O adeus da agência 0282 · Brasil, alguém diria: “É ao lado do Banco Nacional, pertinho do...

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45 99921-0456 45 3333-9999 www.hyundaivetor.com.br Cascavel, sexta-feira, 14 de junho de 2019 - Ano XXIII - Nº 2201 - Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo (45) 3097-4512 Pronto Atendimento 24h [email protected] Editorial Cascavel, anos 1980. Se você procurasse um endere- ço perto de onde hoje está a Magazine Luiza, na Avenida Brasil, alguém diria: “É ao lado do Banco Nacional, pertinho do Bamerindus”. Se o local da busca fosse ali na Carlos de Carvalho, vinha a referência: “Na quadra do Noroeste”. Lo- jas Pernambucanas? “Pertinho do banco Sul Brasileiro, antes do Bandeirantes”. Nomes esquisitos esses para todos que chegaram partir dos anos 1990. Poucos setores da economia mudaram tanto quanto o bilionário segmento bancário. Todo mundo tinha um amigo ou familiar bancário. Era fácil identificar os bancá- rios na rua pela indumentária: calça social, sapato preto e camisa barata comprada a prestação na Riachuelo. E o setor continua mu- O adeus da agência 0282 Itaú fecha sua mais tradicional unidade em Cascavel; algoritmos exterminam bancários como em um game de terror dando. Ins- tituições tradicionais encolhem fisicamente na mesma proporção que cres- cem as cooperativas de crédito. Mas ambas estão ameaçadas pelas fintecs, os bancos de bol- so, digitais, como o Nubank e o Original. O cascavelense Julio Miotto olha para a conflu- ência da rua 7 de Setembro e Paraná com certa nostalgia. Ele trabalhou ali por uma década, entre 1987 e 1997. Na semana passada, homens foram vistos retirando o logo laranja da fachada. Fechava assim a tra- dicional agência 0282 do Itaú, a primeira da família Setúbal no Oeste do Paraná. Miotto trabalhava na com- pensação de cheques. Havia quase 30 colegas no setor teclando freneticamente em calculadoras dotadas de bo- binas de papel e máquinas de escrever. O Banco do Brasil tinha a quadra inteira para esse servi- ço de compensação, onde hoje está a Unipar. A tecnologia “derreteu” a quadra do BB e incendiou os talões de cheques. “Éramos cerca de 180 fun- cionários na agência 0282”, recorda-se Miotto. Nos últimos anos, 90% destas pessoas de- sapareceram da agência Itaú, fazendo daquele um prédio fantasma. As interfaces multicolori- das dos smartphones e seus incríveis aplicativos estão de- letando bancários como se mata formigas a chineladas em um game.No jogo da vida real, o bancário tirou a calça social e o sapato “bico fino” para vestir o bermudão e as havaianas do desempregado pelos algoritmos. Em tempo: a agência 0282 foi agrupada na Souza Naves, em frente ao edifício Lince, onde antes da fusão funcionava o Unibanco, outro nome que já soa estranho, embora tenha sido deletado recentemente. Marcas famosas que desapareceram na poeira do tempo: disrupção tecnológica - O prefeito de Catanduvas disse que na cidade em que ele mora ninguém lê jornal... - Bom, se for verdade isso, tá explicado por que ele foi eleito... PIT & TOCO Esta edição rende homenagem à co-fundadora do Pitoco, Laidir Dalberto, nome indissociável da trajetória desta publicação. Agradece- mos também a cada uma das pessoas que estiveram conosco nesses dias desafiadores, em especial ao oncolo- gista Fernando Motter e a toda sua equipe. Muito obrigado!

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www.hyundaivetor.com.br

Cascavel, sexta-feira, 14 de junho de 2019 - Ano XXIII - Nº 2201 - Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo

(45) 3097-4512

Pronto Atendimento24h

[email protected]

Editorial

Cascavel, anos 1980. Se você procurasse um endere-ço perto de onde hoje está a Magazine Luiza, na Avenida Brasil, alguém diria: “É ao lado do Banco Nacional, pertinho do Bamerindus”. Se o local da busca fosse ali na Carlos de Carvalho, vinha a referência: “Na quadra do Noroeste”. Lo-jas Pernambucanas? “Pertinho do banco Sul Brasileiro, antes do Bandeirantes”.

Nomes esquisitos esses para todos que chegaram partir dos anos 1990. Poucos setores da economia mudaram tanto quanto o bilionário segmento bancário. Todo mundo tinha um amigo ou familiar bancário. Era fácil identificar os bancá-rios na rua pela indumentária: calça social, sapato preto e camisa barata comprada a prestação na Riachuelo.

E o setor continua mu-

O adeus da agência 0282Itaú fecha sua mais tradicional unidade em Cascavel;

algoritmos exterminam bancários como em um game de terror

dando. Ins-t i t u i ç õ e s tradicionais e n c o l h e m fisicamente na mesma proporção que cres-cem as cooperativas de crédito. Mas ambas estão ameaçadas pelas fintecs, os bancos de bol-so, digitais, como o Nubank e o Original.

O cascavelense Julio Miotto olha para a conflu-ência da rua 7 de Setembro e Paraná com certa nostalgia. Ele trabalhou ali por uma década, entre 1987 e 1997. Na semana passada, homens foram vistos

retirando o logo laranja da fachada. Fechava assim a tra-dicional agência 0282 do Itaú, a primeira da família Setúbal no Oeste do Paraná.

Miotto trabalhava na com-pensação de cheques. Havia quase 30 colegas no setor teclando freneticamente em calculadoras dotadas de bo-binas de papel e máquinas de escrever.

O Banco do Brasil tinha a quadra inteira para esse servi-ço de compensação, onde hoje está a Unipar. A tecnologia “derreteu” a quadra do BB e

incendiou os talões de cheques.“Éramos cerca de 180 fun-

cionários na agência 0282”, recorda-se Miotto. Nos últimos anos, 90% destas pessoas de-sapareceram da agência Itaú, fazendo daquele um prédio fantasma.

As interfaces multicolori-das dos smartphones e seus incríveis aplicativos estão de-letando bancários como se mata formigas a chineladas em um game.No jogo da vida real, o bancário tirou a calça social e o sapato “bico fino” para vestir o bermudão e as havaianas do desempregado pelos algoritmos.

Em tempo: a agência 0282 foi agrupada na Souza Naves, em frente ao edifício Lince, onde antes da fusão funcionava o Unibanco, outro nome que já soa estranho, embora tenha sido deletado recentemente.

Marcas famosas que desapareceram na poeira do tempo: disrupção tecnológica

- O prefeito de Catanduvas disse que na cidade em que ele mora ninguém lê jornal...

- Bom, se for verdade isso, tá explicado por que ele foi eleito...

PIT & TOCO

Esta edição rende homenagem à co-fundadora do Pitoco, Laidir Dalberto, nome indissociável da trajetória desta publicação. Agradece-mos também a cada uma das pessoas que estiveram conosco nesses dias desafiadores, em especial ao oncolo-gista Fernando Motter e a toda sua equipe. Muito obrigado!

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IMPRENSA

14 de junho de 2019

44 anosdepois...

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ESTRELA PET DO MÊS

PIETROSRDLuiz Pedro

Junho

Apoio:

Quando os jornalistas es-creviam (bem ou mal) a respei-to daquele periódico nascido pelas mãos do então prefeito Jacy Miguel Scanagatta, começavam o texto assim: “naquele jornal da rua Pernam-buco...”.

O endereço é tradicional, quase um templo de visitação de políticos de todas as mati-zes e quilates. Ali, no numeral 1600, funcionou por 44 anos o jornal “O Paraná”, veículo he-gemônico na imprensa escrita local por longos anos.

Agora não é o assinante que está avisando o jornal do novo endereço. É o jornal que mudou. “O Paraná” está na rua Rio Grande do Sul, esquina com Uruguai, aos fundos da Dip Frangos.

Não tem mais o mesmo gla-mour do prédio envidraçado da rua Paraná, ou do imponente edifício da empresa-mãe, de

Fachada de “O Paraná” distante das glamorosas paredes envidraçadas

Distante do glamour das paredes de vidro que refletiam a visita de chefões da política, “O Paraná” surge em novo endereço

larga fachada na avenida Tan-credo Neves.

Mas seus profissionais, com a jornalista Carla Hartmann à frente, procuram levar adian-te com determinação e em-penho a tradição que aquelas páginas carregam.

O prédio da rua Pernambu-co foi arrematado em leilão no último dia 9 de abril por pouco mais de R$ 2 milhões. No início de maio, a Justiça deu prazo de 15 dias para o empresário Alfredo Kaefer entregar o imóvel aos novos donos.

Kaefer anunciou a venda do jornal. E está ofertando o ativo no mercado para honrar o acordo com credores. Fiel ao que disse na edição anterior do Pitoco, vender “O Paraná” não significa sair do ramo. O ex--deputado pretende permane-cer com o outro título editorial do grupo, o também tradicional jornal “Hoje”.

Pensata“A insistência quase fetichista de alguns

em se preocupar mais com a desigualdade

do que propriamente com a pobreza leva a

crer que sua motivação real passe mais pela

inveja do que por uma genuína preocupação com o bem-estar dos

mais pobres”(Deputado estadual Fabio Ostermann – Novo RS).

THE END - Na dolorida ausência da titular, assume a diagramação do Pitoco o vete-rano jornalista Heinz Schmidt, que já promove inovações que visam aprimorar a experiência dos leitores. Vida que segue..

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14 de junho de 2019 [email protected] l 05

Qualquer hora da noite que eu retor-nasse para nossa residência, a única certe-za é que haveria uma pergunta: - Eduardo, você jantou?.

Laidir me tratava assim, pelo segundo nome, desde sempre, já que meu pai tam-bém é Jairo. A pergunta sobre a refeição era dirigida com frequência para meus filhos, João Eduardo e Luís Eduardo, e, de resto, para qualquer visita que rece-bêssemos. Essa preocupação traduz com perfeição como ela agia no seio familiar: mãe, esposa, mulher protetora, compa-nheira de todas as horas. Uma leoa para defender a família. Mesmo que eu estivesse errado - e muitas vezes estive - ela me de-fendia com bravura.

Nosso jornal chega hoje à edição de número 2.201. Destas, a Laidir participou diretamente na área comercial, adminis-trativa e na diagramação de 2.197. Mesmo já fragilizada, diagramou a edição do últi-mo dia 17 de maio.

Conheci-a na redação da extinta TV Carimã. Ela chegara havia pouco de Nova Prata do Iguaçu, sua cidade natal. Impli-cavam com a Laidir pelo sotaque étnico/roceiro da jovem filha de italianos com ale-mães. Naquele período ela mesclava a fun-ção no jornalismo, editora de imagens do telejornal, com a tarefa de babá dos filhos da Iloni, nossa chefe do departamento.

Para a Laidir, não havia nenhum pro-blema nisso. Uma de suas marcas fortes é a humildade, a simplicidade. Mesmo depois de vitoriosa em sua vida profissional e empresarial, prosseguiu assim. Tratava os nossos funcionários como amigos, colegas de trabalho, de igual para igual.

“Eduardo, você jantou?”Intensidade e brevidade traduzem a vida de uma grande mulher

Laidir Dalberto (1964 - 2019)

IN MEMORIAM

Nunca temeu o trabalho. Se fosse pre-ciso atravessar a madrugada na redação do jornal, ela o faria.

Laidir viveu 55 anos e três meses inten-sos. Fazia várias coisas ao mesmo tempo. Porém, apesar da brevidade, ficamos mais tempo juntos que casais com meio século de relacionamento. Afinal, trabalhamos juntos, a dois metros de distância, por quase três décadas.

- Eduardo, você jantou?- Sim querida, sua presença em minha

vida me saciou plenamente por toda mi-nha existência. Obrigado, Laidir!

Em tempo: o que posso compartilhar desta experiência dolorosa com você leitor (a)? Não deixe o elogio, o reconhecimento, o abraço e o beijo para amanhã. Não deixe as flores para as datas especiais. Supra carinho, atenção e amor àqueles que estão ao seu lado.

A nenhum de nós estão assegurados os próximos 15 minutos. Diga hoje, ago-ra, para a pessoa que está contigo, que você a ama. O passado já foi e o amanhã está coberto ainda pela densa névoa da incerteza... Só o que vale é o hoje, o agora, o presente... Jairo Eduardo, editor do Pitoco

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14 de junho de 2019 06 l [email protected]

COLUNA DO MEIO*Nem esquerda, nem direita, muito pelo contrário...

*A Coluna do Meio é um canal despretensioso redigido pelo editor do Pitoco na utópica intenção de mostrar que há vida fora do cardápio político que só oferece coxinhas e mortadelas.

Imagine a cena: deputado do PSL, novato na política, eleito pela rede social, adorador de mitos de araque, “lacrando”, ou seja, insultando e demonizando os adversários, chega para o primeiro dia de sessões no Congresso Nacional e dirige-se ao cafezinho.

De repente surge ali um outro novato, eleito pelo PCdoB. Obteve notoriedade e votos dentro uma bolha de esquerdistas aloprados, detonando os “neonazistas, fascistas”, as tais “elites econômicas” e outros demônios.

Um observa o outro de canto de olho. Se conhecem da troca de insultos na rede social. Um aceno discreto. Constrangi-mento. – “Tempo instável hoje, será que chover”, diz um deles, reunindo coragem para quebrar o silêncio.

Frases monossilábicas depois, se des-

Queimar as pontes edificadas entre os extremos é lançar todos ao precipício

pedem, também em um aceno discreto. Vai que algum eleitor fanático está observan-do, ou pior, filmando.

Depois o parlamentar do PSL pensa: “Puxa, o cara não come criancinha. Não parece um sujeito tão mau assim”. Pen-samento semelhante do comunista: “O deputado parece gente boa, notei que usa um relógio igualzinho ao meu”.

Aqui está um ponto de contato. De repente, torcem para o mesmo time, apreciam as mesmas flores, as mesmas músicas. E no outro encontro casual no cafezinho, passem a perceber que é pos-sível divergir politicamente sem veneno, sem ódio.

Talvez percebam que sobre alguns

temas inadiáveis, como a educação, é possível cons-truir consensos m í n i m o s . U m mínimo de coe-são nacional. Que doutrinar aluno ou professor pela esquerda ou pela direita não ata-ca o vexame que a p r e s e n t a m o s nos rankings in-ternacionais da educação.

Talvez percebam que dividir os brasi-leiros, semear o ódio de classe, racial ou de gênero, misturar fanatismo religioso com política, só faz queimar as pontes. E quando elas, as pontes, ardem no fogo, todos somos lançados ao precipício.

Todos podemos contribuir na constru-ção de pontes, já que para erigir muros há farta mão de obra de cérebros escassos, manipulados por políticos populistas e oportunistas que só podem prosperar jo-gando brasileiros contra brasileiros.

PONTOS DECONTATO

Aquele abraçoPara os assinantes

Alvaro Largura, Nilda Maria de Olivera Melito,

Elton Stein, Valdenir Gonçalves, Eliberto Stein, Sebastião Dias, Zai Sarolli

e José Alberto Dietrich.

VemP R O M O Ç Ã O

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Promoção válida de 01/04/2019 a 16/12/2019. Para mais informações, consulte as condições gerais, o regulamento e as características essenciais em www.vempoupareganhar.com.br. Título de pagamento único da modalidade incentivo emitido pela ICATU CAPITALIZAÇÃO S/A, CNPJ/MF nº 74.267.170/0001-73, Processo SUSEP nº 15414.901237/2017-71. Após a realização do sorteio, seu prêmio estará disponível para pagamento pelo prazo prescricional em vigor, o qual, atualmente, é de 5 anos, conforme previsto no Código Civil de 2002. SAC Promotora 0800 724 7220. SAC - 0800 724 7220 / Deficientes Auditivos ou de Fala - 0800 724 0525. Ouvidoria - 0800 646 2519.

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