Nozes, castanhas e vinho

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S. Martinho, 2014. 11.11

Edição: Solar de Poetas

Formatação: José Sepúlveda

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NOZES, CASTANHAS E FIGOS

https://www.facebook.com/events/390020891151497/?ref_newsfeed_story_type=regular

Tempo de S. Martinho… os folguedos, nozes, casta-

nhas, jeropiga e muita alegria. Tempo de celebrar a poesia.

Haja festa no Solar.

Convidámos nossos poetas a inspirar-se nesta tradi-ção popular muito alegre e de convívio fraterno.

Segunda, terça e quarta quisemos festejá-lo à nossa

maneira, regando-o com jeropiga e à mesa com cas-tanhas, figos e nozes.

Como nos eventos anteriores, serão distinguidos alguns trabalhos, cuja seleção será da responsabili-

dade da Administração, a quem distribuiremos Men-ções Honrosas.

Todos os trabalhos figurarão, para a posteridade, no nosso Blogue e no ISSUU, em Coletânea.

Admitidos até três trabalhos por poeta, em verso ou em prosa poética.

A publicação dos trabalhos foi feita no SOLAR DE

POETAS precedida do texto: S. MARTINHO, publica-da como comentário ao post do evento.

A Administração foi soberana nas suas decisões.

Aos poetas, a nossa gratidão pela participação e empenho.

Solar de Poetas

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S. MARTINHO Quentes e boas

São elas! Com um copinho dá para aquecer;

Com dois copitos dá para esquecer; Com mais um pouco

vai casca e tudo; São sempre boas

Vamos a elas! É S. Martinho!

Vai a castanha vai a avelã - assim é que é!

À moda antiga ambas são boas

com um copinho de jeropiga ou de água-pé!

© Acácio Costa

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DIA DE S. MARTINHO

Castanha assada e jeropiga Água-pé e vinho novo Que S. Martinho consiga

Alegrar de novo o povo. O assador está na braseira

Ardendo está o carvão A castanha assada cheira

Na voz do vendedor o pregão. P’ra manter a tradição

No dia de S. Martinho E alegrar o coração Vai á adega prova o vinho

Milagreiro o S. Martinho

Cavaleiro de bom coração Aqueceu um pobrezinho No Outono ao sol d'verão.

De Adelaide Simões Rosa

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A CASTANHA E A VIDA!

Fruto da árvore

Castanha da luz

Surges de um sorriso

Cercado de espinhos

Que rasgam meu corpo

E ferem minhas mãos.

Ouriço aveludado

Que acaricias teu fruto!

Coração protegido

Pelo sol melancólico do outono

Cantas o amor

E choras a dor.

Vens com o sol

Beijas meu corpo

E sacias a minha fome.

És doce e selvagem

Aqueces o meu corpo

Faminto de ti!

Ana Antunes

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NOZES, CASTANHAS E VINHO

É dia de São Martinho!!!...

No ar alegria a rodos...

Muitas castanhas e vinho,

E água- pé para todos!!!...

Se não gostas de água-pé,

Procura outro caminho...

E sabes bem qual é:

Bebe jeropiga ou vinho!!!...

São Martinho...São Martinho...

Oh meu santo milagreiro!!!...

Dá-me castanhas e vinho,

E também algum dinheiro!!!...

No dia de São Martinho,

O verão vem espreitar...

Se existe água-pé e vinho,

E castanhas para assar!!!...

Vinho velho e vinho novo,

Hoje vai mais um copinho!!!...

Bebo á saúde do povo,

E em louvou de São Martinho!!!...

O inverno anda a rondar,

Já há neve p´lo caminho.

Todos estão a suspirar,

P´lo verão de São Martinho!!!...

Ao veres o sol brilhar,

No dia de São Martinho...

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As castanhas vai assar,

E vai provar o bom vinho!!!...

Festejar o São Martinho,

Alegra a alma do povo...

Bebe-se água-pé ou vinho... Seja ele velho..ou novo!!!...

Encontrei o São Martinho, A beber com Santo André!!!... O primeiro...bebia vinho,

E o segundo...água-pé!!!...

António Joaquim Alves Cláudio.

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HOJE É DIA

No dia se São Martinho... Vamos comemorar,

fazer uma fogueira, beber um vinho.

Deixaremos... A vida leve faceira nos levar

E com muita graça, degustamos nozes,

variedades de castanhas e outras guloseimas.

Bebericamos o esplendor da uva passada

pela vinha, colhida no parreiral...

Bebericamos em taças, vamos nos alegrar!

Arribe o coração nesse dia, saiam pelas ruas

Vamos andar pelas praças e abraçar os

nossos irmãos... Todos somos filhos de Deus!

Vamos encher e transbordar a taça do nosso

coração de felicidade, abrir o nosso peito para

alegria, vamos cantar, sorrir vamos viver

nesse dia... Comemoramos e deixaremos para traz,

todas as nossas arrelias.

Hoje, espantaremos a solidão, venha, vamos

navegar pelos jardins... Veja as flores?!

As flores mesmo de baixo do sol escaldante...

Mesmo após noites de escuridão e tenso

frio... Elas sorriem para mim, para ti para

todos nós! E nesse dia vamos viver a harmonia

Observe os amores... Florescem, é só deixar.

A vida renasce e enaltece é só nos amar...

Temos pouco tempo, vamos abraçar a alegria

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Ainda temos saúde e vida... Venha, vamos viver?

O mundo tem dado voltas e voltas, mas tem

sido... Ameno e meigo para mim, amoroso

com você, abracem-me não fique assim

vamos com alegria abraçar o nosso viver.

António Montes

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QUADRA A SÃO MARTINHO

Oh meu Santo Martinho Você tão grande e eu tão menino! Dai-me saber um pouquinho

Para eu viver no mundo ladino. Eu quero sorrir com o senhor

Na fogueira do teu coração Viver esse teu amor

Desfrutar de tão grande paixão. E quando vinhos eu tomar

Eu quero ir pelos braços teus E contigo aprender esse amar Pois também sou filho de Deus.

E das castanhas desse Éden

Voarei como albatrozes Degustarei assim como pedem Nesse dia... Saborosas nozes.

António Montes 13/11/14

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S. MARTINHO

Há uma brisa no ar soprando quente. Ei-lo... É o S. Martinho a chegar. S. Martinho alegra a alma da gente.

Vamos todos a sua vinda festejar. Oh S. Martinho. és santo popular.

Vens para cumprir a tua tradição. Chegas no Outono, e queres colocar.

Muita alegria em cada coração. Ouvem-se manifestações de pessoas.

Vendedores de castanhas a apregoar. Ei-las aqui, quentinhas e boas. Belas estas castanhas a estalar.

Viva todo o magusto em festa.

É mais um ano para assinalar. Come-se, bebe-se e muito resta. O bom vinho faz-nos alegrar.

E a vida cria assim mais cor.

Ouvem-se cantares ao desafio. S. Martinho trouxe-nos calor. Hoje ninguém sente mais frio.

Aurora M.F.C. Martins Afonso

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S. MARTINHO.

S. Martinho cumpre a tradição. De aquecer o nosso Outono. Ei-lo que traz o calor do Verão.

Para alegrar o tempo tristonho. A gente ganha vigor e se afadiga.

Comem-se castanhas bem saborosas. Regadas com bom vinho e jeropiga.

Água-pé, e bebidas espirituosas. Hoje a castanha é rainha.

Quentes e boas a estalar. Bebe-se jeropiga fresquinha. É S. Martinho a se comemorar.

E viva o magusto da alegria.

Néctar dos Deuses este vinho. Magusto é tempo de grande folia. E viva o dia de S. Martinho.

Aurora M. F. C. Martins Afonso

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HÁ MAGUSTO NO SOLAR

Há magusto no Solar

Vamos castanhas assar

Acompanhadas de vinho novo

Venham todos festejar

Quem vai fazer a fogueira

Para as castanhas assar?

A estalarem bem quentinhas

as podermos saborear

Para acompanhar as castanhas

Temos água-pé e bom vinho

Vamos todos festejar

O dia de S. Martinho

É dia de S. Martinho

Todos entram na reinação

À volta do nosso magusto

Haja poesia e animação

Bárbara Godinho

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S. MARTINHO

Pelo dia de S. Martinho o sol apareceu de repente para mostrar a toda a gente

como Deus está contente. No dia de Magusto no País

há alegria no ar e muito carinho. Assam-se boas castanhas

acompanhadas de um belo vinho. A fogueira costumo saltar

com alegria e satisfação, todos querem ir dançar e manter essa tradição.

Vamos animar pessoal

neste dia de S. Martinho, ninguém nos leva a mal se bebermos um copinho.

Haja muita comida e animação

e amizade nessa festa especial, muita alegria no nosso coração nesta data festiva e nacional.

Bernardina Pinto

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MAGUSTO

S. Martinho é uma festa linda

que devemos comemorar.

Valorizar as nossas tradições

e manter muita alegria no ar.

A Fogueira está acesa

para as castanhas bem assar, há amizade na nossa mesa e um bom vinho a acompanhar.

Castanhas bem quentinhas

na fogueira estão a estalar, o Povo sente-se contente a comer, beber e a conversar.

No dia da festa de S. Martinho,

na Festa do Magusto há alegria bebe-se água-pé e bom vinho e prova-se a melhor gastronomia.

O povo gosta de ser estimado, além de gostar de ser respeitado. Assim é nas festas deste país amado onde o vinho aparece bem valorizado.

Bernardina Pinto

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S. MARTINHO (Lenda) Conta a lenda, que Martinho, Um soldado Romano, fiel cavaleiro Emproado e altaneiro Coberto com sua capa quentinha Em um dia de tempestade Fazia a ronda a cavalo, destemido De repente avistou um mendigo Pobre a tiritar de frio, quase despido Dos ombros tirou sua capa Ao meio a cortou com a espada Uma parte a ofereceu por piedade Para confortar seu novo amigo Deus, ao ver tal ato de bondade Fez um milagre e parou a tempestade No horizonte um belo dia de sol desabrochou. Até hoje, ano após ano continuou O povo lhe chama o Verão de S. Martinho! Como impõem a tradição Todos os anos há reinação Muita festa e boa disposição Mesa farta... Assasse o porco a preceito Acompanhado de vinho bem feito Jeropiga ou agua pé Castanhas, nozes e figos Não podem faltar os amigos Nem música para dar gosto ao pé Para celebrar a bondade E este formoso milagre Carla Gonçalves

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S. MARTINHO

Venham Amigos Venham Festejar É noite de S. Martinho

Traz daí o cavaquinho Venham Amigos

Venham Festejar Apressem-se tragam o violão

E quem sabe também o acordeão Vamos acender a fogueira na eira

Com muita caruma e sem madeira Vamos espalhar as castanhas Que beleza tamanha

Venham Amigos

Venham Festejar As castanhas já estão a estalar Os instrumentos a telintar

Vamos aquecer as vozes

Entretanto chegam figos e as nozes Vem chegando o garrafão de vinho Novo Que faz a alegria do Povo

Outros trazem jeropiga e água pé Assim é que é

Começam as desgarradas As grandes gargalhadas

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Venham Amigos Venham Festejar

Alegria é contagiante Nesta noite fria e pulsante

Venham Comer e Beber Venham Dançar e Cantar Venham Partilhar Alegria

Até ao raiar do Dia.

Carla Gonçalves 11/11/2014

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FACES

quentes são as castanhas que me saltam

frias são as folhas húmidas de outono quente é o teu olhar

que me atrai romãs são as faces

do teu rosto

POR Carlos Bondoso

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SÃO MARTINHO

Nesta noite de São Martinho, A fogueira vou pular Com nozes, castanhas e vinho,

Vamos todos festejar

Troncos de azinho a arder E um borralho a preceito As castanhas vão cozer

E que nos faça bom proveito, Depois para rebater,

Um copinho de água pé E mais lenha na fogueira,

Para nos manter de pé Cantares à desgarrada

Com calor e alegria Vamos lá mas é comer

Que amanhã é outro dia. Celeste Leite

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S. MARTINHO, CASTANHAS, JEROPIGA, FIGOS E VINHO Novembro! Folhas no chão!

Silêncios cantam nas vozes. Tons cinza! Quadros de solidão

Com castanhas, figos, nozes. S. Martinho desce agora E vem à adega provar

O vinho que a toda a hora Faz o tristonho cantar.

Há na tristeza dos olhos A esperança duma cantiga Que traz pão e não abrolhos

E fado e jeropiga. Hoje há festa no Solar! Poetas cantem poesia

S. Martinho a celebrar Arco-íris de magia.

Pelo outono da vida Ai como a dor é tamanha! Só há festa colorida

Com mãos dadas e castanha. Tão rápido que passa o tempo

Um suspiro, um instantinho. Vem a chuva, corta o vento… Vale-nos o S. Martinho.

Com sua capa ele cobriu O pobre desprotegido Contudo a crise não viu

Por vinho a mais ter bebido.

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Vós que hoje folgais na dança

Parai um pouco a pensar O mundo é de quem alcança

(O sonho) no S. Martinho a bailar. Viva pois este santinho Neste onze de Novembro

Nozes, castanhas e vinho Pois hoje a crise não lembro.

4 Donzília Martins

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SÃO MARTINHO

É alegre o São Martinho

Um dia p’ra festejar

‘Stá frio bebe-se o vinho

Que já correu do lagar.

Abre-se então o pipinho

Inchado… irá regalar…

Gargantas, é São martinho

E há castanhas a estalar.

Brilha a fogueira ao relento

E há jeropiga p’ró povo

Nos folguedos… o momento

Da alma do vinho novo!

Sentem-se aromas no ar…

O das castanhas e vinho

E há histórias p’ra contar

Num serão de São martinho.

Élia Morais Araújo

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SÃO MARTINHO

Diz a lenda...!

“Martinho era um valente cavaleiro

que encontrou um mendigo faminto

roto e encharcado, pegou na sua espada

rasgou a sua capa e o mendigo, nela enrolava’’

‘’E de repente, de um dia de chuva e frio se fez sol’’

Pois é...!

Uma boa ação tão bem pode aquecer o pobre

que também tem coração’’

oh Deus...!

Se tudo estivesse na tua mão!

‘’Daí a ‘lenda de que se fala’

O verão de São Martinho

E então...!

festeja-se o São Martinho, com castanhas e vinho

vinho e água-pé, embriagados de calor humano

como é bom dar as mãos, tratarmo-nos devidamente

com o ‘devido’ carinho, dar aos outros um pouco do

nosso pano

Nem precisamos, ser nobres, ricos ou pobres

precisamos sim...! Ser corretos

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nos embriagar de afetos

seguir viagem sem altruísmos

olhar um e outro...! Na arte do bem-querer

sem desdém sem egoísmos.

Vamos...!

Vamos ser um Martinho e dar um ‘pouco’ do nosso

Vinho.

Florinda Dias

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SÃO MARTINHO MAGANÃO ´

São Martinho, São Martinho,

Tu és mesmo uma ilusão

Muito água, pouco vinho,

E inverno em vez de verão.

Anda por cá muita chuva

E tu nem dás um jeitinho

Muita parra e pouca uva,

São Martinho, São Martinho.

Toda a gente habituada

Com o teu fugaz Verão

Este ano há chuva à barda,

Tu és mesmo uma ilusão.

Castanhas lá vão havendo,

Cachaça dá-se um jeitinho,

A crise cá vai correndo…

Muita água, pouco vinho.

Toda a cambada está tesa,

Anda tudo de aflição,

Pouca festa, muita tristeza

E inverno em vez de verão.

Num gesto bem singular

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Deste um exemplo profundo

Para a pobreza acabar

Neste miserável mundo.

Quem tem o poder à mercê

Vai assobiando pro lado

Alma vazia, bem se vê,

E um sentimento frustrado.

Tu, porém, inda resistes

Vais transitando certinho

És a esperança dos tristes

Numa pichorra de vinho.

Mas não enganes ninguém

Nem te tornes maganão

Traz de volta, sem desdém,

A tua melhor Tradição!

Frassino Machado

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CELEBRAÇÃO DE S. MARTINHO Toca o sino, eu adentro no mosteiro

Na fazenda, jaz aqui S. Martinho Essa noite tem magusto, eu festeiro Os jovens organizam com carinho.

Hoje é dia, hoje tem celebração Na fogueira realizam tal façanha

Traz os velhos, jeropiga é tradição Acompanha com nozes e castanha.

Já passando meia-noite, eis a mesa Traz o vinho, junto nozes e castanha

Todos querem, sim assadas degustar. E da festa, foi tornando uma beleza

Lembrança de outrora tão tamanha Fui deixando pela festa me levar.

Gerson Clayton Rodrigues dos Santos

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O Povo que não cuida

de preservar as suas tradições, acervo cultural rico no nosso caso,

é um Povo que perdeu a Alma e aliena a sua identidade...

Vem-me à memória neste dia a minha vivência de adolescente, em casa de meus avós paternos

onde se vivia a véspera de São Martinho na azáfama da colheita e recolha

das últimas castanhas em soitos úberes de belos e luzidios frutos castanhos e as nozes nos nogueirais…

A tradição mandava fazê-lo

porque a partir do São Martinho iniciava-se a época do rebusco, em que qualquer pessoa tinha o direito

de procurar castanhas e nozes sem que fosse necessário pedir autorização

aos seus proprietários….

Era uma forma generosa de conjugar o verbo partilhar e a melhor homenagem ao Santo

que retalhou com a espada a sua quente capa para valer aos que tinham frio…

Mas era a noite de São Martinho que era pretexto para reunir a família,

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a do sangue e a dos afectos

ao redor de uma mesa de generosas dimensões que me deixa saudades…

Os cheiros característicos da fogueira onde em grandes potes de ferro de três pés

se coziam castanhas, só com sal sem o espúrio gosto da erva de cheiro e batatas que iam para a mesa fumegantes

a rirem-se para nós com o tradicional rachar de bem cozidas porque arrancadas à terra

em tempo certo e não em pressa de aviário como se faz hoje por pura ganância comercial

A mesa bem avinhada, com o vinho novo,

como manda a tradição, tinha generosos nacos de presunto com o indispensável dedo de gordura

para que se pudesse apreciar o sabor da bísara carne bem fumada.

Depois era o acompanhamento do rodeão de vitela bem grelhado,

só com areais de sal, quanto baste e virada apenas uma vez na grelha

para que o suco nela permanecesse e a carne fosse tenra para a mesa…

Era a forma de ao redor da mesa oferecer a generosidade da festa

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para agradecer a farta colheita,

mas também a forma mais sábia, de cimentar os laços da união,

da fraternidade e da partilha… Hamilton Ramos Afonso

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OURIÇOS, CASTANHAS E DOR

Ouriços, castanhas e dor… A dor dos ouriços é tamanha Como se dum parto se tratasse Deixam sair, seu fruto, a castanha Para os trabalhadores que a apanham E fique pronta para que se asse. Na noite de S. Martinho Vai à adega e prova o vinho Castanhas sobre a mesa Poesia se declama Amigos em cavaqueira amena Até que a cama os chama. Era muito o frio que tinha Aquele velhinho… No castanheiro albergado Numa noite de tempestade Medonha e muito fria. A tempestade só acalmou Quando Martinho sua capa doou Com sua espada a cortou E com o velhinho a partilhou. A dor dos ouriços… A apanha da castanha… O carpir do seu estalar… A lenha a crepitar… Quando está a assar… Assemelha-se ao sofrimento Da pobreza e do frio… Presente no velhinho… Culminando com a destreza Do feito Santo, Martinho Como diz a lenda. Ilda Ruivo

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S. MARTINHO

São Martinho diz-me agora Se te está a correr bem o dia Mandaste o verão embora,

Ou só lhe mudaste a rodovia. Andas todo trocado São Martinho

Mandaste o verão adiantado, Que por pouco nos estragava o vinho

O nosso néctar tão apreciado. Mas eu até desculpo, foi do vinho

E das castanhas também, Como o clima está baralhado Não quiseste ficar mal com ninguém

São Martinho vou dizer-te agora

Não estragues o nosso vinho, Para o ano virás em melhor hora Trazendo a boa jeropiga de outrora

Boa castanha também, e viva São Martinho

Joana Rodrigues

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S.MARTINHO

Hoje é dia de S. Martinho Vou assar umas castanhas Vou beber um bom vinho

Jeropiga ou água-pé. Não vou deixar de ver O caminho

Fico ao lado da chaminé, Com as castanhas a estalar

Vamos ver como é que é Se depois de beber o vinho Vou conseguir ficar de pé

E o S. Martinho é assim Alegre e divertido, Eu não sou nada assim

Mas o S. Martinho está comigo Mas não quero a sua capa

Mas é um bom amigo E quem tem capa sempre escapa Quero ver o que ele faz, se me dá

Algum castigo.

Joana Rodrigues

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QUENTES E BOAS

Viva a bela castanha assada Pelo povo português apreciada Castanhas água-pé ou jeropiga

Assim era uma noite bem animada

Castanhas cozidas ou assadas

Bom vinho jeropiga e água pé Nem as mulheres ficavam sentadas

Tudo queria dançar com o ZÉ.

O Zé animava a malta, S. Martinho

Os apadrinhava, Abria-se a pipa do novo vinho E nessa noite ninguém os parava

E a festa era animada, Abençoada pelo S. Martinho

Todos comiam e bebiam que fartava E todos gritavam abençoado vinho.

Mas muitas iguarias surgiam As nozes os figos fazem parte Em qualquer cantinho se serviam

E as quentinhas e boas se comiam Porque assar castanhas é uma arte

Nem todos as sabem assar Requer alguma sabedoria

Quentinhas e a estalar São assim uma doce alegria,

Joana Rodrigues

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S. MARTINHO DE PENAFIEL Foi “S. Martinho” que deu

Metade do seu manto ao pobre E nessa hora escreveu A história mais bela e nobre.

Eu vou sempre ao “S. Martinho” Festejar com a minha amada E lá encho-me de vinho

Nozes e castanha assada. Como dos melhores rojões

E bebo do melhor vinho, A maior das minhas paixões São as feiras de “S. Martinho”.

As castanhas e um bom vinho Fazem parte do farnel Que eu levo para o “S. Martinho”

Da minha terra…“Penafiel”. O “S. Martinho” tem magia

A sua feira é um vai- vem… Há concursos de poesia E mais que a cultura contém.

Joaquim Barbosa

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S. MARTINHO

Na noite de S. Martinho aconchega a fogueira convida o teu vizinho

diz-lhe de forma verdadeira: - "Vem provar o meu vinho,

também tens nozes e castanhas, chega-te mais ao borralho,

pois as noites estão estranhas, podes comer migas de alho, sempre aquecem as entranhas."

na noite de S. Martinho...

Jorge T. De Morais/14.11.11

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SÃO MARTINHO.

São Martinho das castanhas

ai como adoro pois é

uma bela jeropiga

e uma boa água-pé

castanhas quentes e boas

eis a tradição

belas castanhas cozidas

e assadas pois então

tradição neste pais

creio não haver igual

é tradição de raiz

neste nosso Portugal

seja de norte ao sul

não á tradição com rival

esta tradição bem o diz

é do nosso Portugal.

castanhas e água-pé

neste nosso ritual

pois viva o São Martinho.

este santo sem igual.

jeropiga, castanhas e vinho

nada disto nos faz mal.

José Caetano Gomes.

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S. MARTINHO… Nas ruas a fumarada,

Deixa no ar um perfume, Da brasa que arde no lume E a bela castanha assada!

Mesmo em frente há uma tasca, Onde a malta faz banzé…

E entre copos de água-pé, Há sempre alguém que se enfrasca…

Quentes na boca a escaldar, Que aos sopros lá se mastiga… Dá-se um gol na jeropiga,

Para melhor escorregar…

Alegres, algumas vozes,

De tanto beberricar, Pra não ter de se queimar,

Vão também comendo nozes!

Mas há quem prefira o vinho,

Nesta quadra bem festiva! Que de o beber não se priva, Em honra de S. Martinho!...

José Manuel Cabrita Neves

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SÃO MARTINHO, A LENDA

E conta a lenda que quando,

Sob enorme temporal,

Quase nu e tiritando,

Um pobre passava mal!...

Quis o Destino ou a sorte,

Que nesse mesmo momento,

O salvasse alguém da morte

E desse seu sofrimento…

Era um nobre cavaleiro,

De apelido Martinho,

No seu cavalo altaneiro,

Que o viu a meio do caminho…

Estava a pedir uma esmola

E Martinho teve dó!

Nada tinha na sacola,

Apenas o manto e só…

Com a espada, ao meio, cortou

O seu manto adorado

E com o pobre partilhou,

Que ficou agasalhado…

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Salvou o pobre coitado,

Que estava encharcado e frio,

De morrer enregelado…

Depois, mais feliz, partiu!

O seu feito meritório,

Que praticou com encanto,

Gerou um tal falatório,

Que foi aclamado Santo!...

José Manuel Cabrita Neves

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A LENDA

O onze de Novembro é especial, Dia de festejar o São Martinho! Beber a água-pé, provar o vinho,

Na tradição mantendo o ritual… Pairam nuvens no céu em desalinho,

A chuva vai caindo torrencial… Tempo que para a época é normal,

A Natureza traça o seu caminho! Miraculosamente, a chuva pára!

Um sol bem radioso se escancara, Como que a premiar a boa acção…

Assim nasceu a lenda deste dia, De um Outono cinzento em que chovia,

Passando a ser um dia de Verão!... José Manuel Cabrita Neves

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NOZES, CASTANHAS E VINHO

Era tempo de colheita

E toda a rapaziada

Ia pela estrada estreita

A colher a castanhada

Castanhas… e eis senão quando

Aparecia o lavrador

E com todo o seu desmando

Nos gritava: - Andor, andor!

Mas aquela ganapada

Que procurava castanhas

As castanhas apanhava

Até suar p’las entranhas

O raio do lavrador,

Com uma enxada na mão

Causava-nos muita dor,

Sofríamos… pois então!

Mas desistir, nem pensar,

Enchíamos o bornal

Depois, toca a desandar

E ninguém levava a mal

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Em casa, pela noitinha

Juntávamos toda a gente

E com doce bebidinha

Lá vinha a castanha quente

Era assim o S. Martinho

Passado quando criança

Saudades do doce vinho,

É o folguedo na lembrança

No dia de S. Martinho,

Neste tempo que nos resta,

Trazei castanhas e vinhos

E faça nossa festa

José Sepúlveda

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CASTANHAS E VINHO

Não sou poeta Nem poetisa Só venho Lembrar a Lenda do S. Martinho

Como não sei conta-la Bebo o vinho e declamo Poesia

Ou-vinde... Não … essas são as castanhas Ou-vinde … os dentes a ranger

É as nozes!… Ou-vinde é o vinho que desce pela garganta A Poesia esta no papel!

Com tantas Histórias … De os amigos poetas já me esqueci de declamar

Olhai pela janela o Outono está a espera De vos ver a cantar …. Declamar... Ao vento frio com o bafo da jeropiga

Estais aquecer o S. Martinho Que esta a ouvir...

As vossas vozes poetas Com alegria comemorais este dia E o Sol amuado já lá longe nasce

Um dia bem lembrado O de S. Martinho Entre os poetas e castanhas

Tomai mais um golinho Este sou eu que vos dou Um pouco mais de poesia!

Maria Alice Fernandes

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AS NOITES DE S. MARTINHO

Liguei o aquecedor

Pensei na minha avozinha que Deus me levou Bons tempos era esses! Que castanhas punha na mesa

Contava-me Historinhas de erguer a caneca Era umas tantas da matina Ria-se feliz para todos

Contava velhas Historias do S. Martinho maroto E ria-se.......... feliz com os netos

Que botavam as mãos a barriga Das Histórias sem fim da minha Santa Avozinha Era meiga e descascava tantas !!!

Dava a todos com sua felicidade Esquecia-se de as comer... Era ela que as assava feliz com as suas bondades

Suas faces já rosadas Do calor da fogueira

Já quase madrugada e nós ainda a ouvíamos Era assim a minha noite com avozinha A falar do S. Martinho!

Maria Alice Fernandes

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NOZES,CASTANHAS E VINHO

Nas castanhas me adoço Na jeropiga entorno Ah.... que eu disse

Estou sempre a espera Que venha o Outono

Festejar a grande o S. Martinho Com castanhas nozes e um copinho Vou ficar ko... pela certa

Segurar-me a garrafa E saborear ela toda Quando os poetas derem pelo mal

Estou a declamar ao vinho Como o meu avozinho

O Vasquinho vai ter inveja Quando no copo me vir pegar Até me vem ralhar!

Venha lá mais uma castanha Para ninguém desconfiar

Que o meu mal é ser poeta do jeropiga fatal E o S. Martinho... Vai dar risada!

Quando vir na linha a fazer um quatro Vamos lá Poetas hoje vou-me divertir a Bessa No S. Martinho vou cantar

Declamar ao som do hino E pedir mais um copinho!...

Maria Alice Fernandes

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MARTINHO

Oh meu querido e popular São Martinho!

Das castanhas assadas, água-pé e jeropiga!

Bem conhecido pelo verão e novo vinho!

Pelas nozes, figos secos e boa pinga!

Este ano veio temporal e não lindo arrebol...

Difícil com chuva...a fogueira do magusto!

Mas mesmo não havendo calor e sol...

Nos divertimos e fizemos o que era justo!

Oh meu querido e bem-aventurado santinho!

Santo de muita piedade, bondade e virtude!

Viajaste em dia de tempestade e sozinho...

Deste a tua roupa ao clamante pobrezinho!

Mostrando despojo, muito amor e quietude!

E o sol brilhou...daí o verão de São Martinho!

Maria Dulce Leitão Reis

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É DIA DE S.MARTINHO

Está chegando o S. Martinho

Já anda em alvoroço todo o povo Pra provar das talhas, o vinho novo

E pôr em dia a conversa com o vizinho! Lá fora, no lume assim brandinho

Estalam as castanhas a rigor Vai-se aquecendo as mãos nesse calor

Levando para casa mais carinho! Cabe quase um mundo no coração

Neste Novembro em que o frio aperta Onde as ruas estão quase ao abandono

Mas enquanto existir a tradição Eu terei sempre a minha porta aberta

Para nela habitares…todo o Outono!

Renato Valadeiro

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QUENTES E BOAS

Quentes e boas Grita alguém que quer vender Na rua onde o frio vai gelando.

Cheguem mais perto, para ver o que apregoas Que no lume se podem aquecer E aproveitar pra irem comprando!

Estalam aqui no lume, as castanhas

A quem levar uma dúzia dou mais duas Prá aquelas que estiverem decompostas. Cá de mim sei que já não estranhas

Que entre sete sois e sete luas Carregas uma pipa de vinho às tuas costas!

E tu perguntas logo à mercê do povo Se o néctar que provas dá tonturas

Ou faz rodopiar os fios de cabelo. Pois sabes que saiu da talha, novo Capaz de provocar mil diabruras

A quem se digne abusar dele…ao bebê-lo!

Pedes mais um copo e uma noz Embrulhas mais castanhas pra levar Dás uns dedos de palestra aborrecida.

Afinas as palavras que tens voz Ficando para sempre a imaginar Os Outonos e a sorte…desta vida!

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Aos poucos sais de tal paisagem

E segues lentamente para casa Deixando as saudades ali deitadas.

Mas por certo que transportas na bagagem O cheirinho que ainda te arrasa Das castanhas…quentes e boas…bem assadas!

Renato Valadeiro

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VAMOS FESTEJAR O S.MARTINHO

É a onze de Novembro Que eu sempre me lembro Do que tu não estranhas!

Nas docas, nos cais Suplico em ais P'las quentes castanhas!

Vamos festejar

Vê-las a estalar No lume que agito. Porque em tradição

Nosso coração Traz um mundo bonito!

Chamemos o povo Para o vinho novo

E a quanto obriga. Castanhas quentinhas Mais duas tacinhas

De uma jeropiga!

Meu Santo tão grato Vem encher-me o prato Nas noites de Outono.

Ao deliciar-me Nem quero deitar-me Pois fico sem sono!

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Só penso em comer

Por puro prazer Com tanto carinho.

E pra afinar a voz Não estarei a sós Pelo São Martinho!

Renato Valadeiro

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S.MARTINHO

No seu cavalo valente São Martinho cavalgava Estava um dia de tempestade Que a todos assustava.

A trovoada e a chuva Eram de facto muito fortes Mas São Martinho sereno Corria no seu cavalo a trote.

Na sua frente surgiu Um mendigo numa pedra sentado Estava a tremer de frio

Com seu corpo todo engelhado. Desceu do seu cavalo

Junto do mendigo se abeirou Tirou a sua capa que trazia Ao meio ele a cortou.

Ofereceu ao mendigo que sofria

Uma metade da sua capa Colocando-a por cima da suas costas Um gesto de quem muito ama.

De repente a tempestade parou

No Céu um azul lindo brilhou Milagre ali surgiu… Um sol maravilhoso raiou.

A partir desse dia

O Sol aparece de mansinho Assim, foi memorizado Como o Verão de S. Martinho.

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S. Martinho ia para a festa

Como sempre ele gostou Mas ao ver o pobrezinho Da festa não se lembrou.

É sempre com alegria

Que o S. Martinho é festejado Muito vinho, água-pé e jeropiga Boa castanha, febras e chouriço assado.

Rosete Cansado

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DIA DE SÃO MARTNHO

Vamos todos festejar com alegria O dia de São Martinho, Vamos a adega provar o vinho

Como tradição, é feito com carinho O vinho para hoje estar bebível Pronto para ser provado,

Fez muita gente laborar e suar E deu-lhes muito trabalho.

Também é grande tradição Comer a boa castanha, Quer cozida ou assada

Com uma boa água-pé regada. A batata-doce, saborosa Que se come com prazer,

O chouriço e agradáveis febras Um bom vinho degustando a beber.

Cantando um belo fado Ou uma bonita canção, Todos vão comemorando

Num baile com emoção. São Martinho um Santo alegre

Do vinho, sempre gostou, Ficou na Historia este dia Porque o ser humano sempre amou

Rosete Cansado

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SÃO MARTINHO...CASTANHAS E VINHO

Nesta noite tão cheia de estrelas sentada ao lado de uma fogueira Uma taça de vinho aquece este dia

assando castanhas que estalam em centelhas. São Martinhos deixou uma lenda onde ser amigo nos faz reaver

conceitos e valores a quem entenda que ser feliz na vida, basta querer.

Entre amigos a festejar o rubro vinho castanhas assadas e nozes a compartilhar A este soldado que diz a lenda tão linda

foi capaz de um desconhecido abrigar. É Portugal que hoje homenageia entre seu povo, S, Martinho o herói

em redor da fogueira um alegre fado em taças de cristais feito candeias

um cantar se faz por todo lado festejando mais um ano ao Santo Guerreiro enchendo de música um lindo fato.

Rosangela Ferris

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AO AMOR E AOS AMIGOS

Meu amor me encontra em S. Martinho

Lá tenho um brinde ao nosso carinho a dois

Um copo de vinho e um pires de castanhas

Para colorirem a nossa festa de casamento

Não há outro lugar de jeropigas e nozes

Bem quentinhas como em S. Martinho

Minha paixão acelera quando saboreio

Da tua boca o doce das castanhas e figos

Tempero os tempos e as horas dos folguedos

Com os amigos depois de estarmos a dois

Danço com as bailarinas a alegria de S. Marinho

E relaxo com a poesia e as castanhas na mesa

Ah S. Martinho que amor dai-me nesta tarde

Que troco os goles das jeropigas e das nozes

Com a poesia de sua celebração entre amigos

Como é belo amar e cantar as nozes e o vinho…

Sanjo Muchanga

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MAGUSTO EM GOA Foi pelo largo das Fontainhas

Estado de Goa, bem me lembro Passaram elas bem quentinhas De mão em mão, era Novembro

Comida picante, especiaria Cultura exótica, diferente

Música, dança e alegria Entusiasmo pelo Oriente

Telefonaste algumas vezes A lembrar a data e a festa Mesmo que houvesse revezes

Como te esqueceste desta? Templos hindus já visitámos Tão longe o rio Mandovy

Na Índia a saudade deixámos Estou a lembrar-me de ti

Ave triste, ferida de asa Quase me diverti e dancei Saltavam castanhas na brasa

Lembro tudo e de ti nada sei

Teresa Almeida

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NOITE DE S. MARTINHO!

Com castanhas e vinho doce

assim era o S. Martinho ainda que pobre fosse não faltava esse miminho.

Todos juntos à lareira bebendo e assando castanhas

era grande a brincadeira rindo até doer as entranhas...

ia à adega o S. Martinho buscar o melhor vinho

p'ra regar as castanhas... trazia também jeropiga

p'ra animar as raparigas e a festa era tamanha!

Teresa Costa

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S. MARTINHO Diz o povo e lá terá a sua razão

No S. Martinho mata o teu porco E abre o teu vinho… Poderia passar por aqui a minha ideia deste dia

Seria uma brincadeira que não me aborreceria No entanto os meus pensamentos fogem Como o vento das castanhas e jeropiga

Não sou dada a esses manjares dos deuses Este dia leva-me para a felicidade e infelicidade

Qual a razão? Pensarão! Eis a questão! Nasceu nesse dia um irmão que cedo partiria Como festejar tanta alegria? As emoções misturam-

se O coração dita as regras…cala-se na solidão! Pede perdão ao Santo amigo dos pobres

E em eterna oração lhe diz que a sua lição Ficará gravada neste dia quando a chuva caía

Na sua espada pegou e a sua capa cortou E desse modo um pobrezinho cobriu e o sol sorriu Desde então todos festejam com amor S. Martinho a castanha e o bom vinho

Teresa/Teixeira/Zinha

Page 118: Nozes, castanhas e vinho

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Índice

NOZES, CASTANHAS E FIGOS .................................................. 3

S. MARTINHO .................................................................................. 5

DIA DE S. MARTINHO .................................................................. 7

A CASTANHA E A VIDA! ............................................................... 9

NOZES, CASTANHAS E VINHO ............................................... 11

HOJE É DIA.................................................................................... 15

QUADRA A SÃO MARTINHO ..................................................... 19

S. MARTINHO ................................................................................ 21

S. MARTINHO. ............................................................................... 23

HÁ MAGUSTO NO SOLAR ......................................................... 25

S. MARTINHO ................................................................................ 27

MAGUSTO ....................................................................................... 29

S. MARTINHO (Lenda) ................................................................. 31

S. MARTINHO ................................................................................ 33

SÃO MARTINHO ............................................................................ 37

S. MARTINHO, CASTANHAS, JEROPIGA, FIGOS E

VINHO .............................................................................................. 39

SÃO MARTINHO ............................................................................ 43

SÃO MARTINHO ............................................................................ 45

SÃO MARTINHO MAGANÃO ´ ................................................... 49

Page 119: Nozes, castanhas e vinho

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CELEBRAÇÃO DE S. MARTINHO ........................................... 53

OURIÇOS, CASTANHAS E DOR .............................................. 59

S. MARTINHO ................................................................................ 61

S.MARTINHO.................................................................................. 63

QUENTES E BOAS ....................................................................... 65

S. MARTINHO DE PENAFIEL ................................................... 67

S. MARTINHO ................................................................................ 69

SÃO MARTINHO. .......................................................................... 71

S. MARTINHO… ............................................................................ 73

SÃO MARTINHO, A LENDA ....................................................... 75

A LENDA .......................................................................................... 79

NOZES, CASTANHAS E VINHO ............................................... 81

CASTANHAS E VINHO ................................................................ 85

AS NOITES DE S. MARTINHO .................................................. 87

NOZES,CASTANHAS E VINHO................................................. 89

MARTINHO ..................................................................................... 91

É DIA DE S.MARTINHO.............................................................. 93

QUENTES E BOAS ....................................................................... 95

VAMOS FESTEJAR O S.MARTINHO ...................................... 99

S.MARTINHO................................................................................ 103

DIA DE SÃO MARTNHO ........................................................... 107

Page 120: Nozes, castanhas e vinho

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SÃO MARTINHO...CASTANHAS E VINHO .......................... 109

AO AMOR E AOS AMIGOS ...................................................... 111

MAGUSTO EM GOA ................................................................... 113

NOITE DE S. MARTINHO! ........................................................ 115

S. MARTINHO .............................................................................. 117

Page 121: Nozes, castanhas e vinho

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