NOTICIAS DE iSRAEL

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JUNHO DE 2009 | ANO 31 | Nº 6 | RS 3,50 O Noivo Real e Suas Bodas

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J U N H O d e 2 0 0 9 | A N O 3 1 | N º 6 | R S 3 , 5 0

O Noivo Reale Suas Bodas

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Índice

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O N O i vO R e A l e S UA S b O dA S

P R e z A d O S A m i g O S d e i S R A e l

P O R q U e S A c R i f í c i O S l i t e R A i S d U R A N t e O m i l ê N i O ?

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P R O N tO S PA R A d U R b A N i i i

v e N d i d O e m fAvO R d e i S R A e l :O “ P e R i g O ” d O S i O N i S m O c R i S t ã O ?

S i O N i S tA S d e J e S U S

H O R i z O N t e

É uma publicação mensal da “Obra Missionária Chamada da Meia-Noite” com licença da “Verein für Bibelstudium in Israel, Beth-Shalom” (Associação Beth-Shalom para Estudo Bíblico em Israel), da Suíça.

Administração e Impressão:Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai90830-000 • Porto Alegre/RS • BrasilFone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385E-mail: [email protected]

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Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake, Markus Steiger, Reinoldo Federolf

Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake

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Exemplar Avulso ................................... 3,50

Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 35.00

Edições InternacionaisA revista “Notícias de Israel” é publicada também em espanhol, inglês, alemão, holandês e francês.

As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos autores.

INPI nº 040614Registro nº 50 do Cartório Especial

O objetivo da Associação Beth-Shalom para Estudo Bíblico em Israel é despertar e fomentar entre os cristãos o amor pelo Estado de Israel e pelos judeus. Ela demonstra o amor de Jesus pelo Seu povo de maneira prática, através da realização de projetos sociais e de auxílio a Israel. Além disso, promove também Congressos sobre a Palavra Profética em Jerusalém e viagens, com a intenção de levar maior número possível de peregrinos cristãos a Israel, onde mantém a Casa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monte Carmelo, em Haifa).

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p r e z a d o sa m i g o s de israel

Obviamente não foi por acaso que o presidente Barack Obama escolheu justamente a Turquia como primeiro país islâmico a visitar. Afinal, esse país junto ao Bósforo é um dos mais importantes e influentes do mundo islâmico. Logo, os árabes elogiaram Obama por essa aproximação com o islã. Por desejar melhorar as relações dos EUA com o mundo islâmico, o presidente discursou diante do Parlamento turco, dizendo: “Quero expressar nosso grande apreço pela fé islâmica. No decorrer dos séculos, essa religião contribuiu muito para melhorar o mundo, inclusive meu próprio país”.

Obama já provou que domina perfeitamente a linguagem da diplomacia. Mas resta esperar se suas palavras serão seguidas de atos concretos. Yehia Moussa, do Hamas, referiu-se justamente a isso, quando disse: “O que importa não são as palavras bonitas, são os atos. Todos os árabes concordam que isso ficará evidente em seu engajamento pela causa palestina”.

O presidente Obama, em seu discurso diante do Parlamento turco, também mencionou que buscará ativamente a criação de um Estado palestino. Ele explicou: “Quero dizê-lo com toda a clareza: os Estados Unidos querem e apóiam energicamente a solução que prevê a existência de dois países, Israel e a Palestina, coexistindo pacificamente lado a lado”. Por isso, o mundo islâmico espera de Obama que os EUA abram mão de sua posição “parcial” em favor de Israel e pressionem o governo israelense a concordar com a criação de um Estado palestino.

Saeb Erekat, representante palestino nas negociações com Israel, opinou a respeito: “Espero que o novo governo israelense entenda que a criação de um Estado palestino é o único caminho para uma paz duradoura”. O gabinete do primeiro-ministro israelense respondeu que Israel trabalhará em afinidade com os EUA para buscar a paz com os palestinos. Mas essa declaração não mencionou a solução que advoga dois Estados.

Enquanto isso, em seu discurso de posse, o novo ministro do Exterior de Israel, Avigdor Lieberman, classificou as resoluções da Conferência de Paz de Annapolis (realizada em 2007, quando foi articulada pela primeira vez a solução de dois Estados) como um fracasso e deu a entender que o novo governo israelense não se sentia comprometido com elas. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reagiu às manifestações de Lieberman, que poderiam desencadear uma séria crise nas relações entre Israel e os EUA, dizendo que seu desejo era alcançar uma paz justa e permanente com os palestinos.

Mas um fato já é claramente previsível: Netanyahu e seu governo sofrerão enormes pressões. Pode-se ter opiniões divergentes acerca do caminho para uma paz justa e permanente. Se acreditarmos nas palavras do presidente Obama e de representantes do mundo árabe, esse caminho conduzirá obrigatoriamente à criação de um Estado palestino. Somente o futuro mostrará se o novo governo israelense suportará as pressões a que estará exposto. O que parece garantido é que o processo em direção a um Estado palestino não pode ser interrompido. O que permanece em aberto, porém, é como será estruturado esse país.

Muitos leitores da Bíblia que se baseiam em declarações proféticas pensam que não chegaremos até esse ponto. Entretanto, é justamente essa situação de aparente paz e segurança que deverá se instalar para que se cumpra o que, conforme as palavras do apóstolo Paulo em 2 Tessalonicenses 5, desencadeará os acontecimentos finais.

Em Seu Sermão Profético no Monte das Oliveiras, o Senhor Jesus não aconselhou em vão que prestemos atenção aos sinais dos tempos. Unidos nessa vigilância diante dos fatos atuais e analisando como eles se encaixam nas profecias divinas, saúdo com um cordial

Shalom!!

P.S.: Conforme nota do Ministério das Relações Exteriores, a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil (prevista para 6 de maio) foi adiada para depois das eleições iranianas (12/6). Somos gratos a Deus porque, ao menos temporariamente, não ocorreu a vinda ao país desse declarado negador do Holocausto e ferrenho anti-semita. Por outro lado, é preocupante que a diplomacia brasileira continua aproximando-se cada vez mais daqueles que se opõem a Israel.

Fre di Win kler

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Lemos no Salmo 45: “Ao mestre de canto, segundo a melodia ‘Os lírios’. Dos fi-lhos de Corá. Salmo didático. Cântico de amor. De boas palavras transborda o meu coração. Ao Rei consagro o que compus; a minha língua é como a pena de habilidoso escritor. Tu és o mais formoso dos filhos dos homens; nos teus lábios se extravasou a graça; por isso, Deus te abençoou para sempre. Cinge a espada no teu flanco, he-rói; cinge a tua glória e a tua majestade! E nessa majestade cavalga prosperamente, pela causa da verdade e da justiça; e a tua destra te ensinará proezas. As tuas setas são agudas, penetram o coração dos inimi-gos do Rei; os povos caem submissos a ti. O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; ce-tro de eqüidade é o cetro do teu reino. Amas a justiça e odeias a iniqüidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria, como a nenhum dos teus com-panheiros. Todas as tuas vestes recendem a mirra, aloés e cássia; de palácios de mar-fim ressoam instrumentos de cordas que te alegram. Filhas de reis se encontram entre

mos correspondências quando outro navio vinha nos abastecer. Aí chegavam pilhas de cartas das nossas amadas esposas, noi-vas ou namoradas. Essas cartas se acumu-lavam no porto e eram trazidas até nós pelo navio de abastecimento. Nunca havia tanto silêncio a bordo quanto nas horas que se seguiam ao recebimento das cartas, quando cada um descia para sua cabine para lê-las. Cada carta recebia total aten-ção, e naquele momento nada era mais importante ou mais sagrado que as pala-vras da pessoa amada.

O Salmo 45 é uma carta de amor em forma de canção, e agora dedicaremos a ele toda a nossa atenção. Ele transborda de sentimentos, emoções e pensamentos que o autor tenta expressar em palavras. Ele es-tá bastante entusiasmado: “De boas pala-vras transborda o meu coração. Ao Rei con-sagro o que compus; a minha língua é como a pena de habilidoso escritor” (Sl 45.1).

Essa carta de amor retrata uma ceri-mônia de casamento no Oriente. O noivo real, sua beleza perfeita, seu porte majesto-

as tuas damas de honra; à tua direita está a rainha adornada de ouro finíssimo de Ofir. Ouve, filha; vê, dá atenção; esquece o teu povo e a casa de teu pai. Então, o Rei cobiçará a tua formosura; pois ele é o teu senhor; inclina-te perante ele. A ti virá a fi-lha de Tiro trazendo donativos; os mais ri-cos do povo te pedirão favores. Toda formo-sura é a filha do Rei no interior do palácio; a sua vestidura é recamada de ouro. Em roupagens bordadas conduzem-na perante o Rei; as virgens, suas companheiras que a seguem, serão trazidas à tua presença. Se-rão dirigidas com alegria e regozijo; entra-rão no palácio do Rei. Em vez de teus pais, serão teus filhos, os quais farás príncipes por toda a terra. O teu nome, eu o farei ce-lebrado de geração a geração, e, assim, os povos te louvarão para todo o sempre”.

Aqueles que sabem escrever e estive-ram apaixonados certamente já escreve-ram cartas de amor. Quando me encontra-va embarcado em alto mar durante meu tempo de serviço na Marinha, às vezes o navio ficava semanas no mar, e só recebía-

A R T I G O 0 1

O Noivo Real e Suas BodasNORBERT LIETHe m g e R A l A S m ú S i cA S e

P O e S i A S fA l A m dA N O i vA . m A S O S A l m O 4 5 , q U e é U m S A l m O m e S S i â N i c O, e x A ltA m A i S O N O i vO. P O R q U ê ?

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os quais farás príncipes por toda a terra”. Isso significa que Deus não julga suma-riamente os filhos de pais ímpios: por meio de uma conversão legítima e de um claro afastamento dos pecados dos pais, os filhos podem experimentar um reco-meço total. Deus não é rancoroso. Samuel, por exemplo, o grande e irrepreensível profeta, era descendente de Corá (1 Cr 6.16-23). Do ponto de vista do Novo Tes-tamento, isso significa:

• “Se alguém está em Cristo, é nova cria-tura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17).

• “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (1 Pe 1.18-19).

• “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13).

No grego a palavra “libertou” está na forma de “aoristo”, que exprime uma ação definitivamente encerrada.

O texto do Salmo 45 continua: “Tu és o mais formoso dos filhos dos homens; nos teus lábios se extravasou a graça; por isso, Deus te abençoou para sempre” (v.2). O coração dos salmistas transborda, eles tentam expressar seus sentimentos em

Enquanto o povo de Israel peregrina-va pelo deserto, o levita Corá (ou Coré) li-derou uma rebelião contra Moisés e Arão, apoiado por várias pessoas influentes de Israel. Movido por insatisfação, raiva, in-veja e ciúmes, Corá incitou muitas pesso-as do povo contra a liderança instituída por Deus; mas isso era rebelião contra o próprio Senhor: “Pelo que tu e todo o teu grupo juntos estais contra o Senhor; e Arão, que é ele para que murmureis contra ele?” (Nm 16.11). A rebelião e a blasfêmia fo-ram tão graves que o Senhor abriu o chão debaixo deles e tragou Corá e os outros rebeldes, junto com todos os seus bens e grande parte de suas famílias; eles desce-ram vivos para o mundo dos mortos (vv. 31-33). Porém, a Bíblia registra: “Mas os filhos de Corá não morreram” (Nm 26.11).

Justamente a esses filhos de Corá é atribuída a autoria de onze salmos bíbli-cos, entre eles o cântico de amor do Salmo 45, que demonstra seu relacionamento ín-timo com Deus. Apesar dos pais terem se rebelado contra o Senhor, os filhos se tor-naram servos de Deus, testemunhavam de seu amor por Ele e colocavam toda sua confiança nEle. São chamados de “filhos de Corá”, o que demonstra a infinita gra-ça de Deus. Nos versos 10 e 16 eles escre-vem: “Esquece o teu povo e a casa de teu pai... Em vez de teus pais, serão teus filhos,

d e U S N ã O J U l g A S U m A R i A m e N t e O S f i l H O S d e PA i S í m P i O S : P O R

m e i O d e U m A c O N v e R S ã O l e g í t i m A e U m c l A R O

A fA S tA m e N tO d O S P e cA d O S d O S PA i S , e l e S P O d e m e x P e R i m e N tA R

U m R e c O m e ç O tOtA l .

so, sua pureza e dignidade são descritos; da mesma forma, são relatados o amor a ele, o anseio pelo dia do casamento e con-siderações sobre a cerimônia. Esse salmo concentra a atenção no noivo, e não na noi-va, como é costume.

Até hoje, nos casamentos judaicos, o noi-vo e a noiva são considerados rei e rainha.

A beleza desta canção de amor não está na sua popularidade momentânea mas por tratar-se de realidade cheia de esperança. Um dia a noiva será chamada para as núpcias e conduzida até o Noivo celestial. Ela entrará nos Seus aposentos e desfrutará eternamente do Seu amor. Esse amor nunca envelhecerá, pois crescerá por toda eternidade.

A BELEzA DO NOIvO REAL

Analisemos o prólogo do Salmo 45: “Ao mestre de canto, segundo a melodia ‘Os lírios’. Dos filhos de Corá. Salmo didático. Cântico de amor. De boas palavras trans-borda o meu coração. Ao Rei consagro o que compus; a minha língua é como a pe-na de habilidoso escritor” (v.1). Quem des-creve esse amoroso relacionamento ínti-mo com o Rei de Israel? Justamente os fi-lhos de Corá! Esse fato já constitui uma mensagem por si só.

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palavras e estão maravilhados com a be-leza do rei. A quem se dirigem? Com quem os filhos de Corá estão falando? Sem dúvida, esse Rei e Noivo é o Messias de Israel, Jesus Cristo.

“Tu és o mais formoso dos filhos dos homens...” Jesus não tinha pecado (2 Co 5.21), o que certamente Lhe conferia uma personalidade especialmente expressiva e atraente durante Seu tempo na terra. Mas aqui Ele é descrito como o mais formoso de todos os homens em Sua glória futura. vale lembrar que na Antigüidade a for-mosura era pré-requisito para a dignida-de real: Saul deve ter sido extraordinaria-mente belo (1 Sm 9.2); Davi tinha boa aparência (1 Sm 16.12); sobre Absalão le-mos: “Não havia, porém, em todo o Israel homem tão celebrado por sua beleza como Absalão; da planta do pé ao alto da cabe-ça, não havia nele defeito algum” (2 Sm 14.25); e de acordo com a descrição do Cântico dos Cânticos, Salomão também era muito formoso. Mas Jesus Cristo ul-trapassará em beleza e personalidade qualquer pessoa que jamais tenha vivido. Isso é profetizado no Cântico dos Cânti-cos: “O meu amado é alvo e rosado, o mais distinguido entre dez mil” (Ct 5.10ss.; veja também Gn 49.11-12). O espanto de Isra-el custará a terminar quando se cumprir a profecia de Isaías: “Os teus olhos verão o rei na sua formosura, verão a terra que se estende até longe” (Is 33.17). Isso vale

também para qualquer pessoa que crê no Senhor Jesus. Quando virmos Jesus Cris-to pela primeira vez, este será um mo-mento insuperável.

“...nos teus lábios se extravasou a gra-ça...” (Sl 45.2b). Quando Jesus veio ao mundo pela primeira vez, foi escrito a res-peito dEle: “Todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que lhe saíam dos lábios...” (Lc 4.22). E: “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1.17). Afinal, gra-ça também é “dignar-se”. Jesus Cristo saiu da eternidade para “dignar-se” a nos tra-zer a graça de Deus.

“...por isso, Deus te abençoou para sem-pre” (v. 2c). Jesus completou a obra da re-denção na cruz. Como Filho do Homem, Ele tinha a plena bênção de Deus, e foi feito bênção para nós: “Pois o puseste por bênção para sempre e o encheste de gozo com a tua presença” (Sl 21.6). Por isso, no século 20 alguém escreveu sobre Jesus Cristo:

Dezenove séculos vieram e passaram, e hoje Ele é o centro da humanidade e o principal sustentáculo do progresso. É mais do que justificado dizer que nenhum dos exércitos que marcharam, nenhuma das esquadras já construídas, nenhum dos par-lamentos já estabelecidos e nenhum dos reis já entronizados influenciou mais a exis-tência das pessoas deste mundo do que a vida deste Um”.[1]

Quando o Senhor Jesus voltar, reina-rá eternamente e seu reino nunca terá fim: “...o seu reino será reino eterno, e to-dos os domínios o servirão e lhe obedece-rão” (Dn 7.27).

A CHEGADA DO NOIvO REAL

No Salmo 45.3-5 lemos: “Cinge a espada no teu flanco, herói; cinge a tua glória e a tua majestade! E nessa ma-jestade cavalga prosperamente, pela causa da verdade e da justiça; e a tua destra te ensinará proezas. As tuas se-tas são agudas, penetram o coração dos inimigos do Rei; os povos caem submissos a ti”.

Aqui temos uma profecia a respeito da volta de Jesus como herói vitorioso, como rei em glória e majestade. Algu-mas expressões saltam aos olhos: “espa-da”, “majestade”, “glória”, “prosperamen-te”, “verdade”, “justiça” e “tuas setas são agudas”. Elas apontam para Apocalipse 19.6-9, que trata das bodas do Cordeiro e da vinda do Rei: “Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso. Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois lhe foi dado vestir-se de li-nho finíssimo, resplandecente e puro.

A e S P O S A e S t á à d i R e i tA d O N O i vO. à d i R e i tA S i g N i f i cA q U e e l A e S t á d e S t i N A dA A S e R c O N S O Rt e e c O - R e g e N t e

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Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos. Então, me falou o an-jo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as ver-dadeiras palavras de Deus”. Lemos acer-ca da volta triunfante do Filho de Deus: “Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verda-deiro e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome es-crito que ninguém conhece, senão ele mesmo. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Ver-bo de Deus; e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos bran-cos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua boca uma es-pada afiada, para com ela ferir as na-ções; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vi-nho do furor da ira do Deus Todo-Pode-roso. Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: rei doS reiS e Senhor doS SenhoreS” (Ap 19.11-16).

A DIVINDADE DO NOIVO REAL

No Salmo 45.6-7 encontramos uma prova de que Jesus Cristo é Deus e deseja ser reconhecido como divino: “O teu tro-no, ó Deus, é para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino. Amas a justiça e odeias a iniqüidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria, como a nenhum dos teus compa-nheiros”. O Salmo 46.10 diz: “Parem de lutar! Saibam que eu sou Deus! Serei exal-tado entre as nações, serei exaltado na terra” (NVI).

A Carta aos Hebreus deixa claro que o Salmo 45 é de natureza messiânica e tem o Senhor Jesus como tema principal. Essa epístola toma os versos 6 e 7 do Sal-mo e aplica-os a Jesus: “Ainda, quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de fo-go; mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de eqüidade é o cetro do seu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos teus compa-nheiros” (Hb 1.7-9).

q UA N d O J e S U S c H A m A , N ã O i m P O RtA m m A i S

l A ç O S fA m i l i A R e S , S O m e N t e O c H A m A d O

d O N O i vO.

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AS BODAS DO NOIVO REAL

Essa festa é descrita no Salmo 45.9-15: “Filhas de reis se encontram entre as tuas damas de honra; à tua direita está a rainha adornada de ouro finíssimo de Ofir. Ouve, filha; vê, dá atenção; esquece o teu povo e a casa de teu pai. Então, o Rei cobiçará a tua formosura; pois ele é o teu senhor; inclina-te perante ele. A ti virá a filha de Tiro trazendo donativos; os mais ricos do povo te pedirão favores. Toda formosura é a filha do Rei no inte-rior do palácio; a sua vestidura é reca-mada de ouro. Em roupagens bordadas conduzem-na perante o Rei; as virgens, suas companheiras que a seguem, serão trazidas à tua presença. Serão dirigidas com alegria e regozijo; entrarão no palá-cio do Rei”.

Esses versículos mencionam quatro pessoas ou grupos de pessoas: a rainha (esposa), filhas de reis, a filha do Rei e as virgens. É claro que não podemos enqua-drar doutrinariamente cada um dos perso-nagens apenas com base nestes versículos de um salmo. Mas trata-se de simbolismos que reencontramos no Novo Testamento e no contexto geral da Bíblia.

• A rainha (esposa). O noivo real surge com sua esposa (cônjuge) para chamar para si também a filha do Rei. Ele volta com sua esposa, já está casado com ela, que está à sua direita. De onde ela vem tão de repente? Por que ela está ao Seu lado quando Ele chama a filha do rei? Onde a esposa estava antes disso? Ela parece um mistério, e isso pode ser uma indicação a respeito do mistério da Igreja.

Lendo o Novo Testamento, reconhe-cemos que a noiva foi buscada e casou com Ele antes disso (pelo Arrebatamen-to, cf 1Ts 4.16-17; Ap 19.7). Por isso ela já estava junto dEle e agora retorna com Ele. A Igreja é a Noiva (esposa) do Se-nhor Jesus. O apóstolo Paulo, por exem-plo, escreveu aos coríntios: “Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar co-mo virgem pura a um só esposo, que é Cristo” (2 Co 11.2). E aos efésios ele di-rige estas significativas palavras: “Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja” (Ef 5.31-32). Vamos comparar

também Efésios 1.22 e 3.6, onde a Igreja é descrita como “corpo” de Cristo. O mesmo acontece num casamento, quan-do um homem e uma mulher se tornam “uma só carne”, um só corpo (Mc 10.7-8). No que diz respeito aos discípulos de Jesus antes do Pentecostes, eles incor-poravam o verdadeiro Israel; por isso o Senhor os chamou de “convidados das bodas”, e não de Noiva (Mt 9.14-15).

Em Romanos 7, Paulo fala sobre a lei do casamento e no versículo 4 escreve que nós – quando cremos no Filho de Deus – nos tornamos propriedade de Je-sus. Em Apocalipse 22.17 ouvimos o Es-pírito e a noiva chamarem: “Vem!”. O Es-pírito de Deus testifica o Evangelho atra-vés da Igreja, e por meio dela chama as pessoas à salvação em Cristo.

A esposa à direita do Noivo está adornada de ouro finíssimo de Ofir. À di-reita significa que ela está destinada a ser consorte e co-regente. Assim como Jesus está à direita de Deus (At 7.56), a Igreja estará à direita de Jesus. Este tam-bém é o sentido de Mateus 25.33: “...e porá as ovelhas à sua direita”. Ouro sim-boliza a glória de Deus. A Igreja será adornada com a glória de Jesus: “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória” (Cl 3.4). Ofir era co-nhecido como o lugar de origem do ouro mais puro, apesar de hoje não ser possí-vel determinar com certeza sua localiza-ção geográfica. Também pode ser uma indicação do mistério da salvação em Je-sus e do mistério da sua Igreja, eleita an-tes da fundação do mundo.

Agora vem o Noivo real para convi-dar a filha do rei para entrar, mas Sua esposa já está a seu lado.

• A filha do Rei. Quando o Noivo real chama sua filha para junto de si, sua es-posa já está a seu lado (Sl 45.9). Ele lhe diz: “Ouve, filha; vê, dá atenção; esquece o teu povo e a casa de teu pai. Então, o Rei cobiçará a tua formosura; pois ele é o teu senhor; inclina-te perante ele. A ti vi-rá a filha de Tiro trazendo donativos; os mais ricos do povo te pedirão favores. To-da formosura é a filha do Rei no interior do palácio; a sua vestidura é recamada de ouro. Em roupagens bordadas conduzem-na perante o Rei...” (vv.10-14).

Parece que a filha do Rei é o rema-nescente salvo e santificado de Israel. O

Rei faz um apelo para que ouça, que preste atenção. Lembramos da passa-gem: “Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro!” (Mt 25.6).

As palavras: “...esquece o teu povo e a casa de teu pai” (v.10), são um pedi-do para que a filha do Rei se separe definitivamente de seus compatriotas e parentes. Quando Jesus chama, não importam mais laços familiares, so-mente o chamado do Noivo. Lembre-mos dos filhos de Corá. E hoje? Quem ainda leva a sério o chamado de Jesus, um chamado que muitas vezes pode ser muito doloroso?

As palavras: “...o Rei cobiçará a tua formosura; pois ele é o teu senhor, inclina-te perante ele...” (v.11), são uma convoca-ção para a santificação em vista da imi-nente aparição do Noivo real. Quando o Noivo chegar tudo será revelado e virá à tona, tanto no Arrebatamento da noiva, a Igreja, quanto no retorno visível de Jesus para Israel.

O versículo 12 promete recompensa e honra à filha do Rei. Naquele dia as na-ções se voltarão para o povo de Israel e lhe trarão seus presentes. Então Israel se tornará a cabeça das nações (Dt 28.13).

A filha do Rei entrará nos aposentos do Noivo real (v. 13-14). A frase: “...a sua vestidura é recamada de ouro...”, significa que ela também foi glorificada e santifi-cada e que pode alegrar-se na glória do Senhor. Alguns intérpretes entendem que no final, quando Deus for tudo em todos (1 Co 15.28), o remanescente crente de Israel também será incorporado à noiva.

• As virgens (ou filhas dos reis). “...as virgens, suas companheiras que a seguem, serão trazidas à tua presença. Serão diri-gidas com alegria e regozijo; entrarão no palácio do Rei” (vv. 14-15). Somos ime-diatamente remetidos à parábola de Je-sus sobre as dez virgens. As virgens do Salmo 45 parecem representar as virgens sábias que entram no palácio do rei, pois está escrito: “...chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta” (Mt 25.10). Na minha opinião, não podemos, do ponto de vista dogmático, separar as virgens das filhas do rei, pois são apenas duas facetas distintas do mesmo grupo de pessoas. Essas virgens também são mencionadas no Salmo 68.25-26.

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O REINADO DO NOIVO REAL

O Salmo 45.16-17 fala profeticamente desse reinado: “Em vez de teus pais, serão teus filhos, os quais farás príncipes por toda a terra. O teu nome, eu o farei celebrado de geração a geração, e, assim, os povos te lou-varão para todo o sempre”.

Quando o Senhor Jesus Cristo voltar com Sua noiva celestial, que é a Igreja, para convidar Israel a entrar em Seu reino na terra, surgirá uma geração completamente nova. “Em vez de teus pais, serão teus fi-lhos...” Desde 1948 já temos uma nova ge-ração em Israel. A velha geração sucumbiu no ano 70 d.C.

Mas nem todo judeu ou israelita parti-cipará automaticamente do reinado do Noivo real; somente aqueles que aceitaram Seu chamado, o que também fica evidente na parábola das dez virgens.

Essa nova geração participará do rei-nado no Milênio, o Reino de Mil Anos, e sairá para anunciar o nome do Senhor a todas as nações, e os povos louvarão ao Se-nhor Jesus Cristo, o Noivo real, para sempre e eternamente.

PENSAMENTOS FINAISNo livro de Cantares encontramos

um símbolo muito significativo no casa-

mento de Salomão, que é uma indicação profética para Jesus Cristo: “O rei Salo-mão fez para si um palanquim de madei-ra do Líbano. Fez-lhe as colunas de prata, a espalda de ouro, o assento de púrpura, e tudo interiormente ornado com amor pe-las filhas de Jerusalém. Saí, ó filhas de Sião, e contemplai ao rei Salomão com a coroa com que sua mãe o coroou no dia do seu desposório, no dia do júbilo do seu coração” (Ct 3.9-11).

• O palanquim de madeira representa o sacrifício de Jesus na cruz (madeiro), quando Ele tomou tudo sobre Si.

• As colunas de prata indicam a so-lidez, a segurança e a garantia da sal-vação.

• A espalda de ouro mostra que na glória do Senhor encontramos descanso; nessa espalda é possível relaxar.

• O assento de púrpura lembra a base do perdão no sangue de Jesus.

• O interior amorosamente decora-do: a plenitude do amor, que é eterno, abrange tudo, “porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espí-rito Santo, que nos foi outorgado (aos crentes em Jesus Cristo)” (Rm 5.5). O amor de Deus, o amor em Jesus Cristo, quer preencher nosso interior. Fomos levados a Ele (Cl 1.13) e por Ele vive-mos (1 Jo 4.9; Hb 1.3).

Somos chamados a sair e a permitir que sejamos carregados no palanquim da eternidade. Só assim veremos o Se-nhor Jesus Cristo em toda a Sua nobre-za, beleza e glória. Isso também corres-ponde à Sua vontade soberana: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, este-jam também comigo os que me deste, pa-ra que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo” (Jo 17.24). Somos chamados a participar do dia do júbilo do Seu coração!

No Salmo 45.10-11 lemos: “Ouve, fi-lha; vê, dá atenção; esquece o teu povo e a casa de teu pai. Então, o Rei cobiçará a tua formosura; pois ele é o teu senhor; in-clina-te perante ele”. você está disposto a vestir-se e andar de forma que possa adorá-lO se Ele o chamar repentinamen-te para Si?

Se quiser saber mais sobre a Igreja de Jesus e Israel, como também sobre a parábola das dez virgens, recomendo o livro O Sermão Profético de Jesus. Faça seu pedido pelo telefone 0300 789.5152 ou pelo site www.chamada.com.br.

Nota:1. No ensaio “One Solitary Life”; Factum 9/2004.

S O m O S c H A m A d O S A S A i R e A P e R m i t i R q U e S e J A m O S cA R R e g A d O S N O PA l A N q U i m dA e t e R N i dA d e . S ó A S S i m v e R e m O S O S e N H O R J e S U S c R i S tO e m tO dA A S UA N O b R e z A , b e l e z A e g l ó R i A .

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Uma das mais freqüentes objeções à interpretação consistentemente literal da profecia bíblica diz respeito à visão que o profeta Ezequiel teve do templo (Ezequiel 40-48). Os que contestam essa perspectiva de interpretação argumentam: se o templo, descrito na referida profecia, for um tem-plo literal a ser edificado no futuro, isso exigiria um retorno ao sistema sacrificial que Cristo tornou obsoleto, visto que o pro-feta faz alusão à “expiação” (do hebraico ki-per) em passagens como Ezequiel 43.13,27; 45.15,17,20. Na verdade, esses críticos in-terpretam a idéia de um futuro templo co-mo uma contradição blasfema à obra con-sumada de Cristo, segundo consta no capí-tulo 10 da Epístola aos Hebreus. Hank Hanegraaff chega a declarar que “Thomas Ice piorou a situação quando afirmou que sem sacrifícios de animais durante o Milê-nio a santidade de Yahweh [i.e., Javé] seria profanada. Isso obviamente é uma blasfê-mia”. Ele acrescenta que tal ponto de vista

literal e, por conseguinte, futurista da pre-dição de Ezequiel.

SACRIFíCIOS DA NOVA ALIANçA

Não cremos que o restabelecimento de sacrifícios em uma futura dispensação se-ria uma volta ao sistema mosaico da Anti-ga Aliança. A Lei Mosaica cumpriu-se de uma vez para sempre por meio de Jesus Cristo e foi descontinuada (Rm 6.14-15; Rm 7.1-6; 1 Co 9.20-21; 2 Co 3.7-11; Gl 4.1-7; 5.18; Ef 2-3; Hb 7.12; Hb 8.6-7,13; Hb 10.1-14). O Milênio será um período em que a Nova Aliança se constituirá no códi-go governamental em vigor (Dt 29.4; 30.6; Is 59.20-21; Is 61.8-9; Jr 31.31-40; Jr 32.37-40; Jr 50.4-5; Ez 11.19-20; Ez 16.60-63; Ez 34.25-26; Ez 36.24-32; Ez 37.21-28; zc 9.11; zc 12.10-14). Portanto, não será um tempo de retorno ao que é antigo, mas de avanço

representa um retrocesso “aos sacrifícios da Antiga Aliança”.[1]

John Schmitt e Carl Laney levantam a seguinte questão:

Seria uma heresia acreditar que um templo e sacrifícios voltarão a existir? O próprio Ezequiel acreditava na realidade desse templo e que o Messias faria dele o Seu futuro lar. Portanto, a crença de que no futuro ainda haverá um templo e sacrifícios não é uma heresia; ao contrário, não acre-ditar nisso é que chega a ser uma heresia, principalmente porque tal predição é parte integrante da infalível Palavra de Deus. O que nos cabe não é questionar a realidade de um futuro templo e de sacrifícios, mas saber o modo pelo qual isso se harmoniza no plano de Deus.[2]

Pelo menos quatro outros profetas se unem a Ezequiel para afirmar que haverá um sistema sacrificial no templo do Milê-nio (Is 56.7; Is 66.20-23; Jr 33.18; zc 14.16-21; Ml 3.3-4), o que apóia a interpretação

Por Que Sacr i f íc ios L i tera isDurante o Mi lênio?

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para o que é novo, “pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei” (Hb 7.12).

A nova constituição do Milênio conterá uma mescla de leis tipicamente mosaicas com leis totalmente novas, que não se en-contram nos 613 preceitos da Lei Mosaica, as quais estarão em vigor na Nova Aliança. Em vez da presença da glória Shekinah junto à arca da aliança, Jesus, o próprio Messias, estará fisicamente presente; em lugar dos outros levitas, uma nova ordem sacerdotal dos filhos de zadoque (Ez 40.46; Ez 43.19; Ez 48.11); um novo templo com medidas muito maiores do que as medidas do templo de Salomão (Ez 40.48-41.26). Randall Price comenta:

A seção anterior referente ao altar do holocausto (Ez 43.13-27) apresentou o res-tabelecimento do serviço sacrificial, assunto esse que continua nos capítulos seguintes (44-46) com a regulamentação acerca dos sacerdotes levitas e de vários sacrifícios que deviam ser oferecidos pela expiação da cul-pa de Israel. Embora instruções detalhadas sobre a instituição do sistema sacrificial apa-reçam, pela primeira vez, nesses capítulos, referências à prática sacrificial freqüente-mente são feitas desde o início da profecia (Ez 40.38-43,46-47; Ez 41.22; Ez 42.13-14). Além disso, tais referências não são casuais, mas fazem parte da essência de toda a des-crição da visão de Ezequiel nos capítulos 40-48. Por exemplo, há pelo menos uma menção do sistema sacrificial em quase to-dos esses capítulos, com exceção do capítu-lo 47. Tais referências mencionam o seguin-te: “...Festas da Lua Nova e nos sábados, em todas as festas fixas...” (Ez 44.24; Ez 45.17; Ez 46.3,11-12); “...em holocausto ao Senhor, cada dia...” (Ez 46.13-14); “...a oferta pelo pecado, e a oferta de manjares, e o holocaus-to, e os sacrifícios pacíficos...” (Ez 45.17; Ez 46.2,4,11-15); “Tomarás do seu sangue [...] assim, farás a purificação e a expiação” (Ez 43.20); “...altar [...] para oferecerem sobre ele holocausto” (Ez 40.47; Ez 43.13-27); “O altar de madeira...” (Ez 41.22) para a oferta do incenso; “havia lugares para cozer [...] o sacrifício do povo” (Ez 46.23-24); “... os sa-cerdotes levitas, os filhos de Zadoque, que cumpriram as prescrições do meu santuário [...] estarão diante de mim, para me oferece-rem a gordura e o sangue...” (Ez 40.46; Ez 42.13-14; Ez 43.19; Ez 44.15-16; Ez 48.11); “Os levitas, porém, que se apartaram para longe de mim, quando Israel andava errado,

[...] servirão no meu santuário como guardas nas portas do templo e ministros dele; eles imolarão o holocausto...” (Ez 44.10-11). Além disso, as ofertas são designadas como “oferta pelo pecado” (Ez 43.22,25; Ez 44.24,29) e têm por finalidade fazer “a ex-piação” (Ez 43.20; Ez 45.25). Em virtude de os sacrifícios e as pessoas deles encarrega-das estarem tão evidentes em todos esses capítulos, não se pode evitar a consideração de tais sacrifícios.[3]

POR QUE UM TEMPLO E SACRIFíCIOS?

Do começo ao fim das Escrituras, o propósito de um templo sempre foi o de estabelecer um local para a presença de Deus na Terra (esta que se encontra sob a maldição do pecado), lugar esse cujo ceri-monial de culto revelasse a extraordinária santidade de Deus. O plano de Deus para Israel envolve um relacionamento com os judeus através da utilização de um tem-plo, visto que Ele, o Senhor, deseja habitar no meio de Seu povo. Na era atual, a Igreja é o templo espiritual de Deus, um santuá-rio constituído de pedras vivas (1 Co 3.16-17; Ef 2.19-22). O Milênio levará a história a voltar no tempo, para que Israel seja o povo designado por Deus como me-diador, porém, será um período em que o pecado ainda se fará presente na Terra. Por isso, nessa época por vir, Deus há de estabelecer um novo templo, um novo sa-cerdócio, uma nova Lei, entre outras insti-tuições, porque Ele estará presente em Is-rael e continuará a ensinar que santidade é uma condição obrigatória para todo aquele que dEle se aproxima. Isso con-trasta com o fato de que na eternidade não haverá nenhum templo (Ap 21.22), porque Deus e o Cordeiro são o Templo; uma vez que no céu não existirá pecado, também não haverá necessidade de um cerimonial de purificação.

O detalhamento meticuloso observa-do nos capítulos 40-48 do livro de Eze-quiel assemelha-se à instrução dada por Deus a Moisés para a construção do ta-bernáculo e, posteriormente, a outros para a construção do templo de Salomão. Tal detalhamento não faria o menor sen-tido se não fosse interpretado literal-mente como aconteceu no caso do taber-náculo e dos dois primeiros templos. Se

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as instruções pormenorizadas tinham o propósito de ser simbólicas, os símbolos a que se referem nunca foram explica-dos, de modo diferente do que geralmen-te ocorre no caso da autêntica simbolo-gia bíblica. Pelo fato de não haver nenhu-ma base textual para uma interpretação não-literal, aqueles que adotam esse tipo de interpretação simbólica se tornam subjetivos em seus muitos e diversifica-dos “chutes” quanto ao significado dessa passagem bíblica.

Também é preciso lembrar a declara-ção bíblica de que os sacrifícios levíticos do sistema mosaico eram para fazer “ex-piação” (por exemplo, Levítico 4.20,26,31, 35, etc.). Se esses sacrifícios do passado re-almente tivessem expiado a culpa dos pe-cados das pessoas (o que obviamente não aconteceu), da mesma forma seriam uma ofensa à luz do perfeito sacrifício de Cristo. Em Hebreus 10.4 está escrito: “Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados”. Além do mais, se aqueles sacrifícios do passado tivessem cumprido a finalidade de fazer a expiação e remover pecados, não haveria necessidade do sacri-fício expiatório definitivo de Jesus Cristo.

Nesse caso, qual seria a finalidade dos sacrifícios, tanto os do passado quanto os do futuro, já que eles, de fato,

não removem o pecado? Esses sacrifícios efetuam a purificação cerimonial dos sa-cerdotes, do santuário e de seus utensí-lios. Somente o sacrifício de Jesus Cristo, realizado na cruz do Calvário, remove efetivamente o pecado. Jerry Hullinger apresenta esta solução que “lida hones-tamente com o texto de Ezequiel e de modo nenhum desmerece a obra de Cris-to efetuada na cruz”:

O presente estudo sugere que os sacri-fícios de animais oferecidos durante o Milê-nio servirão fundamentalmente para remo-ver a impureza cerimonial e evitar que qual-quer contaminação profane o templo previsto por Ezequiel. Isso se fará necessá-rio porque a gloriosa presença de Yahweh habitará outra vez na Terra no meio de um povo pecaminoso e impuro.

Em virtude da promessa feita por Deus de habitar na Terra durante o Milênio (con-forme consta nos termos da Nova Aliança), é necessário que Ele proteja Sua presença atra-vés de sacrifícios [...] Além do mais, deve-se acrescentar que tal sistema sacrificial ainda será temporário, pelo fato de que o Milênio (com parte de sua população composta de seres humanos em seus corpos naturais não-glorificados) durará somente mil anos.[4]

Os que levantam objeções aos futuros sacrifícios do Milênio parecem assumir

que todos os sacrifícios, tanto passados quanto futuros, sempre representam o sacrifício perfeito e definitivo de Cristo pelo pecado. Essa, entretanto, não é a verdade sobre os sacrifícios! Na Bíblia há vários propósitos para o sacrifício. Sob a Lei Mosaica, muitos sacrifícios eram ce-rimoniais de purificação. Essa é a razão pela qual se pode afirmar que a expiação fora eficaz no passado, contudo ainda re-queria o futuro sacrifício de Cristo, por-que muitos sacrifícios, na realidade, pro-porcionaram expiação cerimonial, puri-ficando os participantes e objetos do ritual do templo. No texto de Ezequiel 43.20 e 26, a expiação destina-se especi-ficamente à purificação do altar, a fim de torná-lo ritualmente limpo. Os outros usos da expiação também se referem à purificação de objetos e utensílios para que se preserve a pureza cerimonial na correta adoração (Ez 45.15,17,20).

UM MEMORIALMuitos dos que adotam uma inter-

pretação literal desses sacrifícios do Mi-lênio também acreditam que eles servi-rão como um memorial da obra expiató-ria de Cristo efetuada de uma vez para sempre. Entretanto, os críticos de tal in-

S O m e N t e O S A c R i f í c i O d e J e S U S c R i S tO, R e A l i z A d O N A c R U z d O

cA lv á R i O , R e m Ov e e f e t i vA m e N t e O P e cA d O.

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terpretação crêem ser essa uma conclu-são incoerente, que não procede. A base de defesa do aspecto memorial futuro pode advir do fato de que nossa atual compreensão da Ceia do Senhor incor-pora esse aspecto memorial (1 Co 11.23-26). Sob a Lei Mosaica – cuja perspectiva contemplava o futuro – há vários casos de sacrifícios no templo que são especi-ficamente denominados “memoriais” (Êx 30.16; Lv 2.2,9; Lv 5.12; Lv 6.15; Lv 24.7; Nm 5.15,18,26). Tal terminologia pode, de fato, ser a base de nosso entendimen-to, nesta atual era da Igreja, acerca da re-cordação da morte do Senhor, conforme adotada pelo apóstolo Paulo. O aspecto memorial mosaico oferece nítido suporte para essa interpretação dos futuros sa-crifícios no templo, a saber, a de que crentes do Milênio rememorarão a pro-visão sacrificial de Cristo.

Deus atua amorosamente para remover o obstáculo do pecado humano em favor da-queles que nEle confiam. Maranata! (Pre-Trib Perspectives)

Thomas Ice é diretor-executivo do Pre-Trib Research Center em Lynchburg, VA (EUA). Ele é autor de muitos livros e um dos editores da Bíblia de Estudo Profética.

Notas: 1. Hank Hanegraaff, The Apocalypse Code, Nashville:

Thomas Nelson, 2007, p. 268-9. 2. John Schmitt e Carl Laney, Messiah’s Coming Temple:

Ezekiel’s Prophetic Vision of the Future Temple, Grand Rapids: Kregel Publications, 1997, p. 181.

3. Randall Price, Unpublished Notes on the Prophecies of Ezekiel, 2007, p. 70-71.

4. Jerry Hullinger, “The Problem of Animal Sacrifices in Ezekiel 40 48”, publicado na Bibliotheca Sacra, edição de julho setembro de 1995, vol. 152, nº 607, p. 281-89.

CONCLUSãOA realidade e o propósito dos sacrifí-

cios do Milênio não depreciam a obra con-sumada de Cristo nem violam a interpreta-ção literal desses textos proféticos. Não há nada em Ezequiel 40-48 que entre em con-flito com a morte de Jesus Cristo ou com o ensino do Novo Testamento. As supostas contradições entre uma compreensão lite-ral da profecia de Ezequiel e a doutrina do Novo Testamento acabam por se dissipar quando meticulosamente examinadas e harmonizadas. A despeito da ocorrência de futuros sacrifícios no Milênio, o foco cen-tral de toda a adoração continuará na pes-soa e na obra do Salvador. O templo do Mi-lênio e seu cerimonial de culto servirão diariamente como uma lembrança da ne-cessidade do ser humano corrupto diante de um Deus santo; também servirão de li-ção sobre o modo pelo qual esse mesmo confiraconfira

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Eu havia sido avisado, antes da “Conferência de Revisão de Durban” em Genebra, que os judeus não de-veriam caminhar pelos arredores das Nações Unidas (ONU) sozinhos, mas em duplas, para sua própria se-gurança. Esse foi um conselho que ignorei, e estou grato porque saí de Durban II sem arranhões. O mesmo não pode ser dito sobre a reputação do Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

Chegamos a Genebra com certo temor. Esperávamos as cenas horrí-veis que havíamos testemunhado na Conferência Durban I, em 2001, quando manifestações anti-semitas ferozes do lado de fora da conferên-cia espelhavam a bílis derramada sobre Israel no interior da ONU. Mesmo assim, estávamos determina-dos. Desta vez, prometemos solene-mente, não seríamos pegos de sur-presa, e não subestimaríamos as tentativas odiosas de apresentar Is-rael como bode expiatório, por par-te de alguns dos piores abusadores dos direitos humanos.

Os países que compõem o Conse-lho dos Direitos Humanos da ONU demonstraram mais uma vez que pre-ferem vociferar contra Israel ao invés de abordar os reais abusos que estão

Antes da abertura da conferên-cia, o presidente da Suíça encon-trou-se com Mahmoud Ahmadine-jad, o presidente do Irã, mencio-nando a liberdade de expressão como justificativa. Isso fez com que Alan Dershowitz, o conhecido de-fensor das liberdades civis, comen-tasse: “Se Hitler ainda fosse chance-

ocorrendo em seus próprios quintais. Na Conferência Durban II, voltamos a luz para essas nações e o clarão foi testemunhado pelo mundo inteiro. Em Genebra, ativistas dos direitos humanos, estudantes e aqueles cujas reivindicações estavam sendo ignora-das, inclusive refugiados de Darfur, levantaram-se e disseram: Chega!

HorizonteHORIzONTe

HorizonteProntos para durban iii

R e P R e S e N tA N t e S d O S PA í S e S e U R O P e U S S A e m d O P l e N á R i O e m P R Ot e S tO c O N t R A O P R O N U N c i A m e N tO d O P R e S i d e N t e i R A N i A N O

m A H m O U d A H m A d i N e J A d N A d U R b A N i i .

HOR izONte

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ler da Alemanha, ele seria bem-vin-do à Suíça”.

Tendo isso como pano de fundo, encenamos nossa própria abertura de Durban II: um protesto silencioso, liderado por estudantes. Eles cami-nharam em direção ao Palais Des Nations [Palácio das Nações] com esparadrapo sobre suas bocas para refletir o silêncio da ONU com rela-ção a questões como a violenta opressão das mulheres, o genocídio em Darfur, que reclama uma vida a cada oito minutos, a opressão dos es-tudantes, minorias e gays no Irã – e tudo por causa do enfoque obsessivo sobre Israel.

Essa foi uma conferência sobre direitos humanos aberta por um di-tador genocida [Ahmadinejad]. Uma reunião sobre racismo na qual Elie Wiesel, o [conhecido autor] so-brevivente do Holocausto, foi agre-dido por membros da delegação

incrédulos (incluindo aqueles cristãos considerados como tendo um status questionável) serão julgados pela ira divina. É a forma mais estrita que causa preocupação.

Cinco alertas são apresentados:– É um movimento com conseqüên-

cias negativas para a paz no Oriente Médio.

– Fomenta o medo e o ódio contra os muçulmanos e os cristãos não-oci-dentais.

– Ele pode levar à desumanização de israelenses e palestinos.

– Não é baseado em ensinos ou doutrinas tradicionais da igreja.

– Cristãos evangélicos [tradicio-nais] estão preocupados.

O panfleto pretende definir o sionismo cristão tanto de manei-ra ampla quanto de maneira es-trita. O quadro mais amplo diz: os sionistas cristãos reconhecem e, portanto, defendem o reaviva-mento nacional do povo judeu e o moderno Estado de Israel co-mo um fator legítimo no plano divino. O texto continua:

Definido de maneira mais estrita, o sionismo cristão é uma ideologia embasada em crenças que conside-ram o Estado de Israel como sendo ordenado por Deus e determinado pelas Escrituras, com o papel central de prenunciar o final da história, em que os judeus não-convertidos e os

HOR izONte

Vendido em favor de israel: o “perigo” do sionismo cristão

O “sionismo cristão” é um movi-mento perigoso que distorce os ensi-namentos da Igreja, fomenta o medo e o ódio contra muçulmanos e contra cristãos não-ocidentais, e traz conse-qüências negativas para a paz no Oriente Médio.

É o que está escrito nas primei-ras linhas de um boletim de notícias do Conselho Nacional de Igrejas (CNI) dos EUA. Essa federação li-beral de denominações históricas, que diz representar em torno de 35 igrejas, é tão engajada que sua Co-missão de Relações Inter-Religiosas publicou um panfleto intitulado “Porque Deveríamos Nos Preocu-par Com o Sionismo Cristão”.

iraniana nos corredores da ONU como sendo um “ZioNazi”. O co-mentário de um jornalista que co-nheci e que estava cobrindo Durban II foi: “Não seria possível inventar uma coisa dessas”.

Durban II – uma conferência para revisão – jamais conseguiria remo-ver as manchas de Durban I. O pro-cesso de Durban foi um desvio de atenção em massa. Mudar de assun-to é o passatempo favorito de muitos dos países que dirigem o Conselho dos Direitos Humanos, que traem os nobres objetivos sobre os quais o Conselho foi fundado. Seus membros ofuscam a pauta das reuniões para evitarem responder a perguntas so-bre eles mesmos. Eles engrenam a retórica contra Israel quando, na re-alidade, o Estado judeu, uma demo-cracia livre, aberta e liberal, tem um histórico de direitos humanos do qual pode se orgulhar.

Os esforços dos ativistas anti-Dur-ban e a retirada em massa dos diplo-matas, em virtude do violento discur-so racista de Ahmadinejad, marca-ram o evento como um divisor de águas. A lição de Durban II é a se-guinte: as palavras “Nunca Mais!” têm significado para nós. Há muitas nações que merecem sanções – Israel não é uma delas. Não permanecere-mos inertes enquanto atrocidades são cometidas por regimes hipócritas e despóticos, e Israel é selecionado pa-ra levar a culpa.

Que os países que seqüestraram a luta contra o racismo fiquem avisa-dos: estamos prontos para Durban III (Michael Dickson, The Jerusalem Post).

O autor é o diretor de StandWithUs em Israel. Essa organização promove educação sobre Israel através de bolsas de estudo, programas com seminários e palestras, conferências, materiais escritos e recursos de internet – seu site é www.StandWithUs.com.

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d e A c O R d O c O m O c N i , O S v e R dA d e i R O S cAU S A d O R e S d e

P R O b l e m A S N O m U N d O dA R e l i g i ã O S ã O O S c R i S t ã O S

e vA N g é l i c O S q U e d e f e N d e m A e x i S t ê N c i A d O m O d e R N O

e S tA d O d e i S R A e l c O m O S e N d O b i b l i cA m e N t e d O c U m e N tA d O,

i N t e R N A c i O N A l m e N t e l e g A l , e m O R A l m e N t e J U S t i f i cA d O.

Em suma, os cristãos evangéli-cos que defendem a existência do moderno Estado de Israel como sendo biblicamente documentado, internacionalmente legal, e moral-mente justificado são, de acordo com o CNI, os verdadeiros causa-dores de problemas no mundo da religião e, mais especificamente, em Israel e no Oriente Médio.

Poucas acusações daqueles que afirmam ser os campeões entre os que buscam a paz e a tranqüilida-de poderiam ser mais caluniadoras e perversas. E, além de outras in-correções grosseiras no panfleto, há a que segue: os sionistas cris-tãos “tratam os israelenses e os pa-lestinos não como vizinhos a serem amados, mas como garantias da vingança e retribuição divinas em um drama cósmico. A conclusão desse drama envolve a morte de todos os não-cristãos, inclusive dos judeus, através de uma batalha apocalíptica ou de juízos divinos”.

Nenhum verdadeiro sionista cristão pode ser justamente acu-sado da “desumanização de isra-elenses e palestinos”. Até a su-gestão de tal acusação é absurda.

Infelizmente, os parágrafos es-clarecedores do panfleto revelam as entranhas de uma agenda ba-seada mais em intolerância rea-cionária do que em pesquisas acadêmicas e em observações ge-nuínas. Esse é nada mais nada menos que um exemplo de uma organização que tem consistente-mente apoiado, defendido e fo-mentado os elementos mais radi-cais da sociedade, enquanto alve-ja aqueles de quem discorda. Não importam as suas juras de um envolvimento inclusivo e amoroso de todas as pessoas de fé, classe ou diversidade.

Mark D. Tooley, diretor da Comissão Metodista Unida do Instituto de Religião e Democra-cia (dos EUA), colocou o dedo na ferida. Em um artigo intitula-do “Sionistas Cristãos: Os Verda-deiros Terroristas”, publicado em dezembro na FrontPageMagazi-ne.com, ele escreveu:

O que, de fato, frustra o CNI é que o sentimento pró-Israel nos Estados Unidos – que inclui, mas está longe de ser restrito aos evangélicos – impediu os EUA de forçarem Israel a se render e a aceitar um acordo desastroso. Uma pesquisa de opinião de 2003 mostrou que os evangélicos brancos dos EUA favoreciam Israel em relação aos palestinos em 54 a 6 por cento, comparados com o apoio americano em geral, que se inclina para Israel com um vigoroso 41 a 13 por cento.

Protestantes de igrejas históricas e católicos favoreceram a Israel por uma margem de 2 a 1. Mais que 60 por cento dos evangélicos pensavam que Israel teria uma influência na Segunda Vinda, juntamente com 21 por cento das igrejas protestantes históricas e um quarto dos católicos romanos.

Que os americanos como um to-do... pendem mais para Israel do que para a causa palestina é devido não apenas ao papel de Israel na Bíblia, mas à história moderna. O Israel de-mocrático é visto como um reajunta-mento miraculoso de um povo da An-tigüidade em um Estado nacional bem-sucedido. Facções terroristas ge-ralmente parecem mais entusiasma-das em destruir seus vizinhos judeus do que em criar uma nação própria.

E com relação à afirmação de que os sionistas cristãos ignoram ou minimizam o sofrimento dos cristãos palestinos, dos crentes no Iraque e no Irã, e de muçul-manos que vivem sob o domínio de radicais islâmicos como os do Hamas, do Hezb’allah (Partido de Alá), além dos monstruosos assassinos islamitas sudaneses: repare em quem está orando, au-xiliando, resgatando e defenden-do esses povos oprimidos. Você verificará que a grande maioria que faz isso é de sionistas cristãos que entendem o que está aconte-cendo, e de outros crentes, mui-tos das igrejas históricas, cujas convicções compassivas estão em desacordo com os preconceitos de seus líderes. (Elwood Mc-Quaid, The Jerusalem Post)Elwood McQuaid é editor-executivo de The Friends of Israel.

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Como a maioria dos sionistas reli-giosos, Aryeh Bar-David vê a mão de Deus no estabelecimento do Estado de Israel e nas repetidas vitórias do povo judeu contra seus inimigos. Yom Há’atzmaut (o Dia da Independência) tem significado religioso como um sinal tangível de que Deus está cumprindo Suas promessas bíblicas para o povo judeu. “A intervenção de Deus no curso da história é tão clara que, para mim, é um absurdo que o povo pense que somos apenas um país democrático se-cular”, disse Bar-David, que se encon-trou comigo no Yom Hazikaron (Dia da Recordação dos Tombados) do lado de fora da Porta de Damasco, na Cidade Velha [de Jerusalém].

“Esta”, disse Bar-David, gesticu-lando em direção ao muro externo da Cidade Velha, “é a manifestação das profecias de Deus, como estão escritas em Ezequiel, Jeremias e em outros lugares na Bíblia”, referindo-se à vitória da Guerra dos Seis Dias, que deu a Israel o controle sobre o lado leste de Jerusalém, inclusive so-bre a Cidade Velha.

De modo semelhante a muitos sio-nistas religiosos, Bar-David, um vete-rano de quatro guerras, também está convencido de que sua fé religiosa o ajudou a enfrentar as situações de vi-da ou morte pelas quais passou quan-do estava em combate. Sob a direção de Ariel Sharon, ele participou de al-gumas das batalhas mais sangrentas pelo controle do Canal de Suez du-rante a Guerra do Yom Kippur. Como sargento de um pelotão, Bar-David foi forçado a assumir o controle quando o comandante do pelotão foi morto em uma emboscada. “Não importa quão perigosas as situações fossem fi-cando, nunca tive medo de nada. De certa forma, eu sentia vontade de es-

Suíça e mudou-se para Israel antes do Holocausto.

Bar-David é um dos 10 mil judeus messiânicos que vivem em Israel e crêem que Jesus é o Messias e o Filho de Deus, e que aceitá-lO como tal é uma precondição para a redenção espiritual. Eles se denominam judeus porque a maioria nasceu de pai ju-deu ou mãe judia.

Mesmo assim, a crença de que Je-sus é o Messias que já se revelou uma vez e que virá pela segunda vez, nor-malmente leva à exclusão total de uma pessoa da comunidade judaica. Na verdade, é difícil imaginar algo que seja menos judaico do que isso. Historicamente, uma das peças cen-trais da fé judaica era sua rejeição categórica ao Cristianismo. Ao longo dos tempos, desde o advento do Cris-

tar no céu, mais perto de Deus. Por-tanto, nunca fiquei com medo diante da possibilidade de morrer”.

Mas, diferentemente da maioria dos sionistas religiosos judeus – que vêem o estabelecimento do Estado como um precursor do Messias ainda a ser revelado – Bar-David possui uma escatologia radicalmente dife-rente. Isso acontece porque Bar-David é um judeu messiânico.

“Estão chegando os dias em que o povo judeu será forçado a perceber que Yeshua é a única solução para todos os nossos problemas”, disse Bar-David, usando o nome hebraico para Jesus.

Bar-David, 62, é um judeu mes-siânico da segunda geração. Seu pai, um judeu búlgaro, “abraçou a fé” enquanto estava estudando na

sionistas de Jesus

c e R cA d e 2 m i l J U d e U S m e S S i â N i c O S e c R i S t ã O S e vA N g é l i c O S d e tO dA A e U R O PA S e e N c O N t R A R A m e m g e N e b R A PA R A fA z e R e m

U m A m A N i f e S tA ç ã O c O N t R A A [ c O N f e R ê N c i A ] d U R b A N i i .

HOR izONte

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tianismo, milhares de judeus preferi-ram ser martirizados a aceitar Jesus.

Mas Bar-David e outros membros da comunidade messiânica se vêem não apenas como judeus, mas tam-bém como sionistas ardorosos e israe-lenses patrióticos. Eles rejeitam a Teo-logia da Substituição cristã que vê, por exemplo, a Igreja Católica como o novo povo escolhido. Para a comuni-dade messiânica, o povo judeu ainda é o povo escolhido por Deus, mesmo tendo rejeitado Jesus. O estabeleci-mento de Israel é uma manifestação tangível das profecias contidas na Bí-blia. A reunião dos exilados e o retor-no do povo judeu para a terra de Isra-el são parte do plano-mestre de Deus para a redenção final. Lutar nas For-ças de Defesa de Israel (FDI) contra os inimigos do país é a mesma coisa que tomar parte no cumprimento das pro-fecias bíblicas. Estar do lado de Israel significa estar do lado de Deus.

Esse sionismo “baseado na fé” foi o que motivou cerca de 2 mil judeus messiânicos e cristãos evangélicos de toda a Europa, inclusive da Finlândia, Noruega, Suíça, França, Alemanha, Itália e Chipre, a se encontrarem em Genebra na semana passada para fazerem uma manifestação contra a [Conferência] Durban II.

“Eu diria que fomos provavelmen-te o maior contingente pró-Israel em Genebra”, disse Caley Myers, um ad-vogado radicado em Jerusalém que chefia o Instituto de Justiça de Jerusa-lém, um grupo de advocacia legal em favor de direitos religiosos, que re-presenta a maior parte dos cristãos evangélicos e dos judeus messiânicos.

Myers, que trabalha na firma de Direito estabelecida por Gideon Hausner, o advogado-geral que pro-cessou Adolf Eichmann, fez um dis-curso em Genebra, no qual defendeu fortemente o sionismo e chamou o Irã, a China, a Líbia e outros países que participaram da Durban II, de membros do “Quarto Reich”.

Mas a variedade de sionismo reli-gioso dos judeus messiânicos não é sempre bem-quista. Num ataque aos judeus messiânicos que foi, provavel-mente, o mais violento que já aconte-ceu, Ami Ortiz, 15 anos, um cidadão

americano-israelense, filho de um pastor judeu-messiânico, ficou seria-mente ferido quando uma bomba ex-plodiu em sua casa, na cidade de Ariel, no dia do Purim, em 20 de março de 2008. A bomba estava ca-muflada em uma caixa de presente colocada na soleira da porta.

Esse não foi um incidente isola-do. O Relatório Anual do Departa-mento de Estado dos EUA Sobre Li-berdade Religiosa Internacional, pu-blicado em setembro de 2008, apontou uma sensível escalada na violência contra os judeus messiâni-cos. Alguns dos incidentes mencio-nados [no relatório] incluíram a queima pública do Novo Testamento em Or Yehuda em maio de 2008 e a explosão de uma bomba na Igreja Batista em Rehov Narkiss em Jerusa-lém, lugar de encontro de uma con-gregação de judeus messiânicos de fala russa.

Membros da comunidade messiâ-nica também são observados pelo Ministério do Interior. Por exemplo, um casal de cristãos chineses, que veio para uma peregrinação, foi re-centemente detido no Aeroporto Ben-Gurion depois que deram aos funcio-nários de controle de bordo o nome de um judeu messiânico como a pes-soa de contato em Israel. Foram libe-rados apenas depois que assinaram um termo afirmando que não fariam proselitismo durante sua visita.

Como resultado disso, homens co-mo Daniel Yahav, filho de sobreviven-tes do Holocausto e que “abraçou a fé” ainda quando jovem e agora ser-ve como pastor em uma congregação messiânica em Tiberíades, são caute-losos quanto à exposição na mídia, que poderia atrair atenção indeseja-da. Yahav preferiu não divulgar o no-me nem o número de membros de sua congregação.

Yahav disse que a animosidade aberta que alguns israelenses eviden-ciam contra os judeus messiânicos não diminui seu fervor nem o de ou-tros sionistas. “Estamos dispostos a defender nossa fé, mesmo que a maior parte dos israelenses a rejeite, e isso mostra nossa sinceridade e confiança”, disse Yahav, que afirmou

q U e i m A P ú b l i cA d O N OvO t e S tA m e N tO e m O R Y e H U dA

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ser o primeiro judeu messiânico a se tornar oficial depois que as FDI mu-daram suas políticas de exclusão nos anos 1980.

Será que os judeus messiânicos querem sofrer pela fé como uma ma-neira de imitar Jesus?

“Ninguém quer sofrer”, disse Yahav. “Queremos viver uma vida confortável como qualquer outra pes-soa. Mesmo assim, quando vem o so-frimento, ele é um mérito e haverá re-compensa nos céus por causa dele”.

Um fenômeno interessante que surge vez após vez nas conversações com os judeus messiânicos é seu forte compromisso com o serviço militar como parte de sua lealdade ao Esta-do. Yahav disse que há dois pilotos da Força Aérea de Israel que são membros de sua congregação, e vá-

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rios outros que pertencem às unida-des de combate de elite. A situação é semelhante no moshav Yad Hashmo-na (localizado a oeste de Jerusalém), um pequeno povoado cooperativo de cerca de 20 famílias, a maior parte de judeus messiânicos, de acordo com Ayelet Ronen, seu secretário.

Como os sionistas religiosos orto-doxos, que vêem o serviço militar co-mo um mitzva (boa ação), os judeus messiânicos também o vêem em ter-mos religiosos. Na verdade, vários judeus messiânicos afirmaram que respeitavam os sionistas religiosos por seu serviço altruísta ao Estado, e sentiam que tinham muitas coisas em comum com eles – exceto, logicamen-te, pela fé em Jesus.

A dedicação dos judeus messiâni-cos ao serviço militar está baseada na sua convicção de que devem ser bons cidadãos e orar pelo sucesso do

Estado, não importando onde vivem. Mas isso também tem a ver com um tipo de sionismo religioso.

“Parte do sucesso da comunidade messiânica no serviço militar se deve à disciplina”, disse Ronen. “Coloca-mos grande ênfase no comportamento e na conduta. Por exemplo, o sexo an-tes do casamento não é aceito, e es-peramos que os jovens ajam de ma-neira responsável. Esses valores pare-cem ajudá-los quando chegam às FDI.

“Da mesma forma, nossos jovens são estimulados a alcançar um nível profundo de convicção religiosa de forma independente. A fé não lhes é imposta. Portanto, quando alguém se compromete com ela, esse é o resul-tado de um processo interior, não ex-terior. E isso lhes dá muita força. Mais importante, porém, é a convicção de que, ao lutarmos pelo povo judeu, es-tamos lutando pelo lado de Deus”.

De acordo com Michael – que ajuda a dirigir a Netiva Mercaz, uma organização de jovens para judeus messiânicos de 13 a 17 anos, que in-clui um curso preparatório preliminar de um mês denominado Netzor – há atualmente entre 200 e 300 judeus messiânicos servindo nas FDI.

Os judeus messiânicos não vêem nenhuma contradição entre os ensi-namentos pacifistas de Jesus, por exemplo, os expressos no Sermão do Monte, que ensina aos fiéis que de-vem oferecer a outra face a seus ini-migos, e o serviço militar dos judeus messiânicos nas FDI.

Michael, que é oficial na Brigada Givati, crê que os ensinamentos de Je-sus tornam o serviço militar um desafio.

“Como crentes, somos obrigados a amar e a respeitar nossos inimigos. Mas também somos cidadãos de Isra-el, o que nos obriga a servir nas FDI. Cada crente deve se perguntar se o que está fazendo é correto e bom. O teste mais difícil é quando estamos tra-balhando no policiamento da popula-ção palestina nos postos de controle nas fronteiras ou durante as patrulhas dentro dos vilarejos palestinos.

“Pessoalmente, vejo isso como oportunidade de me comportar de maneira compassiva e ética, e de ser-vir como testemunha dos ensinamen-tos de Jesus. Há cerca de 200 ou 300 de nós espalhados por todas as FDI, tendo um impacto positivo e servindo como exemplos.

“Todavia, cremos que este estado de coisas não durará para sempre. No final, haverá um tempo de paz proporcionado pelo Príncipe da Paz. Naquele dia, todos reconhecerão que Jesus é o Messias”. (Matthew Wag-ner, The Jerusalem Post)confiraconfira

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O DVD É Tempo de Acordar– O Perigo da Sedução é de Daniel Yahav (citado no artigo), pastor em Tiberíades.

O DVD Obadias – O Julgamento de Edom e o livro Venha Conhecer o Que Acontecerá no Futuro são de Meno Kalisher, pastor em Jerusalém.

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