"O amor é uma droga" - Gladiston jr
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64 REVISTA IMPACTO PONTAL
CrÍtiCa literária
Por Arth Silva
É uma sensação única ver meu nome nas dedicatórias oficiais de um livro. Melhor ainda é ler parte de um texto meu como citação no conteúdo da obra.
O livro a que me refiro tem o curioso nome de “O amor é uma droga”, de au-toria do ituiutabano Gladiston Jr. Nes-se livro cuja trama se passa nos EUA e todos os personagens são gringos, Gladiston narra as desventuras de um jornalista chamado Willian Lenox que, durante as experiências de cada pági-na, tenta definir o amor ou ao menos compreendê-lo e, com isso, publicar o livro cujo nome é uma frase que ouve e passa a dizer com frequência: “O amor é uma droga”.
Ali, o personagem Lenox, assim como Gladiston, vive a ansiedade de escrever seu primeiro livro, por isso a obra é uma mistura de ficção com autobiografia e anseios pessoais. São 290 páginas bem interessantes, inspiradas nitidamen-te em séries da TV norte-americanas como The Newsroom, Californication e outras; com ótimos diálogos e vários personagens fascinantes; mesmo que com dezenas de errinhos de português “básicos” que são avisados logo no iní-cio do livro onde podemos ler: (1ª Edição – Não revisado). Aqui muitos talvez se perguntem: “Como o cara lança um li-vro sem revisão?”. Também me pergun-tei isso, e fiz várias marcações para que ele possa corrigir. (Mas o melhor mes-mo seria pagar um revisor).
Desde 2011, mantenho contato atra-vés da internet com Gladiston, sobre publicação independente, estilo literá-rio e essas coisas; em alguns momen-tos li esboços do seu livro, mas por fal-ta de tempo não pude acompanhar a evolução da obra.
A questão era que eu não sabia se acreditava naquele jovem com preten-sões de ser escritor, conseguiria ele vencer todas as etapas desse sonho?
Até que no início do ano de 2014, me deparei com o livro pronto em mi-
nhas mãos, o qual pensei que leria um pouco e desistiria antes da metade, mas fui surpreendido quando vi que a versão final não tinha mais nada a ver com aquelas primeiras versões que há anos eu havia recebido por e-mail. Ago-ra o texto era melhor, não perfeito, mas mostrava claramente o amadurecimen-to de Gladiston Jr. como autor.
Por mais que repleto de “errinhos”, o livro tem uma boa estrutura e con-seguiu prender minha atenção. E olha que sou chato, o que tem de livro de amigo ou conhecido e até de autor famoso que não me cativam, por isso nem consigo terminar a leitura... Isso mostra que, mais importante do que escrever corretamente é conseguir passar ao leitor a ideia do texto. E Gla-diston conseguiu isso muito bem.
Independente de qualquer coisa, admirei a vontade e a persistência do autor em escrever e publicar de forma totalmente independente sua obra. Principalmente porque onde vivo, Ituiu-taba/MG, dezenas de potenciais escri-tores nunca começam a escrever suas ótimas ideias ou, se começam desis-tem antes da metade.
Durante o livro, vários trechos cha-
maram minha atenção, principalmente os diálogos de Lenox com o persona-gem Will, que em minha opinião, é o melhor personagem do livro e o amigo de Lenox, Doyle, que de tão legal de-veria ter continuado em mais páginas. Um ponto interessante do livro é que em alguns parágrafos lemos trechos com a visão de amor escrito por amigos de Gladiston, como o excelente texto da gaúcha Naiumy Roani e de vários ituiutabanos, muitos até que eu conhe-ço e não sabia que escreviam tão bem como a tijucana Ana Carolina Oliveira, que talvez tenha melhor texto sobre amor do livro.
Enfim, a trama do livro é muito in-teressante e deve ser lida por aqueles que tenham a mente aberta e sejam pensadores livres. Infelizmente o livro “O amor é uma droga” de Gladiston Jr, não irá conseguir te passar a visão definitiva do que é o amor, até porque, talvez esse sentimento não tenha de-finição correta; cada um possui uma visão diferente do amor, por isso, nada melhor do que amar, ou melhor, ler o li-vro para tirar suas próprias conclusões.
Ah! O livro já está a venda na Drum-mond Livraria e na Itacolomy em Ituiutaba.
O amor éuma droga?