao para alguns ser errada ou norefletir a realidade. Todavia, quando os desdobramentosque acontecem naqueles pases so considerados atravs daperspectiva de luta de classes, podemos entender que essa

    avaliao geral de fato correta.

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    Todas as classes reacionrias e a burguesia imperialistautilizam polticas e mtodos sem precedentes a fim decontinuar sua dominao que baseada na explorao,opresso e com o objetivo de dividir e dispersar os inimigosde classe. Elas realizam seus desejos atravs de agentesideolgicos que existem dentro das fileiras revolucionriase atravs do conceito de sociedade civil, e tambm atravsdo modismo que tenta rever o Marxismo-leninismo-maoismo (MLM). Atravs de uma propaganda ideolgicaforte e comum ele cria confuso e dano ideolgico noapenas entre os operrios e massas oprimidas, mas tambmentre as foras revolucionrias.

    O princpio bsico da mentalidade da ONG : as ONGs noexplicam a sociedade de acordo com o modo de produo ea partir do ponto de vista econmico. Em outras palavras,elas tentam reconciliar a contradio entre a burguesia e o proletariado sob a hegemonia da burguesia e tentamdesviar-se do objetivo da luta de classes da classetrabalhadora usando poderes que no pretendem mudar osistema.

    A mentalidade das ONGs no quer perturbar a hegemoniadas classes dominantes, mas pretende pacificar a luta daclasse operria. Desta forma elas querem mostrar que noh alternativa ao sistema capitalista imperialista. A teoria daclasse mdia manter a classe operria como escrava daditadura burguesa, mais do que reconcili-las. Essa a

    armadilha maior e mais perigosa de todas.

    O dano dos ataques ideolgicos ficar muito mais terrvelespecialmente quando o movimento comunista erevolucionrio estiver fraco. Haver confuso entre osmovimentos revolucionrios sobre o papel histrico daclasse operria, na teoria e na prtica das conquistasrevolucionrias, na crena e confiana em relao aossocialistas e comunistas, na determinao e na certeza derealizar a luta revolucionria, na necessidade de organizar

    ilegalmente e de destruir inevitavelmente o sistema dealianas e a questo do Estado e da revoluo.

    A poltica da ONG assumir importantes tarefas duranteesse tempo. E quais so elas? Para conseguir os objetivosacima mencionados e fazer sua armadilha mais eficaz,essas tarefas se constituiro em despir os problemaseconmicos e sociais de sua perspectiva de classe, e colocara luta social nos limites aceitveis pela burguesia,destruindo a unidade e a fora de organizao da classeoperria, transformando a luta pelo poder poltico em ummovimento social, pacificando a luta radical revolucionriae tentando coloc-la dentro do sistema, e, finalmente,limitando a luta social para que seja aceita pela burguesia.

    As ONGs so ps-modernistas e ps-capitalistas. Dizemque a contradio inerente entre as classes est resolvida e aluta de classes do povo oprimido e da classe operria jacabou. Em vez disto, o que importante para elas a lutadentro do sistema feita pelos nacionalistas, ambientalistas,antisexistas, pacifistas, etc.

    O Manifesto Comunista diz que A histria de todasociedade at agora tem sido a histria da luta de classese isso se ope completamente ao acima exposto a partir deum princpio e de um aspecto objetivo, universal ecientfico. Isto se choca com os fundamentos cientficos eobjetivos da anlise de classe do MLM e sob esta condioa poltica que est apoiada nos fundamentos de classe estperdendo sua objetividade, o que significa que, em vez deuma identidade classista, poltica e ideolgica, ela defende

    a luta burguesa econmico-social pacifista nosfundamentos sociais que no se remetem fonte eidentidade.

    Os idelogos neoliberais da classe mdia, os professoresda Terceira via baseiam seus pontos de vista (em geral)no seguinte:

    Quando a sociedade civil (sociedade que no est ligadaao modo de produo e que no tem uma base econmica)

    se expandir, o Estado diminuir ou se restringir. Quando

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    o Estado se tornar restrito a sociedade civil expandir edessa forma a democracia se aprofundar.

    O antagonismo inerente entre as classes foi resolvido, eisto significar que a solidariedade que depende dasclasses dever ser removida. Como a sociedade foimontada em indivduos, todos esto vivendo no eixo doindividualismo. Portanto vrias preocupaes e interessesdo individual devero ser centralizadas. Os Partidos agoradevero deixar de ser representantes das classes sociais, aslinhas e princpios que separam as polticas de direita eesquerda devero ser indefinidas e ficar mais individuais. Desta forma a estabilidade ser criada na sociedade(capitalista, semifeudal). A democracia imaginativa noserve sociedade de hoje. Em vez disto deveria haver ummovimento para a democracia participativa (participaode grupos individualistas reacionrios). As polticaspartidrias devero ser abandonadas ...

    Este projeto serve ideologia neoliberal e poltica daburguesia imperialista. Ele visa alienar a classe operria eos trabalhadores de sua identidade classista-ideolgica,desviando-os da luta de classes, despolitizando-os emantendo-os longe do poderoso instrumento que retiraria asclasses reacionrias do poder, que o partido comunista.Embora este projeto elimine a democracia social e oreformismo, via agentes ideolgicos dentro das massasrevolucionrias, ele tambm a propaga como se preservasse

    os interesses de classe da fronteira trabalhista, e como se ademocracia, que apenas uma forma de dominao declasse da burguesia, se desenvolvesse em favor dostrabalhadores e em oposio burguesia.

    O entendimento de sociedade civil nunca constituiu um perigo para as classes reacionrias e para o aparato derepresso de sua classe dominante, o Estado. Ao contrrio,ele as alivia e lhes permite remendar e desenvolver seusaspectos mais bvios. Isto fica esclarecido ao nos

    remetermos a dois jornalistas e escritores como os porta-vozes das classes reacionrias de nosso pas. O primeiro

    exemplo o sr. Koen, em sua coluna no Milliyet, de 11 denovembro de 99, em que ele chama a ateno do Estadosobre as ONGs e diz:

    Entre as ONGs deve haver aquelas que se opem aalgumas questes polticas da Turquia e outras que tmoutras tendncias (mesmo as que concordam com oEstado). Mas isto no razo para nos posicionarmoscontra essas instituies.

    ... Recentemente viu-se em uma conferncia em Istambulque a maioria das ONGs turcas e estrangeiras soinstituies respeitveis que trabalham a favor da Turquiae merecem ser levadas a srio.

    O segundo exemplo est em nome de muitos representantesde ONGs e o documento A sociedade democrticaconvoca, escrito por A.Taner Kislali. Nesta convocaoKislali luta para conquistar as massas novamente para oEstado turco. Ele conclama todas as ONGs para salvarem oEstado fascista. Propositalmente ele distorce o centroideolgico-classista dos Estados e seu papel como ummediador que oprime ao dizer o seguinte:

    A secular repblica democrtica est sob ameaa. .... e aorganizao estatal est lutando contra esta situaocriada pelos mais degenerados partidos polticos que surgiram na sociedade, e a desesperana est seespalhando entre as massas , tornando-se a causa dodilema.

    A esperana em meio a esses quadro negativo ocrescente nmero de organizaes da sociedade civil,resultantes da falta de esperana no Estado e nos partidospolticos. ..... o Estado perdeu sua imparcialidade e est,hoje em dia, longe de ser o Estado de todos.

    ...para o bem-estar da sociedade e a preparao do pas

    para o sculo 21, o Estado deveria livrar-se dessadoena ..... o Estado no nem santo nem um elemento

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    ideolgico. apenas uma tentativa para se alcanar umasociedade equilibrada, saudvel e pacfica.

    O conceito e projeto da ONG exterioriza o ponto de vistaclassista-ideolgico, produz polticas sob o comando dasclasses reacionrias, ganha vrias foras sociais necessriaspara o sistema capitalista e pretende desviar a reao dasmassas e atir-las no poo sem fundo da sociedade civil.Sua afirmao de que a sociedade e a classe operria foramatomizadas leva concluso de que a poltica baseada nasclasses no mais vlida. Tudo isto quer significar a perenidade do sistema capitalista e da escravidoassalariada. Em referncia a isto o mestre, camarada Lnin,afirma que eles lutam para colocar tudo sob o comandodo imperialismo e para tudo estar em harmonia com ele, ea fim de se concretizar isso a partir da via reformista.

    O projeto objetiva a reestruturao do capitalismo semtocar em suas bases e remendar seus lados gastos eexpostos, escondendo das massas o ncleo classista da burguesia. A burguesia, propsito, visa reestruturar apoltica atravs de argumentos da sociedade civil. Destaforma, ela quer revisar, sob sua prpria soberania, asclasses sociais, iniciando primeiramente com a classetrabalhadora. Isto porque o conceito de sociedade civil primariamente o projeto de integrar a sociedade no aparatoestatal reacionrio e reconciliar todas as classestrabalhadoras na base da escravido assalariada. por

    causa disto que ela no toca nas bases do Estado daburguesia e da noo de propriedade privada dos meios de produo. Faz exatamente o contrrio, mudaconstantemente sua aparncia para abeno-la.

    O objetivo aqui, de um lado, o de apresentar a luta declasses como desnecessria, que visa destruir o sistemacapitalista-imperialista, na realidade estabelecido sobre aexplorao e tirania de um Estado reacionrio. Por outrolado, o objetivo destruir o papel revolucionrio da classe

    operria. Esta exatamente a armadilha da ideologia da

    classe mdia, usada pelo neoliberalismo para reconciliaras classes, e que a Terceira via forneceu esquerda.

    O campo de atividade das ONGs amplo e colorido. Noentanto, nenhuma delas envolve uma abordagemomnmoda baseada na luta de classes. Elas consideramcada problema, cada campo ou questo como abstrados daidentidade ideolgico-poltica do sistema, da classe e daluta de classes. Os problemas com as mulheres, crianas, omeio-ambiente, a ecologia, a guerra e paz, os problemasnacionais, tnicos, culturais, a sade, a educao, osservios e dvidas pblicas, etc. tudo excludo dos sistemacapitalista, do imperialismo e da noo de poder-Estado-classe.

    Linhas de demarcao so espalhadas entre todas asespcies de injustia, fome, misria, explorao e tirania eentre as lutas de libertao nacional e social contra oimperialismo e capitalismo. Em Porto Alegre, Brasil, osmovimentos que ativam de forma radical a luta pelalibertao social e nacional e os revolucionrios no solevados ao Frum, enquanto os idelogos burguesesliberais e os representantes dos Estados reacionrios participam ativamente.

    Aqueles cujas aes esto no plano da desobedinciacivil so aceitos como espontneos e embora haja algumas poucas foras antiimperialistas entre eles, a fora que

    domina sua composio, sua poltica e ao nunca foiantiimperialista. Eles no consideram o problema queenfrentam atravs de suas razes classistas. Ao contrrio,eles agem de acordo com os resultados dos problemas. Efazem isto no com o intuito de resolver os problemas, masapenas de melhorar e remendar.

    3. Os Problemas Financeiros do Frum MundialSocial e das ONGs

    Nos ltimos anos algumas ONGs criaram uma organizaointernacional chamada frum social. O World Social

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    Forum (WSF) (Frum Social Mundial) aconteceu em janeiro de 2001, em Porto Alegre, Brasil, e o EuropeanSocial Forum (ESF) (Frum Social Europeu) aconteceu emmaro de 2002, em Bruxelas, Blgica. Em um futuro bem prximo os frum sociais da sia, Amrica Latina,Amrica do Norte e frica devero ser realizados. EstesFruns Sociais visam organizar-se no apenas noscontinentes e regies, mas tambm em pases. Osorganizadores esto empenhados em instituir o FrumSocial de Istambul e outros pases viro a seguir.

    O ATTAC (Movimento internacional para uma supervisodemocrtica dos mercados e instituies financeiros) foi afora que liderou a criao do FSM. Essa organizao,criada na Frana, em 1998, tem ampliado suas relaesprincipalmente atravs das redes de internet e alcana omundo todo. Ela exige, face aos extremos doneoliberalismo, um capitalismo mais brando,humanista e transparente. Seus idelogos seconcentram em torno do Le Monde Diplomatique e aorganizao tem relaes muito prximas com o Estadofrancs, com vrios monoplios e instituies de ajuda.

    Vamos apresentar aqui uma parte da declarao publicadapelo FSM, aps sua II Assemblia, explicando em torno deque eles lutam. Esta declarao reflete amplamente seuentendimento de sociedade civil e de sua demanda:

    Ns lutamos por:

    1. Democracia; as pessoas tm o direito de conhecer e criticaras decises de seus governos, especialmente as decises queenvolvem as relaes com as instituies internacionais. Os

    governos tm de prestar contas a seus cidados. Nsapoiamos mundialmente o estabelecimento dedemocracias baseadas em eleies e na participao popular, e enfatizamos a necessidade dedemocratizao dos Estados e das sociedades, assim

    como a luta contra as ditaduras.

    2. Cancelamento da dvida externa. Exigimos oestabelecimento de taxas especiais, como a taxa Tobin,para as atividades especulativas, e exigimos a aboliodos parasos fiscais.

    3. Exigimos o direito informao, exigimos o respeitoaos direitos das mulheres, libertao da violncia, daexplorao e da pobreza.

    4. Somos contra a guerra e a militarizao, contra asbases estrangeiras e interferncias nos pases, e contrao aumento sistemtico da violncia; ns queremossolues e negociaes que no envolvam a violncia. Reconhecemos o direito dos povos de exigirnegociaes internacionais com a participao deatores independentes da sociedade civil.

    5. Apoiamos o direito dos jovens educao gratuita e autonomia social e abolio do servio militar.

    6. Apoiamos o direito autodeterminao dos povos,especialmente os povos locais e as comunidades.

    Quais dos objetivos e demandas acima, pelos quais elesesto lutando, visa o sistema capitalista-imperialista?Realizando propagandas e atividades ostensivas egrandiosas, esse frum leva para onde o dio e a revolta?Para onde leva a luta de classes? Que espcie de mundo ou

    de ordem mundial ele exige? Como ele explica as fontes deexplorao e de tirania, de fome e de misria, enfrentadas por centenas de milhes de trabalhadores e povosoprimidos?

    Ao fazer estas perguntas, nenhum comunista pode aceitartal absurdo. O FSM deveria ser pioneiro na luta de classe, everbalizar sua demanda nessa linha. E com qual viso demundo eles tratam dos problemas (econmicos, sociais, polticos, democrticos, acadmicos, ecolgicos, das

    minorias, das mulheres, crianas, dvidas, guerra e paz,etc.) de centenas de milhes de pessoas? Em que sistema

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    econmico social procuram solues? Em que classe eordem social eles se baseiam? Eles tratam desses problemasdentro da estrutura de avano da luta de classes? O queperguntamos justo e so estas as perguntas que fazemos.

    O FSM um tpico exemplo de ONG; importante levaresta organizao em considerao assim como algumas desuas abordagens, embora de forma limitada. O FSMrealizou suas assemblias em Porto Alegre, a capital doestado do Rio Grande do Sul, Brasil, trs vezes. O local daassemblia no foi escolhido casualmente. um doslugares onde a sociedade civil mais poderosa no R. G. doSul, que um estado onde o pensamento aquelemencionado nas pginas anteriores: devemos estabelecerrelaes bem prximas com o governo central e criar ummecanismo de tomada de decises que tenha efeito no governo local, ou seja, onde haja um oramento participativo. E por essas caractersticas, o local deveriaser o laboratrio dos tericos antiglobalizao. Por que?Quando o Partido dos Trabalhadores esteve no poder noestado, as massas decidiram como e onde usar 10% dooramento estatal.

    Mas 10% do oramento estavam bloqueado. Aadministrao do estado estava inclinada a fazer o que ogoverno central, ou melhor, os compradores e os chefesimperialistas lhes disseram para fazer, j que tinham opoder econmico e poltico. E, claro, o que eles diriam iria

    acontecer. Esse projeto est tendo um sucesso parcial emsua tarefa de dispersar os trabalhadores de sua luta elevando-os a procurar solues dos problemas dentro daordem reacionria.

    Noes tais como localismo, administrao local,municipalidade, que foram criadas contra a poltica daluta de classes, constituem uma outra armadilha do conceitode sociedade civil. Ns enxergamos isto como armadilha porque se colocam contra a luta pelo poder e porque

    alienam o povo da perspectiva de poder. Por outro lado,essas instituies, quando colocadas na perspectiva de

    desenvolver a luta de classes, passam a contribuir para odesenvolvimento da luta revolucionria. Hoje em nossopas o KADEK, DEHAP e ODP so organizaes lderesentre aqueles que as consideram como armadilhas.

    Organizar as assemblias do FSM exige muito dinheiro. Ede onde vem ele? Que fora reacionria apoiaria um projetoque visa remendar e desenvolver, em vez de destruir osistema reacionrio que est baseado na explorao e natirania? Vamos dar apenas dois nomes que financiaram aassemblia de 2003 do FSM: a PETROBRAS, a empresapetroleira gigante do Brasil, e a Fundao Ford, o segundomaior monoplio mundial de fabricao de carros.

    A ONU, a Unio Europia, os monoplios imperialistas efundaes criadas por eles, agncias de inteligncia, oBanco Mundial, o FMI, os Estados reacionrios, um porum, fazem o que podem para esvaziar a luta de classes dopensamento da sociedade civil e aumentam seus esforospara desviar a luta revolucionria. Por exemplo, a Suagarante 30% e os EUA 40% de sua ajuda aos pasesestrangeiros para o desenvolvimento, via ONGs. Assimas finanas da maioria das ONGs vm, no de seusmembros, mas dos imperialistas e das instituiesreacionrias.

    Atualmente, a soma de dinheiro que flui anualmente para asONGs no expressada em centenas de milhes de dlares,

    mas em bilhes de dlares. A poro maior do bolo (de 50a 500 milhes de dlares, anualmente) recebida pelasseguintes ONGs: World Vision, Foster Parent Plan,Misereor, Oxfam, Mdicos Sem Fronteiras, Care, etc. Onmero de ONGs na posio de conselheiras na ONU vaialm de 2500. O nmero daquelas que d aconselhamento efaz reivindicaes ao FMI, ao Banco Mundial e Organizao Mundial do Comrcio (OMC) ultrapassa acentena. O nmero de ONGs internacionais em relao sinstituies imperialistas importantes est acima de 20 mil.

    E estas tm relaes com pelo menos 500 mil ONGslocais.

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    Como resultado dos ataques diablicos e intensos feitospelo neoliberalismo, especialmente depois de 1980, a classeoperria, os povos e naes do mundo passaram a enfrentaruma grande destruio. No h dvida de que a maior delasaconteceu aos povos oprimidos dos pases semicoloniais esemifeudais. A explorao, tirania, pobreza e misriaaumentaram rapidamente com o mercado livre, privatizaes de empresas estatais e dissoluo dasempresas estatais e outros ataques do neoliberalismo.Paralelo a isto, cresceram o dio e reao das massas e sua busca por alternativas. A burguesia imperialista logoentendeu que iria enfrentar problemas tais como aresistncia e luta revolucionrias, por causa da destruio aque submeteu as massas.

    A burguesia imperialista organizou ento os conceitos desociedade civil de uma forma mais contundente e envolveu-os de modo a diminuir o mpeto da luta revolucionria para

    enfraquecer sua capacidade de organizao, desviar aenergia social da luta de classes para outros canais, e, ainda,coloc-la sob seu controle. Alm disto, eles atomizaram asociedade, exploraram novas atividades, novos campos,novos problemas, novas identidades e colocaram tudo paraque as ONGs manipulassem em seus projetos. Com istoesto destruindo o poder organizado da classe operria ecriando novos mercados de commodities que seexpressam atravs de identidades subjacentes.

    Na realidade, quando a luta revolucionria est sedesenvolvendo em um pas ou em uma regio, o queocorre? Repentinamente um grande nmero de ONGscomea a criar projetos sobre cultura e entretenimento,sade e esporte, servios sociais, religio e seitas epassa a incentivar os servios voluntrios. Em seguida,novos campos de interesses e de ocupaes so criados paraimpedir a luta revolucionria e alienar as massas de sualuta. Vai haver um ataque a um pas, ele vai ser invadido ouvai acontecer um golpe de Estado? Antes de que qualquer

    coisa acontea as ONGs altrustas comeam a se envolverem atividades como progresso e infra-estrutura

    econmicos, direitos humanos e democracia, serviossociais e de sade, educao e pesquisa cientfica, etc.As tarefas mais importantes e mais difceis so assumidas por elas e em alguns casos elas jogam o papel de umgrupo pioneiro.

    Vrios grupos se encontram entre essas ONGsvoluntrias, altrustas e inofensivas convocadas parauma misso sagrada! So funcionrios e agentes dainteligncia, pessoas do exrcito e da polcia e aqueles quefazem pesquisas especiais em nome de governo e demonoplios ...So tantas! Levemos em considerao asinvases da Iugoslvia e Afeganisto e, do Iraque, nomomento, para que possamos entender as atividades dessasorganizaes. Moldar a opinio pblica na direo de seus propsitos, criar a desinformao, a manipulao, tudo to fcil ! Pois no vivemos na era da comunicao?!

    As ONGs so organizaes criativas, aparentementeindependentes de governos e setores privados da sociedade(os monoplios) e que mantm atividades altrustas einocentes, movimentando profissionalmente a energiasocial das massas, criando projetos teis e podendoencontrar fontes financeiras para seus projetos, graas aseus gerentes inteligentes e habilidosos. Elas alcanaramum tal nvel que esto afianando milhares de projetos e setornaram instituies efetivas que negociam entre asgigantescas potncias econmicas neoliberais e os

    mercados livres nacionais, mais uma vez graas a seusgerentes habilidosos.

    A maioria das ONGs se tornaram grandes colaboradoras dadivulgao do neoliberalismo entre as massas e a base poderosa do neoliberalismo entre as massas atravs daintegrao. Com seu carter antiestatal elas fazemexigncias de uma economia mais liberal ao FMI, ao BancoMundial de forma que os monoplios e as empresas estataissejam privatizadas, que o Estado seja minimizado e que o

    capital passe a ter mais liberdade. Atravs de seus projetossociais teis (econmicos, sociais, culturais, etc.) elas

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    atraem enormes massas e desviam sua energia social docaminho certo que o da luta de classe, direcionando-aspara a soluo de problemas socio-econmicos individuais.

    Nosso objetivo aqui discutir a alienao da poltica e daluta pelo poder poltico - da classe operria e dostrabalhadores que tm potencial para serem politizados esobre os ataques perpetrados pelas polticas neoliberais e pela diminuio do Estado social. Assim a lutarevolucionria sofrer um descenso e o sistemaimperialista-capitalista ter consolidado uma base forteentre as massas via ONGs.

    4. O Banco Mundial e as ONGs . As Teses deClasse Mdia e Terceira Via

    interessante observarmos as tentativas do Banco Mundial

    nessa direo. O BM tem uma relao prxima commilhares de ONGs, realizando atividades em questesimportantes, tais como economia, sociedade, violaes dedireitos humanos, democracia, meio-ambiente, dvidaexterna, etc., a fim de melhor implementar a soberaniaburguesa imperialista. Ele mantm essas relaes atravs deunidades especiais que rotulou de dilogo eaconselhamento. Neste artigo vamos abordar apenasalgumas dessas unidades especiais.

    A unidade de cooperao estipulou objetivos para criarrelaes fortes com as ONGs, para traz-las at um pontoem que sejam reconciliveis em vez de perigosas eopostas, e para demonstrar que o BM no se ope a elas,mas est com elas. Para fazer com que esta unidade sejaativa e efetiva, foi organizado um programa especialdenominado O Banco Mundial em Cooperao com asONGs . Atravs deste programa so financiados projetossociais (aqueles que desviam as massas da luta de classes),sob a denominao de novas iniciativas, tentandoenfatizar sua parceria.

    O BM tem tambm uma unidade denominada de Institutode Desenvolvimento Econmico. Uma das maisimportantes tarefas desse instituto de prover de educaoespecial os representantes, administradores e gerentes dasONGs. Atravs desses programas especiais de educaoelas assimilam sua ideologia e poltica (neoliberal), e, aomesmo tempo, as ONGs so diretamente atradas para seulado, afastando-as do lado oposto e o BM passa a assumir ocontrole atravs desses administradores. Por exemplo, aopatrocinar a Conferncia Internacional da Fome e Pobreza,em Bruxelas, o BM se uniu a mais de mil ONGs, vriosgrupos de presso e de lobby. O Banco Mundial, um doscriadores da fome e da pobreza, discute como se livrardesses problemas ....

    O BM tem tambm uma unidade denominada Conselho dapossibilidade ambiental global. Uma das mais importantestarefas deste conselho o de entrar em contato com as

    ONGs que estejam interessadas em questes ambientais,criando um dilogo amistoso com elas. Da mesma forma,ele organiza conferncias para as ONGs com o nome depolticas do dilogo na sia , frica, Amrica Latina eAmrica Central.

    Com a ajuda dessas conferncias e de organizaesfinanciadoras foi possvel atrair centenas de ONGs queantigamente se opunham ao BM. Para estabelecer melhoresrelaes com as ONGs, o BM contratou J. Clark, um dos

    administradores da Oxfam atravs de programas deintercmbio e usou isto como uma porta para searrecadar fundos.

    Por que o FMI e o BM, os principais representantes doneoliberalismo, no gostariam das ONGs? No estamosequivocados quando dizemos que instituies como o BMe o FMI esto mais interessados na fronteira econmicados setores privados, enquanto as ONGs esto maisinteressadas nas fronteiras sociais dos setores privados.

    Realmente, a noo de que as ONGs, aparte dos setorespblicos e privados, constituem um terceiro setor, puro

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    engano. Elas so os representantes do neoliberalismo e dosetor privado entre as massas. Alm disto, o conceito desociedade civil nada diz a respeito da burguesia nem doproletariado, apenas sobre a classe mdia.

    O que escrevemos at agora e os exemplos que demosdemonstram claramente como o enfoque de sociedade civilno contra a burguesia, sua soberania de classe e seusistema reacionrio. Portanto quando dizem que se opem burguesia isto nada mais que hipocrisia e divagao. Amelhor razo para abraar a tese de classe mdia para justificar a teoria anti-revolucionria de que a classeoperria perdeu seu papel revolucionrio e anul-lo atravsde identidades no relacionadas classe, ideologia ou poltica.

    Os idelogos da burguesia poderiam comprometer aburguesia com o proletariado dependendo apenas das teses

    da classe mdia. E poderiam fazer isto na camada mdiada sociedade. E que camada esta? Essas camadas sociaisdiferem ao se basear no desenvolvimento social; mas emtodos os casos no so classe ou classes que ocupam a produo social. Elas tm uma relao prxima com asclasses sociais bsicas (burguesia- proletariado) e soapenas extenses delas. So fluidas e variveis. Porexemplo: a pequena burguesia, os funcionrios pblicos, osintelectuais, os tcnicos, os autnomos, os pequenoscomerciantes constituem, cada um deles, uma camada

    social.

    A tese da classe mdia est baseada no fato de que o setorde servio abriga mais empregos do que os setores agrcolae industrial. A grande maioria das ONGs, vrios grupos deidentidades, grupos de presso e lobistas estoessencialmente organizados na camada intermediria.Portanto mais dinheiro carreado para a rea. Baseadonisto, dado s ONGs o poder organizador da classe mdiae, com a mais ingnua das expresses, eles enfraquecem e

    diluem o papel da classe operria na produo social e deseu papel revolucionrio histrico.

    As ONGs so tambm a terceira via do novo perodo. O conflito de classe foi substitudo pela cooperao declasse. O socialismo-comunismo morreu e o capitalismotem mostrado sua improbabilidade. A distino baseadanas classes (burguesia e proletariado), sua ideologia epoltica, causaram grandes conflitos e problemas. A lutaentre capitalismo e socialismo foi substituda pela lutaentre democracia e regimes totalitrios. O individual serativado na poltica apenas atravs das polticas dasociedade civil. O mercado e a produo sero animadosapenas pelas polticas da sociedade civil...

    Atravs dessas manipulaes ideolgicas, o sistemacapitalista e a soberania da burguesia esto sendocelebrados pelo jogo da democracia que apenas uma dasformas de ditadura da hegemonia de classe na sociedade declasses, e a tarefa da democratizao da democracia feita perante a massa de trabalhadores. Desta forma querem

    centralizar o conflito entre democracia e regimestotalitrios (aqueles que criam problemas ao livremercado), em lugar do conflito entre o patro e otrabalhador e entre o opressor e o oprimido.

    Os conflitos foram retirados da base classista e tornaram-seuma noo tcnica; so enfatizados os conflitos entre vriasidentidades (curdos-turcos, alevitas-sunitas, machismo-feminismo, laico-antilaico, urbano-interioranio, ocidente-oriente, ambientalistas-no-ambientalistas, amantes de

    animais-no amantes de animais, militaristas-pacifistas,etc.) e isto objetiva desviar as massas oprimidas eexploradas da luta de classes. Desta forma, a relao entre oempregador e o trabalhador, e entre o Estado doempregador e o empregador escondida e o ambientecriado acarretar srias fraturas no nvel de conscincia declasse. Isto porque o elemento mais importante do nvel deconscincia de classe que a classe operria, naconscientizao de seu papel social, deve conhecer seusinimigos reais e promover contra eles uma luta de classe

    pelo poder.

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    Esclarecer o que o conceito de sociedade civil torna-setambm possvel ao apontarmos alguns participantesespeciais do FSM.. O novo presidente brasileiro, Lula, porexemplo, participou do FSM antiglobalizao,organizado pelos pobres de seu pas, e, no dia seguinte, junto com os mais ricos representantes da globalizaoimperialista, participou do Frum Econmico Mundial, emDavos, Sua. Igualmente, participaram a ONU e osrepresentantes do Banco Mundial, o Partido Socialista ealtas autoridades do Partido dos Trabalhadores do Brasil(liberais), os administradores da ATTAC e os ricosidelogos do neoliberalismo.

    impossvel no suspeitar que o Frum Social e outrasrealizaes semelhantes nada mais so que a reorganizaoda ideologia neoliberal, mascarada de social-democracia, euma operao do imperialismo para recapturar a classeoperria e os povos do mundo! E o Frum Social Mundial

    nada menos que uma extenso, entre as massas, do FrumEconmico Mundial.

    5. O que fazer e nosso papel no novo perodo

    At agora discutimos os ataques dos imperialistasburgueses, suas armadilhas feitas atravs da organizao dasociedade civil e os perigos que enfrentamos. Tentamosmostrar o que entendemos por luta antiimperialista,atividades das ONGs e de suas tentativas de afastar asmassas de sua perspectiva de classe. Ns apontamos aimportncia da vigilncia poltica e ideolgica e,resumindo, tentamos entender os projetos, objetivos e alvosda contra-revoluo e onde pretendem chegar ao utilizartais mtodos.

    Compete a ns considerar o que devemos fazer na direoda perspectiva de classe, qual ser nossa posio em relaos ONGs e a certas organizaes progressistas edemocrticas e qual ser nosso papel na luta democrtica

    antiimperialista. O que devemos fazer em uma poca emque centenas de milhares de pessoas esto nas ruas gritando

    contra a opresso imperialista e contra organizaes quetm posies reformistas?

    Ns tratamos cada problema e desenvolvimento sob aperspectiva de classe, com o objetivo de avanar a luta declasse, para destruir a ordem mundial imperialista ecapitalista, e tambm atravs de uma estratgia de quebraro domnio que ela tem sobre nosso pas (a Guerra Popular).Temos realmente tentado mostrar esta linha classista,estratgica e ideolgica denunciando as armadilhas ecenrios armados pela burguesia.

    Nem todas as ONGs, organizaes democrticas de massa,associaes de cidades ou de estados, sindicatos einstituies setoriais seguem polticas da sociedade civil ou pretendem realizar objetivos da sociedade civil, e nsdevemos estar cientes disso. O escopo das ONGs muitoamplo e complexo. Organizaes de empregadores,

    sindicatos, sociedades ambientalistas, organizaes dedireitos humanos, organizaes de caridade ou igrejas,clubes de futebol e organizaes fascistas e reacionriaspodem ser classificadas como ONGs. Devemos examinarcada organizao separadamente e de uma forma concreta.Devemos tambm determinar nossa abordagem a essasorganizaes, considerando suas prprias situaes polticas. Nem toda ONG necessariamente apoia aorganizao da sociedade civil determinada peloimperialismo. Todavia, devemos nos posicionar contra as

    polticas da sociedade civil em quaisquer circunstncias,no importa quem lhes d suporte.

    Algumas ONGs esto diretamente ligadas aos contra-revolucionrios e deliberada e organizadamente apoiam eaplicam a poltica da sociedade civil. Ns nos opomos aelas abertamente. Embora algumas ONGs estejam ao ladodo povo e da revoluo, na prtica elas cometem grandeserros (por sua tendncia em dar mais importncia aoindividual do que real luta de classes), porque no

    entendem completamente o que as classes reacionriasalmejam atravs de suas polticas de sociedade civil. As

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    associaes Alevi e provinciais podem ser assimclassificadas.

    Algumas organizaes democrticas que caram no rtulode ONGs consideram os problemas econmicos e sociais deuma forma que ajuda a avanar a luta de classes. Sabemosda existncia de tais organizaes por causa de sua prtica ede sua abordagem aos problemas. Ns apoiamos eajudamos a desenvolver esses grupos que organizam asmassas em relao a seus problemas na perspectivaclassista e que contribuem com a luta pelo poder poltico.

    A agresso neoliberal imperialista tem levado grande parteda sociedade a viver na extrema pobreza e privao. Ecomo reao a essa agresso tm havido enormesmanifestaes nos pases semifeudais e semicoloniais,assim como nos pases capitalistas imperialistas, das quaiscentenas de milhares de pessoas participam. Essas

    manifestaes so primeiramente uma reao agresso daglobalizao imperialista e do que resulta dessa agresso, adestruio e a pobreza.

    At agora a maioria dos participantes dessas manifestaesno pode ser classificada como verdadeiramenteantiimperialista ou anticapitalista. A linha principal dessasmanifestaes tem sido a espontaneidade e o pacifismoburgus. Por causa da fraqueza do movimento comunista erevolucionrio, por causa de nossa ineficincia de participar

    e criar uma liderana poltica correta em tais manifestaes,ns no conseguimos, at aqui, usar essa oportunidade parafazer avanar a luta de classe e expandir a lutarevolucionria que se revelou nessas manifestaes e daqual participou uma grande parcela da sociedade.

    At o momento foram os anarquistas e os trotsquistas querealmente deixaram sua marca na linha dessasmanifestaes. Ambos so movimentos inimigos do MLMe da classe operria. O anarquismo se ope a toda e

    qualquer espcie de autoridade, incluindo a ditadura doproletariado. A pedra angular do anarquismo o indivduo.

    De acordo com eles, a emancipao das massas no possvel, a menos que o indivduo seja emancipado. Ostrotsquistas no acreditam que o socialismo possa existirem apenas um pas. Eles so contra o papel de lideranajogado pelo proletariado na revoluo e contra a alianados operrios e camponeses; so pequeno-burguesesoportunistas que tm a aparncia de estar na esquerda,enquanto destrem a unio do movimento comunistainternacional e do movimento da classe operria. Aexperincia sovitica nos mostrou que eles soessencialmente contra-revolucionrios.

    A maioria das atividades que foram organizadas at omomento no se inclinaram para a fonte real dosproblemas, no visando o sistema capitalista-imperialista eno considerando a luta pelo poder poltico como pontocrucial. E no so os comunistas ou revolucionrios queesto liderando o movimento, mas os pacifistas burgueses e

    grupos da sociedade civil.

    Ento, o que devemos fazer em vista disto tudo? Estaremosparticipando das manifestaes de centenas de milhares de pessoas, observando-as de nossas casas, centroscomunitrios e pequenas organizaes? Ou asobservaremos distncia porque sabemos que essa espciede movimento geralmente resulta em nada? No !! Nopodemos fazer nada disto!

    Estamos em posio de expandir a luta democrticaantiimperialista, tanto nacional quanto internacionalmente,que tem em seu bojo os problemas econmicos, sociais, polticos das massas, os avanos e estratgias da lutarevolucionria sob guia do MLM. Os terrveis ataquesimperialistas aos povos do mundo, e aos povos oprimidosem particular, daro mais foras luta revolucionria.

    Os ataques neoliberais da burguesia imperialista, as criseseconmicas, as privatizaes, a agresso dos EUA aps o

    11 de Setembro, e a ocupao do Afeganisto e do Iraquecriaram fortes possibilidades para as massas se politizarem

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    e se tornarem revolucionrias. Enquanto comunistas,devemos direcionar a energia social das massas e seupotencial revolucionrio para os canais revolucionrios, afim de destruir o domnio das classes reacionrias e fazeravanar a luta de classes.

    E para termos sucesso devemos nos solidarizar e nosinteressar pelos problemas das massas. nosso deverprincipal trabalhar com os problemas econmicos e sociaisdas massas, muito mais do que os outros, e levar a cabonossas atividades revolucionrias com determinao, deforma a reforarmos a guerra popular. Onde quer queestejamos devemos organizar as massas e lider-las paraestarem frente das atividades. Devemos mostrar a elas osobjetivos corretos e progressistas e devemos ter conscinciaproletria e militncia revolucionria. E de acordo com ocamarada Lnin; Quem quer que se esquea de colocarem prtica sua responsabilidade de trazer qualquer tipo de

    questes democrticas gerais para a discusso e domniopblico, e no as resolve, no um social-democrata.

    A existncia da ILPS, que condena as polticas dasociedade civil, facilmente distinguvel dessas ONGs queesto sob guia dos imperialistas. A ILPS assume os vriosproblemas das massas, visa organizar sua revolta na direoda perspectiva classista, est determinada a expandir sualuta na linha democrtica antiimperialista e cria umaenorme oportunidade para todas as foras democrticas

    antiimperialistas.

    Embora a ILPS seja, ela prpria, uma organizao dasociedade civil (ONG), ela no cai na classificao doFrum Mundial Social e entendemos que jogar umimportante papel na luta antiimperialista. As questes que aILPS coloca em agenda so os problemas que afetam umaenorme parte da sociedade como um todo. O campo deatividades que a ILPS abarca muito maior que o do FSMe suas caractersticas so to diferentes que so

    virtualmente incomparveis. A ILPS acima de tudo contrao imperialismo e toda forma de reao; apoia as lutas de

    libertao social e nacional que sejam contra oimperialismo e as foras reacionrias. este o elementoessencial que faz da ILPS uma organizao democrtica eantiimperialista e que a distingue de centenas de outrasONGs. Ns aceitamos e apoiamos isto. Esperamos que aILPS se torne uma fora organizada, democrtica eantiimperialista do povo contra os reacionrios do mundo, eque se encarregue dos problemas dos povos, especialmente

    da classe trabalhadora no mundo e em nosso pas.

    Convocamos todas as pessoas democrticas, progressistas epatriticas, para que se posicionam contra o imperialismo eos reacionrios, para que se unam e unam suas foras e seorganizem sob a liderana da ILPS.

    Convocamos as organizaes que se alimentamideologicamente do MLM a assumirem os problemaseconmicos, democrticos, sociais, naturais e acadmicos

    das massas em todas as reas atravs da ILPS e de suassees nos diversos pases.

    O primeiro dever de todas as foras democrticas eprogressistas o de assegurar que a ILPS seja fortementeorganizada e se espalhe por toda parte, especificamenteentre as massas oprimidas e exploradas, entre os pobres eos desempregados, entre as mulheres e juventude, entre osintelectuais e os estudantes e entre aquelas massas queforam submetidas injustia e desigualdade.

    Enquanto uma tal organizao da sociedade existir, nodeveremos apoiar aquelas ONGs que estiverem sob o guiado imperialismo; mas isto no significa que quando houvercoincidncia com certas atividades com outras ONGs nsno possamos ficar com elas nem organizar campanhasjuntas. Se o tempo e as circunstncias forem convenientesdeveremos participar de encontros e conferncias abertoscom outras ONGs, como o Frum Social, para condenar as polticas de sociedade civil com nossa linha democrtica

    antiimperialista e aumentar o alerta poltico de outras forasdemocrticas.

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    A importncia da luta democrtica antiimperialistaaumentar nacional e internacionalmente porque a rebelio,revolta, raiva e reao das massas contra o sistemaexplorador e opressor tambm aumentar. Devemosintensificar nossas alianas, tticas polticas e planos paraorganizarmos grandes campanhas que abraaro,organizaro e avanaro a energia dos povos. possvelcategorizar os problemas que causaram as grandes

    manifestaes em duas linhas principais.

    A primeira questo o aumento da agresso imperialista,das guerras regionais, do terror, da oposio social,opresso e tirania que iniciaram, principalmente depois de11 de Setembro, sob a liderana do imperialismo dos EUA,atravs da chamada guerra contra o terrorismo. Sob oconceito de democracia burguesa, os direitos dos pases auma soberania natural, o direito internacional e os direitoshumanos fundamentais comearam a ser desrespeitados. A

    tirania do imperialismo e de seus lacaios no entanto atrairmais dio e reao por parte de uma gama enorme depessoas e ir causar ainda mais rebelies sociais.

    Devemos realizar campanhas concretas com vrias foras,contra a ocupao e agresso do imperialismo dos EUA.Devemos tambm preparar novas campanhas quereafirmem que as lutas de libertao social e nacional noso terrorismo, que o imperialismo dos EUA o terroristano.1 e que eles so o inimigo de todos os povos oprimidos

    em todo o mundo.

    A segunda questo a base do que j nos referimos noincio que o seguinte: o sistema capitalista-imperialistaest em crise profunda a partir da diminuio da margem delucros, a produo chegando ao seu fim e o capitalespeculativo em queda. Ganhar lucros enormes, aumentar aproduo e encontrar novas reas para exportar o capitalno , em primeiro lugar, a razo atrs dessas guerrasreacionrias e da agresso sem limites?

    Os ataques neoliberais, econmicos e sociais, serointensificados e isto conduzir ao aumento da fome, da pobreza, da destituio, da falncia e destruio. Adestruio proveniente das polticas do FMI, do BM e doIAM que resultaram na erradicao dos planos e projetosdos pases semicoloniais e semifeudais far com que oscamponeses mdios e pobres enfrentem grandes perdas, aagricultura e criao de gado sejam destrudos, os pequenos

    e mdios negcios entrem em falncia, a privatizao seagudize e o desemprego aumente consideravelmente.

    Devemos nos preparar agora para uma campanha que tratedas questes sociais s quais nos referimos e mencionamosacima.

    claro que os comunistas de todos os pases deveroabordar essas atividades que se referem a vrias questessociais e polticas, de acordo com suas estratgias

    revolucionrias, e devero tentar canaliz-las para a luta principal. Em nosso pas o partido proletrio direcionaesses desenvolvimentos para a luta da revoluo da novademocracia e para a estratgia da Guerra Popular, com oobjetivo de apoi-las e avan-las de uma forma conscientee bem planejada. Mas isto no significa que deveremosfazer isto apenas gritando e repetindo palavras de ordem deViva a Guerra Popular, Viva a revoluo de novademocracia. Devemos tambm colocar em prtica nossaspolticas.

    O Partido proletrio ter xito em sua luta adaptando suasestratgias, ideologia e teoria s situaes atuais, produzindo novas polticas que se coadunem aosdesdobramentos do tempo e juntando tudo isto aosproblemas concretos das massas, colocando em prtica as polticas de forma criativas. Apenas ento a cincia daclasse operria, o MLM, a Revoluo de Nova Democraciae a Guerra Popular se tornam uma fora real e concretaentre as massas. As decises tomadas na 7o Conferncia do

    Partido proletrio j nos capacitaram disto.

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    Ns no concordamos com o conceito de marchar,quando as massas marcharem, gritar as consignas que asmassas gritarem. Concordar com tal conceito significaria primeiramente que apoiamos tais idias; tornamo-nosseguidistas das massas e queremos ficar atrs, em vez de nafrente das massas e no queremos melhorar o conhecimentodas massas, mas rebaixar o conhecimento do partido aomesmo nvel das massas. Este tipo de entendimento (como

    mencionado acima) o inimigo do movimento comunistada classe operria. Somos definitivamente contra talentendimento.

    Sabemos que o movimento pacifista e espontneo burgusno constitui nenhum perigo para a burguesia e para seusistema reacionrio. Ao contrrio, sua posio de fazerparte da linha de luta de menor resistncia e apenas paracertos direitos democrticos e econmicos vem a reforar odomnio classista e ideolgico da burguesia.

    Ns j discutimos o que a luta antiimperialista e no nocaptulo anterior. Como nossa postura em relao agresso e invaso do Iraque pelos EUA/Reino Unido sobejamente conhecida no necessitamos mencionar essasquestes novamente. As questes fundamentais sobre asquais conversaremos so a sensibilidade e a politizao deum amplo setor da sociedade contra esta agresso. Nopodemos assumir essas questes e atividades, seja comoliberais de direita, que so os seguidistas das massas, ou

    como sectrios de esquerda, que se distanciam das massas.Atravs de conjecturas concretas sobre nosso pas, regio eplaneta, estamos na posio de aplicarmos nossa linha geralestratgica de forma criativa.

    Por exemplo, no que se refere questo do Iraque, nasatuais circunstncias, dentre as foras imperialistas,devemos enfatizar especificamente o imperialismo dosEUA/Reino Unido; no entanto, no devemos nos esquecertambm dos outros imperialistas. Mesmo que Saddam seja

    um representante das classes revolucionrias, achamoserrneo dar muita nfase a sua figura. Seria tambm errado

    apoiar os grupos curdos que esto cooperando com osinvasores, EUA/Reino Unido, embora possam serrepresentantes do povo curdo oprimido.

    H muitas pessoas que so vtimas de agresso, foramafetadas pela agresso ou so sensveis a ela, portanto, umavez que estamos em tempos incomuns, esta uma grandeoportunidade de expandir com sucesso nossa luta

    revolucionria. Nossas polticas no podem ser as do tempocomum e normal.

    Enquanto exercitamos nossas polticas, as diferenas tmde ser levadas em considerao, porque a poltica especfica. O mais importante unir a estratgia com attica, o geral com o especfico e a liderana com asmassas.

    Devemos ter uma frente ampla e manter nossos alvos

    curtos. Nessas atividades devemos enfatizar mais aconsigna que visa aumentar o nvel de conscincia dasmassas e organizar sua reao nessas questes, mais do queusar consignas radicais que somente ns gritamos e queconsistem apenas em exigncias nossas.

    Devemos tentar mobilizar no apenas a ns prprios e anossas foras revolucionrias com essas atividades, mastambm o mais amplo setor da sociedade que esteja contraa ocupao imperialista. Essas atividades comuns deveriam

    estar no apenas entre as foras revolucionrias, mas, aocontrrio, devemos organizar a cooperao e plataforma emque tambm as foras revolucionrias e amplos setores dacomunidade participem.

    Nossas organizaes e seus nomes no conseguemresponder a este processo e s tticas concretas desseprocesso para organizar tais atividades comuns? Caso sejaassim, devemos imediatamente encontrar novasalternativas. No devemos ter medo de encontrar novas

    alternativas porque todos esses so passos tticos que visam

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    responder a este processo. No h espao nas tticas parahbitos e determinao que no respondam ao processo.

    Mais importante, devemos trabalhar inflexivelmente semdeixarmos de lado nossa linha geral e alvos estratgicos, navanguarda das massas, sem estarmos muito distante delas.Com nossa prtica revolucionria devemos infundirconfiana e esperana nas massas e mostrar-lhes a fonte dos

    problemas e direcion-las para alvos mais avanados.

    Ns vamos assumir a luta contra o imperialismo apenasquando atingirmos a revoluo e ento expulsaremos oimperialismo de nosso pas e sairemos da OTAN?. Nsno vamos apoiar o dio e as reivindicaes das massas emrelao ao imperialismo e algumas de suas instituies? Ouvamos trazer isto para a agenda, mas no queremos que asmassas nos apoiem ? No vamos reviver os sentimentos patriticos das massas com conscincia revolucionria

    contra o imperialismo e mobiliz-las na lutaantiimperialista?

    Por exemplo, no vamos exigir que nosso pas saia daOTAN e da Unio Europia, no vamos exigir que as basesmilitares dos EUA e OTAN sejam fechadas e que o acordoestratgico entre a Turquia, EUA e Israel seja cancelado?Exigir tais reformas contrrio nossa luta de classes,nossa linha estratgica e nossa guerra popular? No,definitivamente no !!

    Aqueles que acham assim no entenderam completamente adialtica entre revoluo e reforma, e confundem estratgiae ttica. A coisa mais importante a fazer tratar as reformasno como um reformista, mas como um comunista, eutiliz-las de maneira a avanar a luta revolucionria. Ocamarada Lnin diz que o mais importante : ... ver essascoisas (as reformas) como um produto da luta de classerevolucionria do proletariado....

    Ou vamos dizer que a revoluo de nova democracia irsignificar que nosso pas no mais ser dependente poltica

    e economicamente do imperialismo e que nos livraremosdo FMI, BM e OMC, no aceitaremos nenhum dos dbitosque nos foram impostos, e nos silenciaremos quanto sreivindicaes e protestos contra o FMI e BM que sorealizadas pelos trabalhadores que perderam seus trabalhose que enfrentam a pobreza, a indigncia e destruio de suavidas, os camponeses que no conseguem trabalhar suasterras e os pequenos empresrios que no conseguem pagar

    suas dvidas e que faliram por causa dos programas deadaptao estrutural?

    No que se refere organizao imperialista e sua agresso,ns devemos visar o imperialismo-capitalismo e seusistema reacionrio e organizar as massas, encaminhando-as para atividades que as eduquem e ajudem a revelar suaenergia revolucionria no que diz respeito estratgia daguerra popular. Devemos impedi-las de aceitar programasabsurdos que iro cancelar o dbito estatal, a campanha

    contra o FMI e o BM, impedir as privatizaes, o trabalhoflexvel e o fechamento das zonas livres.

    Sim, todas estas so demandas reformistas e questestticas; todavia quando consideradas por um comunista eno por um reformista, estas exigncias alimentaro nossaluta revolucionria e ajudaro a trazer para a realidadenossa estratgia entre as massas.

    Quando dizemos que o movimento comunista da classe

    operria deveria estar na vanguarda das massas, istosignifica que deveria estar longe delas? O movimento poracaso ignora os problemas a serem enfrentados e asexigncias econmicas e democrticas das massas? Ele irconstruir muros entre si prprio e as massas e entre os problemas que enfrenta e os problemas que as massasenfrentam? O movimento sempre mostrar seus propsitose alvos finais? No h interrupes intermedirias dessemovimento revolucionrio?

    Ns no dizemos simplesmente que o programa daRevoluo de Nova Democracia, com sua perspectiva

  • 8/6/2019 O ANTIIMPERIALISMO

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    revolucionria, resolver tudo e que no h necessidade delidar com os problemas de alienao e tentar resolv-los, perdendo sua prpria identidade que o resultado daagresso imperialista-capitalista? Ns ganharemos asmassas dizendo apenas que a luta de classes resolvertudo sem que sejam produzidas polticas concretas, semdarmos exemplos concretos?

    Como resultado da agresso imperialista, que causaalienao e perda de identidade, o indivduo no apenascategoriza a si prprio atravs de sua linhas ideolgicas e polticas, como tambm comea a definir-se comopertencendo a grupos diferentes (sexista, ambientalistas,nacionalista, tnico, religioso, etc.). isto que a burguesiaimperialista est tentando fazer atravs do conceito desociedade civil. E ns no vamos fazer nada em relao aisto sob a perspectiva de classe?

    O conceito de sociedade civil tem colocado armadilhas paraa luta de classes em vrios setores como aos Alevis, quetm um potencial revolucionrio e progressista, a naocurda oprimida, muitos grupos minoritrios, grupos demulheres que esto sofrendo a opresso do sistema e dohomem, ambientalistas, etc. Ns devemos criar polticasalternativas concretas em relao a estes setores. Devemosuni-los e organiz-los sob o abrigo ideolgico e poltico daluta de classes.

    luz de sua 7a Conferncia, o Partido Proletrio seincumbiu da tarefa de liderar a luta de classes em geral e,mais especificamente, em fazer avanar a guerra popularatravs de polticas concretas.

    O Partido, como um todo, com sua conscincia comunista ecom sua militncia revolucionria, deve reforar suaprpria unidade e mobilizar-se entre as massas a fim dealcanar seus objetivos sob o guia do MLM.

    Fevereiro de 2003