Novo programa e então

88
FEVEREIRO 2011 FEVEREIRO 2011 BERNARDINO PACHECO E MIGUEL BERNARDINO PACHECO E MIGUEL BORGES BORGES

Transcript of Novo programa e então

Page 1: Novo programa e então

FEVEREIRO 2011FEVEREIRO 2011BERNARDINO PACHECO E MIGUEL BERNARDINO PACHECO E MIGUEL

BORGESBORGES

Page 2: Novo programa e então

Enquadramento A língua materna na Educação Básica (Inês Sim-Sim, Inês Duarte e Maria José Ferraz, 1997)

Currículo Nacional do Ensino Básico, Competências essenciais (2001)

Programa Nacional de Ensino do Português (2006);

Plano Nacional de Leitura (2007)

Conferência Internacional sobre o Ensino do Português (2007)

Dicionário Terminológico (http://dt.dgidc.min-edu.pt) (2008)

Page 3: Novo programa e então

Pressupostos gerais

A projecção na aprendizagem da língua das tecnologias da informação e da comunicação

Presença efectiva dos textos literários no ensino da língua

Acentuar uma componente de reflexão explícita sobre a língua

A língua materna como forma de relação com o mundo

Page 4: Novo programa e então

A transversalidade da língua materna: lugar de capital importância na economia curricular em que se integra.

“importa sensibilizar e mesmo responsabilizar todos os professores, sem excepção e seja qual for a sua área disciplinar, no sentido de cultivarem uma relação com a língua que seja norteada pelo rigor e pela exigência de correcção linguística, em todo o momento e em qualquer circunstância do processo de ensino e aprendizagem”

Pressupostos gerais

Page 5: Novo programa e então

Visão não atomizadora dos três ciclos – matriz comum

Princípio da progressão: desenvolvimento em continuum (o saber alarga-se, especializa-se, complexifica-se e sistematiza-se)

Princípio da anualidade combinado com a organização emciclos, coerentemente sequencializados (particularidades do1.º ciclo: princípio da complementaridade)

Reforço de competências e saberes essenciais

Professor como agente do desenvolvimento curricular

Pressupostos curriculares

Page 6: Novo programa e então

Conceitos - chave

Competências são o conjunto de conhecimentos e das capacidades que permitem a realização de acções, bem como a compreensão dos comportamentos de outrem (agir e compreender):

-Competências gerais

- Competências específicas

- Competências linguístico - comunicativas

Page 7: Novo programa e então

Do actual ao novo programa

Programa actual Currículo Nacional Novo Programa

Objectivos gerais do ensino básico

Comunicação oral

Comunicação escrita

Funcionamento da língua

Competências gerais do 1.º ciclo

Modo oral

Modo escrito

Conhecimento explícito da língua

Descritores de desempenho e conteúdos

Compreensão oral Expressão oral

Leitura Escrita

Conhecimento explícito da língua

Page 8: Novo programa e então

Novo programa 1.º ciclo

Caracterização de cada ciclo

Resultados esperados para cada ciclo em cada uma das competências: CO, EO, L, E e CEL

Descritores de desempenho

Corpus textual – muito articulado com o PNL – pretende contribuir para a orientação do professor

Orientações de gestão

Page 9: Novo programa e então

Novo programa 1.º ciclo

Programa de Português do Ensino

Básico(1.º ciclo)

Compreensão do oral

LeituraEscrita

Expressão oral

Conhecimento explícito da

língua

Plano FonológicoPlano morfológico

Plano das classes de palavras

Plano sintácticoPlano lexical e semânticoPlano discursivo e textualPlano da representação

gráfica e ortográfica

Escutar para aprender e construir conhecimento

Falar para aprender

Participar em situações de interacção oral

Ler para aprender

Ler para apreciar textos variados

Escrever para aprender

Escrever em termos pessoais e criativos

Page 10: Novo programa e então

Particularidades do 1.º Ciclo Compreende dois momentos complementares

Primeiro momento (1.º e 2.º anos)Primeiro momento (1.º e 2.º anos)

desenvolver comportamentos verbais e não verbais adequados a diferentes situações comunicativas;

explicitar modos de relação entre o oral e o escrito;

explorar questões relativas à consciência fonológica e à decifração, como base da leitura e da escrita.

Segundo momento (3.º e 4.º anos)Segundo momento (3.º e 4.º anos)

aprender convenções gráficas;

alargar o repertório lexical;

desenvolver conhecimento sobre particularidades morfológicas e sintácticas da língua;

formar leitores;

ampliar conhecimento experiencial sobre a vida e o mundo.

Page 11: Novo programa e então

Metas de aprendizagem

Ajudam a concretizar e especificar os descritores de desempenho

Transmitem a ideia de como o aluno deve progredir para chegar ao desempenho esperado

Documento de apoio para ser utilizado pelos professores, escola, famílias…

Não são uma imposição

Não são um documento normativo

Articulam desde o jardim-de-infância ao final do ensino básico

Page 12: Novo programa e então

•Meta Final 1) O aluno retém o essencial das narrativas e exposições que ouve e identifica o que aprendeu.Metas intermédias até ao 2.º Ano

O aluno responde a questões sobre o essencial das narrativas e exposições que ouve.•Meta Final 2) O aluno faz perguntas relevantes sobre exposições orais.Metas intermédias até ao 2.º Ano

O aluno presta atenção ao que lhe dizem e faz perguntas sobre o que ouve.•Meta Final 3) O aluno reconta narrativas ou eventos contados, ao vivo ou gravados, e expressa a sua opinião sobre o que ouve.Metas intermédias até ao 2.º Ano

O aluno ouve narrativas contadas ou lidas por outrem e expressa a sua opinião sobre o que ouve.•Meta Final 4) O aluno identifica alguns traços que caracterizam diversos tipos de discurso oral (e.g.: imperativo/ presente ou pretérito perfeito; tu/você; Era uma vez).

Page 13: Novo programa e então

Notas_________

(9) Ex. para completar os mapas de ideias ou esquemas, lista de palavras

(10) Apresentar vários títulos para o mesmo texto, e discutir com as crianças qual a opção mais adequada, justificando a escolha

LEITURA – 1.º e 2.º Anos

O que se espera que o aluno seja capaz de fazer após uma experiência de aprendizagem.

São de natureza conceptual e descritiva. Sugestões de

actividades e clarificações.

A cor cinzenta indica que o conceito subjacente ao conteúdo pode ser trabalhado, mas sem explicitação do termo.

Page 14: Novo programa e então

DESCRITORES DE DESEMPENHO NOTAS

Encontrar num enunciado a informação necessária à concretização de uma tarefa a realizar (1).

Mobilizar conhecimentos prévios(2).

Definir o objectivo da leitura (3).

Cf. Plano Fonológico; Plano da representação gráfica e ortográfica

(1) Ex.: Identificação das acções necessárias para a realização de uma tarefa; p. ex. na resolução de problemas; actividades experimentais.

(2) Ex.: Actividades a desenvolver antes da leitura do texto: brainstorming; mapas de ideias.

Ex.: Antecipação do assunto com base no título, índice, ilustração.

(3) Ex.: Actividades que permitam perceber a diferença entre uma leitura global e uma leitura selectiva (ler para definir um conceito; para encontrar uma palavra específica…); para tirar notas; para organizar e completar os mapas de ideias…

LEITURA – 3.º e 4.º Anos – Ler para aprender

Programa do 1-º cicloexcertos

Page 15: Novo programa e então

CONTEÚDOS

Texto narrativo, expositivo, descritivo, instrucional, conversacional, poesiaComponentes da narrativa: personagens (principal, secundárias (s)), espaço, tempo, acçãoEstrutura da narrativa: introdução, desenvolvimento e conclusãoFórmulas de abertura e encerramento; conectores discursivos

Texto expositivo: facto, explicação, exemplos; introdução, desenvolvimento e conclusão

Carta: fórmulas de saudação e despedida; assunto, data, remetente, destinatário

Texto instrucional: instrução, acção, explicação; sequencialização; abreviaturas

Poesia: verso, estrofe, rima e refrão

Texto conversacional: verbos introdutores do relato no discurso; marcas gráficas (travessão; dois pontos)

LEITURA – 3.º e 4.º Anos – Ler para aprender

Programa do 1-º cicloexcertos

Page 16: Novo programa e então

DESCRITORES DE DESEMPENHO

CONTEÚDOS

Pla

no Fo

noló

gico

– DT B

1

• Manipular os sons da língua e observar os efeitos produzidos (1):- segmentar e reconstruir a cadeia fónica;- discriminar os sons da fala;- articular correctamente os sons da língua;- produzir palavras por alteração, supressão e inserção de elementos.

• Comparar dados e descobrir regularidades (1):- estabelecer relações de semelhança e diferença entre sons;- identificar rimas.

• Explicitar regras e procedimentos:- identificar e classificar os sons da língua;- identificar ditongos;- identificar sílabas.

• Mobilizar o saber adquirido na compreensão e expressão oral e escrita (2).

Sons e fonemas (DT. B1.1.)

Vogais oral, nasal; consoantesDitongosSílaba, monossílabo, dissílabo, trissílabo, polissílaboSílaba tónica e sílaba átona

Entoação: declarativa, interrogativa, exclamativa, imperativa

NOTAS-----------------------------------(1)Ex.: Actividades que permitam a identificação do número de palavras numa frase, o número de sílabas e fonemas numa palavra.

Ex.: Manipular as sílabas de uma palavra (adição, supressão, troca de ordem e substituição).

Ex.: Exercícios de construção e reconstrução da cadeia fónica: segmentar palavras em sílabas; sílabas em fonemas; reconstruir fonemas em sílabas; sílabas em palavras.

Ex.: Actividades visando a verificação de que, em português, é possível identificar, foneticamente, não cinco vogais – a,e,i,o,u – mas catorze.

Ex.: Exercícios que visem a produção de palavras que contenham grupos consonânticos pertencentes à mesma sílaba (br, cl) e os de articulação instável (dm, bs).

Ex.: Exercícios que permitam estabelecer relações de semelhança e diferença entre sons.

Ex.: Exercícios de representação e segmentação silábica (ex.: ca.rro).

Ex.: A partir de palavras ouvidas, identificar sons que se repetem

Ex.: Actividades para a descoberta e produção de rimas.

(2) Ex.: Utilizar diferentes tipos de entoação em actividades de leitura e expressão oral (dramatizações).

CONHECIMENTO EXPLÍCITO DA LÍNGUA – 1.º e 2.º anos

Programa do 1-º cicloexcertos

Articulação com outros documentos: Verifique que o CEL segue o percurso da TLEBS e do DT.

Page 17: Novo programa e então

Produzir textos de diferentes tipos em português padrão, com tema de abertura e fecho, tendo em conta a organização em parágrafos e as regras de ortografia e pontuação.

Produzir textos coerentes e coesos em português padrão, com tema de abertura e fecho congruente, com uma demarcação clara de parágrafos e períodos e com uso correcto da ortografia e da pontuação.

Produzir textos em padrão, recorrendo a vocabulário diversificado e a estruturas gramaticais com complexidade sintáctica, manifestando domínio de mecanismos de organização, de articulação e de coesão textuais e aplicando correctamente regras de ortografia e pontuação

No final da educação pré-escolar, a criança

produz escrita silábica; e.g.: para gato; para bota).No final da educação pré-escolar, a criança sabe isolar uma letra.

Continuidade articulada e progressiva

exemplo

Page 18: Novo programa e então

Articula correctamente palavras

Apropria-se de padrões de entoação e ritmo

Usa princípios de cortesia e forma de tratamento adequado

Participa em actividades orientadas de expressão oral respeitando regras e papéis específicos

Princípios e Pressupostos ( articulação horizontal)

Page 19: Novo programa e então
Page 20: Novo programa e então

Práticas com o novo programa

Modo

Oral

Compreensão do oral

Expressão oral

Promoção da expressão e compreensão oral na sala de aula como objecto de estudo e de ensino explicito e sistemático

Na sala de aula concede-se primazia à modalidade oral (sobre a modalidade escrita)? Mas ensina-se o oral? Que

diferenças existem entre o oral reflectido e o espontâneo?

Page 21: Novo programa e então

Práticas com o novo programa

… é preciso

ter consciência que o oral é um processo que não pode ser

espontâneo, mas antes, planeado, sistemático e reflectido;

desenvolver competências que permitam saber informar, explicar,

discutir, argumentar, orientar, criticar.

Page 22: Novo programa e então

Práticas com o novo programa

Compreensão do Oral Expressão do Oral

Responder a questões acerca do que ouviu Construir frases com grau de complexidade crescente

Relatar o essencial de uma história ouvida Produzir discursos com diferentes finalidades:•Formular pedidos;•Formular perguntas;•Partilhar ideias, sensações e sentimentos pessoais;•Contar histórias;•Reproduzir provérbios;

•Dizer poemas memorizados.

Cumprir instruções

Identificar o tema central

Utilizar técnicas simples para registar, tratar e reter informação

Actividades para o desenvolvimento do modo oral

1.º e 2.º anos

Page 23: Novo programa e então

Práticas com o novo programa

Vejamos como exemplo…

Descritor de desempenho: Partilhar informações e conhecimentos

Actividade:

Apresentar trabalhos individualmente ou em grupo dando conta dos

objectivos, organização e conclusão dos mesmos: recorrer às

tecnologias da informação como suporte à apresentação oral;

respondendo a questões suscitadas pela apresentação do trabalho.

Expressão oral – 3.º e 4. anos

Page 24: Novo programa e então

Práticas com o novo programaAuto e hetero-avaliaçãoExemplo de um instrumento de avaliação, que poderá ser utilizado para auto e hetero-avaliação. Poderá ser adaptado a outras situações e actividades, de acordo com os objectivos pretendidos, conforme os propósitos da actividade

Muito Pouco NadaPercebeu-se qual era o assunto

As ideias estavam organizadas

As palavras foram bem articuladas

Ouvia-se bem o que foi dito

Foi respeitado o tempo previsto para a exposição

Mantive a atenção do público

Uma sugestão para melhorar:

Page 25: Novo programa e então

Práticas com o novo programaAVALIAÇÃO DOS TRABALHOS ORAIS

ASPECTOS 1 2 3 4 5

ConteúdoTitulo adequadoEsquema lógicoIntroduçãoDesenvolvimentoConclusãoClareza das ideiasArgumentaçãoTOTAL

Expressão oralLinguagem claraVocabulário concisoPronúncia correctaVoz claraIntensidade de voz suficienteSilêncios oportunosRitmo adequadoTOTAL

Expressão corporalOlha para o auditórioMostra tranquilidadeMostra naturalidade nos gestosTOTAL

Aspectos geraisExtensão adequada ao tempoRecursos de apoioOriginalidade/criatividadeTOTAL

Avaliação global

< 65 – Melhorar o seu trabalho > 65 – apresentação regular75-100 – Bom domínio na expressão oral

Page 26: Novo programa e então

Práticas com o novo programa

Descritor de desempenho:Participar em actividades de expressão orientada, respeitando regras e papéis específicos: reagir ao que é dito; interpretar pontos de vista diferentes; justificar opiniões; moderar a discussão; justificar opções.

Actividade: Debate

Explicar o que é um debate ou apresentar excerto gravado.Definir os vários papéis de todos os intervenientes.Apresentar uma imagem relativa a um tema actual ( trabalho infantil, violência, a escola, etc) ou apresentar um problema que afecte a comunidade local.Escolher um moderador para fazer a gestão das intervenções.Dividir a classe em dois grupos: um favor, outro contra.Os participantes levantam o braço para pedir a palavra; o moderador vai tomando nota de quem quer falar para lhe dar a palavra no momento oportuno.Cada grupo tenta fazer uma síntese dos principais argumentos utilizados.

Expressão oral – 3.º e 4. anos

Page 27: Novo programa e então

Se tu visses o que eu viDesatavas à gargalhadaUma cobra com doze patasA comer uma salada.

Se tu visses o que eu viDesatavas a fugirUma sardinha a mamarE um pinto a latir.

Se tu visses o que eu vi fugias para outro ladoUma gata a tocar guitarraE um cão a cantar fado.

Se tu visses o que eu viFicavas com os cabelos no arUm porco a dançar uma valsaE uma lesma a saltitar.

Se tu visses o que eu viFicavas de boca abertaUma cabra com sete rabosEm cima de uma caneca.

Se tu visses o que eu viMuito havias de rirComias a sopa todaE voltavas a rir.

António Mota, Gailivro

Vamos experimentar…

Page 28: Novo programa e então

Práticas com o novo programa

Descritor de desempenho: Memorizar poemas

Actividade:

Os alunos ouvem ( o professor lê ou passa uma gravação) um poema.

O professor mostra/distribui o texto em papel (mesmo que os alunos não dominem

a competência da leitura é importante contactarem desde o início com o texto

impresso).

Repete-se a audição do texto.

Os alunos repetem o que ouviram com o professor, fazem a leitura a par.

Nota: Se já forem capazes de ler sozinhos, farão primeiro uma leitura silenciosa,

seguida de uma leitura em voz alta e só depois tentam dizer o texto sem olhar para

o papel.

Repetem oralmente o texto várias vezes até o memorizarem. Poderão fazê-lo em

coro.

Gravação do poema em áudio – portefólio digital.

Expressão oral – 1.º e 2. anos

Page 29: Novo programa e então

Práticas com o novo programa“No domínio da compreensão do oral as crianças deverão desenvolver habilidades de escuta para serem capazes de extrair informação dos textos ouvidos. É fundamental a realização de actividades que ensinem os alunos a escutar, a reter e a registar informação pertinente a partir de discursos com diferentes graus de formalidade e de complexidade.”

Programa de Português do Ensino Básico

A escuta deve fornecer indicações sobre o tema antes de iniciar o discurso, indicar o objectivo para a tarefa de ouvir e as palavras-chave do que vai ser ouvido, o que leva à facilitação da atenção e concentração.

Uma pré-audição - por que se ouve?, estimular as expectativas do ouvinte; activar conhecimentos prévios.

A audição - atenção activa apoiada em exercícios e material de apoio que estimulem a verificação, a compreensão das relações e a retenção.

Pós-audição - verificar a audição e integrar o ouvir em outras actividades como escrever, ler, fazer.

Page 30: Novo programa e então

Práticas com o novo programa

Vejamos como exemplo:

Descritores de desempenho: Prestar atenção ao que ouve de modo a tornar possível: responder a questões acerca do que ouviu.

Utilizar técnicas para registar, tratar e reter a informação: esquematizar.

Actividade:

Pré-audição

Preparar a actividades de escuta activa: mobilizar o conhecimento prévio ( O que já sei sobre?)

antecipar conteúdos com base em imagens,…

Audição do texto;

Respostas ao questionário/ esquematizar

Autocorrecção em presença da audição

Pós-Audição:

Pesquisa em diferentes suporte sobre os golfinhos do Sado

Produções textuais sobre os golfinhos

Compreensão oral – 3.º e 4. anos

Page 31: Novo programa e então

Leitura

Page 32: Novo programa e então

João Pedro a ler…

Page 33: Novo programa e então

LeituraTransformar a sala de aula num contexto promotor de leitura:

Etiquetagem da sala de aula (contribui para que a silhueta gráfica dessas palavras seja armazenada em memória, facilitando a aprendizagem da leitura e da escrita dessas palavras). Exposição de listas de palavras (é uma estratégia fundamental para aquisição de vocabulário e para o desenvolvimento da autonomia na leitura e na escrita). Exposição de textos produzidos oralmente pelos alunos e registados, por escrito, pelo professor . Contacto com diversos materiais escritos. Criação de um espaço de leitura na sala de aula.

Page 34: Novo programa e então
Page 35: Novo programa e então

Leitura

Dar sentido à aprendizagem da leitura (os textos usados para aprender a ler sejam verdadeiros textos do ponto de vista da estrutura e do sentido); Aproveitar as situações de leitura a sério (pequenos recados, avisos, regras de funcionamento, listas, etc.); A hora da leitura;

Ler e conversar (partilha da leitura);

Divulgação de livros/registos de leitura .

Page 36: Novo programa e então

LeituraCriar situações de leitura desafiantes: Ler para desenhar ;

Ler para descobrir quantas vezes uma dada palavra surge num texto;

Ler para organizar textos (o mesmo texto recortado em frases ou em palavras);

Ler para descobrir elementos pirata;

Ler para descobrir as diferenças ;

Ler para fazer corresponder descrições às imagens respectivas ;

Ler para realizar um percurso.

Page 37: Novo programa e então

LeituraAs três etapas fundamentais do acto de ler são: pré-leitura, leitura e pós-leitura.

Na pré-leitura, o professor deve privilegiar a mobilização de conhecimentos prévios dos alunos que se possam articular com o texto, antecipando o seu sentido.

A leitura consiste na configuração e na construção dos sentidos do texto.Deverão ser ensinadas de forma explícita e sistematizada técnicas de localização, de selecção e de recolha de informação, de acordo com o(s) objectivo(s): sublinhar, tirar notas, esquematizar, etc.

A pós-leitura engloba actividades que pretendem integrar e sistematizar conhecimentos.

Page 38: Novo programa e então

Leitura

pré-leitura

Page 39: Novo programa e então

No 1.º ciclo, é particularmente importante que as situações de leitura ocorram integradas em contextos em que as crianças tenham que recorrer à leitura para conseguir atingir os objectivos a que se propõem.

A utilização da leitura numa perspectiva funcional contribui para que as crianças compreendam o poder que saber ler dá a quem é capaz de ler e se motivem para querer ler voluntariamente.

Ler para realizar projectos é uma excelente forma de dar sentido à leitura.

A área de Estudo do Meio é uma área a partir da qual se desencadeiam muitos projectos.

Leitura

Page 40: Novo programa e então

Ler para realizar projectos

Numa escola de Loulé, Algarve, depois de uma saída ao exterior para ver chegar o Outono que tinha acabado de começar, uma criança disse:

-Loulé é muito grande mas eu não conheço muito bem porque moro cá há pouco tempo.

A professora perguntou às outras crianças se queriam dizer coisas sobre a sua terra para o colega a ficar a conhecer melhor e concluíram que todos sabiam pouco sobre a sua terra.

Decidiram, então, que o melhor era fazer um projecto para conhecer melhor a sua localidade.

Leitura

Page 41: Novo programa e então

LeituraO nome escolhido para o projecto foi: À descoberta da nossa terra

Para organizar o trabalho identificaram: o que já sabiam e o que gostariam de ficar a saber.

O que já sabemosO nome. (Tomás)Fica no Algarve. (Rita)Tem uma mina de sal gema. (Manuel)Tem muitas lojas. (Madalena)Teve pessoas importantes mas não me lembro bem do nome. Sei que um foi poeta. (Joana)Tem um castelo. (Rui)

O que queremos saberPor que é que Loulé se chama LouléO que é isto do sal gemaQuais foram algumas pessoas importantes de LouléQuem fez o castelo, se já é muito antigo, como se vivia nesse tempo.

A partir daquilo que as crianças queriam saber organizou-se o trabalho, ficando claro quem faz o quê, quando, como, e agendou-se a data de apresentação final, tendo cada grupo preenchido uma grelha de planificação do trabalho.

Page 42: Novo programa e então

Para concretizar este projecto foi preciso realizar muitas leituras, com muitas finalidades:

Leu-se a lenda de Loulé e preparou-se a sua apresentação.

Leram-se textos informativos sobre os diferentes tipos de sal, extraiu-se daí informação e organizou-se em esquemas para facilitar a sua apropriação e posterior divulgação .

Ficou-se a conhecer o poeta António Aleixo e preparou-se a leitura de um conjunto de poemas seus.

Procurou-se informação sobre o castelo e descobriu-se que era do tempo dos mouros, que os mouros tinham vivido muito tempo no Algarve e que havia muitas lendas com moiras encantadas. A este propósito leram-se textos informativos sobre o castelo e sobre os mouros e organizou-se esta informação.

As lendas das moiras encantadas e das princesas despertaram tanto interesse que este projecto fez nascer um outro projecto, este agora, especificamente um projecto de leituras.

Leitura

Page 43: Novo programa e então

A Leitura como projecto

Leitura

Page 44: Novo programa e então

LeituraSequência didáctica – Ler para apreciar textos variados.

Page 45: Novo programa e então

Proposta de actividade para o 1.º e 2.º anos de escolaridade

O professor selecciona um conjunto de pequenos poemas, de acordo com critérios (autor, tema, forma...) e objectivos previamente estabelecidos.

Os conjuntos de poemas iguais, a distribuir pelos alunos, devem estar impressos em papel da mesma cor. Assim, a cada cor corresponderá um conjunto de poemas iguais. O objectivo desta estratégia é facilitar a organização das crianças em grupos, sobretudo nos casos em que não estão ainda muito habituadas a trabalhar em grupo.

Para a proposta que se apresenta foram seleccionados alguns poemas do livro de José Jorge Letria, Versos de fazer ó-ó, Edições Terramar.

Leitura

Page 46: Novo programa e então

José Jorge Letria, Versos de fazer ó-ó, Edições Terramar.

Page 47: Novo programa e então

Antes da leitura: Antecipar o assunto do texto

O professor deve chamar a atenção das crianças para o contraste entre o título, Versos de fazer ó-ó, e a imagem da capa, uma cara com uns olhos muito despertos.

Depois, deve fazer a viagem da capa à contracapa e discutir com as crianças o que terá acontecido. Na contracapa temos uma carinha com os olhos fechados.

O professor deverá conduzir a discussão de forma a que as crianças concluam que há alguém que não tem sono e que depois de ouvir ler os poemas acabou por adormecer.

Page 48: Novo programa e então

Num segundo momento, promoverá uma discussão para partilha dos rituais de cada criança antes de adormecer.

2. Como é que vocês se preparam para dormir? 3. O que é que gostam de fazer antes de adormecer? 4. Alguém lê para vocês antes de adormecerem? Quem? 5. Gostam de ouvir ler antes de dormir? 6. O que é que vos costumam ler? Histórias, poesia?

Leitura

Leitura

O professor anuncia que vai ler alguns poemas do livro e que depois conversarão sobre o que ouviram e o que sentiram ou pensaram. Irão depois escolher palavras para escreverem num cartaz e preparar a leitura dos poemas para apresentar aos colegas ou a outras salas. A leitura do professor é fundamental como modelo, pois as crianças tenderão a imitá-lo. Se necessário, o professor fará mais do que uma leitura.

Page 49: Novo programa e então

Vou, então, ler os poemas para vocês ouvirem. Se quiserem podem fechar os olhinhos e deitar a cabeça sobre a mesa.Gostava de vos ouvir falar sobre os poemas: gostaram; não gostaram; em que é que os poemas vos fizeram pensar? De que é que se lembraram? Quais foram as palavras dos poemas que vocês guardaram na cabeça? Porquê? Vamos escrevê-las num cartaz para não nos esquecermos delas.

Leitura

Page 50: Novo programa e então

Leitura feita pelas crianças

Os alunos juntam-se, de acordo com a cor do poema, e fazem grupos. Os meninos do mesmo grupo têm poemas iguais.

Primeiro, cada um faz uma leitura silenciosa do poema.

Em seguida pensam numa forma de apresentar o poema e dividem tarefas. Depois treinam muito bem.

Enquanto os alunos estão a preparar a leitura, o professor deverá circular pelos diferentes grupos, apoiando na divisão das tarefas. Se os grupos tiverem pouca autonomia ou pouca experiência de trabalho em grupo, será o professor a sugerir a cada grupo como deverá apresentar o poema.

Todos os elementos do grupo têm de participar na apresentação.

Leitura

Page 51: Novo programa e então

LeituraSugestões para apresentação dos poemas:

Os verdes: apresentam um coro, sendo que metade do grupo faz voz mais alta e metade do grupo faz voz mais baixa.

Os amarelos: alternadamente, metade diz o poema e outra metade faz um fundo sonoro com batimentos ou com a voz.

Os azuis: uma criança lê o primeiro verso, todos em coro lêem o segundo e assim sucessivamente.

Os vermelhos: metade do grupo faz movimentos corporais e a outra metade diz o poema em coro e vão trocando.

Os violeta: lêem o poema com “voz de sono” e cada verso é lido por um aluno alternadamente.

Finda a preparação da leitura, cada grupo apresenta o seu poema.

Page 52: Novo programa e então

LeituraDepois da leitura

Vamos avaliar o nosso trabalho:

Como decorreu a preparação nos grupos? Como decorreram as apresentações? O que podemos fazer para melhorar?

Nova tarefa: durante o fim-de-semana vão procurar, nos vossos livros de leitura, noutros livros ou na internet, um poema de que gostem para posteriormente expor (estendal da poesia).

Page 53: Novo programa e então

Escrita

Page 54: Novo programa e então

Ensino da escrita

Page 55: Novo programa e então

Práticas com o novo programaA actividade de produção de textos escritos exige a activação de um número importante de conhecimento e de processos. Está actividade comporta tarefas relativas a quatro componentes:

Planificação Textualização Revisão Difusão

. Formular objectivos/intenções;. Antecipar efeitos;. Seleccionar conteúdos;. Activar esquemas textuais;. Organizar a informação.

. Redacção propriamente dita (explicitação de conteúdo);. Formulação linguística;. Articulação linguística (coesão linguística e coerência lógica).

. Leitura, avaliação e eventual correcção/reformulação do texto produzido.( reflexão sobre o texto para detectar incorrecções, incoerências, inadequações).

. Divulgação dos escritos.( que condiciona todo o processo).

Page 56: Novo programa e então

Práticas com o novo programa

Descritor de desempenho: Elaborar uma descrição de uma pessoa ou personagem

Conteúdo: Texto descritivoEscrita - 1.º e 2.º anos

Vejamos como exemplo:

Que percurso didáctico?

Planificação - Leitura/ audição de várias descrições preenchimento de um planoTextualizaçãoRevisão

Page 57: Novo programa e então

Práticas com o novo programa

Descritor de desempenho: Escrever pequenas narrativasConteúdo: Fórmulas de abertura de histórias1.º e 2.º anos

Page 58: Novo programa e então

Práticas com o novo programa

Page 59: Novo programa e então

Práticas com o novo programa

RevisãoRevisão – identificar erros; acrescentar, apagar, substituir a informação; expandir o texto; reescrever o texto.

.Paulo – 7 anos

Maio de 2009

1.ºPassámos o texto para o quadro.2.ºCorrigimos os erros ortográficos: Os patinhos da minha tia são pequeninos.

Comem muito e brincam.Ela tem muito cuidado com eles.

Page 60: Novo programa e então

Perguntamos ao Paulo O Paulo respondeu

Como são os patinhos?

Como se chama a tua tia?

O que comem?

Como se chamam?

Como brincam os patos?

Que cuidados tem a tua tia com os patos?

São pequeninos, gordinhos e têm o pescoço comprido.

Tia Rosa.

Comem milho, ervas, farinha e couves.Também gostam de pão.

Não têm nome. São patos.

Nadam no lago, alisam as penas e correm.

À noite prende-os, na casota, para os cães não os comerem.

Práticas com o novo programa

Page 61: Novo programa e então

Os patinhos da minha tia são pequeninos.

Comem muito e brincam.

Ela tem muito cuidado com eles.

Os patinhos da minha tia Rosa são pequeninos, gordinhos e têm o pescoço comprido.

Comem muito bem. Gostam de milho, ervas, farinha, couves e pão.Nadam no lago, alisam as penas e correm atrás um do outro. São uns brincalhões.

À noite a minha tia prende-os na casota para os cães não os caçarem. Ela tem muito cuidado com eles.

Com as respostas do Paulo melhorámos as ideias do texto:

Page 62: Novo programa e então

Práticas com o novo programa

RevisãoRevisão – identificar erros; acrescentar, apagar, substituir a informação; expandir o texto; reescrever o texto.

Page 63: Novo programa e então

Práticas com o novo programa

Construção de listas de palavras contemplando algumas dificuldades ortográficas presentes no texto.

patinhos moinho carinho tinham

Lê e copia as seguintes palavras.

Escreve frases para cada uma das palavras.

Escreve outras palavras com nh.

Page 64: Novo programa e então

Escrita Criativa

O CALIGRAMA é uma forma de escrita criativa. Permite falar de quase tudo, de uma forma muito simples, num texto em que as frases formam uma figura relacionada com o desenho ou a mensagem do texto.

Depois é só escrevê-las na forma do objecto representado.

Page 65: Novo programa e então

Os nossos caligramas ficaram assim…Os nossos caligramas ficaram assim…

Page 66: Novo programa e então

Os nossos caligramas ficaram assim…Os nossos caligramas ficaram assim…

Page 67: Novo programa e então

Conhecimento Explícito da Língua

Page 68: Novo programa e então

Os novos programas de português do Ensino Básico obrigam-nos, enquanto docentes, a:

a) Investir em descrições mais adequadas da gramática do português.

b) Tomar consciência do grau de desenvolvimento linguístico dos nossos alunos.

c) Tomar consciência dos aspectos da língua que não decorrem de uma aquisição espontânea.

d) Investir num ensino da língua que capitaliza as regularidades.

e) Orientar o estudo da gramática em dimensões para além da mera correcção do erro.

Page 69: Novo programa e então

Caso paradigmático

Tradicionalmente, ensina-se que a vírgula marca uma pausa

pequena, ignorando-se o facto de não haver uma correlação

perfeita entre prosódia e pontuação.

As regras do uso da vírgula são, em grande maioria, de natureza

sintáctica.

Assim se explica que sejam, frequentemente, colocadas vírgulas

em contextos de fronteira entoacional, apesar de o contexto

sintáctico o proibir.

Page 70: Novo programa e então

Regras de colocação da vírgula (são simples, podendo, ser descritas da seguinte forma).

não se coloca vírgula entre o sujeito e o predicado;

o verbo e os seus complementos não são separados por vírgulas;

os modificadores preposicionais do verbo podem, opcionalmente, ser intercalados por vírgulas;

as orações adverbiais internas à frase são intercaladas por vírgulas.

Page 71: Novo programa e então

O trabalho que incide sobre o conhecimento explícito da língua tem um objectivo triplo:

O desenvolvimento da consciência linguística dos alunos, num trabalho de observação, comparação e manipulação de dados, para descoberta de regularidades no funcionamento da língua;

A sistematização e a explicitação dessas regularidades, com recurso ou não à metalinguagem;

A mobilização dos conhecimentos adquiridos na compreensão e na produção de textos orais e escritos.

Page 72: Novo programa e então

Na tabela seguinte, sumariam-se algumas das principais diferenças entre as duas concepções sobre ensino da gramática:

Page 73: Novo programa e então

Exemplo de uma actividade de Funcionamento da Língua (programa de 1991)

Nesta actividade, vamos aprender quando as formas verbais se escrevem com ou sem hífen.

Observa os seguintes pares de formas verbais:

fala-se falasse disse-se dissesse comesse come-se

Verificas que, em alguns casos, as formas verbais surgem acompanhadas de um pronome. Identifica-as.

Page 74: Novo programa e então

Uma actividade de aprendizagem pela descoberta (planificação; observação e descrição dos dados; treino; avaliação)

Nesta actividade, vamos aprender quando as formas verbais se escrevem com ou sem hífen.

1.Observa as seguintes frases:

A. Come-se muito em Portugal. B. Se eu comesse mais…

1.1. Escreve as frases na forma negativa.

1.2. Regista as alterações que fizeste.

1.3. Em que caso a forma –se ocorre antes do verbo? Quando é escrita com hífen ou sem hífen?

1.4. Formula uma regra sobre o uso do hífen com base nas tuas observações.

1.5. Verifica se a tua regra funciona nos seguintes exemplos:

A. Se ele falasse, era mais feliz. B. Fala-se francês na Bélgica.

Page 75: Novo programa e então

De seguida, propõe-se um conjunto de actividades em torno

do tema EXPRESSÃO DO TEMPO, que tentam ilustrar como

um mesmo tema pode ser aproveitado para explorar vários

planos do conhecimento linguístico de forma articulada,

contrariando alguma tendência para trabalhar os planos de

análise linguística como compartimentos estanques.

Page 76: Novo programa e então

1.º ano

Page 77: Novo programa e então
Page 78: Novo programa e então
Page 79: Novo programa e então
Page 80: Novo programa e então
Page 81: Novo programa e então

2.º ano

Page 82: Novo programa e então
Page 83: Novo programa e então

3.º ano

Page 84: Novo programa e então
Page 85: Novo programa e então
Page 86: Novo programa e então

O papel do professor na gestão do novo programa

O sucesso do novo Programa para o Ensino Básico depende em grande parte da forma como o professor irá gerir/planificar o currículo:

A diversidade de actividades e tarefas que propõe

A forma como organiza o trabalho dos alunos para realizarem essas mesmas tarefas e actividades

Os recursos que utiliza

O ambiente que cria

Page 87: Novo programa e então

Obrigado pela atenção.

Miguel Borges

[email protected]

Bernardino [email protected]

Gailivro – Inovação no ensinoGailivro – Inovação no ensino

Page 88: Novo programa e então