Nova Escola Producao Textual
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8/9/2019 Nova Escola Producao Textual
http://slidepdf.com/reader/full/nova-escola-producao-textual 1/52
A R E V I S T A D E Q U E M EDUCA
EDICÃOESPECIAL
.i**
professor
nascido nos
Estados Unidos.
Falar com
: docinhos :: parafestas
em geral.Encomendas :
: com três~ ~ - C Y L S I U n'LhW Y n$r?.,.*i
,-
I", w??"L!1-
1 4 2 - -
diasdeI
: 1antecedência. I
ICilene. II
itaçáo de trabalho s escolares ik'kssado s entrar em conta
co m Kátia.
W m a iWbina Brana..- I
odamrnh
. -..--,- 5 s . - L
Ler, planejar, escrever, revisar, reescrever,..=ggz;z-Tudo o que seus alunos precisam saber para ZS3'Lrr..&
= *
redigir com coerência, coesãi 2 criatividade Eizzz
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secões reportagens7 CARO EDUCADOR 12 EXREVER DEVERDADE
9 FALA, MESTRE1Mirta Torres Oque aturma precisasaber para redigir boascomposições
54 ESTANTE18G~NEROS,OMO USAR
Exploreas caracteristicasdosdiferentestipos de texto58ARTIGOMárciaV Fortunato
OQUE i PARIIQUE(M)
Projetosdidáticosgarantemproduçõesde qualidade
32OQUECADAUM SABE
Conheçao nível dos estudantes para saber o que trabalhar
t PARAESCREVERcomo bons autores podem inspirar ameninada
38h
A REESCRT~ u d a r narradorda nistóriaé umcaminhopara aautoria
RAIO1
Leitura e resumosao procedimentosessenciaispara estudar
FotoDerc/li0~GRAOECIMEMOSA EATRIZGOUVEIAEA PROFESSOU.LAUDIA TONDATO, DA EMEF PROFESX>R ROSALVITO
:OBRA, DE SAOCAETANOW SUL,SP
45 HORA APERFEICOIRevisar d b produçõesé UIII meiode conquistara autonomia
48 DEOWONATELAA utilidadedocomputador no processode revisão
51 UÇAOOEMESTRESeguir o estilo deautores profissionaisajuda a escrever melhor
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.............................................................................................................................................................................
Caro educador
Fundador: V I C iO R C M T A(1907-1990)
Presidente: Roberto C in taDiretora Executiva: Angela Dannemann
Conselheiros: Roberb CMia, G i a n d o PrancescoCivita,V i c m Civik, RoberiaAnamaria Civila,
Maria Antonia MagalhHesCivita, Claudio de Moura Castro,Jorge GerdauJohannpeter, José AugustoPinto Moreira,
MarcosMagaihHa e Mauro CaiIian
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PRODUÇÃODETEXTO
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Dedgner: AliceVaxoncellosColaborou nesta edição: PauloKaiser (reviao)
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IMWSSA NA D m O &KA DAEDITORA *BRIL .
Av. Otaviano Alver da U m 400. CEP 2909.900
ma do6.aohuio. SP
MARÇO, 2010
Escrever mesmo
A reocupação com a qualidade do
ensino 6 cada vez maior em nosso
país, certo? Em parte por causa das ava-
liações externas (que mostram qu e os
alunos têm desempenho muito abaixo
do esperado nas duas disciplinas), em
parte por causa dos indicadores de alfa-
betismo funcional (que insistem em se
manter muito elevados, confirmando
que os brasileiros adultos não conseguem
ler, escrever e fazer contas com facilida-
de), em parte po r causa dos próprios in-dicadoresinternos das escolas (que reve-
lam altas taxas de repetência e um gran-
de número de crianças e jovens analfa-
betos ao fim do 7O , 8 O ou 9O ano).
Ao longo de 2009, NOVA ESCOLA
publicou um a série de reportagens
(acompanhadasde sugestões de ativida-
des) para ajudar os professores a traba-
lhar com seus estudantes os principais
conteúdos e procedimentos ligados àprodução de texto. Todo o material foi
I revisado e complementado para montar
este especial. Entrevista, artigo e repor-
tagens sobre as pesquisas n a área e expe-
riências reais de sal: de aula ajudam a
entender por qu e 6 importante formar
alunos capazes de expressar as próprias
opiniões por meio da palavra escrita- ,
assim, construir um percurso como au-
tor. Sem dúvida, um a das mais impor-
tantes atribuições de toda escola.
Diretor de Redaçâo
www.ne.org.br Especial Produqão de Texto 7
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Fala, mestre
"0bomtexto é o que cumpreo propósitode quemo produznPesquisadora argentina defende que, para trabalhar com produção
textual, os professores também precisam ser bons leitores eescritores
ANA GONZAGA [email protected]
S ensinar as crianças a produzir tex-
tos de qualidade é um desafio, pre-
parar os educadores para realizar essas
tarefas 6 uma responsabilidade igual-
mente complexa e instigante. E é essa
missão que Mirta Torres tomou para di-
recionar sua ,carreira. Especialista em
didática da leitura e da escrita, ela já foi
diretora de Educação primária de Bue-
,nosAires e esteve à frente de vários pro-
gramas de melhoramento pedagógico.
Atualmente, coordena um grupo que
trabalha com a alfabetização de alunos
que foram reprovados ou entraram na
escola mais tarde e tambdm integra o
projeto Maestro +Maestro, que, preven-
do dois professores para cada sala de au-
la, visa diminuir as dificuldades de estu-
dantes do l0 grau, etapa em que se con-
centram osmaiores índices de repetência
no sistema argentino.
Apesar da pouca afinidade com a lín-
gua portuguesa, Mirta garante que sua
experiência pedagógica na Argentina po-
de ser bastante útil para os professores
qu e lidam com p rodu~ão e texto no
Brasil. "Valem o raciocínio e as estraté-
gias", diz ela, qu e concedeu esta entrevis-
ta por telefone ? NOVA ESCOLA de sua
residência, em Buenos Aires.
Comodefinir o que 6 uma produção
dequalidade?
MIRTA TORRES O escritor tem de te r
um propósito claro qu e o leve a escrever,
tal como prepararum texto para o semi-
nário ou um convite para um a festa.O
bom texto C aquele que cumpre o propó-
sito de quem o produz.
Para isso, o que é precisoser ensina-
doaos alunos?
MIRTA Diversos aspectos colaboram pa-
ra que sejam produzidos textos qualifica-
dos entre aceitáveise bons.A turma toda
deve ser incentivada a escrever dee
www.ne.org.br Especial Produgão de Texto 9
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mestre! MIRTA TORRES
e aneira habitual e frequente.Tal co- (CTmo um piloto de avião precisa acumular al como um pilotohoras de voo para ser hábil, um escritor
precisa somar muitas oportunidades dede avião precisa
&crita. Na prática, que; dizer que os es- acumu ar horas detudantes devem ser estimuladosa elabo-
rar perguntas sobre um tema estudado e VOO para ser h b ,resumir a matéria para passar a um cole-
ga qu ehtou.ão escritos menos ambi- um esc r i or precisaciosos, porém também exigem escrever,
ler e corrigir. Embora, em muitas situa- somar muitasções escolares de escrita, o texto não te-
nha outro propósito a não ser o de escre-
ver para aprender a escrita,C fundamen-
tal gerar condições didáticas com sentido
social. Elas devem garantir a construção
de produções contextualizadas, que ul-trapassem os muros da escola,como um a
solicitação po r escrito para o diretor de
um museu, de permissão para uma visi-
ta. Assim, antes de começar a escrever,
aprende-sequ e C preciso saber quem é o
leitor e as informações necessárias.
Porissoé ruimproporquese escreva
sobre um tema livre ou aberto, por
exemplo, "Minhas Ferias"?
MIRTA A escrita nunca deve ser livre.
Precisa ser produzida em um contexto,sempre. A psicolinguista argentina Emi-
lia Ferreiro caracteriza muito bem essa '
questão.Ela diz que "não há nada menos
livre do que um texto livre". Muitas coi-
sas incidem sobre qualquertexto: os pro-
pósitos qu e guiam a escrita, os destinatá-
rios e a situação comunicativa.As crian-
ças têm de aprender qu e o material deve
se refletir no leitor.
Como os educadores podem ajudar
os estudantesa refinar seus textos?
MIRTA Vou responder citando um caso
de alunos de 7 anos que estavam reescre-
vendo a história de Pinóquio. Eles dita-
vam para a professora:"Pinóquiocaiu no
mar e a baleia o engoliu.A baleia ficou
com Pinóquio em sua barriga durante
três dias e depois de três diasjogou Pin6-
quio na praia". Ela leu em voz alta o pa-
rágrafo, comentou qu e algo soava mal e
releu enfatizando o nome Pinóquio.
"Fala-se muitas vezes o nome Pinóquio",
oportunidadesde escrita. 11
concluíram. "Como poderíamos evitar
isso?: ela perguntou. Os pequenos suge-
riram correções:"Pinóquio caiu no mar
e a baleia o engoliu.A baleia ficou com
ele em sua barriga durante três dias e
depois de três dias o jogou na praia". De-
pois disso, a professora sugeriu qu e o
fragmento correspondentedo conto fos-
se relido, o qu e resultou na troca de bar-
riga por ventre.Para evitar a repetição da
expressão"três dias", foram propostas al-
gumas opções: "ao final desse tempo","logo","depois"e "então" As criançases-
colheram "logo". Assim que se chegou àterceira versão, um menino disse qu e al-
go soava mal, repetindo a expressão que
a docente já havia usado. Ele continuou:
"Quando Pinóquio cai no mar, trata-se
de um a baleia, um a baleia qualquer. De-
pois, quando ela carrega Pinóquio du -
rante três dias na barriga, no ventre, en-
tão é a baleia porque não se trata de um a
baleia qualquer".Então, foi reescrito: "Pi-
nóquio caiu no mar e um a baleia o en-
goliu. A baleia ficou com ele em seu
ventre durante três dias e logo o jogou
na praia".
Como a professora fez para que os
alunos incorporassemessa prática?
MIRTA Durante a produção, ela recor-
dou com a turma como e por que havia
sido substituído o nome Pinóquio a fim
de que fosse elaborada um a regra geral,
registrada no caderno: "Quando se fala
em um personagem e o leitor sabe qu e
se fala dele,não C necessário escreverseu
nome. Podemos colocar 'o', 'a', 'os', 'as"'.
Para escrever bem, 6 fundamentalserum bom leitor?
MIRiA Sim.A formação leitora ajuda na
formação do escritor. A familiaridade
com outros'textos fornece modelos e co-
nhecimento sobre outros gêneros e es-
truturas. Devemos ler como escritores:
voltar ao texto para verificar de qu e ma-
neira um autor resolveu u m problema
semelhante ao qu e temos em mãos, por
exemplo. No mais, a leitura desperta o
desejo de escrever. Cabe 21 escola abrir
diversas possibilidades: oferecer titulosque fascinam crianças e jovens sem refor-
çar o qu e o mercado já oferecede manei-
ra excessiva.Não precisa ofertar livros do
Harry Potter, mas obras de Robert Louis
Stevenson (1850-1894), como A Ilha do
Tesouro,precisam ser recomendadas.Arn-
bos são valiosos, só que, se os do segundo
tipo não forem oferecidos, dificilmente
os leitores vão decidir lê-los. Mas há que
destacar qu e ne m todo bom leitor d um
bom escritor. Muitos de nós somosexce-
lentes leitores, porém somente escreve-mos de modo aceitável.
O que se espera de um educador co-
mo leitor?
MIRTA Ele deve desfrutar da leitura, es-
ta r atento aos gostos dos estudantes e
considerar sua importância como uma
ponte entre eles e os textos. Pequenas, as
crianças não podem sozinhase, já maio-
res, precisam de ajuda para acessar gran-
des obras, qu e nã o enfrentariam por
iniciativa própria. É válido destacar que
o docente que seja um bom leitor 6 capaz
de descobrir a ambiguidade,a obscurida-
de ou a pobreza presentes nos textos e
compartilhar isso com o grupo.
A partir de quando os alunos devem
produzirtextos?
MIRTA Essa atividade pode ser anterior
A aquisiçãoda habilidade de escrever.As
discussóesentre eles e o professor sobre
''como fica melhor", "como se poderia
10 Especial Produgáo de Texto www.ne.org.br
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dizer'', "o que falta colocar" permitemrefletir sobre a escrita. Assim, muitos,antesde estarem plenamente alfabetiza-dos, já conhecem as características da
linguagem escrita por terem escutadobastante leitura em voz alta.Quer dizer,já podem se dedicar à produção de tex-tos, como ditames. Lembro-me de um
projetochamadoCuentosde Piratas,de-senvolvido com crianças de 5 anos. A.
professora lia para elas os contos e todoslevavam os livros para casa para reler efolhear. Depois,juntamente com a do-cente, faziam listas de personagens, to-mavamnota dos conflitosqueapareciamem históriasde piratas,colocavamlegen-
das na imagemde um barco: timão,vela,proa, popa. Finalmente,em grupo, cria-ram uma história de piratas.
Quais são as etapas essenciaisda pro-
dução de texto?
MIRTA A escrita propriamentedita levatempo: seescrevee se relê para saberco-mo prosseguir, o que falta, se está indobem, se convém substituir algum pará-grafo ou reescrever tudo. O processo deleitura e correçãonão 6 posterior à escri-
ta, mas parte dela. Ao considerar termi-nado, o passo seguinte é reler ou darpara outro leitor fazer isso e opinar.Fei-tas as cor:eçÕes finais,passa-se o texto alimpo com o formato mais ou menosdefinitivo.Contudo,asetapasnão devemser enumeradas porque não são f i a s esucessivas.Elas constituemum processode vai e vem.
Comoo educador deve escolher o que
enfocar primeiro na revisão?
MIRTA Cada texto é único. Todavia, 6ikprescindivel- sobretudocomturmasque já têm autonomia na produção - a-zer uma primeira leitura para checar acoerência.Se os alunos se concentrarem
((AS etapasde p rodu~ãoe
texto não devemser enumeradasporque não são fixas
e sucessivas, masum processode vai e vem. 13
....................................................
MIRTA As situações didáticasde escritanão são todas iguais.Em alguns casos, éinteressante observarosescritosduranteo processo para ajudara turma arelê-los,a retomar o fiodo relato e a corrigirumaexpressão. Em outros, é melhor deixarque escrevam sem intervir. Há algunsanos, em um projeto com criançasde 7
e 8 anos, lançamos mão de um recursodidático que deu ótimos resultados.Or-ganizávamosas aulas de modo que não
houvesse tempo suficientepara terminaros textos,fazendo com que o gmpo pro-duzisse apenas uma parte dele. Na aulaseguinte,a produção era lida para recor-dar até onde haviam chegado e decidircomo continuar. Essa situação genuínada releitura permitedescobrirerros,pen-sar formas apropriadasde expressão,en-fim,ajuda a tomar distânciado escrito eretomá-lo como leitor.
É válido que os próprios alunos revi-
sem os textos dos colegas?
MIRTA Minha experiência mostra quenein sempreé produtivoqueosestudan-tes leiam mutuamente asproduçõesdosi~m~anhei ros .s menores não enten-
ções. O texto eleito para ser revisado co-letivamente deve representar os obstácu-los que a maioria encontra. Uma vezdescobel-tos no texto do companheiro os
aspectos que devem ser revistos, o profes-sor pode sugerir que cada um revise suaprópria produção.
Como ensinar gramática e as normas
da língua no interior das práticasde
leitura e escrita?
MtRTA Efetivamente,se recorrem à gra-mática e às normas da língua quando énecessáriopenetrar em aspectosda com-preensão de um texto, como "qual é osujeito do parágrafo?", mas principal-
mente para revisar.De acordocoma ida-de da garotada,alguns aspectossãoreto-mados em outros momentos,dedicadoss6 A reflexão gramatical.
É comum encontrarmos pessoas que
dizem não saber escrever bem e se
sentem mais seguras ao falar, o que
leva a entender que a passagem do
oral para o escrito é o ponto de di-
ficuldade delas. Como isso pode ser
enfrentando na escola?
MIRTA Não creio que isso se deva à pas-sagem do oral para o escrito.A fala per-mite gestos, alusõesque reforçamo pesodo que foi dito. Temos uma grande prá-tica cotidiana na comunicação oral emuito menor na escrita.Quem consideramais fácil se comunicar oralmente está,sem dúvida,pensando em trocas familia-res e não em apresentaçõesoraisformais,como as conferências,queexigem verba-lizar e organizar todos os momentos daexposição. Nesses casos, as dificuldadesencontradas são parecidas com a de es-crever.Ensinara escrevere a falarde for-ma aceitável exige empenho do profes-sor, que deve guiar a turma com mãosfirmese seguras. a
em detalhes,podem não conseguirche- dem a letra e os maiores nem semprecar a coerênciageral. sabemo que procurar,o quefaz com que 8 : ....................
fiquem detidos em detalhes que não in- i:MirtaTorres, [email protected] intervençõesenquanto os estu- terferem na qualidade final. A revisão : nternet bdantes produzem é correto?Ou é me- dos colegasganha valor quando o profes- i Em abc.gov.arllainstitucion~igite na busca
: sobre enseiiar a leery escribir e acesse o textoIhor deixá-los erminar e revisarsó ao sor propõe revisar conjuntamenteo tex- i hombnimo de ~i~ castedo (em espanhol), 1f im do trabalho? to, orientando a leitura e sugerindo op-
'
H
www.ne.org.br Especial Produqáo de Texto 11
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de texto 10aopam
tscreverde verdadePara produzir textos de qualidade, seus alunos têm de saber o que
querem dizer, para quem escrevem e qual é o gênero que melhorexprim e suas ideias. A chave é ler muito e revisar continuam enteTHAIS GURGEL [email protected] Colaborou Tadeu Breda
N rração, descrição e dissertação.
Por muito tempo, esses três tipos
de texto reinaram absolutosnas propos-
tasdeescrita.Consensoentre professores,
essa maneira de ensinar a escrever foi
uma dasresponsáveispela falta deprofi-
ciênciaentre nossos estudantes.O traba-
lho baseadonas composiçõese redações
escolares tem uma fragilidade: ele não
garanteo conhecimentonecessário para
produzirostextosqueosalunosterão de
escrever ao longo da vida."Nessa antiga
abordagem,ninguém aprendia a consi-
derar quem seriam os leitores. Por isso,
não havia a reflexão sobre a melhor es-
tratégia para pôr as ideias no papel",dizTelma Ferraz Leal, da Universidade Fe-
deral de Pernambuco (UFPE).
Para aproximara produção escritadas
necessidadesenfrentadasno dia a dia, o
caminho atual é enfocar o desenvolvi-
mento dos comportamentos leitores e
escritores.Ou seja: levar a criança a par-
ticipar de forma eficientede atividades
da vida socialque envolvam ler e escre-
ver. Noticiar um fato num jornal, ensi-
nar'os passos para fazer uma sobremesa
ou argumentar para conseguir que um
problema seja resolvido por um órgão
público: cada uma dessas ações envolve
um tipo de texto com uma finalidade,
um suporte e um meio de veiculação
específicos.Conhecer esses aspectos é a
condição mínima para decidir, enfim, o
que escrever e de que forma fazer isso.
Fica evidentequenão sãoapenasasques-
tões gramaticaisou notacionais (a orto-
grafia,por exemplo) que ocupam o cen-
tro dasatençõesna constniçãodaescrita,
mas a maneira de elaborar o discurso.
Há outro ponto fundamental nessa
transformaçãodas atividades de produ-
ção de texto: quem vai ler. E, nesse caso,
você não conta."Entregar um textoparao professor é cumprir tarefa",diz Feman-
da Liberali, da PontifíciaUniversidade
Católica de São Paulo (PUC-SP)."Para
que o aluno fiqueestimuladocom a pro-
posta, 6 preciso que veja sentido nisso."
O objetivo é fazer com que um leitor
ausenteno momento da produçãocom-
preenda o que se quis comunicar.
O primeiro passo é conheceros diver-
sosgêneros. Isso não significaque os re-
cursos discursivos,textuais e linguísticas
doscontosde fadase da reportagem,por
exemplo, sejam conteúdos a apresentar
aosalunossem que elesos tenham iden-
tificado pela leitura. Um risco é cair na
tentação de transmitir verbalmente as
diferentes estruturas textuais. Cabe ao
professor permitir que ascriançasadqui-
ram os comportamentos do leitor e do
escritor pela participação em situações
práticase não por meras verbalizações.
Ensinar a produzir textos nessa pers-
pectiva prevê abordar três aspectosprin-
cipais:a construçãodascondiçõesdidáti-
cas, a revisão e a criação de um percurso
de autoria,como explicadoa seguir.
Os
textos redigidosem classeprecisam de um destinatário"Escreva um texto sobre a primavera."
Quem sedeparacomuma propostacomo
essa imediatamentedeveriasefazeralgu-
mas perguntas. Para quê? Que tipo de
escrita será essa? Quem vai lê-la? Certas
informações precisam estar claras para
que se saibapor ondecomeçarum texto
e sepossa avaliarseelecondizcomo que
foi pedido. Nas pesquisas didáticas de
práticasde linguagem,essasdelimitações
sedenominamcondiçõesdidáticasde*
12 Especial Produgão de Texto www.ne.org.br
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I
DESV TERM(DESNECESSARAs palavras"marginaisJ;"assa1tantes"e"criminosos"sãousadas com o mesmopropósito, o quedeixa a produçãocom Pouca fluidez.
ASSU,. m wO autor chama'tenção para a
'estão dos assaltos,1"s logo foca emutras situações qt
r envolvem men ,
de idade sem s,iprofundar.
V a r u r l u ar1
que.0~ove êmconsciênciaparaassumir os crimesque cometem,mas não expõenada que u queessa ideia.
. .L.,' J. ., .
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.................................................................................................................................................................
de texto 10ao. a-
-......
BIOGRAFIADados ordenados cro og icamente e recursos linguísticas q u e asseguram a ctem - - I ' como os advérbios) são a lgumas das características do gêner
tL~ . .-
,DOS 3t_F
:ORMAÇÕES PLICAÇn -E C
O - Alguns te- i*lw ~ ~ ~ p o r t a n t e w a m ' * - ~" .-.-- , inich d«-m claroo4*
a grod~w d«te textamectiV<ne
,ignroini i ian> m a eP.R*
~t~~CwiRCnte i orgín i# as 1 " lw rn~ - em f
e a f r a e -11 que -,- ewonjugadolM mwc'd m ,erinslmtntO O autm cdheu or
d*s para o tmodo biograf* respondendo 6 aw~ln"--uracterfrtkis
.........que marom o@nem. ~ I J C S ~ ~ ~ Se uma li+,: :,? ~ l ~ - ~ ~ c - . p ! O .1, ?.: : : ; ;L e.. ..Ia-?;+.- ..,-:.,..., , . I
q : .:, , -L' .r .., : -. .-.#?.i . -< , !,;; ,;:-i;:;*.;.<,<;:,;<>sF!J
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,produção textual.No qu e se refere ao
exemplo citado, fica difícil responder às
perguntas, á qu e esse tipo de redação nã o
existe fora da escola, ou seja, não faz par-
te de nenhum gênero.De acordo com Bernard Schneuwly e
Joaquim Dolz, o trabalho com um gêne-
ro em sala é o resultado de um a decisão
didática qu e visa proporcionar ao aluno
conhecê-lo melhor, apreciá-loou compre-
endê-lo para que el e se torne capaz de
produzi-lo na escola ou fora dela. No ar-tigo Os GênerosEscolares - Das Práticas de
LinguagemaosObjetosde Ensino,os pesqui-
sadores suíços citam ainda como objetivo
desse trabalho desenvolver capacidades
transferíveis para outros gêneros.Para qu e a criança possa encontrar so-
luções para sua produção, ela precisa te r
u m amplo repertório de leituras. Essa
possibilidadefoi dada à turma de 9 O an o
da professora Maria Teresa Tedesco, do
Centro de Educação e Humanidades Ins-
tituto de Aplicação Fernando Rodrigues
da Silveira- onhecido como Colégio de
Aplicação da Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (Ue j). Procurando desen-
volver a leitura crítica de textos jomalis-
ticos e o conhecimento das estruturasargumentativas na produção textual,ela
propôs um a atividade permanente:a cada
semana, um grupo elegia uma notícia e
expunha A turma a forma como ela tinha
sido tratada nos jornais. Depois,seguia-se
u m debate sobre o tema ou a maneira
como 9s reportagens tinham sido veicu-
ladas. Paralelamente, os estudantes tive-
ram contato com textos de finalidades
' comunicativas diversas no jornal, como
cartas de leitores, editoriais e artigos opi-
nativos."O objetivo era qu e eles analisas-sem os m ateriais, refletissem sobre os
propósitos de cada um e adquirissem um
repertório discursivo e linguístico",conta
Maria Teresa, que lançou u m desafio:
produzir um jornal mural.
A proposta era trabalhar com textos
opinativos, como os editoriais. Para qu e
a escrita ganhasse sentido,ela avisou que
o jornal seria afixado no corredor e que
toda a comunidade escolar teria acesso a'
ele. Os assuntos escolhidos tratavam das
principais notícias do momento, como o
surto de dengue no Rio de Janeiro e a
discussão sobre a maioridade penal. Com
as características do gênero já discutidas
e frescas na memória, todos passaramà
produção individual (7eiao textode um dos
alunos na página 13).
A primeira versão foi lida pela profes-
sora. "Sempre havia observações a fazer,
mas eu deixava qu e os próprios meninos
ajudassem a identificar as fragilidades",
diz Maria Teresa. Divididos em pequenos
grupos, os alunos revisaram a produção
de um colega, escrevendo um bilhete pa-
ra o autor com sugestões e avaliando se
ela estava adequada para a publicação.
Eram comuns comentários como "argu-mento fraco" e "falta conclusão".
"Envolverestudantes de 6 O a 9 O an o na
produção textual é um grande desafio",
ressalta Roxane Rojo, da Universidade
Estadual de Campinas (Unicarnp). Mui-
tas vezes, eles tiveram de produzir textos
sem função comunicativa durante a es-
colaridade inicial e, po r acreditaremque
escrever C uma chatice,são mais resisten-
tes." Atenta, Maria Teresa soube driblar
o problema. Percebendo que a turma
andava inquieta com a proibição po r par-te da direção do uso de short entre as
meninas, ela fez diko o tema de um edi-
torial do jornal mural.
"Para qu e algudm se coloque na posi-
ção de escritor, é preciso que sua produção
tenha circulação garantida e leitores de
verdade", diz Roxane.E todos saberiam a
opinião do aluno sobre a q'uestão,inclu-
sive a diretoria. "Só assim ele assume
responsabilidade pela comunicação de
seu pensamento e se coloca na posição
do leitor,antecipando como ele vai inter-pretá-lo." A argumentação da garotada foi
tão be m estruturada qu e a diretoria re-
solveu voltar atrás e liberar mais uma vez
o uso da roupa entre as garotas.
A criação de condições didáticas nas
propostas para as turmas de l0 a S0 ano
segue os mesmos preceitosutilizados pe-
la professora Maria Teresa."Em qualquer
série, como na vida, produzir um texto C
resolver u m problema", ensina Telma
Ferraz Leal."Mas para isso 6 preciso com-
preender quais são os elementos princi-
pais desse problemaen
A revisão vai além da ortografia
e foca os propósitos do textoProduzir textos é um processo qu e envol-
ve diferentes etapas: planejar, escrever,
revisar e reescrever. Esses compo rtamen-
tos escritoressão os conteúdos fundamen-
tais da produção escrita. A revisão não
consisteem corrigir apenaserros ortográ-
ficos e gramaticais, como se fazia antes,
mas cuidar para que o texto cumpra sua
finalidade comunicativa. "Deve-se olhar
para a produção dos estudantes e identi-
ficar a qu e provoca o estranhamento no
leitor dentro dos usos sociaisque ela terá",explica Fernanda ~ibera l i .
Com a ajuda do professor, as t u m a s
aprendem a analisar se ideias e recursos
utilizados foram eficazes e de qu e forma
o material pode ser melhorado. A sala de
3O ano de Ana Clara Bin, na Escola da
Vila, em São Paulo, avançou muito com
um trabalho sistemático de revisão. Por
u m semestre, todos se dedicaram a um
projeto sobre a história das famílias,qu e
culminou na publicação de um livro,
distribuído também para os pais. Dentrodesse contexto, ela propôs a leitura de
contos em qu e escritoresnarram histórias
da própria iXancia. Os estudantes se en-
volveram na reescrita de um dos contos,
narrado em primeira pessoa. Eles tiveram
de reescrevê-lo na perspectiva de um ob -
servador - ou seja, em terceira pessoa. A
segunda missão foi ainda mais desafiado-
ra: contar uma história da infincia dos
pais. Para isso, cada u m entrevistoufami-
liares, anotou as informações em forma
de tópicos e colocou tudo no papel (leiao texto de um dos alunos à esquerda).
Ana C lara leu os trabalhos e elegeu
alguns pontos para discutir. "O mais co-
m um era encontrar só o relato de u m
fato", diz."Recorremos, então, aos contos
lidos para saber qu e informações e deta-
lhes tornavam a história interessante e
como organizá-lospara da r emoção."Ca-
da u m releu seu conto, realizou outra
entrevista com o parente-personagem e
produziu um a segunda versão. e
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...............................................................................................................................................................................
Produ~ãoe texto 10ao~a.o
a,&&, .
J*w..
da- ..l o rbm- -&rA escolha daexpressão"era umavez" revelaque oaluno se confundiucom a maneira deCI omeqar textos de
outro g@neroconto, o conto.
- - -T. -A ararasurge semser apresentada,diferentemente do cão.O mesmo ocorre c o ros caçadores e comos outros animais.Isso prejudica acompreensãodo texto.
PANALISE GERAL
C ~ ~ ~ I I U IJ te r É apropriado retomar as marcasdoconseguidose livrar g@neroábula e o significado deda armadilha dos proverbios e ditos populares. A leitura
semajudados colegas pode ajudar o autorde sua amiga arara,
a moral da fábula a perceber que apresentar Os
não faz sentido. personagens6 undamental.
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e Tiveram início ai diferentes formas
de revisão - análise coletiva de um a pro-
dução no quadro,revisão individual com
base em discussõescom o grupo e revisões
em duplas-, realizadas vários dias depoispara qu e houvesse o distanciarnento em
relação ao trabalho.A primeira proposta
foi a "revisão de ouvido". Para realizá-la,
Ana Clara leu em voz alta um dos contos
para a turma, qu e identificou a omissão.
de palavras e informações. Ela selecionou
alguns aspectos a enfocar na revisão: or-
tografia, gramática e pontuação.
Quando a classe foi divididaem duplas,
um dos propósitos da professora era qu e
uns dessem sugestões aos outros. A pes-
quisadora argentina em didática MirtaCastedo k defensora desse tipo de propos-
ta. Para ela, as situações de revisão em
grupo desenvolvem a reflexão sobre o
que foíproduzido i o r meio justamente
da troca de opiniões e críticas."Revisar o
que os colegas fazem k interessante, pois
o aluno se coloca no lugar de leitor",
emenda Telma. "Quando volta para a
própria produção e revisa,a criança tem
mais condições de criar o distanciamento
dela e enxergar as fragilidades."
Um escritor proficiente, no entanto,não faz a revisão só no fim do trabalho.
Durante a escrita,é comum reler o trecho
já produzido e verificar se ele está ade-
quado aos objetivos e às ideias qu e tinha
a intenção de comunicar - só então pla-
neja-se a continuação. E isso k feito por
todo escritor profissional.
A revisão em processo e a final são
passos fundamentais para conseguir de
fato um a bo a escrita. Nesse sentido, a
maneira como você escreve e revisa no
quadro, po r exemplo, pode colaborar
para qu e a criança o tome como um mo-
delo e se familiarize com.0 procedimen-
to. Sobre o assunto, Mirta Castedo escre-
ve em sua tese de doutorado: "Os bons
escritores adultos (...) são pessoas que
pensam sobre o que vão escrever,colocam
em palavras e voltam sobre o já produzi-
do para julgar sua adequação. Mas não
realizam as três ações (planejar,escrever
e revisar) sucessivamente:vão e voltam
de umas às outras, desenvolvendo u m
complexo processo de transformação d e
seus conhecim entos em um texto".
Ser autor exige pensar
no enredo e na estruturaO terceiro aspecto fundamental no tra-
balho de produção textual é garantir qu e
a criança ganhe condições de pensar no
todo. Do enredo à forma de estruturar os
elementos no papel: k preciso aprender
a dar conta de tudo para atingir o leitor.
Esse processo denomina-se construção
de um percurso de autoria e se adquire
com tempo, prática e reflexão.
Os estudos em didática das práticas de
linguagem fizeram cair por terra o pen-
samento de qu e a redação com tema livreestimula a criatividade. Hoje sabe-sequ e
depois da alfabetização há ainda um a
longa lista de aprendizagens. Foi consi-
derando a complexidade desse processo
que Edileuza do s Santos, professora da
EM de SantoAmaro,no Recife,desenvol-
veu um projeto de fábulas com a skrie
(leia o texto de um dos alunos à esquerda).
Ela deu infcio ao trabalho investindo
na ampliação do repertório dentro desse
gênero literário. Assim foi possível obser-
var regularidadesna estrutura discursivae linguística, como o fato de qu e os ani-
mais são os protagonistas. "Escolhi esse
gênero porque ele tem começo,meio e
fim bem marcados, algo qu e eu queria
trabalhar com a garotada?
A primeira proposta foi o reconto oral
de um a fábula conhecida."Isso envolve
organizar ideias e pode ser um a forma
de planejar a escrita", endossa Patrícia
Corsino,da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ).Quandojá dominamos
todas as informações de um a narrativa,
podemos nos focar apenas na forma de
expor os elementos -mas esse é um gran-
de desafio no inicio da escola-idade.
Na turma de Edileuza, as propostas
seguintes foram a reescrita individual e
a produção de versões de fábulasconhe-
cidas com modificações dos personagens
ou do cenário.Aos poucos, todos ganha-
ram condições de inventar situações.A
professora percebeu qu e os estudantes
não entendiam bem o sentido da moral
da história. Pediu, então, uma pesquisa
sobre provérbios e seu uso cotidiano.Com
essa compreensão e u m repertório de
ditados populares, Edileuza sugeriu a
criação de uma fábula individual. Eladiscutiu com o grupo que esse gênero
geralmente tem como protagonistas ini-
migos tradicionais (cãoe gato,por exem-
plo). Estava coiocada um a restrição. Em
seguida, relembrou provérbios que po -
deriam ser a moral das histórias criadas.
Desde o início, todos sabiam que as
produções seriam lidas por outrosalunos,
o qu e serviu de estimulo para bolar tra-
mas envolventes."Há uma diferença en-
tre escrever textos com autonomia -obe-
decendo à estrutura do gênero, sem pro-blemas o r t o ~ i c o sde coerência- se
tornar autor", explica Patrícia. "N o pri-
meiro caso, basta aprender as caracterís-
ticas do gênero e conhecer o enredo, por
exemplo. No segundo, 6 preciso desen-
volver ideias." Para chegar lá, a interação
com professorese colegase o acesso a um
repertório literário são importantes.
Do 6 O ao 9O ano, o processo de cons-
trução da autoria pode exigir desafiosqu e
sejam cada vez mais complexos: a elabo-
ração de tensões na narrativa ou a parti-cipação em debates para desenvolver a
argumentação,como fez Maria Teresa."A
reescrita pode vir com propostas de pro-
dução de paródias, no caso dos maiores,
que exigem mais elaboração",diz Roxane.
Uma boa forma de fazer circular textos
nessa fase são os meios digitais, como
blogs e o site da própria escola. Os jovens
podem se responsabilizarpor toda a pro-
dução. Levar os estudantes a se expressar
cada vez melhor, afinal, deve ser o obje-
tivo de todo professor. (3
OUER SABER MA IS ? I
i: Centro de Educação ei Humanidades Instituto de Aplicação ii Fernando Rodrigues da S llveira,
: tel. (21) 2333-7873, cap-uerjQhotmail.com ii E M de Santo Amaro, tel. (81) 3232-5919 :i Escola da Vila, tel. (11) 3726-3578,j vilaQvila.com.br: Fernanda Liberali, [email protected] Roxane Rojo, rrojoQiel.unicamp.br: Teima Ferraz Leal, [email protected] 1
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de linguagem 10,50am '
Gêneros,como usarEles invadiram a escola - e isso é bom. Mas é preciso parar de ficar sóensinando suas características para passar a utilizá-los no dia a dia detodas as turmas com o objetivo de formar leitores e escritores de verdadeANDERSON MOÇO [email protected]
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seja, se é um texto com função comuni-
cativa,tem um gênero.
Na última década, a grandemudança
nasaulasdeLíngua~or&guesaoi ache-
gadadosgênerosh escola. Essa mudançaé uma novidade a ser comemorada. Po-
rémmuitosespecialistase formadoresde
professoresdestacamque há uma peque-* a confusão na forma de trabalhar. Ex-
plorar apenas as característicasde cada
gênero (carta em cabeçalho,data,sauda-
Tdo dia, você acorda de manhã e
pega ojornal para saber dasúltimas
novidadesenquantotoma o café da ma-
nhã. Em seguida,vai até a caixa de cor-
reio e descobre que recebeu folhetos de
propagandae (surpresa!) a carta de um
amigo que está morando em outro país.
Depois, vai ate a escola e separa livros
para planejar uma atividade com seus
alunos. No fim do dia, de volta h casa,
pega uma coletâneadepoemasna estan-
te da sala e lê alguns antes de dormir.
Não C de hoje que nossa relação com os
textosescritosé assim: eles têm formato
próprio,suporteespecífico, possíveispro-
pósitos de leitura - em outras palavras,
possuem o que os especialistaschamam
de "característicassociocomunicativas",
definidas pelo conteúdo, pela função,
pelo estilo e pela composição do mate-
rial a ser lido.EC essa soma de caracterís-
ticasquedefineosdiferentesgêneros.Ou
çáo inicial, despedida etc.) não faz com
que ninguém aprenda a, efetivamente,
escreveruma carta.Falta discutirpor que
epara quem escrevera mensagem,certo?
Afinal, quem vai se dar ao trabalho de
escreverpara guardá-la?Essa é adiferen-ça entre tratar os gêneros como conteú-
dos em si e ensiná-los no interior das
práticas de leitura e escrita.
' Essa postura equivocada tem raízes
claras:é uma infeliz reediçãodo jeito de
ensinarLínguaPortuguesaquepredomi-
nou durante a maior parte do século
passado.A regra era falarsobreo idioma
e memorizar definilões:"Adjetivo:pala-
vra que modificao substantivo,indican-
do qualidade, caráter, modo de ser ou
estado.Sujeito:termo da oraçãoa respei-to do qual se enuncia algo".E assim por
diante,numa listaquilométrica.Podeaté
parecer mais fácil eeconômicotrabalhar
apenas com os aspectos estruturais da
língua,masé garantido:a turma não vai
aprender."O que importa é fazer a garo-
tada transitar entre asdiferentesestrutu-
ras e funçõesdos textos como leitores e
escritores",explica a linguista Beth Mar-'
cuschi, da Universidade Federal de Per-
nambuco (UFPE).
É por isso que não faz sentido pedir
para os estudantes escreverem só para
você ler (e avaliar).Quando alguém es-
creve uma carta, C porque outra pessoa
vai recebê-la. Quando alguém redige
uma notícia, é porque muitos vão lê-la.
Quando alguémproduz um conto,uma
crbnica ou um romance,é porqueespera
emocionar, provocar ou simplesmente
entreter diversos leitores.E isso é perfei-
tamente possível fazer na escola: a carta
podeserenviadapara amigos,paren-e
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Práticasde linguagem 1°a050ano
e es ou colegas de outras turmas; a
notícia pode ser diwlgada num jornal
distribuído internamente ou transfor-
mado em mural; o texto literário pode
dar origem a um livro, produzido de for-ma coletiva pela moçada.
Os especialistas dizem que os gêneros
são, na verdade, uma "condição didática
para trabalhar com os comportamentos
leitores e escritores". A sutileza é que eles
devem estar a serviço dos verdadeiros
conteúdos: os chamados "comportamen-
tos leitores e escritores"(ler para estudar,
encontrar uma informação específica,
tomar notas, organizar entrevistas, elabo-
rar resumos, sublinhar as informações
mais re.levantes, comparir dados entretextos e, claro, enfrentar o desafio de es-
crevê-los)."Cabe ao professor possibilitar
que os alunos pratiquem esses compor-
tamentos, utilizando textos de diferentes
gêneros", diz Beatriz Gouveia, coordena-
dora do Programa Alem das Letras, do
Instituto Avisa Lá, em São Paulo, e sele-
cionadora do Prêmio Victor Civita -
Educador Nota 10.
As boas opções para abordar
os gêneros em sala de aulaExistem muitas formas de trabalhar os
gêneros na prática. Nos quadros que
acompanham esta reportagem,você co-
nhece e comparaduas propostascurricu-
lares,deuma instituiçãoprivada edeurna
rede pública. A primeira (publicada à di-
reita e nas páginas 22 e 23 ) é da Secretaria
de Educação de Nova Lima, na região
metropolitana de Belo Horizonte.A se-
gunda (da página 24 à 27) é da Escola
Projeto Vida, em São Paulo. Ambas co-
brem do lo o 5 O ano do Ensino Funda-
mental e podem servir de exemplo para
distribuirosconteúdosporque represen-
tamum passo além da chamada"norma-
tizaçãodescritiva"(atendência deexplicar
s6 as característicasde cada gênero).
Antes de detalhar como funciona a
abordagem que privilegia o ensino dos
comportamentos leitores e escritores,
vale uma palavrinha sobre osconteúdos
clássicos da disciplina: ortografia e gra-
mática.Eles continuamsendomuitoe
lJl<UIJU3 A LUI<I<ILULAI<UU MUNILIIDividida em semestres, cobre 1 ao 5 O anoe é adotadaem toda a rede municipal
cantigas e adivinhas).Objetivos Desenvolver
Objetivos Desenvolver ' comportamentos leitores e ler antescoqportamentos leitores e de saber ler convencionalmente,escritores, ler antes de saber tentando estabelecer relações entreler e escrever sem saber o oral e o escrito.escrever convencionalmente. Conteúdos Leitura, escritaConteúdos Leitura, escrita e comportamentos leitores.e comportamentos leitores.
do sistema de escrita). Produção coletiva ou em duplaReconto de contos conhecidos de bilhetes, convites, receitas, regrascom o professorcomo escriba, de jogos, propagandase anúncios.preservando os elementos Reescrita coletiva de contosda linguagem escrita. conhecidos.
Objetivos Refletir sobre Objetivos Refletir sobre oo funcionamento do sistema funcionamento do sistema de escritade escrita e apropriar-se e produzir um texto em linguagemdas caracterlsticasda escrita, recuperando os principaislinguagem escrita. elementos da narrativa.Conteúdos Leitura e escrita Conteúdos Leitura e escrita e produçãoe produção de texto oral com de texto oral com destino escrito.destino escrito.
Agenda de telefones e endereçosdos alunos da turma. Coletânea de reescritasde contosLivro de parlendas preferidas ditados para o professor.pelo grupo.
Objetivos Produzir um textoibjetivos Estabelecer um sentido em linguagem escrita, recuperando
, ara o uso do alfabeto, favorecer os principais elementos da narrativa,situações de escrita com base em e perceber a diferença entretextos de memória e refletir sobre o a linguagem oral e a escrita.funcionamento do sistema de escrita. Conteúdo Linguagem escrita.Conteúdos Ordem alfabgticae leitura e escrita.
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c,Leitura diária de contos e poemas Leitura diária de textos literários Leitura diária de textos literáriospelo professor.
I.informativos pelo professor. pelo professor.
Roda de conversa com media ão do Roda de conversa (emissão de Roda de conversa (escuta atentaprofessor sobre temas diversiÁcados. opiniões pessoais). e manifestação de opiniões).Roda de biblioteca (emprkstimo Roda de biblioteca (emprkstimo Roda de biblioteca (emprkstimo de
-1de livros e compartilhamento de livros com comentários, lembrança livros e apreciaçãode textos literários).de impressões sobre eles). de trechos, indicação aos colegas Leitura compartilhada de textosLeitura e escrita de textos de e apreciação de textos literários). informativos para estudar osmemória (poesias, adivinhas, Leitura e escrita de textos práticos temas tratados nas diferentescantigas e trava-llnguas). (bilhetes, cartões, avisos, anúncios etc.). áreas de conhecimento.
Leitura pelo aluno de diferentesgênerosObjetivos Desenvolver comportamentos Objetivos Familiarizar-secom textos para localizare selecionar informações.leitores e utilizar as estratkgias de literários e informativos e desenvolver Escrita de textos práticos (bilhetes,seleção, antecipação e verificação, o comportamento leitor. cartões, avisos, anúncios etc.)considerando aquilo que já se sabe sobre Conteúdos Leitura, produção de textoo sistema de escrita. e comportamentos leitores. Objetivos DesenvolvercomportamentosConteúdos Leitura, escrita e leitores, aprender procedimentos quecomportamentos leitores. leitoresexperientes usam ao procurar
informaçõesnos textos e pô r em jogoos conhecimentos sobre a escrita,considerando as caracterlsticasdo gênero.Conteúdos Leitura, produção de textoe revisão (pontuação, coesão, coerênciae aspectos referentes a regularidadese irregularidadesortográficas).
Leitura de várias versões do mesmo Reescrita em dupla de contos
conto para apreciar e comparar selecionados pela turma. Reescrita de contos conhecidostextos de qualidade. Revisão coletiva das reescritas. (individualmente ou em dupla),Reconto e reescrita de uma versão Leitura, com a ajuda do professor, considerando as ideias principais do textodo conto escolhida pelos alunos. de textos de diferentesgêneros, e as caracterlsticasda linguagem escrita.Escrita em dupla de textos de memória. apoiando-se em conhecimentos sobre Escrita coletiva de brincadeirasRevisão coletiva dos textos produzidos o tema do texto, as caracterlsticasdo infantis coletadas em entrevistasem dupla. seu portador e o gênero. e registrosescritos.
Revisão coletiva (aspectosObjetivos Conhecere valorizar os Objetivos Participar de uma situação notacionaise discursivos).recursos lingulsticos utilizados pelo de revisão com a ajuda do professor,autor e considerar a importancia da visando aprimorar a escrita e ler Objetivos Produzir textos utilizandoescrita correta para ser mais bem diferentesgêneros com mais fluência. recursos de linguagem escrita eentendida pelos leitores. Conteúdos Leitura, produção e revisão desenvolver comportamentos de escritorConteúdos Leitura, produção de texto de textos (aspectos notacionais (planejar, redigir, revisar e passar a limpo).e revisão(ausência de marcasde e discursivos,considerando as Conteúdos Produção de texto oralnasalização, hipo e hiperssegmentação, caracterlsticas lingulsticas do gênero). com destino escrito e revisãodeentre outros). textos (pontuação, coesão, coerência
e ortografia).
i Livro de cantigas de roda preferidas Leitura de contos de própria autoria Manual de brincadeiras nfantis antigaspelos alunos. para outras turmas (após o reconto, para serem desenvolvidas nas aulas
a reescrita e a revisão). de Educação Flsica.Objetivos Escrever alfabeticamente Cadernode relatos de memórias Saraus literários (narração, recontotextos de memória e pô r em jogo da turma com fotos e registrosescritos. de contos conhecidos e declamaçãoos conhecimentos sobre a escrita. de poesias e trava-llnguas).Conteúdo Ortografia. Objetivos Desenvolver comportamentos
leitores e escritores e escrever relatos, Objetivos Desenvolver comportamentosrh considerandoas caracterlsticas textuais escritores(planejar o que se vai escrever,e discursivas do gênero. escolher uma entre várias possibilidadesConteúdos Leitura, produção e revisão de e rever após a escrita), identificartextos (ortografia e aspectos relacionados caracterlsticasdos gêneros orais e'3 linguagem que se usa para escrever). escritose participar de situações de
L uso de linguagemoral.Conteúdos Comportamentos eitores,-omunicação oral, produção de texto e
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ráticasde linguagem 1°m50am
Leitura diária de textos literários, Leitura diária de textos literários,
ILeitura diária de diferentes
informativos e instrucionais informativos e práticos pelo professor. gêneros pelo professor.Leitura compartilhada de textos Roda de biblioteca e roda deelo professor.
Roda de conversa (manifestação informativos e de divulgaçãocientlfica. conversa relacionada aos projetos.de opiniões). Roda de biblioteca e roda de conversa Leitura pelo aluno de gibis,Roda de biblioteca (empréstimo de (discussões relacionadasaos projetos). enciclop6dias, ornais (para buscarlivros e comparação de livros lidos). Leitura de textos em diferentes informações,se divertir e aprenderLeitura compartilhada de textos portadores para buscar informações. sobre o tema).informativos e discussão de temas.Escrita de notlcias e de textos Objetivos Familiarizar-secom textos Objetivos Familiarizar-secompublicitários (propagandas, cartazes, de diferentes gêneros e selecionartextos diferentes ggneros e selecionarfolhetos, slogans, outdoors etc.). em diferentes fontes, observando seu textos em diferentes fontes,
propósito enquanto leitor. observando seus propósitos.Objetivos Desenvolver Conteúdo Comportamentos eitores Conteúdos Comportamentos leitores.
comportamentos leitores, aprender (seleção de informaçõese leituraprocedimentosque leitores experientes de textos informativos).usam para fazer perguntas e fazercolocações ertinentes e po r emjogo os con(ecimentos sobrea escrita considerando ascaracterlsticas do gênero.Conteúdos Leitura, produ ão detexto e revisão (regularidaies eirregularidadesortográficas,coerência, coesão e pontuação).
*.Leitura para refletir sobre os Leitura e reescrita de contos Leitura de vários textos de umrecursos lingulsticos utilizados tradicionais tendo um mesmo autor, analisando os recursospelo autor (identificação nos contos personagem como narrador. lingulsticos utilizados por ele.dos recursose as caracterlsticas Reescrita individual ou em dupla Produ ão de textos práticos, informativospróprias desse gênero). de textos informativos. e l i terjr ios individualmente ou em dupla,
Produção de contos. Revisão coietiva ou em dupla utilizando procedimentosde escritor.Revisão coletiva (ortografia (coerência,coesão e ortografia). Revisão de textos produzidos em duplae pontuação). e com a ajuda do professor.
Objetivos Reescrever um contoObjetivos Reconhecer a leitura em primeira pessoa (o personagem Objetivos Conhecer caracterlsticascomo uma fonte essencial para 6 ao mesmo tempo narrador) discursivas e comunicativasdesses gêneros,produzir textos, aprender e desenvolvercomportamentos saber reconhecer, organizar e utilizarprocedimentosde revisãoe escritores. os recursos lingulsticos presentes nos textosconhecer caracterlsticas discursivas ConteSidos Leitura de contos e aprender procedimentosde revisão.e comunicativasdesse gênero. tradicionais, produção extual e Conteúdos Leitura, produçãode texto eConteúdos Leitura, produção de revisão(ortografia, pontuaçãoe revisão(ortografia, pontuação, concordânciatexto e revisão(ortografia, pontuação, concordânciasverbal e nominal). nominal e verbal e aspectos discursivos).
Apresentação de um conto Leitura e produção de jornal mural. Roda de leitura com a participaçãoproduzido pela turma para os alunos Indicação iterária de vários livros dos pais (apresentações, apreciações
da escola. e autores ara a maior circulaçãode livros biblioteca da escola.Objetivos Recuperar os elementosda narrativa com base na linguagem Objetivos Reescrever e produzir textosque se usa para escrever. utilizando procedimentosde escritor.Conteúdos Leitura e Conteúdos Leitura de jornais, Objetlvos Favorecer a troca deprodução de texto. produçãode texto e revisão experiênciasde leitura e p8r em
(aspectos notacionaise discursivos). jogo os conhecimentos sobre a escritaconsiderando as caracterlsticas do gênero.Conteúdos Leitura, produção de texto.e revisão(ortografia, pontuaçãoe aspectos discursivos).
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Leitura diária de diferentes generos Leitura diária de diferentes g@nerostextuais pelo professor. textuais pelo professor.Roda de biblioteca (com emprkstimo Roda de biblioteca (emprkstimode livros). de livros).Roda de conversa (emissão de opiniões Roda de conversa, participaçãosobre determinadoassunto para em semináriose entrevistas.argumentar e contra-argumentar). Leitura pelo aluno com diferentesLeitura de textos para buscar propósitos.informações,compreender e estudar.
Objetivos Participar de situaçõesObjetivos Participar de situações de intercâmbiooral, trocandode interclmbio oral, trocando opiniões, opiniões,planejando e justificando suaplanejando e justificando sua fala, fala,e adquirir comportamentos leitores.
e adquirir comportamentos leitores. Conteúdos Leitura e comunicaçãoConteúdos Comportamentos leitores oral (seminárioe entrevista).e comunicação oral.
* Leitura para refletir sobre a escrita Revisão de textos produzidos por(reconheceros recursos lingulsticos alunos de outras turmas (elaborarpresentes nos diversos tipos de texto). devolutivas,fazendo algumasPesquisa sobre determinadoassunto consideraçõessobre o texto revisado).
(selecionar os textos de acordo com os - Leitura de artigos de opinião, noticias,propósitos da leitura e fazer resumos). re ortagense resenhas para desenvolverProdução de textos informativos. a gmiliaridade com esses eneros.Revisão das produções escritas. Produçbo de resenhas dos!ivros lidos.
Objetivos Reconhecer a leitura como Objetivos Revisar textos assumindoo ponto de vista do leitor e conhecer
informações e revisar textos assumindoo ponto de vista do leitor. Conteúdos Leitura, produção deConteúdos Análise e reflexão sobre resenhas e revisão (pontuação, ortografia,a Ilngua, produqão de texto e revisão concord%ncia erbal e nominal, adequação(aspectos notacionais e discursivos). ao g@nero,oerencia e coesão textual).
de cruzadinhas da turma Produção de jornal da turma.
om verbetes (reflexão orto ráfica Elaboração de resenhas de livros paraas regularidales apresentar a outras turmas da escola.irregularidades ortográficas).
de u m folheto informativo Objetivos Expressar sentimentos,um tema estudado. ideias e opiniões com base na leitura
efavorecer a familiaridade e o usoRefletir sobre a escrita dos diversos gêneros textuais em
palavras,considerando as regularidades situaçõessignificativas.rregularidades ortográficas, e p8r Conteúdo Produção de textosjogo os conhecimentossobre a escrita, jornallsticos e resenhas.
as caracterlsticasdo genero.Ortografia e produção
textos informativos.
& importantes nesse novo jeito de pla-
nejar, pois conhecê-losé essencial para
que os alunos superem as dificuldades.
Que tempo verbal usar para contar algo
que já ocorreu? Que recursos de coesãoe coerencia garantem a compreensão de
uma história? "Saber utilizar a língua é
o que mais influencia a qualidade textu-
al: ressaltaBeth Marcuschi.Para alcançar
isso, porém, não é necessário colocar a
ortografia e a gramática como u m fi m
e m si mesmo, ocupando o centro das
aulas. Assim como os gêneros, elas sã o
u m meio para ensinar a le r e escrever
cada vez melhor.
Nas propostas curriculares da Escola
Projeto Vida e da rede de Nova Lima,você vai notar que nã o existe uma pro-
gressão de aspectos "mais fáceis" para
outros "mais dificeis", pois qualquer gê-
nero pode ser trabalhado em qualquer
ano."O que deve variar conforme a idade
é a complexidadedos textos", afirma Re-
gina Scarpa,coordenadora pedagógica de
NOVA ESCOLA. lem disso,é fundamen-
tal retomar o estudo sobre determinado
g&nero em diferentes momentos, mas
para atender a necessidades específicas
de aprendizagem).
A turma deve saber que cadat i p o de texto tem um suporteA apresentaçãodos textos 6 outro ponto
essencial: eles devem ser trabalhados em
seu suporte real. Se você quer usar repor-
tagens, tem de levar para a sala jornais e
revistas de verdade. Para explorar receitas,
6 reciso qu e os alunos manuseiem obras
de culinária. Na análise de bio@ias, é
fundamental cada u m dispor de livrosdesse tipo. E assim sucessivamente. Por-
tanto, nada de oferecerapenas um a carta
que esteja publicada (o u resumida) nas
páginas do livro didático.
Isso posto, é hora de mergulhar no s
currículos.O fio condutor qu e aproxima
as duas propostas é a preocupação de
fazer a turina transitar pelas três posições
enunciativas do texto: ouvinte, leitor e
escritor. É nessa "viagemJ'de possibilida-
des que a garotada exercita os tais com-
portamentos leitores e escritores. Eme
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de linguagem 10,50ano
e ova Lima,todo professor lê diaria-
mente, ao longo do primeiro semestre,
contos para a turma de 2O ano. Ao ouvir,
os alunos se familiarizam com diversos
exemplos de texto, apreciando-ose apren-dendo a identificar as características qu e
cada um deles contem.
Ao mesmo tempo, eles atuam como
leitores, comparando diferentes versões
de um conto, por exemplo, com o obje-
tivo de refletir sobre os recursos linguís-
ticos escolhidos pelos autores.E o profes-
sor também coloca a garotada para tra-
balhar- pede que todos caracterizem um
personagem e, portanto,escrevam.Nessa
hora, eles vão usar termos como "bom",
"mau","bonito","nervoso"etc."S6 entãocabe explicar qu e esses termos são cha-
mados de adjetivos e são muito impor-
tantes em diversos textos, sobretudo os
contos e as propagandas, mas não são
adequados em outros, como as noticias",
explica Beth Marcuschi.
Nessa integração de atividades com
diferentes propósitos, os estudantes vão
muito alem das caracteristicas de cada
gênero - e aprendem de fato a ler e es-
crever,inclusive fazendo uso da ortogra-
fia e da gramática e m situações reais.Tudo isso permite dar o pontapé inicial
ao que os especialistaschamam de "carni-
nho da autoria'' Uma possibilidade .C
propor a reescrita (individual) de u mconto. Mas o percurso pelas três posições
enunciativas s6 estará completo quando
a garotada produzir o próprio conto (n o
caso de Nova Lima, isso é feito no semes-
tre seguinte, com direito a ler as produ-
ções para outras turmas).
Organização do trabalho
pede mescla demodalidades
Para integrar essa multiplicidade de pro-
postas e dar conta da evolução dos con-
teiidos,o melhor caminho é organizar as
aulas conforme as modalidades propostas
pela pesquisadora argentina Delia Lemer
e dividir os trabalhos entre-atividades
permanentes,sequênciasdidáticase pro-
jetos didáticos - que podem ser interli-
gados ou usados separadamente,depen-
dendo dos objetivosa serem alcança-e
PROPOSTA CURRICULAR DA ESCOLAOrganizada n o l0n o d e f o r m a semestral.Do 2 O a no em dian nestral
Leitura pelo professorde textosde diversos gêneros e de jornal.
Leitura compartilhada de gibis.Roda de leitura (contos).Roda de conversa (seminário deapresentação dos conteúdos estudados).Leitura pelo aluno de gêneros diversos.
Objetivos Avançar no modo como entendea escrita, a leitura e a comunicação oral.
Conteúdos Leitura e comunicação oral.
de memória (quadrinhas preferidas).Escritados tltulos das histórias lidase dos personagens. I
Objetlvos Refletir sobre o funcionamentodo sistema de escrita e apropriar-se das
caracterlsticasda linguagem escrita.Contelidos Leitura, escrita e letra cursiva
I para os alfabkticos.
Produção de resenhas de indicaçãoliterária.
Objetivos Refletir sobre a organizaçãoe a produção de textos e familiarizar-se
com alguns gêneros.Conteúdos Leitura e escrita,comportamentos leitores, comportamentos?scritores revisão. análise de texto bem
~ e i t u r a elo professor de umacoletânea de textos.Leitura compartilhada de contogibis.Roda de leitura (contos indianoRoda de conversa.Recontode conto pelo aluno.Leitura e escrita de textos dememória.
Objetivos Avançar no modo comentende a escrita, a leitura e acomunicação oral.Conteúdos Leitura, comunicaçãoral e comportamentos leitores.
Reescritae recontodecontos de Ricardo Azevedoe Clarice Lispector(1920.1977).
Objetivos Refletir sobre a
organização e a produçãode textos e analisar textosbem escritos.Conteúdo Produçãode texto (planejamento, escrita erevisão- organização textual).
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VIDA, EM 5AUW L w SY
l0 r i m es t re
Roda de leitura(apresentaçãoeapreciação de livroslidos).Roda de curiosidades(comunicação oral denotlcias lidas em jornaise revistase contadaspara os colegas).
Dbjetivos Desenvolveri inguagem oral eamiliarizar-se com)s gêneros.:onteúdos Leitura,:omunicação oral e:omportamentos eitores.
Roda de leitura ..(apresentaçãoe .apreciaçãode livroslidos).Roda de curiosidades(comunicação oral de
, notícias lidas em jorne revistas e contadas
1ais
1 para os colegas).
IObjetivos Desenvolvercomportamentos leitorese a linguagem orale familiarizar-se comos gêneros.Conteúdos Leitura,comunicação oral ecomportamentos leitores.
Leitura de biografiasde poetas brasileiros.Leitura compartilhadade poemas.Reescrita de poemas.
lbjet ivos Ampliar
) repertório de poemas,:onhecer recursos da
Leitura compartilhadade mitos e lendasindlgenas.Leitura compartilhada,,-de textos expositivosde ciências naturaise humanas.
biet ivo Ler Dara estudar
tnguagem poetica régistrar informações
t aproximar-se do e diferentes fontes. I~ênero iografia. nteúdos:onteúdos Leitura omportamentos leitores! omportamentos speclficos de ler para!scritores. rtudar: sublinhar. tomar
rtas e fazer resumos.
I
Roda de leitura(apresentação eapreciação delivros lidos).Roda de curiosidades(comunicação oralde notlcias lidasem jornais e revistase contadas paraos colegas).
Objetivos Desenvolvercomportamentosleitores e a linguagemoral e familiarizar-secom os gêneros.Conteúdos Leitura,comunicação oral ecomportamentos leitores. I
Produção escrita Leitura, interpretação, Continuação do projetoe revisão de texto reescrita e revisão sobre conto de fadaautobiográfico. de contos de fada. (produção escrita
3bjetivos Aproximar-sei o gênero biografia.
:onteúdos Produçãoie texto, comportamentospscritorese revisão,segmentação de palavras,~rganização e ideias,iubstituição das marcasia oralidade e ortografia).
Objetivos Reescrevercontos de fada respeitando
caracterlsticasdo gêneroe a sequência de ideiasdos textos-referência.ConteúdosComportamentosleitores e escritores,revisão (ortografiae segmentação dotexto em parágrafos).
Roda de leitura _ Roda de leitura(apresentação (apresentaçãoe apreciaçãode e apreciação delivros lidos). livros lidos).Roda de curiosidades Roda de curiosidades(comunicação oral de (comunicação oral denotlcias lidas em jornais notkias lidas em jornaise revistase contadas e revistas e contadaspara os colegas). para os colegas).
Objet ivos Desenvolver Objetivos Desenvolvercomportamentos leitores comportamentos eitorese a linguagem oral e e a linguagem oralfamiliarizar-se com e familiarizar-se com -
os gêneros. os gêneros.Conteúdos Leitura, Conteúdos Leitura,comunicação oral e comunicação oral ecomportamentos leitores. comportamentos leitores.T
Irevisão para
organização de livro).
IObjetivos Escreverum conto de fadaconsiderandoas caracterlsticas dogênero, a se mentaçãoem parágrais e asequência de ideias.ConteúdoComportamentosI scritores e revisão(ortografia, organizaçãode ideias e segmentaçãodo texto). I
Catálogo de leituras(leitura compartilhadade textos ficcionaisde diferentes gêneros
/ e produção escritae revisão de resenhas -
1 organizadas em formade catálogo oferecidoa biblioteca de umaescola visitada).1 Leitura de textos
1 ficcionais dediferentes gêneros.
1eitura compartilhadade contos popularecProdução escritae revisão de contospopulares paracoletânea de textos,
Ibjetivo: Conhecer
apreciar a leitura decontos populares,planejar, produzir erevisar um conto popularConteúdos
I os livros lidos (do
Comportamentosleitores e escritores erevisão (ortografia,coerência e coesão, letraiaiúscula e adjetivos).
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.............
de linguagem 1°m50am
Roda de leitura Roda de leitura (apresentação . oda de leitura(apresentação e apreciaçãode livros). 1 apresentação e apreciaçã"e apreciaçãode livros). Roda de curiosidades de livros lidos).Roda de curiosidades (comunicaçãopral de noticias . oda de curiosidades(comunicação oral de lidas em jornais (comunicação oral denotícias lidas em jornais e revistas e contadas notícias lidas em jornaise revistas e contadas para os colegas). e revistas e contadaspara os colegas). para os colegas).
Objet ivos Desenvolver ,,Objet ivos Desenvolver comportamentos eitores -. : Objet ivos Desenvolvercomportamentos leitores e a linguagem oral . - 3 comportamentos leitores
e a linguagem oral e familiarizar-se com - 8 e a linguagem oral ee familiarizar-se com os gêneros. familiarizar-se com os
os gêneros. Conteúdos Leitura, . gêneros.Conteúdos Leitura, comunicação orabe . ConteCidos Leitura,comunicação oral e comportamento3reitores. comunicação oral ecomportamentos leitores. ,E A comportamentos eitores.L .: .,
Leitura d e x s i t i v o s Leitura, anblise e reflexãzde ciências naturais e sobre os recursoshumanas, explicitando linguisticos das narrativas
I
ua organização. de Monteiro LobatoProdução de textos (1882-1948).expositivos endo comoreferência textos de ciências Objet ivos Ler, analisarnaturais e humanas. e interpretar textosLeitura de textos ficcionais. variados do autor,
caracterizar personagens,Objet ivos Analisar textos identificando os modosexpositivos, refletindo de pensar e sentir, e
sobre a organização textual utilizar recursos da(subtftulos, uso de imagens e linguagem lobatiana.gráficos como complemento Conteúdos Produçãodas informações),organizar e revisãode textoinformações e registrá-Ias usando OS recursospara expor ideias). de escrita de Lobato
(vocabulário de época,riqueza de detalhesdescritivos, pontuaçãodentro do estilo
Ido autor).
Leitura compartilhadade contos de aventura
e produção escrita delivro da classe.
Objet ivos OrganizarObjet ivos Desenvolver informaçõese registrá-Iascomportamentos leitores para expor ideias.e escritores e identificar Conteúdo Revisãocaracteristicas dospersonagens qu esustentam a aventura.Conteúdos Leitura,produçãoe revisãode texto (discurso diretoe indireto, ortografia,coesão, organizacão dasideias e caracterlsticas
a do gênero).
PROPOSTA CURRI( LAR DA ESCOLA PROJETOVIDA, E M SÃO PAULO, SP (continuação:
r 4OA' '$,?-<
Roda de leitura .?^i(apresentação e apreciação"de livros lidos).Roda de curiosidades(comunicação oral denoticias lidas em jornais I
revistas e contadas paraos colegas).
Objet ivos Desenvolvercomportamentos leitorese a linguagem oral efamiliarizar-se com os
gêneros.Conteúdos Leitura,comunicacão oral ecomportainentos leitores.
,4Leitura, produção escritae revisãode poemas para
compor coletânea.
Objet ivos Ampliar oconhe cimen to sobre o gênero,analisando bons m odelos dediversos estilos de poemas.Conteúdos Comportamentosleitores e e scritores e revisão,contem plando o uso de rimas,a escolha das palavras paraexpressar imagens, os recursosassocia tivos entre os poem ase a fo rma de expressá-losno papel.
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Roda de leitura(apresentação eapreciaçãodelivros lidos).Roda de curiosidades(comunicação oral de
e a linguagem oral
e familiarizar-secomos gêneros.Conteúdos Leitura,comunicação oral e
r comportamentos leitores.
Cku e Mar (Amyr Klink, Produção escrita e
de diversos gêneros.
Conteúdos
e escritores, leitura,
Objetivos Identificardiferentes propósitos derelato pessoal e o narrador
recursosde linguageme ortografia).
dos."A chave é pensar numa progres-
são das dificuldades",recomenda a lin-
guista Vera Lúcia Cristóvão, da Universi-
dade Estadual de Londrina (UEL).
O projetodidático é a modalidade mais
indicada para trabalhar a escrita- afinal,
ao criar um produto final com público
definido,a turma aprende a focar em um
gênero e saber o quê, po r que e para quem
escrever.Num projeto didático sobre pro-
pagandas, por exemplo, a exibição das
criações para outros estudantes permite
reproduzir o que ocorre com a publici-
dade na vida real. Alem disso, a tarefa
adquire outro sentido,pois o aluno sabe
que escreve para qu e outros leiam e, por-
tanto, passa a prestar mais atenção nanecessidade de se fazer entender.
Já as sequências didáticas são ideais
para a leitura de diferentes exemplares
de um mesmo gênero, de obras variadas
de um mesmo autor ou de diversos textos
sobre um tema. Elas garantem um a pro-
gressão qu e respeita o objetivo a ser al-
cançado. Ao planejá-las, é importante
colocá-lasantes dos projetosde produção
textual. No município de Nova Lima, os
textos informativos são exploradosantes
da criação de um jornal mural. E as ati-vidades permanentes tê m como meta
criar familiaridade com os diversos com-
portamentos leitores.
Na Projeto Vida, os alunos do 2 O ao
5 O ano realizam semanalmente rodas de
curiosidades,em qu e contam para os co-
legas o qu e leram no s jornais. Com isso,
são estimulados a comentar as notícias.
Po r fim, vale destacar que, quando os
gêneros são ensinados como um instru-
mento para a compreensão da língua,não
importam quantos ou em quais você tra-balha, desde qu e o objetivo seja usá-los
como um jeito de formar alunos que
aprendam a ler e escrever de verdade. (J
:-
:Beatriz Couveia, [email protected] ij Escola Projeto Vida, tel. (11) 22361 425, [email protected]
:Secretaria Municipal de Educaçãoi de Nova Lima, tel. (31) 3541-4855:Vera Lúcia Cristóvão, I
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de escrita 3"ao õoano
O que e para que(m)Propostasde escrita devem ter intenqão comunicativa e gênero edestinatário claros. Projetosdidáticos ajudam a conjugar esses fatores
TATIANA PINHEIR 0 [email protected]
ou duas linhas e desistem? Não dizem
nada com nada? Misturam gêneros -pior, ficam sempre no mesma, ou , pior
ainda, não têm a menor noção do que se
trata? Para resolver isso, um caminho 6
refletir sobre sua prática em sala. Mais
especificamente, sobre suas propostas
de produção de textos. É bem provável
que esteja nelas a raiz da maior parte das
queixas citadas.
O argumento é simples: uma boa
proposta de texto precisa ter propósitos
comunicativos claros. Trata-se, segundo
os estudiosos, de garantir as chamadascondições didáticas da escrita: o que es-
crever?Para que escrever?E, finalmente,
para quem escrever? Somente respon-
dendo a essas perguntas 6 possivel de -
terminar como escrever (aqui entram os
gêneros específicos: conto, fábula etc.).
Textos de tema livre costumam des-
considerar esses requisitos básicos.O re-
sultado, quase sempre, 6 desastroso. Em
seu livro Passado e Presente dos .Verbos
Ler e Escrever, a pesquisadora argentina
Emilia Ferreiro demonstra claramentea diferença que uma boa proposta de
escrita faz. Enquanto uma redação de
tema livre sobre o frango (por incrível
que pareça, a proposta era essa) gerou
uma composição pobre de conteúdo
e de forma indefinida, outra - em que
destinatários, tema e motivo da escrita
estavam explicitamentedefinidos - deu
origem a um texto, com diversasmarcas
doigênero,muito mais coerente e coeso
(leia o quadro à direita).
S PROF! .MASDOTEXTO DETEMA LIVRE'-:~&ênero,. destinatário -0pósitoclaros fazem muita fa l
, a m.ISTAS El k
MA I S LISTASHá mu i t o s i te-
! enf i le i rados uapós o outro.
% "Quando não: e sabe o que
a
I, escrever, mas se,:sabe que é preciso -
preencher a página, -recorrer a l ista éu m a tábua d esalvação", analisaEmi l ia Ferreiro.
d iSTpREBADE CENEROSA p a r t i r deste ponto,o texto, q ue atéentão poder ia se rconsiderado u m adescrição, set ransforma erreceita cul inária.Para completara composição,o a luno recorreao s modos depreparo d o rz i.
F IMDESCONEXONa ú l t ima f r a ~ -Ramón revelaa l iv iado p o rt e r m i n a r a escritaVocê conseguedizer se este tex toé b o m? Sem gênero, idest inatár io epropósi to claros, ié impossível te r i
r i tér ios para aval^
ALUNO ~ a m 6 n , anos.COM A LINGUA EsCRm
vive em uma comunidade V r a i Pequenae is0iada. N a ~ s c o \ ~ ,ua P~~~~~~~~acha perda de tempo ler*pR~pOSTA E ESCRITAEscrever um
. texm i vre sobre 0 rango.
28 Especial Produgèo de Texto www.ne.org.br
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A 2 GOLUCOES DOTEXTO DE PROJETODIDATICO
Encaminhamentosclaros e corretos fazem toda a diferença
- . -4% / eM 4 /e, r n - R
I.."
dg5*.* h < a h b , ~ h .O 4d;Ãs Ihes d;sçe AYIAO . ., I .
- - - - -,> .':ALUNA Teresa, 6 anos.
g . .CONTATO COM A LINGUASCRITA - . I
L--7-A 3onstante, U n t o em casa como na escola.
- r-*as aulas, escuta a leitura de contos m do dia L . 42d
PROPOSTA DE ESCRITACriar u m conto que ser5 transformadonu m Ilvrinh0 Para OS colegas. Teresa escolhe *
-c0fIIo tema o arco-(ris.. -ONTE A(SUW EPRÈSENTEws ERBQ(
E EscRNERx FERREIRQOS T m u * A ~ ~ T A W ~
0WRNCUe5 I cMv E w m ~ ~ ~ ~ í c mORREÇ&Z OR TO C I L ( F , ~ )
Essa clareza de propósitosprecisa estar
presente em todas as propostas de escrita.
Mas há alternativas de trabalho que acen-
tuam essas características.A principalde-
las C o projeto didático,um a modalidade
organizativa composta de sequências eatividades qu e culminam num produto
final com destinatário definido."O pro-jeto 6 melhor forma de realizar o que
i MARCASDO GÊNEROA aluna conheceas construçõestípicas qu e sãousadas em u mconto, tanto
nício ("era um a') como no f imveram felizes
. ,-. 3 sempre", qu ei registra como.....: "e estavam
muito feliz").
N O R I T M OCORRETOApesar detropeçar noinício do texto,ela logo resolveo problema e faza história evoluir a~ a r t i reste ponto,.
i criando u m ai sequência d e fatosi qu e confere,
bom ritcompos
GANIZAÇAOEQUADAA maneira comoTeresa constrói Otexto demonstraconhecimentos dasparticularidadesda língua escritaO fi m de cadafragmento, porexemplo, 6
. retomado ei reelaborado para
iniciar o seguinte.
estamos falando. Vamos supor qu e a in-
tenção seja propor um projeto didático
sobre a vida dos dinossauros para alunos
de 4 O ou S0 ano. O produto final pode ser
um livro, com um a coletânea de textos
infolmativos,que ficará disponível na bi-
blioteca.Nesse caso, os propósitos didáti-
cos - aprender a reconhecer e a produzirtextos expositivos- e o propósito social
ou comunicativo - produzir um livro so-
bre dinossauros para a consulta dos de-mais alunos - ão do conhecimento de
.
todos desde o início das atividades. Isso
aumenta o entusiasmo para participardas tarefas. Quando sabem qu e aquela
produção terá leitores reais, o empenho
e o cuidado em todas as etapasda produ-
ção são redobrados.
Outro aspectoque diferenciao projeto
didático é a duração. De acordo com a
quantidadede conteúdos,ele pode ser fei-to durante um bimestre ou um semestre,
seguindo um planejamento detalhado
das atividades:como serão feitas, quantotempo levarão,qual a meta de cada um a
e como serão avaliadas. Nos projetos de
produção de texto, C essencial considerar
qu e cada etapa deve conter práticas deleitura e escrita ou de análise e reflexão
sobre a língua (leia o projeto didático na
página seguinte).
os especialistaschamam de transposição
didática dos usos sociais da escrita por co-
locar o aluno diante de um a prática qu e
considera a função comunicativa da lin-
guagem",diz Beatriz Gouveia, formadora
de professores do Instituto Avisa Lá, na
capital paulista,e selecionadora do Prê-
mio Victor Civita - Educador Nota 10.
Um exemplo ajuda a esclarecerdo que
Interdisciplinaridade eculminância, palavrõesa evitarSe a intenção principal for trabalhar pro-dução de texto,é preciso tomar cuidado
para não exagerar na interdisciplinari-
dade. A tentação de querer ensinar de
tudo um pouco, forçando a barra para
misturar diversas áreas,não costuma dar
bons resultados. Para ficar no exemplo
dos dinossauros, não precisa quebrar a
cabeça para inserir a qualquer custo umconteúdo de Matemática, por exemplo.
TarnbCm não vale pedir tarefas qu e a
turma já sabe e achar qu e a missão está
cumprida. Voltando aos dinos mais um a
vez, imaginemos que os estudantes já
possuem alguma familiaridadecom a lei-
tura de mapas. Pedir qu e eles localizem
os bichos num mapa-múndi, defínitiva-
mente, não C um bo m exemplo dee
www.ne.org.br Especial Produgão de Texto f9
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de escrita 3Oaoboano
e omo abordar Geografia nesse pro-jeto didático. N ã o se pode perder de vistaqu e umb o m projeto deve levar o alunoa aprender coisas qu e antes desconhecia.
Trata-se de fazê-lo colocar e m og o seusconhecimentospara resolver umdeperceber qu e o que sabe é insuficiente e,com a ajuda do professor, encontrar ca-minhos para reorganizar suas hipótesese seguir avançando.
Outro pecado m u i t o co m u m no s pro-jetos é a atenção demasiada?ihamada"culminância", o produto f i na l das ativi-dades. A ideia é qu e a apresentação o u aentrega do projeto concluam u m a cami-
'nhada permeada pelo aprendizado, n a
qual as crianças par t i ram de um estágiom e n o r de conhecimento e chegaram aum maior. "Em n e n h u m m o m e n to daexecução do projeto, o propósito social
e a culminância devem superar os objeti-vos didáticos. N ã o se pode perder noitesde sono pensando n o que servir de lan-ch inho n o dia d o sarau o u matutandoe m qu e t ipo de papelo i v ro de poesiasdas crianças será impresso", alerta SilviaCarvalho, especialista e m Educaçãoe co-ordenadora d o Inst i tu to Avisa Lá.
E C sempre válido lembrar que não va-le apostar apenas no s projetos didáticos.Apesar de bons, é preciso mesclá-losa ou -tras modalidades organizativas para que
os alunos escrevam mais. O ideal é queescrevam odo dia, e m odas assituaçõesqu e surgirem e complementem o proje-t o principal: tomar nota e m situação de
estudo, escrever cartas e bilhetes, traba-lhar outros gêneros e assim p o r diante.E m odas elas, vale a regra de ouro: vocêdeve deixar b e m claro para a turma asperguntas essenciais - o quê, para queme para quê escrever. [J
i:Beatriz Couveia,j [email protected]:Silvia Carvalho, [email protected] I
Ob)etlu#iamiliarizar-se com o gCneroexpositivo.iprender procedimentos de revisão.
Reconhecer as caracterlsticasde fichas técnicas e produzi-las paraum mural a ser exibido na escola.
-roduçãotextual (textosinformativos).
r Procedimentosde pesquisa.Revisão.
lkapo Três meses.
rmrdrbEnciclopédiase revistas de informação, tesoura, cola,cartolina, canetinhas e papéis.
I Para trabalhar com alunos comi deficiência auditiva, acessei www.ne.org.br e digite na buscai mural de animais em extinção.
ii 81aetapaI Inicie compartilhando com? turma
como será o produto final. E oi momento de dividir com os alunos o
que o desafio é organizar, em fichastécnicas, o que sabem sobre o assuntopara apresentar 2 comunidade da escolae As famflias.
m 2' etapaPara que os estudantes escrevam umtexto informativo, precisam antesse familiarizar com ele. Aborde esse
aspecto pedindo que eles levem livros,fotos e reportagens que julgueminteressantes sobre animais em extinção.Amplie esse acervo com enciclopédias,livros, revistas e sites sobre o assunto,cuidando para incluir fichas técnicas,pois elas serão uma referência para otrabalho da turma. Organize situaçõesde leitura, conversandosobre como otexto 6 escrito, qual t ipo de informaçãoele traz, de que modo os dados sãodescritos e quais os termos mais usados.
8 3"etapaDepois da familiarização com osmateriais, é hora de se debruçarsobre eles para selecionar informações.Divida a garotada em grupos e distribuaos materiais para pesquisa. Abordeprocedimentos como busca, seleção eanotação das informações relevantes,rediscutindo-os ate que o resultado dapesquisa seja satisfatório.
de escrita tanto em grupo comoindividualmente. A comparaçãoe a referência a bons exemplos defichas técnicas, assim como o retornoaos textos para recuperar e ampliaras informações são sempre Úteis.
i a etapaOrganize uma ou mais sessões de
revisão-coletivaque sirvam de modelopara a atuação dos alunos. Destaquetodos os aspectos que podem serrevisados: organização da linguagem,ortografia e informações.
i etapaTraga exemplos para que a turma saibacomo montar um mural. Alerte paraa necessidade de ilustração, de tftuloe do tamanho das letras das fichaspara a leitura, tendo sempre em vistaas especificidades do público.
-tliul
Mural de fichas técnicas.-urante todo o desenvolvimento do iprojeto, avalie, nas falas e nas produções idas crianças, se elas conseguiram obter iinformações corretas e suficientes em itabelas e esquemas, transpondo-asadequadamentepara o mural.
i que vão aprender, a razão de estudar i " etapao conteúdo, o que vão produzir e para Momento de usar as informdções Consultoria BEATRIZCOUVEIA e
DÉBORA RANA ([email protected] quem vão apresentar. NOcaso do levantadas para a elaboração das fichas com,br), formadoras do institutoi hura l de animais em extinção, conte I técnicas. Para isso, preveja situações I Avisa Li,em São Paulo, SI?
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30m50ano
O que cada um sabeAnalisar detalhadamente a form a como os alunos escrevem é a primeiraprovidência para determinar os pontos que devem ser ensinadosANDERSON MOÇO [email protected]
A licar atividades de diagnóstico C
algo fundamental para dar o pon-
tape inicial ao trabalho de qualquer con-
teúdo. Sobretudo do 3 O ao S0 an o do
Ensino Fundamental, a prática é indis-pensável porque, enquanto alguns estu-
dantes demonstram mais familiaridade
com os conteúdos gramaticaise a organi-
zação textual, outros, recém-alfabéticos,
ainda enfrentam dificuldadesbásicas em
questões de ortografia, qu e precisam ser
sanadas com o passar do tempo. É claro
qu e nada disso é problema: erros desse
tipo são parte do processo de apropna-
ção da linguagem. Mas às vezes as difi-
culdades são tão alarmantes e variadas
que fica a sensação de que não há ne mpo r onde começar...Por isso, organizar
atividadespara descobrir o qu e a turma
já sabe é tão importante.A sondagem inicial serve justamen-
te para mostrar - com o perdão do tão
surrado ditado - que o diabo nã o 6 tão
feio quanto se pinta. "Nos diagnósticos
bem feitos,o objetivo nã o 6 ontabilizar
os erros um a um. O foco deles deve ser
agrupar problemas semelhantes para
direcionar o planejamento de ativida-
des que vão ajudar a corrigi-los e fazer a
garotada avançar maisn,explica Cláudio
Bazzoni, assessor de Língua Portuguesa
da prefeitura de São Paulo e seleciona-
dor do Prêmio Victor Civita - Educador
Nota 10.Em outras palavras,isso signifi-
ca que entender as principais dificulda-
des da turma é fundamental para saber
o que é mais importante ser ensinadoe também para definir as melhores pro-
póstas didáticas e as abordagens mais
eficazes a serem aplicadas em sala.
Uma lista para mapear .as dificuldadesda turmaAntes de começar a atividade,é preciso
montar um a lista com os itens que serão
analisados.Não podem faltar aspectosrelacionados aos padrões de escrita e às
o foco deve recair sobre a ortogr&a e a1características do texto. Do 3 O ao S0 ano,
,
pontuação e é essencialverificar se a tur-
ma conhece e respeita os traços do gêne-
ro escolhido (veja no quadro à direita um
exemplode diagndstico com base em alguns
dos erros mais comuns nessa ase).
Em seguida,você já pode pedir que os
alunos escrevam. Não há segredo: comoI
em qualquer proposta de produção escri-
ta, os alurios precisam saber para que vãoescrever (o u seja, a intenção comunica- Itiva deve estar bem definida), o que vão
escrever (o gênero selecionado) e quem
vai ler o material (o destinatário do tex-
to)."Também C importante explicar que
essas produções servem para mostrar ao
professor como ajudá-losa ser escritores
cada vez mais competentes", afirma So-
raya Freire de Oliveira,professora da EE
Carvalho Leal, em Manaus. Em sua clas-
1se de S0 ano, ela prop8s que a garotada
produzisse uma autobiografia, gênero
que vinha sendo trabalhado desde o ano
anterior - um a opção válida, já que os
estudantes tinham familiaridade com o
tipo de texto. Contudo, os especialistas
apontam que pode ser ainda mais produ-tivo sugerir que os alunos recriem, com
suas própriaspalavras,histórias conheci-
das,como um a fábula (leiamais noplano
de aula da página 34). "Assim, você pode
se concentrarnos aspectosque têm de ser,
,
melhorados para aproximar o textoe I
T m e letraspor dexou ik iment ode q u l a r i d d a r .
I rouosta Enfatlzeas rcpularidabero r to g td f ic ~ r ,nalisando,pormeiade listas, aporyEo da ktra napalavra ( por exemplo,
una corre no inkioh I
j-&lema CcmmdAncertml.~ 0 l ~ 3 9 t aefletir s h r equeé erro na norma
ulta e na inguagemihda pela comparagiíoe texto3 dêalunosom reportagens (Nelesn>curozr>deve dar lugar
TAVAm
r o M c m nterferênciaa falam radia l .E!Rma ULSQI,preciso memorizarp a l m a e aprenderue as deriwaqiksartem sempredo=mo i?Edbl (em ven
e YwanIaestwa~ ue
pgg&jTrabalhar~fewnpsntre a filo
a d t a . A a q e S B o c
transcrever Mras de
em wz de "chego").
&lema Uso de sílabasiferentcs do padrao>nroante-vogal.ropasta Reflexa0sobrealwras com sllabas de.&sktras ("resol-WU").ma opçso C destaca-larrn textos para queescubram o que elas5m em comum.
32 special Produgáo de Texto www.ne.org.br
8/9/2019 Nova Escola Producao Textual
http://slidepdf.com/reader/full/nova-escola-producao-textual 27/52
8/9/2019 Nova Escola Producao Textual
http://slidepdf.com/reader/full/nova-escola-producao-textual 28/52
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Diagnóstico 3 0 w ~ a n o Vda3 -I
d ~ b otn,
*que os alunos fazem daqui lo que éconsiderado b e m escrito", recomenda oprofessor Bazzoni.
C o m as produções e m mãos, Soraya,
a professora de Manaus, p a r t i u para aanálise, anotando n a lista de aspectossondados quantas vezes cada t i p o deer ro se repet ia nas produções. N o fim,descobriu que mui tas crianças nã o utili-
zavam sinais de pontuação. "Percebi queesse deveria ser o conteúdo pr ior i tá r ionaquele iníc io de ano", ressalta.
Do 3 O ao 5 O ano, a ortografia
é umdos problemascomuns
O resultado d o diagnóstico de Soraya é
bastante comum: o e pontuaçãocostumam ser os pontos mais criticos pa-ra as crianças dessa faixa etária. "Mui tosalunos escrevem d o jei to que fa l am eate i nven tam palavras", conta Bazzoni.Mesmo assim, dizer que a t u r m a t e mproblemas c o m "oogaa e pontua-ção" é vago demais. Quais problemas, es-pecificamente? Fal tam vírgulas? Mu i tost rocam letras? Poucos sabem div id i r osparágrafos? Mais u m a vez, a sondagempode ajudar: se os itens analisados forem
b e m determinados, você saberá co m bas-tante precisão que pontos atacar.
É impor tante embrar, ainda, que cadaconteúdo deve ser abordado p o r m e i ode novas propostas de textos, semprecom etapas de revisão. Ref le t i r sobre osaspectos notacionais (relativos As regrasde uso da língua) e discursivos (relativosao contexto de produção) 6 o jei to maiseficaz de levar os alunos a aprender ospadrões de escrita e superar os proble-mas que enfrentam ao escrever. [3
I . .-~1áud10azzoni, [email protected] EE Carvalho Leal, tel. (92) 32169053,:[email protected] Soraya Freirede Oliveira,[email protected]:IIIOLIIILi Em educacao.prefeitura.sp.gov.br,i na seção Biblioteca Pedag~ígica,:o documentoAprender os Padrões da
LinguagemEscrita de Modo Reflexivo,I sobre como realizarum diagnóstico:de produção de texto. I
robmbi identificar o domlnio de cada
J aiuno em relação aos padrõesi da linguagem escrita.
I -I i rodução de texto.I.iábulas.
I Aiiar 3O ao 5O.
i uaaw-i Folhas para escrever,i lápis e borracha.
iFMwlrqa
i Para trabalhar com alunosi com deficiência ffsica, acesseI www.ne.org;br e digite na buscai diagndstico inic ia l produção texto.
if Converse com a turma sobrei a atividade, explicando que ela será: importante para o planejamentoi das próximas aulas e que va i ajudar
a escrever com mais segurança. Ai tarefa é reproduzir por escrito um ai fábula (de conhecimento de todos)i que será contada em sala. Depois dei
recitá-la, converse sobre o enredoi para que as crianças se familiarizemi com a história.Você pode solicitari que contem a fábula oralmente
para te r a certeza de que todosi tê m condições de reproduzi-la pori escrito. Por fim, peça que os alunosi a escrevam po r conta própria.
i ~ w ~ ~ i ~ bi O diagnóstico é feito ao analisari os textos de acordo com um ai lista de problemas e dificuldadesi previamente estabelecida, quei
considere tanto padrões de escritai como caracterfsticasdo gêneroi escolhido. N o caso das fábulas, um ai sugestão posslvelé a seguinte:
i P a d r ó e s d e esc r i t a: @Apresentamuitas dificuldades para
<I >> r< JJ <I JJ I< J> <I JJ <Ir I r , s / ss , g I uJ;"m>T'nn)por desconhecer as regularidades
contextuais do sistema ortográfico.iroca letras ("cJT<ç"l"s"/"ssJJ/"xJ~« JJ I#J « >I< JJ ll JJ I<'JJs / z , x l c h , g / ~p o rdesconhecer as múltiplasrepresentações do mesmo som.
Realiza trocas de consoantessurdas (produzidas sem vibraçãodas cordas vocais, como "pJJ "t")
e sonoras (com vibração das cordas,como "b" e "d").ievela problemas narepresentação da nasalização("ãJJ/"an").i ão domina as regras básicas
de concordância nominal e verbalda lingua.ião segmenta o texto em frasesusando letras maiúsculas e ponto(final, interrogação, exclamação).i ão emprega a vlrgula em frases.i ão segmenta o textoem parágrafos.i ão dispõe o texto (margens,parágrafos, tltulos, cabeçalhos)de acordo com as convenções.
Carac ter ís t i cas do gêneroi odifica o conflito principal
da história.i ão evidencia a relação entreos personagens.i ão constrói o clímax.@Transformao desfecho da história.i ão constrói o texto de modoa retomar ideias anteriores parada r unidade de sentido (coesãoreferencial).i ão usa marcadores temporais.Depois de verificar quantas vezesos problemas listados aparecemno texto de cada criança, registreo total de vezes que esse problemaaparece na classe. Com base nessediagnóstico, liste os problemasprincipais que precisam sertrabalhados com toda a turma,tratando-os como conteúdosprioritários para o semestreem curso.
i representar sllabas cuja estrutura I ConsultoriaCIAUDIOAZZONI,i seja diferente de consoante-vogal. assessor de Llnaua Portuauesai ipresenta erros por interferência
da fala na escrita em fim de palavras.i ipresenta erros po r interferênciai da fala na escrita no radical.i iroca letras ("c"/"ç", "cJJ/"quJ',
da prefeitura dé São ~ a u bselecionador do Prêmio Victor Civita - iEducador Nota 10, com base nodocumentoAprender os Padrões daLinguagem Escrita de Modo Reflexivo,da prefeitura de São Paulo.
34 Especial Produgão de Texto www.ne.org.br
8/9/2019 Nova Escola Producao Textual
http://slidepdf.com/reader/full/nova-escola-producao-textual 29/52
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~~~5~~~~ Leitur
Ler para escreverBons leitores são bons escritores? Nem sempre. Para enfrentar o desafioda escrita, é preciso investigar a s solucões de autores reconhecidosROD RIGO RATIER [email protected]
Tdo m un do já ouviu (e provavel-
men te também já repetiu) a ideia
de que, para escrever bem, é preciso ler
bem. A primeira vista, parece um prin-
cipio básico e indiscutíve l do e nsino daLíngua Portuguesa. Tanto que a opção
de nove entr e dez professores tem sido
propor aos alunos a tarefa. Ler mu ito,
ler de tudo, na esperança de que os
textos automaticamente melhorem de
qualidade. E, muitas vezes, a garotada
de fato devora página atrás de página,
mas - pense um pouco no exemplo de
sua classe- a tal evolução simplesmente
não aparece. Por q ue será?
Antes de mais nada, ninguém aqui
vai defender que nã o se deva dar livros
às crianças. A leitura diária é, sim, uma
necessidade para o letra men to. Mas ler
para escrever bem exige outra pergun ta:
de qual leitura estamos falando? Para
fazer avançar a escrita, a prática tem de
ser um ato de com promisso e com foco
(as ilustrações desta reportagem mostramalguns exemplos). Pelo contrário: exige
intenqão e um encadeamento definido
de atividades, que ten ham como objetivo
mos trar com o redigir textos específicos
(leia a sequência didática na página 37).
"A leitura para escrever 6 um momen-
to q ue coloca os estudan tes num a posi-
ção de le itor diferen te. A tarefa deles será
encon trar aspectos do texto que auxiliem
a resolver seus próprios problemas de es-
crita'', afirma Débora Rana, formadora de
professores d o Insti tuto Avisa Lá, em São
Paulo, e selecionadora do Prêm io Victor
Civita - Educador Nota 10.
Éum trabalho q ue destaca a forma (es-
tamos falando de intenção comunicativa
e estilo, portanto ), um tema relacionado
a inquietações que tiram o sono de rnui-
tos docentes: por que as composições dosalunos têm tão poucas linhas? Por que
eles não conseguem transmitir em oção
ou h um or? Por que as descrições de luga-
res e personagens não são detalhadas?
Trechosdecontos trazem6timas sugestões para os textosA ideia do trabalho é analisar os efeitos e
o im pacto que cada obra causa em qu em
a lê. Sensações, claro, são subjetivas , va-
riand o de pessoa para pessoa. Mas, qua n-
do lê diversos textos bons, com expres-
sões e características recorren tes, a tu rm a
consegue, aos poucos, entender qu e ée
FONTE D E INSPIRAÇAOConfira como usar a leitura a serviço da produção de texto
"OSPEDACINHOS DE GENGIBRE
L VAMOS VE R COMO O AUTOR
FEZ? "LENTAMENTE,SE CONVERTERAM EM CRIANÇAS!'ESSEVERBO É RAPIDO. COMO
OS PEDACINHOSDE GENGIBRE
POSSO FAZ~?-LOENTO?
"SE CON-VER-TE-RAM?"
8/9/2019 Nova Escola Producao Textual
http://slidepdf.com/reader/full/nova-escola-producao-textual 30/52
Leitu a 3. ao s0 ano
a linguagem que gera os tais efeitos
,-2 nos comovem ou divertem. Nessesentido, o conto, um dos tipos de texto
mais usuais nas classes de 3 O a S0 ano,ofe-
rece excelentes recursos para enriquecerproduções de gêneros literários.
Cabe ao professor, no papel de leitor
mais experiente, compartilhar com a
turma as principais preciosidades, ilumi-
nando onde está o "ouronde cada obra.
Abaixo, listamos alguns dos principais
pontos a ser observados e trabalhados
nos textos da garotada. Também elenca-
mos exemplos de como os contos podem
ajudar a melhorá-los.
i inguageme expressões caracterlsti-
cas de cada gênero. Cada tipo de textote m uma forma específica de dizer de-
terminadas coisas. "Era um a vez", po r
exemplo, 6 certamente a forma mais
tradicional de dar início a um conto de
fadas (note qu e ela nã o seria adequada
para um a composição informativa ou
instrucional). Alem de colaborar para
que a turma identifique essas constru-
ções, a leitura de contos clássicos pode
municiá-la de alternativas para fugir do
lugar-comum. O Príncipe-Rã ou Henrique
de Ferro, na versão dos Irmãos Grirnrn,
começa assim:"Num tempo que já se foi,
quando ainda aconteciam encantamen-
tos, viveu um rei que tinha um a porção
de filhas, todas lindas".
i escrição psicológica. Trazendo ele-
mentos importantespara a compreensãoda trama, a explicitação de intenções e
estados mentais ajuda a construir as ima-
gens de cada um dos personagens,apro-
ximando ou afastando-os do leitor. Em
O Soldadinho de Chumbo, Hans Christian
Andersen (1805-1875)desvela em poucas
linhas os traços da personalidade tímida,
amorosa e respeitosa do protagonista:"O
soldadinhoolhou para a bailarina, ainda
mais apaixonado:ela olhou para ele,mas
não trocaram palavra alguma.Ele deseja-
va conversar, mas não ousava. Sentia-se
feliz apenas po r estar novamente perto
dela e poder contemplá-la".
i escriçãodecenários.O detalhamen-
to do ambiente em que se passa a ação
4 importante nã o apenas para trazer o
leitor "para dentro" do texto mas tam-
bém para, dependendo da intenção do
autor, transmitir um a atmosfera de mis-
tério, medo, alegria, encantamento etc.
Em O Patinho Feio, Andersen retrata a
tranquilidade do ninho das aves: "Umcantinho bem protegido no meio da
folhagem, perto do rio qu e contornava
o velho castelo. Mais adiante estendiam-
se o bosque e um lindo jardim florido.
Naquele lugar sossegado, a pata agora
aquecia pacientemente seus ovos".
i itmo. É possível controlar a veloci-dade da história usando expressões qu e
indiquem a intensidade da passagem do
tempo ("vagarosamente", "após longa
espera","de repente", "num estalo" etc.).
Outros recursos mais sofisticados são
recorrer aflashbacksou divagações dos
personagens(pararetardar a história) ou
enfileirar um a ação atrás da outra (para
acelerar). Charles Perrault (1628-1703)
combina construções temporais e enca-
deamento de fatos para gerar um clima
agitado e tenso neste trecho de Chapeu-
zinho Vermelho: "O lobo lançou-se sobre
a bo a mulher e a devorou num segun-
do, pois fazia mais de três dias que não
comia. Em seguida, fechou a porta e se
deitou na cama".
mCaracterização dospersonagens.Mais
do qu e apelar para a descrição do tipo
lista ("era feio e medroso"), feita geral-
mente por um narrador qu e não parti-
cipa da ação, que tal incentivar a garota-
da a explorar diálogos para mostrar osprincipais traços dos personagens?Nesse
aspecto, a pontuação e o uso preciso de
FONTE ADAPTAGO DA AmIDAOEPRIMEIRA REESCRITADECONTODITADO A PROFESSORA.REALIZADAPOR ALEJANDRAPAIONE,ACUSTINA PEdEZ E MIRTAWTEDO .
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verbos declarativos e de marcas da orali- colocado os estudantes para le r e te r di- mimniaimnmr .dade exercem papel fundamental. Nes- recionado a atividade para melhorar os .
ic.rut.te trecho de Rumpelstichen, os Irmãos textos, mas o trabalho não para p o r ai. : D6bora Rana, deborarana~ajato,com,brG r i m m dão voz à protagonista para qu e Eles precisam ter a oportunidade de p ô r wmnet
i Em practicaslenguajeprimaria.ela se lamente: 0 conhecimento e m prática. A inda que :goog1epages.com/primaria-i-cicio-
"- A h! - disse a moça, soluçando. - O a lei tura seja essencialpara impuls ionar
re i m e ma n d o u f iar toda esta pa lha de a escrita, não se desenvolve o comporta-
ouro. N ã o sei como fazer isso!" men to de escritor sem enfrentar os desa-
Por fim, um lembrete: você pode te r fios do escrever.
iOb)CtDYgi i econhecer a leitura como um ai fonte essencial para produzir textos.
i i Saber reconhecer, organizar ei utilizar nas produções os recursosi lingufsticos presentes nos textos.
C#r#bo
i rodução extual.
Tcnp- Cinco aulas.
Mada inecesdrloLápis, borracha, papel e livrosou textos selecionados como
referência (indicações emwww.ne.org.br: digite na busca:leitura para refletir escrita).
i -i Para trabalhar com alunoscom deficiência visual, acesse
i www.ne.org.br e digite na buscai leitura para refletir escrita.
i: i l ae tapa
i Para um bo m trabalho da leitura
i direcionada para a melhoria da
escrita, promova a ampliação doi repertório, selecionandoobrasi que sirvam de referência parai o momento da produção. LerI diversostextos de um mesmoi gênero ou autor colabora para
i que os alunos se apropriemi de mais elementos para a produçãoi de composições. Procure garantir
i que a leitura enfatize comoi se diz determinada coisa dentroi de um gênero, discutindo a
linguagem usada e o efeitoi que ela provoca.
o2 etapa
Analise com os alunos as produçõesfeitas po r eles. A ideia, nessa fase, é
listar os problemasque podem serresolvidos recorrendo a outros textose outros autores. No quadro, organizeos problemas encontrados, criandoum a classificação que ajude a tornarmais observável o que buscam:marcas caracterlsticas de cada gênero,como indicar estados de espfrito eemoções, descrever cenários, usarpalavras para expressar rapidez oulentidão e a pontuação para destacarfalas. Para organizar o trabalho, emvez de atacar todos os problemasde uma só vez, prefira colocar em
evidência o que mais atender 2snecessidadesdo grupo.
iaetapa
Retome os livros lidos nas atividadesde ampliação,de repertório e ajudeos estudantes a buscar meios pararesolveros problemas tistados.Uma possibilidade 6 reler algumtexto, mas dessa vez pedindoque a turma ouça, com atenção,o modo como o autor desenvolvea história: como ele apresenta osfatos e os personagens, como
descreve o cenário, quais expressõesdestacam emoções - rata-se aquide identificar os recursos que dãoao texto o status de boa qualidade.Eleja alguem do grupo para ser oredator de um cartaz com o resultadodessa reflexão, cujo tftulo podeser "Elementos que podemos usarpara dar qualidade a um texto'!
i' etapaCom base na lista de elementos docartaz, discuta como os itens podemser utilizados nos textos dos alunos,
tentando estabelecer com elescriterios de organização.Redna,por exemplo, expressões que podem
ser usadas para se referir ao tempo:passo a passo, rapidamente, commuita cautela, apressadamenteetc. Faça o mesmo para as outrascategorias criadas. Em seguida,recomende que voltem ao texto parainiciar a produção de novas versões(elas serão as inermediárias, jácom a incorporação de tudo queaprenderam nas leituras).
i a etap aVolte aos textos produzidos,escolhendo um deles para ser
revisado coletivamente-
dessa vez,considerando o apoio dos recursosencontrados nas leituras. Por fim,oriente que todos façam a própriarevisãoe realize uma nova avaliaçãodo texto, chamando a atenção paraoutro foco e mostrando como épossfvel avançar com a composiçãoatacando outros problemas.-
bserve a participação de cada alunocom base nos seguintesaspectos:faz comentários sobre a qualidade
do que lê? Percebe o que tornaos textos claros ou bem escritos?Utiliza recursos que auxiliam naescrita? Identifica textos e autoresque possam ajudá-lo numa questãoespecffica? Para os que apresentammaior dificuldade, recorra sempre aotrabalho em parceria -se for o caso,realize unto com o estudante estasequência didática.
Consultoria DÉBORA RANA, formadorade professoresdo Instituto Avisa Ld, emSão Paulo, e selecionadora do PrêmioVictor Civita - Educador Nota 10.
www.ne.org.br Especlal Produ~ão e Texto 37
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Reescrita Pao6Oano
Além da reescritaA tarefa é mais que pôr no papel uma história conhecida. Modificaro narrador da trama encaminha a garotada para a autoria de verdade
RODRICO RATIER e TATIANA P INHE IRO [email protected]
\1 o jargão da didática de leitura e \1 \ scrita, reescrever um texto não 4
corrigi-lo ou revisá-lo, com o faz supor o
senso comum . É contar, com as própriaspalavras, uma história, com a qual a tu r-ma já está fam iliarizada.É bem provável
que você já saiba disso e utilize a estra-tegia com a garotada. Uma novidade,
porem, 6 que a reescrita pode ir alem de
sua forma pura- ou seja, a versão pessoal
de um texto-fonte.O que os estudiososda área descobriram recentemente 6
que existe um tipo específico que leva
os alunos a colocar em jogo um a enorm equantidade de conhecimentos e a avan-
çar ainda mais.São os relatos com a m udan ça de nar-
rador (leia a sequência diddtica no quadro
da página 40).Em histórias infantis, seria
algo como a bruxa malvada de A Bela
Adormecida, um a das irmãs de Cinderela
ou um solitário anão de Branca de Neve
contar tudo no lugar do narrador onis-ciente - aquela voz externa ao desenro-lar dos fatos e que sabe o q ue se passa
na cabeça dos personagens, com livre
acesso a sentimentos e pensamentos. É
o tipo m ais com um nos contos clássicos,por exemplo.
Parece simples, mas, na verdade, a tt,
refa 6 bastante complexa. Por isso, 6 mais
adequadapara turmas a partir do 3 O ano.
As pesquisadoras argentinas Emilia Fel
reiro e Ana Siro dedicaram um livro in-
teirinho a ela (Narrarp or Escrito Desde un
Personaje -Acercamiento de 10s Nifios a 10
L$erario, lançado em 2008 e ainda inddi
to n o Brasil). Logo na introdução , Emi-
A REESCRITA N A PELE D E UM PERSONAGEM
PROPOSTA Reescrever o conto Chapeuzinho Vermelhodo ponto de vista do Lobo MauALUNO Fernando, 9 anos
Primeira versão
L-pn d e epente v ia Chapeuzinho (...) ela] M V ~ U a casa da minha vovozinha com estecestinho de comida onde fica a casa da sua vovozinha eu d ooutro lado da flore eu fu i correndo a menina
fo i pelo outro cami eu o mais curto meninm@S%I? iFdo e i primeiro e bati na portaa avó q u e m Chapeuzinho Vermelho(...) rapidamente pulei na cama e a comi de uma vez pela janela vi a
1 Chapeuzinho me disfarcei de vovozinha quando ela bateu na portame enfiei na cama fiz uma voz doce E
-luem 6 m e s o uChapeuzinho (...) Chapeuzinho entrou,,,-aue olhos tão grandesvocê tem são para ver você melhor minha pequena que nariz tão
. ,
liaw dimensionao tamanho da saudável P
8
PES!
NOS trechosdestacados emamarelo, o alunose confunde quantoao foco narrativo,contando a históriaem terceira pessoa,em vez da primeira.~ u i t oomumnesse tipo dereescrita,o problema apareceno inlcio e no fim.
Como o texto d6a entender queffatalhd'é ocaminho maislongo, 6 posslvelque o aluno tenhasó reproduzidoa palavra, queaparece em váriasverdes do conto,sem realmenteentender seusignificado.
Deslizamentosde ponto de vistasão passagensqueum narrador emprimeira pessoanão poderia saber:o lobo nâo vêChapeuzinhocolher flores,o lenhadorna floresta ouo banquete no fimda composição.
H á excessivarepetição do verbodizer paraintroduzir as falasnove vezes,aotodoE a pontua ão surgapenas no k n a ~do texto. Faltamsinais gráficosque indiquemonde começame terminamos diálogos.
FONTENLRRAR FOR ESCRITUDESDEUN PERSDWE-ACERC4MIENTO DEWS l#OSA L0 LITER4RIDDDE EMILIA
FIRREIRO E ANASIRO.OSTWOS FOW AOAFTAWS PARAOWRTUCU~S
8/9/2019 Nova Escola Producao Textual
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Segunda versão
Em um belo dia eu vi uma menina com um cestinhcE eu pergunted3 que você faz nesta f l o r e s t ailou 2 casa da minha vovozinha para levar este cestinho com
comidas.4 Onde C a casa de sua a v a a ~ outro lado da florestaI Be r n , você va i pela estrada e colhe flores e eu vou por outrocaminho1 BemCorri até cheaar à casa da vovozinha. Bati na porta.
intre Chapeuzinho a porta está abertdEntão entrei correndopulei na cama e comi a vovozinhd ,deitei na cama até que vi a Chapeuzinho pela j a n e i d ~ a t e u ap o r t a Disse quem é
SO U a Chapeuzinh Entre Chapeuzinho a porta está aber taint rou p8s o cesto em uma cadeira, se aproximou do meu l a d dJue orelhas tão grandes você t e r dSão para ouvir você m e l h o r 1 ~ u elhos tão grandes você t e 4
- jã o para ver você m e lho r 1E que boca tão grande você tem(É para comer você melhod E comi a Chapeuzinhd
De repente entrou um caqador com um machado e me cortoua barriga! E eu fB tó r i a do além1
emtudo 6 avançoa revisão. O lobo
um poucosua astúcia:não finge umadoce, não
a menina depequena"
a engana
floresta paraantes. Suase
ao essencialfazer avançar
ação da trama.
Aqui, um dosmaiores ganhosda segundaversãodo texto. Fazendoo lobo relatar osfatos "de outromundo"ou "doa16m1; o alunoconstrói uma salda
engenhosa parajustificar quea história sejacontada porum narradorque 6 morreu.
-a segunda versão
do texto, o alunoconsegue eliminarquase todososdesllzamentosde ponto de vista.Persiste apenasum: o lobo nãopergunta 21 menina
como ela se chama,mas, ao chegara casa da av6,assume o nomeda personagemprincipal.
Imboraainda
persistam algunsproblemas, o usodos sinaisgrtíficos6 muito maior quena primeira versão.Uma pesquisadaargentina MirtaCastedo mostrou
que a pontuação6 um dos temas emque osalunos maisse concentramno processode revisão.
encrenca qu e a turma vai te r em mãos:como quem escreve em primeira pessoaresolve o problema de ser personageme, ao mesmo tempo, narrador? "ContarI aseado em um 'eu' protagonisp su -põe qu e o personagem e o narrador
somente podem acessar sua própriainterioridade e aquela qu e inferem dosdemais personagens com base em seucomportamento ou suas exterioriza-çÓesn,ela explica.
No vocabulário da disciplina,signifi-ca que o aluno-escritorprecisa enfrentardois desafios.O primeiro deles 6 a focali-zação- a perspectivaou o ângulo de visãode quem conta a história.O Lobo Mau
de Chapeuzinho Vermelho,po r exemplo,não sabe de antemão o nome da meninae desconhece a presença do lenhador qu evai salvá-la até que ele apareça, de fato,na casa da av6. Diante dessa restrição,é natural que muitas crianças, lá pelomeio do relato, acabem apelando para onarrador "sabe-tudo"em terceira pessoapara que a história mantenha a lógica(leia o exemplo das produções de um aluno
que ilustra estas páginas). É um a mistura
própria de quem está descobrindo novoscaminhos para escrever mais e melhor.Mostrar o problema - chamado de desli-zamento de ponto de vista- e discutir aspossíveis soluçóes 6 o seu papel.
Aprender as palavrascertas
para definir a voz do narrador
O segundo desafio 6 o da modalização, avoz de quem conta a história.Diferente-mente do narrador onisciente, que qua-se sempre é neutro, o narrador em pri-
meira pessoa tem objetivos muito bemdefinidos (afinal de contas, ele participado desenrolar dos fatos). No caso do Lo-bo, 6 interessante qu e a t u r h a percebae utilize no texto alguns dos artificios aque o bicho recorre para enganar Cha-peuzinho - fingir a voz doce da vovó,por exemplo. Trata-se, fundamental-mente, de mostrar qu e as palavras comque o personagem-narrador conta um ahistória buscam provocar determinadosefeitos no leitor: convencê-lo de alguma
coisa, buscar su a cumplicidade oue
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Reescrita 3 O ao 6 ano
iQ compaixão, despertar h u mo r o u ate palavras interessantes ele usou para ex- atividade 6 ajudar a tu r ma a evoluir e m
mesmo causar repulsa. pressar sensações e emoções, como ele direção A autoria, "O trabalho de revisão
Para trabalhar essa proposta mais descreveucada personagem,com que rit- faz justamente isso, permi t indo As crian-
complexa, a sequência de atividades 6 a m o asações se encadeiam, como a trama ças superar obstáculos de modalizaçáo e
mesma qu e para as outras modalidades terminou etc. Esse t ipo de reflexão sobre focalização qu e n e m sequer haviam sidode reescrita. D e início, 6 necessário au- o uso da linguagem vai ajudar a garo- percebidos n a primeira versão:' D
mentar o repertório dos estudantes sobre tada a reuni r os principais elementos e
o gênero qu e serA abordado, lendo para expressões que serão usados depois, n o ....................:-(ou com) eles várias versões da narrativa. momento de da r vida aos relatos. i Emwww.buenosalres.gov.ar/areas/
Depois de cada leitura, algumas cmc te - E m seguida, 4 hora de deixar escrever. e ~ u c a ~ ~ ~ ~ ~ u r r ~ ~ u ~ ~ / ~rísticas da estrutura d o texto devem ser N ão se esqueça de reservar espaço para i acesseo QOCumentodeTrabalho
:da Secretaria de Educação da Cidadedestacadas e m u m a roda de conversa: a revisão. Como explicam Emi l ia Ferrei-
co mo o autor começou a história, qu e r o e Ana Siro, o mais importante nessa
r -i i eescreverum conto tradicionali tendo um personagemcomo narrador.i irabalhar focalização (pontoi de vista do narrador) e modalizaçãoj (voz narrativa).
i: i roduçãotextual (reescritai de contos tradicionais).i n Focalizaçãoe modalização.
i ~ r i l l n d o 1 6 a u l a s .
I mecu&b Cartolinas,i pinc6is atbmicos e coletâneaI de contos (indicação emi www.ne.org.br: digite na
busca reescrita com personagem-: narrador).
ii Para trabalhar com alunosi com deficiência visual, acesse
www.ne.org.br e digite naI
busca reescrita com personagem-i narrador.
i m l a etapa
i O primeiro passo 6 familiarizari a turma com o gênero que vaii ser trabalhado. Selecionequatro
contos tradicionais da coletaneai para a leitura e explique a proposta:i conhecer bem as histórias para,
i depois, reescrever uma delas na peleI de um dos personagens. Inclua nai cbletânea diferentes versões
de um mesmo conto, privilegiandoos que expandem episódios da tramaou detalhem as caracterlsticas deu m dos personagens.
i "etapaReserve algumas aulas para ler asversões de cada conto. Discuta comos alunos aspectos que vão ajudá-losa escrever os próprios textos: quemestá contando a história? O aue elesabe sobre a vida dos personagens?Quais as caracterlsticas deles?Que
mudanças seriam necessárias paraque um deles fosse o narrador? Essasperguntas são importantes paraapresentaro conceito de focalização,o ângulo de quem conta a história. .i ' etapa
Apoiado nas sessões de leitura,construa com a classe um painelcoletivo com as caracterlsticas dosprincipais personagens. No caso deCinderela, po r exemplo, pode-se dizerque a madrasta 6 arrogante e m6 e quea fada madrinha 4 bondosa e solidária.
Transcreva os resultados em um cartaze deixe-o h vista dos estudantes. Issovai ajudar os alunos a escolher umpersonagem para contar a história ea saber quais as intenções de cada um,algo fundamental para determinar amodalização (a voz narrativa) com quea trama deve Ser construlda.
i " etapa
Peça que cada um selecione um contoe um personagemcomo narrador,orientando a reescrita da históriade acordo com as opções realizadas.
i etapa
No quadro, realize a revisão coletivado texto de um dos estudantes. Paradirecionar a atenção da classe sobrea focalização e a modalização,distribua cópias do texto digitadocom espaçamento duplo (o que abreespaço para comentários, perguntas ereformulaçõespo r parte dos revisores).Enfatize os problemasdiscursivos dotexto: deslizamento de ponto de vista(mudança de primeira para terceirapessoa) ou passagens mal explicadas.
o 6' etapa
Proponha uma segunda etapade revisão-dessa vez, em duplas,pedindo que os alunos repitam oprocesso que aprenderam na etapaanterior. Pode tambem haver correçãoortográfica e de pontuação, com vocêcirculando pela classe e discutindoas modificaçõesque devem ser feitas.
knWICloNos debates durante a leitura, naprodução de texto e nos processos ide revisão, verifique se cadaaluno compreendeu e utilizouadequadamenteos conceitos defocalização e modalização. Atenção 2s imudanças entre a primeira e a segunda iversão do texto, avaliando que pontos iprecisam ser reforçados po r meiode novas revisões e do retornoaos textos-fonte para confirmaros recursos dos autores.
FonteAtividades adaptadas do livroNarrar por Escrito Desde un Personaje-
Acercamiento de 10s Nitios a 10 Literario, ide Emilia Ferreiro e Ana Siro.
40 Especial Produgão de Texto www.ne.org.br
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50 e B anos Textos informativos
Raio X na notíciaSaber ler para estudar e dom inar procedimentos como sublinhare resumir é o caminho para a autoria de textos inform ativosBEATRIZ SANTOMAURO [email protected]
Otextosinformativos êm afunção
de abordar algum fato,transmitir
dados, atualizarconceitose ensinar sobre
um tema. Isso é o que ocorre em repor-
tagens de revistas,verbetes de enciclopé-
dias,notíciasde jornais, artigosde divul-
gação científica e livros didáticos. A
maioria dos leitores,ao ter um texto in-
formativo em mãos, quer saber o que
está sendo dito e aprender algo com a
leitura.Ok,é sempregostoso ler um tex-
to com um estilo inventivo e bem escri-
to. Mas, no caso dos gêneros informati-
vos, não resta dúvida: a ênfase é sobre o
conteúdoque se escreve.
Ter isso em mente ajuda a lembrar as
habilidades de leitura a ser trabalhadascom esse tipo de gênero. Usando textos
informativos,você deve levar a turma a
buscar dados específicos, tomar notas,
comparar fontes de informação e inter-
pretar a linguagem da diagramação.Em
poucas palavras, é preciso saber ler para
estudar. Além de fundamentais para a
vida cotidiana, essas competências são
essenciaispara que os alunosse tornem,
de fato,autoresde textos informativos(e
não meroscopiadoresde trechosde refe-
rências, como costuma ocorrer em mui-tas pesquisas).
Há diversosprocedimentos de leitura
para organizar informações e facilitar o
entendimento: sublinhar os trechos es-
senciais para apresentar as ideias, resu-
mir o texto, mostrando o que 2 mais
importante, e fazer registros em tópicos
(leia a sequência didática na página 44).
Quandoo estudantecumpre essas etapas
de estudo,as informaçõesfundamentais
sãodestacadas,o que facilita a retomada
para o momento da escrita.
Esmiuçar cada texto para retiraros dados que mais interessamDecidir quais estratégiasusar -se é mais
adequado resumir do que fazer esque-
mas, por exemplo- depende do tipo de
texto e da informação que se quer obter
com base na leitura.A aluna SaraLaiane
Oliveira Souza,que cursava o 5" ano da
EMEF Victor Civita, em São Paulo, foi
orientadapela professoraPnscilaBarbo-
saArantesa sublinhar e tomar notas em
tópicos de diversos textos-fonte de jor-
nais e revistas com um objetivo claro:
procurar informaçõesque pudessem ser
úteis para o momento de escrever para o
jornal mural da escola sobre os 40 anos
da chegada do homem à Lua, efeméridecomemorada em julho de 2009 (leia o
quadro na prígina seguinte).
Com a ajuda da professora, Sara en-
tendeu rapidamentea utilidadedospro-
cessos intermediários à escrita propria-
mente dita."Amaneira de registrar o que
mais se destaca permitiu que ela tivesse
em mãos a síntese de sua Ieitura e suas
notas de apoio, podendo recuperá-las
pais rapidamente do que se ela tivesse
dereler tudo'',diz ClaudioBazzoni,asses-
sor de Língua Portuguesa da SecretariaMunicipal de Educação de São Paulo e
selecionador do Prêmio Victor Civita -Educador Nota 10.
Grifar o que importaou fazer um apa-
nhado dosconceitosmais relevantes não
é coisa simples."No caso do sublinhado,
por exemplo,muitas vezes os alunos es-
colhem o parágrafo inteiro ou apenas
palavras isoladas, ou seja, fazem a ativi-
dade sem definir um critério claro do
que é o principal",explica Bazzoni.Esse
foi um dos conflitosde Sara.Como ava-
liar o que é mais importante? A quanti-
dade de rochastrazidas pelos astronautas
à Terra?A distânciado nossoplaneta até
a Lua? Teria sido mais adequado falar
sobre as missões enviadaspelos Estados
Unidos?Para orientaro aluno nesse tipo
de escolha,você tem de ajudar a delimi-
tar o que vai ser sublinhado e não so-
mente dizer "grife o mais importante".
Uma opçãoé mostrarsuasprópriasestra-
tégias, fornecendo a referência de um
leitor experiente.Essas dicas valem sem-
pre que alguém estiver vacilante sobrea
escolha de informações.
Já no momento de resumir um texto,
a turma terá dese preocupar em conden-
sar fielmente as ideias lidas. É possíveliniciar pelo reconhecimentodos blocos
significativos- os conceitos que unem
cada grupo de frases,períodos e parágra-
fos. Em textos curtos, os alunos podem
numerar osparágrafos,delimitarosblo-
cossignificativose,sódepoisdisso,escre-
ver o resumo, de modo a ressaltar a cor-
relação entre as partes.
Diagramaçãoe hierarquia,uma dupla inseparável
Nos textos informativos,a intervençãodo professor é essencial para orientar
a turma a notar qual o tratamento
da informação dada pelos veículos de
comunicação.Em jornais, revistas e sites,
o texto quase nunca aparece em sua for-
ma "pura".Tome as páginas desta repor-
tagem comoexemplo:além dochamado
texto principal, há título, subtítulos e
chamadas no meio do texto. Esses e ou-
tros elementos de diagramação, como
fotose ilustrações,não têm como objeti-
vodeixara reportagemmais bonita:e
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informativos 5 0 ~ 6 0 ~ ~ ~ ~
Leituras feitas, a turma vai paraa sistematizaçãoe a produçãoDepois da leitura e da discussãosobre o
conteúdo, C hora desistematizar as carac-
terísticasde cadaum dosdiferentesgêne-
ros informativos.Quais os termos recor-
rentes? Os estudantes percebem que es-
ses textos, normalmente escritos emterceira pessoa, não costumam trazer
uma opinião pessoal explícita? Veem
que asinformaçõestendem a ser rigoro-
sas, com números retirados de fontes
como estudos e pesquisasde universida-
dese entidadesinternacionais?
Unindo os dados sobre o formato do
gêneroe o conteúdoapresentado,C hora Ide planejaro que vai serescrito,prestam ~do atenção para não somente copiar, 1
transcrevertrechos longos na íntegra ou
levantarum s6aspectoda questão.O ide- ia16 ue o aluno consigacriar outra pro- I
dução,se descolando,de fato,dos textosI
que serviram de base, construindo suai
própria hierarquiados dados com o que
selecionoudasleituras.Ele deve ter claro
para quê, para quem e o que escrever,
informações essenciais que o professor Iprecisa fornecer logo no início do traba-
lho.Com uma bagagem razoávelsobre o
tsma, espera-se que a garotada tenha
condiçõesde cruzardados, relacioná-los 1
ANTES DE COMEÇAR A ESCREVER, E PRECISO LConfira o processo de produção de u m exto sobre a chegada do homem A L
ATIVIDADE 1 PROPOSTA A ALUNA
Aqui estão três textos sobre a Lua. Comcanetascoloridas, destaque nos
textos 1 e 2 as informaçõessobre o satklite natural, a Terra e as crateras
lunares. No texto 3, encontre falas significativasdos astronautas.
e lesambicionamguiar a leitura,en-
fatizando determinados pontos de vista
e opiniões.Espera-se,por exemplo, que
o título explicite o assunto principal, osubtítulo o complementee osprimeiros
parágrafosfuncionemcomoum resumo
dos dados mais relevantes.O mesmova-
le para as fotografias: se são grandes e
estão localizadas na parte superior da
página, tendem a ser mais importantes.
Uma boa maneira de levar a turma a re-
fletir sobre essa relaçãoentre diagrama-
ção e hierarquia 6estimular o debate:o
que dizem titulo, subtítulos, fotos e le-
gendasde determinada reportagem?Há
outro elemento na diagramação, como
um quadro com alguns itensou um tre-
cho colocado em destaque? Quais pala-
vras dão pistas dasopiniõesdo autor?
Comum diãmevode 3476 quiibmevos (meqosde umterco do 613-em daTerra).mrssosatéiiienãotem atmosfera. nemkgu.. nem fd e
utas crmerr
nlisdescontra corpos celestes derreterem rolue esfriarame aparecem comodrees escuras
ldâ. Essas regcões íoram chamadasmares Veja a içura 21 3
nbncia média da Lua a Terra e de364 400 auildmetrose 8 tam-
%aturado satelir
LMANAQUE ABRILEla encontra dadossobre a distanciaeas crateras comfacilidade. E destaca
a chegadados noamerica
I quilòmetros.. .
155C _( nomlA Lua possuiu m m*n> de v s n s ~ oo redor da Terra de- - -.... mmm de rotac8o so-
-,mimdamebre O w6p(a w E O único planeta conh~ido
Td 1b r i ~ombinaq80 ue floresceuaqui graq.de vários fatores,comoa SO -v" r-u-zuua uatip~
massadaTem esua distância^^ re~qao 11.Neil Armstrong e Buzz Aldrin,quao "1 Seestivesse mais peno OU c h e a u ~ em 20 de julho de 196
10' exemplo, n&oeria outras cinco missaes ApoUo pousaraluido- essencialpara a naLua AúftimafoiaApoUoV , m 197S Se fossemenor. EssasViagenstrouxeramparaa Terraum
s Protege da quedade
nde maioria deles seIhar nacamadagasosaingiro solo.-&feragasosaqueman- t 0 d de382quilosde amostrasde rochana CemPenturamedia
para ~ á l i - Sem a protecso de
Ilcosatelic
ie distinc i Terfila Pormuitom'npo a g m a emeta dacorridaespacial ravadaentreosgovernosnorte-americano e soviitico d u m t e o
auge da Guerra Fria, entre as decada
960 .0s soviéticos foram osvisitá-la cc- S -- - 1
Luna 2, em 1959.m i
,mm Fduin %Una.c 78
,m C uni d<n m m m s krds
i,&uno ele r t ualesYcll
i inin& au in c p h n u ah;c qw i",,,"dilsni a carquiua '-1:
m p c q u e ~ s U ~ ~ M L Uninein.ma5@ l1 n p"a ' w r r w n , M .
tn> I& in>prdjuq t r r\lláin sephh4eao kuitraia qu"10 ck e hcin mi*p,.amim mgtailbe da wu&w Ci>lliii\. <rie nia clsgm a
nnLu,. ldrinprep a idéia*v. ù*qw ~ 1 I d a I ep";" h"- . t \miw-u nele. L? enw
qxrfkic unaré rec
wultantes do impt,, ,?roide3e cometas.OS c i m t i s t ~'"m quealgurnts,nc- I- - -
'dar iguana ormad, 4 , -a---- -
sa possibilidad@zcom que os exploradores do espaço
tenham esperança de que um dia façamdosatéliteumabase de lan~amentoa-
m.hgens a destinos mais distantes. A~nncipalantagemsena a economia de
~~ ..combustivel,~ i i ss foguetesteriam de
.venceruma f m amvitacional seisvezes
"Or que a da ~érra.
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eor m o
erralap lmcrnmim o
da fcmna@acrateras lunares
TA& 2.
&' , ' lL s t e*d p u c P e r 9 -
~~~-Tlerl e 3
@-in
-0- JW-- @- do-
IESUMODOTEXTO I
)O verbete doLlmanaqueAbril,lestaque para o t<le amostras de rocha!nzidas Terra paraIanalise científica I
DO TEXTO 3entrevista de Veja,
trecho escolhido pela Icita detalhes dado homem ao
terrestre naApolo 11
. .- - 1 tFeitocom ajuda O termomessas São três linhas Boa escoin'a?
"
daprofessora,é o viagens" indica sobre as mas a autoraque maisobedece informação caracterlsticas não percebequh proposta. copiada - em da Lua sem uma afrasecitada éO restantedo seu texto, a relaçaoent~e de EdwinAldriitexto tende a aluna menciona o primeiroe o . e nãodelecpeescapardela. sóumaviagem. terceiroparágrafo.' , NeilArpstcphg
cr *
LUMtN IAKIU U t LLAUUIU U U U N I
"Por ser o primeiro texto informativoescrito pela aluna,
ocorrem alguns problemasbastante previsíveis.O principal
deles é a falta de autoria, com cópia dos trechos grifados na 'leitura para estudo. Por isso, é fundamental que o professor ir c
u, * . :realize revisões e proponha novas produções para permitir _
qu e seja criada a familiaridadecom o gênero." - -i r
7 , .&,
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Textos informativos 5Oe6Oanos
e ef let i r sobre o qu e f o i proposto e,
então, reorganizar as informações sele-
cionadas para serem arquitetadas e m
um a nova estrutura.
Essa postura não significa ogar para oalto todo o estudo anterior. A turma po-
de continuar consultando os textos que
já leu, quando necessário,paraconfirmar
u m a @ia, ver como u m a definição 6
usada, qual o verbo empregado para in-
dicar um a ação presente o u um aconte-
cimento passado etc., mas evitando co-
piá-los, 6 laro. Quando o aluno lida com
mais de um a fonte, 6 possívelque ele se
depare com informações conflitantes. O
que fazer com elas? N o caso dos textos
utilizados p o r Sara, isso ocorreu co m adistância da Terra à Lua. E mum,aparece
380 mil quildmetros. E m outro, 384,4
mil.Nessas ocasiões, o melhor a fazer C
buscar mais informações em outras fon-
tes confiáveis para conf irmar u m a das
versões o u sugerir outra alternativa mais
confiável. Entretanto,se o a l u o esolver
escolherum dos dados o u mesmo usar
os dois, deve saber que precisa sempre
citar as fontes em seu texto, indicando de
onde os dados foram retirados. "Com a
ajuda do professor, a turma acaba perce-bendo as limitações, as mprecisões e ate
mesmo a presençade furos de notícias e
reportagens", explica Bazzoni.
Como ocorre com os demais gêneros,
os informativos podem (e devem) ser
retomados em diferentes momentos da
escolarização. O qu e precisa variar na
abordagem do professorC a complexida-
de dos textos apresentados aos estudan-
tes e a profundidade das discussões feitas
em classe. Quanto mais familiarizados
com essas práticas, mais eles serão capa-- zes de localizar informações, le r para
saber maise escrever sobre o que conhe-
cem - habilidadesessenciais para o b o m
desenvolvimento da vida academia. Oi
:-!Claudlo Bazzoni, [email protected] ei EMEF Victor Clvita, tel. (11),3941-1906,:[email protected] Prlscila Barbosa Arantes,j [email protected] C
44 Especial Produgão de Texto www.ne.org.br
i-i iuscar dados em textos informativos.
I iublinhar informações especlficas.i iesumir um texto para estudar.i Produzir um artigo para o jornal
mural da escola.
i-; ieitura e escrita de textos
informativos.i i evisão e edição de textos.
i Alo 5 O e 6O.
i l è m p o u t b d oCinco aulas.
u#np iaaed rbi Textos sobre a Lua (indicaçõesi em www.ne.org.br: digite na buscai textos informativos leitura escrita).
iRadWlh.Fi0i Para trabalhar com alunos comi deficiência intelectual, acessei www.ne.org.br e digite na buscai textos informativos leitura escrita.
i: iatapaI Convide os alunos a escrever um
i artigo sobre os 40 anos da chegada! do homem h Lua, avisandoque asproduções serão publicadas no ornal
i mural.Apresente os textos-fontei selecionadose peça que os leiam,
i dizendo que eles servirão de base parai ampliar o conhecimento para a escrita.
i i " etapa
i Tire as dúvidas que apareceremi após as leituras: quais informações
novas sobre a Lua eles gostariami de apontar?Em qual se I@ ais sobre a
i chegada do homem h Lua? Peça que os
i estudantes, em cada texto, sub linhemi as caracterlsticas fornecidas sobre ai Lua. Eles tem de perceber que não
é preciso sublinhar tudo e que valei destacar informações que não sãoi caracterlsticas flsicas lunares.
: i "etapa
Sugira que releiam o texto do livrodidático indicado e o verbete do
i Almanaque Abril para sublinhá-losi com cores diferentes. Com uma cor,i devem marcar 0s dados que aparecemi sobre a distância entre a Lua e a Terra.
Com outra, ressaltar as informações ;que tratam das crateras na superficie. I
Diga que escrevam quais sãosemelhantes e diferentes, citandoas fontes e a autoria de cada texto. E
i ' etapa
Proponha que os alunos façam
um resumo do texto do livro didático ipara que estudem o tema com mais iprofundidade. Para evitar que eles ifaçam cópias, você pode proporuma estrutura como a seguinte:"O textoA Lua, retirado do livrodidático ,tratade .Ele pode
ser dividido em duas partes. Naprimeira (parágrafos1-4))o autor iapresenta várias informações sobre ia Lua, dentre as quais vale destacar i
.Na segunda parte i(parágrafos 5-1 7), o autor explica po rque a Lua muda de aspecto ao longo ido mês. Segundo o autor, isso ocorre ;porque O autorfinaliza o texto informando
>I*
que
i* etapa
Orienteos estudantes a produzir ium artigo com o tema "40 anosda chegada do homem a Lua",utilizando as informações retiradas idos três textos lidos. Elas devem Iser organizadas e inseridas em um fnovo texto, coerente e coeso. Quandotrechos forem inteiramente copiados, idevem aparecer entre aspas ecom a indicação da fonte utilizada.-
rganize uma tabela com osconteúdos de leitura e de produçãoescrita trabalhados nas atividades Zpropostas e assinale os conteúdos iatingidos plenamente, parcialmenteou não atingidos pelos estudantes. iCom base nela, decida o que deve iser retomado, verificando o graude autoria dos alunos, se as ideias Iestão bem ligadas, se o texto está iadequado ao que foi proposto e se item desfecho.
ConsultoriaCLAUDIO BAZZONI,assessor de Llngua PortuguesadaSecretaria Municipal de Educação de iSão Paulo e selecionadordo PrêmioVictor Civita - Educador Nota 10.
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Hora de aperfeicoarTextos de qualidade precisam passar por diferentes revisões. Pontuaçãoe coerência estão entre os itens a serem abordados duran te a produçãoBEATRIZ SANTOMAURO [email protected]
F is e o tempo em qu e corrigir na es-
cola significava apenas um a caça a
erros ortográficos e de pontuação no s
textos do s alunos feita pelo professor.
Ainda bem! Hoje, sabe-se da importân-
cia de desenvolver comportamentos es-critores e o processo de revisão se inclui
aí. Por isso, ele também deve ser direcio-
nado para os pontos qu e colaboram com
os aspectos discursivos, como clareza e
coerência na hora de contar um a histó-
ria, e ser feito sempre com a participação
das crianças (leia o quadro à direita, com
trecho de uma produção individual e, na
página seguinte, textosfeitos em dupla e em
grupo por alunos do 3' ano). "Elas preci-
sam fazer um a leitura crítica do próprio
material",diz Liamara Salamani,coorde-nadora pedagógica do Colégio Santo
Arnérico, em São Paulo.
6 importante desconstruir em sala o
mito de que revisar 6 um a etapa final da
produção. Em sua tese de doutoradoPro-
cesos de Revisidn de Textos en SituacidnDi-
dáctica de Intercambio entre Pares, a pes-
quisadora argentina Mirta Castedo res-
salta que "os bons escritores não realizam
as ações de planejar,escrever e revisar de
maneira sucessiva, mas vão e voltam de
um a a outra. Eles escrevem partes, rele-
em e modificam, detectam expressões
incompreensíveise corrigem erros".
Como iluminar os aspectosque precisam ser revistosPara qu e todos os procedimentos qu e
visam o aprimoramento do texto possam
ser feitos pelo estudante com competên-
cia e autonomia, é preciso trabalhar em
grupo, em duplas e individualmente
(leia oprojeto didcítico na página 47). No
A C A M I N H O D A A U T O N O M IAEm diferen tes mom entos e com focos específicos, os a luno saprim oram o texto. Confira como isso foi feito num processo individual
I
PALAVRAINADEQUADA2 ermo
resmungando"foi consideradoimpróprio esubstituldopor "reclamando",
mais preciso.
.A U S ~ N C I ADEPONTUAÇAOA fala, marcadacom travessão,está na mesmalinha. E não h6ponto deinterrogação para
marcar a pergunta.
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Revisão 3O s0ano
TRABALHO EM CONJUNTOA revisãotambémpodeser realizadaemduplaoucom a turma toda reunida.Assim, a PlpdtqhC analisadapor outros alunaquenãooautordotexto
avia um reino que morava uma princesa muito bonita.Um dia apareceram 3 moços que queriam cada qual secasar com ela.Para decidir a ocasião o rei disse que
i quem trouxesse o presente que mais encantasse a pnn-
cesa, se casaria com ela. O rCu anunciou:
0 ~ 6 samos marcar o dia de shbado Bs 8 horas e 5i minutos.Seguiram seus caminhos.I O primeiro moço foi parar num lugar muito distante
ouviu um homem gritando:
3-Quem quer comprar uma rosa? E o moço falou:
-Meu caro, que virtude tem essa rosa?rrosa tem a virtude de ressuscitar q ud quer pessoa.i ravo! Sou eu que me caso com a princesa.8 comprou
Quando-
I
repente ela
L rosa.0 segundo moço também
-A chegou no Pseprimeiro ~ O Ç Oe apresentou
v. do moço seI
apresentou e
-#eu tap
IDENTIFICAÇAO FALTADEDE PERSONAGEMFalta revelar o Apesar de o autor
nome da mãe do citar o ~ a ( s aautor do texto. cidade, ele não
Ela articipaa explica que a história
história junto com Se passaem uma
sua irmã Susi. estaçãode esqui.
DEP A UW U IO verbo dizer~ w i t í l v e z e r ,con,difkaw5
mm a y mum rechomuitocurtodo-
PROFESSORAANACIARA BIN EALUNOS CATARINACILENTO,PEDROAW T A R A , MURA BRATKE E PEDROGAMMARDEL4DA ESCOLA DAV I U EMSdO PAUL0,AVTOREI DOS TEXiüSACIMA
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MirtaC; .-irerevisão de texto.Digitena busca .mirta.pd,
e rocesso coletivo, a turma deve se
debruçar sobreum texto produzido por
u m dos alunos e apontar o que precisa
ser repensado, como palavrasrepetidase
mudançasna posiçãodo narrador.É na-tural que, às vezes, a garotada não iden-
tifique à primeiravista os problemaseas
soluções satisfatórias. É papel do profes-
sor dar alternativas,alem de trazer à tona
questões já analisadas.
Ao trabalhar em duplas, revisando o
texto de outro colega, as crianças exerci-
tam o poder de argumentação a fim de
fazer o autor mudar suas escolhas. Esse 6
u m momento rico para avaliar como ca-da uma delas defende seu posicionamen-
to. Lembre-se de que, em qualquer situ-
ação, a revisão fica mais proveitosase u maspecto for ressaltado de cada veT.
jam mais avançáuu3 corli u CF~U Por
isso, é importante saber o que os alunos,
já aprenderam e o que deve ser conside-
rado dal i em diante", diz Liamara. E o
processo tem de ser estendido, pois u mescritor que sabe o que precisa ser altera-
do em seus textos ou nos de terceiros
passa a ser u m eitor mais exigente. Revisar sempre para serum leitor competenteO ato de rever o que fo i feito deve per-
mear todos os anosda escola.Oque mu-
da é a abordagem e os conteúdos desta-
cados. "O esperado é que os textos este-
:Coirwai Liarnara Salamani,i [email protected]
não se ocupem'com essa correção). iExpliciteos procedimentos paraque todos pensemsobre a adequação idas palavrase consideremoutras iformas deescrever. Questione se ia organizaçãodo texto respeita o igenero. O autor deve ter a palavra ifinal sobre as mudançassugeridas. i
i" etapaCada aluno deve revisar opróprio texto (feito na Sa etapa),usandocomo referênciaosaspectos j á destacados em outras ietapas, e reescrevê-lo.
*mi roduzir resenhas literárias.iaber reconhecer numtexto osaspectos discursivosque necessitamde revisão e aprimorar o material.
por outras pessoas.Na primeiravez, a produçãoserá coletiva,evocê,o escriba. A revisão deve ocorrerdurant? aconstruçãodo própriotexto, priorizandoos aspectosdiscursivos (repetição de palavrasepontuação, por exemplo).atlteaor
i roduçãodetexto.i evisão. i etapa
Em duplas, os estudantesdevemescolher outras obras e produzirnovas indicações. Ressalteque noinício do texto deve haver as marcasdesse gênero: o tltulo, o autor, aeditora e o nomede cada criança.
TLispoestimadoTrês meses.
MatUwn«trdrk,
Resenhas literáriaspublicadasna mldia e livros á lidos pela turma. Rmdumfkisl
Mural de indicações iterárias.i aetapaReúna os aiuhos em duplas paraque revisemo texto feito poroutra dupla na 3aetapa. Elesterãodediscutir os aspectos j á vistoscoletivamentepara que o materialseja mais bemcompreendidoesinalizar as sugestõescom bilhetes.Após a revisão, devolva as resenhasa seus autores, que podem ou nãoacatar o que os colegas sugeriram.
Fk x lM l i wPara trabalhar com alunos comdeficiencia visual, acessewww.ne.org.br e digite na buscamural de indicações literdrias.
-ll;lCkObserve as alterações dos textos,o resultadoda produção emduplae os aspectos modificadosnaprodução individual. Nas revisões,os estudantes devem ter usadoelementos dos textos de referênciapara agregar qualidade As novasproduções. É essencial que tenhamconseguido se colocar no lugarde um leitor e avaliar secomunicaram o que pretendiam.No caso detextos que apresentemmuitos problemas, retome arevisão e discuta os aspectos queprecisamser melhorados.
Desmddimntrr
i aetapaEntregueas resenhas para os alunoseexplique que a função delas éapresentar livrosao público. Reúna-os em trios para que analisem oque os textos têm em comum, comoo tema eo ndmerode páginas.Reserve o material para ser usadocomo uma referência no futuro.
i " etapaÉ hora da produçãode mais umaindicação literária,dessa vez,individual, levando em conta asexperiênciascoletiva e em dupla.
i aetapaEleja um texto individual, avaliadopelogrupo como bom, para serrevisadocoletivamente.Transcreva-onoquadro-negro (sem os errosortográficos para queos alunos
m 2" etapaProponhaqueas crianças escrevamindicaçõesde tltulos de quegostem.Digaque os textos serão colocadosno muralda escola para serem lidos
ConsultoriaDÉBORA RANA(deboraranaQajato.com.br),formadora do InstitutoAvisa Lá, em iSão Paulo, e selecionadora do Prêmio iVictor Civita- EducadorNota10.
www.ne.org.br Especial Produgaio de Texto 47
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Revisão nocomputador 6. ao 9 O ano
De olho na telaNa hora de revisar, o computad,oré o melhor instrumento para a turmaexplorar várias maneiras de ap erfe i~oar m texto sem perder tempoBEATRIZ VICHESSI e TATIANA PINHEIRO [email protected]
E vez do lápis e da borracha, o mou- primeiros ganhos que a máquina pro- todo o material. É possível pedir a eles,se e o teclado. Essa 6 um a troca van- porciona é a liberdade para trabalhar as por exemplo, que transformem u m con-
tajosa para explorar vários aspectos da questões relacionadasao formato da pro- to em uma peça teatral (leia a sequência
revisão. Basta um computador co m um dução de acordo com o gênero, sem que didática na página 50). TambCm é válido
editor de texto, como o Word. Um dos para sso os alunos tenham de reescrever propor revisar u m conto conhecido por. .
TECNOLOGIA A FAVOR DA ESCRITAAo indicar ferramentas d o programa qu e auxiliam na revisão e inserircomentários no f im d o texto, o professor mostra o qu e deve ser alterado
TEXTO 1
48 Especial Produgão de Texto www.ne.org.br
59
-#a, ora, ora! Então você veio! -I 0 fim
-k...Ficarei com o ainheiro?-I..-~- Ora, ora, ora! Então você veio! -
(Deixe'o narrador contextualizaros diálogos. Assim, os leitores disse ele com um ar de desafiador.se envolverão com a narrativa.Cuidado com a repetição daspalavras sinalizadas com a marcação V e r i f i q u e se esse -Você fez uma promessa e terá de
problema ocorre em outras passagens do texto com a cumpri-la- disse o homem que cadaferramenta Localizar e Substituir, do Word. Revise a pontuação vez se aproximava mais da luz de umno s locais com a indicação (ponto). Por fim, renasse os iníciosde frase e a palavra Proença, destacados em( - Mas...Ficarei com o dinheiro? -
perguntouo garoto de branco.- Não posso lhe prometer isso! -respondeu o homem que já estavadebaixo do poste.
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todos, que tenha sido,reescritopor outra
turma e esteja sem a paragrafação corre-
ta, apresentando falhas de pontuação ou
muitos termos repetidos. Assim, como si-
nalizam as pesquisadoras Emilia Ferreiroe Sonia Luquez no textoLa Revisidn de
un Texto Ajeno Utilizandoun Procesador de
Palabras, C possível analisar onde e como
a garotada intervém (e se intervém, já
que identificar o que está bem colocado
tambCmt uma parte importante da revi-
são), quais termos incorpora ao material
ou se insere modificações em relação aos
aspectos discursivos.
O trabalho com ocomputador tam-
bdm confere praticidadeà execução das
revisões que o autor julga serem válidas
em seu próprio texto e das que forem
sugeridaspor você. Esse 4.um dos bene-
fíciosexploradospor LuisJunqueira,que
leciona Língua Portuguesa para o 6 O e o
7O
ano na Escola Castanheiras,em San-tana de Parnaíba, na Grande SãoPaulo.
Depois que os alunos finalizam uma
produção, ele registra comentários nos
arquivos, parágrafo a parágrafo (leia os
quadros abaixo, com trechos de produções
individuais de alunos do 6 O ano). Sem in-
tervir diretamenteno material,o educa-
dor sugere aos autores adequar trechos,
melhorar a pontuação, detalhar a des-
crição de uma cena e eliminar palavras
repetidas, entre outras modificações."Aevolu~ãoe cada texto fica nítida quan-
do as primeiras versões são comparadas
à final", explica Junqueira.
Com o computador, a
revisão fica mais profissionalTrabalhando com o micro, os estudantes
podem experimentar, azendo inserções
e substituições diversas vezes, sem deixar
as marcas do processo - como rasuras -no produto final. Eles tambdm lucram
com o trabalho realizado pela própria
máquina, que destaca termos digitados
incorretamente e trechos com proble-
mas gramaticais, sugerindo que sejam
alterados e, em alguns casos, fornecendo
opções de mudanças.A primeira vista, há
quem pense que essas ferramentasQ
TEXTO2
I
no cardápio! Comecei a pensar como iria
escapar daquele lugar, mas isso era um
teste que minha mãe me mandou para eu
campo em volta de toda a USAR MAGIA, é
n e s s a s b que eu quero
Ias. Utilize o revisor
Cinco dias se passaram e eu, preso de novo em uma gaiola. Tédio. Mas como eles estavam preparando o
jantar, e eu estava no cardápio, comecei a pensar como iria escapar daquele lugar. Isso era um teste que minha
mãe me mandou para eu não usar magia, tudo bem que eu acho que ela não pensava que ia acontecer isso, mas
(&imo uso da pontuação. A palavra tédio entre pontos ficou particularmente interessante. Excelente evolução!)
CRI= VERMELHOS
0-
k-eamislwnuSliune aprimoramotaúo
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............................................................................................................................................................................
Revisão nocomputador ó0m90ano
e odem omar osjovens preguiçosos
e escravosda tecnologia. Mas uma aná-
lise atenta da aprendizagemrevela que
essas facilidadesfazem com que eles se
tomemmais
autônomoscomo autoreserevisores,poistrabalhandoassimpodem
dedicar tempo aomaterialpropriamente
dito e deixá-lo mais bem acabado.
Em suma, o educador pode avaliar se
os estudantesestão desenvolvendosabe-
respara atuar como fazem os revisores
profissionais, se estão se aprimorando
em relaçãoaos aspectosdiscursivosein-
do muito alem da correção de questões
ortográficas quando lançam mão dos
recursostecnológicos.
Apesar deo usodo processadorde tex-
tos ser algo bastantetécnico, não 4 reco-mendadoprogramar uma aula somente
paraabordaras ferramentash disposição,
comoressaltaRenataPontual Ikeda,pro-
fessora do Coldgio Santa Cruz, em São
Paulo. "O correto é falar dos atalhos de
acordo com as demandasque surgirem,
enquantoagarotadadesenvolveseustex-
tos", ela ressalta. 8
i:Colegio Santa Cruz, tel. (11) 3024-5199,i [email protected]: Escola Castanheiras,tel. (11) 4152-4600,i [email protected]
i Luis Junqueira,: [email protected] Renata Pontual Ikeda,
[email protected]:-I Em www.goog~e.com.br,digite naI busca revisión texto ajeno pracesador: alabras. O primeiro resultado indicai o texto La Revisidn de un TextoAjeno: Utilizando un Procesador de Palabras
iobjauuai iransformar um conto': em uma peça teatral.i i tilizar os recursosde programas
de ediçãoe de texto como o Word parai organizar a produção e revisá-la.
irr-ilrilru
I i roduçãode texto.i i evisão.
i Anos 6 O ao 9O .
aiClrils Seis aulas.
i m r w r r i k .
i Computadorescom o processadori de textoscomo o Word ou similari instalado, cópias do contoi O Cato Preto, do livro Histbriasi Extraordinárias(Edgar Allani Poe1272págs., Ed.Companhiadasi Letras, tel. 1113707-3501,20 reais),i e de textos de teatro (indicaçõesemi www.ne.org.br: digite na buscai adaptação conto peça teatral).
i: Paratrabalhar com alunosi com deficiência auditiva, acessei www.ne.org.br edigite na busca
adaptação contopeça teatral.
iOl##Mnenao
: i la tapa
i Orientea leitura de O Cato PretoI e convide aturma a prestar
i atenção nofoco da narrativaei na personalidadedo narrador.i A seguir, questioneo grupo sobre. ,
as possibilidadesdetransformar esse
conto em uma peça teatral. Sugiraque todos releiamo texto, dessavez j á com vistas 2s mudançasqueimaginam ser necessáriaspara aadaptaçãoao novogênero.
2= tapa
Distribuacópias dos textosde teatroindicadose peça que os alunos leiamdestacandoas caracterlsticasdogênero, como adivisãoda históriaem cenas, as marcasque indicamas falas dos personagense as quedescrevemos cenários.
i ' etapa
Os estudantesdevem retomarocontode Poe, listandoos personagense descrevendoos cenários para começaraorganizara adaptação.
i ' etapa
É horade selecionar os momentosmais representativosdo conto paraa adaptação.Para issol em duplas,os alunos precisamdecidir qual seráo cenário principal e os secundários,os diálogos mais importantese as
passagensessenciais.A tarefa seguinte6 seiecionaros traços necessáriospara preservara narrativa literárianoformatoteatral.
m 5 etapa
A transformaçãodo texto de Poe deveser feita no computadorconservandoasmesmas duplas da etapa anterior. Circulepela sala, orientandoos alunos a utilizaras marcasdo texto de teatro, como otravessão para representaro discursodireto. Esse 6 um bom momento para
sugeriroutras mudanças, inclusivenoaspectográfico (recorra aostextos de teatro como um exemplo)e levaro grupo a revisaro material,adequandoos trechos. Quandosurgirem marcaçõesautomáticas docomputador, indiqueo uso do corretorde ortografiae discuta com osestudantes se as opções da máquinasão realmenteadequadas. Todosdevem salvar as produçõespara quesejam revisadaspeloscolegas.
i ' etapa
Distribuaos arquivosentre as duplase expliqueque, para revisar o textode outra dupla, devem ser usadosrecursosque não alteramo conteúdoda produção- como a inserçãodecomentários parágrafoa parágrafo.
m ;la tapa
Ao receber devolta suas produçõesrevisadas, os autores devem analisaros comentáriosdeixados peloscolegasedecidir se vão acatá-losou não. ,
A#lbFloAnalisese as produçõespossuemas marcasdo gêneroteatro e sea história manteveo sentidodooriginal de Poe. Issotamb6m podeser feito no computador, aproveitandoas ferramentas do programa parafazer marcaçõese sugerir outrasadequaçõesaos autores.
ConsultoriaLUISJUNQUEIRA,professorde Lfngua Portuguesana EscolaCastanheiras,em Santanade Parnafba,SF!
5 0 Especial Produgáo de Texto www.ne.org.br
8/9/2019 Nova Escola Producao Textual
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Licão de mestreAo conhecer as características de estilo de autores profiss ionais, os a lunosaprendem diferentes maneiras de estruturar um texto e abordar um temaANDERSON MOÇO anderson.moco@a riI.com.br
I spirar-se em textos escritos por no-
mes de sucesso da literatura, como
Clarice Lispector (1920-1977),para se
apropriar das marcas de estilo deles e
desenvolveraspróprias,é um comporta-
mentoescritorimportante,quecolabora
com o processo de produção textual.
Mas, para que ele seja colocado em cena
pela turma, o professortem de ensinara
detectar as característicasde determina-
do escritor profissionalem vários textos
e usá-las em suas produções. .
"É importante que os estudantes se-
jam levados a observar as criações e as
transgressões literáriaspara que possamenriquecersuas produções",diz Cristina
Zelmanovitz, pedagoga e pesquisadora
do Centro de Estudos e Pesquisas em
Educação,Cultura e Ação Comunitária
(Cenpec), em São Paulo. Clarice Lispec-
tor, por exemplo,escreveusando os sen-
timentos e osdetalhesdavidadosperso-
nagens como fioscondutoresdahistória.
Ela rompe como que C consideradonor-
mal e correto ao começar o texto Uma
Aprendizagem ou O Livro dosPrazeres (158
págs., Ed. Rocco,tel. 2113525-2000,50o-ais) com uma vírgula e terminar com
dois pontos.Há muito queobservar tam-
bém nos escritos de Machado de Assis
(1839-1908).Ele é famosopor serir6nico
ao retràtar a sociedade do século 19 e
fazercomque o narradorda históriama-
nipule os acontecimentos.Sabendodes-
sas e de outrasmarcas,é possível coman-
dar um bom trabalhode leiturae apurar
o olhar dos jovens. "Essas características
são como moldes",diz Claudio Bazzoni,
assessor de Língua Portuguesa da Secre-
taria Municipalde EducaçãodeSãoPau-
lo e selecionadordo PrêmioVictor Civi-
ta - Educador Nota 10.
Situaçõesde produção
com sentidoe propósitoclaros
O primeiro passo C escolheras obras de
um autor a serem dissecadasde acordo
comasnecessidadesde aprendizagemda
turma. Não setrata,então,de elegertex-
tos ditos fáceis ou difíceis, assinadospor
nomes consagrados. Por exemplo, focar
o jeito de finalizar as histórias pode ser
interessante quando os alunos sempre
mostram que ospersonagensvivem feli-
zes para sempre. Trabalhar com Oscar
Wilde (18541900)ajuda a garotada a to-
mar gostopelos finstrágicos (leia os qua-
dros abaixo e nas páginas seguintes, que
mostram a análisefeitapor estudantesdo 6"
ano de contos do autor e trechos das produ-
ções que realizaram). O emprego do dis-
curso direto e do narrador onisciente
tarnbtm pode fazer parte da lista. #
k-Li,e:&:
r AS MARCAS DE ESTILO DE OSCAR WILDE .Durante a leitura de alguns contos do autor, os alunos encontraramI algumas características que definem seu
"í... Ela s6 tinha ~ermissáo ara brincar : ABISMO SOCIAL,com crianças da sua condição (...) Mas ,...is personagenstem
i origens sociais diferentes.(...)o Rei deu ordens para que ela
i U m 6 sempre nobre, cconvidassequaisquer crianças amigas (...)" j e o outro, plebeu.Conto OAniversário da Infanta
"'O meu jardim é s6 meu', berrouic o ~ ~ ~ x ~ u ~o Gigante (...) Ele era um gigante • .......:Antes ou depois das falas dos
muito egoísta. (...) Veio então a : personagens,o narradar contai detalhes, acrescenta opinides ePrimavera e por toda parte havia flores i ernocõesou d6 mais infmrnacõesem botão e passarinhos(...)"ContoO Gigante Egoísta
i PERSONIFICAÇAO
I"A Lua de cristalgeladodebruçou-separa escutar." .................... Seres irracionais, objetos
ContoA Cotovia e a Rosa i inanimadose elementosi da natureza têm sentimentai e realizam ações.
"Ele beijou o Príncipe Feliz nos i FINAL T R ~ I C O
lábios e caiu morto aos seuspés! i As histórias nunca
Conto OPríncipe Felizi
terminam bem, masi com mortes,separações: e toda sorte de desgraça.
CONTOSPUBLICAWS NO LIVROHIST~RIAS ARAAPRENDERA SONHAR,OSCAR WILDE, 64 PACS.,ED COMPANHIA DAS LETRINHAS,TEL. (11) 3707-3500,35,50 REAIS
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............................ .............................................................................................................................................Estilo do autor S 0 a oTa no
I APROPRIACAO DAS CARACTER~STICASD E OSCAR WILDEConhecendo as.marcas est i l íst icas d o escritor, a t u r m a p r o d u z i u seus p r ó p r i o s tex tos
'I-C
UMAMOR IMPOSS~VELPor Maria J u l i a V R. Carvalho
"Em Londres morava um ados lábios vermelhos feito rosas do campo, a pelebranca feito a neve e os cabelos marrons feito asterras frescas dos bosques.(...) Enquanto andava, passouuma calça rasgada, blusa amassada com s a m- a
> . - . d i ~Oomem tinha olhos azuis
feitos os rios cristalinos,sua pele também erabranca, pois não dava para ver porque estavacoberta pela sujeira de todo dia. (...)"
"(...- ......................................
se aproximou o homem perguntou:'Quem éstu, uma moça tão bonita que eu nunca v i pelasvizinhanças ' ...)".
"( ...)Nesse momento pulounos .......................................e
. - . ombros de seu d o n o ~ ~ r i n c e s a ! ! ' ( . . . ) " e
"(...) E muito infeliz a cachorrinha deitou
?-
. . - em cima do túmulo de seu amado dono ‘?-CI
4%
- ----
e
_ ,
, . , . > . - - - . .4C
Depois da leitura, é importante sobre como chegou a essa resolução econversar bastante com os alunos para por que fez essa opção também é umaque eles percebam as características que possível pauta dedebateantesdaprodu-marcam os textos. Alguns recursosnem ção propriamente dita (leia a sequênciasempre ficam explícitos depois da pri- didática no quadro da página seguinte).
meira análise: é preciso levar a garotada Noentanto,esse tipo deatividadenãoa percebê-los. Para isso, questione algu- deve ter como pretensão, em hipótesemas decisões do autor. Enxergar as ma- alguma,criarClarices,Machados,Wildesnéiras com que ele resolve problemas e outras cópias."Ao ler várias obras deacercadaformaedalinguageme refletir um mesmo autor, os alunos passam a
'AGRADECIMENTO AO PROFESSOR LUISJUNQUEIRAEAOSALUNOS MARIAJÚLIAY. R-CARVALHO
E ANDRÉS VALLARTAÂNGULO, DA EXOIACASTANHEIRAS, EMSANTANA DE PARNAIIA,P
conhecê-lo mais a fundo. Mas, quando
partempara a produção,emboraseapro-
priem de certasmarcas, têm de ter liber-
dade para desenvolver seus escritos",
destacaCristina.
A proposta tamb6mnão pode tangen-
ciar a escolarizaçãoda leitura.O real ob--j
jetivo de focar os traços de um escritor,
além de fazer comque osestudantesco-
nheçammais sobrea culturaescritapara
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i identificar os traços estilisticos
k de u m autor especffico.A VIDA E A MORTE i laborar um texto usando'Or AndresVallarta ftngulo as caracterlsticas identificadas.
'r(...) Então a Princesa levou0 rapaz aum lago Perto de onde eles esgvam,Eles começaram a conversar: #EUsoua Princesa deste reinoJ(...) -
lhe-I
.I De repenteHora o rapaz tremeu de
0 Rei então OS levo" h pra,-aque lutassem. (...)"
A ia ovem se deitou do,, Iadodeu um beijo que provocou um a
norme que iluminou 0 reinodando vida a tudo que esQva
caminho, e todos os doentes se
I-.
-eitura.
rProdução de texto.
mc r l t r i r l o Dez aulas.~~r8nica Os Díferentes Estilos, de
Paulo Mendes Campos (publicadoem Crônicas4 vários autores, 104págs., Ed. Ática, tel. 1113990-2100,26,90 reais), e IivroA Professora deDesenho e Outras Histdrias (MarceloCoelho,48 págs., Ed. Companhiadas Letrinhas, tel. 11f3707-3500,32,50 reais).
i para trabalhãr com alunos co mi deficiência intelectual, acessei www.ne.org.br e digite na busca
marcas estilo plano aula).-a tapa
Leia a cr8nica de Paulo MendesCampos para a turma e destaque avariedade de estilos que podemser empregados para narraro mesmo fato. Explique que apalavra estilo 6 riginária do latimsrilu, a ponta de metal usada naAntiguidade para escrever namadeira. Ressalte que o termoestá associado a algo que deixaum a marca. Peça que os alunos
identi f iquem o que caracteriza cadau m dos estilos representados notexto - u m recurso de pontuação
redigir melhor,6 ajudá-los a perceber ! por - e quei é transmitido ao leitor.que seguir um escritor, acompanhando :
os marcos de sua trajetória profissional, i i ' etapa
4 u m a saborosa aprendizagem. .(J i Apresente o l ivro A Professorai de Desenho e Outras Histdrias.: P r o ~ o n h aue todos leiam a obraQUER SABER M A I S ?
Marcasdeestiloi aetapa
Indique cada u m dos sete capftulos
para u m grupo de alunos eoriente-os a anotar individualmenteno caderno as caracterlsticasque percebem. Recomende que,ao lado de cada um a delas, copiemo trecho correspondente. Instrua-osa anotar também as caracterlsticasque se repetem no texto, comoa presença do discurso direto.
i ' etapaOrganize o conhecimento dagarotada, expondo no quadroas marcas observadas. Todos
devem, mais um a vez, anotar
'
as informações no caderno.
D Sa etapaE hora de escrever. Convide a turma ia compor textos individuais quepoderiam fazer parte do livrode Coelho. Recomende que, para isso,além de respeitar o gênero adotado ipelo autor (relatos da infância),a composição precisa manter asmarcas de estilo dele e o clima geral ido livro. Por fim, esclareça que,embora seja preciso se apropriar das imarcas de que o escritor lança mão, ios alunos são os autores das histórias ie por isso tê m liberdade para criar ie conduzir os fatos.
i etapa
Organize a revisão. Cada estudante iserá responsável pelo própriotexto. Destaque que é precisoatentar para as questões ortográficas, Ias marcas do gênero relato e, é claro, io estilo do escritor do livro.wDurante todo o processo,verifique se a turma reconheceos traços marcantesnas históriasde coelho. Analise as produções findividuais e busque as marcasde estilo do autor. Elas devem fazerparte do texto de modo coerente. Nasproduçõesem que isso não ocorrer, iretome a lista das marcas estillsticas ienumeradas elo armo.- .....................
: para identikcar as caracterlsticasi- Consultoria MIRELLACLETOque marcam o estilo do autor e, no t
i Claudio Bazzoni, [email protected] ([email protected]. r), professorafim, produzir u m texto ficcional seCristinaZelrnanovitz, do Ensino Fundamentale coautora
: [email protected] apropriando de tais caracterfsticas. de livros didáticos.
wwinr.ne.org.br Especial Produgão de Texto 53
8/9/2019 Nova Escola Producao Textual
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...........................................................................................................................................................................
Estante Editado por [email protected]
..........................i ENTREVISTA................................
Ebora seja papel socialda escola for- guagem clara, na compreensão do que i
mar leitores e escritoresaut6n0m0S, precisa ser ensinado quando se quer ia instituição ainda não consegue desen- formar leitores e escntores de fato. De- ivolver essa tarefa com plenitude. Prova lia tambbm explicita a importância de o idisso4 O índicede alfabetismo rudimen- professor criar condi~óesaraque 0s alu- i
tar e básico,que permanecebastante alto nosparticipem deforma ativa da cultura iem todo o Brasil e na Arndrica Latina há , escritadesdea alfabetizaçãoinicial,uma ::mtempos.Apenasa minoria da população vez que constroemsimultaneamenteco- i6 plenamente alfabetizada - quer dizer, nhecimentossobreo sistemade escrita e item a capacidade de ler e compreender a linguagem que usamos para escrever. itextoscomplexose expressar0 que Pensa Com prefácio escrito pela psicolin- ide forma escrita. guism argentina Emilia Ferreiro, a obra i
A educadora f a l a sobreo processoEm a r Esmaer Escola la0 eab 6 uma leituraobrigatóriapara quem tra- i de elaboraçãodo
ivro le r e Ercrever0 Possível e 0 Necessário (128 P&., Ed. balhacom EducaçãoInfanti1,professoresna e os reflexosqu e a obra
Artmed, tel. 080@703-3444,37reais), a alfabetizadores e de Língua Portuguesa i promoveu n a Educação.argentina Delia Lemer discute as ten- do Ensino Fundamental, estudantes.de i
s ó s envolvidas nessa questão e propõe Pedagogia e formadores de professores foi a motiva~ãoparaS O ~ U Ç Õ ~ Sara transf0ITnar esse cenário. alfabetjzadores.
i este livro?Com embasamento teórico consistente,
REGINA SCARPA,autora desta resenha,6 i A consciência de que era precisoela ajuda 0s educadores, com uma lin- coordenadora pedag6gica de NOVA ESCOL* i U>Iocarm primeiroplano a--# .................................................... i das possibilidades e das dificuldades
d i da escola em assimilar projetosde
FW4,"ek i ensino de 1eitura.eescrita.É um excelente ponto de partida i
$ para promover as práticas de leitura i Surgiram dúvidas'enquantobfd y e escrita nas escolas. i trabalhava o texto?
í;m Porque os comportamentos leitor i Como elas poderiam não surgir?
1 ,.
e escritor são conteúdos de ensino. i Escrever C se comprometer com o
y Propõe fazer da escrita mais que i que C dito. Porem o mais importante. m objeto de avaliação. i durante a elaboração do livro foim Explicita a importância de i analisar o real - as condições em queo professor ser um leitor i se trabalha na escola,a função social
/ ifrequente e habitual. i e as característicasda instituição- e
- -- - a m A n n A C: m Permite a compreensão do processo i ao mesmo tempo prioritar o possível,#
r de alfabetização inicial como acesso i com a missão de transformar o ensino5 i cultura escrita. i para favorecer a formaçãodos alunos
Revela a necessidade da formação i como leitores e escritores plenos.7 continuada, mas ressalta que
ela, por si só, não C suficiente i E possivel ver avanços nessa áreav ! para provocar mudanças de i depois que o livro foi publicado?
,rd< ropostas didáticas. i Não creio que ele tenha produzido
-_. ,i sclareceo quanto a produção i efeitos mágicos. Lamentavelmente,4 escrita tem a colaborar para que i acho que nenhuma obra consegue
'o aluno se descubra praticante i tal feito. Mas espero que já tenhaaut6nomo e independente e explica i esclarecido alguns problemas ecomo ela deve ser trabalhada na i ajudado educadores a encontrar
escola,com revisão e rascunhos, i caminhos para avançar na difícilI por exemplo. I tarefa de ensinar.
8/9/2019 Nova Escola Producao Textual
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Propostas didaticas ,,,, ,n,..r,,, f!SCrI?Vf!r
Boas ideias para ensinar melhorEste l ivro é um a coletânea de artigosassinados por vários educadores e te mcomo linha mestra a "Pedagogia porprojetas'! Enquanto os capítulos iniciaisoferecem u m enfoque teórico sobreas diferentes concepções do ensino dalinguagem escrita, o restante da obraapresenta 1 5 trabalhos realizados comestuda ntes de diferentes faixas etárias.Um deles trata da organização de u mgru po de alunos espanhóis de e easéries convidados a elaborar u mromance policial.
Sobre a organizadora É membrodo departamento de Didática de Línguae Litera tura da Universidade Autônomade Barcelona, na Espanha.
Propostas Didáticas para A prender a Escrever,Anna Camps (org.), 220 pigs., Ed. Artmed, 52 reais
Aprendizagem sem dificuldadesExplorar sempre o que a criança j6construiu e deixar de lado a avaliaçãobaseada no que ainda falta ser aprendido.Pensandoassim, as autoras contamcomo trabalharam com alunos que,segundo as instituições escolares emque estudavam, tinham dificuldadesna aprendizagem da leitura e da escrita.Ilustrada com os textos produzidospelos estudantes, a obra reforça a ideiade que é preciso considerar que umestfmulo s6 é significativo se puderser reconstrufdo pela turma.
Sobre as autoras Organizaram o livroanalisando u m conjunto de pesquisasfeitas na Venezuela.
Como se classificam os textosO foco pr incip al das autoras 6 apresentaruma tipolo gia dos textos de acordo comas funções da linguagem e as tramasque neles predominam . Porém, atentasao contexto escolar, elas não se atêmapenas 2 teoria: reve lam em detalhessete propostas didáticas realizadas emescolas de Buenos Aires, na Argentina,apresentan do tabelas e fichas de análise.Nas Últimas páginas, um glossário,sobre comunicação, lingulstica egramática, interessante e útil.Sobre as autoras Ana Ma ría se dedica
h pesquisa da psicogênese da escritae M aria Helena estuda o uso dostextos escolares.
Compreensãoda Leitura e Expressão Escrita-A Experiencia Pedag6gica, Alicia Palacios dePizani, Magaly Muiíoz de Pimentel, Delia Lernerde Zunino, 172 psgs., Ed.Artmed, 49 reais
Escola, Leitura e Produção de Textos,Ana Marla Kaufman e Marla HelenaRodrlgues, 179 pigs., Ed. Artmed,45 reais
A língu a solta e a escrita presaQuando começar a trabalhar ortogr afia? O que e como
ensinar? Como descobrir o que os alunos á sabem a respeito?É preciso considerar os erros para avaliar a turm a? Levandoessas e outras questões em consideração, o a uto r discuteuma série de princfpios e encam inhamentos didáticos sobreo conteúdo. Na pr ime ira pa rte do livro, ele explica o queé e para que serve a ortografia, o que o estudante devecompreend er e o que deve mem orizar e como ele aprendeas normas. N a segunda, analisa as práticas usuais, defineprincípio s n orteadores para o ensino e explora situaçõesque envolvem o ensino e a aprendizagem-do conteúdo.Sobre o auto r É ~r of es so r a Universidade Federal dePernambuco (U ~ P E ) tem pós-doutorado em Psicologiapela Unive rsidade de Barcelona, na Espanha.
Ortogr afia : Ensinar e Aprender, Artur Comes de Morais, 128 pigs.,
Ed. Atica, tel. (11) 3990-2100,39,90 reais
www.ne.org.br Especial Produgão de ~ e x t o55
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Escrevendo é que se aprendeCom o propósito de afirmar queé muito importante a escola proporcionarum a variedade de oportunidadesde uso da linguagem, esta obraesmiuça o trabalho com a escrita denomes e de títulos, a reescrita de textos
narrativos e a redação de poemas ede notícias com crianças de 5 a8 anos de um a escola m unicip al deBarcelona, na Espanha. Um a ajudae tanto para o educador interpretaras respostas dos alunos e programarsituações de ensino.Sobre a autora É doutora em Psicologiapela Universidade de Barcelona epesquisadora da psicogênese da Iínguaescrita e da teoria sociocultural.Psicopedagogia da Linguagem Escrita,~ n áeberosky, 152 phgs., Ed. Vozes,tel. (24) 2233-9000,30,30 reais
Chega de dúvidasExplicar questões básicas e fundamentais, com o o que sãogêneros e qual o melhor jeito de organizar o trabalho comeles ao long o do currlculo, é a proposta desta obra, que reúne
diversos artigos assinados pelos autores em parce ria comalgun s colaboradores. Eles discorrem sobre as questões queenvolvem escrita, oralidade, sequências didáticas eficientese validade do trabalh o com gêneros de circulação escolare extraescolar. A apresentação da obra, assinada po r RoxaneRojo e Clafs Sales Cordeiro, tradutoras e organizadoras dolivro, é uma aula sobre a concepção e a prática d o trabalhocom gêneros.Sobre os autores Am bos são pesquisadores de didática d alingua materna.
Gêneros Orais e Escritosna Escola, Bernard Schneuwly eJoaquim Dolz,320 pigs., Ed. Mercad o das Letras, tel. (19) 3241-7514,58 reais
Como estudar Iíngua?Essa é um a das princ ipais questõesque norteiam o autor ao longo de todoo livro. Bastante focado na teoria daprodução textual, ele aborda o históricoda linguística no século 20, o ensinoda noção de sujeito, subjetividade,
discurso, texto e gênero sob a perspectivasociointeracionista da Iíngua e faz um aanálise dos gêneros textuais no contínuofala-escrita.A obra é f ruto dos materiaisusados na graduação em Letras daUniversidade Federal de Pernambuco(UFPE), onde o autor leciona.Sobre o autor É doutor em filosofiada linguagem e te m pós-doutoradoem questões da oralidade e da escrita.
Produção Textual, Análise deGêneros e Compreensão, Luiz AntônioMarcuschi, 206 phgs., Ed. Parábola,tel. (11) 5061-9262,40,90 reais
Iette Jolibert
criançasProdutorasd(
Textos
Escrever desde cedoDurante toda a escolaridade,a criança deve perceber a utilidadedas diferentes funções da escrita, aimportância de dominá-las e o prazerde atuar como autor. Para isso, oseducadores devem estar preparados
para atuar como leitores e produtoresde textos em desenvolvimento e exercero papel de estimuladores, observadorese criadores de situações de ensino eaprendizagem.É com essas ideias quea autora e seus colaboradoresapresentam projetos realizadoscom estudantes franceses, para queeles entrassem em contato coma produção de texto.Sobre a autora É especialista em didática.Formando Crianças Produtorasde Textos - vol. Z,)osette)olibert,324 pAgs., Ed. Artrned, 64 reais
56 special Produ~áo e Texto www.ne.org.br Com resenhas de A N A G O N ZA G A
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......................................................................................................................................... ..,MARCIA V. FORTUNATO
=Auforr
'W i~agernacrita, de MA^^
mMaDigiteilVM
='fMUmto.pdf.vw.ne.org.br--
Ensinar a escrever
para formar autores'Quando o tema em questão é produçãode texto, a escolha do gênero é uma entre as
muitas decisões que o autor precisar tomar
A é meados do século20, asaulasde
redaçáo eram momentos de treino
de caligrafia e não havia a preocupação
em explorar os aspectos discursivos do
texto. Depois, e até bem pouco tempoatrás, ensinar a escreverestava relaciona-
dosomenteao trabalhocoma gramática.
Acreditava-se que ela,por sis6,gerava os
saberes de que os estudantes necessita-
vam para produzir e interpretar textos.
De lá para cá, muita coisa mudou e
hoje o trabalho com a escrita é focado
nos diversos gêneros. Mas eles não po-
dem ser usados como substitutos da
gramática. A exploração dos gêneros é
importante, claro, porque as crianças se
colocam em situação de comunicação eaprendem a escrever textos que circulam
socialmente. Porém ensinar a escrever
é ainda mais proveitoso se elas forem
orientadas a aperfeiçoar ?da vez mais o
processo de produção do texto.
Descobrir comofazer isso é o que que-
rem muitos leitores,que,comovocê,não
sossegam frente a perguntas como "O
que significa,de fato, formar escritores
competentes?",não é mesmo? Natural e
compreensível, á que essa é uma área
que pede muita preparação, estudo e in-
tervenções constantes para acompanhar
e guiar o caminho dos alunos. Mesmo
com um trabalho bem dirigido, é bom
frisar: nem todos eles apresentarão os
mesmos resultados, o que toma dificil
dar o trabalho por encerradoe bem-suce-
possibilidades de comunicação e de so-
cializaçãose ampliam. Ao mesmo tem-
po, conforme sua participação avança
pelas esferas sociais letradas,ele constrói
uma imagem de si associada aos textosque escreve, elaborando assim sua iden-
tidade de autor. Para entender isso com
mais clareza, basta pensar nos escritores
profissionais. Quando vemos o nome de
um deles na assinaturadeum texto,reco-
nhecemos essa identidade antes mesmo
de começar a ler o material.
Sendo assim, ao ensinar os alunos a
escrever,o educador não ensinauma téc-
nica, mas como eles devem fazer para se
projetar como autores e usar seu discur-
sopara manifestar posições em situaçõesde comunicação. Sugerir uma produção
à turma significa propor um problema
cuja resolução vai exigir o empenho em
uma série de atividades cognitivas.
Pesquisadoresjá constataramquepara
responder à solicitação do professor cada
((sugerir uma
produgão a turma
significa proporum problema cuja
resolugãovai exigir
o empenho em uma
aprendiz reformula,de modo singular,a
demanda feita,adequando-a às suaspos-
sibilidades de resposta. Assim, ajusta o
que foi solicitado ao possível, iniciando
uma série de negociações, entre o que ele
sabe e o que é pedido, no desejo de to-
mar decisões quanto ao conteúdo sobre
o qual vai escrever, à natureza do texto
solicitado,à suaposição como autor e aoleitor com quem vai se comunicar.
Nesse processo,àmedida que avançam
em sua produção, os alunos vão estabe-
lecendo um diálogo com outros textos e
com o material que estãodesenvolvendo.
É fundamental que durante esse tempo
o educador observe em que momento
do processo se localizam as dificuldades
delese atue para que asnegociações evo-
luam, com atividades de planejamento,
de escrita e de revisão. Essas,aliás,devem
serrevisitadasconstantementedurante a
escrita, pois os estudantes que alternam
com mais frequência esses passos obtêm
melhores resultados que aqueles que
mantêm o processo linear e homogêneo.
Mãos à obra e bom trabalho! B
dido. Por isso,proponho pensarmos um MARCIAV. FORTUNATO
POUCO no estudante como autor e comosérie de atividades ([email protected]) doutora em
Educação pela Universidade de São Paulose dá o processo de sua construção. C O ~ vas.>> , ( u w ) e professora dos cursos de graduaqão
- A medida que um indivíduo passa a e pós-graduação do Instituto Superior de
utilizar a escrita para criar textos, suas Educação Vera Cruz (ISE Vera Cruz).
58 Especial Produgão de Texto www.ne.org.br
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Informe Pul-..-.--..-
Producão
Orabalho com produção textual,
organizado a partir da concepção
de gêneros do discurso, é relativamente
recente em nosso país. Ganhou fôlegona última década, após o impulso ini-
cial dado pelos Parâmetros Cumcula-
res Nacionais (1997), oferecendo inú-
meros desafios a educadores em geral.
O modelo de ensino que ele vem
suostituir é o tradicional "ensino de
redação" - entrado no tripé narrar-
descrever-dissertar -, que se baseia
numa concepção generalista de pro-
dução textual, fortemente influenciada
por parâmetros quase exclusivamente
literários. Escrever bem, segundo essaconcepção, é basicamente ser capaz
de fazer um texto com começo, meio
e fim; de escrever certo, isto é, de acor-
do com as regras da língua padrão; e,quando possível, de empregar um bom
vocabulário e alguns recursos de estilo.
textosContrariando essa concepção, a
proposta de produção textual pela pers-
pectiva dos gêneros do discurso vê no
antigo modelo um conjunto de práticas
de ensino cristalizadas e distantes darealidade social.Entende que cada tex-
to, cada gênero possui características
próprias e únicas e, por isso, requer um
tratamento específico. Entende tam-
bém que a escola deve se abrir para as
práticas de linguagem, orais e escritas,
existentes na sociedade e, efetivamen-
te, preparar os alunos para uma vida
cidadã.
Quando um jovem, por exemplo,
aprende como fazer uma carta argu-
mentativa de solicitaçãoou de reclama-ção, uma carta de leitor ou um abaixo-
assinado, ele não apenas se apropria
de informações sobre o conteúdo, aestruturae a linguagempróprios desses
textos, mas também toma consciência
da função social desses gêneros, bem
como do seu próprio papel social como
cidadão, isto é, o cidadão que tem o di-
reito de reclamar, de solicitarprovidên-
cias, de interferir, de transformar. Ou
seja, verdadeiras aulas de vida...Aulas
de cidadania!O professor, até então visto como
mero "professor de redação", profis-
sional distante da realidade e da priti-
ca textual dos alunos, ganha agora um
novo papel, o de especialista em lin-
guagem, capaz de orientar e aprimorar
4 Coleção Todos os Textos
! William Cereja e Thereza Cochar
É uma obra que promove a leitura e a
, produção dos mais variados gênerostextuais, desenvolvendo o trabalho tan tocom os gêneros orais, como a discussãoem grupo, o seminário, o debate regrado
,e o debate deliberativo, quanto com osgêneros escritos, como a reportagem,
cidadaniaa produção e o uso de textos tanto no
interior da escolaquanto na vida social.
Nessa dinâmica, o espaço da sala
de aula transforma-se então numa ver-
dadeira oficina de textos de ação e inte-ração social, o que é viabilizado e con-
cretizado pela realização de projetos e
pela adoção de estratégiascomo enviar
cartas a destinatários reais, entrevistar
profissionais, participar de debates, fa-
zer um jornal, representar, declamar,
etc. Essas atividades, além de envolver
os alunos em situações contextualiza-
das de produção textual, diversificam e
concretizam os leitores das produções,
que agora deixam de ser apenas "leito-
res virtuais".A avaliação dessas produções
abandona os critérios quase que ex-
clusivamente literários ou gramaticais
e desloca seu foco para outro ponto: o
bom texto não é aquele que apresenta,
ou só apresenta, características literá-
rias, mas aquele que é adequado à si-
tuação comunicacional para a qual foi
produzido. A avaliação deve levar em
conta, portanto, aspectos como: estão
o conteúdo, a estrutura e a linguagem
adequados ao próprio gênero, ao inter-locutor e à situação como um todo? O
texto cumpre plenamente a finalidade
que motivou sua produção?
Por fim, pela perspectiva dos gêne-
ros, o ato de escrever é dessacralizado
e democratizado: todos os alunos têm
a oportunidade de aprender a escrever
todos os gêneros textuais. É possível
até que um aluno, ao se apropriar dos
procedimentos que envolvem a produ-ção de uma crônica, não apresente tanta
habilidade quanto outro aluno, mas ele
poderá, por exemplo, produzir textos
publicitários muito criativos ou ser um
ótimo argumentador, tanto em debates
públicos quanto em textos argumentati-
vos escritos.Em síntese, gêneros como