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Ano III - Edição 15 Junho/2009 Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo da Universidade Metodista de Piracicaba UNIMEP JORNAL LABORATÓRIO ALERTA Para economizar, meninas adquirem cosméticos mais baratos e sem certificação do Inmetro e sentem na pele as conseqüências. Pág 12 CULTURA Desperdício de vagas do Projeto Guri Programa musical tem menos de 40% das vagas preenchidas em Elias Fausto Pág 7 Kaleo Alves Conheça a atividade que busca o equilíbrio entre o corpo e a mente. Pág. 11 SAÚDE Na onda do pilates Deficientes físicos têm dificuldade para se locomover em escolas sem rampa. Pág 8 Falta de lazer baixa qualidade Maquiagem coloca de em risco saúde EDUCAÇÃO Sem acesso COMPORTAMENTO Jovens de Americana, sem alternativa, procuram diversão em outros municípios ou em postos de gasolina. Pág 5 Camila Tavares

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Na Pratica 15

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Ano III - Edição 15 Junho/2009

Produzido pelos alunos doCurso de Jornalismo da Universidade

Metodista de Piracicaba

UNIMEP

JORNAL LABORATÓRIO

AlertA

Para economizar, meninas adquirem cosméticos mais baratos e sem certificação do Inmetro e sentem na pele as conseqüências. Pág 12

CulturA

Desperdício de vagas do Projeto Guri

Programa musical tem menos de

40% das vagas preenchidas em

Elias FaustoPág 7

Kaleo Alves

Conheça a atividade que busca o equilíbrioentre o corpo e a mente. Pág. 11

SAúde

Na onda do

pilates

Deficientes físicos têm dificuldade para se locomover em

escolas sem rampa. Pág 8

Falta de lazer

baixa qualidadeMaquiagem

coloca

de

em riscosaúde

eduCAção

Sem acessoCoMportAMento

Jovens de Americana, sem alternativa, procuram diversão em outros

municípios ou em postos de gasolina.Pág 5

Camila Tavares

2 Na Prática - Junho/2009

ApreSentAção ExPEdIENtE

O principal objetivo da comunidade do jornal é o contato com os leitores e esse espaço está integralmente aberto à manifestação de suas opiniões, concordando ou não com o conteúdo da edição, opinando e sugerindo pautas para as próximas.

Vamos participar,mande seu recado! Valeu Galera!!!

NOssO E-mAil:[email protected]

PartICIPE daCoMUNIdadE No orkUt

JORNAL NA PRáTIcA/UNImEP

Artigo de opinião

Situações diferentes colocam o jovem diante de conflitos referentes à escolha da profissão ou à escolha do lugar em que vai acontecer a balada no final de semana. Temas tão distantes unidos num mesmo dilema. O que fazer? Essa pergunta pode representar o sentimento adolescente.

Uma cidade que não oferece aos seus jovens opções de lazer noturno. Esse é o quadro de Americana, de onde os jovens saem rumo a cidades da região à procura de diversão. Ou ain-da, onde os jovens se aglomeram em postos de combustíveis como forma de lazer. Está formado o confronto. De um lado estão os adolescentes que, por falta de opção veem neste com-portamento algo natural, som alto, barulho, agito. De outro estão os vizinhos dos postos: entendem que os jovens preci-sam de diversão, mas se sentem bastante incomodados com o barulho. Apesar das situações opostas, ambos reivindicam um local apropriado onde o jovem possa se divertir sem que isso incomode a vizinhança. Nesta história resta ainda a situação dos pais que veem os filhos partirem para as cidades vizinhas e se preocupam com a questão do perigo que ronda as estradas,

principalmente quando existe álcool envolvido. O que fazer no final de semana? Uma questão que parece

tão simples se transforma em tamanho conflito. E quando a pergunta é: o que fazer pelo resto da vida? Em

busca da resposta sobre qual profissão escolher muitos jovens optam pelo curso pré-vestibular como tentativa de se prepa-rar para enfrentar a concorrência e conseguir uma vaga na faculdade. Ou ainda, no cursinho querem conhecer melhor as áreas de ciências humanas, exatas e biológicas para tentar se encaixar na que melhor corresponde ao seu perfil. Uma ques-tão tão séria tendo que ser resolvida tão cedo.

Perguntas, respostas, contrastes, esse é o jeito adolescente de viver. Num mesmo momento ele convive com a seriedade de entrar na vida adulta mesclada com a diversão juvenil com que vive a vida.

Evelim Covre ([email protected])Fernanda Zanetti ([email protected])Editoras assistentes

Jovem X Jovem

Kaleo alves

Como você se sentiria se trabalhasse durante todo o dia para pegar seu salário no final do mês e usá-lo, quase que in-teiramente, para pagar com muito suor por alguma coisa, e logo descobrisse que outros, com plenas condições de pagar, ganham isso de bandeja? Pois é assim que vários universitários se sentiram quando descobriram que bolsas do Prouni foram concedidas a estudantes que recentemente compraram carrões importados, que chegam a impressionantes R$ 85.000,00.

O Prouni – Programa Universidade Para Todos, criado em 2004, apareceu no cenário da educação nacional como um dos grandes atalhos para o jovem de baixa e média renda en-trar na universidade. Após cinco anos de projeto, mais de 385 mil pessoas têm hoje a sua chance de estudar. Porém, a “Folha de S. Paulo” publicou, no dia 23 de abril, uma reportagem que denuncia a concessão de bolsas do Prouni a jovens que recen-temente adquiriram carros de luxo.

É inegável a importância que o programa adquiriu desde a sua existência, porém, o Tribunal de Contas da União já registrou irregularidades em mais de 30 mil bolsas, quase 10% do total, o que tira a oportunidade de quem realmente precisa e merece entrar no mundo universitário com a ajuda governamental.

Essas irregularidades só vêm evidenciar a falta de uma política eficaz na fiscalização por parte dos órgãos competentes e a falta de caráter daqueles que, conscientemente, tiram os sonhos de um número infindável de jovens que agarrariam e aproveitariam essa chance como se fosse o último prato de comida do mundo.

Dentro dos muitos que realmente precisam dessa oportuni-dade, os poucos que conseguem já demonstram que não estão para brincadeira, como mostra o ENADE – Exame Nacional

de Desempenho dos Estudantes, onde os alunos do Prouni ti-veram média superior até mesmo àqueles que pagam (e pagam muito caro) seus estudos.

Portanto, não é por falta de vontade que os brasileiros dei-xam de frequentar o ensino superior, é sim por falta de opor-tunidade, pelo preço exorbitante das faculdades particulares, pela gigantesca concorrência nas universidades federais e principalmente pela má qualidade da educação pública, que os colocam em um patamar inferior de competitividade em relação àqueles que possuem condições de adquirir uma edu-cação de maior qualidade.

O grande problema é que se pessoas com condições de pagar uma faculdade particular começarem a tomar as bolsas dos que realmente necessitam, o ensino superior se transformará novamente em um ambiente no qual somente a elite financei-ra nacional frequentará, como no início do século passado.

Há, obviamente, casos em que não há má-fé por parte do es-tudante, apenas um “erro de cálculo”. Porém, o caso denuncia-do pela “Folha de S. Paulo” é um grande abuso contra aqueles que lutam, dia-a-dia, contra todas as dificuldades do mercado de trabalho e da educação pública e que, pelo sofrimento que passaram, sabem aproveitar e valorizar essa grande chance para passar no grande funil que é a educação superior brasileira.

Agora, a obrigação do Ministério Público é investigar de quem é a culpa nesses casos. Não interessa se é por falta de fis-calização, seja do governo ou da instituição de ensino, ou por puro oportunismo criminoso do beneficiado. Os responsáveis têm de ser exemplarmente punidos.

kaleo alves é estudante do 5º semestre do curso de Jornalismoda Unimep.

Chance para quem merece

Jornal Laboratório dos alunos do 5º semestre de jornalismo da Unimep

ReitoR

Prof. Dr. Clovis Pinto de Castro

DiRetoR Da FaculDaDe De comunicação

Belarmino César Guimarães da Costa

cooRDenaDoR Do cuRso De JoRnalismo

Paulo Roberto Botão

eDitoR

Wanderley Garcia (MTB: 06041)E-mail: [email protected]

eDitoRas assistentes

Evelim CovreFernanda Zanetti

eDitoR De FotogRaFia

Vanessa Haas

eDitoRas

Comportamento: Camila ViscardiCultura: Camila Tavares

Educação: Mayara BanowSaúde: Danielle Moura

Tecnologia: Raphaela Spolidoro

RepóRteRes: Alinne Schimidt, Amanda Dantas, Camila Tavares, Camila Viscardi,

Danielle Moura, Kaleo Alves, Larissa Zazirskas, Luiza Mendo, Mariana Blanco,

Mayara Banow, Mayara Veiga, Mônica Camolesi, Natali Carvalho, Rafaela Barboza,

Raphaela Spolidoro, Renan Bortoletto, Samanta Marçal, Vanessa Haas.

aRte gRáFica

Sérgio Silveira Campos(Lab. de Planejamento Gráfico/Unimep)

coRResponDências

Faculdade de Comunicação-Campus Taquaral-Rodovia do Açúcar, km 156

Caixa Postal: 68 - Cep: 13400.911Tel.: (19) 3124 1677

Tiragem: 2000 exemplares.

Junho/2009 - Na Prática 3 TEcNOLOGIA

Renan BoRtoletto

[email protected]

Presente cada vez mais, o espaço digi-tal se torna, para alguns, um vício, uma obsessão. Obsessão que mudou a vida de Hélio Toro Messias Junior, 19 anos. Ele sempre foi um rapaz que gostava de jogar bola, basquete e fazer outros exercícios fí-sicos. Tinha uma vida social ativa, sempre rodeado de amizades, com horários certos para os afazeres.

Mas aos 15 anos Hélio ganhou um com-putador de seus pais e instalou internet. Desde então, passou a se interessar por

jogos on-line e RPG’s. A vontade de ficar em frente ao computador crescia a cada dia. Era o início de uma série de transfor-mações no seu cotidiano.

Dois anos mais tarde, Hélio descobriu que tinha problemas nas costas, devido ao longo período sentado à frente do computador de maneira incorreta. O quarto em que ficava o computador, nos fundos do brechó de sua mãe, tornou-se a vida dele. As dores de ca-beça e no corpo se tornaram constantes.

Dez quilos mais gordo, Hélio fazia suas refeições ali mesmo. Os convites dos ami-gos para sair aos finais de semana sempre eram recusados. O círculo social dele se

restringia cada vez mais a um computador.Para ele, tudo aquilo era normal. “Pre-

firo ficar aqui na frente do computador do que na rua, sujeito a aprender coisas erradas. Pelo menos minha mãe sabe que estou dentro de casa e não tem com o que se preocupar”, afirma Hélio.

Márcia Gonçalves Messias, 44, não sabe mais o que fazer com o filho. “Ele deixou de fazer as obrigações de casa, não arruma nada que tira do lugar, e pensa o dia todo em jogos do computador”, lamenta a mãe.

A única forma que Márcia consegue ti-rá-lo do computador é oferecendo outras ‘regalias’ ao filho. Regalias que ela mesma

lamenta ter dado desde sua infância. “Sei que tenho culpa em grande parte do que está acontecendo, mas acredito que ele vai mudar com as responsabilidades que terá daqui pra frente”, projeta.

Outro método que vêm surtindo efeito para tirar o jovem da frente do computa-dor é a busca pelo esporte. Hélio passou a freqüentar a quadra da escola onde seus amigos sempre fazem treinos e jogos de basquete. “Devido à minha altura (1,95) tenho certa facilidade para jogar basque-te, além de encontrar no esporte uma for-ma de ficar menos tempo em frente à tela do computador”, disse.

VidA online

Computador em excesso prejudica saúde de jovemGaroto de 19 anos sofre conseqüências por jogar e ficar muito tempo na internet

MayaRa Banow

[email protected]

Atletas de videogame também podem sofrer lesões e se acidentar, mesmo sem sair de casa. Já surgem na internet relatos de jogadores do videogame Wii que afirmam ter tido lesões no joelho e pulso, partes do corpo que mais sofrem com esportes.

“Me machuquei jogando Wii em um

dos campeonatos que realizo em casa com minha família e amigos. Não estava pre-parado para jogar tantas partidas seguidas de boxe”, diz o jogador amador Angelo Carvalho, 12 anos.

“Os atletas virtuais como eu, se perdem no tempo quando jogam o game, já que não há necessidade de desocupar a quadra

VirtuAl

Mayara Banow

ou respeitar horário de academia”, afirma Pedro Henrique Faion. O joven de apenas 14 anos tem como esporte preferido com-petir em diversas modalidades com seus irmãos mais velhos.

O console leva os atletas amadores a jogar por longo tempo e sem orientação prévia de um profissional, diz Maria José, mãe de Pedro. O garoto já sofreu dores musculares devido ao uso incorreto do vídeo game.

O site oficial da Nintendo, empresa fabricante do jogo disponibiliza um mate-rial de precauções de saúde e segurança para seus usuários,pois assim como tantos outros esportes mal praticados afetam a saúde física e mental.. No entanto, ao comprar o Wii, estas informações não acompanham o console.

Outro acidente ocasionado pelo uso incorreto do vídeo game é a destruição de alguns aparelhos domésticos. Mirival Poleti presenteou o filho de 5 anos com um Nintendo Wii no natal e o brinque-do ocasionou um acidente doméstico. Bruno não seguiu as orientações do game de utilizar o strap (pulseira) do controle em uma partida de tênis. Isso ocasionou o arremesso do controle diretamente na tela da TV..Outras situações de casos de destruição de objetos e aparelhos domés-ticos você pode encontrar no site youtu-be (www.youtube.com).

A professora de educação física Rosana Almeida alerta que a flexibilidade ofere-cida pelo Wii deve ser usada de maneira adequada, sem exagerar no tempo de jogo e é necessário fazer alongamentos antes e depois do exercício físico virtual, que não é tão virtual assim.

Atletas detambém sofrem lesões

videogame

Usuários do Wii devem se prevenir de lesões com

alongamentos antes e depois das partidas

4 Na Prática - Junho/2009cOmPORTAmENTO

vanessa Haas

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Em Piracicaba as adolescentes mais cheinhas não encontram roupas que valorizem seu tipo físico e que este-jam de acordo com a sua idade.

Para quem quer comprar rou-pas para gestantes, discretas ou extravagantes o cardápio é bem recheado, mas e quanto às jovens mais encorpadas?

“Já freqüentei lojas para tama-nhos maiores sem sentir vergonha do meu corpo, mas as estampas eram para pessoas mais velhas, não deu cer-to”, conta Alessandra Pereira, 19. As-sim como ela, as adolescentes com uma estrutura física mais avantajada come-çam a perceber sua beleza e saem em busca de roupas que combinem com seu corpo e que valorizem seus pontos fortes. Mas a decepção é visível.

Lojas que possuem esse tipo de roupa não têm moda própria para adolescen-tes, e acabam focando estampas e mo-delos voltados para senhoras. O resultado é tentar achar no shopping algo mais descontra-ído e relativo à sua idade, porém a solução não é encontrada. “Infelizmente no shopping a gente não encontra aquele modelo no nosso tamanho, é tudo feito para meninas magrinhas!”, comenta Mirielen Pereira da Silva, 17.

Falta uma moda especial para adolescentes mais cheinhas, com cores e estampas alegres. A professora do curso de moda do Senac, Lucie-ne Machado, explica que esta falha na moda se dá pela influência da mídia, pois além da roupa,

ModA

Vitrines mostram moda para senhoras

NA INTERNETBlogs valorizam e apóiam a beleza de mulheres mais encorpadas, como é o “Gordinhas maravilhosas”www.gmaravilhosas.blogspot.com

meninas

Sem muitas opções de tamanhos e cores, garotas se decepcionam na hora da compra

Comércio de roupas esquece

gordinhas

cURsOs NO sENAcTécnico em Estilismo e Coordenação de moda: 2ª, 4ª e 6ª das 19h às 22h30.Desenho de moda: sábados das 9h às 12h.“Espero que aos

poucos todos os gostos sejam atendidos”, diz Luciene Machado

Van

essa

Haa

s

MaRiana Blanco

[email protected]

Os pais estão virando “orkutei-ros”, e isso acaba inibindo o uso por parte de alguns jovens que acredi-tam que perdem a privacidade. Há quem goste da novidade, ensina e ajuda os mais velhos a navegar. Exis-tem também os que acreditam que o site de relacionamentos Orkut pode aproximar os pais do seu dia-a-dia. Mas mesmo com o incentivo que dão aos mais velhos, os jovens ficam irritados com recados e comentários. Não gostam e não querem ser super-visionados pelos pais e têm medo de encontrar recados do tipo: “oi filhi-nha, fofinha, lindinha saudades” ou ainda comentários em fotos: “Que feio, meninos tão bonitos bebendo

orkut

Cada um no

vende-se a imagem da modelo. Segundo ela, o segmento de moda para tamanhos especiais esquece que existem adolescentes que buscam esse tipo de roupa e acabam apresentando sem-pre os mesmos estilos de roupa para senhoras. Para ela é um erro esquecer esse tipo físico.“As pessoas querem ficar na moda. Sendo assim, deveria haver maior inovação na área de tama-nhos especiais”, afirma.

Filhos não gostam quando pais invadem

sua privacidade na internet

“Não gosto que minha mãe veja recadinhos que mando e comente”, diz Sabrina

assim, tsc tsc tsc” como aconteceu com a jovem Maria Augusta (nome fictício), 17 anos. Os nomes fictícios foram usados neste texto para não expor os jovens a situações cons-trangedoras.

Para os jovens, o maior incômodo é quando os pais comentam sobre episódios da infância. Esse é o temor de Raíssa Silva (nome fictício), 14. “Quando eu era criança caí do carri-nho e bati a testa no chão. Coloquei no site uma foto minha muito sem noção, em que eu estava com um monte de coisas no cabelo e maquia-gem. Minha mãe me deixou um co-mentário: ‘Oh meu Deus desde que ela bateu a cabeça nunca mais foi normal’. Morri de vergonha e fiquei muito sem graça”.

Entrar no Orkut é um jeito que os pais encontraram para acompanhar os filhos. A estudante Sabrina Al-ves, 12, também não gosta que sua mãe tenha Orkut. “A relação que tenho com minha mãe é uma lou-cura (risos), parecemos duas irmãs, uma conta tudo pra outra, mas mes-mo tendo essa relação gostosa com minha mãe não gosto que ela tenha Orkut porque ela fica vendo recadi-nhos que mando para os meninos e fica comentando” afirma.

seu espaço

Filha irritada ao ver comentário da mãe

Mar

iana

Bla

nco

Junho/2009 - Na Prática 5 cOmPORTAmENTO

RapHaela spolidoRo

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O primeiro time de futebol americano de Piracicaba, Cane Cutters, vem trei-nando desde o ano passado para o Torneio de Integração (TI) – espécie de segunda divisão no futebol –, que é o primeiro pas-so para depois entrar na liga paulista da categoria Flag.

A competição acontece todo ano, no início do primeiro semestre, com uma média de seis times na disputa. Desses seis times, são classificados dois ou três, de-pendendo do ano, para participar da Liga Paulista de Futebol Americano Flag.

O Cane Cutters joga na categoria Flag (para maiores informações sobre a liga Flag acesse: www.lpfa.com.br). Os inte-ressados devem ir até a Sinfesalq (próxima ao clube Ítalo Brasileiro) aos domingos, a partir das 14h30. No local, passa-se por uma avaliação física, onde é observado o biotipo da pessoa, e de acordo com isso a

Conheça o Cane Cutters

O Cane Cutters iniciou os treinos nos campos da Esalq (Escola superior de Agricultura luiz de Queiroz) em abril de 2008, mas a proibição da prática de es-portes com bola dentro das instalações da universidade, obrigou os antigos fun-dadores da equipe a mudar os treina-mentos para iracemápolis. Assim a equi-pe começou a crescer, com a entrada de várias pessoas interessadas no jogo.

Após seis meses de treinamento, em outubro de 2008, o Cane Cutters acabou por desinteresse de jogadores antigos. Foi quando Gustavo Benitez Ribeiro, 30 anos e Nicolas Antônio Bargiela, 18 anos, residentes em Piracicaba, resolveram trazer a equipe de volta para a cidade. Foram feitas divulgações com cartazes, orkut e matérias em jornal.

O time começou apenas com seis inte-grantes e hoje tem por volta de 18 joga-dores. Alguns jovens têm se interessado pela prática, atualmente o Cane Cutters tem aproximadamente cinco jogadores entre 15 e 18 anos. Recentemente, a maneira de divulgação tem sido apenas informal, ou seja, os próprios jogadores da equipe falam para os amigos.

eSporte

Equipe de futebol americano treina para tITorneio de Integração equivale à segunda divisão da modalidade

Os interessados em jogar devem ir até a

Sinfesalq aos domingos, a partir das 14h30

MayaRa veiga

[email protected]

Com a falta de opções para o lazer em Ame-ricana, um dos lugares mais freqüentados pe-los jovens são os postos de gasolina, “Venho aqui somente por não ter lugar melhor para ir”, disse Mônica Sanches, de 16 anos.

AMeriCAnA

Sem opção, jovens se reúnem em postos de gasolina

De sexta-feira a domingo é grande a quantidade de pessoas aglomeradas em um posto na Avenida Brasil, uma das principais da cidade. O movimento de jovens e carros atrapalha o trânsito e in-comoda a vizinhança.

O aposentado José Ferreira mora pró-ximo ao posto de combustível e diz: “sou

a favor de um local apropriado para esses jovens com acondicionamento acústico e segurança. O que não dá mais é acordar de madrugada com carros de som nas alturas, e ver esses jovens usando drogas e até fa-zendo sexo no portão da minha casa”.

A situação da falta de lazer em Ame-ricana se agravou com o fechamento da

boate “My Way”. Os jovens que freqüen-tavam o local estão revoltados. Rosana Buarque, 17 anos, acha que o fechamento foi uma grande perda para a cidade. “Nós jovens não temos opções aqui, quando queremos nos divertir temos que ir para Piracicaba ou Campinas”.

Quem entra na discussão também são os pais dos jovens, que se preocupam com a segurança dos filhos. “Gostaria de fosse feita alguma coisa a respeito, não gosto de ver minha filha pegando a pista, é perigo-so” diz Maria Buarque, mãe de Rosana.

Para Maria, muitos jovens são irres-ponsáveis e não deixam de ingerir bebida alcoólica para dirigir. “Não fico tranqüila enquanto a Rosana não chega, acontecem tantos acidentes por causa do álcool”, de-sabafa. Segundo ela, se a prefeitura incen-tivasse o investimento no lazer, os jovens não precisariam sair de Americana e isso também traria lucros para a cidade.

Thiago Barbetta, 21 anos, cursa Publi-cidade e Propaganda na Unimep. Morou desde que nasceu em São Paulo e mudou para Americana para estudar. “Ainda bem que estou com sono, porque não tenho o que fazer hoje”, disse em uma sexta-feira enquanto voltava da universidade. Quan-do quer sair, Thiago vai para outras cida-des como Rio Claro e Piracicaba.

Grupo de amigos põe o pé na estrada

pessoa é destinada para uma das posições que o futebol americano possui. Para jo-gar não existe nenhum custo obrigatório, apenas uma mensalidade voluntária para adquirir o material para os treinos (con-fecção de uniformes, transporte etc).

Jogadores em dia de treino para a competição

Mayara Veiga

Raphaela Spolidoro

Única boate da cidade fechou; alternativas de diversão são encontradas em outros municípios

6 Na Prática - Junho/2009cOmPORTAmENTO

luiza d. Mendo

[email protected]

“Adoro ler e gostei desse kit, tanto o conteúdo quanto por ser de graça”, opina a estudante,Gabriela.16 anos, da Escola Estadual Abigaiu de Aze-vedo Grilo. Ela referia-se aos livros paradidáticos doados pelo governo do Estado de São Paulo para escolas estaduais distribuírem aos alunos. Como os livros podem ser levados para casa, os jovens terão mais tempo para se acostumarem e aprenderem a gostar de leitura.

Com as obras paradidáticas, os jo-vens aprendem história, estimulam a imaginação, ampliam o vocabulário ajudando na escrita e nas formas de se expressar com as pessoas. Além disso é uma preparação para o ves-tibular, já que os títulos distribuídos são muito solicitados nas provas de português e literatura.

Os livros são de autores brasileiros consagrados, como Monteiro Lobato, Machado de Assis e Érico Veríssimo. São distribuídos aos alunos de ensino fundamental e médio de escolas esta-duais. Conforme a série que estuda, o aluno recebe um livro diferente.

Nem todos os alunos aprovaram essa iniciativa e contrapõem os be-nefícios da leitura. “Ler esses livros pode ser importante, mas mesmo assim atrasa o aprendizado e não vai adiantar muita coisa”, afirma o aluno Daniel, 17 anos.

Uma questão a ser pensada é a in-clusão de obras de autores recentes e atualizar esses clássicos para uma linguagem mais simples para assim despertar maior interesse pela leitura essa é a opinião da maioria dos jovens . Como opina Daniel, “tem coisa que leio e não entendo nada, de repente colocar umas “gírias” faladas atual-mente, iria facilitar“.

Alunos de escolas públicas recebem livros paradidáticos

Governo do estado doa obras de autores

brasileiros como Monteiro Lobato e Machado de Assis

literAturA

danielle MouRa

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A moda em Piracicaba se inspira na novela Caminho das Índias, que teve sua estréia na TV Globo no dia 19 de janeiro. Ao caminhar pelo centro da cidade, nota-se que cerca de sete entre dez lojas ven-dem produtos indianos. Batas, túnicas, bijuterias, elementos dourados, sapatilhas e chinelinhos invadiram a maior parte das vitrines.

Com bordados e pedrarias, brincos, colares, braceletes e anéis são os objetos mais requisitados pelas compradoras.

Para a estudante Natália Morais, 20, os produtos indianos são vibrantes e femini-nos. “Via as personagens usando na nove-la e estava procurando desde os primeiros

noVelA

Comércio de Piracicaba

Sete em cada dez lojas do centro da cidade têm produtos inspirados na trama global

“As pessoas querem ficar na moda e serem semelhantes às

atrizes da novela”

aposta na Índia

capítulos. Adoro coisas coloridas e bri-lhantes, o que tem de sobra nos brincos, por isso minha escolha por eles”.

Segundo Paula, gerente de uma loja de roupas populares, os produtos são dife-rentes do que costumamos usar aqui no Brasil e por isso chamam atenção. “As pessoas querem ficar na moda e serem se-melhantes às atrizes da novela,” comple-menta. Questionada sobre a origem dos acessórios cita que a maioria é importada da China e não da Índia.

Para a vendedora Isabela Aragão, as cores e traços marcantes mexem com a imaginação das pessoas. “Mesmo com

esta crise que nos atinge, a venda de produtos referentes à trama aqui na loja aumentou 50% desde o início da novela. É um círculo vicioso em que uma amiga

vem procurar e no outro dia a outra amiga quer igual. Todas querem usar o que está na moda e geralmente é o que está sendo usado na TV”, comenta.

Vitrine de loja na principal rua do comércio da cidade

Dan

ielle

Mou

ra

Junho/2009 - Na Prática 7 cULTURA

Kaleo alves

[email protected]

Em Elias Fausto, cidade com cerca de 15 mil habi-tantes, 70 jovens passam as tardes de terça e quinta feira maravilhados no mundo musical, graças ao Pro-jeto Guri, programa da Secretaria Estadual da Cul-tura, que leva gratuitamente aulas de canto coral e instrumentos de sopro, corda e percussão para os jo-vens matriculados regularmente na escola. Porém, o número jovens artistas poderia ser bem maior.

Das 186 vagas disponíveis no pólo do Projeto na cidade, cerca de 70 estão preenchidas, de acordo com a secretaria do projeto no município, apenas 37% do total. Isso se deve, na opinião da aluna Larissa Bastos, de 14 anos, ao horário de funcionamento do projeto. “O Guri só funciona à tarde em Elias Fausto e nesse período os jovens que têm maior interesse em partici-par estão na escola, sem condições de se matricular.”

Outro ponto negativo é a falta de divulgação do programa no município, como reclamam os funcioná-rios do pólo da cidade.

O objetivo do projeto é livrar as crianças e adoles-centes do mundo do crime e promover a inclusão so-cial através da música, levando aos pequenos músicos valores como trabalho em grupo e disciplina.

Um dos grandes trunfos do programa é a tranqüili-dade trazida aos pais dos alunos, como Paulo Pestana.

inCluSão SoCiAl

emEm Elias Fausto, menos de 40% das vagas do programa Guri estão ocupadas

“O objetivo do projeto é livrar as crianças e adolescentes do mundo do crime e promover a inclusão social através da música”

“O projeto é fantástico, dá oportunidade às crianças que não tem condições de aprender um instrumento e as tira da rua e do mundo do crime”.

O prefeito municipal Cyro Maia (PT) conta que a prefeitura apoia o projeto com alimentação, além de ceder o prédio onde funcionam as instalações e trans-porte aos alunos.

Cyro também destaca a importância social do pro-jeto: “Esse trabalho é ótimo, pois dá um sentido à vida dos jovens quando não estão na escola. É um ganho na experiência de vida e um caminho profissional que eles podem seguir.” O prefeito informou que não pode interferir no horário da escola e do programa, o que poderia permitir o aumento do número de inscritos. A Secretaria Estadual de Educação foi procurada e não atendeu às solicitações da reportagem.

Criado em 1995, o projeto cresceu graças a parcerias com prefeituras e organizações do terceiro setor, e passou, em 2004, a ser administrado pela Associação Amigos do Projeto Guri, uma Organização Social da Cultura sem fins lucrativos, que expandiu o programa ao redor do estado. Hoje, são atendidos cerca de 48 mil jovens em mais de 300 municípios, de acordo com o site oficial do projeto.

O programa também reabilita aqueles que já viram a crueldade das ruas de perto, com a participação na fundação CASA – Centro de Atendimento Socioe-ducativo ao Adolescente. São cerca de 1.800 jovens assistidos em 50 unidades.

Vagas desperdiçadasprojeto musical

Kaleo Alves

8 Na Prática - Junho/2009EDUcAÇÃO

natali caRvalHo

[email protected]

A literatura agora pode ser acessada nas telas de telefones portáteis. Lançada em novembro de 2008, na 54ª Feira do Livro de Porto Alegre, a Editora Plus é uma ONG (organização não governamental) que publica exclusivamente livros eletrô-nicos, gratuitos e inéditos. A proposta da Editora é democratizar a leitura e oferecer ao público acesso aos livros e aos autores que podem alcançar públicos maiores, mas sem planos de lucrar com isso.

Eduardo Melo, um dos fundadores e di-retor de tecnologia da Editora Plus, acre-dita que o fato de parecer estranha torna a novidade excitante, pois é um mundo novo que se abre e como tudo que é novo, desperta o desejo de conhecer. “Veja, as pessoas se sentiram menos interessadas em baixar músicas na Internet quando isso era novidade e poucos sabiam como fazer?

Observamos que o mesmo acontece com o livro eletrônico no exterior e aos poucos aqui no Brasil também”, comenta Melo.

A Plus reúne desde publicações acadê-micas e literárias até livros de auto-ajuda. E conta com a colaboração dos blogueiros, maiores entusiastas e divulgadores, que escrevem sobre jornalismo, cibercultura, literatura e tecnologia móvel.

Para ter acesso aos livros no celular bas-ta ir ao site www.editoraplus.org e baixar os arquivos. Se algum amigo já tiver o livro, nem precisa ir ao site, basta copiar de um celular para outro, sem problemas. “Nossos livros são totalmente gratuitos. Eles podem ser distribuídos e copiados livremente, pois os direitos autorais são Creative Commons, um sistema em que alguns direitos são liberados, e outros não”, explica Melo.

Existem inúmeros sistemas operacionais de celulares e diversos formatos diferen-tes, mas os livros e o site são adaptados

para acesso via telefone celular, seja iPho-ne, smartphones e outros aparelhos mais antigos que abrem arquivos em Java.

Do ponto de vista legal os textos da Edi-tora Plus podem ser copiados, impressos e distribuídos. Se alguém quiser imprimir e distribuir de graça, pode? Também pode. O que não pode fazer com os livros é ga-nhar dinheiro com eles, alterar o conteú-do ou criar obras derivadas (por exemplo, pegar um trecho e escrever outra coisa).

“Disponibilizar os livros para celular é dar praticidade ao leitor, principalmente para as pessoas, que como eu, trabalham o dia todo. Aproveito os intervalos de tem-po que possuo e continuo minha leitura pelo celular, evitando também de carregar excesso de material” diz Juliana Campos de Andrade, que faz parte da comunidade do Orkut “Livros no celular”.

A comunidade agrega 6.441 membros e prova que falta de tempo e/ou dinheiro não é desculpa para deixar a cultura de lado.

literAturA

livros gratuitos chegam ao celularEditora Plus lança obras exclusivas para leitura em telefones e computadores

alinne scHMidt [email protected]

A falta de rampa de acesso para ca-deirantes atinge tanto escolas privadas quanto públicas, principalmente de pré-dios antigos como a escola Sud Mennucci instalada em Piracicaba em 21 de abril de 1837 e o Colégio Piracicabano, em 13 de setembro de 1881.

A orientadora educacional do Colégio Piracicabano, localizado na área central, Shirlei de Bussi Pissaia, afirma que esse fato gera perda de alunos. “Muitos pais vêm conhecer a escola, mas ao se deparar com diversas escadas desistem de matri-cular seus filhos”.

Há algum tempo, engenheiros foram procurados pelo Colégio, mas a informa-ção que a orientadora educacional pos-sui é de que a estrutura do prédio não é adequada para a colocação de rampas. “A opção que nos deram é de integrar um elevador no interior da escola, mas infelizmente ainda não temos condições financeiras para concluir essa obra”.

Shirlei comenta que se entristece com esse fato, pois o colégio trabalha com a in-clusão de portadores de necessidades es-peciais. Um aluno da 5ª série usa muletas para se locomover e recebe ajuda dos pro-fessores e amigos quando se depara com escadas. Outro aluno do Colégio Piracica-bano possui deficiência auditiva e usufrui de leitura labial nas aulas e de acompa-nhamento de psicopedagoga. Alunos com síndrome de down e dislexia também são frequentemente matriculados no colégio.

Já a Escola Estadual Sud Mennucci, também na área central, é considerada patrimônio histórico da cidade desde 2002

“para modificar a estrutura de um prédio tombado, primeiramente o engenheiro ou arquiteto responsável pela obra envia um protocolo para a Secretaria de Obras da cidade. Esse protocolo depois de conclu-ído vem para o Codepac, a partir desse momento temos um prazo para analisar e autorizar a obra. Mas nada impede que o

Alinne Schmidt

AdAptAção

rampas

Instituições de ensino pública e particular enfrentam problemas para atender deficientes físicos

pelo Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba). Nes-se caso a instalação de rampas de acesso para cadeirantes é um processo mais bu-rocrático, entretanto o tombamento não impede que a obra seja executada.

O presidente do Codepac, Francisco de Assis Carvalho Ferraz Junior, afirma que

diretor da escola solicite esse projeto”.O diretor da escola Sud Mennucci,

Angelo Manoel Cobra, justificando es-tar numa semana agitada, não pode nos atender para mais informações. Contudo, o Codepac informou que não recebeu ne-nhuma proposta de projeto para a coloca-ção de rampas de acesso na escola.

Escolas não constroem

cadeirantespara

Entrada principal da Escola Estadual Sud Mennucci

Junho/2009 - Na Prática 9 EDUcAÇÃO

Mônica caMolesi

[email protected]

Estampado na tela do seu computador, o estudante do 2º colegial, Luan Domingues, exibe com orgulho a foto do seu maior so-nho: ser motorista de caminhão. Aos 15 anos ele conta os dias para terminar o ensi-no médio e se dedicar ao sítio do pai, onde mora. “Quero ajudar meu pai que já traba-lhou muito duro aqui no sítio”.

Pelo fato de não gostarem de estudar, muitos adolescentes não querem freqüen-tar as salas de aula e outros não conseguem concluir a faculdade. A universitária Ane-

AprendizAdo

Não gosto de estudar! Luan quer deixar a escola e trabalhar no sítio; Anete

sente dificuldades, mas quer o diploma

Pais acertam quando exigem que filhos estudemPor trás da má vontade em estudar, ge-

ralmente existem várias causas, que po-dem envolver fatores pedagógicos, físicos e emocionais.

Segundo a professora de psicologia da Unimep, Débora Fonseca, “o que podemos analisar é que a escola, de maneira geral, não tem sido um lugar muito atrativo para os ado-lescentes se compararmos com todas as ou-tras coisas que estão em seu cotidiano (TV, Internet, baladas, etc.)”. Além disso, Débora explica que escolher uma profissão aos 16 ou

17 anos de idade pode gerar desinteresse.A psicóloga diz que os pais acertam

quando obrigam os filhos a frequentarem a escola, por dois motivos: o primeiro é legal, “o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) coloca os pais como respon-sáveis pela matrícula e acompanhamento de seus filhos na escola, ou seja, eles estão cumprindo, de certa maneira aquilo que a lei impõe. Em segundo lugar, é importante o diálogo e o limite para que os adolescen-tes possam ter referências seguras”.

te Barbosa da Silva, por exemplo, ingressou na faculdade no segundo semestre de 2003 mas até hoje busca o diploma, por causa das dependências em três matérias.

Luan vai para a escola quando negocia algo em troca, “Deixamos ele passear com

e ponto.os amigos, fazer as coisas que ele gosta e trabalhar no sítio durante o dia, em troca de ele estudar à noite com disciplina”, ex-plica o pai Vlamir Domingues.

Os pais do jovem se preocupam com o mercado de trabalho e dizem que sem es-

tudo não é possível ter uma visão ampla. “A vida é um aprendizado, porém para aprender temos que apanhar muito na es-cola da vida, não gostaria que meu filho sofresse tanto” lamenta o pai.

Com os olhos brilhando a mãe, Márcia Domingues, fala da esperança em ver o fi-lho na faculdade “Nunca é tarde para co-meçar, ele sempre terá nosso apoio, nunca vou desistir”.

Luan afirma que sabe das conseqüên-cias “Sei que posso perder oportunidades grandes por não ter estudado”. Mesmo tendo consciência, ele diz que hoje está realizado no sítio.

Pensando nas conseqüências e nas oportu-nidades de profissionalização foi que a aluna Anete não parou de estudar. Ela se define como uma pessoa contraditória “Gosto de aprender nas salas de aula, mas não gosto de passar finais de semana estudando em casa, ler livros e me aprofundar nos assuntos”.

laRissa zaziRsKas

[email protected]

Estudar, mudar, pensar, ralar, deci-dir. Essas são algumas ações dos jo-vens para entrar no ensino superior. A estudante Beatriz Baltieri, 19, es-tuda para ganhar um pouco mais de tempo e com isso aperfeiçoar a esco-lha profissional. Mas há quem preci-se revisar e estudar mais para passar numa faculdade que tenha seu curso, podendo ser ela federal, estadual, ou até mesmo particular.

Beatriz pretende cursar Relações Internacionais numa faculdade pú-blica e afirma que apesar de estar fazendo o cursinho há pouco tempo está sendo muito bom pra ela. “O cursinho está me ajudando a ver quais das áreas (exatas, humanas ou biológicas) eu realmente domino e me realizo. Isso é muito importante, pois futuramente quero ter a certe-za de que escolhi a área e a profissão certa, sem arrependimento”.

Por outro lado, a estudante Kari-ne Rosa de Godoy, 16, esta fazendo cursinho à noite, paralelamente ao terceiro colegial, que faz de manhã. “Entrei no cursinho porque minha escola é estadual e não foca só no vestibular. Como eu quero cursar medicina, tenho que me desdobrar e me preparar da melhor forma possí-vel, por isso, decidi fazer cursinho à noite, junto com o colegial” diz.

Ambas estudantes afirmaram que estão adorando o cursinho, que os pro-fessores são ótimos e bem dinâmicos: “ensinam a matéria usando brincadei-ras, piadinhas, o que ajuda a gravar melhor as regras fazendo com que seja menos estressante.” conta Karine.

Beatriz completou dizendo que todo esse esforço realmente vale a pena: “Olha, se eu for aprovada, vai ser um sonho realizado. Mas caso contrário, não vou dizer que foi tem-po perdido, pois estou aprendendo muito, principalmente a aperfeiçoar minha escolha profissional”.

VeStibulAr

O pesadelo dos estudantesEscolha do curso é uma decisão que o jovem vai levar para o resto da vida

Laris

sa Z

azirs

kas

Estudante prepara-se antes das provas

10 Na Prática - Junho/2009sAÚDE

caMila viscaRdi

[email protected]

A empresa Biocapital, localizada em Charqueada, utiliza o óleo de fritura reci-clado como matéria-prima para a fabrica-ção do biodiesel. Esta iniciativa, além de um novo meio de produção do combus-tível é também muito importante para o meio ambiente.

A reciclagem dos vários tipos de óleos de cozinha ajuda no combate ao efeito es-

tufa e às enchentes, pois evita que aconte-ça o entupimento das redes de saneamen-to. E mais, diminui a quantidade de óleo despejada nos rios e represas que contami-nam a água e a fauna aquática. Segundo a Sabesp a cada litro de óleo 25 mil litros de água são poluídos.

Todo dia, 300 mil litros de óleo de cozi-nha recolhidos e reciclados em diversas ci-dades do país, inclusive na região da grande São Paulo, chegam a Charqueada, graças ao trabalho de organizações, parcerias e

pessoas que conscientizam a população. A ONG Trevo faz esse trabalho. Respon-

sável por grande parte da coleta do óleo na capital paulista, recolhe a matéria-prima em condomínios, estabelecimentos e pon-tos estratégicos espalhados pelas ruas de São Paulo. No interior não acontece a mes-ma coisa. “Infelizmente poucas pessoas da região sabem sobre a reciclagem. É muito importante que medidas sejam criadas para o aproveitamento do material”, comenta o diretor da Biocapital, Ricardo Magalhães.

Depois de recolhido o óleo vai para as recicladoras, responsáveis pela distribui-ção e venda para produtoras de sabonete e combustíveis.

Além de ajudar na luta a favor do meio ambiente a reciclagem do óleo é muitas vezes um benefício social. Pessoas doam para instituições de caridade o dinheiro que recebem pela venda do material re-colhido e outras utilizam a matéria-prima para fabricar sabão e garantir o sustento da família.

Meio AMbiente

Óleo de cozinha vira biodiesel em CharqueadaColeta é feita em diversas cidades do país; mas não região pouco é recolhido

saManta MaRçal

samanta.març[email protected] ritmo de vida frenético que a maio-

ria das pessoas enfrenta combinado com a má alimentação, originou um movimento que vai no sentido contrário. O slow food surgiu para resgatar o sabor da culinária local e o hábito da boa alimentação, prio-rizando a ecogastronomia: consumo sau-dável sem prejudicar o meio ambiente. O movimento também defende a produção agrícola de alimentos naturais e orgânicos por produtores e ar-tesãos locais. Em Pi-racicaba a associação completa dois anos neste mês.

Fundada em 1989 por Carlo Petrini, a Associação Interna-cional Slow Food, segundo o site slowfoodbrasil.com.br, co-meçou na Itália e atualmente está em 122 países com mais de 90 mil associados.

Cada “Convivium”, que é o grupo local representante da filosofia slow food na cidade, é dirigido por associados ao movi-mento que se reúnem uma vez ao mês com outros membros. Nas reuniões são discuti-dos projetos e é feita a degustação de recei-tas que valorizam a culinária local.

Líder e fundadora do Convivium de Piracicaba, Evanilda Perissinotto, conta que os associados divulgam os objetivos e projetos do slow food no ambiente de tra-balho. Os interessados podem participar da reunião.

“As prioridades do movimento são pre-servar a biodiversidade alimentar e ela-borar receitas que valorizam a culinária da cidade, que muitas vezes deixa de ser apreciada,” ressalta a professora de gas-tronomia e colíder do Convivium Maria-

na Maronna.Em Piracicaba são

feitas receitas que incluem o peixe, principalmente o tra-dicional “pintado”, além da pamonha, o cuscuz e também a cachaça piracicaba-

na, conta Mariana.Vice-líder e fundadora do Convivium, a

professora de nutrição Miriam Coelho diz que é importante que as pessoas conheçam o slow food: “Nosso hábito alimentar mu-dou muito e com a globalização tendemos a esquecer nossas raízes e buscar outros sa-bores alimentares. Precisamos diversificar sim, mas sem esquecer”, conclui.

São desenvolvidos em Piracicaba pro-

jetos como o “Educação do Gosto”, que apresenta às crianças a diversidade ali-mentar regional por meio de oficinas. Outro projeto do Convivium da cidade é catalogar produtores que trabalham com alimentos naturais e orgânicos.

No mês de maio, o Convivium de Piraci-caba completa 2 anos. Algumas das ativida-des confirmadas para a semana de comemo-ração acontecem no varejão central, onde alguns chefes apresentarão receitas elabo-radas com produtos orgânicos encontrados no varejão. Na ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) acontece

Grupo faz dois anos em Piracicaba e propõe alimentação equilibrada

com iguarias da região

Peixe, pamonha e cuscuz merecem

destaque nas receitas piracicabanas

Você conhece o slow food?beM eStAr

palestra ministrada por Gilles Marechal, coordenador do livro “Les circuits courts alimentaires”. Na Nutriz haverá oficina do projeto Educação do Gosto e no SESC ha-verá exibição de documentário.

Para se tornar um associado do Slow Food é preciso acessar o site www.slo-wfoodbrasil.com e seguir as instruções. Há também a possibilidade de se inscre-ver pelo Convivium de Piracicaba na Av. Independência, 1297 – Bairro Alto, tele-fone 3434-7111, com Tatiana, ou pelo e-mail [email protected].

reunião dos integrantes do Convivium de Piracicaba

Samanta Marçal

Junho/2009 - Na Prática 11 sAÚDE

aManda dantas [email protected]

O paulista pode contar com sete

anos a mais em sua expectativa de vida, em comparação entre os anos 2000 e 2006, de acordo com dados do Índice Paulista de Responsabilidade Social 2008 (IPRS). Com isso, os mais jovens podem ganhar mais tempo de vida. O índice de longevidade (idade média das pessoas ao morrer) no Estado de São Paulo aumentou de 65 para 72 anos.

Em Tatuí, por exemplo,o índice, em 2000 era de 63 anos e passou para 71 em 2006.

Segundo Gabriela Boher de 18 anos, estudante do cursinho ETAPA, “pri-meiramente, a expectativa de vida tem muito a ver com as condições de saúde de uma população. Hoje em dia é mais fácil curar uma doença que antes, na época de nossos pais, não existia cura. Além disso, muitas outras doenças já nem existem mais. O saneamento bá-sico nessas cidades contribuiu para que a qualidade de vida fosse melhor, com isso, a expectativa de vida aumenta”.

A longevidade corresponde à expec-tativa média do tempo máximo de vida de um município ou estado, composto pelas taxas de mortalidade infantil, mortalidade perinatal, mortalidade de pessoas entre 15 a 39 anos e taxa de mortalidade de pessoas de 60 anos ou mais, relativas a cada 1.000 pessoas.

Segundo o médico Jorge Mendonza, esse aumento da expectativa de vida corresponde principalmente pelo aces-so à saúde estar mais fácil e a maio-ria das pessoas consegue tratamentos pelo serviço público ou por convênios. “Quando pensamos que há 10 anos não era qualquer pessoa que poderia fazer uma tomografia, por exemplo, esse tipo de exame era voltado apenas as classes mais favorecidas. Hoje em dia essa rea-lidade é outra”, afirma o Mendonza.

O médico ainda alerta para que os mais jovens tenham mais cuidado com sua saúde e alimentação e pratiquem exercícios físicos.

Expectativa de vida aumenta

no estado

longeVidAde

Média de vida em municípios de São Paulo era de 72 anos em 2006;

em 2000 era de 65

caMila tavaRes

[email protected]

“O pilates veio para ficar” são palavras da esteticista e educadora física Andrea Fidelis. Essa técnica é uma boa opção para quem não gosta de academia. Segun-do a esteticista, o pilates é um dos melhores exercícios para ser iniciado na juventude, pois o método fortalece a musculatura, evitando a flacidez no futuro e outros problemas relacionados à saúde física. Porém, a maio-ria das alunas de Pilates são mulheres acima dos 30 anos. “A verdade é que apesar de passar por um mo-mento de moda, o pilates é pouco divulgado, fazendo que seja procurado através de uma indicação médica por pessoas que já possuam algum tipo de problema”.

O Pilates é procurado por diversos motivos, entre eles por ser uma opção à fisioterapia em alguns casos. Jeane Maria Cunha Machado, bailarina de 22 anos, sofreu uma lesão e teve que ficar dois anos sem dançar. Buscou no pilates uma nova forma de manter seu alongamento e condicionamento físico. “Notei logo a diferença no meu corpo, meus músculos estavam mais enrijecidos. Voltarei às aulas de ballet, mas não pretendo deixar o pilates”.

A técnica oferece benefícios como fortalecimento dos músculos, elasticidade, resistência, postura, con-

centração, melhora a capacidade cardio-respiratória, alivia o stress, tensões e dores crônicas. Sem contra-indicações, pode ser realizada por qualquer idade.

A fisioterapeuta Liliane Rodrigues afirma que pilates não causa dores durante os exercícios e nem no dia seguinte, pois cada movimento é observado pelo pro-fessor, e é trabalhada a amplitude máxima do corpo de cada aluno. “Pilates não é igual academia que acaba le-sionando o músculo e causando dor, ela possui muitos fundamentos, não é qualquer técnica” completa.

HistóricoO método foi iniciado pelo alemão Joseph Humbertus

Pilates na década de 50, que após passar uma infância debilitada pelo raquitismo e pela asma, superou suas dificuldades e se tornou renomado esportista. Grande estudioso e conhecedor do corpo humano, logo desen-volveu seu próprio método de ginástica. No começo da primeira guerra mundial, Joseph trabalhou como fisiote-rapeuta na Inglaterra para os soldados mutilados e co-meçou a usar suas técnicas para a fisioterapia.

O pilates chegou ao Brasil em 1996, e aos poucos ganhou espaço. As aulas são iniciadas ao solo e tem como foco o fortalecimento dos músculos abdominais e inter-postais que nos mantém em pé.

beM eStAr

pilates:

Técnica busca boa postura, corpo flexível e músculos enrijecidos sem sofrimento

equilíbrio entre corpo e mente

Cam

ila T

avar

es

12 Na Prática - Junho/2009sAÚDE

Rafaela BaRBoza

[email protected]

A utilização de cosméticos não aprovados pelo Inmetro (Insti-tuto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Indus-trial) é um risco para a saúde e pode causar danos que demoram muito a ser superados. Juliana Santos 17, é estudante do ensino médio do colégio Objetivo de Rio Claro e conta que mesmo sa-bendo das possíveis conseqüências da utilização de maquiagem barata, comprou e arriscou. Logo no primeiro contato sentiu na pele os danos.

Com uma alergia que desconhecia, uma crise foi instantâ-nea e com o rosto inchado e os olhos vermelhos Juliana não teve dúvidas, procurou auxilio médico. Ela conta que não vale a pena comprar uma maquiagem só porque é mais barata. “Senti na pele e no bolso que essa vantagem no final me saiu mais cara”.

Simone é funcionária de uma loja de cosméticos e houve muitos casos de pessoas que fizeram uso de maquiagens não aprovadas. Na maioria das vezes houve houve em algum momento problemas de rejeição. A medida tomada geralmente é a suspenção do uso e a utili-zação de um produto devidamente regulari-zado. Mas isso nem sempre é o suficiente.

O dermatologista Luiz Wehmuth Neto afir-ma que a falta de paciência das mulheres é um dos mais freqüentes casos. Ele explica que existem dois tipos de alergia a cosméticos. O primeiro é o irritante primário por contato direto, que ocorre logo em seguida ao contato da maquiagem com a pele. O segundo é o mecanismo alérgico imu-nológico, que ocorre com o uso prolongado de substância de má qualidade.

Quando a alergia aparece o certo é procurar orientação especializada de um médico der-matologista e suspender o uso do produto por determinado tempo.

Wehmuth Neto conta que “existe um meca-nismo que se chama dano permanente da me-mória imunológica. Com o uso prolongado da substância e o aparecimento dos problemas, a memória assimila que a alergia provem da maquiagem. Com a suspensão da aplicação, o problema some, mas com o uso de novos pro-dutos - de boa ou má qualidade - essa memó-ria imunológica volta a assimilar que a maquiagem causa danos, voltando a aparecer a alergia”.

Os especialistas recomendam que sejam usados produtos de boa qualidade, com a certificação do INMETRO. Caso apareça algum tipo de problema seja ele instantâneo ou no uso prolon-gado deve-se procurar auxilio médico antes de fazer a troca de um produto por outro.

Rafa

ela

Barb

oza

belezA

Maquiagem mais barata, mas sem certificação do Inmetro, pode provocar alergia e danos à saúde

“Senti na pele e

no bolso que essa vantagem

no final me saiu mais

cara”, contou Juliana.

DIfERENÇA DE PREÇOs

Produto Certificado Não certificado

Estojo de sombra R$ 90.00 R$ 20.00

Rímel R$ 18.00 R$ 3.00

Batom R$ 20.00 R$ 2.00

Base Facial R$ 25.00 R$ 4.00

Fonte: Não certificados (Inmetro): preços conferidos em bancas de camelô.Certificados (Inmetro): preços conferidos em catálogos e em loja de cosméticos.

O preço da vaidade