NOVAS OCORRÊNCIAS DE FÓSSEIS NAS … · FIGURA 2 são apresentadas as legendas dos perfis da...
Transcript of NOVAS OCORRÊNCIAS DE FÓSSEIS NAS … · FIGURA 2 são apresentadas as legendas dos perfis da...
Rev. IG São Paulo, 17(1/2), 33-54,jan./dez./1996
NOVAS OCORRÊNCIAS DE FÓSSEIS NAS FORMAÇÕES CORUMBATAÍ EESTRADA NOVA DO ESTADO DE SÃO PAULO E CONSIDERAÇÕES
PRELIMINARES SOBRE SEUS SIGNIFICADOS PALEONTOLÓGICO EBIOESTRATIGRÁFICO
Maria da Saudade A. S. MARANHÃOSetembrino PETRl
RESUMO
O presente trabalho discute ocorrências e posicionamento estratigráfico dos fósseis dasformações Corumbataí e Estrada Nova, incluindoespongiários (espículas), ostracodes,microvertebrados (dentes e escamas de paleoniscídeos), estromatólitos, oogônios de carófitase bivalves que compõem as associações fossilíferas presentes nessas formações. A análisemicropaleontológica permitiu: 1) classificar espículas de espongiários como oxeasmonoxônidas características da Classe Demospôngia da Ordem Haplosclerida; 2) identificardezesseis gêneros e vinte e três espécies novas de ostracodes, com base na morfologia externada carapaça; 3) identificar dez morfotipos de ictiodontes e quatro tipos de escamas de paleoniscídeos; 4) descrever ocorrência de oogônios de carófitas, com os espécimes isolados, pelaprimeira vez, da rocha matriz. Considera-se a possibilidade das carófitas serem fósseis-índicesdo topo do Membro Teresina da Formação Estrada Nova, pois apresentam posição estratigráfica restrita e ampla distribuição geográfica. O estudo dos bivalves foi estendido para áreaspouco conhecidas, incluindo as regiões de Santa Cruz das Palmeiras, Tambaú, Porangaba,Angatuba, Guareí, Taguaí e Fartura para mostrar que o zoneamento bioestratigráfico propostopara a região de Rio Claro é válido também para outras áreas de São Paulo. As biozonas apresentam ampla distribuição geográfica como no caso da Zona Pinzonella neotropica-Jacquesiabrasiliensis que vai do nordeste ao sudoeste do Estado. As características litológicas, petrográficas e estruturas sedimentares associadas às feições tafonômicas e paleoecológicas dos bioclastos mostraram que a maioria dos fósseis das formações Corumbataí e Estrada Nova nãocorrespondem a deposições in situ, mas foram transportados e redepositados durante sucessivos eventos de tempestades.
ABSTRACT
Constitution, local and regional ranges and stratigraphic position of fossils of theCorumbataí and Estrada Nova formations sponge spicules, ostracodes, ichthyoliths, coprolites,probable biogenic fragments, charophyte oogonia, stromatolites and bivalves are studied.Micropaleontological analyses allowed to: 1) classify sponge spicules as monaxonid oxeascharacteristic of the class Demospongia of the Haploscherida Order; 2) identify, based on theexternal morphology of the carapace, 16 genera and 23 new species of ostracodes; 3) identify10 morphotypes of ichthyoliths and 4 types of PaleollÍscoidei scales; 4) describe, for the firsttime in Brazil, a charophyte oogonium occurrence in which the paleozoic specimens could beisolated from the rock matrix. The charophyte may eventually prove to be an index fossil as ithas so far been registered only at the top of the Teresina Member of the Estrada NovaFormation; 5) identify two distinct groups of probable biogenic fragments. The study ofbivalves was extended to the regions of Santa Cruz das Palmeiras, Tambaú, Porangaba,Angatuba, Guareí, Taguaí and Fartura; it is shown that the biostratigraphic zonation proposedfor the Rio Claro region can be applied to other areas of the State. The biozones were widelydistributed geographically, as for instance the Pinzonella neotropica-Jacquesia brasiliensisZone, which extends from the northeast to the southwest of São Paulo State. The lithologicaland petrographic characteristics and the sedimentary structures associated with the taphonomic and paleoecological features of the bioclasts showed that the fossils of the Corumbataíand Estrada Nova formations do not, in general, correspond to in situ depositions, but weretransported and redeposited during sucessive storm events.
33
Rev. IG São Paulo, 17(1/2),33-54, jan.ldez.ll996
INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta informações sobrefósseis das formações Corumbataí e Estrada Novapertencentes ao Grupo Passa Dois do Estado deSão Paulo, Brasil, de idade neopermiana.
Durante décadas houve tendência em inten
sificar as pesquisas das ocorrências de bivalvesda área de Rio Claro, permanecendo dúvidasquanto ao grau de abrangência dessas biozonasmalacofaunísticas e se as mesmas seriam válidas
para correlações com outras áreas do Estado.
A partir dos estudos sistemáticos sobre osChondrichthyes do Membro Taquaral daFormação Irati (RAGONHA, 1978) eXenacanthodii da Formação Corumbataí(RAGONHA, 1984), houve avanço também nosestudos das ictiofaunas do Grupo Passa Dois.
Entretanto, os paleoniscídeos mesmo sobrepujando quantitativamente os outros grupos depeixes, continuavam pouco conhecidos, semdescrições dos morfotipos encontrados nas formações Estrada Nova e Corumbataí do Estado .
DUNKLE & SCHAEFER (1956) foram precursores no estudo desse grupo de peixes,descrevendo um exemplar completo, o qual foidescoberto na rodovia Conchas-Botucatu (SP). Asegunda ocorrência de exemplares completos foide SILVA-SANTOS (1991) que noticiou quatroexemplares coletados em Angatuba (SP). Osdemais registros constam de citações sobre a presença de elementos exoesqueletais isolados, semdescrições dos morfotipos encontrados. A principal informação sobre essas peças é uma estampaapresentada por WÜRDIG-MACIEL (1975) queilustrou ictiodontes e escamas da FormaçãoEstada Nova (na nossa concepção Corumbataí) daregião de Piracicaba (SP), sem discutir as características morfológicas dos tipos documentados.
A análise paleontológica envolveu tambémas espículas de espongiários já mencionadas porWASHBURNE (1930). A distribuição dessesmicrorrestos foi avaliada por FULF ARO (1970)que recuperou espículas no intervalo compreendido entre o topo do Grupo Tubarão ao topo doGrupo Passa Dois, mas esse material não foidocumentado.
Nesse mesmo contexto, inseriam-se osostracodes, com apenas uma ocorrência estudada por SOHN & ROCHA-CAMPOS (1990), nasproximidades de Conchas (SP), em sedimentosda Formação Estrada Nova.
Assim, o objetivo deste trabalho foi ampliaro conhecimento sobre a distribuição dos bivalves em áreas pouco conhecidas no Estado, concomitantemente documentando os microfósseise microrrestos coletados em vários níveis das
34
seções examinadas, de modo a avaliar o conteúdo fossilífero das formações Estrada Nova eCorumbataí em diferentes pontos do Estado.
Entretanto, por tratar-se de assunto muitoextenso, serão apresentadas discussões resumidas sobre essas ocorrências fossilíferas, asdescrições detalhadas e documentação fotográfica completa sobre cada grupo serão objeto dediversos trabalhos específicos, em elaboração.
CONSIDERAÇÕESLITOESTRA TIGRÁFICAS
Desde a sua introdução na literatura, os termos Estrada Nova e Corumbataí vêm sendo
aplicados no Estado de São Paulo, para aseqüência superior do Grupo Passa Dois, semcritérios seguros devido à:
1) dificuldade para a perfeita caracterizaçãodas unidades estratigráficas e suas inter-relaçõesespaciais no Estado;
2) dificuldade de correlação entre aFormação Estrada Nova presente nos estados doParaná e Santa Catarina, subdividida em membros e aquela aflorante em São Paulo, com características litofaciológicas distintas.
No Estado de São Paulo, a indivisibilidadeda Formação Estrada Nova foi mantida porFULF ARO (1970), LANDIM (1970) e ZAINE(1980); menciona-se, contudo, a ocorrência defácies evocativas dos membros estabelecidos
por GORDON Jr. (1947).
Para alguns autores, entretanto, a subdivisãoda Formação Estrada Nova aplicável a SantaCatarina e Paraná pode também ser reconhecidaaté a área centro-sul de São Paulo.
Neste contexto, LELLIS (1970) caracterizou, como típica fácies Serra Alta, a litologiaencontrada na região de Pereiras-Cesário LangeBofete (SP), onde a seqüência é constituída porsiltito maciço, de cor cinza escura, com fraturaconchoidal, associado com concreções elípticase níveis de calcário com espessuras variáveis,desde poucos centímetros até 30cm.
VIEIRA (1973) denominou Grupo EstradaNova ao conjunto das formações Irati, Serra Alta eTeresina. A Formação Serra Alta, segundo esseautor (op. cit.), estende-se "do sul até próximo àestrada Itapetininga-Guareí, ande se confundecom a base da Formação Teresina (Corumbataí),para voltar a reaparecer em sua litologia típica nasproximidades da Rodovia Castello Branco". Comrelação à Formação Teresina, chamou a atençãopara a variação nas tonalidades dos sedimentos,cinzas ou verdes no Paraná, que adquirem coloração avermelhada, no Estado de São Paulo,onde passa a ser denominada de CorumbataÍ.
Rev. IG São Paulo, 17(1/2), 33-54,jan.ldez.l1996
FIGURA I - Mapa de localização dos perfisgeológicos. PG I: Pedreira Pau Preto (Folha 1:50.000de Sarutaiá); PG 2: Estrada de Angatuba (Folha1:50.000 de Aracaçu); PG 3: km 161,5 da Rod.Castello Branco (Folha 1:50.000 de Conchas); PG 4:Fazenda ltaoca (Folha I :50.000 de Santa Rita doPassa Quatro).
No mapa geológico do Estado de São Paulopublicado em 1981, pelo Instituto de PesquisasTecnológicas, o termo Estrada Nova foi aplicado para a seqüência, subdividida em membrosSerra Alta e Teresina, enquanto Corumbataí foiempregado para a unidade litoestratigráfica indivisa (ALMEIDA & MELO, 1981).
MELLO E SOUSA (1985) adotou essamesma idéia, 'considerando as formaçõesEstrada Nova e Corumbataí estratigraficamentecorrelatas. Na sua opinião, a Formação EstradaNova, subdividida nos membros Serra Alta(inferior) e Teresina (superior), afiora na porçãosudoeste do Estado de São Paulo, desde a divisa
do Paraná até o Rio Tietê, nas proximidades dacidade de Piracicaba (SP). A partir desse ponto,em direção ao fianco nordeste do Estado, porrecorrência das litologias seria preferível aplicarà seqüência o termo Corumbataí.
A nomenclatura adotada, no presente trabalho, concorda com essa conceituação.
METODOLOGIA
Trabalhos de Campo
Foram levantadas 21 seções estratigráficas(in MARANHÃO, 1995) sendo que as correspondentes à Formação Corumbataí localizam-seno norte do Estado, na área de Rio Claro, e maisao nordeste, nas regiões de Santa Cruz dasPalmeiras e Tambaú.
Os afloramentos da Formação EstradaNova compreendem as ocorrências situadas nocentro-sul, em Angatuba, Porangaba e Guareí,e na área sudoeste, nas regiões de Taguaí eFartura. Para este trabalho foram escolhidos
quatro perfis localizados no Estado, conforme aFIGURA 1, para orientação do leitor quanto aoposicionamento dos níveis fossilíferos. NaFIGURA 2 são apresentadas as legendas dosperfis da Formação Estrada Nova (FIGURAS 3,4 e 5) e da Formação Corumbataí (FIGURA 6).
Análises Laboratoriais
A metodologia adotada para o tratamentode amostra seguiu os procedimentos recomendados pelos laboratórios da PETROBRÁS, adaptados ao material em questão que consiste de:
1) Pesagem de amostras - a quantidade estabelecida foi de 500g de material previamentedesagregado, para facilitar a reação química.
FIG. 2 - LEGENDA PARA AS SEÇOES COLUNARESL1TOLOGIA
k".::".':-::. ":·:::1 ARENITOMUITO FINO
E::3 NivEl DE AREN1TO
I:-~:-....:.:.::I Sll TITO I SIl TITO ARENOSO
1::.:..:-.-:..-:1 SIL TITO ARGilOSO
I I~1~~T~T~I~iT~ ~~~~so
~ CAlcARJo
~ CALcARIO OOUTICO
~ ~~f~~NgO/CALCARENITO
r;@ CALCILVTITO
~ NlvEL DE CALCARIO
1.•••..•••.. 1 BASAlTO
ESTRUTURAS SEDIMENTARES
~ ESTRUTURA MACiÇA
I--~ 1l.AM1NAçAQ PlANO-PARALELA
I E I ~~~~~~lA DE ARE~
~ ~~t;~AÇÁO PLANO-
I .....- I ESTRUTURA "FLASER"
I ~ I ESTRUTURA "lINSEN"
~ ESTRUTURA DE SOBRECARGA
I 'VV' I =8EE~ci:N~;OULAOO
1...------1 MARCAS ONDULADASASSIMÉTRICAS
1 ~ I ~~~~~MlGRANTES
I v~ I ESTRUTURA"~
~ OOLiTICO
@:=J GRETA DE CONTRAÇÃO
F6sSEIS
~ RESTOS DE PEIXES DISPERSOS
I ~)c cx I ~~~6~~~~~ES[TI OSTRACOOES
~ EspiCULAS DE ESPONGIÂRIOSlI) COPRÓLITOS
C!:J :~~A~~~RG~~NJ)OS
ITJ :~Vl~~:~~~NJ~SCLJ ~~~~~~SO~~~:SNTOS OEeu ESTROMATOUTOS
35
Rev. lG São Paulo, 17(1/2), 33-54,jan./dez./1996
AREMITO MUITO FINO, INTERCALADO COM CALCISSIUTO .
SIL TITO FINAMENTE LAMINADO.
AREMITO MUITO FINO, CALCIFERO ESTRATIFICADO.
~ ex AREMITO MUITO FINO COM
RESTOS DE PEIXES.
UTOLOGIA
10
m
12.16
FIGURA 4 - Perfil Geológico do afloramentosituado na estrada Angatuba para Rodovia RaposoTavares. A 1,5 km da entrada da cidade, na propriedade do Sr. Fernando Turelli (Membro Teresina).
5) Organização das lâminas secas - osespécimes recuperados foram acondicionadosem células plummer, arquivadas no AcervoPaleontológico do Instituto Geológico.
6) Documentação fotográfica - após a organização das lâminas, os espécimes-tipos forammetalizados com uma fina película (aproximadamente 400 angstrons) de ouro paládio efotografados com microscópio eletrônico devarredura marca JEOL JXA-840A, onde se utilizou câmera PENT AX-MX. Todo o processofoi realizado pelo pessoal técnico e equipamento do Centro de Pesquisas Leopoldo A. Miguezde Mello (PETROBRÁS/CENPES) e Institutode Química da UNESP-Araraquara, com oacompanhamento da autora.
CONSIDERAÇÕES PALEONTOLÓGICAS
A associação fossilífera presente nas formações Corumbataí e Estrada Nova compreende espongiários (espículas), ostracodes,ictiofósseis, coprólitos, prováveis fragmentosbiogênicos, oogônios de carófitas, bivalves eestromatólitos. Os critérios utilizados para as
m UTOLOGIA EDU.! FOSSEISDESCR~O SUCINTA~ ·· 0CALCARIO OOLlTICO.
~===:•SILTITO BASTANTE ALTERADO •
-,:;
:; -::::ê;:;-,:;>-::::ê;:; ENCOBERTO-::::ê;:
,10
=._--_ ...--- -15 _._- SILTITOVARIEGADOCOM-- LAMINAÇ1.0 PLf,No-PARALELA_ ...NOTOPOEESTRUTURA'-- "HUMMOCKY' NA METADE DO-_ ...
APACOTE.
_ ...- "..-C- ... _
"'"-- ._ ...-f---,5F= SILTITO._ .. - 1-._-_ ...f--_._. SILTITO.1--._- f----.__.-f--_.-
10
·· CALcARIO SEMELHANTE AO DA· w.\BASESEMCONCREÇOES-b CARBONATICAS.·1--:1
...- ..- -~1-.._'. SILTITO COM LAMINAÇÃO
._.-: ..6--"-'" IRREGULAR.._ ..- =oO<_ .._ ... ._ ..-_.-_.--
...
... ~ RITMO:NIVEISDE .1-2CmDECALCARENITO. INTERCALADOS-- _.---1 COM SILTITO .
5
_...--1-.-
-- ALCARENITO =M...J>LLEX.
SIL TITO LOCALMENTE COM FEN-"'-"
DAS PREENCHIDAS POR MATE-
._.•.-=oRIAL CARBONÁTICO E FRAGMEN-
f---TOS DO PRÓPRIO SILTITO.
·· .,.oc=.<o
~~~~~M PARTES DE CALC""IO· "'"· ""'JCALcARIO OOLlTICO COM CON-· ·
CREÇOES CARBONATICAS E· · (:ESTRUTURAS DE DISSOLUÇÃO· · 0NO TOPO.· ··
1
·· ·~~ ~~DXsAR.J~~~R~g:s:"""v~
· ·.- · ·
""'0~~g~I~E~ci~~CO (iDEM PRo-o
·· <,!/
12
2) Adição de água oxigenada a 130 volumes- as amostras foram submetidas ao ataque porágua oxigenada visando sua desagregação e oxidação da matéria orgânica. O volume adicionadode água oxigenada variou de 100 a 300ml, sendoo tempo de reação estabelecido em aproximadamente 24 horas.
3) Lavagem e secagem das amostras - asamostras foram separadas em peneiras de malhas 0,71mm, 0,50mm, 0,250mm, O,I77mm,0,125mm, 0,062mm e 0,037mm, sob água corrente e colocadas para secar à temperatura de60°C, na estufa.
4) Triagem - as frações granulométricasforam pesadas ·e.acondicionadas em frascos devidamente identificados, procedendo-se à separação dos microfósseis e microrrestos.
ESTR
15
FIGURA 3 - Perfil Geológico da Pedreira dePau Preto - Rodovia de Taquarituba-Fartura, marco12,4 km a partir de Taquarituba (Membro Teresina).
~[
36
Rev. IG São Paulo, 17( 1/2), 33-54, jan.ldez.l1996
Ostracodes
descrições e classificações dos vários gruposserão discriminados a seguir:
Os ostracodes descritos neste trabalhoencontram-se arquivados temporariamente noAcervo do CENPES - PETROBRÁS.
Na ausência de caracteres morfológicoscomo: charneira, impressões musculares cen-
Espículas de Espongiários
As espículas descritas neste trabalho encontram-se arquivadas na Fundação Zoobotânica doRio Grande do Sul.
Na ESTAMPA 1 estão ilustradas algumasespículas isoladas classificadas como espículasóxeas monaxônidas características da Classe
Demospôngia, da Ordem Haplosc1erida(BERGQVIST, 1978). Não foram encontradosvestígios de sua organização nos esqueletos dasesponjas.
Associados às espículas, foram encontrados microrrestos identificados como possíveisossículos (elementos calcíticos do esqueleto).de ofiuróides.
trais, tipo, número e posição dos porocanais evestíbulo, adotou-se a classificação artificial,baseada em características externas das valvas
direita e esquerda, relação de recobrimento dasvalvas e contorno da carapaça em vista dorsal,que permitiu a identificação de 23 morfoespécies distribuídas por 16 morfogêneros. O gênero1 espécie 1 definido nesse trabalho está ilustradona ESTAMPA 2.
No trabalho de SOHN & ROCHA-CAM
POS (1990) sobre ostracodes da FormaçãoCorumbataí, os espécimes descritos foramatribuídos com dúvidas aos gênerosCypridopsis, Candona e Darwinula, além detrês espécies assinaladas a um gênero' desconhecido; as descrições apresentadas, entretanto,não trazem detalhes sobre as cáracterísticas das
duas valvas e relações de recobrimento, impossibilitando comparar os morfotipos aqui descritoscom o material estudado por esses autores (op.cit.). Apenas o gênero 2 espécie 1 foi relacionado ao gênero desconhecido espécie 1 figuradopor SOHN & ROCHA-CAMPOS (op. cit.) nafigura 6.13. Por outro lado, o gênero 4 espécie 1apresenta relações de contorno com Candona sp.figurada por SOHN & ROCHA-CAMPOS (op.cit.). Variações são observadas, entretanto,quanto ao contorno da carapaça em vista dorsal.A dificuldade de identificação das relações derecobrimento das carapaças descritas impedecaracterizar, sob esse aspecto, possível identidade entre essas formas, Entretanto, detalhes dasmargens livres indicam a provável sobreposiçãoda valva esquerda sobre a direita ao longo dasmesmas.
E~JI~. FÓSSEIS DESCRI AO SUCINTA
SILTITO SEMELHANTE AOANTERIOR.
L1TOLOGIA
10
m
11,18
FIGURA 5 - Perfil Geológico do afloramentosituado no km 161,5 da Rodovia Castello Branco(Membro Serra Alta).
Ictiofósseis
Os ictiodontes e escamas descritos neste tra
balho encontram-se depositados no AcervoPaleontológico do Instituto Geológico, sob asigla MP-IG-MV-I a MP-IG-MV-131 (MP =Museu Paleontologia, IG = Instituto Geológico eMV = microvertebrados).
A maioria dos morfotipos documentadosforam recuperados nas amostras coletadas noskm 161,5 a 162 Rodovia Castello Branco, SP280 (FIGURA 5), que reúne os microvertebrados mais diversificados e melhor preservados.Inicialmente, os ictiodontes foram identificadosatravés de microscopia óptica, em tipos designados pelas letras A, B, C, D, F e G, conformeclassificação proposta por WÜRDIG-MACIEL(1975). Para observação do espécime completo eda micrornamentação do capuz apical e da fustedentária foram obtidas fotomicrografias aomicroscópio e1etrônicode varredura, MEV (conforme procedimento descrito em RICHTER et
O FINO,
ARENITO MUITO FINO COM1 Cm DE ESPESSURA.
SILTITO SEMELHANTE AOANTERIOR.
SILTITO MACiÇO.
ARENITO MUITO FINO, CALCIFERO, COM 1 Cm DE ESPES.ARENITO MUITO FINO, CALC FERO, C/ESPES.VARIADO DE2-4Cm.
NlvEL DE CALCARIO C/ ESPES.IRREG. VARIANDO DE 1-7 Cm.NlvEL DE CALCARIO DE 3 CmOE
<l>C....!!
'-x
~(!_·i
37
Rev. IG São Paulo, 17(1/2), 33-54,jan.ldez.l1996
FIGURA 6 - Perfil Geológico do af1oramentosituado em frente à sede da Fazenda Itaoca, distante 4km da estrada Porto Ferreira - Tambaú, a 11 km dacidade de Santa Cruz da Estrela (FormaçãoCorumbataí).
ai., 1985). Os aumentos utilizados para osexemplares variaram de 25 a 100 vezes, enquanto para o capúz e a fuste esse aumento foi de1000 vezes.
Com base na ornamentação da fuste ecapuz apical, ao MEV, foram descritos novosmorfotipos designados de Ictiodonte L,Ictiodonte M, Ictiodonte N e Ictiodonte O.
Foram também identificados subtipos dosictiodontes A, C e F, designados pela mesma
Coprólitos
Prováveis fragmentos biogênicos
RAGONHA (1987) registrou a presençade coprólitos espiralados de xenacantódios naFormação Corumbataí (Estrada Nova naacepção do presente trabalho), af10rante no km209 da Rodovia Raposo Tavares SP-270,município de Angatuba. Durante a seleção dosmicrofósseis das amostras coletadas nos km161,5 a 162 da Rodovia Castello Branco SP280 (FIGURA 5), foram recuperados várioscoprólitos, incluindo massas fecais hemicilíndricas não espiraladas, espiraladas earredondadas (estas últimas estão ilustradas naESTAMPA 6).
A presença dos coprólitos atesta condiçõesde baixa energia, permitindo sua conservação.Posteriormente, durante os eventos de tempestades, esse material foi remobilizado e redepositado junto com os restos de paleoniscídeos.
letra do morfotipo, acompanhada de um número(o ictiodonte F-l está ilustrado na ESTAMPA4).
Dentre os vários tipos de ornamentaçãoobservados ao MEV, o mais freqüent~ consistede tubérculos fusiformes, distribuídos longitudinalmente por toda a superficie da fuste dentária,estendendo-se às faces laterais. O capuz apicalapresenta-se liso ou com sulcos e cristas que,pela disposição, lembram o padrão fusiformeobservado na fuste (ESTAMPAS 3 e 4).
Para a identificação das escamas adotou-sea classificação morfológica proposta porRICHTER et ai. (1985), considerando-se asseguintes feições: forma geral da escama, ornamentação superficial ao microscópio óptico,processos articulares, características das margens das escamas e padrão de ornamentaçãoobservado ao MEV.
Assim, identificaram-se escamas dos tiposP-l, P-2, P-3 (esta última ilustrada na ESTAMPA 5) e C-I?, que guardam estreita relação comos morfotipos descritos e figurados porRICHTER (1981) e RICHTER et ai. (1985).
Na Formação Estrada Nova foram reconhecidos dois grupos de prováveis fragmentosbiogênicos.
Os fragmentos incluídos no Grupo 1foram coletados no Membro Serra Alta, noskm 161,5 e 162 da Rodovia Castel10 Branco(FIGURA 5), distinguindo-se, nesse caso,fragmentos de formas triangulares e semicirculares, translúcidos, moderadamente inf1a-
RITMITO DE SIL T'TO ARENOSO E
ARENITO MUITO FINO.
NíVEL COM OSTRACODES ERESTOS DE PEIXES.
SIL nTO ARGILOSO, HOMOGENEO.
NlvEL COM CONCENTRAÇÃO DERESTOS DE PEIXES.
SIL TITO ARENOSO EJOU ARENITOMUITO FINO COM LAMINAS MAISFINAS SUBPARALELAS ONDULADASDE SILTITO ARGILOSO. ALGUMASDESSAS LAMINAS COM ESTRUTURADE SOBRECARGA
OS RESTOS DE PEIXES ESTÃO CON
g~~m~g8~SN:IUf~,~~~Ad'OM ASPARTES MAIS ALONGADASORIENTADAS NO SENnDO DASONDULAÇOES.
ARENITO MUITO FINO, HOMO
GENEO.
oo
l~~.FOSSEIS DESCRI ÃO SUCINTAARENITO MUITO FINO.
SILT'TO ARGILOSO COM GRETAS
DE CONTRAÇÃO PREENCHIDASPOR ARENITO MUTIO FINO.
L1TOLOGIAm
19.20
38
Rev. Ia São Paulo, 17(1/2), 33-54,jan./dez./1996
dos e com extremidades proeminentes (OS
primeiros estão ilustrados na ESTAMPA 7).
Nota-se nas fotomicrografias ao MEV queos dois tipos de exemplares apresentam superficies externas com pontuações semelhantes àsencontradas nas escamas (P-l) e estão associados aos ictiodontes e escamas (do tipo P-l e P3) de paleoniscídeos, o que sugere tratar-se demicrorrestos desse grupo.
Os fragmentos do Grupo 2 foram recuperados no at1oramento do Membro Teresina, situado na estrada de Angatuba para a RodoviaRaposo Tavares, a 1,5km dessa cidade (FIGURA4), distinguindo-se fragmentos silicificados comfina ornamentação de estrias subparalelas aocomprimento (EST AMP A 8), associados comprováveis fragmentos de espinhos de peixes.
Morfotipos semelhantes aos fragmentossilicificados foram também encontrados em Rio
Claro, em amostras da Formação Corurnbataí,coletadas no at1oramento situado na estrada vi
cinal para a Fazenda Santana de Urucaia, 1 kmdo Ribeirão Batalha, 6 km do trevo de RioClaro, pela Rodovia Wilson Sinardi, no sentidoIpeúna (MARANHÃO, 1995, figo 19).
Oogônios de Carófitas
A recuperação, pela primeira vez, deespécimes silicificados de oogônios isolados damatriz, no at1oramento às margens da RepresaXavantes (ESTAMPA 9), possibilitou complementar a descrição de Leonardosia langei(MARANHÃO et aI., em elaboração) proposta
ESTAMPA 1
ESPÍCULAS DE ESPONGIÁRIOSFig. 1 Megasclera oxea (X200); Fig. 2 Megasclera oxea (X200); Fig. 3 Megasclera oxea (X200); Fig. 4
Megasclera oxea (X150); Fig. 5 Rocha com restos de espículas (XIOO); Fig. 6 Detalhe da figura 5 (X200);Procedência: afloramento situado na estrada de Angatuba, a 1,5km da entrada para a cidade, na propriedade doSr. Femando Turelli.
39
Rev. IG São Paulo, 17(1/2), 33-54, jan./dez./l 996
por SOMMER (1954), que se baseou em contramoldes.
Na Formação Estrada Nova, este vegetal
parece ter distribuição horizontal ampla, porémrestrita ao topo do Membro Teresina, o quereforça sua utilização eventual como fóssilíndice.
Bivalves
A descrição de seis novas espécies e de doisnovos gêneros identificados durante a pesquisa,bem como a complementação da diagnose deNaiadopsis lamellosus Mendes será objeto de trabalho específico desenvolvido por MARANHÃO& MEZZALIRA (em elaboração).
Estromatólitos
Em nova ocorrência em Taguaí (SP),MARANHÃO, 1995, figo 30B, foram identificados preliminarmente filmes microbianos,crostas microbianas ou estromatólitos estratiformes e estromatólitos dômicos ou nodulares
constituídos por domos múltiplos, encontradosem calcarenito parcialmente silicificado associado com ca1cissiltito com estratificação cruzada e ondulada.
PALINOLOGIA
Num total de três amostras coletadas, foramrecuperados palinomorfos em somente duas,procedentes dos seguintes locais:
ESTAMPA 2
OSTRACODESFig. 1 Gênero 1 espécie 1 - Parátipo. Yalva direita (X96); Fig. 2 Detalhe da ornamentação da valva di
reita (X192); Fig. 3 a 6 Série ontogenética; Fig. 3 Yalva direita (X120); Fig. 4 Yalva esquerda (X120); Fig. 5Yalva direita (X120); Fig. 6 Yalva esquerda (X120); Procedência: Pedreira de Pau Preto (município de Taguaí)- Rodovia Taquarituba-Fartura, SP-249, marco 12,4km a partir de Taquarituba.
40
Rev. IG São Paulo, 17(1/2), 33-54,jan.ldez.l1996
- Amostra 1 (Membro Serra Alta): km 162da Rodovia Castello Branco, SP-280;
-Amostra 2 (Membro Serra Alta): km 161,5Rodovia Castello Branco, SP-280.
Estas amostras foram submetidas a trata
mento palinológico no Setor de Bioestratigrafiae Pa1eoecologia do CENPES (PETROBRÁS),sendo os estudos realizados pelo Df. RodolfoDino e pelo Geólogo Mitsuru Arai.
A amostra 1 apresentou raros palinomorfosseveramente carbonificados e/ou oxidados, oque impediu qualquer identificação taxonômica.A amostra 2 forneceu os seguintes táxons:
Alisporites aff. nuthallensis, Corisaccitesvanus, Limitisporites sp., Lueckisporites virkkiaee Vittatina? sp.
Além destes, foram observados algunsgrãos de pólen dissacado indeterminado (ARAI& DINO, 1995).
De acordo com ARAI & DINO (op. cit.) "aassociação polínica da amostra 2 relaciona-se ao"Intervalo L" de DAEMON & QUADROS(1970) e à Zona Lueckisporites virkkiae deMARQUES- TOIGO (1988). Esses autoresatribuíram idade kazaniana (Neopermiano) aestas unidades bioestratigráficas. Por outro lado,ARAI (1980) relacionou a "Fase"Lueckisporites, que apresentou característicassemelhantes ao "Intervalo L", com oKunguriano. Esta aparente contradição, noentanto, não constitui um problema, já queARA I (1980) estudou apenas associaçõespolínicas da Formação Irati, para caracterizar a
ESTAMPA 3
ICTIODONTES (Actinopterygii)Fig. I Detalhe do capuz apical (XI00); Fig. 2 Fragmento mandibular com duas fileiras de dentes
(XIOO); Fig. 3 Cortes dos ictiodontes com detalhes dos canais pulpares (X350); Procedência: km 162,8 daRodovia Castello Branco.
41
Rev. IG São Paulo, l7( 1/2), 33-54, jan.ldez./1996
"Fase" Lueckisporites. A Formação Corumbataí,que se situa num nível estratigráfico mais alto,pode estar mesmo no Kazaniano".
ZONEAMENTOS MALACOFAUNÍSTICOS
Na Formação Corumbataí, o zoneamentomalacofaunístico elaborado por MENDES (1952)apresenta três biozonas principais designadas dabase para o topo de: Zona Barbosaia angulataHoldhausiella almeidai, Zona Pinzonella illusaPlesiocyprinella carinata e Zona Pinzonellaneotropica-Jaquesia brasiliensis.
A Zona Barbosaia angulata e Holdhausiellaalmeidai corresponde ao intervalo basal daFormação Corumbataí. MEZZALIRA (1980)desdobrou essa biozona em duas: a Zona
Barbosaia angulata (inferior) e a Zona Leinziajroesi (superior), reunidas novam'ente porMARANHÃO (1986), com base na similaridadegenérica e específica apresentada por ambas.
Posteriormente, após a proposição dogênero Anhembia (MEZZALIRA et al., 1990)para as espécies A. jroesi e A. gigantea atribuídas por MENDES (1949) ao gênero Leinzia, areferida zona passou a ser denominada Zona
ESTAMPA 4
ICTIODONTES (Actinopterygii)Fig. I Ictiodonte F-I (XIOO); Fig. 2 Detalhe da ornamentação do capuz apical (XIOOO); Fig. 3 Detalhe
da ornamentação da fuste (XIOOO); Fig. 4 Ictiodonte F-l (X75); Fig. 5 Detalhe da ornamentação do capuz apical (X 1000); Fig. 6 Detalhe da ornamentação da fuste (X I000); Procedência: km 161,5 da Rodovia CastelloBranco.
42
Rev. IG São Paulo, 17(1/2), 33-54,jan.ldez.l1996
Barbosaia angulata - Anhembia jroesi. Essabiozona, entretanto, desde a sua proposição, temsido objeto de poucos trabalhos, podendo-secitar: MEZZALIRA (1957, 1980) e MARANHÃO (1986, 1995) que enfocam o conteúdoma1acofaunístico dos níveis basais da FormaçãoCorumbataí.
A descoberta de novas ocorrências dessa
biozona mostra diversidade específica alta, comidentificação de seis novas espécies e doisgêneros novos (MARANHÃO & MEZZALIRA, em elaboração). As zonas média e superior(Zona Pinzonella illusa - Plesiocyprinella carinata e Zona Pinzonella neotropica - Jacquesiabrasiliensis do zoneamento de MENDES (1952)correspondem aos horizontes malacofaunísticosreconhecidos por HUENE (1928), respectivamente nas ferrovias Ajapi-Ferraz (nível inferior)e Batovi-Itirapina (nível superior).
No primeiro zoneamento formal, MENDES(1945) denominou os horizontes inferior e supe-
rior de HUENE (op. cit.), respectivamente, de"Zona Pinzonella e Plesiocyprinella" e "ZonaPinzonellopsis e Jacquesia".
Posteriormente (MENDES, 1952), mudou anomenclatura mais adequadamente para "ZonaPinzonella illusa e Plesiocyprinella carinata" e"Zona Pinzonella neotropica e Jacqúesiabrasiliensis". MEZZALIRA (1980) simplificouas designações dessas biozonas adotando apenaso nome das primeiras espécies.
Novos exemplares procedentes dessas duasbiozonas, permitiram a proposição de duas novasespécies, uma para a Zona Pinzonella illusa eoutra para a Zona Pinzonella neotropica(MARANHÃo & MEZZALIRA, em elaboração).
CORRELAÇÕES REGIONAIS
A utilização do zoneamento malacofaunístico proposto por MENDES (1952) para corre-
ESTAMPAS
ESCAMAS (Actinopterygii)Fig. 1 Escama P-3 (X50); Fig. 2 Detalhe da superfície (XlOO); Fig. 3 Detalhe da superfície da costela
(XlOO); Procedência: km 161,5 da Rodovia Castello Branco.
43
Rev. IG São Paulo, 17(1/2), 33-54,jao./dez./1996
lações regionais, tem por décadas despertado ointeresse dos pesquisadores.
O próprio MENDES (1962) correlacionouas ocorrências de bivalves da região deAngatuba à Zona Pinzonella illusaPlesiocyprinella carinata. Posteriormente, FULFARO (1964) reconheceu as Zonas Pinzonellaillusa-Plesiocyprinella carinata e Pinzonellaneotropica-Jacquesia brasiliensis, respectivamente em Conchas-Anhembi e Bofete
Porangaba.
As novas ocorrências registradas naFormação Corumbataí em afloramentos situados nas regiões de Santa Cruz das Palmeiras eTambaú, bem como nos da Formação EstradaNova situados no centro-sul (regiões dePorangaba e Guareí) e mais ao sudoeste, na
reglao de Fartura mostram que as zonasBarbosaia angulata, Pinzonella illusa ePinzonella neotropica (MENDES, 1952) apresentam distribuição horizontal ampla, ultrapassando os limites da área norte do Estado.
A Zona Barbosaia angulata com. maiornúmero de ocorrências na área de Rio Claro
Piracicaba, ultrapassa os limites regionais, comníveis correlacionáveis nos afloramentos do
Membro Serra Alta, expostos nos km 161,5(MARANHÃO, 1995, figo 24) e 163 da RodoviaCastel10 Branco, na Estrada Monte Cristo Ribeirão Grande (MARANHÃO op. cit., figo 27)e no km 235 da Rodovia Angatuba Paranapanema (MEZZALlRA, 1966).
A Zona Pinzonella illusa bem representadana área de Rio Claro, apresenta desenvolvimen-
ESTAMPA 6
COPRÓLITOSFig. 1 Copró1ito (X50); Fig. 2 Coprólito (X50); Fig. 3 Copró1ito (X75); Fig. 4 Coprólito (X50);
Procedência: km 161,5 da Rodovia Castell0 Branco.
44
Rev. IG São Paulo, 17(1/2), 33-54,jan./dez./1996
to menos expressivo na região nordeste doEstado, com níveis correlacionáveis no afloramento situado na estrada vicinal para aFazenda Santa Iria, a 3km do trevo da Cachoeiradas Emas (Santa Cruz das Palmeiras) e no km164 da Rodovia Castello Branco, equivalente abase do Membro Teresina. Os perfis geológicos,destes dois afloramentos, foram apresentadospor MARANHÃO (op. cit.), respectivamentenas figs. 15 e 25.
A Zona Pinzonella neotropica tem distribuição geográfica mais ampla que as biozonasprecedentes, sendo reconhecida nas regiões deTambaú e Rio Claro (SP) e além do sudoeste emafloramento do Membro Teresina situado às
margens da Represa Xavantes (ROHN et aI.,1995 e MARANHÃO op. cit., figs. 33A e 33B).
Estas ocorrências mostram que o zoneamento proposto por MENDES (1952) pode serconsiderado válido nos diversos pontos doEstado de São Paulo.
INTERPRETAÇÃO PALEOAMBIENT AL
As associações das formações CorumbataÍ eEstrada Nova não diferem em relação ao seu conteúdo fossilífero. A freqüência dos grupos de fósseis está relacionada à área de proveniência dossedimentos em que as faunas estão presentes.
ESTAMPA 7
PROVÁVEIS FRAGMENTOS BIOGÊNICOSFig. 1 Provável fragmento biogênico - Grupo 1 (X200); Fig. 2 Provável fragmento biogênico - Grupo 1
(X350); Fig. 3 Provável fragmento biogêruco - Grupo 1 (X200); Procedência: km 161,5 da Rodovia CasteIloBranco.
45
Rev. TG São Paulo, 17(1/2), 33-54,jan.ldez.l1996
ESTAMPA 8
PROVÁVEIS FRAGMENTOS BIOGÊNICOSFig. I Provável fragmento biogênico - Grupo 2 (X100); Fig. 2 Detalhe da superficie (X350); Fig. 3
Provável fragmento biogênico - Grupo 2 (X50); Fig. 4 Detalhe da superficie (X350); Procedência: afloramentosituado na estrada vicinal para a Fazenda Santana de Urucaia, a lkm do Ribeirão Batalha, 6km do trevo de RioClaro, pela Rodovia Wilson Sinardi, no sentido Ipeúna, município de Rio Claro (SP).
Espículas de Espongiários
Na Formação Corumbataí, a recuperação deespículas é mais alta nos níveis da porçãomédia, onde são encontradas como elementosdissociados, não sendo possível conhecer suadisposição no esqueleto da esponja.
Segundo FLÜGEL (1982), durante oPaleozóico, os espongiários desenvolveram-setanto em águas calmas como freqüentementeassociados às fácies coquinóides, o que explicaria as altas porcentagens de espículas nosníveis com bivalves.
Ostracodes
As altas taxas de recuperação de ostracodesno Membro Teresina mostra que neste caso o
46
desenvolvimento do grupo foi favorecido peloambiente de águas rasas, com maior disponibilidade de carbonatos e maior estabilidade em ter
mos de temperatura e oxigenação que os sistemas mais profundos do Membro Serra Alta.
Para os ostracodes, a salinidade tem controle significativo no grau de ornamentação ecalcificação de suas carapaças, bem como para adiversidade e abundância específicas.
° grau de calcificação dos ostracodes estádiretamente relacionado às condições físicoquímicas durante a ecdise; assim, em ambientesupersaturado em carbonatos e com baixapressão do CO2 dissolvido, os ostracodes serãobem calcificados com ornamentação forte. Poroutro lado, num meio com maior solubilidadede carbonatos (sob elevada pressão do COz dis-
Rev. IG São Paulo, 17(1/2),33-54, jan./dez./1996
ESTAMPA 9
OOGÔNIOS DE CARÓFITAS
Figs. I a 4 Leonardosia langei (XlOO) Vista lateral; Procedência: afloramento situado às margens daRepresa Xavantes, noroeste de Fartura (SP).
solvido, abundância de RC03 e tendência ácida)a maior demanda fisiológica para rápida construção da carapaça, reflete no aparecimento deformas pouco ca1cificadas e com fraca ornamentação (COIMBRA & MOURA, s.d.).
De acordo com COIMBRA & MOURA
(op. cit.), ostracodes marinhos apresentam maiorcomplexidade das carapaças, com ornamentaçãoforte, tubérculos oculares e porocanais normaiscrivados, enquanto ostracodes du1ceaqüícolas,por sua vez, apresentam carapaças frágeis elisas. Os morfotipos recuperados no MembroTeresina são pouco ornamentados (lisos ou fracamente reticulados), característica mais compatível com formas mixohalinas.
A reticulação, segundo BENSON (1969apud TOLDERER-FARMER, 1985), representaria reforço da carapaça, estando sua intensidade relacionada com a elevação da salinidade(e.g., SANDBERG, 1969 e BENSON, 1969
apud TOLDERER-FARMER, 1985). Assim,a fraca reticulação observada nos morfotipos recuperados na Pedreira de PauPreto (FIGURA 3) e na Pedreira velha deTaguaí (MARANRÃO, 1995, figo 29) reforça ahipótese de águas mixohalinas.
Por outro lado, a maioria dos grupos demicrofósseis, não apresenta meios seguros parao reconhecimento dos elementos autóctones e
alóctones, entretanto, para os ostracodes asavaliações da composição ontogenética das populações, são critérios importantes para observações dessa natureza. O crescimento dos ostracodes ocorre por sucessivas ecdises até atingir amaturidade, o organismo passa normalmente poroito estágios (instares), definidos pelas características de tamanho, forma e ornamentação dascarapaças. Assim, a fossilização dos diferentestaxa, compreende o registro de uma série de valvas de diversos tamanhos, formas, pesos e propriedades hidrodinâmicas, de modo que qual-
47
Rev. IG São Paulo, 17(112), 33-54,jan./dez./1996
quer espécie representada por proporções equivalentes de toda seqüência ontogenética ou desua maior parte, pode ser considerada autóctone(WHATLEY,1988).
Na Pedreira de Pau Preto, a recuperação deproporções equivalentes da maior parte daseqüência ontogenética do gênero I espécie I,gênero 2 espécie I e gênero 3 espécie I, evidencia caráter autóctone dessa assembléia, caracterizando-a como do Tipo 1, conforme histogramas propostos por WHATLEY (op. cit.), pararepresentar as características da população, faceos regimes de energia.
Além disso, a maioria dos ostracodes temsuas carapaças imediatamente desarticuladas,quando do processo de ecdise e sob qualquergrau de turbulência. Desta forma, para uma população fóssil, a associação de porcentagenssignificativas de carapaças articuladas, em estágios ontogenéticos iniciais, caracteriza elevadataxa de mortalidade que, provavelmente, resultou de condições ambientais desfavoráveis.
Como exemplo, em Weymouth (Inglaterra)em ambientes de baixa energia da fáciesCorrallian do Oxfordiano Superior, são encontrados estratos delgados de arenitos grossos eoolíticos, onde 75% a 90% de carapaças articuladas de ostracodes jovens indicam alta mortalidade por soterramento rápido, durante tempestades, que acarretam o aporte de materialarenoso (WHATLEY, 1983a apud WHATLEY,1988).
Por analogia, a análise populacional dosostracodes da Pedreira de Pau Preto, que seencontram em grande número em estágios juvenis (com carapaças articuladas) permite inferirmudanças na taxa de sedimentação com correspondente aumento nos índices de mortalidade.As estruturas hummoeky, presentes nestaseqüência, comprovam mudanças repentinas deenergia.
Outro aspecto a ser ressaltado é a importância da vegetação (principalmente algas) na distribuição dos ostracodes, como tem sido demonstrado por vários autores, especialmente oseuropeus. Ostracodes fitais estão freqüentementeassociados com algas como Laminaria,Caulerpa, Vidalia e algas calcárias, cada plantaabriga uma assembléia diferente das demais(COIMBRA & MOURA, s.d.). Durante as coletas realizadas, foram recuperadas duas assembléias desse tipo, no afloramento situado naestrada de Angatuba para a Rodovia RaposoTavares, a 1,5 km da entrada desta cidade(FIGURA 4) e no afloramento situado na estradavicinal para o bairro Bocaina, no sentido Tejupá,2km do trevo de Taguaí (MARANHÃO, 1995,
48
fig_ 30B); nestes locais os ostracodes estão associados a esteiras algáceas, tratando-se, provavelmente, de formas fitais caracterizadas por carapaças alongadas, lisas e pouco calcificadas.
Ictiofósseis
Os paleoniscídeos responsáveis pelas concentrações de restos isolados são os fósseis melhor representados em termos de freqüência e variedade, tanto na Formação Corumbataí como naFormação Estrada Nova (Membro Serra Alta).
Entretanto, o transporte dos ictiofósseis éevidente pela grande quantidade de elementosexoesqueletais isolados distribuídos por todaseqüência, em contraposição a raros peixes completos (DUNKLE & SCHAEFFER, 1956 eSILVA-SANTOS, 1991). Isto pode ser observado nos bone beds do afloramento do km 161,5da Rodovia Castello Branco (FIGURA 5) e daexposição da Fazenda Itaoca (FIGURA 6), ondeconcentrações de dentes e escamas ocorrem nasdepressões das marcas onduladas, denotando aação de fluxos oscilatórios de tempestades. Emapoio a essa conclusão, no primeiro afloramentocitado, SIMÕES & ROHN (1996) registraram aconcentração de sedimentos fosfatizados emcontato erosivo com siltitos atribuindo sua
gênese a processos erosivos, provavelmente,associados às correntes de tempestades.
Estudos realizados na Formação EstradaNova (no Rio Grande do Sul), comprovaram queas ictiofaunas encontradas são constituídas de
elementos parautóctones e autóctones.WÜRDIG-MACIEL (1975) chamou a atençãopara a associação Xenaeanthus com dentes eescamas de paleoniscídeos o que, na suaopinião, poderia atestar "uma carga transportadade ambiente continental para o interior de umabaía ou de um mar interno". RICHTER et aI.(1985) analisando a ictiofauna do Intervalodenominado I1b (equivalente às formações Irati,Serra Alta e Teresina), observaram mistura defaunas, com elasmobrânquios de águas docesassociados com gêneros interpretados comomarinhos (Orodus e Ctenaeanthus).
Assim, na opinião de RICHTER et aI. (op.eit.) os restos dispersos de paleoniscídeos "sãobons indicadores da energia paleoambiental,porém nada podem indicar, neste estágio de conhecimentos, a respeito da paleo-salinidade".
Pelos aspectos bioestratinômicos discutidos,as ictiofaunas das formações Corumbataí eEstrada Nova (em São Paulo e no Rio Grandedo Sul), têm origem mista, reduzindo a confiabilidade do emprego desses fósseis em reconstruções paleoecológicas.
Rev. IG São Paulo, 17(112), 33-54,jan.ldez.l1996
Oogônios de Carófitas
A presença de oogônios decarófitas naFormação Corumbataí (RAGONHA &SOARES, 1974) é forte argumento dospesquisadores que defendem a hipótese deambiente límnico. Entretanto, a salinidade não éo único fator limitante para o estabelecimentodessas algas. Pois, como bem colocado porROHN (1994), "as carófitas não foram registradas na Formação Rio do Rasto, onde ascondições teriam sido realmente límnicas".
Tratando-se de microfósseis deve-se consi
derar o efeito do transporte, conforme FÜRSICH(1994) oogônios de carófitas são facilmentetransportados para o mar. Exemplos atuais relacionados por BURNE et aI. (1980) mostramocorrências de carófitas em ambientes com sali
nidades superiores a 20%0 e até em lagos onde osvalores situavam-se em torno de 70%0. Esses
autores constataram que, em alguns lagos australianos com deposição de evaporitos, o desenvolvimento das carófitas ocorre nas margens,onde a interface com água doce é maior. Assim,nesses locais, isolados por barreiras do corpoaquoso principal, os oogônios são produzidos eposteriormente transportados para o lago salino.
O transporte por fluxos de alta energia(água doce) pode explicar o aporte de oogôniosproduzidos em áreas mais marginais, associadoscom formas jovens de bivalves, no nível FA-15,do afloramento às margens da Represa Xavantes(MARANHÃO, 1995, figs. 33A e 33B). A altaporcentagem de espécimes de bivalves com valvas articuladas fechadas evidencia seu rápidosoterramento, impedindo a desarticulação dosmesmos. Portanto, os oogônios de carófitas isoladamente não são bons indicadores da paleosalinidade, sendo que sua ocorrência mostraalguma influência de água doce num contextopaleoambiental.
BIVALVES
Na elaboração das hipóteses sobre os paleoambientes do Grupo Passa Dois, muitas controvérsias têm surgido, decorrentes de confusõesconceituais entre estoque ancestral que deuorigem aos bivalves e ambiente de sedimentação,conforme enfatizado por MENDES, 1961.
BEURLEN (1954, 1957) admitiu a hipóteseda migração de ancestrais marinhos para umabacia geograficamente isolada. Conforme estaconceituação RUNNEGAR & NEWELL (1971)compararam a história dos bivalves da Bacia doParaná à evolução da malacofauna do MarCáspio no Cenozóico Superior. Nesta linha de
raCiOCllllO, as faunas de São Sepé (RS) eGuiratinga (MT), do Grupo Tubarão, possuemformas similares às do Grupo Passa Dois donorte da Bacia do Paraná, embora mais antigas,como salientado por SIMÕES (1992). Assim, deacordo com este autor (op. cit.), "podem representar assembléias em parte predecessoias dasfaunas de pelecípodes do Grupo Passa Dois,intermediárias entre estas e os estoque marinhosencontrados no Grupo Tubarão (SubgrupoItararé e Formação Rio Bonito) ... "Considerando-se que a fauna do Grupo PassaDois originou-se da evolução de gêneros marinhos, sob condições restritas, os bivalvesatribuídos aos gêneros Pyramus (RUNNEGAR& NEWELL, op. cit.) e Cypricardinia(SIMÕES & FITTIPALDI, 1989) representariam formas adaptadas a tais condições. É ocaso, também, das espécies atribuídas porROCHA-CAMPOS et aI. (1990) a PyramusDana, Vacunella Waterhouse e Praeundulomya(?) Dickins, gêneros típicos do Permiano marinho da Austrália, encontrados na RodoviaCastello Branco, 200m antes do km 165. Nestesentido, SIMÕES & ANELLI (1995) revisaramparte dessa fauna, atribuindo as formas denominadas como Vacunella ao gênero endêmicoRunnegariella.
Outra questão importante é o condicionamento dos bivalves às litofácies. De acordo com
MENDES (1952) na Zona Pinzonella neotropicaos fósseis estão dispostos em forma de coquinase na Zona Pinzonella illusa situados em umbanco de arenito. Contudo, estudos bioestratinômicos realizados nestas assembléias porSIMÕES et ai., 1994; TORELLO & SIMÕES,1994; SIMÕES, 1996; SIMÕES et ai., 1996,permitiram interpretá-Ias como concentraçõesgeradas por episódios de tempestades. As novasocorrências registradas neste trabalho reforçamas interpretações dos autores acima mencionados. Por exemplo, na estrada para a FazendaSantana do Urucaia a 6 km do trevo de Rio Claro
(SP), os bivalves da Assembléia Pinzonellaillusa ocorrem numa fácies de arenito fino(MARANHÃO, 1995, figo 19), ao passo que emoutros níveis dessa estrada formam coquinas.
Situação similar foi observada naAssembléia Pinzonella neotropica, onde osbivalves estão concentrados em coquinas noafloramento de Camaquã (MARANHÃO, op.cit., figo 21) enquanto, numa seção a nordeste,aflorante na Rodovia Padre Donizetti (distante 7km do trevo Santa Cruz das Palmeiras), os bioclastos, na porção média da seqüência, formamcoquinas e mais próximo ao topo distribuem-seesparsamente em siltito cinza (MARANHÃO,op. cit., figo 14). Por outro lado, no afloramento
49
Rev. IG São Paulo, 17(1/2), 33-54,jan.ldez.l1996
situado às margens da Represa Xavantes(Membro Teresina), os bivalves da AssembléiaPinzonella neotropiea ocorrem numa fácies decalcarenito coquinóide (MARANHÃO, op. eit.,figs. 33A e 33B).
Assim, as variações observadas nasAssembléias Pinzonella illusa e Pinzonella
neotropiea são decorrentes das condiçõeshidrodinâmicas (ROHN, 1994; MARANHÃO,1995) e das taxas de sedimentação (SIMÕES,1996), não estando relacionadas as litologias.
Portanto, nas formações Corumbataí e EstradaNova, as assembléias são parautóctones a alóctones e embora de interesse para correlação bioestratigráfica, não podem ser utilizadas em interpretações paleoecológicas, sem o conhecimentoprévio das condições bioestratinômicas.
CONCLUSÕES
A pesquisa efetuada em af1oramentos dasformações Corumbataí e Estrada Nova, localizados em áreas paleontologicamente pouco conhecidas, como as regiões nordeste, centro-sul esudoeste do Estado, geraram dados significativos sobre a distribuição dos macro e ITIÍcrofósseis nessas unidades.
o As espículas de espongiários são abundantes na porção média da FormaçãoCorumbataí. Na Formação Estrada Nova suaocorrência está relacionada aos níveis arenosos
do topo do Membro Serra Alta, com poucasocorrências significativas no Membro Teresina.
o Ostracodes ocorrem esporadicamente naporção média da Formação Corumbataí e topodo Membro Serra Alta. A partir do Centro-Sulaté o Sudoeste do Estado, tomam-se mais freqüentes no Membro Teresina, onde apresentamse com carapaças fechadas, fortemente cimentadas ou com valvas isoladas silicificadas. Naspedreiras da região de Taguaí (pedreira velha ede Pau Preto) a alta porcentagem de estágiosjuvenis, com carapaças articuladas, permiteinferir altas taxas de mortalidade, resultante doaumento na taxa de sedimentação, associado aeventos de tempestades.
o Os ictiofósseis estão dispersos por toda aseqüência das formações Estrada Nova eCorumbataí, desde o nordeste da bacia asudoeste do Estado. Em alguns níveis, as acumulações constituem bone beds, como nos af1oramentos do Membro Serra Alta expostos entrekm 161,5 e 162 da Rodovia Castello Branco. Arecuperação de microfósseis nesses níveisincluiu quantidades apreciáveis de dentes depaleoniscídeos associados a escamas, coprólitose prováveis fragmentos biogênicos.
50
o A recuperação de microfósseis naFormação Estrada Nova é expressiva, com altasporcentagens de ictiofósseis e ostracodes,enquanto a microfauna recuperada na FormaçãoCorumbataí é menos diversificada, destacandose pelo conteúdo elevado de espículas deespongiários. '
o Análises bioestratinômicas das novasocorrências das Assembléias Pinzonella illusa e
Pinzonella neotropica indicam condições desedimentação episódica, sendo tais depósitosinterpretados como tempestitos.
o O zoneamento proposto por MENDES(1952) é válido nos diversos pontos do Estadode São Paulo.
o Nas formações Estrada Nova eCorumbataí, estudos bioestratinômicos sãoimprescindíveis, para quaisquer análises paleoecológicas, pois a maioria das assembléiasfósseis não correspondem a deposições in situo
o Excetuando-se a presença de foraminíferoscalcários (CAMPANHA, 1989) e fragmentosinterpretados como de ofiuróides (neste trabalho), a ausência de fósseis tipicamente marinhos(Brachiopoda, Bryozoa etc.), exclui a possibilidade do ambiente ter sido de mar aberto. As
ocorrências esporádicas daqueles organismosnão necessariamente implicariam em proximidade ao mar. Por exemplo, GOUDIE & SPERLING (1977) registraram foraminíferos marinhos nas dunas no deserto de Thar, na Índia, queforam transportados pelo vento por uma distância de 800km da costa. As evidências favorecem
a interpretação de que esses ambientes constituiram-se de corpos de águas isoladas, na maiorparte de sua história, para o intervalo de tempoaqui discutido, na Bacia do Paraná.
AGRADECIMENTOS
A autora agradece aos geólogos daPETROBRÁS Paulo da Silva Milhomem,Mitsuru Arai e Dr. Rodolfo Dino, pelo auxílionas várias etapas de análises micropaleontológicas desenvolvidas durante a tese de doutorado, eà Drª Gianna M. Garda, do Instituto Geológico,pela revisão preliminar do texto. A autoraconsigna ainda sinceros agradecimentos aos técnicos Sebastião Anésio Danetto, do Instituto deFísica da UNESP, Campus de Araraquara, e àLigia Feijó, do SEBIPE (CENPES) pelasinúmeras horas dispensadas para a realização dasfotomicrografias. A presente pesquisa contoucom o apoio financeiro da FAPESP (ProcessoGeologia 91/1346-7) e CNPq (Processo400305/92-5), além do suporte oferecido pelaPETROBRÁS na execução de toda documentação das fotomicrografias dos ostracodes.
Rev. IG São Paulo, 17(1/2), 33-54, jan./dez./I 996
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, F.F.M. de & MELO, M.S. 1981.A Bacia do Paraná e o VulcanismoMesozóico. In: ALMEIDA, F.F.M. et a!.1981. Mapa Geológico do Estado de SãoPaulo. Escala 1:500.000 IPT/DMGA, p.46-81.
ARAI, M. 1980. Contribuição dos pólensestriados na bioestratigrafia neopaleozóicada parte NE da Bacia do Paraná. Boletimdo IG/USP, 11:125-135.
ARAI, M. & DINO, R. 1995. Análisepalinológica de três amostras de superficieda Formação Corumbataí. Centro dePesquisas e Desenvolvimento LeopoldoA. Miguez de Mello. Superintendência dePesquisa de Exploração e Produção.Divisão de Exploração. Setor deBioestratigrafia e Paleoecologia.(Comunicação interna)
BERGQVIST, P.R. 1978. Sponges.HUTCHINSON & CO. London. 268p.
BEURLEN, K. 1954. Algumas observaçõessobre a associação faunística das camadasTeresina (Série Passa Dois) do Paraná.Curitiba, Arquivo do Museu Paranaense Nova Série, Geologia 1:1-20.
BEURLEN, K. 1957. Faunas salobras fósseis eo tipo ecológico-paleogeográfico dasfaunas gonduânicas no Brasil. Anais daAcademia Brasileira de Ciências,29(2):229-241.
BURNE, R.V.; BAULD, 1. & DE DECKKER,P. 1980. Saline lake charophytes andtheir geological significance. Journal ofSedimentary Petrology, 50(1): 281-293.
CAMPANHA, V.A. 1989. O conteúdomicropaleontológico do PermoCarbonífero da Bacia do Paraná à luz de
uma "Facies-cyc1e wedge". In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PALEONTOLOGIA, 11., 1989, Curitiba. Resumodas Comunicações ... Curitiba: SBP, p. 37.
COIMBRA, J.C. & MOURA, J.A. s.d.Ostracodes. Rio de Janeiro,PETROBRÁS/CENPES, 26p.
DAEMON, R.F. & QUADROS, L.P. 1970.Bioestratigrafia do Neopaleozóico da Baciado Paraná. In: CONGRESSOBRASILEIRO DE GEOLOGIA, 24.,1970,Brasília. Anais ... Brasília: SBG. p. 359-412.
DUNKLE, D.H. & SCHAEFER, B. 1956.Preliminary description of a paleoniscidfish from the Late Paleozoic ofBrazil. São
Paulo, Boletim da Faculdade de FilosofiaCiências e Letras da USP, 193(12): 5-22.
FLÜGEL, E. 1982. Microfacies analysis oflimestones. Berlin, Springer-Verlag:633p.
FULFARO, V.J. 1964. A FormaçãoCorumbataí nos arredores de Conchas,Estado de São Paulo. São Paulo, Boletimda Sociedade Brasileira de Geologia,13(1/2): 43-53.
FULFARO, V.J. 1970. Contribuição àgeologia da região de Angatuba, Estadode São Paulo. Rio de Janeiro,DNPM/DGM, 83p. (Boletim 253)
FÜRSICH, F.T. 1994. Palaeoecology andevolution of Mezoic salinity-control1edbenthic macroinvertebrate associations.Lethaia,26:327-346.
GORDON Jr., M. 1947. Classificação dasformações gondwânicas do Paraná, SantaCatarina e Rio Grande do Sul. Rio de
Janeiro, DNPM, Divisão de Geologia eMineralogia. 19p. (Notas Preliminares eEstudos, 38).
GOUDIE, A.S. & SPERLING, C.H.B. 1977.Long distance transport of foraminiferaltestes by wind in the Thar Desert,Northwest India. Journal ofSedimentology Petrology, 47(2): 630-633.
HUENE, F. von 1928. Aphorismen über diestratigraphie des brasilianischen StaatesSão Paulo. Stuttgart, Centralblatt fürMineralogie, Geologie und Paleontologie,Abt. A: 524-531.
LANDIM, P.M.B. 1970. O Grupo Passa Dois(P), na bacia do rio Corumbataí (SP). Riode Janeiro, DNPM, Divisão de Geologia eMineralogia. 103p. (Boletim, 252).
LELLIS, H.S. 1970. Contribuição a geologiada região de Pereiras-Cesário LangeBofete, Estado de São Paulo. São Paulo,Instituto de Geociências/USP. 70p.(Dissertação de Mestrado). Inédita.
MARANHÃO, M.S.A.S. 1986. Contribuiçãoao conhecimento da malacofauna dascamadas basais da Formação Corumbataí(Permiano), Estado de São Paulo. SãoPaulo, Instituto de Geociências/USP. 88p.(Dissertação de Mestrado). Inédita.
MARANHÃO, M.S.A.S. 1995. Fósseis dasformações Corumbataí e Estrada Nova doEstado de São Paulo: subsídios ao
conhecimento paleontológico e
51
Rev.1G São Paulo, 17(1/2), 33-54,jan./dez./1996
biaestratigrájica. São Paulo, Instituto deGeociências/USP. 2v. (Tese deDoutorado). Inédita.
MARQUES-TOIGO, M. 1988. Palinalagia,Biaestratigrafia e Paleaecalagia daNeapaleazóica da Bacia da Paraná nasestadas da Ria Grande da Sul e Santa
Catarina. 209p. (Tese de Doutorado).Inédita.
MELLO E SOUSA, S.H. de 1985. Fáciessedimentares das Farmações Estrada Navae Carumbataí na Estada de São.Paulo.. São
Paulo, Instituto de Geociências/USP. 142p.(Dissertação de Mestrado). Inédita.
MENDES, J.c. 1945. Considerações sobre aestratigrafia e idade da Formação EstradaNova: São Paulo, Baletim da Faculdadede Filasafia, Ciências e Letras/USP,50:27-34. (Geologia 2)
MENDES, J.c. 1949. Novos lamelibrânquiosfósseis da Série Passa Dois, sul do Brasil.Rio de Janeiro, DNPM/DGM, 40p.(Baletim 133).
MENDES, J.c. 1952. A Formação Corumbataína região do rio Corumbataí (estratigrafiae descrição dos lamelibrânquios). SãoPaulo, Baletim da Faculdade de Filasajia,Ciências e Letras/USP, 145: 119p.(Geologia 8).
MENDES, J.c. 1961. Algumas consideraçõessobre a estratigrafia da Bacia do Paraná.Baletim Paranaense de Geagrafia,Curitiba, (4/5):3-33.
MENDES, J.C. 1962. Lamelibrânquiospermianos do oólito de Angatuba, Estadode São Paulo; Formação Corumbataí SãoPaulo, Baletim da Saciedade Brasileira deGealagia, 11(1):37-56.
MEZZALIRA, S. 1957. Ocorrênciasfossilíferas novas da Série Passa Dois na
região Limeira-Rio Claro-Piracicaba. SãoPaulo, Baletim da Saciedade Brasileira deGealagia,6(2):37-58.
MEZZALIRA, S. 1966. Considerações sobrenovas ocorrências fossilíferas no Estadode São Paulo. Rio de Janeiro, Anais daAcademia Brasileira de Ciências,38(1 ):65-72.
MEZZALIRA, S. 1980. Bioestratigrafia doGrupo Passa Dois no Estado de SãoPaulo. São Paulo, Revista da Instituto.Gealógica,I(1):15-34.
MEZZALIRA, S.; MENDES, J.C. &MARANHÃO, M.S.A.S. 1990. Anhem-
52
bia: novo gênero de bivalve do GrupoPassa Dois - Permiano. São Paulo, Revistado. Instituto. Gealógica, 8/1 O, 11(l ):51-54.
RAGONHA, E.W. 1978. Chandrichtchyes daMembro Taquaral (Farmaçãa Irati) naEstada de São. Paulo.. São Paulo; Institutode Geociências/USP. 65p. (Dissertação deMestrado). Inédita.
RAGONHA, E.W. 1984. Taxianamia de dentese espinhas isaladas de Xenacanthadii(Chandrichthyes, Elasmabranchii) daFarmaçãa Carumbataí: cansideraçõescranalógicas e paleaambientais. SãoPaulo, Instituto de Geociências/USP.166p. (Tese de Doutorado). Inédita.
RAGONHA, E.W. 1987. Coprólitosespiralados da Formação Corumbataí. In:CONGRESSO BRASILEIRO DEPALEONTOLOGIA, 10., 1987, Rio deJaneiro. Anais ... Rio de Janeiro: SBP, v.l,p.307-313.
RAGONHA, E.W. & SOARES, P.C. 1974.Ocorrências de carófitas fósseis na
Formação Estrada Nova em Anhembi(SP). In: CONGRESSO BRASILEIRODE GEOLOGIA, 28.,1974, Porto Alegre.Anais ... Porto Alegre: SBG, v.2, p. 271275.
RICHTER, M. 1981. Estuda marfalógica ebiaestratigráfica de escamas dapaleaictiafauna da Grupo. Passa Dais(permiana), Brasil. Porto Alegre, Institutode Geociências/UFRS. 151p. (Dissertaçãode Mestrado). Inédita.
RICHTER, M.; PICCOLI, A.E.M.& SOUZALIMA, M.C.F. 1985. Variaçãomorfológica de restos de paleoniscídeos(Pisces) no Permiano da Bacia do Paraná.In: CONGRESSO BRASILEIRO DEPALEONTOLOGIA, 8., 1985, Rio deJaneiro. Série Gealagia, 27 (Paleontologia/Estratigrafia), Rio de Janeiro: MMEDNPM,111-122.
ROCHA-CAMPOS, A.C.; SIMÕES, M.G. &MATOS, S.L.F. de 1990. Uma novaassembléia de Bivalves da FormaçãoTeresina (Neopermiano), Estado de SãoPaulo. In: CONGRESSO BRASILEIRODE PALEONTOLOGIA, 36., 1990, Natal.Baletim de Resumas. Natal: SBG, p. 30.
ROHN, R. 1994. Evaluçãa ambiental daBacia da Paraná durante a Nea
permiano. na leste de Santa Catarina eda Paraná. São Paulo, Instituto deGeociências/USP, 386p. (Tese deDoutorado). Inédita.
Rev. 10 São Paulo, 17(1/2), 33-54.jan./dez./1996
ROHN, R.; MARANHÃO, M.S.A.S.;FAIRCHILD, T.R.; MELLO E SOUSA,S.H.; SIMÕES, M.G. & HIRUMA, S.T.1995. Lito e Biofácies, Paleoambientes eEstratigrafia da Formação Teresina(Permiano Superior) às margens daRepresa Xavantes. In: SIMPÓSIO DEGEOLOGIA DO SUDESTE, 4., 1995,Águas de São Pedro. Boletim de Resumos.Águas de São Pedro: SBG, p.62.
RUNNEGAR, B. & NEWELL, N.D. 1971.Caspian-like relict molluscan fauna in theSouth American Permian. New York,Bulletin of American Museum of NaturalHistory, 146(1):5-66.
SILVA-SANTOS, R. da. 1991. Paleonisciformesdo Estado de São Paulo. In: CONGRESSOBRASILEIRO DE PALEONTOLOGIA,12., 1991, São Paulo. Boletim de Resumos.São Paulo: SBP, p. 11.
SIMÕES, M.G. 1992. PelecÍpodes daFormação Palermo (Permiano) de SãoSepé (RS) e Guiratinga (MT): implicaçõesna evolução da fauna Neopaleozóica daBacia do Paraná, Brasil. São Paulo,Instituto de Geociências/USP. 286p. (Tesede Doutorado). Inédita.
SIMÕES, M.G. 1996. Pelecypod taphofaciesof the Corumbataí Formation (LatePermian), in central São Paulo State,Paraná Basin, Brazil. In: CONGRESSOBRASILEIRO DE GEOLOGIA, 39.,1996, Salvador. Anais ... Salvador: SBG,v.2, p. 298-300.
SIMÕES, M.G. & ANELLI, L.E. 1995.Runnegariella, um novo gênero demegadesmidae (Pelecypoda) da FormaçãoCorumbataí (Neopermiano), Bacia doParaná, Brasil. Geociências, São Paulo,14(2):161-173.
SIMÕES, M.G. & FITTIPALDI, F.C. 1989. Apresença de Cypricardinia Hall, 1859(Mollusca: Bivalvia) em sedimentospermianos da Bacia do Paraná e suasimplicações paleogeográficas. In:CONGRESSO BRASILEIRO DEZOOLOGIA, 16., 1989, João Pessoa.Resumos. João Pessoa: SBZ, p. 150.
SIMÕES, M.G. & ROHN, R. 1996. On thesignificance of a phosphaic concentrationat Serra Alta Formation (Passa DoisGroup, Late Permian), Paraná Basin,Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRODE GEOLOGIA, 39., 1996, Salvador.Anais ... Salvador: SBG, p. 295-297.
SIMÕES, M.G., TORELLO, F.F. & ROCHACAMPOS, A.C. 1994. Proximal stormshell beds or coquinas in the CorumbataíFormation (Pinzonella illusa Assemblage,Late Permian), in Rio Claro, SP, ParanáBasin, Brazil. In: CONGRESSOBRASILEIRO DE GEOLOGIA, 38.,1994, Balneário de Camboriú. Boletim deResumos Expandidos. Balneário deCamboriú: v. 3, p. 226-227.
SIMÕES, M.G.; TORELLO, F.F. & ROCHACAMPOS, A.C. 1996. Gênese eclassificação da Coquina de Camaquã,Formação Corumbataí (Neopermiano), naRegião de Rio Claro, SP. Anais daAcademia Brasileira de Ciências,
68(4):545-555.SOHN, I.G. & ROCHA-CAMPOS, A.C. 1990.
Late Paleozoic (Gondwana) Ostracodes inthe Corumbataí Formation, Paraná Basin,Brazil. Journal of Paleontology64(1):116-128.
SOMMER, F.W. 1954. Carófitas fósseis doPérmico do Paraná. In: LANGE, F.W. etai. (Eds.). Paleontologia do Paraná.Curitiba, Comissão de Comemorações doCentenário do Paraná: 134-188. (VolumeComemorativo do 1Q Centenário do
Estado do Paraná).
TOLDERER-FARMER, M. 1985. Casualitédes variations morphologiques de Iacarapace chez les ostracodes. Essaid'interprétation sur des populationsactuelles et fossiles. Thêse 3-eme cycle,Bordeau I, nQ 2099, 285p.
TORELLO, F.F. & SIMÕES, M.G. 1994.Características tafonômicas daAssembléia Pinzonella illusa Reed,Formação Corumbataí (Neopermiano),Bacia do Paraná, Brasil. Acta GeológicaLeopoldensia,17(39/1):159-173.
VIEIRA, A.J. 1973. Geologia do centro enordeste do Paraná e centro-sul de SãoPaulo. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE GEOLOGIA, 27., 1973, Aracaju.Anais ... Aracaju: SBG, v.3, p. 259-277.
WASHBURNE, C.W. 1930. Petroleumgeology of the state of São Paulo, Brasil.São Paulo, Commissão Geographica eGeologica, 282p. (Boletim 22)
WHATLEY, R.C. 1988. Population structureof ostracods: some general principIes forthe recognition of paleoenvironments. In:P. de Deckker, l.P. Colin & J.P.Peypouquet (Eds.). Ostracoda in the EarthSciences, Elsevier, Amsterdam, 245-256.
53
Rev. IG São Paulo, 17(1/2), 33-54,jan.ldez.l1996
WÜRDIG-MACIEL, N.L. 1975. Ichtiodontes eichtiodorulitos (Pisces) da FormaçãoEstrada Nova e sua aplicação naestratigrafia do Grupo Passa Dois. PortoAlegre, Pesquisas, 5:7-83.
ZAINE, M.F. 1980. Uma barreira geográficano Paleozóico Superior na região deFartura, SP. São Paulo, Instituto deGeociências/USP. 89p. (Dissertação deMestrado). Inédita.
Endereço dos autores:Maria da Saudade A.S. Maranhão - Instituto Geológico/SMA, Av. Miguel Stéfano 3.900, Caixa Postal 2972, CEP 04301-903, São Paulo, SP,Brasil.
Selembrino Pelri -Instituto de Geociências/USP, Caixa Postal 29.899, CEP 01498-970, São Paulo, SP, Brasil.
54