Novo Paradigma Para Uma Missão Relevante

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A IGREJA E SUA MISSÃO O que é igreja? O que de fato é igreja? Uma organização revela grandemente sua natureza a partir do prin oferece para a sociedade e para o mundo, você conhece a natureza organização pelo produto principal que ela oferece para a socied Eu vou fazer um teste com vocês, vou mostrar um logo de algumas de vocês vai ser a seguinte: quando eu mostrar o logo você tem q produto que essa organização oferece a sociedade e ao mundo. !e "uandoaparece esse logo: #foto$gasolina, #foto$carro, #foto$moto, #foto$sandu%che ham&urguer, #foto$cerveja, #foto$igreja Diante disso, quero trazer uma breve refexão sobre a missão da igreja crist sua relação com sua responsabilidade, demostrando, à luz das Sagra Escrituras, que a missão cristã envolve várias dimenses! Novo paradigma para uma misso re!eva"te ' filosofia do &ufão a filosofia que, em cada poca, denuncia ser ina&al(vel #aquela atitude de vigil)ncia negativa frente a q Estou alinhado com o ap*stolo !aulo: e+amine tudo e retenha o qu verdade nada pode se não a verdade. "uestiono o conceito de missão da igreja associado a grande comi afirmam que a missão da igreja fazer disc%pulos. #rimeiro , porque a declaração de -esus registrada em ateus /0.102 diversas referencias &%&licas das quais podemos deduzir a missão Segu"do , porque a teologia a s%ntese das diversas referencias & tema. $i"a!me"te , por considerar reducionista a equivalência da tarefa d missão da igreja. 's referencias &%&licas utilizadas para deduzir a missão da igre utilizadas as dos evangelistas, por e+emplo, Mt /0.102/34 M% 15.164 &% /7.752704 Jo/3./1 eAt 1.0

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A IGREJA E SUA MISSO

O que igreja? O que de fato igreja?Uma organizao revela grandemente sua natureza a partir do principal produto que ela oferece para a sociedade e para o mundo, voc conhece a natureza, a essncia de uma organizao pelo produto principal que ela oferece para a sociedade e ao mundo.

Eu vou fazer um teste com vocs, vou mostrar um logo de algumas organizaes e a parte de vocs vai ser a seguinte: quando eu mostrar o logo voc tem que juntos dizer qual o produto que essa organizao oferece a sociedade e ao mundo. Pense no principal produto.

Quando aparece esse logo: (foto)gasolina, (foto)carro, (foto)moto, (foto)sanduche hamburguer, (foto)cerveja, (foto)igreja

Diante disso, quero trazer uma breve reflexo sobre a misso da igreja crist e sua relao com sua responsabilidade, demostrando, luz das Sagradas Escrituras, que a misso crist envolve vrias dimenses.Novo paradigma para uma misso relevanteA filosofia do bufo a filosofia que, em cada poca, denuncia como duvidoso o que parece ser inabalvel (aquela atitude de vigilncia negativa frente a qualquer absoluto).

Estou alinhado com o apstolo Paulo: examine tudo e retenha o que bom, pois contra a verdade nada pode se no a verdade.

Questiono o conceito de misso da igreja associado a grande comisso. Discordo dos que afirmam que a misso da igreja fazer discpulos. Primeiro, porque a declarao de Jesus registrada em Mateus 28.18-20 apenas uma das diversas referencias bblicas das quais podemos deduzir a misso da igreja. Segundo, porque a teologia a sntese das diversas referencias bblicas a respeito de um tema.Finalmente, por considerar reducionista a equivalncia da tarefa de fazer discpulos com a misso da igreja.

As referencias bblicas utilizadas para deduzir a misso da igreja so diversas, sendo as mais utilizadas as dos evangelistas, por exemplo, Mt 28.18-20; Mc 16.15; Lc 24.46-48; Jo 20.21 e At 1.8

fcil perceber que cada um desses textos possibilita um resultado diferente para o enunciado definidor da misso da igreja. O registro de MATEUS possibilita a frmula fazer discpulos, implicando necessariamente o ensino detalhado de todas as ordens de Jesus. MARCOS indica a proclamao do evangelho como tarefa essencial, e, nesse caso, o contedo do Kergma a boa chegada do reino de Deus. LUCAS tambm sublinha a proclamao, mas para ele o contedo do Kergma menos abrangente, restrito convocao do arrependimento para perdo dos pecados. JOO abre um leque extraordinrio quando afirma que a misso da igreja deve ser derivada da misso de Jesus Assim como -, o que remete a declarao do tipo: pois o prprio filho do homem no veio para ser servido, mas para servir e para dar a vida em resgate de muitos (Mc 10.45), ou ainda: porque o filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10), do que poderamos deduzir que a misso da igreja se sustentaria em tres aes concomitantes: buscar, servir e salvar. Por fim, em ATOS o evangelista Lucas aponta na direo do testemunho a respeito da pessoa e obra de Jesus Cristo como aspecto essencial dessa misso.

Algum poderia afirmar que, em essncia, a misso da igreja fazer discpulos e que, para tanto, deve buscar e servir o perdido, anunciando a boa notcia da chegada do reino de Deus, convocando ao arrependimento para a remisso dos pecados, testemunhando em todo lugar a respeito de Jesus, visando salvao de todo o que cr. Essa compreenso, entretanto, bem mais complexa do que a mera expresso fazer discpulos. A sugesto de que as variantes presentes nas diversas narrativas contm ou explicam o significado completo do fazer discpulos em s uma interpretao do conjunto de referencias do qual se pode deduzir a misso da igreja. Isto , dizer que fazer discpulos significa de fato isso ou aquilo elaborar teologicamente juntando, como peas de um quebra-cabea, citaes daqui e dali, amarrando um conceito no outro de maneira que se busque um sentido mais completo, com base na soma das partes afins.

Duas perguntas surgem subjacentes a esse exerccio. A PRIMEIRA busca saber quantas e quais so as peas do quebra-cabea, isto , que referencias bblicas devem ser coligidas(ajuntadas). A SEGUNDA interroga a respeito do resultado final do quadro a ser montado, isto , questiona se o nome do quadro mesmo fazer discpulos ou se haveria possibilidade de organizar as peas com o fim de chegar a outro enunciado definidor da misso da igreja.

Uma leitura mais ampla da bblia sagrada, disposta inclusive a buscar referencias do A. T. como elementos constitutivos da misso transferida igreja, nos levaria, necessariamente, a concluir duas coisas: 1) existem outras narrativas negligenciadas pelo senso comum dos que definem a misso da igreja; 2) includas e consideradas essas outras peas do quebra-cabea, o resultado final ser no apenas diferente, como tambm e principalmente muito mais abrangente do a simples expresso fazer discpulos.

Considerando apenas mais trs referencias bblica, como por exemplos: Mt 5.13-16; Lc 4.17-21(Is 61.1-4); Ef 1.16-22.

S essas trs referencias j so suficientes para alterar completamente a perspectiva da compreenso da misso da igreja. A narrativa do Sermo do Monte, em que Jesus identifica seus discpulos como sal da terra e luz do mundo, deduzindo essas funes da identidade dos discpulos descritas nas bem-aventuranas, amplia o horizonte de compreenso da misso, incluindo a necessria transformao ou, no mnimo a afetao da realidade conjuntural a terra e o mundo onde os discpulos esto presentes. A narrativa de Lucas, quando Jesus aplica a si mesmo a profecia de Isaas, inclui na ao e presena messinica a liberdade dos cativos e oprimidos, dando margem a interpretaes diversas, desde os que espiritualizam os termos para que se referiram apenas escravido e opresso espiritual, at os que compreendem essa escravido e opresso como incluindo as dimenses sociais, econmicas e polticas (a mesma discusso ocorre na hora de interpretar aqueles que Mateus chama de pobres de esprito (Mt 5.3; Lc 6.20)).

O texto de Efsios mais se parece com a elaborao que o apstolo Paulo faz da narrativa de Joo assim como o Pai me enviou, eu tambm os envio -, pois vincula o propsito de Deus para Jesus com relao entre Jesus e a igreja. O apstolo Paulo afirma que o propsito final de Deus fazer Jesus o Senhor sobre todas as coisas, muito acima de todo o principado, autoridade, poder e domnio, e de todo o nome que possa ser pronunciado, no s nesta era, mas tambm na vindoura e, para tanto, no apenas sujeitou todas as coisas debaixo dos seus ps, mas tambm constituiu Jesus como cabea sobre todas as coisas, e o deu a igreja, que o seu corpo, a plenitude daquele que preenche tudo em todas as coisas (Ef 1.21-23). A igreja o instrumento por meio do qual Jesus exerce sua autoridade sobre todas as coisas. Ainda que exista certa divergncia nos limites implicados, est claro que a presena e atuao de Jesus e sua igreja no mundo extrapolam a relao pessoal do individuo com Deus. Considero reducionista a definio da misso da igreja, que se esgota no esforo de chamar pessoas ao arrependimento para remisso dos pecados e ensinar a elas todas as coisas que Jesus mandou, que resume a frmula fazer discpulos.

verdade que alguns missilogos se defendem dessa pecha(defeito, falha) de reducionistas. Utilizam basicamente dois argumentos: O PRIMEIRO , popularizado na mxima converta-se o homem, e a sociedade se endireitar, sugerindo que as implicaes sociais, econmicas e politicas do evangelho no dizem respeito misso da igreja, mas a atuao dos cristos na sociedade. A igreja se preocupa em cumprir sua misso: fazer discpulos, e os discpulos se ocupam em transformar , na medida do possvel a sociedade. O SEGUNDO argumento utilizado contra a acusao do reducionismo baseia-se no princpio da evangelizao por presena, que preconiza o testemunho silencioso, por meio da vida ntegra e do servio, como necessrios conquista do direito de falar e fator facilitador do anuncio do evangelho. Esse raciocnio mantm a dicotomia entre evangelizao e responsabilidade social, dando primazia ao testamento verbal do contedo do kerigma sobre os atos de justia.

Nessa perspectiva, a igreja vista como uma comunidade diaconal, mas o servio cristo se presta a oportunizar e autenticar a pregao(VERBAL) do evangelho.

Mais uma vez fica patente que a simples citao de textos bblicos insuficiente para a definio da misso da igreja, sendo necessria uma elaborao teolgica que promova o sentido unvoco(homogneo, unssono ou homnimo) das diversas narrativas. Nesse caso, teologia por teologia, opto por descartar aquela que conclui que a misso da igreja se resume em fazer discpulos que vivero na sociedade de modo digno para que o anuncio do evangelho seja possvel e credibilizado.

Considero que as expresses fazer discpulos e misso da igreja apontam para realidades distintas e no podem ser consideradas sinnimas.

Estamos, portanto, diante de pelo menos DOIS PARADIGMAS: UM que resume a misso da igreja na expresso fazer discpulos(paradigma da grande comisso), e OUTRO que considera a misso da igreja em termos mais abrangentes(paradigma da missio Dei).

O PARADIGMA DA GRANDE COMISSO segue mais ou menos o seguinte esquema: 1) Testemunho de presena(vida ntegra e de servio) como pr-evangelizao; 2) Testemunho verbal do plano da salvao; 3) Batismo: integrao dos convertidos igreja; 4) Discipulado; 5) Envio do discpulo: testemunho de presena (vida ntegra e de servio) como pr-evangelizao e testemunho verbal do plano da salvao.

Nesse paradigma, a salvao eclesiocntrica e se resume converso pessoal e individual: salvo todo aquele que cr na mensagem do evangelho, arrepende-se para a remisso de seus pecados e passa a viver integrado na comunidade crist, sob os imperativos ticos do evangelho e o compromisso de propagar e difundir a mensagem de salvao. Uma derivao desse paradigma ocorre quando se acrescenta o conceito de plantar igrejas, mas, ainda assim, o conceito de misso fica atrelado igreja e sua expanso. O paradigma da grande comisso uma teologia da misso baseada em conceitos como: SALVAO DE ALMAS, ACEITAO DE JESUS COMO SALVADOR PESSOAL, EVANGELISMO PESSOAL, TESTEMUNHO VERBAL, PRIMAZIA DA EVANGELIZAO(compreendida como anuncio verbal) SOBRE A RESPONSABILIDADE SOCIAL, PLANTAO DE IGREJAS, EXPANSO MISSIONARIA E CRESCIMENTO DA IGREJA.O Paradigma da missio Dei tem origem em Karl Barth, na Conferencia Missionria de Brandesburgo, em 1932. A influencia do seu pensamento atingiu o auge na Conferencia do Conselho Missionrio Internacional, ocorrida em Willington(1952). De acordo com David Boch, foi l que a ideia(no o termo) da missio Dei emergiu, pela primeira vez, de maneira clara. Compreendeu-se a misso como derivada da prpria natureza de Deus. Ela foi colocada, pois, no contexto da doutrina da Trindade, no da eclesiologia nem da soteriologia. A Doutrina clssica da Missio Dei, como Deus, o Pai, enviando o Filho, e Deus, o Pai e o Filho, enviando o Esprito, foi expandida, no sentido de incluir ainda outro movimento: Pai, Filho e Esprito Santo, enviando a igreja para dentro do mundo.O novo paradigma da missio Dei descarta a ideia de misso restrita ao discipulado individual e supera o reducionismo da salvao como livramento dos indivduos das penas eternas. A igreja no para o mundo, mas o prprio movimento de Deus para dentro do mundo, e, nesse sentido, igreja com o mundo. A missio Dei relaciona-se com a misso da igreja fazendo desta ltima a comunidade solidria com o Cristo encarnado e crucificado bem como ressurreto e exaltado: igreja, como plenitude da humanidade e epifania. Boch conclui que o propsito primeiro das missiones ecclesiae no pode, por consequncia, ser simplesmente a implantao de igrejas e a salvao de almas ; pelo contrrio, ele dever ser o servio missio Dei, representar a Deus no e diante do mundo. [] em sua misso, a igreja testemunha da plenitude da promessa do reino de Deus e partcipe da batalha contnua entre esse reinado e os poderes das trevas e do mal.

Desenvolvendo e dando contornos prticos ao conceito da missio Dei, Wesley Arierajah, do Sri Lanka, acredita que no podemos compreender a misso simplesmente como uma mensagem que trazemos ou atividades que fazemos no mundo, mas como participao com Deus e todos os outros ao trazer cura e integralidade, justia e paz, reconciliao e renovao no mundo. Ariajarah sugere quatro aspectos da misso: OS AGENTES, O OBJETIVO, A NATUREZA da COMUNIDADE da F EM MISSO e o CONTEDO da MISSO. Antone acrescenta um quinto aspecto: O ESPRITO da MISSO.

O paradigma da missio Dei implica a afirmao de que cristos esto em misso porque Deus de antemo presente e ativo no mundo, atraindo-o a S mesmo, conforme declara Ariarajah. Deus o principal agente da misso e executa por muitas maneiras, no necessariamente debaixo do guarda-chuva da igreja. A participao de Deus no sofrimento humano extrapola a ao dos cristos e coloca esta amorosa, cuidadora, julgadora e apaixonante presena e misso de Deus no corao de todos os afazeres humanos, independente de suas ambiguidades(existncia de dois ou mais estado de equilbrio) diz Arajarah. Deus age por meio da igreja, com a igreja, alm da igreja, apesar da igreja e, de quando em vez contra a igreja.

Caminhando um pouco mais, compreendemos tambm que o objetivo da misso no se pode atingir a ganhar almas e plantar igrejas pois o conceito de converso deve ser ampliado da simples adeso a outra religio, passando a converso a ser considerada como profunda transformao que exige o engajamento do convertido na missio Dei, a fim de promover salvao, libertao, reconciliao e restaurao de toda a criao, e no apenas de pessoas/individuos. O novo paradigma de misso v a converso como a atividade transformadora do Esprito na vida de indivduos e comunidades, para uma vida orientada para Deus e o prximo, comenta Hope S. Antone.Um terceiro aspecto do novo paradigma diz respeito natureza da comunidade de f em misso. O paradigma, que objetiva a converso de pessoas, est baseado na sugesto de que os cristos devem ser maioria para que mudanas no mundo sejam percebidas. Essa noo pode receber pelo menos trs senes: 1) Confunde tamanho com fora, 2) acredita no ultrapassado princpio positivista do progresso Mudar o Mundo e 3) desconsidera as imagens bblicas para a igreja.

O xodo da misso no deve ser avaliado pelo aumento do nmero de converses, batismos ou igrejas construdas como medidas para determinar o sucesso mas, sim, por quo bem-sucedidos temos sido ao mostrar o abrangente amor de DEUS, de tal modo que a comunidade e o mundo em que vivemos possam se tornar muito mais amorosos e justos, como foi o planejado por DEUS, acredita Antone.

O contedo da misso deve transpor a barreira de assuntos meramente doutrinrios para abordagens espiritualmente profundas. Abirajarah acredita que a misso que baseada nos usuais apelos cristos de exclusividade ou superioridade e absoluta posse da verdade no tem futuro, pois na realidade, tal posio apenas cria mais rivalidade e animosidade entre os adeptos de diferentes religies. A igreja no apenas portadora de uma mensagem,, mas advento de um novo tempo. A igreja sinal histrico do reino de Deus. Sua presena no mundo deve ser uma expresso clara de que o reino de Deus chegou. Por trs do clamor por uma justia econmica, paz e reconciliao genunas, liberdade da violncia e opresso e pe condutas justas nas relaes internacionais, est uma busca espiritual profunda, diz ariajarah, e, justamente por isso, a igreja oferece no apenas uma nova mensagem, mas oferece-se a si mesma, como sinal de um novo mundo.Antone sugere ainda que h necessidade outra mudana na forma de compreender a misso. A respeito do esprito presente por trs da metologia ou prtica de misso defende a solidadriedade genuna com as pessoas em suas necessidades humanas reais, em detrimento da simples ao proselitista. urgente a troca do verbo converter para servir. Os cristos no foram chamados para convencer pessoas a respeito e obra da vida de Jesus, por meio de argumentos persuasivos, mas para demonstrar jesus com seu estilo de vida. O cristianismo no um conjunto de ideias uma ideologia que se espalha pelo discurso -, mas uma pessoa, que se expressa pelo amor e pelo servio dos seus seguidores. luz dessas reflexes, creio que a igreja - compreendida inclusive e principalmente como comunidade local est a servio do Deus em misso e deve ser um sinal histrico do reino de Deus, levando o evangelho todo para o homem todo, promovendo e protagonizando os frutos do ministrio terreno de Jesus: salvao, libertao e restaurao integrais, no poder do Esprito Santo, para a glria de Deus.