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Nutrição Clínica Módulo I Parabéns por participar de um curso dos Cursos 24 Horas. Você está investindo no seu futuro! Esperamos que este seja o começo de um grande sucesso em sua carreira. Desejamos boa sorte e bom estudo! Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site www.Cursos24Horas.com.br Atenciosamente Equipe Cursos 24 Horas

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NNuuttrriiççããoo CCllíínniiccaa

Módulo I

Parabéns por participar de um curso dos

Cursos 24 Horas.

Você está investindo no seu futuro!

Esperamos que este seja o começo de um

grande sucesso em sua carreira.

Desejamos boa sorte e bom estudo!

Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site

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Atenciosamente

Equipe Cursos 24 Horas

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Sumário

Introdução..................................................................................................................... 3

Unidade 1 – Conceitos, metabolismo e nutrientes.......................................................... 4

1.1 – Introdução à nutrição clínica............................................................................. 5

1.2 – Macronutrientes.............................................................................................. 11

1.3 – Micronutrientes .............................................................................................. 20

1.4 – Sistema endócrino .......................................................................................... 29

Unidade 2 – Dietoterapia e outras dietas direcionadas ................................................. 37

2.1 – Terapia nutricional enteral e parenteral ........................................................... 38

2.2 – Dietas direcionadas para pacientes com câncer e AIDS/HIV........................... 50

2.3 – Nutrição esportiva, suplemento alimentar e dieta vegetariana ......................... 58

Conclusão do Módulo 1: ............................................................................................. 66

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Introdução

Olá,

A nutrição clínica é uma área específica dentro da nutrição. O nutricionista vem

sendo cada vez mais requisitado para atuar nessa área. A nutrição clínica é voltada para

pessoas com risco em seu estado nutricional seja por alguma condição patológica, faixa

etária, ou qualquer outra que exija mais nutrientes do organismo (como os idosos), ou o

corpo esteja requerendo mais nutrientes (como na gestação).

Logo, a nutrição clínica ocupa-se em manter o estado de saúde do indivíduo,

prevenir complicações referentes ao estado nutricional, manter o equilíbrio nutricional,

tratar, prevenir ou curar algumas doenças específicas.

Este curso pretende passar as informações pertinentes ao profissional que deseja

atuar na área. Abordaremos no início, os conhecimentos gerais que o nutricionista deve

ter, como entender a função dos nutrientes e o metabolismo corporal.

Seguiremos falando das principais situações que o nutricionista clínico

participa, como as orientações dietéticas e planos alimentares de indivíduos com

doenças crônicas ou hospitalizados com uso de sondas, e encerramos abordando a

avaliação nutricional .

Esperamos que aprecie o curso, que possa aprender bastante e ter muito sucesso

em sua carreira!

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Unidade 1 – Conceitos, metabolismo e nutrientes

Olá,

Nesta unidade, você vai conhecer as principais atribuições do nutricionista

clínico. Vai entender quais são os macros e os micronutrientes e suas funções.

Em seguida faremos uma abordagem do sistema endócrino, pois este está ligado

intimamente com os processos metabólicos, para poder compreender melhor como o

nosso organismo utiliza tais nutrientes.

Esse estudo também é importante para mais a frente compreender as possíveis

complicações nutricionais que podem ocorrer com o mau funcionamento desse sistema.

Bons Estudos!

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1.1 – Introdução à nutrição clínica

A nutrição é a área com ações voltadas para a alimentação humana, tendo em

conta as necessidades alimentares do organismo, através de orientações e elaboração de

plano alimentar equilibrado e que considera as necessidades nutricionais individuais e

coletivas, tanto das pessoas sadias quanto das pessoas doentes.

Mas para falar sobre nutrição clínica, achamos conveniente apresentar

informações básicas sobre o profissional que atua nesta área. O nutricionista é o

profissional de saúde que garante uma melhor qualidade de vida às pessoas através da

alimentação.

A profissão de nutricionista foi criada pela Lei nº 5.276, de 24 de abril de 1967.

Em 17 de setembro de 1991, a Lei nº 8.234, regulamentou a profissão e definiu as

atividades privativas deste profissional como sendo:

⋅ Direção, coordenação e supervisão de cursos de graduação em nutrição;

⋅ Planejamento, organização, direção, supervisão, avaliação de serviços de

alimentação e nutrição;

⋅ Planejamento, coordenação, supervisão e avaliação de estudos dietéticos;

⋅ Ensino das matérias profissionais dos cursos de graduação em nutrição;

⋅ Ensino das disciplinas de nutrição e alimentação nos cursos de graduação

da área de saúde e outras afins;

⋅ Auditoria, consultoria e assessoria em nutrição e dietética;

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⋅ Assistência e educação nutricional a coletividades ou indivíduos, sadios

ou enfermos, em instituições públicas e privadas e em consultório de

nutrição e dietética;

⋅ Assistência dietoterápica hospitalar, ambulatorial e em consultórios de

nutrição e dietética, prescrevendo, planejando, analisando,

supervisionando e avaliando dietas para enfermos.

Atualmente o nutricionista tem a opção de trabalhar nas seguintes áreas:

Alimentação Coletiva, Nutrição Clínica, Saúde Coletiva e Indústria de alimentos.

Alimentação Coletiva

O objetivo da alimentação coletiva é montar cardápios balanceados

nutricionalmente, tornando-a adequada ao comensal (comensal é a denominação do

consumidor em alimentação coletiva).

Na saúde coletiva, a alimentação visa manter ou recuperar a saúde do comensal,

desenvolver hábitos alimentares mais saudáveis. Além disso, é necessária a

conscientização de uma boa alimentação para evitar problemas futuros, como a

hipertensão ou colesterol alto.

Os locais mais comuns para atuação do nutricionista em alimentação coletiva

são:

- Unidades de Alimentação e Nutrição – UAN;

- Creches e escolas;

- Restaurantes comerciais;

- Refeições-convênio;

- Empresas de Comércio de Cesta-Básica.

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Saúde Coletiva

Na saúde coletiva, o nutricionista atua na educação nutricional em instituições

públicas ou privadas e em consultórios de nutrição e dietética, prestando assistência às

pessoas sadias ou doentes em:

- Programas Institucionais;

- Unidades Primárias em Saúde;

- Vigilância Sanitária.

Universidades e Cursos Profissionalizantes

O nutricionista pode atuar como docente seja lecionando em cursos

profissionalizantes ou em cursos de graduação e pós-graduação. Pode também, dentre

dessa área de ensino, ser coordenador de cursos de nutrição ou supervisor de estágios.

Esportes e Indústria de Alimentos

O mercado de trabalho para o nutricionista vem se expandindo para as áreas de

esportes e indústria de alimentos, cada vez mais entidades procuram por esse

profissional.

No esporte temos nutricionistas dentro das academias, dando orientações para

perda de peso ou melhora no esporte. Também temos nutricionistas envolvidos

diretamente com os atletas. O ideal é ter formação específica na área esportiva.

Temos a participação dos nutricionistas nas indústrias controlando a qualidade

dos alimentos. Outra novidade são as clínicas de estética, onde o nutricionista atua na

reeducação alimentar.

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Nutrição Clínica

Chama-se nutrição clínica a área da nutrição que trata de patologias através da

alimentação. A nutrição clínica também tem seu trabalho voltado para a prevenção de

doenças ou controle de doenças crônicas através de uma alimentação saudável.

O profissional que trabalha com nutrição clínica é responsável direto pela

alimentação oral, enteral e parenteral. Na nutrição clínica, o profissional faz seu

atendimento a pacientes com condições clínicas particulares e também nas fases ou

condições de vida que mereçam maior atenção nutricional.

As atribuições do nutricionista clínico são: tratar e reconhecer a desnutrição,

reduzir as complicações metabólicas e mecânicas da nutrição enteral e parenteral,

reduzir a morbidade, mortalidade e o tempo de internação hospitalar.

O nutricionista que trabalha na área de nutrição clínica realiza atendimento em

consultórios, clínicas, hospitais, asilos, creches, spa’s, banco de leite humano e

lactários. Ao longo do curso, iremos estudar o trabalho do nutricionista nesses locais e

suas especificações.

As principais áreas de atuação da nutrição clínica são:

• Nutrição materno-infantil: Durante o pré-natal e aleitamento materno, onde há

um acompanhamento da alimentação da gestante e da lactente, de maneira que

as necessidades do bebê sejam supridas;

• Nutrição enteral e parenteral: Esse tipo de alimentação é realizada em

condições específicas. Cabe ao nutricionista o planejamento da dieta e as

orientações;

• Nutrição em geriatria: É a alimentação direcionada à saúde do idoso, com base

nas carências nutricionais e características próprias dessa fase de vida;

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• Nutrição em banco de leite humano: O nutricionista tem como função assegurar

a qualidade e a segurança do leite materno para o consumo infantil. É seu papel

também, promover ações voltadas para o estímulo à amamentação;

• Nutrição em pré e pós-operatório: Adequação da dieta para os pacientes

dependendo da sua condição individual no momento da hospitalização;

• Nutrição para paciente grave e em estado crônico: Visa evitar a desnutrição e

tratar as condições de saúde com cardápios específicos a cada caso.

Diferença entre nutrição e alimentação

Você acha que existe diferença entre nutrição e alimentação? Nutrição e

alimentação são tidas como sinônimos, porém são duas palavras distintas. Alimentação

é a escolha, o preparo e a ingestão dos alimentos e nutrição é a utilização dos alimentos

pelo organismo.

Para a manutenção de uma boa saúde é necessária uma alimentação adequada,

principalmente em algumas fases da vida ou em condições de saúde específicas. Antes

de adentrarmos nos assuntos próprios da nutrição clinica, é interessante conhecermos os

nutrientes necessários para o metabolismo do nosso organismo.

Mas o que é Metabolismo?

O metabolismo é um processo corporal de constante renovação. É um processo

necessário para o desempenho das atividades orgânicas. Dentro do nosso organismo a

nível celular, novas substâncias celulares são sintetizadas e depois degradadas, em um

ciclo contínuo. Nesse ciclo intenso de substâncias celulares, muita energia é utilizada e

essa energia é obtida através dos nutrientes.

O metabolismo pode ser dividido em anabolismo e catabolismo.

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O anabolismo ocorre por meio das reações de armazenamento de energia e

construção de tecidos. Neste processo, moléculas mais complexas são sintetizadas a

partir de moléculas menos complexas. Essas moléculas menos complexas recebem o

nome de substrato ou nutrientes.

Para ocorrer o anabolismo, são necessários energia e substratos, sendo

responsável pelo crescimento, regeneração e manutenção de órgãos e tecido do

organismo. Um exemplo de anabolismo é a síntese de proteínas a partir dos

aminoácidos.

Já no catabolismo ocorre o inverso, temos as moléculas mais complexas

desmembradas, para a obtenção de moléculas menos complexas, para dispor nutrientes

para o organismo.

Um exemplo de catabolismo é a digestão, o organismo “quebra” os alimentos

para poder utilizar os nutrientes posteriormente. O catabolismo também ocorre quando o

organismo está sem energia e usa as reservas de glicose e proteína do organismo para a

obtenção de energia.

O que é nutriente?

O nutriente é qualquer substância proveniente de um alimento, depois da

transformação dos alimentos pelo organismo. Eles desempenham funções essenciais ao

crescimento e à vida. Nos alimentos temos os mais variados tipos de nutrientes, portanto

uma dieta bem balanceada deve contar com todos os tipos de nutrientes.

A base de uma boa nutrição é a diversidade de alimentos, para que o nosso corpo

receba todos os nutrientes necessários para o metabolismo. Por isso dietas restritivas são

ruins, pois privam o organismo de alguns nutrientes que podem ser essenciais para o

organismo.

Os nutrientes são classificados em macro e micronutrientes. Os macronutrientes

são aqueles que o nosso organismo necessita em maior quantidade, que são: as

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proteínas, os carboidratos e as gorduras. Já os micronutrientes são aqueles que o nosso

organismo necessita em menor quantidade: as vitaminas e os minerais. Também não

podemos nos esquecer da água, que é essencial para a vida.

Abaixo temos uma tabela informativa dos nutrientes. O objetivo é apenas

exemplificar de maneira geral, pois iremos detalhar o assunto e dar mais exemplos.

Nutriente

Função

Primária

Função

Secundária

Carência Excesso

Vitaminas Água Estruturação e

regulação Desidratação e

morte ______

Carboidratos Energia Motora

Estrutura Hipoglicemia Hiperglicemia e obesidade.

Proteínas Estrutura Estrutura Atraso físico e mental

Gota, problemas cardiovasculares.

Gorduras Energia Calorífica

Estrutura Falta de concentração

(hiperatividade), Envelhecimento

da pele.

Obesidade, AVC,

hipertensão e aterosclerose.

1.2 – Macronutrientes

Os macronutrientes são formados pelos carboidratos, proteínas, gorduras ou

lipídeos. Esses macronutrientes devem ser ingeridos diariamente para suprir as

necessidades do organismo. Vamos estudar sobre cada um desses macronutrientes e

suas quantidades diárias.

Porém, fica um aviso: essas quantidades são apenas genéricas, pois dependendo

da situação, teremos que montar um cardápio individualizado. Nesse momento

estudaremos apenas critérios gerais.

Tabela de ingestão diária de nutrientes segundo o Ministério da Saúde

Antes de começar a falar dos macronutrientes, temos uma tabela com a

recomendação de ingestão diária dos macronutrientes segundo o Ministério da Saúde. E

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todas as informações referentes à ingestão que veremos a seguir foram fornecidas a

partir dessa tabela.

Carboidratos

A maior parte da energia que o indivíduo necessita provém dos carboidratos,

eles atuam como combustível para o organismo. Como vimos na tabela acima, este é o

macronutriente de maior ingestão dentro da alimentação diária, pois eles são

considerados alimentos energéticos, ou seja, são nutrientes que o nosso organismo

necessita para ter forças e desempenhar suas atividades.

Os carboidratos são divididos em complexos e simples.

Os carboidratos simples são aqueles que são facilmente absorvidos pelo

organismo, pois possuem uma cadeia química simples (glicose, frutose, sacarose e

lactose) e são utilizados como fonte energética. Eles são encontrados, por exemplo, nas

frutas, no mel, no xarope de milho, no leite e derivados, açúcares de mesa, balas,

chicletes e etc.

Os carboidratos complexos, por sua vez, têm uma cadeia química maior e mais

complexa, são formados pelos amidos. Demoram mais tempo para serem digeridos e

absorvidos pelo intestino. Alguns alimentos que contêm carboidrato complexo:

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• Cereais e derivados: arroz, trigo, centeio, milho, aveia, farinhas (trigo,

milho), massas, pães, biscoitos;

• Tubérculos: mandioca, batata, inhame, cará, mandioquinha;

• Leguminosas: ervilha, lentilha, feijão, grão de bico e soja.

No entanto, não é apenas a cadeia química de vai determinar a velocidade de

absorção pelo organismo. Se o alimento contém grãos integrais sua absorção será mais

lenta, se contém açucares e gorduras na composição, pode ser mais rápida a absorção,

como os bolos, por exemplo.

Depois de absorvidos, todos os carboidratos são transformados em glicose no

intestino e lançados na corrente sanguínea. Essa glicose vai ser armazenada na corrente

sanguínea, músculos e no fígado. Quando essas três áreas de armazenamento já estão

completas, o carboidrato passa a ser armazenado em forma de gordura.

Fibras

As fibras também são carboidratos complexos, portanto, essenciais para a

alimentação, principalmente pelas suas ações benéficas ao organismo.

Entretanto, os brasileiros não possuem o hábito de consumir fibras,

principalmente nos centros urbanos onde a vida agitada das pessoas leva à alimentação

mais industrializada e gordurosa.

As fibras são nutrientes não digeridos pelo organismo humano, por isso têm

importante participação na movimentação do intestino e previne a prisão de ventre, as

doenças cardiovasculares e o câncer de intestino. O ideal seria a ingestão diária de 20 a

25 gramas para um adulto.

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Abaixo temos uma tabela para melhor entendimento da função das fibras na

alimentação:

(Fonte: http://vilamulher.terra.com.br/fibras-para-o-seu-intestino-11-1-70-126.html) Proteínas

As proteínas, assim como os carboidratos, têm a função de produzir energia, mas

a sua função principal é cuidar do desenvolvimento dos órgãos e tecidos do corpo

humano, renovação, manutenção dos órgãos e tecidos do organismo humano. As

proteínas são formadas pelos aminoácidos.

Ao todo existem 22 aminoácidos, e destes 14 são os chamados aminoácidos não

essenciais, pois podem ser sintetizados pelo corpo humano. E os oito restantes são os

aminoácidos essenciais, estes não podem ser produzidos pelo corpo humano e devem

ser fornecidos ao organismo por meio dos alimentos.

As proteínas completas, também chamadas de proteínas de alto valor biológico,

são aquelas que contêm todos os aminoácidos essenciais e estão presentes nas carnes,

ovos, leite, peixe, arroz integral, grão de bico, entre outros.

Mesmo que a pessoa não se alimente de carne, deve consumir alimentos que

tenham todos os aminoácidos essenciais, pois são necessários para a manutenção da

vida. Caso contrário, o organismo começará a deteriorar os órgãos e tecidos.

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Nos alimentos de origem vegetal, temos a presença de proteínas também, porém

uma grande variedade desses vegetais apresenta apenas proteínas incompletas, por não

conter todos os aminoácidos essenciais.

O nutricionista deve alertar o paciente sobre esse fato e elaborar um cardápio

completo que contenha fontes vegetais de proteínas completas

A ingestão diária recomendada de proteínas é de 10% a 15% das calorias totais,

o que dá aproximadamente 0,8 g a 1 g por kg de peso do indivíduo por dia, ou seja, se o

indivíduo pesar 80 quilos deverá ingerir até 80 gramas de proteína por dia.

Gorduras

As gorduras ou lipídeos são substâncias constituídas por glicerol e ácidos

graxos, sendo encontradas tanto nos alimentos de origem vegetal, quanto nos de origem

animal. Há quem tente evitar as gorduras na dieta a todo custo, mas elas têm funções

essenciais no metabolismo corporal, ou seja, são importantes para a manutenção de uma

vida saudável.

As gorduras são a maior fonte de reserva energética do organismo, auxiliam no

processo digestivo, pois formam os sais e ácidos biliares. Também participam do

transporte de vitaminas lipossolúveis, mantém a temperatura corporal, ajudam na

formação de hormônios e compõem a estrutura de TODAS as membranas celulares.

Portanto, toda dieta deve conter gorduras, porém é preciso diferenciar as boas

gorduras das más gorduras e mesmo assim incluí-las na alimentação sem excessos,

obedecendo à recomendação diária estabelecida pelo Ministério da saúde.

Para explicar quais são as boas e as más gorduras vamos classificá-las e detalhar

as suas funções. As gorduras, por terem os ácidos graxos como seus principais

constituintes, são classificadas:

• Pela quantidade de átomos de carbono;

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• Pela presença ou não de insaturações;

• E pela localização da primeira ligação insaturada.

De acordo com a quantidade de átomos de carbono:

Pela quantidade de átomos de carbono, classificamos os ácidos graxos como

cadeia curta, média ou longa.

Os de cadeia curta (até 6 átomos de carbono) são os encontrados na manteiga e

no leite integral e trazem benefícios para o trânsito intestinal pela fermentação

bacteriana provenientes desses alimentos.

Já os de cadeia média (6 a 12 carbonos) são mais utilizados pelo organismo

como fonte de energia, do que como reserva de gordura por isso são utilizados em

alguns suplementos alimentares. São encontrados principalmente no óleo de coco, óleo

de palmeira e no leite materno.

E os ácidos graxos de cadeia longa (acima de 12 átomos de carbono) estão

presentes na maioria das gorduras que consumimos, sendo importantes na formação,

desenvolvimento e funcionamento do cérebro e da retina.

São ácidos graxos essenciais, portanto, não sintetizados pelo organismo, muito

importantes para o desenvolvimento infantil e também estão presentes no leite humano

assim como os de cadeia média.

Estudos comprovam que crianças amamentadas no seio possuem maiores

quantidades desses ácidos na membrana cerebral, o que pode explicar maior capacidade

de concentração e aprendizagem.

Os ácidos graxos de cadeia longa são divididos em saturados, monoinsaturados e

poliinsaturados, o que nos leva a nossa próxima classificação.

Classificação de acordo com a presença ou não de insaturações:

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O grau de saturação de um ácido graxo é definido pelo número de ligações

duplas entre os átomos de carbono nas cadeias. O ácido graxo que não apresenta ligação

dupla alguma é chamado de ácido graxo saturado. Quando apresenta uma ligação, é

chamado ácido graxo monoinsaturado, e na presença de várias duplas ligações são

chamados de ácidos graxos poliinsaturados.

• Os Ácidos Graxos Saturados: são sólidos na temperatura ambiente e tem

a característica de elevar o nível de colesterol e devem ter a sua ingestão

limitada a 10% da ingestão calórica total diária. Estão presentes

principalmente nas gorduras animais, tais como as carnes, e no reino

vegetal, no coco, no cacau e na palmeira;

• Gorduras Trans: são gorduras saturadas artificialmente. São produzidas

industrialmente a partir das gorduras vegetais insaturadas. Essas gorduras

são amplamente utilizadas em alimentos industrializados, para manter a

durabilidade e sabor dos alimentos (tais como salgadinhos, biscoitos e

sorvetes). Essas gorduras devem ser evitadas por ter a capacidade de

elevar os níveis de colesterol do sangue;

• Ácidos Graxos Monoinsaturados: são encontrados em alimentos de

origem vegetal como o azeite de oliva, óleo de canola, abacate,

amendoim e nozes. Tem como fator benéfico ajudar a controlar o “mau

colesterol”, prevenindo assim doenças cardiovasculares e geralmente são

líquidos na temperatura ambiente;

• Ácidos Graxos Poliinsaturados: são encontrados nos óleos de girassol,

de milho, de soja, de peixes e também em algumas oleaginosas como

amêndoas e castanhas. Diminuem a concentração do mau colesterol (o

LDL) e possuem efeito anti-inflamatório. Como são ácidos graxos

essenciais, eles devem ser incorporados na dieta. Pesquisas têm mostrado

que a dieta do brasileiro é muito pobre em gorduras insaturadas (tanto as

monoinsaturadas como as polinsaturadas), o nosso organismo não é

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capaz de produzi-las e por isso participam do transporte de gorduras e

manutenção dos tecidos corporais.

Classificação de acordo com a localização da primeira ligação insaturada:

A última forma de se classificar as gorduras é de acordo com a localização da

primeira ligação insaturada, contada a partir do último carbono (o ômega). Os principais

ácidos graxos essenciais são: alfa-linolênico (ômega 3) e os linoleicos (ômega 6).

Nessa categoria, encontramos as gorduras essenciais que são de cadeia longa e

polinsaturadas. Por serem essenciais, apresentam diversos benefícios e devem ser

fornecidas pela alimentação.

Exercem um papel fundamental na produção de energia, aumento do

metabolismo, aumento de crescimento muscular, transporte de oxigênio, crescimento

normal celular, funções nervosas e regulação hormonal.

O problema de obtenção desses ácidos, é que eles são encontrados em poucos

alimentos, e alguns fatores como o consumo de álcool, açúcar e colesterol alto

interferem na absorção desses ácidos.

Boas fontes de ácidos graxos essenciais são:

• Óleo de peixe: Constitui uma boa fonte de ácido graxo, chamada ômega

3;

• Óleo de linhaça: É um ácido graxo essencial, que oferece vários

benefícios, inclusive para o intestino por ser uma boa fonte de fibras;

• Óleo de fígado de bacalhau: Ótima fonte de ácidos graxos essenciais.

Tabela resumos dos ácidos graxos essenciais:

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Ácidos Graxos

Essenciais Nome dos ácidos Fontes nos

Alimentos Efeitos benéficos

Alfa-linolênico (ALA)

Nozes, linhaça, canola.

Eicosapentaenóico (EPA)

Peixes gordos e óleos de peixes (atum, sardinha, salmão).

Ômega 3

Docosaexaenóico (DHA)

Peixes gordos e óleos de peixes.

Remoção dos triglicerídeos da circulação. Efeito anti-inflamatório, diminuindo o risco de aterosclerose e trombose.

Linoléico Milho, soja, semente de algodão, óleo de girassol.

Gama-linolênico Óleo de prímula, óleo de borragem.

Ômega 6

Araquidônico Carnes, aves e ovos.

Regulam a pressão arterial e a resposta imunológica

(Adaptação Fonte: http://revistacontrarelogio.com.br/pdfs/Nutricao.pdf) Com base nos conhecimentos adquiridos sobre os lipídeos, fica mais fácil

entender a importância da gordura na alimentação, ou seja, ela não pode ser totalmente

eliminada, pois participam de vários processos orgânicos fundamentais.

Frituras: os malefícios das gorduras aquecidas

A fritura por imersão é um método de cozimento muito utilizado, tanto por ser

barato e rápido, como também por ser bem aceito por todas as pessoas. Nas frituras por

imersão, temos os óleos vegetais em alta temperatura e uma rápida transferência de

calor aos alimentos.

A fritura por imersão ocorre quando colocamos os alimentos dentro do óleo para

cozinhá-los, por exemplo, batata frita. É muito atrativa ao paladar, pois acentua os

sabores dos alimentos, os odores e confere uma cor dourada e brilhante.

No entanto, quando o óleo é exposto a altas temperaturas, ocorrem alterações

químicas que transformam a gordura insaturada em gordura saturada, que é prejudicial à

saúde.

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A fritura pode também promover a formação da gordura trans. A gordura trans

pode se formar a partir das altas temperaturas, onde as moléculas são quebradas e a

cadeia química se reorganiza.

Com vimos a pouco, a gordura trans também pode ser produzida através de

processos industriais. Como a gordura trans não é sintetizada pelo organismo, não

deveria ser consumida nunca.

Porém, uma quantidade muito grande de alimentos como: os salgadinhos,

sorvetes, biscoitos recheados, margarinas, pipocas de micro-ondas, chocolates entre

outros, contém esse tipo de gordura. O que torna quase impossível não consumi-la, nos

dias de hoje onde temos uma vida corrida e não há tempo pra comidas caseiras.

Não existem níveis seguros pra a ingestão de gorduras trans, portanto, elas

devem ser evitadas ao máximo. Além disso, essas gorduras são potenciais para

ocasionar, doenças cardiovasculares, entupimentos de artérias e pressão alta.

Além disso, no aquecimento das gorduras, há a formação de uma substância

chamada acroleína, que é altamente cancerígena, diminui a elasticidade da parede

arterial e acelera o envelhecimento da pele.

1.3 – Micronutrientes

Os micronutrientes são formados pelas vitaminas e minerais, e tem função

reguladora no organismo humano. Há algum tempo, as pessoas têm tomado

suplementos vitamínicos para tentar suprir suas necessidades, porém esses suplementos

não substituem uma alimentação saudável e balanceada.

As vitaminas desempenham papel na manutenção da saúde, no crescimento, nas

defesas do organismo e papel nutricional. Temos várias vitaminas que são sintetizadas

pelo organismo e as essenciais que não são sintetizadas. E muitas vitaminas precisam de

ingestão diária, porém diferentemente dos macronutrientes, precisam ser consumidas

em pequenas quantidades.

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As vitaminas se dividem em hidrossolúveis (solúveis em água) e lipossolúveis

(solúveis em gorduras). As hidrossolúveis devem ser ingeridas diariamente, pois o

corpo não faz grandes reservas delas, e seu excesso é eliminado pela urina.

As lipossolúveis são armazenadas por mais tempo, por serem retidas pelo tecido

adiposo e no fígado. São absorvidas pelo intestino com ajuda das gorduras.

Hidrossolúveis Lipossolúveis

B1 (Tiamina) Vitamina A B2 (Riboflavina) Vitamina D B3 (Niacina) Vitamina E B5 (Ácido pantotênico) Vitamina K B6 (Piridoxina) B7 ou B8 (Biotina) B12 (Cianocobalamina) C (Ácido ascórbico)

Vitaminas Lipossolúveis Vitamina A

A vitamina é sintetizada no fígado a partir do betacaroteno encontrado nos

alimentos. Atua na formação da pele, das mucosas, dos ossos, dos dentes e no

crescimento infantil, e é essencial para a visão.

A vitamina A ajuda a aumentar a imunidade do organismo, protegendo contra

gripe, resfriados e infecções oportunistas (como as laringites e infecções de ouvido). É

antioxidante, ou seja, retarda o processo de envelhecimento da pele.

Sua carência ou insuficiência resultam em secura na pele, nos olhos e glândulas

lacrimais. A pessoa que tem falta de vitamina A em sua alimentação pode desenvolver

acne, cegueira noturna e perda de paladar.

As maiores fontes de vitamina A são: fígado, óleo de fígado de bacalhau, peixes

gordurosos, leite, ovos, vegetais folhosos verde-escuros, vegetais e frutas alaranjadas,

como cenoura, abóbora, pêssego, maçã e mamão.

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Vitamina D Atua no metabolismo e na absorção do cálcio e do fósforo. Mantém os ossos e

os dentes em bom estado e ajuda o sistema imunológico. Por esses motivos é essencial

na prevenção e tratamento de osteoporose e raquitismo.

A vitamina D só é ativada na presença do Sol, por isso é importante tomar Sol

diariamente. Em países onde o inverno é rigoroso e há pouca presença do Sol, muitos

indivíduos podem sofrer com a ausência da vitamina D.

Nos alimentos, as maiores fontes de vitamina D são: óleo de fígado de bacalhau,

peixes (especialmente salmão e sardinha), gema de ovo e leites e derivados

enriquecidos.

Vitamina E

A vitamina E também é conhecida como tocoferol e é um excelente antioxidante

celular que inibe os radicais livres, por isso ajuda a prevenir câncer e doenças

cardiovasculares.

O ideal seria que a vitamina E fosse consumida junto com a vitamina C para ter

seu efeito potencializado. A atuação principal dessa vitamina é no sistema nervoso

involuntário e no sistema muscular.

Sua deficiência pode ocasionar infertilidade no homem e risco de aborto na

mulher. Acarreta inclusive na dificuldade de cicatrização da pele, afeta a pressão arterial

e o indivíduo pode desenvolver neuropatias periféricas.

As principais fontes de vitamina E são: óleos vegetais, azeite de oliva, ovos,

leite, fígado, germe de trigo, sementes oleaginosas, como nozes, castanhas, amêndoa,

semente de girassol, semente de abóbora e o abacate.

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Vitamina K

Conhecida como Filoquinona, é essencial para a coagulação sanguínea e a

cicatrização dos tecidos. Assim como a vitamina D, participa da formação dos ossos e

previne a osteoporose. Sua deficiência aumenta o risco de hemorragias, sangramento da

gengiva e da pele.

Fontes de vitamina K: fígado, vegetais verdes (alface, couve, brócolis, espinafre,

repolho), óleos vegetais, carnes, tomate, castanhas, peixes e produtos lácteos.

Vitaminas Hidrossolúveis

Vitaminas do complexo B

As vitaminas do complexo B são: B1, B2, B3, B5, B6, B9 e B12. Essas

vitaminas atuam na manutenção dos nervos, músculos, pele, olhos, cabelos, fígado e

sistema digestório.

Vitamina B1 - Tiamina

Atua no metabolismo dos carboidratos e gorduras, e oxidação dos carboidratos

para liberação de energia. É importante na síntese de DNA e na transmissão de impulsos

nervosos e tônus muscular.

É absorvida pelo intestino e armazenada no fígado e no coração. A ingestão

concomitante com antibióticos e contraceptivos orais diminui sua reserva no organismo.

Sua deficiência pode ocasionar problemas no sistema nervoso, confusão mental,

fraqueza muscular, taquicardia, sudorese noturna, irritabilidade, ansiedade, agitação,

sonolência e redução da memória.

Fontes de vitamina B1: carne de porco magra, germe de trigo, fígado, gema de

ovo, amendoim, peixes, leguminosas, legumes, grãos integrais, frutos do mar, levedo de

cerveja e cevada.

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Vitamina B2 – Riboflavina

Auxilia na oxidação dos carboidratos e gorduras, ativa a vitamina B6 e o ácido

fólico. Mantém a tonalidade da pele saudável, atua na coordenação motora e prevenção

de doenças cardiovasculares.

A sua carência leva a dores generalizadas, tontura, pele seca, problemas visuais,

fotofobia, língua vermelha e dolorosa. Além disso, sua falta pode interferir no

metabolismo do ferro, reduzindo sua absorção e ocasionando anemia.

As principais fontes de vitamina B2 são: leite de vaca e derivados, soja assada,

carnes magras, ovos e vegetais folhosos.

Vitamina B3 – Niacina

A vitamina B3 é necessária para o aproveitamento de carboidratos, lipídeos e

proteínas. Reduz os níveis de colesterol e auxilia na produção dos ácidos do estômago,

responsáveis pela digestão. Sua deficiência pode causar erupções e inflamações

cutâneas, artrite, má digestão, aumento do colesterol e depressão. Nos alimentos a

vitamina B3 é encontrada na carne bovina magra, aves, peixes, leite de vaca, ovos,

amendoim, castanhas e levedo de cerveja. Para preservar o nutriente, deve-se assar ou

refogar os alimentos.

Vitamina B5

A vitamina B5 também conhecida como ácido pantotênico, é essencial para o

metabolismo celular. Está envolvido na liberação de energia dos carboidratos e

metabolismo dos ácidos graxos.

Sua deficiência é rara e os principais sintomas são: irritabilidade, fadiga,

desequilíbrio dos hormônios sexuais, dor muscular e distúrbios do sono. As principais

fontes de vitamina B5 são: gema de ovo, rim, fígado, leveduras, salmão, brócolis e

carnes magras.

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Vitamina B6

A vitamina B6 (pirodoxina), atua no metabolismo dos carboidratos e dos

aminoácidos, regula a ação dos hormônios. Combate a arteriosclerose e reduz os

sintomas da tensão pré-menstrual.

Sua deficiência afeta o sistema nervoso e causa irritabilidade, doenças da pele,

inércia e apatia. A vitamina B6 pode ser encontrada em levedo de cerveja, cereais

integrais, fígado, carnes magras, peixes.

Vitamina B9

A vitamina B9 conhecida como folacina ou ácido fólico, participa da síntese de

DNA e do metabolismo. É necessária para a formação e maturação das hemácias e dos

leucócitos na medula óssea.

Durante o período de gestação as necessidades dessa vitamina aumentam,

principalmente durante os três primeiros meses de gravidez que é o período que se inicia

a transformação do corpo do embrião.

Sua deficiência pode ocasionar: redução do crescimento, distúrbios do tubo

digestório, anencefalia (ausência total ou parcial do cérebro e crânio do bebê), outros

problemas fetais e anemia.

Fontes de vitamina B9: vegetais folhosos verde-escuros (espinafre, aspargos e

brócolis), fígado, feijão, carne magra, batata, gema de ovo, melão e pão de trigo

integral.

Vitamina B12

A vitamina B12 ou Cianocobalamina participa do metabolismo celular e do

metabolismo energético, de aminoácidos e de lipídeos. Participa da síntese das hemácias

e combate a arteriosclerose.

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Sua deficiência causa dor de cabeça, humor instável, fraqueza muscular, fadiga,

indigestão, anemia, transtornos na formação do sangue, distúrbios gastrointestinais e

neurológicos.

Fontes de vitamina B12: carnes (principalmente a vermelha), frutos do mar,

fígado e rim, leite, ovos, peixes, queijos, algas marinhas e levedo de cerveja.

Vitamina C (Ácido Ascórbico)

É um antioxidante que protege as células contra os radicais livres, prevenindo o

envelhecimento precoce das células, o que pode causar doenças como o câncer. Melhora

a resposta imunológica do organismo, reduzindo a ocorrência de infecções.

É importante para o crescimento e regeneração dos tecidos, na síntese de

colágeno, cicatrização, integridade dos vasos sanguíneos e para a saúde das gengivas.

Pode reduzir os níveis de colesterol, a pressão arterial e evitar a arteriosclerose. Ajuda

na absorção de ferro, acido fólico e da vitamina E.

A sua carência pode causar fraqueza, anemia, irritabilidade, inapetência, insônia

e nervosismo (criança), sangramento das gengivas, dores nas juntas, escorbuto.

A ingestão de aspirina, álcool, analgésicos, antidepressivos, anticoagulantes,

contraceptivos orais, esteroides, fumo e estresse emocional reduzem os níveis da

vitamina C no organismo.

Temos vários alimentos fontes de vitamina C como: frutas cítricas, kiwi, acerola,

abacaxi, abóbora, batata-doce, pimentão verde, milho, couve-flor, espinafre, repolho,

tomate, mamão papaia e manga.

Para falar especificamente da água, temos uma matéria escrita por uma

nutricionista falando dos benefícios de uma boa hidratação oral:

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O que uma boa ingestão de água faz por você?

Mírian Valério

Que a água é importante para o nosso organismo todo mundo já sabe. Todo mundo

já deve ter escutado aquela velha recomendação: Ingerir ao menos dois litros de

água por dia.

Mas você saberia responder o porquê dessa necessidade?

Primeiramente vale ressaltar que o organismo de um adulto saudável é constituído

por cerca de 60% de água, distribuídos entre o líquido extracelular e intracelular.

As células metabolicamente ativas do músculo e das vísceras necessitam de uma

grande concentração de água para se manterem adequadamente ativos. E a

presença de líquido no interior das células também é fundamental para ocorrer

diversas reações químicas, necessárias para a manutenção da vida celular.

Embora a água não forneça calorias ela é essencial para a produção de energia, já

que nenhuma célula pode funcionar sem água. A maioria das atividades

relacionadas a digestão e absorção, exigem que os nutrientes estejam em solução, e

a água é fundamental neste processo. Ela também é necessária para a produção de

enzimas, saliva e suco gástrico que facilitam a digestão.

Uma boa hidratação também contribui para controlar o inchaço e a retenção de

líquidos, muito comum em mulheres durante o período pré menstrual, pois uma

ingestão de água equilibrada ajuda a ativar a circulação, que contribui tanto na

melhora da celulite, quanto para carregar o excesso de sódio e outras toxinas

(eliminadas na urina), que contribuem para a retenção hídrica.

A água também é capaz de melhorar o aspecto da pele, unhas e cabelo. Melhorar

a performance durante a prática de qualquer atividade física, já que os músculos

precisam estar irrigados a fim de evitar cãibras ou contusões.

Um organismo hidratado é um organismo metabolicamente ativo, o que contribui

no processo de emagrecimento e para o bom funcionamento do intestino, evitando

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a constipação intestinal.

Vale ressaltar que o tecido adiposo absorve mais água, por isso as mulheres

possuem maior concentração de água em relação aos homens que geneticamente

possuem maior proporção de massa muscular do que as mulheres. Com isso, os

indivíduos obesos possuem também uma maior concentração de líquido, devido ao

excesso de massa corpórea.

Sintomas como perda de apetite, desempenho físico diminuído, esforço aumentado

para o trabalho físico, náuseas, dificuldade de concentração, tontura, insônia e

função renal deficiente são indícios de que o organismo está sofrendo desidratação.

E uma perda de 20% de água corpórea acarreta em morte.

Idosos devem ficar atentos, pois muitas vezes o mecanismos da sede

pelo hipotálamo está reduzido e os sintomas da sede demoram para aparecer,

manifestando-se apenas quando o organismo encontra-se num grau de desidratação

mais acentuado.

A necessidade de água varia de acordo com as proporções da idade e do sexo. Em

geral, o cálculo para estimar a ingestão de água é em torno de 40 ml por kg de peso

ao dia. No caso de suor excessivo, queimaduras solares, presença de febre, vômito

ou diarreia as necessidades de água estão mais elevadas.

Concluímos então, que para um organismo se manter ativo é necessário que as

células do nosso corpo estejam funcionando adequadamente e para que isso ocorra

a água deve estar presente. Portanto: Hidrate-se!

Não deixe para tomar água somente nos momentos que sentir sede, pois a sede já é

o primeiro sintoma que o corpo está sofrendo uma desidratação.

ANutricionista.Com - Mírian Valério - CRN2 7012P - Nutricionista em Rio

Grande.

Fonte: http://www.anutricionista.com/o-que-uma-boa-ingesta-de-agua-faz-por-voce.html

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1.4 – Sistema endócrino

O sistema endócrino é constituído por glândulas que secretam hormônios. Os

hormônios são substâncias responsáveis pela regulação de diversas funções biológicas,

são lançados na corrente sanguínea e vão atuar diretamente em alguns órgãos.

As principais glândulas endócrinas humana são:

• Hipotálamo;

• Hipófise ou glândula pituitária;

• Glândula tireóide;

• Glândulas paratireóides;

• Glândulas supra renais ou adrenais;

• Glândula pineal;

• Pâncreas;

• Gônadas.

As glândulas endócrinas são reguladas pelo sistema nervoso e principalmente

pelo hipotálamo e outras glândulas endócrinas, criando um ciclo complexo de relações.

Esse ciclo complexo é regulado por feedback ou retrocontrole, ou seja, quando a

concentração de um hormônio na corrente sanguínea está elevado ou abaixo do

necessário, há a inibição ou estimulação da produção de hormônios pelas glândulas

endócrinas.

Abaixo temos uma ilustração do sistema endócrino, para ilustrar didaticamente

onde se localizam as glândulas.

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(Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/sistemaendocrino.php)

Hipotálamo

O hipotálamo é localizado no cérebro acima da hipófise e é responsável pela

regulação dos hormônios da hipófise, produz os hormônios oxitocina e ADH

(antidiuretic hormone).

O hipotálamo estimula a glândula hipófise a liberar os hormônios gonadotróficos

(FSH e LH), que atuam sobre as gônadas, estimulando a liberação de hormônios

gonadais na corrente sanguínea.

Hipófise

A hipófise está localizada na base do encéfalo, na cavidade do osso esfenoide

chamado tela túrcica, é uma glândula pequena do tamanho de uma ervilha e possui duas

partes: o lobo anterior (ou adeno-hipófise) e o lobo posterior (ou neuro-hipófise).

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O lobo posterior da hipófise estoca dois hormônios:

• Oxitocina: Na mulher, estimula a contração da musculatura uterina durante o

parto e a ejeção do leite. No homem, provoca relaxamento dos vasos e dos

corpos eréteis do pênis, aumentando a irrigação sanguínea;

• ADH (hormônio antidiurético): Regula o volume de urina, aumentando a

permeabilidade dos túbulos renais à água e, consequentemente, sua reabsorção.

A hipófise anterior secreta seis hormônios:

• Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH): estimula o córtex adrenal;

• Hormônio tireoestimulante (TSH): atua na tireóide;

• Hormônio de crescimento (GH) ou Somatotrófico (STH): atua no crescimento,

promovendo o alongamento dos ossos e estimulando a síntese de proteínas e o

desenvolvimento da massa muscular;

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• Hormônio folículo estimulante (FSH): na mulher, estimula o desenvolvimento e

a maturação dos folículos ovarianos e no homem, estimula a espermatogênese;

• Hormônio luteinizante (LH): na mulher estimula a ovulação e o

desenvolvimento do corpo lúteo e no homem, estimula a produção de

testosterona;

• Prolactina: Estimula a produção de leite pelas glândulas mamárias. Sua

produção acentua-se no final da gestação, aumenta após o parto e persiste

enquanto durar o estímulo da sucção.

Temos abaixo uma ilustração que resume a atuação dos hormônios da hipófise:

Fonte: http://www.cabuloso.xpg.com.br/Anatomia-Humana/Sistema-Endocrino/Hormonios-troficos-orgaos-produtores-de-hormonios.htm

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Glândula Tireoide

Essa glândula localiza-se no pescoço apoiada pelas cartilagens da laringe e da

traqueia. Produz dois hormônios: triodotironina (T3) e tiroxina (T4). Eles aumentam a

velocidade dos processos de oxidação e de liberação de energia nas células do corpo,

elevando a taxa metabólica e a geração de calor.

Estimulam ainda a produção de RNA e a síntese de proteínas, relacionados ao

crescimento, maturação e desenvolvimento. A calcitonina, outro hormônio secretado

pela tireoide, regula a taxa de cálcio no sangue, inibindo sua remoção nos ossos,

reduzindo assim a quantidade de cálcio no sangue.

Se a tireoide produzir poucos hormônios (hipotireoidismo), o indivíduo terá

menor resistência ao frio, lentidão física, mental e nas crianças causa retardamento mental e

nanismo. E se produzir em excesso (hipertireoidismo) produz desgaste corporal,

nervosismo, taquicardia, tremores e produção excessiva de calor.

Localização da tireoide

Fonte: http://mmspf.msdonline.com.br/pacientes/manual_merck/secao_13/cap_145.html

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Glândulas paratireoides

As glândulas paratireoides são quatros pequenas glândulas localizadas atrás da

tireoide. O hormônio secretado por essas glândulas é o paratormônio, que tem as

funções de regular a taxa de cálcio, estimulando a remoção de cálcio da matriz óssea (o

qual passa para o plasma sanguíneo), a absorção de cálcio dos alimentos pelo intestino e

a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais, aumentando a concentração de cálcio no

plasma.

Glândulas supra renais ou adrenais

As glândulas supra renais ou adrenais são duas e se localizam acima de cada rim.

São constituídas por duas camadas: a cortical ou córtex da adrenal e a camada medular

ou medula da adrenal. E cada uma tem funções diferentes.

Córtex Adrenal.

Os principais hormônios secretados pelo córtex adrenal são:

• Cortisol (glicocorticoides) são hormônios esteroides que atuam no

metabolismo dos carboidratos, das proteínas e regulam a reação

inflamatória;

• Aldosterona (mineralocorticoides) são essenciais para a manutenção do

balanço de sódio e do volume do líquido extracelular.

Medula Adrenal

O principal hormônio secretado pela medula adrenal é a Adrenalina (epinefrina)

que tem a função de promover taquicardia (batimento cardíaco acelerado), aumento da

pressão arterial e das frequências cardíaca e respiratória, aumento da secreção do suor,

da glicose sanguínea, da atividade mental e constrição dos vasos sanguíneos da pele.

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Fonte: http://mcvcorpohumano.blogspot.com.br/p/sistema-endocrino.html Glândula pineal

A glândula pineal está localizada entre os hemisférios cerebrais, na parte

superior do tálamo. Ela secreta o hormônio chamado melatonina. A função da

melatonina ainda é pouco conhecida, mas sabe-se que está envolvida diretamente no

sono, no ciclo menstrual e na pigmentação da pele.

Pâncreas

O Pâncreas é um órgão que tem dois tipos de tecidos: os ácinos, que são

produtores de enzimas que auxiliam na digestão, e as ilhotas, que são produtoras de três

importantes hormônios: a insulina, o glucagon e a somastatina.

A insulina tem como função básica diminuir a concentração de glicose no

sangue, já o glucagon tem efeito contrário, elevando o nível de açúcar no sangue.

A somatostatina inibe a secreção do glucagon e aumenta a secreção de insulina,

dependendo das necessidades do organismo, também inibe a secreção do hormônio do

crescimento e do hormônio estimulante da tireoide.

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Gônadas

As gônadas são as glândulas sexuais humanas, no homem essas glândulas são os

testículos e na mulher são os ovários. No homem vão secretar a testosterona e na mulher

o estrógeno e a progesterona.

A testosterona promove o desenvolvimento e crescimento dos testículos e

determina as características masculinas, aumento da libido, aumento da massa muscular

e da agressividade.

O estrógeno é responsável pelo desenvolvimento das características femininas e

Promove o desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos e da parede uterina

(endométrio). Estimula a calcificação óssea, prevenindo contra a osteoporose e também

contra a aterosclerose.

A progesterona é o hormônio que prepara o corpo feminino para a gravidez, faz

com que o útero fixe o óvulo fecundado, prepara as mamas para a lactação, inibe as

contrações uterinas, impedindo a expulsão do feto em desenvolvimento.

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Unidade 2 – Dietoterapia e outras dietas direcionadas

Olá,

Nesta unidade, iniciaremos a abordagem prática da nutrição clínica, que é como

prestar o atendimento dos pacientes em certas condições que necessitem de maior

atenção nutricional.

Falaremos da terapia nutricional enteral e parenteral, suas indicações,

complicações e quais as principais intervenções nutricionais que devem ser realizadas.

Temos também as dietas direcionadas para pacientes com câncer e AIDS/HIV e

como elaborar bons planos alimentares para atletas e vegetarianos. Estudaremos

inclusive sobre suplementação e suas indicações.

Bons Estudos!

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2.1 – Terapia nutricional enteral e parenteral

Vamos falar agora de duas dietas específicas para a pessoa que não pode se

alimentar via oral: a terapia nutricional enteral e parenteral. São dietas que requerem

muitos cuidados para que o paciente não venha desenvolver desnutrição e/ou complicar

seu quadro clínico.

Temos também as questões relacionadas à manipulação da alimentação e as vias

por onde a alimentação será administrada. Caberá ao nutricionista clínico, avaliar as

condições do paciente, elaborar um cardápio adequado e acompanhar a evolução do

quadro.

Terapia nutricional enteral

A Terapia nutricional enteral consiste na infusão de uma dieta líquida

administrada por meio de uma sonda colocada na cavidade oral ou nasal até estômago

ou no intestino.

A ANVISA define nutrição enteral na Portaria n° 337 como a alimentação para

fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada,

de composição química definida ou estimada, especialmente elaborada para uso por

sonda ou via oral, industrializados ou não.

Utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a

alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades

nutricionais, em regime hospitalar, domiciliar ou ambulatorial, visando a síntese ou

manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.

Vamos apontar as principais indicações da terapia nutricional enteral (TNE):

• Distúrbios neurológicos e nível de consciência diminuído;

• Paciente com intubação orotraqueal;

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• Comprometimento dos músculos mastigatórios;

• Paciente com baixa ingestão oral por diversas patologias como a

depressão e a anorexia;

• Pacientes que apresentem problemas de acesso ao intestino normal como

os que apresentam lesão de mandíbula ou face, câncer no aparelho

gastrointestinal, disfagia, entre outros.

Esses são apenas alguns exemplos clássicos dos impedimentos que levam um

paciente a se alimentar por sondas enterais ou por estomias que são sondas introduzidas

diretamente no baixo trato gastrointestinal (explicaremos melhor adiante).

Sonda nasoenterais

Sondagem nasoenteral é a inserção de uma sonda de silicone ou poliuretano

através da nasofaringe ou orofaringe até o estômago (nasogástrica), inserida até o

duodeno (nasoduodenal) ou ainda no trato gastrointestinal (TGI) baixo jejuno

(nasojejunal).

A sondagem nasogástrica é a mais comum, principalmente se o uso da sonda por

períodos curtos, as outras sondagens serão utilizadas quando houver riscos para o

paciente ou impedimentos. Como o risco de aspiração da dieta ou patologias que

interfiram diretamente no estômago.

É preferível por permitir maiores volumes, posicionamento mais fácil,

fisiologicamente mais adequado, maior tolerâncias às diversas fórmulas.

A sondagem duodenal é indicada se houver risco de microaspiração,

gastroparesia (esvaziamento lento do estômago ou diminuição da contração gástrica) ou

quando o organismo necessita de alimentos mais processados, devido à condição clínica

do paciente.

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A sondagem jejunal está indicada em pacientes que tenham uma condição que

impeça a sondagem no trato gastrointestinal alto, devendo ser administrada uma dieta

específica, e sua passagem deve ser feita por endoscopia.

Estomias

As estomias são indicadas quando há problemas relacionados ao trato

gastrointestinal alto ou quando existe uma previsão de utilização de sonda por longos

períodos. Porém, existem questões familiares e culturais que limitam o seu uso.

Esse procedimento é a colocação cirúrgica de sondas diretamente no duodeno,

que é a gastrostomia e a jejunostomia, sonda localizada direto no jejuno. Abaixo temos

uma imagem que mostra de forma clara os diferentes tipos de sondas na alimentação

enteral.

(Fonte: http://nutrisandi.blogspot.com.br/p/nutricao-enteral.html)

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Complicações da terapia nutricional enteral

Durante a terapia nutricional enteral, algumas complicações podem ocorrer,

podem ser de origem mecânica, gastrointestinal e pulmonar.

Mecânica

• Deslocamento ou remoção acidental da sonda;

• Obstrução da sonda.

Para que não ocorram essas complicações, a sonda deve sempre estar bem fixada

e com o local da saída marcado, para que se possa verificar o posicionamento. A sonda

também deve ser lavada com água após a alimentação para evitar obstrução.

Gastrointestinais

• Náuseas e vômitos;

• Distensão abdominal;

• Esofagite de refluxo;

• Diarréia;

• Constipação intestinal;

• Desconforto abdominal.

Para evitar essas complicações, é importante manter a dieta em bom estado de

conservação (até 24 horas aberta), manter um gotejamento lento e o paciente sempre em

decúbito elevado.

A temperatura da dieta deve ser temperatura ambiente, pois a dieta vai

diretamente ao estomago e se estiver quente ou fria, pode causar desconforto. É

importante que o nutricionista sempre passe essas informações claramente.

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É necessário também fazer uma avaliação das necessidades nutricionais do

paciente, para não administrar um volume de dieta além do necessário, o que pode

causar várias das complicações acima.

Pulmonares

• Colonização bacteriana;

• Aspiração;

• Pneumonia;

• Pneumotórax.

Procure sempre avaliar a posição da sonda: observando o paciente e seu quadro

geral, e também através de exames e testes. Por mais que isso possa parecer óbvio para

uns, muitas vezes essas questões passam despercebidas, principalmente se o paciente já

faz uso de sonda por algum tempo.

Portanto, as queixas e o estado geral do paciente dão pistas de como o organismo

está aceitando a dieta, por mais que se faça a avaliação nutricional, às vezes é preciso

uma adaptação individual da dieta.

Ressaltamos novamente a importância do decúbito elevado, para evitar

aspirações alimentares, refluxos, manter o bem-estar e o conforto para o paciente.

Metabólicas

• Hiper ou desidratação;

• Hipo ou hiperglicemia;

• Alteração eletrolítica e/ou hepática.

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Nos casos de hiper ou desidratação é importante observar o estado geral do

paciente e se este demonstra retenção de líquido ou a pele seca, e outros sinais que

indiquem a presença de alguma dessas condições.

Atenção à administração de medicação por sonda, pois há a administração de

líquidos, o que pode contribuir para hiper-hidratação, portanto todo líquido

administrado deve ser contabilizado.

E referente às outras condições, é importante a presença de exames laboratoriais

para a avaliação das condições do paciente periodicamente.

Psicológicas

• Depressão;

• Ansiedade;

• Agitação;

• Dependência.

Sempre explicar a importância da terapia nutricional enteral para o paciente e

seus familiares, tirando dúvidas e tentando aplacar a ansiedade. Se a condição do

paciente permitir, ofereça alguns alimentos por via oral.

Trabalhe em conjunto com a equipe multiprofissional em casos de desordens

emocionais, para que o paciente possa ser atendido clinicamente nesse sentido também,

com o profissional adequado.

Otorrinolaringológicas

• Lesões;

• Necrose ou abscesso nasal;

• Sinusite;

• Rouquidão;

• Otite.

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Deve ser dada preferência às sondas de calibre menor que traumatizam menos as

mucosas. A fixação da sonda e higienização deve ser diária ou sempre que necessário, e

sempre que for mudada a sonda, deve ser inserida em outra narina.

São comuns essas complicações principalmente para os pacientes que fazem uso

prolongado da sonda. A prevenção é fundamental para evitar quadros de infecção, que

irão piorar a saúde do paciente e exigirão tratamento.

Critérios Básicos da Prescrição da Dieta Enteral

A prescrição deve respeitar alguns critérios básicos para a seleção da fórmula

mais adequada ao paciente, muitos desses critérios estão ligados à avaliação nutricional,

que merece uma atenção especial e detalhada, por esse motivo temos uma unidade

dedicada a esse assunto.

Porém o que se propõe nesse momento é a compreensão prática da prescrição

nutricional e seus critérios. Seguem então as principais considerações para a seleção da

dieta:

Referente ao paciente

• Avaliar a integridade do trato gastrointestinal (sua capacidade de digestão

e absorção de nutrientes);

• Estado geral e quadro clínico;

• Presença de doenças específicas, principalmente as de ordem

metabólicas;

• Situação nutricional (ex: desnutrição);

• Necessidade de restrição hídrica (restrição de água) e/ou de algum

nutriente;

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• Custo/ benefício da dieta.

Referente à complexidade de nutriente:

• Poliméricas: Presença de macronutrientes íntegros, que necessitem de

digestão e são nutricionalmente completas. Podendo ser industrializada

ou artesanal.

São escolhidas quando o trato gastrointestinal está com suas funções

preservadas, tanto na parte de digestão, quanto no que se refere à absorção.

• Oligoméricas: presença de macronutrientes parcialmente hidrolisados

para melhor digestão e absorção;

• Elementares: presença dos macronutrientes totalmente hidrolisados

(aminoácidos livres);

• Fórmulas para doença específicas: Insuficiência renal (aguda/crônica),

insuficiência hepática, intolerância à glicose.

Exemplo de prescrição:

Dieta Via Gotejamento Volume Horário Polimérica Sonda

nasoenteral Bomba de infusão

50 ml 3/3 horas

Terapia nutricional parenteral (TNP)

A terapia de nutrição parenteral define-se pela administração endovenosa

periférica ou central (pelos vasos sanguíneos) de macro e micronutrientes. A TNP é

indicada na impossibilidade de alimentação via oral ou enteral.

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Em alguns casos pode-se fazer administração de dieta mista, que é quando o

trato gastrointestinal não tolera todo o aporte nutricional necessário. Então administra-se

a dieta oral ou enteral, juntamente com a TNP.

A TNP só será utilizada em último caso, por ser uma terapia muito invasiva. O

ideal é que ocorra o retorno gradual e mais rápido possível à alimentação oral, pois é o

mais adequado e seguro ao paciente.

A TNP é uma solução estéril que contêm todos os macro e micronutrientes

necessários para o paciente, é uma solução ou emulsão, composta basicamente de

carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica.

Devendo ser acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à

administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar,

ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou

sistemas. (Portaria ANVISA 272).

Vias de Acesso

As vias de acesso para a administração da TNP podem ser centrais ou

periféricas.

Acesso Periférico

A TNP por via periférica é administrada em veias com baixo fluxo sanguíneo,

como nas veias das mãos e dos braços. Fornecem menos aporte calórico em relação às

administrações de acesso central.

Normalmente é utilizada em pacientes que farão uso da TNP por poucos dias,

pois não atende todas as necessidades nutricionais do paciente. São administradas

soluções de glicose associadas a aminoácidos diretamente na veia periférica de baixo

calibre.

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Acesso Central

A TNP de acesso central tem a dieta administrada em veias de alto fluxo

sanguíneo, como as veias subclávias e jugulares internas ao lado da veia cava superior

ou, em casos excepcionais, a veia cava inferior.

Essa via é usada quando a TNP será utilizada por longos períodos, e é a ultima

opção por ser invasiva e apresentar alto risco de complicações para o paciente. Para

melhor compreensão abaixo temos uma ilustração dos acessos da terapia nutricional.

Fonte: http://enquantoisso.com/curso-gratis-nutricao-parenteral-online-e-onde-fazer/

Indicações para TNP

A TNP será utilizada quando não houver a possibilidade de alimentação oral ou

enteral. Eis alguns dos casos mais comuns:

• No pré-operatório de paciente com algum grau de desnutrição, a fim de

evitar complicações;

• Em alguns casos de câncer;

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• Nas doenças disabsortivas intestinal, quando há obstrução intestinal ou

intolerância à nutrição enteral;

• Fístula digestiva de alto débito e íleo paralítico prolongado;

• Pancreatite na fase aguda (na contraindicação da terapia enteral);

• Fase inicial de adaptação da síndrome de intestino curto;

• Insuficiência renal (em caso de pacientes desnutridos);

• Trauma múltiplo (para diminuir as complicações);

• Grande queimado (para auxiliar a alimentação oral quando está for

insuficiente ou na impossibilidade de outra via de alimentação).

Complicações

Durante a TNP temos algumas complicações que podem ocorrer, vamos citá-las

(apenas as principais, pois é uma lista extensa) abaixo, assim como a sua prevenção:

Complicações metabólicas

• Hipervolemia: aumento dos líquidos corporais pela administração

excessiva de líquidos. Pode desencadear dificuldades respiratórias

(dispneia) e edema pulmonar;

• Hipovolemia: diminuição dos líquidos corporais pela oferta inadequada

de líquidos. Tem como principais sintomas: desidratação, sede intensa,

diminuição do débito urinário;

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• Hipercalemia (excesso de potássio na corrente sanguínea) e hipocalemia

(falta de potássio). Pode estar associada a outros fatores além da

administração excessiva ou insuficiente de potássio pela dieta, como

insuficiência renal ou uso de medicamentos;

• Hiper e hiponatremia (referentes ao sódio na corrente sanguínea). Pode

ser causada pela administração insuficiente ou quando há excesso de

sódio;

• Hiper e Hipoglicemia (referente à taxa de glicose sanguínea),

principalmente pela administração muito lenta ou rápida da dieta.

Essas complicações podem ser evitadas pelo adequado planejamento da terapia

nutricional do paciente, onde todos os nutrientes devem estar adequados às necessidades

e também pelo controle através de exames laboratórios e físicos.

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Quadro para escolha de terapia nutricional

(Fonte: ALENCAR. III Curso de atualização em nutrição parenteral e enteral)

2.2 – Dietas direcionadas para pacientes com câncer e AIDS/HIV

Vamos tratar da nutrição de duas condições especiais: o câncer e a AIDS, por

exigirem uma atenção nutricional como parte do tratamento.

Internação Hospitalar

Avaliação Nutricional

Desnutrição Em risco nutricional

TGI pode ser usado Dieta Oral Supervisionada

Não Sim Dieta atende as necessidades nutricionais/ metabólicas

N. parenteral N. enteral

Não Sim

Tolera nutrição enteral

Não

Sim

Continuar

Reavaliação Periódica

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Dieta direcionada a paciente com câncer

Uma alimentação equilibrada é muito importante para dar forças ao organismo

para combater a doença. Durante os tratamentos de câncer (cirurgia, radioterapia,

quimioterapia e imunoterapia) é necessário ter atenção aos sintomas que prejudicam a

ingestão alimentar.

Principalmente porque o indivíduo acometido pelo câncer comumente apresenta

perda de peso, inapetência, vômitos, perda de paladar e outros sintomas que podem

levar a desnutrição ou mesmo prejudicar a ingestão de alimentos.

Uma dieta balanceada dará ao paciente maior capacidade de suportar os efeitos

colaterais da doença e do tratamento. Com uma boa alimentação, há uma maior

recuperação dos tecidos, dá mais energia e fortalece as defesas naturais do organismo.

A alimentação deve ser variada e conter porções diárias de alimentos que

contenham todos os micros e macronutrientes, para dar boas condições de uma melhor

qualidade de vida.

É importante ressaltar que o papel da nutrição é orientar boas práticas

alimentares e planejar uma dieta adequada, pois não há provas que de alguma dieta ou

alimento cure a doença ou evite sua recidiva.

O tratamento de câncer também vai afetar os hábitos alimentares, pois algumas

pessoas quando passam por estresse, perdem o apetite ou tendem a se alimentar

demasiadamente.

Principais problemas alimentares relacionados aos tratamentos

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Cirurgia

Quando uma pessoa passa por cirurgia, muito esforço é exigido do corpo, e a

digestão pode ficar mais lenta. Portanto, antes da cirurgia poderá ser prescrita uma dieta

mais calórica e com mais proteínas, principalmente para pacientes que estiverem fracos.

Radioterapia

Esse tratamento pode causar:

• Ressecamento da boca (xerostomia);

• Dor na boca;

• Dor de garganta;

• Dificuldade de deglutir (disfagia);

• Mudança no gosto do alimento;

• Problemas dentais;

• Náusea;

• Vômito;

• Diarreia.

Quimioterapia

• Náusea e vômito;

• Perda do apetite;

• Diarréia;

• Constipação;

• Dor na boca ou na garganta;

• Ganho de peso;

• Mudança no gosto do alimento.

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Imunoterapia

• Náusea e vômito;

• Diarreia;

• Dor na boca;

• Forte emagrecimento (anorexia);

• Secura da boca (xerostomia);

• Mudança no gosto do alimento.

Recomendações nutricionais para melhorar os sintomas causados pelo

tratamento

Anorexia

– Orientar quanto à importância da alimentação para o tratamento;

– Aumentar o fracionamento e as calorias das refeições;

– Melhorar a apresentação dos pratos;

– Tomar bebidas nutritivas;

– Proporcionar ambiente agradável na hora das refeições;

– Evitar cobrança excessiva.

Náuseas e Vômitos

– Aumentar o fracionamento das refeições;

– Não ingerir líquidos durante as refeições;

– Manter-se afastado da cozinha na hora do preparo dos alimentos;

– Evitar alimentos gordurosos, condimentados e doces;

– Fazer algumas refeições líquidas;

– Dar preferências a alimentos frios ou em temperatura ambiente;

– Não deitar-se logo após as refeições.

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Mudanças no gosto e/ou cheiro dos alimentos

– Descobrir qual é a temperatura que mais agrada ao paladar e olfato;

– Substituir os alimentos não tolerados por similares nutricionalmente;

– Melhora na apresentação dos pratos.

Ulcerações e dores na orofaringe

– Antes da refeições procurar aliviar a dor com os medicamentos prescritos;

– Evitar alimentos duros, condimentados e temperados;

– Evitar temperaturas extremas;

– Dar preferência à dieta pastosa ou semi-sólida;

– Indicar terapia enteral em casos graves.

Xerostomia

– Ingerir pequenas quantidades de líquidos frequentemente;

– Avaliar se há necessidade de saliva artificial;

– Estimular o consumo de balas de limão e hortelã;

– Introduzir molhos, caldos e sopas a dieta.

Diarreia

- Aumentar a ingestão de líquidos;

- Fazer refeições leves;

-Ingerir pequenas porções durante o dia;

-Introduzir alimentos obstipantes e fibras para regular o bolo fecal;

- Restringir alimentos laxativos.

Obstipação

– Aumentar o consumo de líquidos;

– Ingerir sucos laxativos;

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– Consumir alimentos crus e ricos em fibras;

– Evitar o consumo de farinhas refinadas tais como, maisena, fubá e arrozina.

É muito importante para o paciente receber acompanhamento nutricional logo que

for detectado o câncer. Para que não ocorram complicações durante os tratamentos.

Esse acompanhamento visa adequar às necessidades nutricionais do paciente frente à

doença e seu tratamento.

O nutricionista deve planejar a dieta e acompanhamento também depois da

internação e promover um cardápio atrativo e variado. Essas ações implicam reconhecer

que a alimentação não é apenas a ingestão de alimentos, é inclusive uma prática social

da vida do paciente.

É importante pensar na alimentação para o paciente além da nutrição, como uma

maneira de elevar a qualidade de vida do paciente oncológico. O cardápio personalizado

e pensado especialmente para cada paciente irão complementar a relação

nutricionista/paciente.

Dieta direcionada a paciente com AIDS/HIV

Com a evolução nos tratamentos retrovirais, o chamado coquetel anti HIV, os

portadores do vírus HIV tem tido uma melhor qualidade de vida, com menor incidência

de infecções oportunistas, diminuindo assim a taxa de mortalidade de pacientes

soropositivos.

Porém esses pacientes estão mais propensos a desenvolver algumas condições

metabólicas, como a diabetes, alterações nas gorduras do sangue e na distribuição da

gordura corporal (com predomínio no tronco) e acúmulo de gordura no fígado (esteatose

hepática).

Essas complicações levam ao surgimento de doenças cardiovasculares e doenças

crônicas do fígado. Diante de um paciente que não está com a doença ativa é importante

um controle das taxas de colesterol e acompanhamento nutricional.

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O acompanhamento nutricional visa um plano alimentar individualizado que

atenda às peculiaridades do novo quadro metabólico desses pacientes. Desempenha

também o papel essencial em relação a perda de peso involuntária e o desgaste tecidual,

ocasionados pela doença.

A avaliação e acompanhamento nutricional precoce são necessários em todos os

estágios da doença. Seus principais objetivos são:

• Evitar ou combater a desnutrição;

• Promover uma nutrição adequada;

• Minimizar os efeitos da terapia antirretroviral;

• Preservar os tecidos corporais;

• Promover melhor qualidade de vida.

A Esteatose Hepática e seus riscos

Na esteatose hepática há um acúmulo de gorduras nas células do fígado, que

pode evoluir para uma inflamação crônica: a hepatite gordurosa, depois para uma

fibrose que leva à cirrose hepática.

Essas lesões no fígado não tem relação com o consumo de álcool, e tem maior

incidência em pacientes com diabetes tipo 2 e pessoas com obesidade visceral

(predominância no tronco), tão característica nos pacientes soropositivos em uso de

retrovirais.

O fígado do paciente passa a produzir maiores quantidade de insulina e com isso

a estocar mais gorduras nas células do fígado. Porém essa não é uma condição exclusiva

de obesos, pessoas magras também podem desenvolver esse quadro.

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São casos mais raros, mas acometem alguns pacientes portadores de HIV, o que

também pode levar ao surgimento de diabetes e hipertensão arterial.

A perda de peso é a condição fundamental para o tratamento da esteatose

hepática e suas complicações. É importante a criação de um cardápio que promova a

diminuição da gordura corporal e do fígado.

A Dieta Ideal

Se o paciente apresenta quadro de obesidade, o ideal é indicar algum tipo de

atividade física (com acompanhamento médico). A restrição calórica é importante

também, que é geralmente em torno da diminuição de 500 calorias em relação ao seu

gasto energético calculado.

Após a definição da quantidade calórica, o paciente deve ser conscientizado

sobre uma alimentação adequada. Procure definir o cardápio junto com a paciente. No

meio científico é preconizada a seguinte proporção para os macronutrientes: 40% de

carboidratos, 35% de gorduras e 25% de proteínas.

Isso significa que todos os três tipos de alimentos devem compor as principais

refeições. Saliente para o paciente que a dietas que restringem algum dos

macronutrientes devem ser abolidas.

Na alimentação devem ser reduzidas as gorduras saturadas, os carboidratos

simples ou açucares e deve haver um aumento de fibras, alimentos integrais e gorduras

insaturadas.

Uma dieta rica em carboidratos parece agravar esse quadro, pela estimulação de

insulina. É importante uma diminuição de carboidratos, porém não significada abolir

esse macronutriente e fazer dieta à base de proteínas, como já foi preconizando

anteriormente.

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Pelo contrário, a porcentagem de proteínas continua a mesma, o que fazemos é

aumentar o teor de gorduras polinsaturada e monoinsaturada, com o consumo de óleos

vegetais de soja, canola, milho e girassol, azeite, abacate, castanhas e nozes, sementes

oleaginosas como a linhaça e alguns peixes.

Essas gorduras, como já foi discutido anteriormente, apresentam benefícios ao

coração, e devem integrar a dieta desses pacientes, uma vez que estão propensos a

apresentar doenças cardiovasculares.

Os carboidratos consumidos devem ser de preferência os integrais e as frutas,

pela sua quantidade de fibras, pois dão uma maior saciedade e melhoram a resistência à

insulina, além de facilitar o trânsito intestinal.

O desafio do nutricionista para esses paciente é a conscientização de uma boa

alimentação, através da reeducação alimentar.

2.3 – Nutrição esportiva, suplemento alimentar e dieta vegetariana

Nutrição Esportiva

Para as pessoas que praticam atividades físicas, a nutrição desempenha um papel

muito importante. De nada adianta praticar exercícios e esportes se a pessoa não cuidar

da alimentação. A dieta é responsável por 60% do sucesso do treinamento.

É uma área de trabalho bastante promissora para o nutricionista, e existem até

cursos especializados para quem deseja atuar nesse segmento.

Existem muitos mitos nessa área, pessoas que fazem o uso abusivo e errado de

complementos, fazem dietas restritivas ou pobres em alguns nutrientes essenciais. Ou

ainda aquelas que apresentam obesidades e algumas doenças relacionadas, como a

hipertensão e diabetes, e não fazem acompanhamento médico e nutricional.

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Na nutrição esportiva, temos como perfil o indivíduo saudável, que quer manter

sua saúde e melhorar o condicionamento físico. E o nutricionista vai trabalhar com a

manutenção da saúde e prevenção de doenças.

Antes de elaborar um plano alimentar para essas pessoas é importante uma

avaliação física, que quantifique a composição corporal, ou seja, que avalie a

porcentagem de gordura no corpo.

Às vezes ocorre de o indivíduo apresentar peso adequado, porém na hora da

avaliação percebe-se uma gordura corporal elevada. Portanto, o peso não deve ser o

fator principal dessa avaliação.

O método mais prático para essa avaliação é a mensuração da gordura

subcutânea, através do uso do adipômetro e da bioimpedância. O adipômetro deve ser

usado nas dobras cutâneas e vai quantificar a porcentagem de gordura corporal.

A bioimpedância já é um exame mais difícil de realizar, porque exige o uso de

um aparelho, um tanto caro e nem todos possuem no consultório. Porém é um exame

eficiente e que se não exige preparo algum.

A bioimpedância ou biorresistência consiste na passagem de uma corrente

elétrica imperceptível pelo corpo, através de aparelhos simples e práticos. E o preparo

exigido por esse exame é bem simples:

• Ingerir pelo menos 2 litros de líquido (aproximadamente 8 copos ) no dia

anterior ao teste;

• Não ingerir bebidas alcoólicas e café nas 12 horas que antecedem o exame;

• Não realizar exercícios físicos ou sauna nas 8 horas que antecedem o exame;

• Evitar o uso de medicamentos diuréticos no dia anterior ao teste.

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Modelo de aparelho de bioimpedância Fonte: http://www.medicinageriatrica.com.br/2007/08/25/bioimpedancia-corporal-avaliacao-da-proporcao-de-gordura-e-agua/

Adipômetro Científico

Fonte: http://oesquema.com.br/caracterescomespaco/?attachment_id=3329 No planejamento alimentar, o que deve ser preconizado é a manutenção da

saúde, redução do percentual de gordura (inclusive nos falsos magros), controle do peso

adequado e aumento de massa muscular.

A definição do plano alimentar deve ser individualizada e pensada a partir das

atividades físicas da pessoa, idade, hábitos etc.

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Suplemento Alimentar Os suplementos alimentares ou suplementos esportivos são suplementos

nutricionais que atuam no metabolismo energético, no aumento de massa muscular e na

melhora da saúde.

Desses suplementos, temos alguns à base de carboidratos (no mínimo 75% da

sua composição), podendo ter vitaminas e minerais na sua composição e permitem a

reposição de energia.

O mais usado é a maltodextrina, que é um carboidrato complexo composto por

dextrina + maltose. Normalmente vem na forma de pó ou gel. Esse suplemento pode ser

usado também em nutrição clínica, quando o indivíduo não é capaz de ingerir as

quantidades mínimas de carboidrato.

Temos também os complementos chamados de repositores hidroeletrolíticos.

São formulados para reposição de líquidos e sais minerais perdidos durante os

exercícios, nos quais ocorreu uma sudorese intensa.

Alguns cuidados devem ser tomados na ingestão desses complementos:

• Hipertensos e pessoas com problemas renais devem evitar, para que não

agrave a condição de saúde, pois o aumento de sais minerais,

principalmente o sódio, pode elevar a pressão sanguínea nos hipertensos

e nos renais, onde o rim tem suas funções diminuídas e pode haver maior

retenção de líquidos;

• Normalmente a alimentação vai suprir essas necessidades, porém em

atletas ou em sudorese excessiva, o nutricionista pode indicar o uso

desses suplementos.

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Suplementos para atletas em situação especial

São suplementos que tem uma concentração variada de macronutrientes. Contêm

carboidratos abaixo de 90% da composição, 65% de proteína de alto valor biológico

(proteínas completas, com todos os aminoácidos essenciais), 1/3 de gorduras saturadas,

1/3 de gorduras moinsaturadas, 1/3 de gorduras poliinsaturadas.

Podem conter vitaminas e minerais, são os chamados de complementos

hipercalóricos. Devem ser preferidos os de marca mais conhecida, pois infelizmente no

Brasil, não há um controle rígido de qualidade desses suplementos.

Temos os suplementos proteicos para atletas, que contem predominância de

proteínas hidrolisadas, são feitas quando a ingestão de proteínas não está sendo

fornecidas adequadamente pela dieta.

São usadas proteínas de alto valor nutricional, são consideradas de rápida

absorção por serem hidrolisadas e por esse motivo efetivas para o aumento de massa

muscular.

Entretanto deve ser usado o bom senso para a ingestão dessem suplementos, pois

o ideal é que as necessidades alimentares sejam supridas através da alimentação, apenas

em casos bem específicos, como no caso dos atletas é que deve ser avaliado o benefício

do uso do suplemento.

Dieta Vegetariana Vegetariana é a pessoa que não come carne, peixe, aves ou qualquer produto que

contendo estes alimentos. As principais razões que levam as pessoas a adotar essa dieta,

vão desde a preocupação com a saúde até o amor pelos animais.

Dentro da dieta vegetariana temos algumas variações:

• Temos os ovo-lacto-vegetarianos, que se alimentam de grãos, vegetais,

sementes, nozes, ovos e lacticínios, mas excluem a carnes, peixes e aves;

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• Temos os lacto-vegetarianos que excluem ovos, carne, peixe e aves;

• Temos os vegans ou vegetarianos totais que excluem todos os produtos de

origem animal, inclusive ovos, laticínios, gelatina e mel;

• Temos os macrobióticos que se alimentam principalmente de grãos, entre eles o

mais consumido é o arroz integral, também legumes e vegetais e em menor

quantidade, as frutas, nozes e sementes.

A dieta vegetariana deve seguir as normas gerais para uma dieta saudável, evitando

doces, frituras, produtos industrializados e gorduras trans, assim como todas as pessoas.

Fazer exercícios regulares e manter uma dieta rica e equilibrada.

Temos que tomar alguns cuidados básicos nessas dietas, já que há a ausência de

carne. A dieta deve ser planejada com alimentos que contenham ferro, pois pode ocorrer

a diminuição de proteínas, cálcio, ferro, zinco, vitamina D e pouca ou nenhuma

vitamina B12.

Portanto, a dieta deve ser bem planejada, especialmente em relação às proteínas de

alto valor biológico, ou seja, as proteínas completas, pois como vimos anteriormente o

corpo necessita delas para a manutenção da vida.

Se não houver a ingestão desses aminoácidos essenciais, ou tecidos serão

degenerados pelo organismo, o que quer dizer, se sua alimentação não fornecer esses

aminoácidos, o corpo os retirará de seus tecidos e órgãos, levando à morte.

A maior preocupação com esse tipo de dieta é fazer uma combinação de proteínas

vegetais deve ser preconizadas, para garantir os níveis necessários de aminoácidos

essenciais. Especialmente quando o indivíduo estiver passando por condições que

exijam uma melhor nutrição, como as gestantes e as crianças.

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Essas carências também podem ser supridas com o uso de suplementos alimentares.

Porém é preferível o planejamento de uma dieta rica em proteínas vegetais, onde o

indivíduo deve cosumir cerca de 1 grama de proteína para cada quilo de peso (exemplo:

uma adulto de 60 quilos precisa de 60 gramas por dia).

As principais fontes de proteína vegetal são: castanhas, nozes, sementes,

leguminosas (amendoim, feijões, ervilha, soja, lentilha, etc.) e cereais (trigo, milho,

arroz, centeio, etc.).

O consumo de ferro também é outra preocupação, pois participa da formação das

células do sangue responsáveis pelo transporte de oxigênio. Boas fontes de ferro são:

amêndoas, castanhas, gema de ovo, leguminosas (amendoim, feijões, ervilha, soja,

lentilha) e hortaliças de folhas escuras (brócolis, repolho, couve e espinafre).

Esse ferro dos alimentos de origem vegetal será melhor absorvido, se houver a

ingestão de vitamina C, que é encontrada em principalmente nas frutas cítricas.

Para os indivíduos que não consomem leite é importante achar outra fonte de cálcio,

como o leite de soja, hortaliças de folhas verdes escuras, figos, castanhas, amêndoas.

Para os vegetarianos restritos é fundamental indicar suplementos de vitamina B 12,

por ser encontrada apenas em alimentos de origem animal, é importante para a produção

de hemácias e bom funcionamento do sistema nervoso.

Uma alternativa para o consumo de vitamina B 12 seria a ingestão de alimentos

enriquecidos com essa vitamina. Atualmente no mercado temos vários produtos como o

leite de soja e cereais, acrescidos com esse micronutriente.

Abaixo temos uma pirâmide alimentar adaptada aos hábitos alimentares dos

vegetarianos, pode ser muito útil para orientar esses indivíduos a terem uma dieta

equilibrada.

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Fonte: http://mais.com/magazine/index.php/24/03/2011/alimentacao-natural-e-saudavel/

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Conclusão do Módulo 1:

Parabéns por ter chegado até aqui!

Esperamos que tenha compreendido os conteúdos propostos e que eles tenham

auxiliado você no processo de reflexão sobre os assuntos tratados aqui.

No próximo módulo estudaremos as dietas específicas, dietas nas doenças do trato gastrointestinal e nas doenças cardiovasculares, avaliação nutricional, e etc.

Para dar continuidade ao seu curso, faça a avaliação referente ao Módulo I em

seguida você terá acesso ao material do Módulo II.

Boa sorte!