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Nutrição e Overtraining Nutr. Priscila Moreira

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  • Nutrição e Overtraining

    Nutr. Priscila Moreira

  • Sobre o que vamos conversar?

    • Síndrome do Overtraining

    • Caracterização

    • Fisiopatoligia

    • Tratamento

  • PERIODIZAÇÃO DO TREINAMENTO

    • De um modo geral, os atletas treinam para aumentar o desempenho. Os aumentos de desempenho são alcançados através de cargas de treinamento aumentadas.

    • O aumento de cargas é tolerado apenas através de períodos intercalados de descanso e recuperação.

  • Fatores que levam a Síndrome OVT

    • a periodização do treinamento não ocorre, é mau planejada ou mal executada;

    • devido ao desequilíbrio entre a demanda do exercício (estresse) e a recuperação;

    • sobrecarga e/ou instabilidade emocional,

    • estresse psicológico e social (pressão aumentada no trabalho, problemas familiares e econômicos),

    • Nutrição inadequada frente à carga de treinamento;

    • Condições médicas pré-existentes;

    • Fatores ambientais (altitude, temperatura e umidade).

  • Estimulo/Treinamento

    Supercompensação planejada e executada

    Adaptação

    Supercompensação mal planejada e/ou executada

    Recuperação

    Aumento Desempenho

    Recuperação

    Overtraining

    Parassimpático Simpático

    Aumento Desempenho

    Overreaching

  • OVERREACHING Estado transitório de fadiga

    Seguido de recuperação adequada, pode levar a aumentos de desempenho

  • Estado de fadiga crônica OVERTRAINING

    • infecções frequentes e depressão • ocorre após um período de

    treinamento intenso e/ou competições

    Simpático

    Parassimpático

  • Overtraining simpático

    • aumento da atividade do sistema nervoso simpático em repouso;

    • a recuperação após o exercício é insuficiente e ocorre de forma retardada.

    • É mais comum em atletas de esportes coletivos e individuais de velocidade.

  • Overtraining parassimpático

    • predominância de funções inibitórias e fraqueza corporal, caracterizado pela predominância do tônus vagal ou por insuficiência adrenal.

    • provas de longas distâncias (corrida, natação, ciclismo e triathlon).

    • pode ser uma progressão do OVT simpático.

    • Tipo mais comum → se manifesta em cerca de 70% dos atletas de esportes individuais.

    60% dos corredores de fundo de elite pelo menos uma vez durante a

    carreira atlética

  • Alterações Bioquímicas e Hormonais

    • Baixo nível de ferro, ferritina, hemoglobina, glicose, lactato, amônia, ácidos graxos livres e albumina .

    • Aumento do nível de hormônios catabólicos (cortisol, adrenalina e noradrenalina) e a redução de alguns hormônios anabólicos (testosterona, tiroxina e hormônio do crescimento).

    • Estado catabólico – comprometimento da adaptação e melhora do rendimento.

    • Tríade da mulher atleta;

  • •Alterações neuro-endócrinas • mudanças na funcionalidade do eixo hipotálamo-

    hipófise (alta concentração de cortisol). • mudança no comportamento do atleta, como

    irritabilidade, inquietação, inibição e depressão.

    •Alterações imunológicas • altera a produção e liberação de glutamina pelos

    músculo esquelético: imunossupressão.

    Alterações Bioquimicas e Hormonais

  • Exercício, exposição tóxica e homeostase da glutationa

    • Glutationa Reduzida (GSH) – componente chave do sistema antioxidante celular – proteção do estresse oxidativo. • Sintetize hepática (treino e repouso)

    • Coração, pulmão e músculo esquelético – aumentam a captação de GSH no plasma – combate as EROs junto com as GPxs e Glutationa redutaze – produzidos pelo próprio esforço.

    GSr

    GPxs

    GSH

    EROs

  • • Ambiente com elevada exposição a poluentes + exercícios prolongados • Diminuição da disponibilidade de

    GSH em vários tecidos: • Compromete a capacidade de defesa

    antioxidante e/ou metabolização de toxinas, e a integridade celular.

  • Prevenção e Diagnóstico

    • Periodização do treinamento; • Treinador capacitado a identificar o OVT

    • Equipe Multidissiplinar

    • Questionário de Estresse e Recuperação para Atletas (RESTQ-Sport) (treinador/equipe técnica)

    • Avaliação da diminuição do desempenho em testes máximos até a exaustão ainda representa o padrão-ouro no diagnóstico do OVT (Médico)

    • The Profile of Mood States (POMS): avalia o estado de humor: tensão-ansiedade, depressão, raiva-hostilidade, vigor, fadiga e confusão mental (psicólogo)

  • Prevenção e Diagnóstico • Avaliação Nutricional

    • Composição corporal

    • Hábitos alimentares

    • Sintomas gastrointestinais

    • Qualidade do sono

    • Incidência de infecções, gripes e resfriados

  • Tratamento

    RECUPERAÇÃO

    OVERREACHING 2 semanas

    OVERTRAINING 6 – 12 semanas

    Respeito ao descanso Qualidade do Sono Adequação da Dieta

  • Dieta e Manutenção do sistema Imunológico

    A deficiência de nutrientes altera a imunocompetência do organismo e aumenta o risco de infecção, o que prejudica o desempenho esportivo.

    • Ajuste da oferta de carboidratos visa não só repor os estoques musculares e hepáticos de carboidratos para treinamentos em dias sucessivos, como também manter glicose suficiente para as células do sistema imunológico;

    • Uso de antioxidantes por meio da dieta oferece uma possível estratégia segura para melhorar o desempenho;

  • Ajuste das quantidades de carboidratos • Além da depleção de carboidratos, desidratação e

    balanço energético pode aumentar a resposta ao estresse (aumento catecolaminas, cortisol e glucagon, enquanto os níveis de insulina são reduzidos)

    • O carboidrato adicional não deve ser à custa da ingestão reduzida de proteína, pois há evidências de que a proteína insuficiente também pode resultar em aumento do risco de OVT.

    • A suplementação com aminoácidos (glutamina e aminoácidos de cadeia ramificada), no entanto, não é susceptível de reduzir os sintomas de fadiga.

  • • Os estoques de glicogênio endógeno são maximizados seguindo uma dieta rica em carboidratos: • 8–12g de carboidrato/kg/dia

    • Quando tempo de recuperação entre as seções de treino forem < 4h usar: • 1,2g de carboidrato/kg/h) alto índice glicêmico (>70)

    • combinando carboidratos (0,8g/kg/h) com proteína (0,2 a 0,4g/kg/h)

    • Exercícios prolongados (>60min) de alta intensidade (>70% VO 2 máx): • ~ 30 a 60g de carboidratos/h (6 a 8%) a cada 10–15 min durante todo o exercício,

    particularmente naquelas sessões de exercícios que vão além dos 70 min.

  • Post-exercise Ingestion of Carbohydrate, Protein and Water: A Systematic Review and Meta-analysis for Effects on Subsequent Athletic Performance.

    Água

    x

    Água+CHO

    x

    Água+CHO+prot

    McCartney, D., Desbrow, B. e Irwin, C. Sports Med (2018) 48: 379. https://doi.org/10.1007/s40279-017-0800-5

    Água+CHO

    Atletas com tempo limitado para recuperação entre sessões consecutivas de exercícios devem priorizar CHO e ingestão de líquidos para melhorar o desempenho atlético subsequente.

  • Gorduras

    • Até 30% do VET: • até 10% de gordura

    saturada

    • 10% de monoinsaturadas

    • 10% de poli-insaturadas

    • 0,6 a 1,2% de ômega-3

    McCartney, D., Desbrow, B. e Irwin, C. Sports Med (2018) 48: 379. https://doi.org/10.1007/s40279-017-0800-5

  • Proteínas

    • Para atletas de endurance, as proteínas têm papel auxiliar no fornecimento de energia e recomenda-se o consumo de 1,2 a 1,6 g/kg de peso ao dia.

    • Manutenção do Balanço Nitrogenado

    • Maior risco entre: • Restrição calórica para perda de peso;

    • Vegetarianos;

    • Atletas com dietas desbalanceadas.

    McCartney, D., Desbrow, B. e Irwin, C. Sports Med (2018) 48: 379. https://doi.org/10.1007/s40279-017-0800-5

  • Glutamina

    Aumento da susceptibilidade a infecções

    do trato respiratório superior.

    Disponibilidade de glutamina para as células do sistema

    imunológico apresenta-se

    reduzida

    McCartney, D., Desbrow, B. e Irwin, C. Sports Med (2018) 48: 379. https://doi.org/10.1007/s40279-017-0800-5

  • Glutamina plasmática abaixo dos valores considerados normais (500 a 750µmol/l), contribuem com diagnóstico do OVT.

    Não foram encontradas evidências que justificassem a suplementação oral de L-glutamina como agente ergogênico ou imunoprotetor.

    MEEUSEN, R , 2013; Legault Z, et al , 2015.

    Manutenção da aminoacidemia.

    Fontes de Glutamina e aminoácidos envolvidos na síntese: ácido glutâmico, valina e isoleucina.

  • Aumento da Defesa Antioxidante

    Compostos fenólicos

    Quercetina (cebola, maça e chá preto) melhora do desempenho esportivo.

    Garantir aporte de micronutrientes

  • • grupo suplementado (n=10) • 500 mg de Spirulina platensis (5,9 mg de clorofila), 0,093 mg de

    vitamina B6, 6,5ug de vitamina K, 0,8ug de vitamina B12 , 3,5ug de selenio e 9,0g de iodo. • tomar uma cápsula antes de cada uma das três refeições principais durante o

    dia, por um período de 6 semanas, o que correspondeu a 1.500 mg de extrato de espirulina por dia.

    • grupo placebo (n=9) • cápsulas visualmente idênticas com gluconato de cálcio (500mg por

    cápsula) .

  • A suplementação com extrato de espirulina pode proteger os atletas contra um déficit na função imunológica (especialmente, função anti-infecciosa) associada a exercícios extenuantes, e pode causar uma mudança benéfica no “limiar de overtraining” prevenindo uma deterioração radical da imunidade

  • Preciso suplementar?

    •Custo da suplementação? •R$100 – 200 tabletes (6 tabletes (5,9 mg de clorofila)/porção= 30 porções)

    •Técnica dietética: •Biodisponibilidade de Nutrientes;

  • Saturação: 5g de Creatina Monohidratada (ou 0,3 g/kg de peso corporal) 4x/dia por 5-7 dias; Manutenção: 3-5 g /dia.

    Aumenta a disponibilidade muscular de creatina e PCr e pode, portanto, aumentar a capacidade de exercício agudo e adaptações de treinamento.

    É o suplemento nutricional ergogênico mais efetivo atualmente disponível aos atletas: Aumento da capacidade de exercício de alta intensidade; Manutenção de massa magra.

  • “O alimento como

    protagonista”

  • REFERÊNCIAS • LEMYRE, P. N.; ROBERTS, G. C.; STRAY-GUNDERSEN, J. Motivation, overtraining, and burnout: Can self-determined

    motivation predict overtraining and burnout in elite athlete? Eur J Sport Sci. 2007; 7 (2): p. 115-126.

    • HALSON, S. L.; JEUKENDRUP, A. E. Does overtraining exist? An analysis of overreaching and overtraining research. Sports Med. 2004; 34 (14): p. 967-981.

    • MEEUSEN, R.; DUCLOS, M.; FOSTER, C.; FRY, A.; GLEESON, M.; NIEMAN, D.; RAGLIN, J.; RIETJENS, G.; STEINACKER, J.; URHAUSEN, A. Prevention, Diagnosis, and Treatment of the Overtraining Syndrome: Joint Consensus Statement of the European College of Sport Science and the American College of Sports Medicine. Med Sci Sports Exerc. 2013; 45(1):186-205.

    • COSTA, L. O. P.; SAMULSKI, D. M. Processo de validação do questionário de estresse e recuperação para atletas (RESTQ-Sport) na língua portuguesa. Rev Bras Ciênc Mov. 2005; 13 (1): p.79-86.

    • ROHLFS, I. C. P. M.; ROTTA, T. M.; LUFT, C. D. B.; ANDRADE, A.; KREBS, R. J.; CARVALHO, T. A Escala de Humor de Brunel (Brums): Instrumento para Detecção Precoce da Síndrome do Excesso de Treinamento. Rev Bras Med Esp. 2008; 14 (3): p.176-181.)

    • Kerksick C.M., Arent S., Schoenfeld B.J., Stout J.R., Campbell B., Wilborn C.D., Taylor L., Kalman D., Smith-Ryan A.E., Kreider R.B., et al. International Society of Sports Nutrition Position Stand: Nutrient Timing. J. Int. Soc. Sports Nutr. 2017;14:33.

    • Legault, Z.; Bagnall, N.; Kimmenly, D. S. The influence of oral L-glutamine supplementation on muscle strengh recovery and soreness following unilateral knee extension eccentric exercise. International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism. Vol. 25. Num. 5. 2015. p. 417- 426.

  • Obrigada Dra. Tânia Rodrigues por plantar em

    mim uma sementinha chamada

    NUTRIÇÃO ESPORTIVA!